1) O documento descreve a vida e obra de Apolônio de Tyana, um filósofo neo-pitagórico do século I d.C. que viajou extensivamente ensinando.
2) Apolônio recebeu treinamento filosófico e mágico na Grécia e Oriente Médio e realizou viagens iniciáticas à Índia e Tibete.
3) Sua missão era levar justiça aos oprimidos através de ensinamentos e milagres como curas e ressurreições.
1) O documento descreve a vida e obra de Apolônio de Tyana, um filósofo neo-pitagórico do século I d.C. que viajou extensivamente ensinando.
2) Apolônio recebeu treinamento filosófico e mágico na Grécia e Oriente Médio e realizou viagens iniciáticas à Índia e Tibete.
3) Sua missão era levar justiça aos oprimidos através de ensinamentos e milagres como curas e ressurreições.
1) O documento descreve a vida e obra de Apolônio de Tyana, um filósofo neo-pitagórico do século I d.C. que viajou extensivamente ensinando.
2) Apolônio recebeu treinamento filosófico e mágico na Grécia e Oriente Médio e realizou viagens iniciáticas à Índia e Tibete.
3) Sua missão era levar justiça aos oprimidos através de ensinamentos e milagres como curas e ressurreições.
No ano quatro antes de Cristo, a Lei Divina, em suas
manifestações cíclicas na cidade de Tyana, antigo reino da Ásia Menor e região da Capadócia conhecida como Grécia, foi agraciada com o nascimento de APOLLÔNIO, um fruto sazonado de amor, sabedoria e justiça. Durante um século inteiro, Ele iluminou a Face da Terra, irradiando o poder extraordinário de sua inteligência. Seu nome, no simbolismo da forma, traz consigo uma mensagem oculta mal interpretada em todos os séculos. APOLLÔNIO = APOLLO + IO. Traduz o portador do saber solar no itinerário da evolução das mônadas, consciências ou espíritos encarnados. Um ramo da Árvore dos Avataras que se movimentava em forma de pensamentos iniciáticos. Um aspecto da mesma Consciência Cósmica que vibrou em Krishna, o “Salvador” dos hindus; Em Budha Sidartha, o Gautama príncipe de Kapilavastu, o grande reformador do pensamento religioso da Índia; Em Amenophis IV (Kunaton) o mais perfeito Rei-Sacerdote do velho Egípcio; em Vyasa, o codificador da Vedanta; em Orfeu, o maravilhoso manu dos Celtas; em Jeoshua Bem Pandira, o Cristo redentor da humanidade; em Henrique José de Souza, o fundador da EUBIOSE e em outros; da mesma maneira, também impulsionou aquele Ser que a história universal aponta com o nome de APOLLÔNIO DE TYANA. Há 2.000 anos o Saber Divino foi polarizado em forma de duas pilastras, esteios, colunas ou taças-vivas do Templo de Verdade, por meio das quais o movimento das idéias de Deus, atingiu o seu maior esplendor, como JUSTIÇA e MISECÓRDIA. Eles vivenciaram as duas colunas do Templo de Salomão, tão bem conhecidas no simbolismo das letras maçônicas J e B ou ainda, as palavras esotéricas JAKIM e BOHAZ. Uma divulgando o justo, rigor, legítimo, reto, a virtude de dar a cada um o que merecer; e a outra, o perdão, a caridade, tolerância, renúncia, remissão das faltas ou pecados. Ambas foram unidas pelo poder do amor-sabedoria que vive nas essências de cada coisa, de cada ser. Apollônio e Cristo cumpriram o princípio da mesma Verdade, apenas agindo em tônicas diferentes. O pensamento ocidental de então, dirigido pelo governo de Roma, turvou os fatos da Vida e da Obra do teósofo e neo-pitagórico Apollônio de Tyana, alterando a história-clássica dos seus acontecimentos mais importantes, a fim de que sempre fosse julgado como um dos magos comuns que todos conhecemos. Como tem acontecido com os grandes Iniciados, Ele nasceu envolvido de fatos incomuns, mantidos ocultos com lendas e contos fantásticos, ao mesmo tempo em que a Natureza, através das belezas da forma, do som e da luz, cantava hosanas ao Supremo Criador e Senhor da Inteligência, louvando aquela abençoada Vontade avatárica. Do alto das montanhas até o mar, os altares e santuários mais sagrados e humildes, em suas piras, toscas como douradas, se queimavam incensos aromáticos simples e também mais raros em Cronos, Zéus e Uranos. Os céus do espaço ilimitado em que giram os astros, na linguagem viva dos elementos simbólicos das formas, renderam-lhe uma justa homenagem, enviando um raio fulgurante de raro esplendor, iluminando o firmamento. O país das musas, saudando o arauto do ciclo de Piscis, se rejubilava diante das sublimes vibrações daquela Taça-Viva, flor de Lótus ou filho de