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Inflamação é a maneira do corpo sinalizar às células imunes de que houve invasão por algum patógeno. Os sinais
clássicos da inflamação são: rubor, dor, calor, tumor e, em alguns casos, perda da função do órgão ou tecido. As
alterações vasculares que acontecem durante o quadro inflamatório são controladas por substâncias químicas
(mediadores inflamatórios).
A inflamação começa com a injúria do tecido (pode ocorrer por ação de patógenos, materiais inorgânicos ou algum
trauma físico), que desencadeia a liberação de mediadores inflamatórios que além de agir na vasodilatação, também
atuam na atração de células para o local que vão tentar eliminar a injúria. Se tiverem sucesso ocorre a reparação do
tecido e se não, o quadro desenvolve-se para uma inflamação crônica.
Inflamação aguda
Vasodilatação: a injúria tecidual causa uma leve contração da musculatura do vaso seguido da dilatação do vaso, o
que permite a passagem de líquido e células do vaso para o tecido (extravasamento do plasma), causando edema no
local. Algumas hemácias acabam passando para fora do vaso, o que leva a vermelhidão característica.
* A saída de células é facilitada pela diminuição da pressão no vaso (vaso dilatado)
Recrutamento de células: leucócitos migram para a periferia do vaso atraídos por mediadores inflamatórios.
Inicialmente ocorre uma ligação fraca entre o leucócito e a molécula de adesão (molécula de baixa afinidade), depois
acontece o rolamento da célula, sua fixação (molécula de adesão de alta afinidade) e por fim, a transmissão celular
em que o leucócito passa do vaso para o tecido inflamado.
* As moléculas de adesão são produzidas em momentos diferentes da inflamação e cada molécula expressa o
recrutamento de células imunes específicas.
Mediadores inflamatórios
São substâncias químicas que controlam as alterações vasculares e a migração de células imunes durante uma
inflamação. Eles são produzidos a partir do dano à membrana fosfolipídica por ação da fosfolipase, pela cascata de
coagulação desencadeada pelo dano endotelial ou pelas cascatas do Complemeto.
CITOCINAS: IL-6, IL-1 e TNF → pró-inflamatórias
Quimiocinas – IL-8 → quimiotaxia
FEBRE: IL-6, IL-1 e TNF → hipotálamo → prostaglandinas → febre (matar o antígeno)
MEDIADOR FONTE AÇÃO
Histamina e Serotonina Mastócitos e Plaquetas ↑ permeabilidade vascular
Bradicinina Proteínas do plasma ↑ permeabilidade vascular e dor
C3a, C4a e C5a Complemento ↑ permeabilidade vascular,
quimiotaxia e adesão de leucócitos
ativados
Prostaglandinas Fosfolípides de membrana Vasodilatação, dor e febre
Leucotrienos Leucócitos e mastócitos ↑ permeabilidade vascular,
quimiotaxia, adesão e ativação
leucocitária, broncoconstrição e
vasodilatação
PAF Leucócitos, cels endoteliais e ↑ permeabilidade vascular,
mastócitos quimiotaxia e broncoconstrição
Citocinas Macrófagos e cels Quimiotaxia
endoteliais
Injúria (infecção bacteriana, toxinas, trauma, enfartamento)
∟ inflamação aguda (mudanças vasculares, recrutamento de neutrófilo, mediadores inflamatórios) – resolução
(estímulo é interrompido, células e mediadores inflamatórios param de agir, restabelecimento das células
danificadas e da função normal)
– formação de abcesso (pus) – fibrose (perda de função)
– progressão para inflamação crônica
Injúria (infecção viral, inflamação crônica, dano persistente, doenças autoimunes)
∟ inflamação crônica (angiogênese, infiltração de cels mononucleadas) – fibrose (perda da função)
Inflamação crônica
Ação de linfócitos, macrófagos e plasmócitos – destruição tecidual (proliferação de vasos e tecido conjuntivo).
