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Os 100 livros essenciais da literatura

mundial

1. Ilíada, de Homero
"Aira, Deusa, celebra do Peleio Aquiles
o irado desvario, que aos Aqueus tantas
penas trouxe, e incontáveis almas
arrojou no Hades." Com esses versos
inicia-se a Ilíada, que, junto com a
Odisseia, ambas atribuídas a Homero,
lançou as bases da literatura ocidental.
 Ao discorrer sobre uma realidade vasta
e profunda, esses dois poemas épicos
épi cos
não só contribuíram para moldar uma
nação e uma cultura, mas também
causaram impacto duradouro no que
veio depois - ou seja, em quase todos
os autores e obras descritos nas
páginas que se seguem. Continue
lendo.
2. Odisseia, de Homero
Transposta para a literatura do século
20 por James Joyce, em Ulisses, e
presente na estrutura de um sem-
número de obras artísticas desde a
 Antiguidade em gêneros que vão do
teatro às artes plásticas, a Odisseia é o
que o crítico Otto Maria Carpeaux
definiu como "a bíblia estética, religiosa
e política dos gregos que se transformou
na bíblia literária da civilização ocidental
inteira". Continuação da Ilíada, a obra
acompanha Odisseu (nome grego de
Ulisses) em sua jornada de regresso
re gresso à
sua cidade natal, Ítaca, após a Guerra
de Troia. Durante os dez anos de sua
viagem, ele enfrenta a ira de deuses, a
sedução de ninfas, é capturado por 
ciclopes e sofre o assédio de sereias,
entre outras peripécias. Continue
lendo.
3. Hamlet, de William Shakespeare
Não existiria o homem moderno sem um
autor como ele. "William Shakespeare,
psicólogo incomparável, inventou para
nós uma nova origem, na ideia mais
iluminada até hoje descoberta ou
inventada por um poeta: o
autorreconhecimento gerado pela
autoescuta", diz o crítico americano
Harold Bloom. Ele acrescenta que sem
a peça Hamlet (1600-1602) não haveria
autores como o alemão Johann
Wolfgang von Goethe, como não seria
possível o russo Fiódor Dostoiévski
escrever livros como os Irmãos
Karamazov e Crime e Castigo.
C astigo.
Continue lendo.
4. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, de Miguel
de Cervantes
 Antes de ser batizado com o título de
Dom Quixote de la Mancha, o modesto
fidalgo rural Alonso Quijano gostava de
caçar em sua propriedade, comia
lentilhas às sextas-feiras e vestia calças
de veludo para ir a festas. Era um
homem comum, na casa dos 50 anos,
"rijo de compleição, seco de carnes,
enxuto de rosto, madrugador". Seu
principal passatempo, que por vezes lhe
consumia dias e noites inteiros, era ler 
livros de cavalaria. Continue lendo.
5. A Divina Comédia, de Dante Alighieri
Mais que um compêndio interminável
dos símbolos da história europeia até o
século 14, escrito concisamente na
forma de um grande poema, A Divina
Comédia é uma alegoria, em si mesma,
da vida humana - ou, pensam alguns, a
bíblia escrita por um só homem. A obra
narra a odisseia (além dos moldes do
clássico de Homero) de um homem, que
é o próprio Dante, em busca do paraíso
onde estará a amada Beatriz - que, para
muitos historiadores, foi o amor não
concretizado do autor. A Divina
Comédia é organizada em três livros -
Inferno, Purgatório e Paraíso -, num total
de 33 cantos. Continue lendo.
6. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
Monumental é um termo corriqueiro e
rasteiro para descrever os sete volumes
de Em Busca do Tempo Perdido, do
escritor francês Marcel Proust. Não
apenas pelas mais de 3 mil páginas que
acompanham as dezenas de edições já
publicadas em qualquer língua - ou o u pelo
número de personagens (25 principais e
uma miríade de secundários) e cenários
ce nários
(cinco, cada qual com seu papel na
narrativa) -, mas pelo gigantismo da
proposta literária de Proust: dissecar a
relação do homem com o tempo e com
a memória. Em As Ideias de Proust, o
crítico Roger Shattuck discute qual a
melhor maneira de ler um dos livros
mais complexos e densos da história.
Continue lendo.
7. Ulisses, de James Joyce
"Um romance para acabar com todos os
romances." Foi assim que parte dacrítica
literária recebeu o lançamento de
Ulisses em Paris, em 1922. Depois de
quase oito anos debruçado sobre o livro,
o irlandês James Joyce (1882-1941)
finalmente lançava a versão integral da
sua grande obra. Continue lendo.
8. Guerra e Paz, de Leon Tosltói
"O irmão mais velho de Deus." Foi essa
a alcunha dada pelo historiador Paul
Johnson ao escritor russo Leon Tolstói
no ensaio que lhe dedicou em seu livro
Os Intelectuais. Polêmicas do britânico à
parte, Tolstói foi, de fato, um homem
extremamente ambicioso. Continue
lendo.

9. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski


 A Rússia do quarto romance de Fiódor 
Mikháilovitch Dostoiévski (1821-1881),
Crime e Castigo, publicado em 1867, é
uma sociedade desigual e decadente,
tomada pela tradição czarista e por 
arroubos revolucionários socialistas,
miséria e corrupção. Nascido em
Moscou e vivendo em São Petersburgo,
o autor, que já escrevera romances e
participara de periódicos, entrega-se ao
socialismo, e acaba preso e condenado
à morte - quando a comutação da pena
lhe envia à Sibéria, onde conviverá com
criminosos, prostitutas e maníacos que
povoarão a densidade das páginas de
seus livros e darão origem a
Recordações da Casa dos Mortos
(1862). Se era considerado um jovem
escritor promissor, é só depois dos 40
anos, ao escrever sua célebre obra, que
cairá nas graças do público leitor da
Rússia e do mundo. Continue lendo.
10. Os Ensaios, de Michel de Montaigne
Há figuras do passado que o tempo
aproxima ao invés de afastar. Montaigne
é uma delas. Como observa o
historiador italiano Carlo Ginzburg,
somos irresistivelmente atraídos pela
sua abertura nas relações com as
culturas distantes, pela sua curiosidade
diante da multiplicidade e diversidade da
vida humana e pelo diálogo cúmplice e
implacável que ele entretem consigo
mesmo. Continue lendo.
11. Édipo Rei, de Sófocles
"Sabes, ao menos, de quem és
nascido?" A pergunta que o cego
vidente Tirésias faz a Édipo, rei de
Tebas, é a síntese de Édipo Rei, de
Sófocles (496-406 a.C.), um dos
fundadores da tragédia grega ao lado de
Ésquilo (525-456 a.C.) e Eurípides (480-
406 a.C.). A história do homem que,
sem saber, mata o pai e se casa com a
mãe teve diversas versões e larga
influência sobre a literatura, chegando
ao século 20 na esteira da teoria
dapsicanálise, criada por Sigmund
Freud (1856-1939). Continue lendo.
12. Otelo, de William Shakespeare
Escrita e representada pela primeira vez
em 1604, Otelo é vista como um grande
estudo psicológico das fraquezas
humanas. Inveja, ciúme e vingança
forjam, pelo jogo entre a ação
premeditada e a ação impensada, uma
das mais encenadas tragédias da
história do teatro e do cinema. Talvez a
mais comovente das tragédias
shakespearianas, Otelo levou aos
palcos discussões modernas para a
época, como o casamento inter-racial e
a ascensão dos árabes na política.
Continue lendo.
13. Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Gustave Flaubert (1821-1880) escreveu
que gostaria de ser enterrado junto de
seus manuscritos, para que durassem
tanto quanto ele. A fixação pelas
páginas explica seu apuro literário.
Nenhuma frase era impensada, nenhum
cenário, descrito sem os menores
detalhes - tudo em Flaubert é
sistemático, matemático, preciso, do
estilo que flui de seu texto ao objeto
colocado na sala de um personagem,
que o definirá para sempre. Continue
lendo.
14. Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe
Fausto, de Johann Wolfgang von
Goethe (1749-1832), é a obra de uma
vida. O alemão tinha apenas 23 anos
quando fez o primeiro esboço dahistória,
que depois seria conhecido como
Fausto Zero (Urfaust). Retomaria a obra
lançando Fausto: Uma Tragédia com
quase 60 anos (1808), por fim
concluindo-a em 1832, ano de sua
morte, aos 83. Continue lendo.
15. O Processo, de Franz Kafka
Na manhã em que completa 30 anos,
Josef K é visitado no quarto de pensão
onde mora por dois sujeitos que o
informam de que está preso. Os homens
se recusam a revelar a natureza da
acusação e comunicam ao réu que ele
poderá responder ao inquérito em
liberdade, desde que se apresente para
interrogatórios periódicos no tribunal. É
esse o argumento inicial de O Processo
(1925), romance que Franz Kafka (1883-
1924) - advogado que se ocupou vários
anos de um ofício burocrático em uma
companhia de seguros e se tornou,
segundo o filósofo francês Jean-Paul
Sartre, "pai da literatura moderna" -
nunca concluiu. Continue lendo.
16. Doutor Fausto, de Thomas Mann
Thomas Mann (1875-1955) queria
escrever um livro sobre a lenda de
Fausto desde 1901, mas só o fez em
1947, depois de encontrar sua fonte de
inspiração - a barbárie nazista, que o
levou a exilar-se nos Estados Unidos e a
escrever um dos maiores livros da
literatura alemã. A lenda de Fausto é
antiga. Surge numa Europa do século
16 impregnada pela religião, que
explicava o presente com as tintas do
medo e expiava a culpa nos que a
transgrediam. Continue lendo.
17. As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
Charles Baudelaire (1821-1867) é
conhecido em todo o mundo pela
alcunha de "poeta maldito". Maldito pela
sífilis, pela predileção pelas drogas, pela
sexualidade exacerbada e pela defesa
de todos esses vícios numa poesia
agressiva e existencial. Ele é o "poeta
da arte pela arte e da busca da forma
perfeita", diz a crítica Glória Carneiro do
 Amaral. Continue lendo.
18. O Som e a Fúria, de William Faulkner 
Indagado em entrevista para a revista
The Paris Review, em 1956, sobre a
dificuldade de seus livros, que exigiam
por vezes duas ou três leituras, William
Faulkner (1897-1962) foi lacônico:
"Sugiro que leiam quatro vezes". Da
mesma forma que era rigoroso com
seus leitores, cobrava muito de si
mesmo. Antes de publicar O Som e a
Fúria (1929), considerada uma das
obras-primas da literatura
contemporânea, Faulkner reescreveu o
texto cinco vezes. Continue lendo.
19. A Terra Desolada, de T. S. Eliot
Nas cinco partes do longo poema A
Terra Desolada (1922), do americano
naturalizado inglês T. S. Eliot (1888-
1965), encontra-se um sumário conciso
da história do pensamento ocidental.
Entre as vozes que se alternam, há
constantes empréstimos à literatura
europeia, à literatura indiana e à
 Antiguidade clássica. Homero, Dante
 Alighieri (1265-1321), Virgílio (70-19
a.C.), William Blake (1757-1827) e
William Shakespeare (1564-1616) -
entre pelo menos mais 35 escritores e
pensadores -, além de canções
populares, passagens e citações em
seis línguas estrangeiras, inclusive o
sânscrito, podem ser localizados nas
múltiplas paisagens da obra. Continue
lendo.
20. Teogonia, de Hesíodo
 A Teogonia, ou o nascimento dos
deuses, é um poema fundacional que
explica a suposta origem do mundo pela
narrativa da genealogia dos deuses.
Tradicionalmente atribuído a Hesíodo,
data do século 7 a.C. - época anterior ao
período áureo da vida grega, quando
surgem a pólis, a moeda, o alfabeto e a
escrita, todos adventos do século 5 a.C.,
o mesmo do filósofo Platão. Por ser 
originalmente cantada, e não escrita, a
Teogonia é composta em hexâmetros
dactílicos (arranjo de sílabas longas e
breves), que garantiam musicalidade
aos versos e poderiam ser facilmente
memorizados. Continue lendo.
21. Metamorfoses, de Ovídio
 A pax romana, período de prosperidade
do "século de Augusto", foi ambiente
propício para o "poeta do amor" - epíteto
que se colou a Ovídio (43 a.C.-18 d.C.),
autor favorito da sociedade mundana do
Império. Roma investia na construção
de bibliotecas públicas, templos e
monumentos e financiava o trabalho de
historiadores como Tito Lívio (59 a.C.-17
d.C.), arquitetos como Vitrúvio (80/70-25
a.C.) e poetas como Virgílio (70 a.C.-19
d.C), além do próprio Ovídio. Foi um
período de ascensão das letras latinas,
cuja influência perduraria mil anos
depois no Renascimento, chegando até
os dias atuais. Continue lendo.
22. O Vermelho e o Negro, de Stendhal
Não se sabe ao certo o que Stendhal
(1743-1842) queria dizer com o título de
sua obra mais célebre, O Vermelho e o
Negro. Muitos atribuem o negro à cor da
batina do protagonista e o vermelho ao
sangue em que esta é lavada após a
guilhotina; ou à batina em contraposição
à farda militar, vermelha na época de
Napoleão; ou simplesmente à morte e à
paixão presentes na trama. Certo é que
Sthendal (cujo nome real é Marie-Henri
Beyle) conseguiu escrever um tratado
sobre o amor e o ódio na psique
humana e sobre uma sociedade que
estraçalha a ambição de um jovem em
guerra com seus anelos com a mesma
frieza que o faz com os soldados na
guerra. Continue lendo.
23. O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald
"Ninguém deveria viver além dos 30
anos." A frase de Francis Scott
Fitzgerald (1896-1940) quase pode ser 
aplicada ao próprio escritor. Corroído
por uma vida de excessos, sobretudo os
alcoólicos, ele morreria aos 44 anos
vítima de parada cardíaca. Continue
lendo.

24. Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud


Uma obscuridade envolve o francês
 Arthur Rimbaud (1854-1891), que, de
certo modo, teve duas vidas. Uma até
os 20 anos, quando se tornou um dos
desbravadores da lírica moderna,
influenciando desde os surrealistas até a
geração beat americana. A outra
começa com sua total renúncia ao fazer 
poético para correr o mundo. Continue
lendo.
25. Os Miseráveis, de Victor Hugo
Um homem condenado a anos de prisão
por ter roubado um pão pode não soar 
estranho no Brasil. Mas nenhum caso
até hoje rendeu uma história tão
extraordinária como a de Jean Valjean,
o protagonista maltrapilho de Os
Miseráveis, de Victor Hugo (1802-1885),
um clássico da literatura francesa que já
inspirou filmes, seriados, musicais e até
uma novela brasileira. Historiadores
dizem que o autor de O Corcunda de
Notre Dame (1831) e Os Trabalhadores
do Mar (1866) escreveu mais de 1
milhão de versos, além de engajar-se
nas lutas políticas e ideológicas do
século 19. Continue lendo.
26. O Estrangeiro, de Albert Camus
 Albert Camus (1913-1960) nasceu em
Mandovi, na Argélia, então uma colônia
francesa. Da sua terra natal, guardou
apenas algumas lembranças da infância
pobre em um bairro operário que serviria
de inspiração para seu primeiro
romance, O Avesso e o Direito (1937).
Foi professor de filosofia, jornalista e
ativista da Resistência francesa.
Continue lendo.
27. Medeia, de Eurípides
Na mitologia grega, Medeia era uma
feiticeira conhecida por seus poderes
mágicos, que poderiam ser usados para
o bem e para o mal. A lenda entraria
para a história, porém, como a da mãe
que mata os próprios filhos por vingança
a um homem que não a quer,
protagonista na peça do dramaturgo
grego Eurípides, escrita por volta do ano
430 a.C. A distância entre o mito e a
realidade era tênue na sociedade grega
da época. Continue lendo.
28. Eneida, de Virgílio
 A Eneida está para Roma assim como a
Ilíada está para Atenas. É, acima de
tudo, a compilação de uma história da
fundação de Roma, narrada epicamente
para dar ao passado a resposta pelo
presente romano nos tempos do Império
a partir dos anos 70 a.C., quando o
poeta Virgílio nasceu. Desde muito
 jovem, Virgílio teve contato direto com o
poder, sendo amigo próximo e notório
protegido do tribuno Mecenas (daí a
origem do termo "mecenas", que
designa patrocinadores da arte).
Continue lendo.
29. Noite de Reis, de William Shakespeare
Uma das características mais
importantes da obra de Shakespeare é
seu humor. As comédias, na trajetória
do bando, precedem as tragédias. Seu
maior trunfo cômico é Noite de Reis.
Continue lendo.

30. Adeus às Armas, de Ernest Hemingway


Ernest Hemingway (1899-1961) foi um
homem de ação. "Tinha mais de 1,80 de
altura, um peito largo, era bonito,
efusivo, um guerreiro, um caçador, um
pescador, um bebedor", conta o biógrafo
e romancista Anthony Burgess. "Foi a
fusão do artista sensível e original com o
musculoso homem de ação que
transformou Hemingway em um dos
maiores mitos internacionais do século
20", conclui o autor de Laranja Mecânica
(1962). Continue lendo.
31. O Coração das Trevas, de Joseph Conrad
Jósef Teodor Konrad Nalecz
Korzeniowski (1857-1924), ou Joseph
Conrad, é um fenômeno da literatura -
um autor que alcançou a perfeição
artística num idioma que não era o seu.
De família polonesa, nasceu na Podolia,
província ucraniana dominada pelo
Império Russo. Era filho único de um
nobre proprietário de terras de espírito
letrado, condenado ao exílio por se
rebelar contra os czares Continue
lendo.
32. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
O ano seria 2540 d.C. se fôssemos
contar o tempo pelo calendário cristão.
Mas, no livro, se fala de 632 d.F., ou
seja, depois de Ford, pois um novo
período na história humana teria sido
inaugurado com Henry Ford, o criador 
das linhas de montagem e precursor da
moderna sociedade de consumo. É
nessa época - em que não há fome,
desemprego, pobreza, guerras, doenças
e os indivíduos convivem em suposta
harmonia em um mundo asséptico - que
se situa Admirável Mundo Novo (1932),
romance do autor inglês Aldous Huxley
(1894-1963). Continue lendo.
33. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf 
"Mrs. Dalloway disse que ela própria iria
comprar as flores." Assim começa este
romance de 1925, escrito após um dos
vários colapsos nervosos sofridos pela
escritora inglesa Virginia Woolf (1882-
1941). A história se passa em um único
dia na vida de uma socialite londrina às
voltas com os preparativos para uma
recepção doméstica. Continue lendo.