Universo. Terminando os conhecimentos que a sua terra natal lhe poderia oferecer, seguiu para Tarso, onde, sob a orientação de Eutídemo, aprendeu a filosofia pitagórica, as ciências fenícias e a magia dos caldeus, embora mais se aprimorasse com estes últimos conhecimentos, com Euxeno de Heráclea. Foi seguindo as doutrinas deste último filósofo que Ele se tornou vegetariano em toda a sua vida, se alimentado apenas com frutas e hortaliças; não usava vinho; suas vestes foram confeccionadas com fibras vegetais; andava sempre descalço e permitia que os cabelos crescessem bastante como foi um costume antes e depois de seu tempo; a barba se desenvolveu em particular no vértice do ângulo do mento, porque o restante da face era imberbe. Foi casto e transmitia uma fisionomia austera, ao mesmo tempo que amorosa, justa e compreensiva. Apresentava um olhar firme, penetrante, clarividente e comunicativo, irradiando um ar de confiança, misturado com algo de estranho, misterioso, místico e sábio. Dotado de uma palavra fácil, eletrizante e convincente, logo depois se transformou num tribuno, ao mesmo tempo que sua fama se popularizava, caminhando pelo resto do mundo dando um exemplo justo, bom e perfeito. Um espontâneo defensor dos injustiçados, capaz de praticar os mais arrojados e difíceis atos de bravura. Sua firmeza e energia de propósitos, mesmo diante do perigo, causava a todos uma coragem estóica. Ele fora um Deus em forma de homem! Iniciou a sua missão de Arauto Peregrino ou cavaleiro andante do pensamento divino, viajando para Panfília, onde durante cinco anos cumpriu o “Silêncio Pitagórico”. Sentindo as suas responsabilidade de Guia e orientador da humanidade, passou a percorrer as cidades mais importantes do mundo conhecido. Portador de uma força magnética incomparável, não lhe era difícil controlar e conduzir as massas, mesmo nos instantes dos protestos e revoltas. Definido e enérgico, igualmente dócil e lhano, sempre fez do seu verbo inflamado uma arma valiosa. Levar a justiça a um povo escravo, humilhado e oprimido foi sua missão essencial, sua alegria de viver. As suas determinações, ao lado de uma persuação inconteste, cheias de verdade, possuíam uma força de Lei. Ninguém discutia as suas ordens e sim as acatavam, obedeciam e procuravam vivenciá-las. Ainda quase como outrora, lamentavelmente, os homens se sentiam felizes quando criavam Leis gerais para o bem-estar da comunidade, porém, bem maiores foram os seus festins, banquetes e honrarias, quando as violavam. Europa, Oriente-Médio, África, Ásia e todas as cidades mais importantes da bacia do Mar Mediterrâneo foram visitadas por Ele. Espanha, Roma, Grécia, Assyria, Babilônia, Caldéia, Egito, Tibet e Mongólia, por todo lugar viajou. Muitas cidades foram marcadas pela memória cósmica de sua Vida e sua Obra com fatos e prodígios memoráveis: Tyana, Eges, Antioquia, Panfília, Éfeso, Roma, Atenas, Lesbos, Nínive, Corinto, Alexandria, Glúmpia e outras. Em Nínive, na Babilônia, encontrou Damis, seu inseparável companheiro e discípulo amado. De lá, ambos seguiram para o “país dos encantos”, a Índia e, percorrendo a Mongólia e o Tibet, atingiram as colinas nevadas do Himalaya. Ao atingirem certo ponto no país das neves, foram recebido com grandes honrarias por um jovem da Fraternidade lamaísta ali situada, causando espanto e surpresa a todos, uma vez que o julgavam um peregrino comum a quantos passam constantemente por aquela cidadela. Ao receber o moço de poucas primaveras, acrescentou Apollônio: Realmente sois verdadeiros sábios, pois demonstram possuir o dom da presciência. Deixando Damis no Mosteiro, Ele seguiu sozinho, alcançando o Templo ao meio dia, quando uma neblina de tonalidade azul embaçava a visão ao redor, divisando à distância uma faixa de luz com várias cores, em forma de um leque maravilhoso. Esclarece, ainda, a tradição oculta, que bem próximo se encontrava uma cratera no chão, deixando escapar uma chama púmblea sem fumaça e sem odor, apresentando duas grandes jarras, a das chuvas e da dos ventos: O poço das provas. Possuidor dos grandes mistérios pitagóricos, foi recebido com grande satisfação e alegria pelos presentes. Os rituais se repetiram até completar o número de sete, sucessivamente. O hierofante, sacerdote, arats e munindras trabalhavam levitados, batendo com as suas varas mágicas no chão. Apollônio já considerando como um Mestre por todos, a