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Título Judicial

1. Cumprimento provisório da sentença OPE LEGIS (regra) quando a lei estabelecer que, naquela
1.1 INTRODUÇÃO situação, não haverá efeito suspensivo no recurso
autorizando o cumprimento provisório.
Há situações excepcionais, em que esse recurso será recebido
somente no efeito devolutivo. Para que esta sentença, apta a OPE JUDICIS quando o próprio magistrado subtrair o efeito
produzir efeitos, não fique inerte aguardando o resultado da suspensivo do recurso desde que estejam presentes os
apelação, o legislador lançou mão de uma técnica que permite o requisitos ensejadores para a concessão da tutela
adiantamento da atividade executiva denominada cumprimento antecipada provisória. Nesses casos, a apelação já era
provisório da sentença. Dessa forma estabeleceu-se uma clara dotada de duplo efeito, mas o magistrado autorizou que
opção política: a lei prefere a produção de efeitos com o risco aquela decisão tenha força executiva imediata.
de, posteriormente, alterar o conteúdo da decisão, ao 1.1.3. PROCEDIMENTO
retardamento da execução.
a) Aplicação sistemática (CPC/2015, art. 520, caput) – o caput
Execução provisória é a execução fundada em título executivo do art. 520 estabelece que o cumprimento provis ório será
judicial provisório, ou seja, a decisão judicial que pode ser realizado “da mesma forma” que o cumprimento definitivo.
modificada ou anulada em razão da pendência de um recurso
interposto contra ela. Como se trata de execução definitiva fundada em título
provisório, não há razão para conferir regime completamente
→ É possível que uma decisão, possa ser objeto de cumprimento diverso a esta modalidade. Assim, com as devidas ressalvas
provisório contidas nas regras específicas conferidas ao tratamento do
→ Para pensarmos na possibilidade do cumprimento provisório cumprimento provisório, seguirá a aplicação das regras do
da sentença/ de qualquer decisão, essa decisão, ela não pode cumprimento definitivo.
ter sido objeto de recurso que tenha sido recebido com efeito b) Iniciativa do exequente (CPC/2015, art. 520, I) – estabelece o
suspensivo. art. 520, I, que “corre por iniciativa e responsabilidade do
→ Quando a lei de fala de ‘alimentos’ não são só aquelas ações exequente”. É expressão de fácil entendimento: o recurso
em que o filho move em face do pai, são todas as ações de interposto pela parte sucumbente poderá modificar o título que
caráter alimentar instaura o cumprimento provisório, de modo que ficará ao
encargo do exequente o ressarcimento dos danos eventualmente
ex: honorários advocatícios experimentados. Dessa forma, compete a ele – exequente –
• Esta modalidade de cumprimento possui algumas restrições decidir se vale a pena correr esse risco e sopesar as
procedimentais importantes: consequências de uma eventual reforma pelo Tribunal da decisão
recorrida.
a) ou bem se impede a transferência da posse, alienação da
propriedade ou levantamento de depósito em dinheiro; ou c) Responsabilidade objetiva (CPC/2015, art. 520, I) – o
exequente “se obriga, se a sentença for reformada, a reparar
b) permite a prática desses atos condicionada à prestação os danos que o executado haja sofrido”.
de caução. A responsabilidade é objetiva, ou seja, prescinde da prova da
A provisoriedade refere-se à imutabilidade (já que o título é ainda culpa, na medida em que o legislador já estabeleceu que a
carecedor de certificação) e não a sua eficácia incidência de qualquer prejuízo será atribuída a quem promoveu
a execução.
1.1.2 Cumprimento provisório com base em título judicial (CPC, art.
520)
O cumprimento provisório poderá ser ope legis ou ope judicis.
d) Caução (CPC/2015, art. 520, IV) – Estabelece o referido inciso interessa, portanto, se o crédito decorre de relação de
que “o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos parentesco, matrimônio, remunerações por trabalho ou de
que importem transferência de posse ou alienação de responsabilidade civil; basta que tenha natureza alimentar, ainda
propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar que para as dívidas alimentares referentes ao direito de família
grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e existam procedimentos mais adequados à imediata satisfação do
idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios alimentado, como o pedido de alimentos provisórios.
autos”.
Qualquer que seja o valor dos alimentos dispensa-se a caução no
Dispensa da caução (art. 521, CPC/2015) cumprimento provisório de sentença.
i) Crédito de natureza alimentar (civil ou decorrente Segunda hipótese de dispensa de caução se o credor demonstrar
do direito de família); de necessidade (art. 521, li, Novo CPC), ou seja, provar a
ii) Que o exequente demonstre estado de imprescindibilidade de satisfação imediata do direito exequendo
necessidade; sob pena de suportar graves danos de difícil ou incerta reparação
iii) Agravo no STF ou STJ; e a sua incapacidade de prestar a caução exigida em lei.
iv) Sentença em conformidade com enunciado de
A dispensa nesse caso independe da origem ou valor do crédito
súmula do STF ou STJ ou acórdão proferido em
exequendo, sendo aplicável em cumprimento provisório de
julgamento de casos repetitivos
sentença independentemente da natureza da obrigação
Caução na Execução Provisória exequenda.
1.1- Função As duas últimas hipóteses de dispensa da caução levam em conta
a grande probabilidade de o título executivo exequendo ser
Sendo o cumprimento de sentença voluntário, a decisão
confirmado de forma definitiva. Ainda que seja possível a
exequenda anulada pode ser ou reformada em razão do
reforma ou a anulação da decisão, entendeu o legislador que as
provimento do recurso interposto contra ela pendente de
chances disso ocorrer são pequenas, de forma que vale a pena
julgamento. Nesse caso a execução provisória terá se mostrado
correr o risco da dispensa da caução.
injusta ou ilegal. Tendo o executado suportado danos, o exequente
será objetivamente responsável por seu ressarcimento, nos
termos do art. 520, I, do Novo CPC.
Cumprimento definitivo de sentença (execução de
A prestação da caução tem por objetivo criar uma garantia em título executivo judicial) – Pagamento de quantia
favor do executado de que tal ressarcimento efetivamente
certa
ocorra.
Trata-se de equilibrar as posições das partes na execução O cumprimento de sentença ou execução fundada em título
provisória, admitindo-se a satisfação do direito do exequente e executivo judicial objetiva a prática de atos materiais de execução
garantindo-se materialmente o ressarcimento de futuro e forçada diante de uma sentença ou outra decisão que preencha
eventual dano indenizável do executado. os requisitos do art. 515, I, do CPC

1.2- Dispensa da Caução 1.2.2. PROCEDIMENTO

O art. 521 do Novo CPC prevê quatro hipóteses de dispensa da a) Início (requerimento). O cumprimento de sentença por quantia
caução, o que não significa que a execução nesses casos se torna certa se inaugura com expresso requerimento do exequente
definitiva. (arts. 513, §§ 1o e 4o, 523 e 524 do CPC/2015). Não se pode
autorizar, sob pena de violação ao art. 2o do CPC, a atuação sem
O título executivo continua a ser provisório, de forma que a provocação do Poder Judiciário.
execução permanece com tal natureza, ainda que a satisfação
do direito do exequente ocorra sem a necessidade de prestação Contudo, as execuções de obrigação de fazer e não fazer e
de caução, exatamente como ocorreria numa execução definitiva entrega de coisa certa ou incerta podem ser instauradas de
ofício (arts. 536, 537 e 538, § 3o, CPC).
A primeira hipótese de dispensa da caução é o cumprimento
provisório de sentença de crédito de natureza alimentar. O cumprimento poderá se dar em vista de:
a) condenação transitada em julgado em sentença;
Nos termos do art. 521, I, CPC, dispensa-se a caução b) decisão de liquidação; ou
independentemente da origem da dívida alimentar. Não c) decisão sobre parcela incontroversa.
Não basta apenas ao credor dar início ao cumprimento de
IMPUGNAÇÃO- O executado poderá apresentar impugnação,
sentença. É necessário que ele apresente demonstrativo de
podendo deduzir as matérias previstas no art. 525, § 1o, do
cálculo com a correção monetária, juros e eventuais
CPC/2015.
descontos para facilitar o pagamento (em caso de
reconhecimento do crédito) ou a impugnação (em caso de A impugnação será apresentada no prazo de quinze dias contados
discussão do quantum debeatur) do transcurso do prazo para pagamento a que aludem os arts.
513, § 2º, e 523 do CPC/2015;
Do requerimento deve constar:
NÃO PAGAMENTO
I – o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de O não pagamento acarretará três consequências nocivas ao
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica executado.
do exequente e do executado, observado o disposto no art. Primeira, sobre o valor do débito incidirá multa de dez por cento.
319, §§ 1º a 3º; II – o índice de correção monetária adotado; Segunda, incidirão honorários igualmente de dez por cento.
III – os juros aplicados e as respectivas taxas; IV – o termo Terceira, autoriza-se a prática de atos executivos (execução
inicial e o termo final dos juros e da correção monetária forçada) com a expedição de mandado de penhora e avaliação
utilizados; V – a periodicidade da capitalização dos juros, se seguindo-se os atos de expropriação
for o caso; VI – especificação dos eventuais descontos
obrigatórios realizados; VII – indicação dos bens passíveis de Multa do art. 523, 1º, do CPC/2015
penhora, sempre que possível.
A instituição da multa foi uma novidade trazida pelo legislador de
REAÇÃO DO EXECUTADO. 2005 e mantida no CPC/2026. O não pagamento da obrigação
no prazo de quinze dias acarreta, de pleno direito, a incidência da
O executado será intimado para pagar no prazo de 15 dias,
multa sobre o executado. Importante ressaltar que a multa tem
prazo esse que corre em dias úteis (Enunciado n. 89 da I
por base de cálculo apenas o valor principal e não os honorários
Jornada de Direito Processual Civil – CJF).
advocatícios (STJ, REsp 1.757.033)
Ao executado assistem algumas possibilidades que gerarão
REQUERIMENTO TARDIO- Se o requerimento for formulado após
efeitos distintos na sua esfera jurídica:
um ano do trânsito em julgado, a intimação ser feita
Pagamento – em havendo pagamento voluntário, encerra-se o necessariamente na pessoa do executado por meio de carta com
processo com a satisfação do crédito. A lei criou sanção premial AR no endereço constante dos autos do processo. Essa exigência
para o caso de pagamento espontâneo. Assim, se houver o decorre do fato de o réu/ executado, provavelmente em virtude
pagamento voluntário da obrigação, não incidirão novos honorários do lapso temporal, não ser mais patrocinado pelo advogado que
na fase de cumprimento (sem prejuízo daqueles estabelecidos na trabalhou na fase de conhecimento. Por isso a intimação deve ser
fase de conhecimento) pessoal.

