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TELHAMENTO/TROLHAMENTO
Imperatriz-MA
06/03/2023
A∴G∴D∴G∴A∴D∴U∴
Grande Oriente do Brasil
Grande Oriente do Brasil no Maranhão
Aug∴ e Resp∴ Loj∴ Sim∴ “Seareiros da Luz, nº 3222”
TELHAMENTO/TROLHAMENTO
Imperatriz-MA
15/03/2023
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A∴G∴D∴G∴A∴D∴U∴
Grande Oriente do Brasil
Grande Oriente do Brasil no Maranhão
Aug∴ e Resp∴ Loj∴ Sim∴ “Seareiros da Luz, nº 3222”
RESUMO
INTRODUÇÃO
Após a passagem pelo ritual de iniciação, uma das primeiras palavras que
aprendemos a utilizar de imediato, é o termo “goteira”, embora a finalidade do uso deste
termo e a real compreensão do seu significado simbólico para a Maçonaria não seja bem
explicada ao Aprendiz.
Tomemos como exemplo uma casa, que, quando o telhado apresenta defeitos
(telhas muito afastadas ou não alinhadas) em meio a uma chuva, a pior consequência é a
ocorrência de goteiras.
Em situações nas quais as conversas requeiram a utilização de termos próprios da
Ordem, os diálogos devem ocorrer entre os irmãos tomando-se o cuidado de verificar se
da conversa participam apenas maçons. Em havendo ali pessoas estranhas à Ordem, o
termo “goteira” costuma ser utilizado para alertar os irmãos da presença de profanos
entre Maçons.
Em outras palavras, o termo ‘goteira’ e as expressões ‘há goteira’, ou ‘está
chovendo’, são utilizadas para alertar de que naquele local ou momento não há ‘cobertura’
para tratar de assuntos maçônicos.
Nesse contexto, proteger os segredos da Ordem implica, entre outras coisas,
garantir que há ‘cobertura’ também no ambiente do templo maçônico. E o processo pelo
qual se verifica se há profano, ou ainda, se permita a entrada no templo, de um irmão que
não seja conhecido, é pelo TELHAMENTO/TROLHAMENTO.
Nos itens seguintes, discorreremos sobre as origens dos termos, sua utilização
prática como “Exame”, “Questionário” ou ainda “Catecismo” de proficiência do grau, nas
lojas maçônicas.
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Grande Oriente do Brasil
Grande Oriente do Brasil no Maranhão
Aug∴ e Resp∴ Loj∴ Sim∴ “Seareiros da Luz, nº 3222”
2. ETIMOLOGIA
Antes, convém esclarecer que tanto telhamento quanto trolhamento são termos
não usuais na maçonaria anglo-saxónica. Também os rituais americanos e alemães não
preveem um exame em visitantes. O que está contido nesses rituais (inglês, americano e
alemão) é apenas “O Exame”, “O Questionário” ou ainda “O Catecismo” de proficiência do
grau.
2.1 A origem inglesa: Ante a ausência dos termos telhamento e/ou trolhamento,
tomemos como ponto de partida o cargo de cobridor – Tiler ou Tyler, à luz de alguns
dicionários ingleses.
De acordo com o dicionário Webster, “Tiler (Til.er) pode significar: 1. um homem
cuja ocupação é cobrir um edifício com telhas; 2. um porteiro ou anfitrião numa Loja
Maçónica.”
Segundo o dicionário Cambridge, “Tiler representa: uma pessoa que corrige (ou
fixa) as telhas de uma superfície”.
Tiler vem de ‘tile’ e, conforme o dicionário Webster, significa: “1. Proteger uma
Loja Maçônica de intrusos não iniciados; 2. Um prato ou pedaço fino de barro, usado para
cobrir os telhados dos edifícios (ou seja, uma telha).”
Sendo o Cobridor (Tiler) responsável pela cobertura da Loja (Tile = Telha), e
sendo este aquele que faz a colocação ou correção de telhas em uma cobertura, seria
correto utilizarmos o termo Telhamento.