tudo assistia sem nada lhe causar admiração. Terminando a sua peregrinação iniciática pelos santuários de mais renome no Oriente, e em particular neste mosteiro, recebeu sete anéis para serem usados em cada um dos dias da semana. Assim foi Ele agraciado com o pomposo título de “Senhor portador dos oito poderes da Yoga”, tão ambicionado por todos os verdadeiros iniciados. No momento justo de obter aquela excelsa recompensa, uma áurea de Luz lhe cingiu a cabeça de modo permanente. Mais ainda lhe foram aumentadas as suas responsabilidades diante dos problemas da humanidade. Assim Ele completou a sua andança pelos santuários e mosteiros e tornou-se um grande iniciado. Deixando o Ganges à direita e o Héfase à esquerda, juntamente com seu guia do Mosteiro, desceu a colina sagrada em procura de Damis e seguiram para o mar. Agradecendo ao hierofante, chefe dos iniciados sarças ou hiarchas (nome que trás consigo um valor mayávico, a raiz que se raspa pelo chão e também uma energia que serpenteia; Bem e Mal juntos), referindo-se aos filósofos da “Mansão dos Sábios”, deixou estes pensamentos: “Por terra vim ter convosco e vós me presenteastes o mar; partilhando comigo a vossa sabedoria, abriste-me o caminho dos céus. Tudo isso contarei aos helenos e me dirigirei a vós como se estivésseis presentes, a menos que eu tenha bebido em vão o licor de Tântalo! Adeus benignos filósofos”...
De regresso à Grécia, deu início mais intensamente à fase de
curar as doenças, quer do corpo como da alma; dos cegos, paralíticos, obsedados, feridas e todos os desequilíbrios psicosomáticos, inclusive a ressuscitação dos mortos, como aconteceu com uma moça em Roma. Suas profecias o tornaram cada vez mais admirado pelo espetacular valor dos seus oráculos e vaticínios: furacão, terremoto, morte de reis e imperadores, principalmente o fim do imperador Flávio Tito Domiciano, em Roma. Em Lesbos, pediu ao chefe dos sacerdotes de Orfeu que o permitisse ser iniciado nos grandes mistérios que ali se praticavam. Diante de uma recusa formal do dirigente das cerimônias, aproveitou a oportunidade para pregar a todos a necessidade do princípio da humildade, ensinando: “Bem sabes porque não queres iniciar-me. Se o dizes, revela-lo-ei: O meu crime é justamente conhecer melhor do que tu o rito da iniciação. Vim pedir-te por um ato de modéstia, submissão e simplicidade, a fim de que passasses por mais sábio do que Eu. Apenas isto”! Diante da verdade de suas afirmações, perplexo e meio atônito, o hierofante declarou, envergonhado, que faria a iniciação desejada. Apollônio, calmo, virando-se para os iniciados ali presentes, apontou um dos sacerdotes mais humildes e disse: este é que irá iniciar- me! O Demiurgo, responsável e revelador das ciências sagradas, deixou para a posteridade um lamentável exemplo de estado de consciência para o cargo que desempenhava. A história hermética memorizou uma lição ou semente eubiótica das mais perfeitas, cujo ensinamento básico exalta o valor do princípio da renúncia esclarecida. Ninguém é ninguém no cumprimento de suas personalidades, na sociedade em que vive. Continuando em sua missão de “cavaleiro andante”, viajou para a cidade de Corinto, onde residia um filósofo de grande renome – Demétrio. Este último, sabendo da chegada de Apollônio, convidou-O para assistir as bodas do casamento de um dos seus discípulos de nome Lucius Menippo. A fama incomum do seu nome, já endeusado, tornou-O a personalidade de maior relevo durante o banquete daquela solenidade. Nos momentos de regozijo, dirigindo-se a Menippo, estabeleceu um diálogo esotérico, franco e objetivo. Indagando, especialmente, por sua esposa, ele resumiu, afirmando que ela é uma moça nascida da Fenícia, encantadora, dotada de inúmeros atributos pessoais, além de ser muita rica e possuidora de vários objetos de raro valor. Esclarecendo ao filósofo, discípulos e aos convidados, disse que aquela mulher relembra os jardins de tântalo que existem e não existem. Complementando o seu pensamento, afirmou: deveis considerar este mundo como sendo um jardim de Tântalo, advertindo-os, mais, que o que vedes não é real. A mulher que aí está é um vampiro, uma lâmia em perseguição constante àqueles a quem escolhe para devorar em seus festins e banquetes. A moça não podendo desmentir tais fatos apontados por Apollônio, terminou confessando ser tudo aquilo verdadeiro e, ato