Fatores quimiotáticos (monócitos) → proliferação loca (macrófagos) → granuloma → MIF → produção de
metabólitos tóxicos → necrose na região central → proliferação de vasos e fibroblastos → fibrose → destruição do
tecido
Granuloma: necrose na região central (formação de tecido fibroso)
macrófagos + céls. epitelióides – célula gigante
linfócitos
TCR e MOLÉCULAS ACESSÓRIAS
Resposta Imune Adaptativa: humoral – linfócito B (plasmócito: produção de Ac)
Celular – linfócito T (TCD4+ e TCD8+)
Linfócito B: reconhece direto o antígeno - BCR – Ag
Linfócito T: precisa de célula apresentadora de antígeno - TCR – Peptídeos + MHC, e interação das moléculas
acessórias.
TCR : a maioria dos linfócitos T apresentam esse tipo de TCR. Tem como função o reconhecimento do Ag
processado pela APC e apresentado junto com o MHC. Possui uma região variável e uma região constante, e 2
cadeias: 1 alfa e 1 beta com glicoproteínas ligadas às cadeias. O TCR não é bom passador de sinal de ativação, por
isso o CD3 e a cadeia zeta, que são moléculas associadas ao TCR que ligam o reconhecimento do Ag pelo TCR à
eventos bioquímicos, levando a ativação do linfócito T (Complexo TCR = TCR + CD3 + ζ).
Semelhanças entre TCR e BCR: - Apresentam apenas uma especificidade;
- Possuem regiões variáveis e constantes;
- Sofrem rearranjo gênico;
- Estão associadas com moléculas acessórias responsáveis por transmitir o sinal de
ativação.
Diferenças entre TCR e BCR: - Igs tem 4 cadeias polipeptídicas e o TCR é um dímero;
- Igs sofrem mutação somática para ↑ a diversidade, o TCR não;
- Igs interagem diretamente com o antígeno, o TCR não.
TCR : TCR de linfócitos da pele e da mucosa intestinal, tendo RI extremamente específica.
- pele: linfócitos intra-epidermais TCR-CD3/CD4-CD8-
- epitélio intestinal: linfócitos intra-epiteliais (IELs) TCR-CD3/CD8+
- NÃO reconhecem Ag peptídicos associados à MHC; Ele reconhece Ag protéicos com ou sem processamento ou APC,
lipídeos de micobactérias, proteínas de choque térmico microbianas.
Função: produção de citocinas e morte de céls alvo (diferente do TCR )
Outros marcadores de superfície: MHCII, Receptores para C (CR1 e CD35 – regulação e ajuda a reconhecer Ag), CD40
(sinalização para o LT), CD19 (ajuda a reconhecer Ag)
Ac + Ag → internalização → processamento do Ag → degrada Ag e produz MCH II → apresenta na superfície do LB →
LT reconhece.
Ativação de Linfócitos B
Via BCR: ligação BCR – Ag é cruzada (reconhece o Ag através de 2 receptores)
Muito ou pouco Ag não desencadeia ativação, pois os epítopos não se ligam a 2 receptores
Ligação cruzada em volta da célula toda (forma de controle – evitar auto-imunidade)
Via Complemento: Ag se liga no BCR e no receptor de Complemento do LB
Consequências Funcionais da Ativação: induz a mitose (↑ tamanho e nº de organelas) → ↑ expressão de B7-1 e B7-
2 → ↑ expressão de citocinas → ativa moléculas anti-apoptóticas
A resposta imune humoral depende:
1. Tipo de antígeno: Ags proteicos (resposta T-dependente, switch de isotipo, maturação de afinidade, geração de
memória)
Resposta T-dependente: linfócito T precisa de 2 ativações – por DC e por LB
Linfócito B Linfócito T
MHC II ---------- TCR
B7-1 e B7-2 --- CD28 sinaliza a produção de CD40 ligante pelo LT
CD40 ----------- CD40 ligante induz a produção e liberação de citocinas que ativam o LB
Citocinas liberadas por LT atraem LB até a zona marginal → ocorre a resposta T-dependente → LB volta para os
Centros Germinativos → prolifera, maturação de afinidade (hipermutação somática), seleção de células com Ac de ↑
afinidade, diferenciação em plasmócitos e células de memória.