34. Moby Dick, de Herman Melville


Moby Dick foi um fracasso de vendas
quando lançado, em 1851. Herman
Melville (1819-1891) tinha então 32 anos
e já era autor de cinco romances. O
público ficou decepcionado, porque
aguardava a mesma aventura de apelo
popular de Typee (1846), baseada na
experiência do autor marinheiro nos
Mares do Sul. Continue lendo.
35. Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
Uma mansão envolta em uma atmosfera
de morte ou um gato preto que leva seu
dono à perdição podem ser suficientes
para que Edgar Allan Poe (1809-1849)
teça alguns dos contos mais
aterrorizadores da história - muitos deles
reunidos no livro Histórias
Extraordinárias. Publicado pela primeira
vez com esse nome em 1848 pelo poeta
Charles Baudelaire (antes era intitulado
Contos do Grotesco e do Arabesco),
Histórias Extraordinárias traz A Queda
da Casa de Usher, O Barril de
 Amontilado, O Gato Preto e Os Crimes
da Rua Morgue, entre outros, nos quais,
com extrema habilidade, Poe enfoca o
fantástico e o sobrenatural com
descrições minuciosas e realistas,
conduzindo o leitor a um mundo soturno
e repleto de enigmas. Não que os
escritos de terror fossem novidade na
época. Continue lendo.
36. A Comédia Humana, de Honoré de Balzac
Se os franceses foram os pais dos
romances caudalosos (romans-fleuves),
nos milhares de páginas de Victor Hugo,
Émile Zola, Marcel Proust, então Honoré
de Balzac (1799-1850) foi o pai de todos
os franceses. A Comédia Humana, em
uma edição francesa, enche mais de 11
mil páginas. São 88 romances e novelas
com vida independente, mas que atuam
harmonicamente para alcançar o
propósito de Balzac - cristalizar numa
única obra tudo quanto fosse humano,
fazendo com a pena o que só Napoleão
fez com a espada. Continue lendo.
37. Grandes Esperanças, de Charles Dickens
Grandes Esperanças é em essência um
romance de formação, aquele tipo de
obra em que o personagem evolui
conforme a leitura - física, psicológica,
moral e esteticamente. O Pip das
primeiras páginas, criança inocente e
bondosa, e o Pip do fim do livro, fidalgo,
frio e calculista, são os polos de uma
história que fazem o leitor sorrir com as
conquistas financeiras, chorar com as
desilusões amorosas e aplaudir as
conclusões prévias. Charles Dickens
(1812-1870) publicou em 1861 o que
para muitos é uma obra
semiautobiográfica, em que ele traria à
tona a própria infância. Continue lendo.
38. O Homem sem Qualidades, de Robert Musil
Para a maioria dos alemães, o escritor 
austríaco Robert Musil (1880-1942)
publicou o mais importante romance do
século 20 escrito na língua germânica.
Mas não sem traumas. O Homem sem
Qualidades fez seu autor entrar na lista
de obras "indesejáveis e nocivas" dos
nazistas, que o enxotaram da Alemanha
para a Suíça - onde viveu anos na
miséria até morrer no exílio. Continue
lendo.
39. As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
 As Viagens de Gulliver, de Jonathan
Swift (1667-1745), foram escritas para
um público sedento por comédias
satíricas - o cenário é o Reino Unido do
começo do século 18, mais
precisamente 1726, quando foram
publicadas pela primeira vez em
Londres. O fato de carregar forte carga
moralista, ao oferecer um retrato de uma
humanidade em essência vergonhosa,
parece não ter encontrado resistência. O
livro virou um sucesso especialmente
entre os mais jovens, o que até hoje
permanece nas dezenas de versões
infanto-juvenis da obra. Continue
lendo.
40. Finnegans Wake, de James Joyce
"Demoroso, langoroso, livro das trevas."
 Assim James Joyce (1882-1941)
descreveu o livro ainda sem nome que
começara a escrever em 1924 e
publicava de forma seriada na revista
Transition. Em 1939, ela saiu, por fim,
com o nome tomado de empréstimo a
uma canção popular: Finnegans Wake.
Continue lendo.
41. Os Lusíadas, de Luís de Camões
Como Homero na Ilíadia ou Virgílio na
Eneida, Luís Vaz de Camões (1524?-
1580) buscou no épico, gênero por 
excelência dos poemas fundacionais de
grandes nações, o modelo poético
narrativo para contar a história do povo
português. Em Os Lusíadas, publicado
em 1572, Camões bebe da fonte
clássica literária no auge do classicismo
europeu e, usando como mote a
descoberta por Vasco da Gama, anos
antes, do caminho marítimo para as
Índias, traduz em verso toda a história
do povo português e suas grandes
conquistas. Resultado do extremo apuro
técnico típico do classicismo, a epopeia
portuguesa é composta de 1.102
estrofes de oito versos, ou 8.816 versos
decassílabos, divididos em dez cantos e
organizados em cinco partes. Continue
lendo.
42. Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas
"Um por todos e todos por um" era o
lema dos Três Mosqueteiros - que na
verdade eram quatro -, ao lutarem pela
 justiça e pela honra da coroa francesa.
O livro homônimo do romancista francês
 Alexandre Dumas (1802-1870) foi
publicado em 1844 na revista parisiense
Siècle. Cada edição trazia um capítulo
da história, que logo se tornou popular 
por ser uma aventura nos moldes
dramáticos adorados na época - e até
hoje. Continue lendo.
43. Retrato de uma Senhora, de Henry James
Hoje em dia é estranho pensar que
Henry James (1843-1916) já foi um
autor popular. Seu romance The
 American (1877) foi pirateado na
Inglaterra. De sua novela Daisy Miller 
(1879) se tomou emprestado o nome da
personagem-título: "daisy miller" passou
a designar qualquer jovem americana,
ingênua e deslumbrada, em férias na
Europa no fim do século 19. Continue
lendo.
44. Decamerão, de Giovanni Boccaccio
 A obra mais famosa de Giovanni
Boccaccio (1313-1375), Decamerão, é
até hoje lembrada como um compêndio
sobre a capacidade humana de
perverter-se de todas as formas. Mas foi
também uma das grandes responsáveis
pela fixação do idioma italiano na Itália,
ao percorrer, com seus contos
divertidos, uma gama imensa de
sentimentos humanos e situações
cotidianas nos idos da Idade Média.
Numa manhã de terça-feira do ano de
1348, sete moças e três rapazes
resolvem deixar a cidade de Florença
para fugir da peste negra. Continue
lendo.
45. Esperando Godot, de Samuel Beckett
Deus. Liberdade. Morte. Esperança.
Muitos foram os nomes que Godot
recebeu. Mas, como o personagem do
irlandês Samuel Beckett (1906-1989)
nunca deu as caras para dizer quem era
- ou a que veio ou aonde iria -, sua
verdadeira identidade permanece um
mistério literário. Indagado sobre o
significado de Godot, o autor disse: "Se
soubesse teria dito na peça". Continue
lendo.
46. 1984, de George Orwell
O romance 1984 foi lançado um ano
antes da morte do autor, George Orwell
(1903-1950). Em 1949, Eric Arthur Blair,
seu nome verdadeiro, achava-se isolado
em um casebre no arquipélago escocês
das ilhas Hébridas. Doente e
desgostoso após uma vida de militância
política, redigiu o romance que passaria
para a história literária como um dos
mais contundentes contra os regimes
totalitários. Continue lendo.
47. A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
 A primeira versão do texto de A Vida de
Galileu foi escrita em 1938, quando a
vitória do nazismo na Alemanha parecia
inevitável. Na iminência da barbárie,
Bertolt Brecht (1898-1956) foi buscar na
trajetória do astrônomo Galileu Galilei
(1564-1642) o subtexto para expressar 
suas ideias sobre o comportamento dos
intelectuais diante de uma sociedade
repressora. Na época, o dramaturgo
havia deixado a Alemanha, sua terra
natal, e passava uma temporada de
exílio na Dinamarca. Continue lendo.
48. Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont
O livro Os Cantos de Maldoror foi
publicado em 1969, mas de maneira
discreta - seu editor temia represálias e
processos que poderiam advir de uma
obra com tamanho teor de perversão.
Zoofilia, pedofilia, homossexualismo e
sadomasoquismo são os temas
prediletos do microcosmo do autor, que
os coroa sempre com uma provocante
naturalização da loucura, do imoral, do
perverso. O conde de Lautréamont, cujo
nome real era Isidore Ducasse (1846-
1870), nasceu no Uruguai, perdeu a
mãe aos 2 anos e quase não conviveu
com o pai, tendo estudado toda a vida
na França. Continue lendo.
49. A Tarde de um Fauno, de Stéphane Mallarmé
 A melodia de Debussy é doce, suave,
ilude os sentidos e vai se pronunciando
como que pisando em ovos, da mesma
forma que o poema, pai da música, o
fizera anos antes. Em 1890, o poeta
Stéphane Mallarmé (1842-1898) pediu
ao compositor Claude Debussy que
musicasse um poema de sua autoria, já
reconhecido em toda a Europa: A Tarde
de um Fauno. Nascido em Paris, em
1842, Mallarmé foi professor de inglês
durante mais da metade da vida,
profissão que adquiriu estudando e se
especializando em Londres. Continue
lendo.
50. Lolita, de Vladimir Nabokov
"Lolita, luz de minha vida, labareda em
minha carne. Minha alma, minha lama.
Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em
três saltos pelo céu da boca para
tropeçar de leve no terceiro contra os
dentes. Lo.Li.Ta." É com essa
"onomatopeia erótica", exagerada e
passional, bem ao modelo dos folhetins
românticos, que Vladimir Nabokov
(1899-1977) inicia seu romance mais
famoso, Lolita (1955). O título, assim
como o termo "ninfeta", criado pelo
protagonista para definir sua atração
irresistível por garotas na faixa dos 9
aos 12 anos de idade, foi incorporado ao
vocabulário universal. Continue lendo.
51. Tartufo, de Molière
Foi com Tartufo que Molière (1622-
1673) passou a ser acusado de imoral,
libertino e diabólico pela burguesia e
pela Igreja francesas, incomodadas com
as críticas de seus personagens quase
reais. Atentar contra a moral e os bons
costumes era um crime sério nos idos
do século 17 - tanto que um padre
sugeriu que o autor fosse queimado
vivo. A solução foi mais simples:
Molière, já um dramaturgo famoso entre
as massas, adaptou o fim da peça para
dobrar o clero e levar às graças do
público seu hilariante Tartufo. Continue
lendo.
52. As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
 As Três Irmãs é considerada a obra-
prima no teatro de Anton Tchekhov
(1860-1904), escritor russo que marcaria
a história da literatura pelo grau de
laconismo dilacerante de seus contos
curtos e pela profundidade psicológica
de seus personagens na dramaturgia. E
o teatro de Tchekhov traduz sua busca
pelo sentido objetivo da vida. Olga,
Macha e Irina são três irmãs que
tentam, cada uma a sua maneira,
sobreviver à monotonia do dia-a-dia.
Continue lendo.
53. O Livro das Mil e Uma Noites
Quando o rei Sahriyar descobre que foi
traído, decide não mais confiar nas
mulheres e passa, então, a executar 
suas noivas no dia seguinte ao
casamento. Depois de muitas mortes, o
grão-vizir encarregado de levar as
pretendentes à alcova real não encontra
mais candidatas. Mas, para seu
espanto, sua filha Sahrazad se oferece
para casar com o monarca. Continue
lendo.
54. O Burlador de Sevilha, de Tirso de Molina
Gabriel Téllez, conhecido no mundo da
literatura por Tirso de Molina (1571-
1648), nasceu em Madri, Espanha, no
século 17, mas ganhou fama mundial ao
transportar para um romance coeso o
mito de Don Juan em El Burlador de
Sevilla y Convidado de Piedra,
publicado pela primeira vez em 1630.
Uma obra que talvez não seja
totalmente sua, ponderam alguns
críticos. Pedro Henrique Ureña diz que
Tirso de Molina é, sim, o criador de Don
Juan, mas apenas do germe. Continue
lendo.
55. Mensagem, de Fernando Pessoa
Míope, tímido, cortês, sempre metido
em ternos escuros. Com o salário
contado de redator ambulante de cartas
comerciais, morava como inquilino em
casas de parentes ou em quartos de
pensão. Dado a especulações
esotéricas, gostava de passar as horas
em tabernas e cafés. Continue lendo.