contínuo, desapareceu entre os convidados. Por este acontecimento e outros mais, fora acusado de feiticeiro ou homem de artes diabólicas. Visitou os mais adiantados centros de cultura conhecidos, triunfando sobre os ódios dos mais temidos tiranos, como Pigelino, Nero, Vespasiano e Domiciano, até que o incendiador de Roma, por meio de um decreto, expulsou os filósofos da cidade, obrigando-O a sair. Embora sua Vida e sua Obra fossem eudeusadas com lendas, histórias e contos fantásticos, fazendo justiça, ninguém poderá retirá-lo da excelsa galeria dos maiores Iniciados, encarnações divinas ou deuses em forma de homens. Dentre muitas de suas profecias, uma delas o notabilizou: o gênero da morte do imperador de Roma, Tito Flávio Domiciano, mais tarde confirmado integralmente. Em Éfeso, cidade da Ásia Menor e nas costas da Jônia, quando numa praça pública junto à estátua de Vespasiano, pai de Domiciano, tomando conhecimento de que este último havia condenado à morte três sacerdotisas do colégio dos Vetais, pelo simples crime de haverem quebrado seus votos de castidade, passou a censurá-lo asperamente. Domiciano – 51 – 96 -, completou a série nefasta dos últimos 12 césares da casa de Augusto, selando os seus decretos abomináveis com a ordem de enterrar viva a grande Vestal Cornélia, apenas dizendo que o faria para cumprir a tradição. Recebendo as notícias vindas de Éfeso, ordenou ao Governador da Ásia Menor que decretasse a captura de Apollônio com o título de agitador e inimigo do império de Roma. Tranqüilizando os seus discípulos e o povo, afirmou que não receava as ameaças do poder de Roma e nem temia a sua morte. Ante as intimidações e os prenúncios de castigos e torturas, Demétrio ficou preocupado e apreensivo. Como não havia segredos para Apollônio, dez dias antes da ordem ser emitida de Roma, Ele já se apresentava ao palácio, causando um espanto geral. Ao se avistar com o tirano, ensinou assim dizendo: “Marte é tão meu amigo quanto teu!” Finalmente foi preso e encarcerado para cumprir a cólera do imperador que, acovardado, de tudo receava, acusando-O de conspirador de sua Vida e de seu Governo. Em seguida, seus cabelos foram cortados como também raspada sua barba e enviado para as masmorras. Ao sair da sala de audiências, para que o Bem não se confundisse com o Mal, para que o errado não figurasse com o justo, fez de sua vida um exemplo construtivo, dizendo: “Eu havia me esquecido de que era traição usar cabelos compridos e, se me julgas um feiticeiro, por me mandas por estes grilhões? Se me pões estas algemas, como podes afirmar que Eu seja um bruxo? Domiciano, atrapalhado, retruca: não te soltarei enquanto não te transformares em animal, árvore ou coisa semelhante. Mesmo que Eu pudesse me transformar nessas coisas, não o faria, respondeu Apollônio, pois nunca trairia um homem que, contra toda justiça, se encontra ainda seriamente em perigo. Ficarei como Sou! O imperador ainda confuso lhe interroga: Quem virá defender a tua causa? Calmo, ele responde: O tempo, o espírito dos Deuses e a Sabedoria que me inspira! Nem o imperador e nem os presentes O compreenderam. Ao ser visitado, depois, por Damis, na prisão, acorrentado, ao ser indagado de quando se daria a sua Liberação, Ele respondeu: no que depende do Tribunal, ainda hoje à tarde; mas, no que depende de minha vontade, agora mesmo; e, proferindo estas palavras, as algemas se soltaram de suas mãos. Voltando-se para Damis que assistia a tudo, perplexo, afirmou: vou aguardar que eles me libertem, porque isto acontecerá ainda hoje e, ato contínuo, fez com que os ferros o prendessem novamente, a fim de que se cumprisse os desígnios de sua missão. Tal como dissera, naquele mesmo dia fora solto e passou a aguardar o julgamento definitivo. Como aquela data estivesse muito próxima, avisou a Damis e Demétrio que fossem por terra para Dicearquia, aguardando-O na praia de Calipso, no dia e hora da sentença. Ao ouvir estas recomendações, Damis lhe perguntou: Lá estarás vivo? Ele respondeu: acredito que sim, embora possas pensar que estarei ressuscitado dentre os mortos. Três dias depois, eles chegaram ao local marcado, por terra, quando souberam que um furacão havia destruído as embarcações que para esta cidade se destinavam!... O julgamento se aproximava e todos ansiosos queriam ver o homem que não temia a ira do imperador. Ao penetrar no salão do Júri