Pagamento parcial - É possível que o executado proceda ao PROTESTO DA SENTENÇA - Protesto é ato cartorial e solene que
pagamento parcial da obrigação (art. 523, § 2o, CPC/2015). tem por finalidade cientificar e dar publicidade ao inadimplemento
Constitui a aplicação do princípio da proporcionalidade à relação de um título ou outro documento de modo a estimular o
executiva. Como a multa e os honorários incidem sobre o valor da cumprimento pelo devedor.
condenação, amortizando parte dela, a multa proporcionalmente
“art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser
será reduzida e incidirá sobre a diferença do que não foi pago. O
levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o
pagamento será parcial se o executado não tinha condições
prazo para pagamento voluntario previsto no art. 523
suficientes para integralizá-lo no prazo de quinze dias ou quando
o exequente impugnar o valor do depósito e o magistrado acolher
o seu requerimento;
DAÇÃO EM PAGAMENTO- É possível que o executado, em vez de
pagar a dívida no prazo de quinze dias em dinheiro, o faça com
algum bem (móvel ou imóvel).
A despeito de o Código Civil exigir a prévia autorização do credor
(CC, art. 356), e o silêncio do legislador nesse sentido, acredita-se
que constitua um direito subjetivo ao adimplemento o pagamento
por dação.
Tutela específica das obrigações de fazer, não fazer e apresentado ao Judiciário como se não tivesse precisado acessar
entrega de coisa certa ou incerta com base em título o Estado para obtê-lo.
executivo judicial (CPC/2015, ARTS. 497-501 E 536-538) Os arts. 497 e 536 CPC/2015 estabelecem:

1.1. OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER (CPC/2015, ARTS. 497 Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou
E 536) de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela
específica ou determinará providências que assegurem a
1.1.1. Introdução obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
⇾ O equivalente em dinheiro não necessariamente corresponde Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a
ao que o titular do direito postula. Se a obrigação é diversa de
exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá,
dinheiro, o Estado deve proporcionar condições para que se
de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela
conceda a tutela tal qual requerida (in natura).
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
⇾ Para dar vigência a essa premissa é necessário estabelecer
equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do
um sistema que permita o uso de medidas coercitivas de modo a
induzir o devedor no cumprimento da obrigação específica. exequente.
⇾ A legislação deve municiar o magistrado com medidas típicas TUTELA ESPECÍFICA: Obtenção da obrigação tal como ela tivesse
e permissão para medidas atípicas a fim de se obter o resultado sido prestada pelo devedor
pretendido.
⇾ O sistema deve criar um processo de resultados (Chiovenda), RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE: Busca-se alcançar o mesmo
deve buscar respostas diversas para as diferentes situações efeito prático por outras vias executivas
jurídicas de direito apresentadas. PERDAS E DANOS: Obrigações de fazer e não fazer
⇾ Tutela específica constitui um conjunto de medidas que naturalmente infungíveis.
objetivam conceder ao titular de um direito subjetivo exatamente Última opção, salvo se o próprio autor requerer (art. 499, CPC)
aquilo que postulou, como se não precisasse ter buscado o * VALOR: Será apurado na fase de liquidação de sentença
Judiciário, como se tivesse ocorrido o adimplemento.
1.1.2. REGIME JURÍDICO ASTREINTE:
O REGIME JURÍDICO NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER Multa para forçar o cumprimento da obrigação.
É O MESMO Natureza: Coercitiva
* CABE, NESSE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA A IMPUGNAÇÃO Destinatário: O exequente (art. 537, §2º, CPC)
POR PARTE DO DEVEDOR, CONFORME ART. 536, §4º, DO CPC Execução: Pode ser executada, mas se houver reforma o valor
volta para o executado.
Valor: Proporcionalidade = Capacidade Econômica + Gravidade do
Inadimplemento. (O valor da multa pode ultrapassar o valor da
obrigação principal).
Periodicidade: O juiz que determinará.
Adequação da Multa: art. 537, §1º, CPC e pode ser cumulada
(litigância de má-fé)

Mecanismos de efetivação da tutela específica (princípio da


atipicidade dos atos executivos)
* QUESTÃO RELEVANTE É QUANTO O §5º, DO ART. 536, DO CPC Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá,
de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela
Exemplo: Contrato Obrigado a Pintar uma casa
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
NÃO TEM ORIGEM NO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do
exequente.
Exemplo Direito de Vizinhança
1.3.1.2. Tutela específica ou o resultado prático equivalente § 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar,
entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão,
Conforme restou explicitado no item anterior, o objetivo da tutela
a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o
específica é conceder ao postulante a fruição in natura do direito
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, TEM QUE ALEGAR NA FASE DE CONHECIMENTO E O VALOR DA
requisitar o auxílio de força policial. INDENIZAÇÃO SERÁ PAGO AO EXECUTADO NO CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA
1.1.3. Tutela antecipada (CPC/2015, arts. 294 e
seguintes)
O novo CPC subtraiu (corretamente) a tutela antecipada que
vinha prevista no então art. 461, § 3o (CPC/73), para manter na
regra geral das tutelas provisórias (arts. 294 e seguintes), mais
especificamente a tutela provisória de urgência.

Não se justifica conter pedido próprio de antecipação de tutela


nas obrigações específicas (fazer, não fazer e entrega) quando
existe artigo que abrange todas as medidas desprovidas de
medidas de urgência no bojo do próprio diploma legal. Portanto, a
previsão expressa da antecipação de tutela agora se rege pela
regra geral das medidas de urgência, quando necessário.

Contudo, é importante estabelecer que a tutela específica poderá


ser concedida tanto na sentença, na fase recursal ou mesmo por
meio de decisão interlocutória que produzirá efeitos
imediatamente (art. 537, § 3o, CPC). Essa regra vem reforçada
pelo art. 297 do CPC ao estabelecer que “o juiz poderá
determinar as medidas que considerar adequadas para
efetivação da tutela provisória” e seu parágrafo único: “A
efetivação da tutela provisória observará as normas referentes
ao cumprimento provisório da sentença, no que couber”

Cumprimento de sentença das obrigações de entregar


coisa
ART. 538, CPC
OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA INCERTA (GÊNERO E
QUANTIDADE)