56. Paraíso Perdido, de John Milton


O inglês John Milton compôs os cerca
de 10 mil versos de seu poema mais
conhecido, Paraíso Perdido (1667),
quando já estava completamente cego.
Ditando a obra a diversos copistas,
inclusive filha caçula, e inspirado pelo
Gênesis e pela Eneida de Virgílio,
escreveu um dos maiores épicos
religiosos da história da literatura.
Paraíso Perdido está dividido em 12
cantos e conta a história da danação do
homem, que perde o direito ao paraíso
depois de provar o fruto proibido.
Continue lendo.
57. Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
"A vida e as mais surpreendentes
aventuras do marinheiro Robinson
Crusoé, natural de York, que viveu 28
anos completamente só numa ilha
deserta, situada na América do Sul, não
longe da embocadura do Orenoco, após
escapar de um naufrágio em que
pereceram todos os demais homens da
tripulação." Assim o jornalista e autor de
panfletos polêmicos Daniel Defoe (1660-
1731), já com 60 anos, em conluio com
um editor de livros populares de
Londres, oferece sua obra ao público.
Lançada em 1719, Robinson Crusoé
não contou com o nome de Defoe na
capa. Continue lendo.
58. Os Moedeiros Falsos, de André Gide
O francês André Gide (1869-1951) não
era um escritor para mentes cativas.
 Acusado de complexo, barroco,
hermenêutico, chegou a dizer que Os
Moedeiros Falsos, de 1926, era seu
único romance. Nele, Gide utiliza uma
imagem concreta (pequenos fora-da-lei
que falsificam dinheiro) como metáfora
para traduzir as relações humanas,
frequentemente pervertidas por mal-
entendidos e erros de compreensão.
Continue lendo.
59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