e convidado a se voltar para o Deus do mundo, Apollônio olhou naturalmente para cima, quando uma grande admiração, numa só voz de “oh” se fez ouvir em todo o Salão, demonstrando pouco interesse pelo julgamento dos homens. Sereno, continuou indiferente a tudo. Feitas as perguntas de costume e consignadas as respostas, fora finalmente absolvido, mas expulso da cidade. Aproveitando a oportunidade que se oferecia, Apollônio aconselhou, advertindo ao Imperador sobre as suas injustiças para com o povo; a decadência em que viviam as cidades; a traição e covardia dos seus seguidores e amigos, mesmo os seus mais íntimos que viviam no palácio; os militares infiltrados nos seus exércitos e tantos outros perigos que o cercavam. Sentindo a gravidade de suas palavras, perguntou se o direito de falar é livre, apesar da democracia já estar estabelecida há 5 séculos na Grécia; se a ordem de sua demolição seria um ato conseqüente, uma vez que nada fariam com a sua alma! Sem qualquer resposta, Apollônio com palavras enfáticas, pronunciou em voz alta: nem mesmo o meu corpo podereis tocar, nem as aguças lanças dos vossos guardas poderão me atingir, porque em verdade, vos digo: Eu sou imortal! Ao proferir estas palavras, desapareceu no meio do Salão, cercado de vigias especiais em todos os lados e curiosos que enchiam as dependências do local. Em data e hora certos, aqueles discípulos caminhavam ao longo da praia de Calipso, apreensivos com a sorte do Mestre que deixaram em Roma, quando ouviram uma voz misteriosa dizendo: Já me tereis! Instantes depois, Apollônio surgiu entre ambos, tornando-os trêmulos, pálidos e assustados, enquanto Demétrio conseguiu tartamudear estas palavras: Mestre, estás vivo ou és apenas um fantasma que nos ilude a visão? Apollônio sabendo que a prova era muito forte para ambos, alegremente levantou as mãos convidando-os a que se certificassem da verdade, afirmando: se tuas mãos encontrarem o vazio, é porque sou um espírito vindo do reino de Prosérpina, mas se verificarem que o meu corpo é tangível e igual ao teu, procure te convencer de que ainda estou vivo e sou senhor de todas as minhas capacidades físicas. Apollônio, transladando-se de Roma para a praia de Calipso, demonstrou a existência do Saber dos Tulkus. Diante de uma prova tão irrefutável, quanto transcendente, emocionados, eles choravam de contentamento, abraçando efusivamente o Mestre que tanto amavam. O imperador que era autoritário e vingativo, fez constar em todas as cidades que Apollônio fora queimado vivo. A verdade, porém, pouco a pouco foi triunfando sobre a mentira e Olímpia foi se tornando cada vez menor para receber os forasteiros que de todos os cantos chegavam para ver o homem-deus. Em 18/setembro/96 cumpriu-se o vaticínio feito por Apollônio. O Imperador Tito Flávio Domiciano, naquela data, fora apunhalado por um escravo imperial liberto, com sete punhaladas, coadjuvado pelos gladiadores, a mandado da imperatriz Domítia. No momento exato do assassinato, Ele discursava nos bosques da Colunata. Em meio à sua peroração fluente, parou alguns instantes, apresentou uma fisionomia sisuda, triste e severa, transfigurando-se e afirmou: concretizou-se a minha previsão sobre o melancólico fim do imperador Domiciano. Segundo Flávius Phylostratas, seu maior historiador, Apollônio viveu cem anos e terminou os seus últimos dias em Éfeso, assistido apenas por dois serviçais, porém outros fatos menos divulgados contam que Ele não terminara sua peregrinação na Face da Terra, assim tão simplesmente. Contam outros que altas horas da noite penetrou no Templo de Diana ou “Dhyâna”, das meditações onde se praticavam os pensamentos contínuos e prolongados, dirigindo-se a um objetivo determinado até unificar-se com o seu EU interno. Era um templo dedicado ao sexto princípio da natureza humana – budhi, a intuição, por isso também chamado templo de Ditina ou dos Daétyas, assuras ou deuses intelectuais. Nele se praticavam os desmembramentos, a volta do filho pródigo à Mansão dos Deuses. Ele fora um dos Tirthankaras, um gigante da força mental, metafísica ou intuitiva, livre do karma humano, um dos Marutas ou filhos de “Déti”, em linguagem esotérica e que regressa ao seio de sua Mãe, a Consciência Universal. Dizem as tradições ocultas que os ferozes cães que guardavam o Santuário, ao avistá-lo, o acariciavam. Alcançando a entrada principal do Templo, o