PRAZO PARA CUMPRIR A OBRIGAÇÃO: O JUIZ DETERMINARÁ


PRAZO RAZOÁVEL, CASO NÃO CUMPRA, APLICA-SE O ART. 538.
TUTELA ESPECÍFICA:
BEM MÓVEL: Mandado de busca e apreensão
BEM IMÓVEL: Imissão na posse
Obs: Aqui não há que se falar em resultado
prático equivalente.
INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIA E DIRIETO DE RETENÇÃO
ARTIGO 538, §2º, CPC
Título Extrajudicial
1.1. PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR i) como execução de título executivo extrajudicial;
SOLVENTE i ) como execução de sentenças ou decisões interlocutórias
(TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL) cuja formação do título não se deu perante o juízo cível
(sentença ou
Introdução decisão interlocutória estrangeira, sentença arbitral e
sentença penal condenatória – CPC/2015, art. 515, § 1º);
A execução por quantia é instrumento processual que objetiva
i i) como as execuções por quantia de créditos de natureza
proceder à expropriação dos bens do devedor/executado
especial (alimentos, execução fiscal, execução de crédito
para a satisfação do crédito perante o credor/exequente.
hipotecário (Lei n. 5.741/71) e execução contra a Fazenda
Pública).
O vocábulo certo decorrente da “execução por quantia certa”
quer dizer que a prestação se representa em:
Fases
(i) valor monetário e É possível dividir a execução em quatro fases:
(ii) moeda nacional (pois moeda estrangeira só é exequível no
a) Fase postulatória (ou fase de proposição): em que se inicia
Brasil “quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos
com a petição inicial, a citação do executado com as possíveis
pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil foi condutas que ele pode tomar.
indicado como lugar de cumprimento da obrigação” (CC, art.
318, e CPC/2015, art. 784, §§ 2º e 3º). b) Fase instrutória (penhora) em que se identificam e
apreendem os bens sujeitos à expropriação.
A execução por quantia certa fundada em título executivo
extrajudicial mereceu maior cuidado e detalhamento pelo c) Fase da expropriação em que o bem ou bens penhorados
legislador na elaboração de seu procedimento. E isso se deve toma(m) algum destino para se converter em renda, seja por
a, pelo menos, dois fatores: adjudicação, alienação ou apropriação de frutos e rendimentos
de empresa.
a) A execução por quantia é a mais comum (maior a
preocupação do legislador em instaurar uma execução mais d) Fase decisória com o pagamento ao credor e a consequente
sentença declaratória dessa satisfação.
rente à realidade prática possível).
1.1.2. FASE INICIAL (PROPOSIÇÃO)
b) O procedimento de execução por quantia é em regra forma
de execução por sub-rogação (execução direta), modalidade
a) Petição inicial e citação
executiva em que a conduta do executado reveste de menor
b) Honorários
importância já que o Estado deve utilizar meios objetivando o
c) Citação (art. 829, CPC)
desapossamento dos bens do devedor. (Esse tipo de execução
d) Posição do executado
prestigia o “princípio da tipicidade dos atos” e o de que os atos
e) Citação incompleta
executivos são expressamente estabelecidos como um
f) Intimação da penhora
itinerário fixo a ser seguido pelo magistrado e partes no
g) Averbação da execução (CPC/15, art. 828)
sentido da satisfação do crédito).
a) Petição inicial e citação
Havendo patrimônio suficiente, a execução será por quantia
certa contra devedor solvente (arts. 824 e s.).
A fase inicial é desenvolvida em processo autônomo (não fase)
Trata-se de execução para a expropriação de bens e começa com uma petição inicial com todos os requisitos dos
necessários à satisfação dos interesses daquele específico arts. 798 e 799 e no que couber do art. 319 do CPC/2015.
credor. Deverá ser acompanhada do título executivo e o
demonstrativo de débito atualizado. O executado será citado
Dessa forma, a execução como processo autônomo poderá para o pagamento da dívida no prazo de três dias (art. 829,
ser efetivada de três formas: CPC)
Perceba que a execução não é processo vocacionado ao Assim, não há se falar em valoração dos honorários conforme
contraditório motivo pelo qual o executado não é citado para a atividade laborativa empreendida pelo advogado (CPC/2015,
se defender ou comparecer na audiência de mediação e art. 85, § 2º).
conciliação, tal como ocorre no processo de conhecimento. Assim:
Tanto que a não oposição dos embargos não gera revelia. → No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias,
Contudo, dado o possível desconhecimento jurídico do o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
executado, é possível que no mandado conste o prazo de → Se os embargos forem opostos e rejeitados: haverá
quinze dias para que possa opor embargos. majoração para 20% em atenção ao princípio da causalidade.
→ Se não forem opostos embargos: § 2º O valor dos
Sendo a execução processo que objetiva penhorar patrimônio
honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando
do executado, a quem compete essa nomeação?
rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração,
Compete ao exequente a prerrogativa da escolha caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do
preferencialmente. procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho
realizado pelo advogado do exequente.
Contudo, a possibilidade de o executado nomear bens está
condicionada a alguns requisitos específicos e não apenas Da decisão que fixar os honorários caberá agravo de
quando o exequente for omisso. instrumento por se tratar de decisão interlocutória
(CPC/2015, art. 1.015, parágrafo único).
Assim, estabelece o art. 829, § 2º, que “a penhora recairá
sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros c) Citação (art. 829, CPC)
forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante
demonstração de que a constrição proposta lhe será menos
onerosa e não trará prejuízo ao exequente” → Uma primeira questão: o despacho que determina a
citação interrompe a prescrição (CPC/2015, art. 802).
Prazo para pagamento pelo executado: → É realizada por oficial de justiça.
Conforme se verifica do art. 829, expressamente se → Citação ficta também é possível (Enunciado n. 196, STJ).
estabelece que o cômputo do prazo se dá após a efetiva → Possibilidade de citação por hora certa na hipótese de não
citação, independentemente de quando o mandado foi juntado. localização do executado após proceder ao arresto dos seus
bens (art. 830, § 1º) e consequentemente a citação por edital
Art. 829. O executado será citado para pagar a caso essa modalidade se frustre (art. 830, § 2º).
dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
d) Posição do executado
Como ocorre a contagem de prazo no Processo Civil- exclui o O executado ao ser citado pode exercer uma dessas cinco
dia do começo e insere o final. opções:

b) Honorários i) pagamento da dívida- Havendo o pagamento espontâneo da


dívida, e aqui se inclui o valor do principal, juros, correção
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de monetária, custas e honorários advocatícios da parte
plano, os honorários advocatícios de dez por cento, contrária haverá o levantamento do dinheiro encerrando-se
a serem pagos pelo executado. a execução (CPC/2015, art. 924, II).
Pagando de forma espontânea a dívida o executado terá um
O executado apenas se desonera da dívida se houver o benefício, qual seja, a redução pela metade do valor dos
pagamento integral acrescido de custas e honorários honorários (art. 827, §1º)
advocatícios. Os honorários são fixados na execução de
maneira preestabelecida pelo juiz no valor de dez por cento i ) oposição de embargos à execução- Poderá o executado se
(CPC/2015, art. 827). insurgir contra o crédito por meio dos embargos que constitui
modalidade de resposta clássica neste procedimento.
Em recente decisão o STJ estabeleceu que o percentual
Os embargos possuem natureza de ação e não necessitam
mínimo de 10% é impositivo (REsp 1745773).
de garantia do juízo para que sejam opostos, motivo pelo qual
o prazo de quinze dias flui da regra geral prevista no art. 231
do CPC/2015.
i i) pedido de parcelamento judicial- É possível ainda que o § 3º Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo
executado, no prazo dos embargos, proponha um plano de do pagamento, o arresto converter-se-á em
parcelamento da dívida (CPC/2015, art. 916). penhora, independentemente de termo.