Sendo a trolha (Trowel) uma ferramenta usada pelos pedreiros operativos para
espalhar a argamassa entre as pedras, não caberia usar Trolhamento, uma vez que, em
inglês, em nada se relaciona com função do cobridor.
2.2 A origem alemã: Nos rituais alemães (Rito Schröder, por exemplo), não existe
o termo ‘trolhar’ e ‘trolha’ refere-se à cobertura da Loja - alusivo ao guarda do templo
(Türhüter): Porteiro ou Guardião da porta.
2.3 A origem francesa: Apesar do termo ‘Escocês’ no REAA, quanto ao simbolismo,
trata-se de um rito de procedência francesa e, os rituais praticados na França adotam os
termos Tuilleur ou Thuileur, para o cargo de Cobridor e Tuiler ou Thuiler para o exame
feito aos visitantes.
No dicionário Michaelis encontramos que Tuile/Thuiler significa Telha, enquanto
a palavra Tuiler, por sua vez, denota telhamento. Isto evidencia que
Tuilleur/Thuileur refere-se a Telhador (Cobridor).
Ressalta-se que o Cobridor não é o responsável pelo exame aos visitantes – ele
apenas verifica se a Loja está coberta.
2.4 A origem portuguesa e a práxis brasileira
Dentre os vários ritos praticados no Brasil, há uma evidente predominância do Rito
Escocês Antigo e Aceito (REAA), o mesmo rito concebido na Europa e que, quanto ao
simbolismo, procede da França e é praticado também em Portugal.
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3. TELHAMENTO/TROLHAMENTO NA PRÁTICA
finalmente, para confirmar se possui o Grau adequado ao da Sessão que está ocorrendo
ou que vai iniciar.
Depreende-se, portanto, que: se aplicado ao ato de examinar a condição regular de
maçom, o termo “trolhamento” estará sendo aplicado de forma equivocada, tendo em
vista que toda edificação é protegida do mundo exterior pelo seu telhado.
Castellani finaliza afirmando que “trolhar significa passar a trolha (colher de
pedreiro), [...], objetivando alisar a massa aplicada, de forma a aparar as arestas”.
Portanto, para fins maçônicos, passar a ‘trolha’ ou ‘trolhar’ pode significar
apaziguar as discussões acaloradas entre Maçons, ‘aparando e alisando as arestas’.
Nicola Aslan explica também que trolhar,
Aslan afirma ainda que “se isso ocorre em uma Loja, o Venerável Mestre deve se
inteirar do que está ocorrendo e “trolhar” os envolvidos. Por isso que, na Inglaterra, o
Símbolo com o formato de uma “colher de pedreiro” é usado pelos Mestres Instalados”.
À luz das pesquisas realizadas, foi observado que entre os vários ritos praticados
no Brasil, não há um consenso quanto a adotar como exclusivamente correto um ou outro
termo.
Para fins didáticos e buscando dar consonância entre o presente trabalho e o Rito
praticado pelo autor, tomou-se para análise as vertentes que adotam como correto o
termo ‘telhamento’, o que pode ser conferido no subitem a seguir.
3.1 O que diz o Ritual de Aprendiz-Maçom – Rito Adonhiramita
Neste subitem abordaremos sobre o ‘telhamento’ e sua aplicação prática no Rito
Adonhiramita, à luz do Ritual de Aprendiz-Maçom, também conhecido e doravante citado
como ‘Manual do Aprendiz’.
No Rito Adonhiramita há duas situações em que o Cobridor Externo pode proceder
o exame de qualidade maçônica:
a) no telhamento de um visitante (conforme detalhado nas pg. 48 a 50); e
b) no ingresso no templo após o início dos trabalhos (pg. 51 a 53).
Sobre o telhamento de um visitante, diz o Ritual que:
análise do termo ‘trolhamento’, embora este termo tenha sua finalidade explicitada no
universo maçônico.