Ags não proteicos: reconhecimento por Linfócitos B1 (resposta T-independente, não tem memória
nem troca de isótipo, Ac de ↓ afinidade, reconhece polissacarídeos, glicoproteínas e ácidos nucleicos.
2. Citocinas
Th1 → IFN → IgG (imunidade celular)
Th2 → IL-4 e IL-5→ Ig E (eosinófilos – imunidade a parasitas)
3. Sítio anatômico
4. História de exposição ao Antígeno
Resposta primária: demora mais (1 semana + oi -); nº de células produzidas é pequeno; Ac produzido é IgM (não teve
estímulo para troca de classe); geração de células de memória.
Resposta secundária: resposta mais rápida (já tem células de memória); maior quantidade de células produzidas;
ocorre troca de classe ( IgE, IgA e IgG)
MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL: É mediada por anticorpos secretados
Função da imunidade humoral: defesa contra toxinas e micróbios extra-celulares;
Função dos anticorpos: neutralização de Ag e toxinas, opsonização, ADCC
Vacina profiláticas: neutralização e resposta de LB (geração de memória)
ADCC: NK (mediada por IgG) – libera perforina (faz poros na MM – lise osmótica) e granzimas (ativa a apoptose na
células)
Eosinófilo (mediada por IgE) - quando o Ag for helminto
Sistema Complemento: é ativado pelo Ac, na presença do Ag; funções: opsonização: C3b, inflamação: C5a, C4a, C3a e
Lise: MAC.
COMPLEXO MAIOR DE HISTOCOMPATIBILIDADE
Conjunto de genes envolvidos na rejeição de transplantes (função primária: moléculas envolvidas na apresentação
de Ag proteicos para LT)
Localização: Humanos - cromossomo 6 (complexo HLA)
Classes de moléculas do MHC
MHC I (HLA-A, HLA-B e HLA-C): Apresentação de Ag endógenos para linfócitos T CD8+ (presente em toda células
nucleadas)
MHC II (HLA-DP, HLA-DQ e HLA-DR): Apresentação de Ag exógenos para linfócitos T CD4+ (presente apenas em APCs)
MHC III: genes para produção de citocinas, proteínas do complemento
Organização do genes do MHC: Região de Classe II – DM ajuda na formação do MHC II/ TAP 1 e TAP 2 ajuda na
apresentação de Ag.
Região de Classe III – citocinas e proteínas do Complemento
Região de Classe I – HLA-G inibe a ação do TCD8 na placenta
Semelhanças entre MHC I e MHC II: Apresentam Ags a LT; possuem 2 cadeias com 1 sítio de ligação para o peptídeo
e regiões polimórfica (ligação com Ag) e não polimórfica; são codominantemente expressos (expressão do genes da
mãe e do pai); polimorfismo genético
Diferença entre MHC I e MHC II: MHC I – CD8 / MHC II – CD4
MHC I – 8-10 aa / MHC II – 12-25 aa
MHC I – todas as células nucleadas / MHC II – APCs
MHC II – 2 moléculas codificadas pelo MHC (α e ) / MHC I – 1 molécula codificada
pelo MHC (α) e outra não (-2 microglobulina)
Polimorfismo e codominância – dá diversidade e proteção contra patógenos
Herança em bloco: não tem cossing-over (o gene é herdado integralmente dos pais)
Durante uma infecção, a célula produz o FAS (molécula que atua sinalizando ao TCD8+ que ela está infectada) e o
TCD8+, o FAS ligante.