iv) ficar inerte- Caso o executado fique inerte, o magistrado f) Intimação da penhora.
vai determinar a expedição de mandado de penhora e A intimação da penhora será feita imediatamente na pessoa
avaliação, autorizando o oficial de justiça (caso o exequente já de seu advogado ou sociedade de advogados (CPC/2015, art.
não tenha indicado) a localizar bens expropriáveis do 841, § 1º)
executado para satisfação do crédito exequendo. O oficial de Não havendo advogado a intimação será pessoal (CPC/2015,
justiça exerce dupla função: procede a penhora e a avaliação art. 841, § 2º), via postal.
do bem (art. 829, § 1º, CPC). Caso o devedor, que mudou de endereço, não comunicar ao
juízo, a intimação no seu antigo endereço reputa-se válida,
v) opor exceção de pré-executividade (ou mera petição para conforme arts. 274, parágrafo único, e 841, § 4º, do
discussão na execução)- Constitui medida judicial de defesa do CPC/2015.
executado fora dos embargos. Seu cabimento era restrito às
matérias de ordem pública. g) Averbação da execução (CPC/2015, art. 828).
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a
e) Citação incompleta. execução foi admitida pelo juiz,
Duas situações fáticas são possíveis quando da diligência do com identificação das partes e do valor da causa, para fins
oficial na procura do devedor e dos bens. Essas duas situações de averbação no registro de
criarão situações processuais distintas e isso porque é imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora,
possível: arresto ou
indisponibilidade.
i- se encontre o executado e não bens
O magistrado deve determinar a suspensão do processo § 1º No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o
(CPC/2015, art. 921, III). exequente deverá comunicar ao juízo as averbações
efetivadas.
Art. 921. Suspende-se a execução: § 2º Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir
III - quando o executado não possuir bens o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10
penhoráveis; (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles
não penhorados.
ii- se encontrar bens, mas não o executado § 3º O juiz determinará o cancelamento das averbações, de
Encontrando bens, mas não o executado, o oficial não poderá ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no
proceder diretamente a penhora. (CPC/2015, art. 830). prazo.
§ 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o oneração de bens efetuada após a averbação.
executado, arrestar- lhe- a tantos bens quantos § 5º O exequente que promover averbação manifestamente
bastem para garantir a execução. indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2º
indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em
§ 1º Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do autos apartados.
arresto, o oficial de justiça procurará o executado
2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita
de ocultação, realizará a citação com hora certa,
certificando pormenorizadamente o ocorrido.
§ 2º Incumbe ao exequente requerer a citação por
edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora
certa. (deverá nomear curador especial (CPC/2015,
art. 72, II, e Súmula 196 do STJ) para eventualmente
opor embargos à execução.
Penhora
• Introdução 1) Prevenção Executiva (processual). Trata-se da
individuação dos bens que serão afetados com a
A penhora é o instrumento que objetiva individualizar quais os penhora. Via de consequência, os demais bens
bens do executado serão destinados ao cumprimento da estarão livres para que possam ser dispostos da
execução. A penhora modifica a situação genérica da maneira que melhor aprouver (oneração ou
execução, até então no plano da mera responsabilidade alienação) ao executado sem que incorra em fraude
patrimonial, para se transformar em situação concreta com à execução;
a apreensão dos bens aptos a satisfazer o crédito
(denominada afetação). 2) Direito de preferência (processual). O mesmo bem
pode ser penhorado diversas vezes em processos
→ A expropriação decorrente da penhora ode ser distintos. Esta situação ocorre quando o executado
satisfativa (dinheiro ou adjudicação) em que é entregue in não possui muitos bens e o bem penhorado possui
natura ao credor, ou liquidativa (outras formas de valor global tal que alcança o valor de todas as
expropriação como a alienação por leilão, v.g..). execuções que nele se procedeu ao gravame. Em
→ Expropriação satisfativa ou adjudicação havendo diversas penhoras, a preferência dos
credores seguirá a ordem cronológica da penhora.
Natureza jurídica da penhora: Esta preferência ultrapassa até mesmo a natureza
do crédito que aqui não se reveste de importância.
➙ Há no Brasil três correntes que objetivam explicar a
3) Desapossamento (material). O executado mantém-
natureza da penhora:
se proprietário do bem. Contudo, perde a sua posse
direta, na medida em que o bem será retirado de
a) penhora como medida cautelar. Para essa corrente a
seu contato. Manterá desta forma apenas a posse
penhora seria uma segurança para salvaguardar bens do
indireta do bem.
executado para a fase de expropriação. Essa corrente,
contudo, não é a mais adequada na medida em que a cautelar
4) Ineficácia de atos de oneração/ alienação (material).
possui finalidade distinta da tutela principal, mesmo que para
O bem penhorado pode ser alienado, pois o
salvaguardá-la;
executado ainda é proprietário.
b) ato executivo. Constitui ato simples da execução cujo
Contudo, a fim de evitar fraude, a venda é ineficaz em relação
objetivo é a individuação e preservação dos bens que
ao credor que ainda mantém direito de sequela sobre o bem
responderão no processo para com a dívida. Este é o
que responde para com a execução da qual está vinculado. A
posicionamento majoritário da doutrina;
penhora deve produzir resultados práticos e concretos.
c) medida híbrida (ora cautelar, ora executiva). Para essa
2.2.2 Efeitos Subjetivos
corrente a penhora seria um ato executivo, mas também
acautelatório. Como este acautelamento é mera consequência
Inegavelmente a penhora produz efeitos para o credor, para
do ato e não integra a sua essência, não há se falar em
o devedor e para terceiros.
natureza exclusivamente cautelar.
a) O credor possui um direito em potencial e um em
• Efeitos da penhora
concreto

2.2.1- Efeitos objetivos Em potencial será o direito que detém ao crédito decorrente
do bem penhorado, podendo adquiri-lo para si (adjudicação),
A penhora produz um efeito principal que é a afetação receber o fruto da venda deste bem (leilão judicial ou alienação
(especificação do bem a ser expropriado) e ao menos quatro por iniciativa particular) ou mesmo usufruir dos rendimentos
efeitos colaterais, sejam eles de natureza material, sem eles do bem penhorado.
de natureza processual:
Em concreto, é o direito de preferência que exerce em b) Com exceção do primeiro item da ordem (dinheiro) a regra
relação aos demais credores quando sua penhora é anterior não é absoluta. O caput do art. 835 utiliza o vocábulo
às eventuais que existam sobre aquele bem. “preferencialmente”. A escolha deverá ser feita com base
em dois vetores importantes e que permeiam toda relação
b) O devedor tem como primeiro e principal efeito o executiva: i) o cumprimento da obrigação; e i ) a menor
desapossamento ou mesmo a mudança na qualidade onerosidade ao executado.
da posse (se for designado como depositário). O
devedor não perde o domínio (que só ocorrerá na O art. 835 do CPC/2015 estabelece a seguinte ordem de
fase de expropriação), mas perderá os direitos de bens sujeitos à penhora:
usar e gozar do bem ou zelar pela sua incolumidade,
já que responde pela sua perda ou deterioração. I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em
instituição financeira;
c) Em relação a terceiros, há três situações em que a II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito
penhora atinge a sua esfera jurídica produzindo Federal com cotação em mercado;
seus regulares efeitos: III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV – veículos de via terrestre;
i) Eficácia erga omnes (se registrada). Assim qualquer terceiro V – bens imóveis;
estará ciente que eventual aquisição do bem penhorado VI – bens móveis em geral;
gerará ineficácia em relação ao processo, mantendo-se o bem VII – semoventes;
vinculado ao processo em que se procedeu ao gravame. VIII – navios e aeronaves;
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
i ) Se o bem penhorado estiver em posse de terceiro X – percentual do faturamento de empresa devedora;
(CPC/2015, art. 845), este deverá acatar a ordem judicial XI – pedras e metais preciosos;
procedendo sua imediata devolução ou cuidando do bem no XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e
caso de se manter como depositário. venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII – outros direitos.
i i) Preconiza o art. 843 do CPC/2015 que, “tratando-se de
penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do Duas questões mais:
coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre
o produto da alienação do bem”. Dessa forma, restará apenas a) Credores com direitos reais. Estabelece o § 3o do art. 835
a venda do bem, com a devolução em dinheiro da meação do CPC/2015: “Na execução de crédito com garantia, a
correspondente ao cônjuge que, justamente por estar fora penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em
do processo, considera-se terceiro. garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será
também esse intimado da penhora”. Portanto os bens com
• Ordem da penhora essas garantias são penhoráveis, condicionada a intimação do
titular desse direito real (arts. 797, I, e 802 do CPC/2015)
O art. 835 do CPC/2015 estabelece uma ordem de treze sob pena de ineficácia da futura alienação
classes de bens sujeitos à penhora que estejam na esfera
patrimonial do executado. Como pode haver diversos bens no b) Cônjuge. O art. 842 dispõe que “recaindo a penhora sobre
patrimônio do executado e sabendo que nem todos serão bem imóvel, será intimado também o cônjuge do executado,
penhorados, a lei optou em criar uma ordem de preferência salvo se forem casados em regime de separação absoluta de
entre eles. bens”. Esta regra guarda simetria com a vênia conjugal que se
exige para alienação ou oneração dessa espécie de bens (CC,
A organização legal dessa classe de bens deve ser constituída art. 1.647). Constitui litisconsórcio necessário (CPC/2015, art.
com base em dois parâmetros: 114). A não intimação gera nulidade

a) A existência de bens da classe anterior exclui a constrição


dos bens da classe subsequente. Esse critério leva em
consideração a facilidade para conversão em dinheiro e o
presumível interesse do mercado.
• Modificações na penhora Essa hipótese de substituição, ao contrário da que se refere
o art.847, não possui prazo estabelecido em lei, o que se
Ampliação: quando o magistrado, após a avaliação, verificar conclui pela ausência de preclusão temporal.
a insuficiência dos bens para integralizar a satisfação do
Pelo exequente- É possível que o exequente requeira a
crédito ou estes bens sofrerem alteração significativa de
mercado (CPC/2015, art. 850). É o denominado reforço de substituição do bem dado em penhora se não preencher
penhora. Nesse caso, de acordo com a lei poderá: a) qualquer requisito do já mencionado art. 848, mas
apreender outros bens para atingir o valor desejado; ou b) especialmente, se o problema não tiver referência com o bem
pedir a substituição por bens de maior valor. (conteúdo) e sim com a formalização da penhora (forma)
(CPC/2015, arts. 848, VII, e 847, §§ 1º e 2º).
Redução da penhora: quando os bens apreendidos são de
Pelo executado- O executado poderá no prazo de dez dias
valor excessivamente maior que o crédito exequendo e
acessórios. Neste caso: (contados da intimação da penhora) requerer
a substituição do bem desde que haja comprovação:
a) poderá o magistrado determinar a liberação de alguns bens;
ou a) que será menos onerosa a sua esfera patrimonial;
b) substituir esses por bens de menor valor, em sendo b) que não traga prejuízo ao exequente; e
possível c) preencha os requisitos formais do art. 847, §§ 1o e 2o, do
(CPC/2015, art. 850). CPC/2015.

