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Questão 1: Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 324,

o Supremo Tribunal Federal decidiu pela licitude da terceirização de qualquer

atividade, meio ou fim. O mesmo caminho foi seguido no Recurso

Extraordinário n° 958.252, que permitiu a terceirização das atividades da

empresa Celulose Nipo-Brasileira.

Ambas as decisões foram tomadas sob o argumento de respeito à livre

iniciativa e à valorização social do trabalho, como fundamentos do Estado

Democrático de Direito. É válido destacar, ainda, que, com essas decisões, o

STF foi de encontro ao posicionamento do TST e da súmula 331 deste Tribunal

Superior.

No entanto, em que pesem as razões trazidas à baila pelo eminente

relator, Sr. Ministro Gilmar Mendes, certo é que a própria legislação atacada na

ADPF nº 324, impõe limites à ampliação da terceirização para qualquer

atividade.

Isso se verifica, sem prejuízo de outras, em três hipóteses criadas pela

Lei 13.429/2017, que modificou a Lei 6.019/74, quais sejam: a) a vedação à

utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas constantes no

contrato de prestação de serviços, consoante o art. 2º (na Lei 6.019, parágrafo

primeiro do art. 5º-A); b) a inaplicabilidade dessa Lei e, consequentemente, a

impossibilidade de terceirização, nestes termos, às empresas de vigilância e

transporte de valores, permanecendo as respectivas relações de trabalho

reguladas por legislação especial, e subsidiariamente pela Consolidação das

Leis do Trabalho, de acordo com o art. 2º (na Lei 6.019, art. 19-B); c) a

vedação ao registro e ao funcionamento (por conseguinte, também ao

fornecimento de mão-de-obra, de empresas prestadoras de serviços a terceiros


que não preencham os requisitos objetivos elencados pelo art. 2º (na Lei

6.019/74, art. 4º-B).

Ante o exposto, torna-se evidente que, mesmo na lei que a regula, há

restrições (ou constrangimentos) às possibilidades de terceirização,

contrariando a concepção ínsita no voto do ministro-relator.

Questão 2: A resposta correta será a opção “B”, pois tal situação se adequa

perfeitamente ao que estabelece o artigo 479 da CLT, que estabelece: “Nos

contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,

despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por

metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.” Portanto,

tendo em vista que foi o empregador quem deu causa à extinção do contrato,

caberá a este o pagamento da indenização a que se refere o artigo

anteriormente mencionado.

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