De forma clara e com o objetivo de bem instruir os aprendizes, são detalhados
todos os passos do telhamento, desde a apresentação pessoal do visitante, na “Sal∴ dos
PPas∴ PPerd∴ ao Cobr∴ Ext∴”, passando pelo encaminhamento do visitante ao “1º Exp∴
(Ir∴ Terr∴, que se encontra no átrio”. (Manual do Aprendiz, Pg. 48).
Considerando a diversidade de ritos existentes no Brasil, a pluralidade de sinais,
toques e palavras próprias de cada rito e a fim de que o telhamento seja realizado com
base naquele praticado pelo visitante, antes lhe é indagado sobre o Rito praticado pela
Loja a que pertence.
Passo seguinte, conforme explicado na Pg. 48 do Manual do Aprendiz: “No átrio, a
fim de verificar se o visit∴ é um bom, legítimo e fiel Ir∴ Adonhiramita, o Ir∴ 1º Exp∴ efetua
o Telham∴ perguntando-lhe”.
1º EXP∴ - Sois Maç∴?
IR∴ - Todos os mm∴ AAm∴ IIr∴ c∴ t∴ m∴ r∴.
1º EXP∴ - De onde vindes?
IR∴ - De uma Loj∴ de São João.
1º EXP∴ - Que trazeis?
IR∴ - Amizade, Paz e votos de Prosperidade a todos os meus AAm∴ IIr∴.
1º EXP∴ - Nada mais trazeis?
IR∴ - O Ven∴ Mestr∴ de minha Loj∴ v∴ s∴ p∴ t∴ vv∴ t∴ (Ao dizer isso faz,
simultaneamente, o Sin∴ de Saud∴ por três vezes) .
1º EXP∴ - Que se faz em vossa Loj∴?
IR∴ - Levantam-se TTempl∴ à virtude e cavam-se masmorras ao vício.
1º EXP∴ - Que vindes aqui fazer?
IR∴ - Vencer minhas Paixões, submeter minha vontade e fazer novos
progressos na Maçon∴.
(Manual do Aprendiz, Pg. 49).
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Ven∴ Mestr∴ dá-lhe as boas-vindas desejando que a Aug∴ Loj∴ seja para ele uma
habitação de harmonia, paz e concórdia.
A formalidade se completa com a determinação do Ven∴ Mestr∴ ao Mestre de
Cerimônia para conduzir o visitante ou irmão retardatário ao altar do Chanceler para a
devida gravação do Ne Varietur 1 no Livro de Presença e em seguida ao lugar que lhe
compete.
No tópico seguinte, à guisa de ‘conclusão’, cada uma das vertentes exploradas à luz
das pesquisas será pontuada conforme as impressões pessoais do autor. Passemos então
às considerações finais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Locução Latina que no universo maçônico significa: “Assinatura de próprio punho do maçom”.
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Aug∴ e Resp∴ Loj∴ Sim∴ “Seareiros da Luz, nº 3222”
Não foram encontradas fontes que indicassem por qual justificativa o Rito
Adonhiramita (conforme referência direta constante do Manual do Aprendiz) tenha
optado pela utilização do termo ‘telhamento’.
Ante a esta constatação e acostando-nos mais às raízes escocesas, voltemo-nos ao
fato de que os termos ‘telhamento’ e ‘exame’, embora não sejam sinônimos, tem sentidos
e raízes semânticas muito próximas. Nessa linha de raciocínio, o ‘telhamento’ (tiling) seria
proceder um exame (de proficiência do grau) em todos os irmãos presentes na loja, antes
da abertura dos trabalhos.
De forma análoga, o exame (examination) consistiria em solicitar o toque e a
palavra àquele suspeito de não ser maçom, exigindo respostas a algumas perguntas
referentes ao rito por ele informado.
Em suma e como forma de acolhimento do termo para fins didáticos, partilhamos
do entendimento de que o termo ‘trolhamento’ (no sentido de passar a trolha), seja
utilizado apenas com a única finalidade de nos referirmos ao ato de ‘apaziguar ânimos
exaltados’ e/ou, ‘nivelar divergências’ pela busca do consenso, fazendo reinar a paz entre
os irmãos maçons.
BIBLIOGRAFIA