Renovação: quando for necessária a realização de outra É dever do executado que requereu a substituição indicar onde
se encontram os bens sujeitos à penhora, bem como exibir
penhora decorrente da mesma execução (CPC/2015, art.
prova de sua propriedade e a certidão de ônus.
851). De acordo com o referido artigo, haverá renovação
quando:
• Efeitos espaciais da penhora
I – A primeira for anulada;
II – Executados os bens, o produto da alienação não bastar a) Bens situados fora do foro:
para o pagamento do exequente;
III – O exequente desistir da primeira penhora, por serem O art. 845, § 2º, do CPC/2015 estabelece que se o devedor
litigiosos os bens, ou por estarem submetidos à constrição não tiver bens no foro do processo, a penhora será feita por
judicial. carta, local em que se procederá à penhora, avaliação e a
alienação.
Substituição: Pelas partes (CPC/2015, art. 848) – Sete
Em dois casos não será necessária a penhora por carta:
hipóteses especificando quando seria possível a substituição
i) nas hipóteses de penhora on-line (CPC/2015, art. 854); e
dos bens penhorados:
i ) nas hipóteses de bem imóvel ou veículos automotores que
poderá ser realizada por termo de penhora nos autos
I – Se não obedecer à ordem legal;
(CPC/2015, art. 845, § 1º) com a apresentação da respectiva
II – Se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato
certidão da matrícula ou de sua existência (no caso de
ou ato judicial para o pagamento;
veículos).
III – se, havendo bens no foro da execução, outros tiverem
sido penhorados;
b) Bens imóveis:
IV – Se, havendo bens livres, a penhora tiver recaído sobre
A penhora de bens imóveis será realizada da mesma forma
bens já penhorados ou objeto de gravame;
que a de bens móveis. Contudo, duas questões são
V – Se incidir sobre bens de baixa liquidez;
importantes:
VI – Se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
VII – se o executado não indicar o valor dos bens ou omitir
(i) deve ser providenciada a averbação em registro imobiliário
qualquer das indicações previstas em lei.
para conhecimento de terceiros. Constitui presunção absoluta
em relação a terceiros que não podem alegar má-fé (art.
844, CPC);
(ii) Conforme dito não será necessária a expedição de carta d) intimação: é necessário à intimação do executado após se
se se tratar de bem imóvel situado em outra comarca. Basta tornar indisponíveis os ativos financeiros. Essa intimação será
que se apresente em juízo a certidão da matrícula do imóvel feita na pessoa de seu advogado e, não havendo,
(independentemente de sua localização) quando a penhora pessoalmente.
será formalizada por termo nos autos (CPC/2015, art. 845,
§ 1º). O executado, uma vez intimado, poderá no prazo de cinco dias:
i) provar a impenhorabilidade dos valores penhorados;
• Penhoras especiais i ) demonstrar o excesso de (futura) penhora.

2.1.3.6.1. Penhora de dinheiro em depósito ou aplicação e- Conversão de indisponibilidade em penhora. Uma vez não
financeira (on-line) - art. 854 CPC apresentados os argumentos do item acima (art. 854, § 3º,
CPC/2015) ou sendo eles rejeitados, o magistrado converterá
Para o sucesso nas execuções pecuniárias e, tendo em vista a indisponibilidade em penhora independentemente de
a responsabilidade patrimonial, é importante que o exequente lavratura de termo. Nesse caso o magistrado comunicará à
tenha ciência de bens ou valores penhoráveis do executado. instituição financeira para que transfira o referido valor para
Não os conhecendo é possível pedir ao juiz que faça essa a conta vinculada do juízo da execução no prazo de 24 horas;
investigação em contas e ativos financeiros do executado.
f- diversidade de contas. É possível o bloqueio de apenas uma
O art. 854 do CPC/2015 regulamentou a penhora por meios conta de esta contiver valor suficiente à satisfação do
eletrônicos, a denominada penhora online. crédito. Mas nada impede que se proceda a bloqueio de
diversas contas até se chegar ao valor necessário.
Dessa forma, para que o exequente verifique a existência de
algum crédito, empreendeu- se um convênio do Banco Central
g- Requerimento. Conforme se depreende do art. 854 do
com o Judiciário (Bacenjud) permitindo que o magistrado
CPC/2015, a penhora online depende de requerimento da
expeça ofício às instituições bancárias por meio físico ou
parte.
eletrônico, sob a supervisão do Banco Central, para que se
determine o bloqueio de valores em contas correntes ou
aplicações financeiras do executado. h- Legitimidade. Apenas o juiz poderá proceder a penhora
online, nunca o oficial (que possui poderes para penhorar bens
Algumas questões importantes: móveis ou imóveis.

a) É realizada por meio eletrônico, em um sistema i-.Remissão da dívida. Caso haja por outra forma o pagamento
chamado Sisbajud (Sistema de busca de ativos do da divida o magistrado determinará imediatamente o
poder judiciário, gerido pela autoridade supervisora cancelamento da indisponibilidade (por meio eletrônico) à
do sistema financeiro nacional (art. 854, § 7º), ao autoridade financeira responsável;
qual tem acesso o juiz, por meio de uma senha j- responsabilidade objetiva- A instituição financeira será
especificamente conferida a ele por essa responsável pelos prejuízos causados ao executado em
autoridade, para esse fim. decorrência do excesso de indisponibilidade e/ou não
cancelamento da indisponibilidade no prazo de vinte e quatro
b) Pelo Sisbajud é possível o bloqueio não só dos valores horas quando determinados pelo juiz.
em conta corrente, mas ainda os ativos mobiliários,
títulos de renda fixa e ações. k) limitação. A penhora on-line encontra limites no § 3º, I, do
art. 854, que reporta implicitamente ao art. 833, § 2º, do
sigilo bancário: Não há quebra de sigilo bancário CPC/2015. Aqui as restrições são de duas ordens:
i) pagamento de prestação alimentícia (independentemente de
c) Limite: O bloqueio se limita ao valor indicado na
sua origem: civil ou familiar). Isso porque trata-se de uma das
execução e o executado não fica sabendo da busca
hipóteses de
de ativos
i ) até cinquenta salários-mínimos mensais. A penhora de
valores na conta-poupança não fica obstada desde que se
mantenha o limite de quarenta salários-mínimos, conforme se
depreende do art. 833, X, do CPC/2015;

l) contra partido político, o juiz, a requerimento do exequente,


determinará às instituições financeiras, por meio de sistema
eletrônico gerido por autoridade supervisora do sistema
bancário, que torne indisponíveis ativos financeiros somente
em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida
executada ou que tenha dado causa à violação de direito ou ao
dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade pelos
atos praticados, na forma da lei”.

m) conta conjunta. A penhora on-line poderá alcançar conta


conjunta. Aliás, é o que ficou decidido pelo STJ:

PENHORA ON-LINE. CONTA CORRENTE CONJUNTA. A Turma


entendeu que é possível a penhora on-line do saldo total de
conta corrente conjunta para garantir a execução fiscal, ainda
que apenas um dos correntistas seja o responsável pelo
pagamento do tributo. Salientou-se que os titulares da conta
são credores solidários dos valores nela depositados,
solidariedade estabelecida pela própria vontade deles no
momento em que optam por essa modalidade de depósito. Com
essas considerações, negou-se provimento ao recurso
especial do ex-marido da devedora, com quem ela mantinha a
conta corrente. Precedente citado do TST: AIRR 229140-
84.2008.5.02.0018, DJe 3-2-201123

n) recurso. Da decisão que deferir ou não deferir a penhora


on-line caberá agravo de instrumento (art. 1.015, parágrafo
único, CPC)
Impenhorabilidades
Tem-se como exemplo o denominado “bem de família
voluntário” (CC, arts. 1.711 e 1.715);

II- Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que


guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado
valor ou que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida

A lei, com carga semântica extremamente indeterminada,


estabelece como exceção dois tipos de bens: a) os de elevado
valor ou b) que ultrapassem as necessidades de um médio
padrão de vida. Ambas necessitam da concreção do
magistrado para que se possa dar correta vigência ao
dispositivo. O item “a” foi criado para facilitar o pagamento,
pois bens de maior valor independem de outros para a
satisfação do crédito. O item “b” merece críticas. A norma
(regras de impenhorabilidade) foi criada para evitar que o
executado seja atingido em sua dignidade.
➝ Preconiza o art. 832 do CPC/2015 que “não estão
sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis III-Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
ou inalienáveis”. executado, salvo se de elevado valor

➝ A impenhorabilidade que recai sobre alguns bens do Mantendo a premissa da dignidade humana, os vestuários e
executado ou terceiros repousa no princípio da dignidade bens de pertence pessoal são igualmente impenhoráveis, salvo
humana no âmbito patrimonial. se de elevado valor. A regra deve ser aplaudida, mas na
prática será extremamente difícil ao oficial constatar roupas
➝ A responsabilidade é patrimonial, todos os bens do de elevado valor ou não. Melhor que a regra incida apenas,
executado respondem pela obrigação, mas, se a sujeição como regra, sobre bens de uso pessoal, como relógios e joias.
desses bens à penhora tolher garantias mínimas do
executado, a constrição fica proibida. O ordenamento IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as
brasileiro estabelece no Código de Processo Civil (arts.833 e remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões,
834) e em legislação específica (v.g., Lei n. 8.009/90 e art. os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
114 da Lei n. 8.213/91) as hipóteses de impenhorabilidade. por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo
A impenhorabilidade não constitui direito indisponível, podendo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º.
a parte renunciar um bem impenhorável, permitindo sua
constrição judicial, ou mesmo estabelecer regra de Os salários e todas as denominações dadas a ele constituem
penhorabilidade ou impenhorabilidade por negócio jurídico regra impenhorável. Os honorários do profissional liberal e os
processual. ganhos do trabalhador autônomo também se enquadram
nessa regra em atenção à isonomia: nem toda remuneração
I- Os bens inalienáveis, por ato voluntário, por ato pelo trabalho prestado decorre de salário, mas serve para a
voluntário, não sujeitos à execução subsistência do executado e de sua família em atenção à sua
dignidade. A natureza alimentar dessa verba justifica sua
A impenhorabilidade pode não decorrer somente da vontade impenhorabilidade.
da lei, mas também da vontade das partes. Assim, os bens
alienados ou doados com cláusula de impenhorabilidade não Somem-se “as quantias recebidas por liberalidade de terceiro
respondem por dívidas. e destinadas ao sustento do devedor e de sua família”.
Independentemente da contraprestação do trabalho, se a
verba se destina, mesmo a título de doação, à subsistência, É necessário provar a relação da aquisição do material com a
insere-se no caráter alimentar previsto na regra. utilização na obra para usufruir da garantia da
impenhorabilidade. Contudo, se a obra for penhorada, os bens
Essa regra não se aplica se a execução for de alimentos, pois também o serão pela regra da acessoriedade. E, ainda, se a
a dignidade humana do alimentante cede passo ao alimentando. cobrança decorrer do próprio crédito para a aquisição do
material (CPC/2015, art. 833, § 1º)
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde
exercício de qualquer profissão do executado que trabalhada pela família