O romance Memórias Póstumas de Brás


Cubas (de 1881), de Machado de Assis,
foi o texto que inaugurou o padrão
moderno nas letras nacionais. Bebendo
nas águas tanto do Realismo quanto do
Romantismo, com influência de
prosadores ingleses e franceses do
século 18, mas, sobretudo, escrevendo
com grande independência e
originalidade, Machado de Assis criou
com este livro a ponte que uniu o
passado ao futuro na nossa literatura. A
razão para esse salto qualitativo deve
ser buscada nas inovações formais
deste romance, o primeiro da chamada
fase realista de sua obra. Continue
lendo.
60. O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
"Costuma-se dizer que a beleza é
somente superficial. Pode ser que seja.
Mas não tão superficial como o
pensamento. Para mim, a beleza é a
maravilha das maravilhas. Só o
medíocre não julga pelas aparências. O
verdadeiro mistério do mundo é o visível
e não o invisível. Sim, Sr. Gray, os
deuses foram generosos com o senhor.
Mas o que os deuses dão, tomam logo
em seguida." A última frase dessa fala
do persuasivo lorde Henry Botton a
Dorian Gray em O Retrato de Dorian
Gray (1890) também pode ser aplicada
a seu autor. Continue lendo.
61. Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi
Pirandello
"Manicômio, manicômio!" Na noite de 9
de maio de 1921, o Teatro Odescalchi
de Roma veio abaixo gritando que o
autor de Seis Personagens à Procura de
um Autor, Luigi Pirandello (1867-1936),
deveria ser internado por apresentar 
uma peça absolutamente ininteligível
para o espectador. Quatro anos depois,
diante de tamanha incompreensão, o
escritor resolveu explicar em uma nota o
significado da obra. Continue lendo.
62. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis
Carroll
Um coelho de cartola passa correndo,
de olho no relógio: "Oh, céus! Vou
chegar atrasado!". E a curiosa Alice o
segue. Entra numa toca que se alça
sobre um imenso precipício, tão
profundo que ela acaba caindo no sono
durante a queda. Mais adiante, Alice
conversa com um bando de aves e
animais sem que, por um instante, a
situação lhe pareça inaceitável ou
absurda. Continue lendo.
63. A Náusea, de Jean-Paul Sartre
Em 1931, o filósofo francês Jean-Paul
Sartre (1905-1980) começou a escrever 
 A Náusea, seu primeiro romance. À
época, estava imbuído das teorias
fenomenológicas preconizadas pelo
alemão Edmund Husserl (1859-1938),
que privilegiava o ponto de vista do ser 
humano no estabelecimento da
realidade. A fenomenologia o levou ao
Instituto Francês de Berlim, onde
mergulhou nas teorias de Martin
Heidegger (1889-1976) e Karl Jaspers
(1883-1969), que teorizaram sobre o
vazio e a angústia da existência -
questões cruciais em A Náusea,
publicado somente em 1938. Continue
lendo.
64. A Consciência de Zeno, de Italo Svevo
O século 20 seria, de certa forma,
inaugurado com a publicação, em 1900,
de A Interpretação dos Sonhos, obra de
Sigmund Freud, fundadora da
psicanálise. É a partir dessa ciência do
inconsciente e do desejo, de seu novo
olhar sobre os problemas que reprimem
o ser humano moderno, que grande
parte dos intelectuais pensaria o mundo
contemporâneo. O italiano Italo Svevo
(1861-1928) foi, nesses termos,
pioneiro. Continue lendo.
65. Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene Gladstone
ONeill
Eugene Gladstone ONeill (1888-1953)
nasceu para o teatro. Filho de um ator 
popular de ascendência irlandesa,
ONeill cresceu em viagens durante as
temporadas teatrais pelos Estados
Unidos. A vida errante fez com que a
mãe se tornasse dependente de
remédios e o irmão mais velho, que
mais tarde se suicidaria, do álcool.
Continue lendo.
66. A Condição Humana, de André Malraux
Publicado em 1933 e ganhador do
Prêmio Goncourt, A Condição Humana
é algo entre um romance e um relato
ficcional dos acontecimentos que deram
início à Revolução Chinesa, observados
do ponto de vista politicamente
engajado do escritor francês André
Malraux (1901-1976). Estruturado como
romance, mas escrito em tom de
reportagem, o livro é um depoimento
pessoal de Malraux sobre um dos
momentos históricos mais marcantes do
século passado - o surgimento do
comunismo na China e a guerra civil no
país, acontecimentos que marcariam a
história chinesa e mundial até hoje.
Questões morais, intelectuais e políticas
permeiam todo o livro, que não deixa de
ser um manifesto favorável a uma
revolução tida como possível há 70
anos. Continue lendo.
67. Os Cantos, de Ezra Pund
Os primeiros esboços de Os Cantos
foram feitos pelo americano Ezra Pound
(1885-1972) em 1904. Mas os primeiros
poemas que integrariam o volume foram
publicados apenas em 1917, enquanto
os últimos só vieram à luz em 1970. O
gigantesco conjunto de versos sofreu
inúmeros acréscimos e modificações ao
longo da vida do poeta. Continue
lendo.
68. Canções da Inocência-Canções da Experiência, de William
Blake
"Não há dúvida que esse pobre homem
foi louco, mas há algo na loucura dele
que me interessa mais que a sanidade
de Lorde Byron ou Walter Scott." As
palavras do poeta inglês William
Wordsworth (1770-1850) foram
proferidas por ocasião da morte de seu
compatriota e companheiro na poesia
William Blake (1757-1827) e marcam
bem a impressão que o autor de
Canções da Inocência (1789) e Canções
da Experiência (1794) deixou em seu
tempo. Mal compreendido, Blake tinha
sido tomado por profeta louco em seus
últimos anos, quando publicara uma
miscelânea de poemas de fundo
místico, como As Visões das Filhas de
 Albion (1793), Milton (1808) e o épico
Jerusalém (1820). Continue lendo.
69. Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams
Um Bonde Chamado Desejo, do
dramaturgo Tennessee Williams (1911-
1983), tornou-se um clássico entre os
clássicos do teatro americano ao narrar 
a decadência de Blanche Dubois, que
se refugia na casa da irmã Stella para
fugir do passado e sucumbe ao presente
vulgar de seu cunhado Stanley.
Estrelado em 1947 por Marlon Brando e
Jessica Tandy na Broadway, dirigido por 
Elia Kazan, o texto ganharia notoriedade
mundial no cinema, quatro anos depois,
quando o mesmo Kazan dirigiu Brando e
Vivian Leigh nos papéis principais.
 Apesar do clima de tensão deixado após
os anos de luta na Segunda Guerra
Mundial, a Broadway dos anos 1940 não
atendia às expectativas de uma
sociedade que mudava a passos
rápidos e era dominada por musicais de
comédia e releituras dos clássicos
gregos, de William Shakespeare e
Bernard Shaw (1856-1950). Continue
lendo.
70. Ficções, de Jorge Luis Borges
Ficções, do escritor argentino Jorge Luis
Borges (1889-1986), foi editado em
1944 a partir de alguns dos melhores
textos do maior contista latino-
americano. Num jogo entre ordem e
acaso, entre a lógica combinatória e o
simbolismo mágico, Borges mescla duas
coleções distintas, O Jardim dos
Caminhos que Se Bifurcam (1941) e
 Artifícios (1944), alcançando uma obra,
para usar um termo que a consagrou,
"fantástica". Continue lendo.
71. O Rinoceronte, de Eugène Ionesco
De modo inesperado, sem mais nem
menos, um rinoceronte surge na praça
de uma cidade indefinida. Todos se
surpreendem, mas a vida continua.
Então aparecem outros rinocerontes. O
burburinho ganha vulto. Seria uma
ilusão? Teriam vindo da África ou da
 Ásia? Seriam unicórnios ou bicórnios?
Continue lendo.
72. A Morte de Virgílio, de Hermann Broch
"Que importa que os deuses se limitem
ao povo e não queiram conhecer o
indivíduo! A alma pouco precisa dos
deuses que ela própria criou, já não
precisa deles, nem deste deus nem
daquele, desde que trave o seu piedoso
diálogo com o insondável." Como se
observa, é grande a carga dramática do
poema-romance A Morte de Virgílio,
escrito pelo alemão Hermann Broch e
publicado pela primeira vez em 1945.
Continue lendo.
73. Folhas de Relva, de Walt Whitman
Com imensa barba e cabelos longos e
brancos, que remetem à imagem de um
eremita, Walt Whitman (1819-1892)
tornou-se uma figura lendária ainda em
vida. Isolado em uma cabana em
Camden, Nova Jersey, com metade do
corpo paralisado por sequelas de um
ferimento recebido quando foi voluntário
na Guerra Civil Americana, o poeta
revisou até o último ano de vida sua
maior realização literária: Folhas de
Relva (1855). A primeira edição do
volume, com 12 poemas, foi publicada
pelo próprio Whitman em tiragem
pequena. Continue lendo.
74. O Deseros dos Tártaros, de Dino Buzzati
 A espera parece ter sido a razão de
viver do escritor e jornalista italiano Dino
Buzzati (1906-1972). Entediado com as
tarefas que cumpria à noite no jornal
Corriere della Sera, Buzzati percebeu
que a rotina consumia sua existência - o
que serviria de enredo para escrever 
sua obra-prima, ao transportar o drama
para um forte militar onde os soldados
aguardassem, dia e noite, o ataque do
inimigo. Publicado em 1940, O Deserto
dos Tártaros traz a história de Giovanni
Drogo, jovem oficial convocado para
servir num forte à beira do deserto que
poderia - eventualmente, num acaso do
destino - ser atacado pelos tártaros.
Continue lendo.
75. Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
"Era irrepetível desde sempre e por todo
o sempre, porque as estirpes
condenadas a cem anos de solidão não
tinham uma segunda oportunidade
sobre a terra." Essa foi a terrível
constatação do último dos Aureliano
Buendía, quando desvenda nos
pergaminhos do cigano Melquíades o
destino já cumprido de sua família. Seu
filho, último descendente da dinastia,
morrera engolido por formigas, e agora
ele se dava conta de que as oito
gerações dos Buendía estavam, desde
o princípio, condenadas à solidão e à
extinção junto com Macondo, cidade
onde viveram e que ajudaram a fundar.
Continue lendo.
76. Viagem ao Fim da Noite, de Louis-Ferdinand Céline
O dedicado dr. Louis-Ferdinand
Destouches - que trabalhou na
avaliação de operários em uma fábrica
da Ford em Detroit, nos Estados Unidos,
na Liga das Nações na África e
medicando pobres na periferia de Paris -
teve uma vida difícil. Nascido em 1894,
sofreu privações na infância e, aos 18
anos, alistou-se na cavalaria para fugir 
da "pobreza digna" (em suas palavras),
que amargava ao lado da família de
pequenos comerciantes. Mas encontrou
sorte pior nas fileiras do Exército.
Continue lendo.
77. A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós
Publicado em 1900, logo após a morte
do escritor, A Ilustre Casa de Ramires é
uma obra da fase em que o português
José Maria dEça de Queirós (1845-
1900) retomava as pazes com seu
Portugal querido. São duas narrativas
que se mesclam. A primeira é a
trajetória de um fidalgo português,
Gonçalo Mendes Ramires, cujo destino
se confunde com o de Portugal na
busca de ressurgir moralmente após a
decadência. Continue lendo.
78. O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar 
Em O Jogo da Amarelinha (Rayuela),
romance do escritor argentino Julio
Cortázar (1914-1984), o leitor pula do
 jeito que quiser. Como um labirinto que
avança e retrocede brincando com
quem lê, a obra pode ser lida tanto de
forma fluida, clássica, em capítulos (do 1
ao 56), compreendendo de modo claro a
história de um triângulo amoroso, como
também, a partir do capítulo 73,
seguindo a ordem indicada pelo autor,
como um mapa de leitura, com mil
encadeamentos possíveis, incluindo
capítulos antes ironicamente
denominados "dispensáveis". Nesse
segundo modo de pular a amarelinha, o
curso principal da narrativa oferece
ramificações insondáveis, que partem
de um comentário sobre o personagem
para desaguar em uma reminiscência
surreal - citações, cartas, breves
episódios, textos que debatem a
literatura atual, artigos sobre os
personagens, desvarios, tudo vale para
reforçar o caráter ambíguo e irônico da
história. Continue lendo.
79. As Vinhas da Ira, de John Steinbeck
Num bilhete endereçado a seu colega
de quarto, quando ainda era um jovem
calouro da Universidade Stanford, na
Califórnia, John Steinbeck (1902-1968)
despede-se da carreira acadêmica. "Fui
para a China. Vejo-o de novo qualquer 
dia desses", escreveu. Steinbeck não
fora à China. Continue lendo.

80. Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar 


Memórias de Adriano, a obra-prima de
Marguerite Yourcenar (1903-1987),
consumiu 30 anos de pesquisa da
escritora belga, que começou a escrever 
o livro nos anos 1920, destruiu inúmeras
versões e o lançou apenas em 1951,
quando virou febre na Europa e
imediatamente se tornou um clássico da
literatura moderna. A obra é escrita
como se fosse uma autobiografia do
imperador Adriano, retratado como o
protótipo de governante ideal: cultor do
classicismo grego, mecenas e político
preocupado com o povo. É essa
personalidade humanizada, tão distante
de um perfil historicista, que faz do
 Adriano de Yourcenar o mais lembrado
e aceito até hoje. Continue lendo.
81. O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger 
Dois dias antes das férias de Natal,
Holden Caulfield, de 16 anos, foge de
um rico colégio interno e vaga por 
estradas de ferro até chegar a Nova
York. Com essa trama simples sobre um
adolescente em crise, O Apanhador no
Campo de Centeio tornou-se um imenso
sucesso. Poucas semanas após o
lançamento, em 1951, a obra já tinha
vendido mais de 15 milhões de
exemplares. Continue lendo.
82. As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
Samuel Langhorne Clemens (1835-
1910) se aproximava dos 50 anos
quando publicou um dos seus livros
mais famosos, As Aventuras de
Huckleberry Finn (1884). No prefácio
escreveu: "Embora este livro se destine,
sobretudo, a divertir meninos e meninas,
espero que não seja desprezado por 
adultos, pois parte do meu plano foi
tentar relembrar-lhes, de maneira
agradável, o que outrora foram". Ao
rogar que seus leitores recordassem a
infância, o velho Mark Twain -
pseudônimo de Clemens - na verdade
fazia reviver a própria. Continue lendo.
83. Contos - Hans Christian Andersen
"Sempre isto que vemos é muito
grande!", diria o patinho desajeitado, ao
pular da casca do ovo e observar a
realidade no lado de fora. Com O
Patinho Feio, assim como O Soldadinho
de Chumbo e A Pequena Sereia, o
dinamarquês Hans Christian Andersen
(1805-1875) entraria para o grupo de
autores mais lidos de todos os tempos,
mas por crianças. "Era uma vez vinte e
cinco soldados de chumbo, todos
irmãos, porque tinham sido todos feitos
da mesma colher de cozinha." Continue
lendo.
84. O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa
Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896-
1957) morreu antes de publicar sua
grande obra, O Leopardo (o original
Gattopardo foi mantido em algumas
traduções para o português), um
estrondoso sucesso logo após o
lançamento, em 1958. O livro, que
inspirou o filme homônimo do cineasta
Luchino Visconti, aborda a decadência
da aristocracia siciliana, da qual o
próprio autor fez parte, e tem como
ponto de partida a conquista da Sicília
por Garibaldi e a unificação da Itália. A
decadência é traduzida por Don Fabrizio
Corbera, o príncipe de Salina, o
Leopardo. Continue lendo.
85. A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, de
Laurence Sterne
 A Vida e as Opiniões do Cavalheiro
Tristram Shandy, do escritor irlandês
Laurence Sterne (1713-1768), é
considerado pela crítica o "antirromance
do século", alcunha mais do que
merecida para uma obra que faz não
uma paródia de um livro, mas de todo o
gênero romanesco. Originalmente
publicado em vários volumes - os dois
primeiros em 1759, e os demais no
decorrer dos dez anos seguintes - o livro
teve reações dissonantes entre os
escritores da época, mas o humor 
grosseiro foi bem aceito pela sociedade
londrina. Em nenhum outro romance as
expectativas de um leitor comum são
tão destratadas como na obra-prima de
Sterne. Continue lendo.
86. Uma Passagem para a Índia, de Edward Morgan Forster 
 Até o início do século 20, os romances
sobre a Índia colonial privilegiaram o
ponto de vista do colonizador britânico.
 A contribuição de Edward Morgan
Forster (1879-1970) em Uma Passagem
para a Índia, publicado em 1924, foi ter 
lançado dúvida sobre as virtudes morais
desse olhar, ao reconstituir os múltiplos
aspectos de uma realidade complexa. O
romance acompanha a viagem de Adela
Quested e sua futura sogra, a senhora
Moore, a Chandrapore. Continue
lendo.
87. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
Nada indicava que Jane Austen (1775-
1817), filha de um pastor anglicano de
província, se tornaria uma das escritoras
mais lidas da Inglaterra. Mas o fato é
que a observação do ambiente rural
serviu de esteio às suas comédias de
costumes, em que a descrição social e
humana se iguala à dos grandes
mestres. A primeira versão da obra se
chamou First Impressions a partir do
ditado que diz "first impressions are half 
of the battle" (as primeiras impressões
perfazem metade da conquista).
Continue lendo.
88. Trópico de Câncer, de Henry Miller 
Quando o americano Henry Miller (1891-
1980) se mudou para Paris, em 1930,
não tinha trabalho fixo nem dinheiro no
bolso. Pretendia viver da pena. Acabou
entre vagabundos e mendigos,
passando fome e divertindo-se com
meretrizes. Continue lendo.

89. Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev


Pais e Filhos é uma das obras mais
polêmicas de toda a literatura russa e
uma das poucas a transpor 
pragmaticamente a tênue barreira entre
ficção e realidade. Escrita por Ivan
Turguêniev (1818-1883) e publicada
originalmente em 1862, o livro trouxe à
tona debates considerados perigosos
em uma época de grande perturbação
social, especialmente no campo. O
romance narra a tragédia existencial de
um homem inteligente e repleto de
qualidades morais, Bazárov, que se
propusera a viver uma vida niilista, livre
de crenças e moralismos, uma espécie
de rebeldia que "não se inclina a
nenhuma autoridade nem aceita
nenhum princípio sem exame".
Continue lendo.
90. O Náufrago, de Thomas Bernhard
Thomas Bernhard (1931-1989),
conhecido pela violência de suas
palavras, cria, em O Náufrago (1983),
um Narrador como figura central para
abusar da parcialidade, da virulência,
das idiossincrasias e da misantropia que
lhe são comuns, em um romance sobre
desilusão e morte, um monólogo interior 
quase niilista, pessimista, rascante e por 
isso tomado por ácido humor. O
romance começa pelo fim, narrando o
término de uma longa amizade entre
três grandes homens que pretendiam
ser três grandes pianistas. Apenas um
deles conseguiu, relegando aos dois
primeiros uma vida amargurada,
autocomiserativa e vazia. Continue
lendo.
91. A Epopeia de Gilgamesh
Tesouro literário da antiga
Mesopotâmia, este épico deriva
principalmente de 12 tábuas de argila
descobertas em Nínive, na biblioteca do
rei assírio Assurbanípal, que reinou
entre 668 e 627 a.C. Trata-se do mais
antigo texto literário preservado,
precedendo em 1,5 mil anos as
narrativas homéricas. O personagem de
Gilgamesh se baseia num rei que
governou Uruk no terceiro milênio antes
de Cristo. Continue lendo.
92. O Mahabharata
Não se sabe ao certo a autoria do mais
extenso poema épico da literatura
indiana - e também da literatura
universal -, escrito há mais de 5 mil
anos. O Mahabharata tem mais de 200
mil versos em 18 livros, ou parvas, que
por muito tempo foram creditados
unicamente a um autor, Krishna-
Dwaipayana. Hoje a tendência é vê-lo
mais como um compilador, como um
mentor da grande obra. Continue
lendo.
93. As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino
Em As Cidades Invisíveis (1972), o
escritor italiano Italo Calvino (1923-
1985) descreve um diálogo inusitado
entre o mercador veneziano Marco Polo,
"o maior viajante de todos os tempos", e
o imperador dos tártaros Kublai Khan.
Por meio de curtas narrativas
construídas por palavras mágicas,
Calvino tece um emaranhado de
símbolos que dão conta de qualquer 
cidade, país ou realidade imaginável.
Façanha que o próprio autor reconhece.
Continue lendo.
94. Oh The Road, de Jack Kerouac
 As quatro viagens que Jack Kerouac
(1922-1969) fez com seu amigo Neal
Cassady cruzando os Estados Unidos
nos últimos anos da década de 1940
serviram de inspiração para o livro que
se tornou símbolo da geração beat
americana: On the Road (1957). Ser 
beat naqueles tempos significava andar 
mal-vestido, odiar a burguesia, explorar 
os limites da mente com alucinógenos,
curtir jazz e embebedar-se
constantemente. Esse é o estilo de vida
de Sal Paradise e seu companheiro
Dean Moriarty, os protagonistas do
romance - e alter egos de Kerouac e
Cassady. Continue lendo.
95. O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
"Era uma vez um certo Harry, chamado
o Lobo da Estepe. Andava sobre duas
pernas, usava roupas e era um homem,
mas não obstante era também um lobo
das estepes. Havia aprendido uma boa
parte de tudo quanto as pessoas de
bom entendimento podem aprender, e
era bastante ponderado. O que não
havia aprendido, entretanto, era o
seguinte: estar contente consigo e com
sua própria vida." Assim escreve
Hermann Hesse (1877-1962) no livro
que virou a febre hippie dos anos 1960.
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96. O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
Publicado em 1969, este romance sobre
as confissões de um homem no divã de
seu psicanalista conquistou rapidamente
o aplauso da crítica e a aceitação do
público, catapultando o nome de Philip
Roth (1933) ao panteão das letras
americanas. Considerado pela revista
Time e pela Modern Library um dos cem
melhores romances do século 20, o livro
conta a história de um jovem advogado
nova-iorquino, Alexander Portnoy, às
voltas com a mãe castradora, o pai
pusilânime e uma longa série de
namoradas - nenhuma do credo judeu,
como queria sua família. Quando enfim
conhece uma israelense numa viagem a
Israel, vê-se, significativamente,
impotente. Continue lendo.
97. Reparação, de Ian McEwan
Ganhador do Booker Prize, o mais
importante prêmio literário da Grã-
Bretanha, Ian McEwan, nascido em
1948, é considerado um dos principais
autores ingleses da atualidade. De início
influenciado pelo crítico e escritor 
Malcolm Bradbury, escreveu Primeiro
 Amor, Último Sacramento, O Jardim de
Cimento e Ao Deus-Dará (The Comfort
of Strangers), estes dois últimos
adaptados para o cinema. Aos poucos,
vai perdendo a chave satírica e certo
gosto para o escabroso e o horrível,
evoluindo para os temas mais
nuançados, de perfeito equilíbrio entre o
corte introspectivo e as implicações
políticas e sociais, de seus romances da
maturidade. Continue lendo.
98. Desonra, de J. M. Coetzee
"O homem só é feliz quando morre." A
frase inaugural de Desonra (1999),
concisa como o livro do sul-africano J.
M. Coetzee, diz tudo sobre o
protagonista, David Lurie, um professor 
universitário de meia-idade que vê a
carreira ruir por causa de um escândalo
sexual. A realidade trazida por Coetzee
é crua, retrato da África do Sul após o
fim do apartheid. Continue lendo.
99. As Irmãs Makioka, de Junichiro Tanizaki

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