portão se abriu e depois se fechou sozinho. Cânticos e mantrans sagrados foram ouvidos em seguida, enquanto Apollônio deixava a Face da Terra. Como acontece a todos os grandes Iniciados, sua morte foi enfeitada com lendas, contos e histórias extraordinária. Éfeso marcou o palco destes acontecimentos memoráveis, embora outros lugares disputem esta glória. O Templo de Diana foi construído 620 A.C., onde Fítias deixou a marca da beleza de sua arte incomparável, contendo 128 metros de comprimento e 66 metros de largura, sustentado com 122 colunas, resguardando no fundo do salão o Santuário, contendo uma estátua de ouro da deusa Diana. Incendiado em 356 A.C., foi depois reconstituído, somente destruído completamente no ano 263 de nossa era. Assim como Apollônio tanto amou aquele templo, São João pregou o evangelho do Cristo chegando mesmo a residir naquela cidade e São Paulo fez de Éfeso um centro para os seus discursos principais, conforme as epístolas aos cristãos demonstram, e ainda hoje existem as ruínas dos muros dos “Lysimaco”, o teatro onde São Paulo fora preso e encarcerado numa escavação por baixo do Monte Pion, bem próximo do Fórum. A Grécia antiga assombrava o mundo pelo inumerável saber dos seus filhos. Apollônio foi um dos seus exemplos máximos. O colosso de Rhodes, o maior das cem estátuas e uma das sete Maravilhas do Mundo, construída de bronze, com trinta e dois metros de altura (292-280 A.C.), em 222 de nossa Era destruída por um tremor de terra e reconstruída depois pelos Romanos, foi uma demonstração indiscutível do valor incomparável daquela gente. A obra de Phylostratas foi escrita no ano 216 de nossa era, baseada, principalmente, nas cartas de Damis, escritas a pedido de Julia Domna, segunda esposa de Sétimo Severo. Em louvor à sua Obra e à sua Vida, os pagãos lhe dedicaram templos, estátuas e santuários, pretendendo superar os milagres deixados pelo Cristo, como se houvesse uma disputa pela glória das missões apresentadas. Apollônio não fora um Mago comum, como muitos historiadores acharam por bem assim classificá-lo. Antes de tudo, Ele fora um teósofo, um sábio e viveu a vida do Espírito. Adotava a existência de um Deus Supremo em forma de Consciência Universal e da qual todas as divindades lhe são subordinadas, não permitindo fazer oferendas e muito menos tolerar qualquer dos tipos de sacrifícios. Incompreendido por muitos, vemo-lo citado como sendo uma expressão do pensamento pagão e endeusado pelos que combateram o cristianismo, como observamos Vesipo, comentando a Vida e Obra de Aureliano. Calígula dedicou um Templo a Apollônio, e Alexandre Severo o entronizou no seu larário, juntamente com Jesus, o Cristo, Abraão, Alexandre Magno e Orfeu. Sempre defendeu uma moral elevada e perfeita, emoldurada pela verdade e justiça, às vezes se mostrando com as aparências de absurdo, confuso, enigmático e mesmo misterioso, porque o valor de sua Obra vem rompendo as barreiras dos séculos e milênios. Justino, o Mártir, meditando sobre Apollônio, perguntava consigo mesmo e repetidamente: por que Ele fora mais exuberante que Jesus, o Cristo, dominando o seu corpo como também as forças vivas ou elementos da natureza, curando os doentes, dando visão aos cegos, marcha aos paralíticos e também como o Nazareno, ressuscitando os Mortos? O fato ocorrido na praia de Calipso marcou um testemunho histórico e invulgar, com o qual caracterizou a existência dos seus tulkus, uma forma criada por processos mágicos, onde se reflete o poder da vontade do seu criador, embora no “folk-lore” ocidental, seja classificado como “bi-corporeidade”. Fato semelhante aconteceu quando Santo Antônio, no momento em que pregava na cidade de Pádua, socorria seu pai em Espanha, sendo julgado pelos inquisidores. Quando Cagliostro substituía São Germano, e Honorato representava o Prof. Henrique, etc., etc., Casos jina!... Muitos historiadores sustentam que o Jesus crucificado não foi uma personagem natural, mas sim um “fantasma”, criado especialmente para cumprir a vontade da Lei, assim com o Buda também criou um “fantasma” de si mesmo para cumprir a função do Buda histórico. Nos momentos mais difíceis ou cruciantes, os Mestres ou protetores permitem que as forças mentais resolvam sozinhas as suas missões, como ocorreu com Jeoshua Bem Pandira quando se sentiu abandonado por seu Pai, exclamando:
Elli, Elli, Lama sabacktami!