O inciso V guarda estreita referibilidade com o inciso anterior. A exigência é que o imóvel seja pequeno e que seja para o uso
do trabalho da família.
Se o objetivo da lei é proteger o rendimento do trabalhador
por meio do seu salário ou a nomenclatura pertinente, nada É necessário estabelecer objetivamente a pequena
mais intuitivo que proteger da penhorabilidade os instrumentos propriedade rural. Quem o faz é a Lei Federal n. 8.629/93,
necessários ao exercício da profissão. Araken de Assis em seu art. 4º, II, a, que estabelece como pequena
estabelece interessantes limites para que incida a regra da propriedade rural o imóvel que contiver de um a quatro
impenhorabilidade nesse caso: módulos fiscais, conforme estabelecido pelo INCRA.

a) o bem deve ser utilizado com frequência pelo executado e IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas
não apenas de maneira episódica; para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência
social
b) havendo quantidade considerável de bens da mesma
espécie alguns poderão ser levados em penhora; Aqui o direito coletivo (educação, saúde ou assistência social)
prevalece sobre o direito individual do credor. Esta opção,
c) o bem deve ser objeto do trabalho. Assim, um frigobar na independentemente de qualquer conotação constitucional que
sala de reunião do advogado não constitui instrumento de se possa emprestar, decorre de mera escolha político-
profissão; legislativa;

d) por fim, os instrumentos somente serão impenhoráveis se X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o
destinados ao trabalho de subsistência do executado. Se limite de 40 (quarenta) salários mínimos
constitui uma profissão suplementar destinada apenas ao
complemento da renda, cai por terra a cláusula de Estranha opção política do legislador em proteger apenas (e
impenhorabilidade justamente) a caderneta de poupança, justamente um dos
menos rentáveis meios de investimento no mercado. Assim,
IV- Seguro de vida. fica desprotegida e sem o amparo legal qualquer outra forma
de investimento que o devedor opte em aplicar o seu dinheiro.
O seguro de vida possui benefício legal da impenhorabilidade Como proposta para aperfeiçoar a escorreita aplicação da lei,
por dois importantes motivos: o valor de quarenta salários-mínimos decorre da soma total
das poupanças do executado se este tiver mais de uma.
a) não faz parte do patrimônio nem do executado, nem dos Assim, evita fraude daquele que, objetivando se alijar do
herdeiros (CC, art. 794), constitui contrato aleatório pagamento, fragmenta seus investimentos em diversas
carecedor de condição resolutiva; contas poupança para se resguardar da penhora;

b) tem natureza alimentar (e nesse sentido, se assemelha aos XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos, por
dois incisos anteriores), já que com a eventual morte do partido político, nos termos da lei
executado o rendimento do seguro será dirigido aos seus
beneficiários; Supostamente os partidos políticos são entidades que
objetivam trabalhar em prol da sociedade, daí o interesse
VII – os materiais necessários para obras em andamento, público, daí a impenhorabilidade destes recursos. Como se
salvo se estas forem penhoradas trabalha apenas na suposição, há a impenhorabilidade, porque
na teoria os partidos têm finalidade coletiva. Na prática, Pode-se entender a adjudicação como um ato de
contudo, é bem diferente; expropriação em que o bem é transferido para o credor, no
lugar do montante em dinheiro que seria o objeto da
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, execução por quantia certa.
sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução
da obra Pode-se adjudicar qualquer bem, independentemente de sua
natureza, e para que esse procedimento se concretize, são
Constitui o único inciso novo no rol das impenhorabilidades necessários dois requisitos presentes no art. 876, do CPC:
previstas no art. 833. Objetiva proteger a situação financeira
do empreendimento. Em se tratando de incorporação I – requerimento do credor para que ocorra a adjudicação,
imobiliária, estando a obra ainda em andamento, o crédito uma vez que não é obrigado a receber coisa diversa
decorrente de alienação de unidade imobiliária não poderá ser estabelecida na obrigação;
objeto de penhora.
II – o bem não pode ser adquirido por preço inferior ao da
Meios de expropriação avaliação

✓ A adjudicação não pode ocorrer sem que haja a


Concepção geral
manifestação do executado. Assim, após o requerimento do
credor o juiz intimará o executado para se manifestar e
A penhora, como ato de garantia do sucesso da execução,
acompanhar o ato expropriatório.
pretende fazer com que a ação de execução seja bem-
sucedida.
✓ Feita a intimação, com ou sem manifestação o juiz deve
decidir acerca de eventual controvérsia instaurada (art. 877,
Quando a penhora recai sobre dinheiro, imediatamente a dívida
caput).
exequenda é quitada, porquanto basta a entrega do dinheiro
ao credor, exceto, se, na fase de embargos, for concedido
✓ Como o bem não pode ser adquirido por preço inferior ao
efeito suspensivo, que terá que aguardar a decisão dos
da avaliação, se o valor do crédito for inferior ao dos bens,
embargos para que seja satisfeito o credor.
incube ao requerente da adjudicação depositar de imediato a
Sendo os bens penhorados de outra natureza (bens móveis diferença, que ficará à disposição do executado. (art. 876,
ou imóveis), o processo de execução somente se aperfeiçoa §4o, I).
e atinge seu ápice com a adjudicação ou com a realização de
✓ Contudo, se o valor do crédito for superior ao dos bens, a
atos de alienação forçada.
execução prosseguirá pelo saldo remanescente. (art. 876,
A expropriação com que se busca realizar o direito do credor §4º, II, do CPC/2015), realizando-se nova penhora (art. 851,
pode, na sistemática do art. 825 do CPC/15, consistir: II, do CPC/2015).

I – na adjudicação em favor do exequente ou das pessoas ✓ O deferimento do pedido de adjudicação se dá por meio de
indicadas no §5º do art. 876; decisão interlocutória, sendo assim, o recurso para impugnar
II – na alienação por iniciativa particular; tal ato é o agravo de instrumento.
III – na alienação em leilão judicial;
IV – na apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou ✓Após o requerimento para a adjudicação e superadas as
de estabelecimentos e de outros bens. eventuais questões apontadas pelo juiz, este ordenará a
lavratura do auto de adjudicação.
Adjudicação- A adjudicação dos bens penhorados é a
✓O auto deverá ser assinado pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo
primeira das formas de expropriação existentes no escrivão ou pelo chefe de secretaria, assim como pelo
processo de execução, tal modalidade está prevista no art. executado se estiver presente.
825, I, do CPC, e ocorre por meio de requerimento do
credor ou pelas pessoas previstas no §5º do art. 876. ✓Após será expedida carta de adjudicação e o mandado de
imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel, ou a ordem
de entrega quando se tratar de bem móvel
Alienação por Iniciativa Particular e Leilão Judicial
Alienação por iniciativa particular ➝ Não é prazo peremptório

I – CABIMENTO DA ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR III – ESCOLHA DO CORRETOR OU LEILOEIRO PÚBLICO PARA A
ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR
Na escala de preferência legal, a primeira forma de
expropriação dos bens penhorados é a adjudicação Se se recorrer à intermediação profissional, a escolha deverá
(CPC/2015, art. 876). A segunda é a alienação por iniciativa recair sobre corretor ou leiloeiro público não só inscrito no
particular (arts. 879, I e 880). A última é a alienação em leilão órgão específico da classe, mas também inscrito no rol dos
judicial eletrônico ou presencial (arts. 879, II e 881). credenciados pela autoridade judiciária. O sistema de
credenciamento poderá ser regulado por provimentos dos
Para se cogitar da alienação por iniciativa particular, portanto, Tribunais, observando-se, em qualquer caso, o exercício
é necessário que não tenha ocorrido a adjudicação, por mínimo na profissão de três anos. Sistemas eletrônicos de
desinteresse do exequente e dos outros legitimados previstos divulgação e licitação poderão ser incluídos na disciplina traçada
nos §§ 5º e 7º do art. 876. pelos Tribunais (art. 880, § 3º).

