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UNIRIO – Universidade Federal do Estado do

Rio de Janeiro

As primeiras partes
do Poema de
Parmênides.

Nome: Levy de Lima dos Santos


Matrícula: 20211382029
O texto já começa assim:

“Os cavalos que me conduzem levaram-me tão longe quanto meu coração poderia
desejar”¹

O termo utilizado vem do verbo “conduzir”, que tem como significado guiar.
Para onde então poderia ir se não o levassem? Pode o homem conhecer o que
ultrapassa os limites da razão? Algumas perguntas surgem com base nessa primeira
parte do poema. Segundo Parmênides, a verdade acerca do “ser” só poderia ser
atingida por excelência se o ente estiver fora do devir. Fora isso, há uma barreira que
impede que o homem ache este conceito de forma plena. Por isso, o personagem é
“conduzido”, o que dá a se entender que não é capaz de alcançar por si só. A tentativa
do ser humano alcançar o inefável é nula, por isso deve ser entregue por alguém ou
algo. O que o homem pode saber acerca das coisas que ultrapassam os limites da
”physis”? A ferramenta que ele pode usar é a razão.

“Pois deves saber tudo, tanto o coração inabalável da Verdade bem redonda, como as
opiniões dos mortais, em que não há certeza.”²

Há muitas opiniões acerca do Ser, porém não passam de doxa, certeza não há
nos pensamentos do homem. Então, para onde ir? Se o pensamento do homem
imagina, por vias questionáveis, na sua limitação, o que transcende o palpável? E se
houver um limite já antes estabelecido? Quem há de romper isso? Por isso o fato de
lhe ser dito acerca dos únicos caminhos de investigação concebíveis³, mostra a
necessidade de ser dito por algo, pois quem o conduz, nesta metáfora, está fora do
devir, por isso enxerga o que o homem não é capaz de ver.

“Desta via de investigação, eu te afasto; mas também daquela outra, na qual


vagueiam os mortais que nada sabem”.

Não se pode provar que o ser não é. Se não é, não há meios de expressar,
nem mesmo a linguagem. Esse ser não há como diminuir ou acrescentar, imperecível e
não é gerado. A via que levará o homem a saber, e não a confusões é ter como
pressuposto que o ser é. O não-ser não é válido pensar e nem mesmo pode-se pensar
em algo que não é. Sempre existiu e nada provocou seu surgimento. É comparado com
uma esfera redonda, idêntico em todas as partes e compacto àquilo que se é.

Tudo o que pode ser pensado, é. Aquilo que não pode ser pensado, não é. O
que existe é, e não há o não-ser. É vão buscar considerar a hipótese de se rastrear o
que não há, seria uma tolice e perca de tempo. É impossível obter o inverso do ser.
Não há formas de se contradizer acerca do que é, pois, não é possível o ser, ser e não-
ser ao mesmo tempo.

Aquilo que penetra o pensamento humano, há o ser também nisto, pois:

“O mesmo é pensar e o pensamento de que o ser é, pois jamais encontrarás o


pensamento sem o ser, no qual é expressado.”

Pois o fruto do pensamento só é alcançado também pelo ser, pois, como seria pensar
em algo que não é? Totalmente inválido.
Bibliografia:
Fragmento 1. Poema de Parmênides(fragmentos).
Fragmento 2. Poema de Parmênides(fragmentos).
Fragmento 6. Poema de Parmênides(fragmentos).
Fragmento 8. Poema de Parmênides(fragmentos).

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