Vapisco, Térocles, Damis, Demétrio, Phylostratas e outros
divulgaram os feitos do sábio de Tyana, apontando-O como sendo o maior dos Iniciados da sua época. No conceito profano da história, não sendo Ele uma expansão do pensamento cristão, forçosamente envolvido pelo saber obscurantista dos homens, foi um pagão. O valor da Vida e da Obra de Apollônio crescem à proporção que os séculos se sucedem. Os acontecimentos com Ele relacionados e postos em dúvida, como referenciaram Porfírio e Jâmblico, só bem mais tarde foram aceitos como fatos considerados verdadeiros. No mundo do conhecimento oculto, a sua Vida e a sua Obra têm sido discutidas, principalmente em suas atividades apreciadas fora do karma humano. Tantos estes acontecimentos espetaculares influíram certos historiadores que, lamentavelmente, O julgaram possuir poderes divinos superiores aos do próprio Cristo. Em verdade, apenas as funções os separavam. O Cristo, preparando o advento da vinda do novo Avatara, Maytreia, há 2.000 anos, tudo fez para salvar o ciclo de Piscis que foi bem o Seu, chegando a se dar em holocausto pelo amor da humanidade, dizendo:
“Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem”.
Na mesma época, Apollônio complementando, cumpria uma
missão diferente, livre do karma humano. Como força mental, realizava um trabalho tirthankara, usando os oito poderes que a Yoga confere aos adeptos independentes, esclarecendo as dúvidas, pregando as verdades divinas. Dotado de uma consciência escolhida, cheia de autonomia, agiu semelhantemente àquele grupo de adeptos que desde a queda da Atlântida vem se manifestando na Face da Terra completamente livres e descendentes das primeiras hierarquias criadoras. Sua missão maior não foi morrer pelos homens, mas sim, viver por eles, dentro das dimensões ilimitadas das forças cabalísticas do 7 x 7 ou 49 fogos de kundalini. Este ângulo de sua vida muito esclarece as razões do seu comportamento polimorfo, eclético, universal e livre, independente da moldura criada pelas religiões anímicas, egoísticas e sustentadas pelo “bezerro de ouro”. Ele fora simplesmente verdade, amor e justiça, a Lei substanciada em forma de homem, tanto contemplando Deus em forma da Cabeça de Íbis, como também egoisticamente, antropoformizada, para atender à época pisco-somática do seu povo que não poderia senti-LO diferente. Assim como Tróia foi ressuscitada por Schliemann e, há apenas um século, aproximadamente, foi redescoberta Pompéia, porque tudo apenas existia em forma de lendas, também Apollônio de Tyana pouco a pouco vem surgindo para o mundo profano como algo novo e colocado no justo lugar da excelsa galeria dos grandes Avataras ou encarnações divinas. Sintonizando com as suas irradiações cósmicas, concluímos que a mesma consciência que vibrou em Kunaton fazendo substituir o falcão heráldico do antigo Egito pelo Sol, para representar Deus, da mesma maneira agiu em Apollônio para cumprir a sua gloriosa missão. Apreciar e julgar o valor das expansões daqueles dois Avataras no início do ciclo de Piscis, é improdutivo e injusto. Para os estudiosos de assuntos esotéricos, eles sempre se apresentaram com o aspecto de saber antecipado. Os homens de hoje melhor compreendem quanto foi difícil entende-lo naquele tempo. Somente agora estas verdades estão sendo reconhecidas pelos historiadores. Ele fora um Iluminado, um sol maravilhoso, equivalente ao Cristo. Uma das colunas básica do Templo da Verdade, um instrumento da Lei Justa, tanto reconhecida quanto citada no Bagavad-Gita.
“Todas as vezes, oh! filho de Bharata, que Dharma declina e
adharma se levanta, Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus. Para o restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga!”