O art. 700 do CPC/73 (revogado pela Lei nº 11.382/2006) Adotada a alienação por corretor ou leiloeiro público
somente autorizava a alienação por iniciativa particular nos credenciado, sua comissão, aprovada pelo juiz, incluir-se-á nos
casos de imóveis, a qual deveria sempre realizar-se com a custos processuais da execução a serem suportados pelo
intermediação de corretor inscrito na entidade oficial da executado. Não haverá tal custo, se o exequente se
classe. A sistemática atual do art. 880 é muito mais ampla e encarregar pessoalmente da alienação particular.
flexível, pois: (i) a alienação particular pode referir-se a
qualquer tipo de bem penhorado, e não mais apenas aos IV – O PREÇO MÍNIMO PARA A ALIENAÇÃO POR INICIATIVA
imóveis; e (ii) a operação pode ser feita, ou não, por meio de PARTICULAR
corretor, já que se permite ao exequente assumir, ele
próprio, a tarefa de promover a alienação. Não há na regulamentação legal traçada pelo CPC/2015
dispositivo expresso impondo que a alienação se dê com
➝ Assim como ocorre na penhora, na alienação por si só observância do preço mínimo da avaliação.
não induz a satisfação do crédito do exequente, a satisfação
do crédito só acontece com a entrega do produto É certo que o CPC/2015 não permite que os bens penhorados
sejam alienados por preço vil (art. 891). Contudo, não se pode
➝ Trata-se de alienação forçada, porque ela acontece considerar vil todo preço inferior ao de avaliação. Para que
independente da vontade do devedor isso ocorra, é necessária uma grande discrepância entre o
apurado na avaliação e aquele pelo qual se realizou a venda
II – PROCEDIMENTO judicial. Superando omissão da legislação anterior, o atual
Código define que, em regra, é vil a alienação feita abaixo do
Caberá ao exequente, após renunciar ao direito de adjudicar preço mínimo fixado pelo juiz. Se não houver tal fixação, vil
os bens penhorados pelo valor da avaliação (art. 876), será a arrematação feita por preço inferior a cinquenta por
requerer a alienação na modalidade prevista no art. 880. Em cento do valor da avaliação (art. 891, parágrafo único).
seu requerimento proporá as bases da alienação projetada,
esclarecendo se pretende ele próprio promover os atos Assim, na alienação por iniciativa particular, poderá o juiz
alienatórios, ou se deseja confiá-los à intermediação de um estipular um limite de oscilação de preço que, em
corretor profissional ou leiloeiro público. determinadas condições, seja razoável dentro das cotações
do mercado, sem, obviamente, ensejar permissão de preço
Ao juiz competirá aprovar os termos propostos ou alterá-los, vil.
na medida da conveniência da execução. Assim, ao deferir a
alienação por iniciativa particular, o magistrado definirá: (i) o V – FORMALIZAÇÃO DA ALIENAÇÃO POR INICIATIVA
prazo dentro do qual a alienação deverá ser efetivada ; (ii) a PARTICULAR
forma de publicidade a ser cumprida; (ii ) o preço mínimo; (iv)
as condições de pagamento; e (v) as garantias; e, ainda, (vi) a Esse ato jurídico processual aperfeiçoa-se por meio de termo
comissão de corretagem, se for o caso de interveniência de lavrado nos autos da execução pelo escrivão do feito e
corretor ou leiloeiro público na alienação (art. 880, § 1º) subscrito pelo juiz, pelo exequente e pelo adquirente
(CPC/2015, art. 880, § 2º). A alienação, não obstante
particular, dispensa escritura pública.
O exequente, como é natural, será representado por seu A natureza contratual é incompatível com a arrematação, que
advogado. há de ser entendida como “ato de desapropriação”, ou seja,
como “ato processual de soberania do Estado que, pelo órgão
O adquirente não depende de advogado para participar do ato, judicial, expropria os bens do executado” e transfere, a título
e poderá assiná-lo pessoalmente. oneroso, sua propriedade a terceiro. É típico ato executivo,
portanto, ato de direito público, como é a desapropriação nos
Prevê referido dispositivo que, além das assinaturas outros casos em que o Estado interfere no domínio privado
obrigatórias já referidas, o termo de alienação poderá ser por necessidade ou utilidade pública.
firmado, também, pelo executado, se for presente.
III – ESPÉCIES DE HASTA PÚBLICA E CONTEÚDO DOS EDITAIS
VI – CARTA DE ALIENAÇÃO
A transferência forçada dos bens penhorados, quando
(i) Alienação de bem imóvel- Uma vez formalizado o termo a realizada por meio de hasta pública, admite três variações, na
que alude o § 2º do art. 880 do CPC/2015, expedir-se-á, em sistemática do Código:
favor do adquirente, carta de alienação do imóvel, para ultimar
a transferência da respectiva propriedade no Registro a) O LEILÃO JUDICIAL: regra geral aplicada à alienação de
Imobiliário correspondente. Tal como se passa com a todos os bens penhorados e que pode assumir as formas
adjudicação e a arrematação, há também na alienação por eletrônica ou presencial (CPC/2015, art. 881, caput);
iniciativa particular um título substancial ou material e um título
instrumental ou formal. b) O PREGÃO DA BOLSA DE VALORES: se se tratar de bens
cuja alienação fique a cargo de corretores de bolsa de valores
(ii) Alienação de bem móvel- Quando o bem penhorado for (art. 881, § 2º). Ad instar do que se passa com o leiloeiro (art.
móvel, a alienação não ensejará a expedição de carta. Uma 883), permite-se ao exequente a indicação do corretor da
vez lavrado o termo, expedir-se-á simplesmente mandado de Bolsa de Valores, que irá se encarregar da alienação, e cuja
entrega ao adquirente (art. 880, § 2º, II). profissão se rege pelas resoluções do Banco Central.

Alienação em leilão judicial Qualquer que seja a forma de leilão judicial, o juiz da
execução só adotará essa modalidade expropriatória
I – CONCEITO DE LEILÃO JUDICIAL E ARREMATAÇÃO depois que o exequente tiver se desinteressado da
adjudicação e da alienação por iniciativa particular
Na concepção jurídica, hasta pública (que o CPC/2015 (art. 881, caput).
prefere denominar leilão judicial) é a alienação de bens em
pregão (isto é, em oferta pública) promovida pelo poder III – ESPÉCIES DE HASTA PÚBLICA
público (especialmente pelo poder judiciário, nos casos
disciplinados pelo direito processual civil). Dela se encarrega ✓ o leilão judicial realizar-se-á preferencialmente por meio
um agente especializado, o leiloeiro público. A arrematação, eletrônico. Apenas quando não for possível o leilão eletrônico
termo que se usa frequentemente como sinônimo de hasta é que se utilizará o leilão presencial (art. 882). Observe-se que,
pública, é, com mais adequação, o ato com que se conclui o quando se tratar de negociação em bolsa de valores, o leilão
pregão, adjudicando os bens ao licitante que formulou o melhor eletrônico é a única modalidade possível
lanço.
✓ O art. 883, em regra aplicável também ao corretor de
Na execução por quantia certa a hasta pública é, bolsa, dispõe que a designação do leiloeiro público caberá ao
tecnicamente, o ato de expropriação com que o órgão judicial juiz, podendo a parte indicá-lo. Segundo jurisprudência firmada
efetua, a um dos concorrentes da licitação (o autor do lanço no regime do Código anterior, mas que deverá prevalecer
mais alto), a transferência coativa dos bens penhorados, para a nova lei, a competência para a nomeação do leiloeiro é
mediante recebimento do respectivo preço, ou mediante realmente do juiz. A parte apenas faz uma indicação,
compromisso de resgatá-lo dentro de determinado esquema inexistindo para o juiz a obrigação de homologá-la.
de pagamento.
IV – CONTEÚDO DOS EDITAIS (artigo 886):
II – NATUREZA JURÍDICA
a) a descrição do bem penhorado, com suas características b) realizar o leilão onde se encontrem os bens, ou no lugar
e, tratando-se de imóvel, a situação e divisas com remissão designado pelo juiz (inc. II);
à matrícula e aos registros (inc. I); c)expor aos pretendentes os bens ou as amostras das
b) o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo mercadorias (inc. III);
qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se d)receber e depositar, dentro de um dia, à ordem do juízo, o
for o caso, a comissão do leiloeiro designado (inc. II). No caso produto da alienação (inc. IV);
de título da dívida pública e de títulos negociados em bolsa, o e) prestar contas nos dois dias subsequentes ao depósito (inc.
valor será o da última cotação (art. 886, parágrafo único); V).
c) o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os
semoventes; e tratando-se de crédito ou direitos, a 3 – Remuneração do leiloeiro
identificação dos autos do processo, em que foram
penhorados (inc. III). Essa indicação se justifica para que os Todo leiloeiro faz jus ao recebimento de uma comissão
interessados possam inspecionar os bens e o estado do estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz, que deverá ser paga
processo em que ocorreu a penhora no rosto dos autos; pelo arrematante (art. 884, parágrafo único).

d) o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em Prevê o Decreto-Lei no 21981/1932 que “a taxa da comissão
que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo dos leiloeiros será regulada por convenção escrita que, sobre
presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a todos ou alguns dos efeitos a vender, eles estabelecerem com
hora de sua realização (inc. IV); os comitentes. Em falta de estipulação prévia, regulará a taxa
e) a indicação do local, dia e hora do segundo leilão presencial, de 5% (cinco por cento), sobre moveis, mercadorias, joias e
para a hipótese de não haver interessado no primeiro (inc. outros efeitos e a de 3 % (três por cento), sobre bens
V). Na segunda licitação, “os pretendentes ofertam imóveis de qualquer natureza” (art. 24). E complementa, em
livremente e admitir-se-á a alienação pelo maior lanço, seu parágrafo único, que “os compradores pagarão
respeitado o preço mínimo, mas excluído o preço vil”; obrigatoriamente cinco por cento sobre quaisquer bens
f) a menção da existência de ônus, bem como de recurso ou arrematados”.
causa pendente sobre os bens a serem arrematados (inc.
VI); Já decidiu o STJ que o direito à comissão surge apenas quando
efetivamente realizado o leilão, com a consequente
V – LEILOEIRO PÚBLICO arrematação do bem.

I – Escolha do leiloeiro VII – INTIMAÇÃO DO DEVEDOR

Todo leilão de bem penhorado deve ser realizado por um A ciência do dia, hora e local da alienação judicial é feita por
leiloeiro público (art. 881, § 1º). Em regra, o leiloeiro é designado intermédio do seu advogado, de acordo com o art. 889, I, do
pelo juiz, entre profissionais legalmente habilitados a esse CPC/2015.
mister. A regulamentação da profissão de leiloeiro consta do
Dec. 21.981/1932, e da Lei 4.021/1961. Contudo, sua Além do exequente (na pessoa do seu advogado), deverá, em
indicação poderá ser feita por livre escolha do exequente, nas primeiro lugar, ser intimado da alienação judicial, com pelo
localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público menos cinco dias de antecedência, o executado (também por
credenciado, em exercício profissional há pelo menos três meio do seu advogado). Somente quando não tiver procurador
anos (art. 880, §§ 3º e 4º). A faculdade do exequente de nos autos, é que dita intimação se dará pessoalmente por
indicar o leiloeiro, segundo entendimento do STJ, não vincula o carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo (art.
juiz, já que este pode preferir nomear outro, que julgue mais 889, I).
conveniente. A atividade do leiloeiro é pessoal, não cabendo
delegação a preposto. Ignorado o atual paradeiro do executado, sua cientificação só
se poderá fazer através dos próprios editais da hasta pública:
2 – Deveres do leiloeiro “se o executado for revel e não tiver advogado constituído,
não constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não
Ao leiloeiro público cabem as seguintes providências, previstas sendo ele encontrado no endereço constante do processo, a
no art. 884: intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital de
a) publicar o edital, anunciando a alienação (inc. I); leilão” (parágrafo único do art. 889).
VIII – OUTRAS INTIMAÇÕES X – O LEILÃO JUDICIAL

O art. 889 do CPC/2015 arrola, também, outras pessoas cuja 1- Arrematação


intimação da alienação judicial se faz necessária:
A arrematação faz-se em leilão judicial, que, na forma
I – Outros credores com direito incidente sobre os bens a presencial, consiste no pregão por meio do qual o agente do
leiloar juízo (leiloeiro público) anuncia, publicamente e em alta voz, os
bens a alienar, convocando os interessados a fazer seus
a) O credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou lances. O atual Código estimula a adoção, sempre que possível,
com penhora anteriormente averbada, quando a penhora de leilão por meio eletrônico, recomendando aos tribunais a
recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, edição de disposições complementares sobre o respectivo
de qualquer modo, parte na execução. procedimento (art. 880, § 3º), prevendo, outrossim, que o
leilão será presencial, “não sendo possível a sua realização por
b) Credor com penhora sobre o mesmo bem. meio eletrônico” (art. 882, caput). A regulamentação
específica do leilão eletrônico foi confiada ao Conselho Nacional
Consequência da falta de intimação dos credores de Justiça (art. 882, § 1º).
concorrentes é a nulidade da alienação. Essa medida pode ser
postulada por meio de embargos de terceiro (art. 674, § 2o, Na primeira licitação, as ofertas, em regra, hão de ser
IV) ou por ação autônoma (art. 903, § 4º). Pode ainda ser superiores à avaliação. O CPC/2015, todavia, autoriza a
alegada, incidentalmente, perante o juízo da execução, se fixação de um preço mínimo para a arrematação, que
ainda não expedida a carta para registro do Registro de prevalecerá para a própria primeira licitação, caso não se
Imóveis (art. 903, § 2º). Não pode ser decretada de ofício, encontre interessado em superar o valor estipulado na
nem a requerimento de outrem, como o executado ou algum avaliação (arts. 885 e 886, II). E à medida que os interessados
terceiro interessado. vão formulando seus lances, o pregoeiro os repete em voz
alta para conhecimento de todos. Quando um lance não for
IX – ADIAMENTO DA HASTA PÚBLICA mais superado por outro, estará concluído o leilão judicial,
sendo considerado arrematante o autor da última e maior
O leilão deve realizar-se no horário normal do expediente oferta.
forense. Por isso se os trabalhos alcançarem a noite deverão
ser suspensos para prosseguir no dia seguinte, a partir da Licitante, pois, é o que intervém no leilão (terceiro ou até o
mesma hora em que tiveram início, independentemente de próprio exequente) e faz oferta, por meio de lance, para
novo edital (CPC/2015, art. 900). adquirir o bem penhorado. E arrematante é o licitante autor
do maior lance, ou aquele cuja proposta escrita de aquisição a
Ocorrendo motivo justo que impeça a realização da hasta prazo foi deferida pelo juiz; ou seja, aquele ao qual o juiz
pública na data marcada, como suspensão extraordinária do transfere, através da expropriação executiva o bem
serviço forense, doença súbita do leiloeiro etc., não será penhorado e levado à hasta pública.
necessária a designação em edital de nova praça ou leilão;
bastará que o juiz publique aviso na imprensa local e no órgão 2- Frustração da alienação judicial
oficial, noticiando o adiamento (art. 888).
Na eventualidade de não surgir licitante algum, o primeiro leilão
Se o adiamento tiver motivo em culpa do escrivão, do chefe estará frustrado. Lavrar-se- á auto negativo e aguardar-se-
de secretaria, do porteiro ou do leiloeiro, o culpado ficará á o segundo leilão, cuja designação já terá constado do edital.
responsável pelas despesas da nova publicação, podendo o No novo leilão judicial, a arrematação já não mais estará
juiz, ainda, aplicar-lhe a pena de suspensão por 5 dias a 3 vinculada ao preço de avaliação.
meses, em procedimento administrativo regular (art. 888,
parágrafo único) XI – LEGITIMAÇÃO PARA ARREMATAR

Podem lançar na hasta pública todos que estiverem na livre


administração de seus bens (CPC/2015, art. 890, caput).
Trata-se de negócio jurídico que, obviamente, exige do agente
a necessária capacidade de exercício.
Não podem, assim, licitar, os incapazes, nem aqueles que Ao escrivão caberá juntá-lo aos autos do processo. Não lhe
juridicamente estejam privados da livre administração de seus cabe nem lavrá-lo nem assiná-lo. Apenas procederá à sua
bens como o falido e o insolvente civil. incorporação ao processo, mediante termo de juntada.

Além desses casos, também não é permitido participar da Arrematado o bem imóvel, não é possível ao arrematante
licitação, às seguintes pessoas (art. 890): obter, do juiz da execução, o cancelamento automático de
registros imobiliários e de constrições judiciais ordenadas por
I –Tutores, curadores, testamenteiros, administradores, juízos diversos.
síndicos ou liquidantes, quanto aos bens confiados a sua guarda
e responsabilidade;

II –Mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou


alienação estejam encarregados41;

III –juiz, membro do Ministério Público e da Defensoria Pública,


escrivão, chefe de secretaria e demais servidores e auxiliares
da Justiça,42 em relação aos bens e direitos objeto de
alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a
sua autoridade;

IV –Servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos


direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob
sua administração direta ou indireta;

V –Leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja


venda estejam encarregados;

VI –Advogados de qualquer das partes.

XII – FORMA DE PAGAMENTO DA ARREMATAÇÃO

A arrematação é, normalmente, feita com dinheiro à vista.


Em regra, e salvo pronunciamento judicial diverso, o
pagamento deverá ser realizado de imediato pelo
arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico (art.
892, caput).

O deferimento de prazo para o pagamento do preço da


arrematação é excepcional, e importa exigência de prestação
de caução, que pode ser real ou fidejussória.

XIII – AUTO DE ARREMATAÇÃO

O aperfeiçoamento da arrematação, qualquer que seja a


modalidade de leilão, ocorre com a assinatura do auto
respectivo, que é lavrado pelo agente que houver promovido
a hasta pública, isto é, o leiloeiro público (CPC/2015, art. 903,
caput).

Esse agente encerrará a hasta pública, lavrando o respectivo


auto, que será assinado por ele, pelo arrematante e pelo juiz.

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