O importante é reconhecer que Ele fora uma manifestação divina
posta em movimento no mundo dos homens. Um Titã semelhante ao Prometeu mitológico grego e recebido como herança da velha Índia, que roubou o fogo sagrado do céu – a inteligência, o saber eterno. Com o poder de suas palavras magnetizadas, discurso após discurso, fala após fala, Ele atritava ou friccionava as mentes, semelhante à grande swática bramânica que, com seu pramantha, produzia o fogo serpentino, semeando o conhecimento do futuro, enchendo de Luz, desde os templos e santuários mais sagrados às praças públicas ensolaradas, bosques e montes. Ele fora um instrumento da oitava esfera ou causa das causas, que renasceu no iniciar do ciclo que termina, em forma de homem e, vibrava em cada coisa, ser ou átomo do mundo manifestado, tanto fundando ou despertando cidades, escolas, templos, santuários, leis e as consciências entorpecidas. Fora um veículo da vontade do Eterno que na Face da Terra se notabilizou como uma personalidade que lutava constantemente contra todas as injustiças de sua época. Um constante pregador de amor- sabedoria, da filosofia mais pura, da mística mais perfeita; uma energia vigilante contra o fanatismo de todas as religiões alimentadas pelas mentes impúberes, ainda existentes nos nossos dias. As mesmas trevas da religião judaica que asfixiaram o Cristo e vilipendiaram a sua memória durante um ciclo inteiro, também deturparam a Vida e a Obra de Apollônio de Tyana, tentando transformá-lo num Mago vulgar. Aquela mesma consciência cósmica que agiu polarizando-se em Jesus e Apollônio há 2.000 anos, agora, em pleno século XX, manifestou- se em nosso país em forma diferente: surgiu com dois Gêmeos Espirituais ou Devapís e do qual a História Iniciática das Idades muito tem escrito, desde a queda da Atlântida. A Vida e a Obra desses dois Seres, no Brasil e no mundo, em prol da evolução do gênero humano, somente num futuro distante poderá ser considerada e avaliada com justiça pela humanidade. Como idéias novas ou sementes para Aquárius, JHS (Henrique José de Souza) deixou para o homem de amanhã uma filosofia e ciência práticas: a EUBIOSE. Como Colégio Iniciático: a Sociedade Brasileira de Eubiose. Entre os restos de um “ciclo apodrecido e gasto” que desaparece e o alvorecer de um novo Governo Espiritual para o mundo, em forma do “Novíssimo Pramantha a Luzir”, a SBE se manifesta como um interregno entre o passado e o futuro, Piscis e Aquarius, Jeoshua Ben Pandira e Maytreia Budha, os sofrimentos ou dores e o reino da paz, amor, concórdia e justiça. O Kalki Avatara de Vishnu, cavalgando o seu corcel branco, na qualidade do Cristo-Síntese, surgirá irradiando a quinta consciência para reinar os destinos da Sociedade do futuro, fazendo da Serra do Roncador - centro oeste do Brasil – e seu epicentro de onde irradiará para o nosso país e o resto do mundo a felicidade espiritual que tanto sonhamos. A antropologia ortodoxa, nas concepções monogênicas das hierarquias criadoras conceituou que a origem da família humana provém de uma parelha inicial, cujos nomes simbólicos a Bíblia veladamente aponta Adão e Eva. Os Avataras integrais, “anupadaka”, são uma expressão direta ou vertical da Consciência Cósmica, vinda do 2º Trono ou Logos e com ele se sintonizam em planos ou dimensões vibratórias. Apollônio de Tyana, como aconteceu aos outros Avataras da mesma linha evolutiva, fez do pensamento divino a manifestação de si mesmo, harmonizando-se com o meio cósmico, razão porque as suas origens continuam sendo um dos maiores mistérios dos sistemas religiosos. É inútil analisar o manancial de suas origens, embora as aparências nos mostrem relativamente bem fácil no entendimento profano. Há 2.000 anos o mundo foi engalanado com festas as mais variadas em todos os cantos. Também no ano 2.005 acontecerá uma alegria universal semelhante, porém bem mais esplendorosa, porque a Face da Terra começa a receber a sabedoria que integra o homem com o Todo. Nesta data, o Livro da Vida anotará a sua página dourada, descrevendo a entrega do Centro de Comando do Governo Espiritual do Mundo para as mãos do novo Avatara – MAYTREIA – o último Avatara de Vishnu. Numa sublime evocação, exaltamos aquela parelha de encarnação divina do passado longínquo com toda aquela plêiade de consciências que vêm funcionando no aprimoramento das mônadas de Piscis, em forma de arhats, yokanans, adeptos, mahatmas, gurus, mestres e todos os obreiros da Lei Justa que constroem o Edifício da Espiritualidade na Face da Terra. Vivenciando a filosofia Akbelina – EUBIOSE – no alvorecer do terceiro milênio, havemos de realizar a maior de todas as eucaristias, afirmando: Vós viestes e nós Vos saudamos, Divino Maytreia, cantando mantrans à exaltação da mônada vitoriosa! Salve o Mago transformador das mentes que há 2.000 anos sacudiu as criaturas do Ciclo de Piscis, com o nome de Apollônio de Tyana. Salve a Vida e Obra dos Gêmeos Espirituais, que neste final de século adiantaram de mil anos o nosso progresso e fundaram a filosofia e ciência do futuro, integrando o homem com o Todo: EUBIOSE