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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Ensino Remoto
Departamendo de Fı́sica

Experimento 8 - Lei de Faraday-Lenz: Indução


Magnética

Gabriel Francisco Ferreira - Engenharia Mecatronica / DCDV


Rafael Lucas Madureira Silva - Engenharia Mecatronica / DCDV
Realizado: 08/02/2022 - Entrega: 09/02/2022

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1 Introdução

1.1 Fundamentação teórica


A maior parte dos geradores de eletricidade funciona com base em uma das leis fun-
damentais do eletromagnetismo, a produção de uma força eletromotriz fem induzida devido
à variação do fluxo de um campo magnético.
A força eletromotriz 𝜖 que é induzida em torno de um caminho fechado é igual a
taxa de variação do fluxo de campo magnético na área interceptada por esse caminho. Tal
afirmação é conhecida como Lei de Faraday, dada por:
𝑑𝜑𝐵
𝜖=− , (1.1)
𝑑𝑡
em que 𝜑𝐵 = 𝐵 · 𝑑𝐴 é o fluxo magnético através de uma superfı́cie e 𝑑𝐴 é um vetor que é
∫︀

perpendicular a essa superfı́cie e tem módulo |𝑑𝐴|.


O sinal negativo na Equação (1.1) determina a polaridade da força eletromotriz indu-
zida e tem uma interpretação fı́sica simples, conhecida como Lei de Lenz, em que a polaridade
da força eletromotriz induzida é tal que tende a produzir uma corrente que cria um fluxo
magnético para se opor à variação do fluxo que a gerou.
Sabe-se que uma fonte de força eletromotriz ligada aos terminais de um fio condutor
produz uma corrente elétrica 𝑖 no mesmo. Usualmente, o sentido da corrente é do polo
positivo para o negativo da fonte e sua intensidade pode ser dada por:
𝜖
𝑖= , (1.2)
𝑅
em que 𝜖 é a fem e 𝑅 é a resistência do fio.
O presente estudo trata-se do uso de uma bobina de Helmholtz, que produz numa
bobina interna de: 𝑁 espiras; área 𝐴; um campo magnético variável 𝐵(𝑡), e, portanto, um
fluxo variável no tempo 𝜑𝐵 (𝑡). Assim, tem-se:

𝐵(𝑡) = 𝐵0 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 (1.3)

𝜑𝐵 (𝑡) = 𝑁 𝐴𝐵0 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 (1.4)


em que 𝜃 é o ângulo entre 𝐵(𝑡) e o vetor normal ao plano da bobina menor. Utilizando-se de
uma fonte de corrente alternada, 𝜔 = 2𝜑𝑓 , em que 𝑓 é a frequência de oscilação da corrente,
estabelecida como 𝑓 = 60𝐻𝑧.
Capı́tulo 1. Introdução 2

Assim, por definição, sabe-se que a força eletromotriz gerada é:


𝑑
𝜖= (𝑁 𝐴𝐵0 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡) = 𝑁 𝐴𝐵0 𝜔𝑐𝑜𝑠𝜃𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡, (1.5)
𝑑𝑡
assim 𝜖𝑖𝑛𝑑 = 𝜖𝑚 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡, em que 𝜖𝑚 = 𝑁 𝐴𝐵0 𝜔𝑐𝑜𝑠𝜃.

1.2 Objetivos

• Entender o mecanismo fı́sico por meio do qual é possı́vel produzir corrente em uma
bobina que não esteja ligada a uma fonte de fem;

• Determinar a fem induzida em uma bobina sujeita a um campo magnético variável;

• Determinar o campo magnético no centro de uma bobina de Helmholtz.


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2 Desenvolvimento

2.1 Materiais

• Fonte de tensão alternada (f = 60 Hz);

• 2 pares de cabos conectores;

• Multı́metro (função voltı́metro);

• Bobina pequena (20000 espiras);

• Bobina de Helmholtz.

• Transferidor.

2.2 Procedimentos
2.2.1 Método
Inicialmente, será feita a análise qualitativa do experimento. Utilizando-se da bobina
e um multı́metro será possı́vel analisar a lei da indução magnética em prática. Nesse momento
será feita a observação da corrente induzida.
Com a bobina de Helmholtz ligada, serão medidas diferentes pares de 𝜃 e 𝜖𝑚 para
coleta de dados e ser possı́vel calcular a força eletromotriz induzida na bobina.

2.2.2 Procedimentos experimentais


Monta-se a bobina menor e interior sobre um suporte giratório, de forma que seja
possı́vel variar 𝜃 facilmente. Com o arcabouço matemático definido e a bobina montada
começa-se a coleta para o experimento.
Atentando-se aos valores medidos com a bobina de Helmholtz ligada, será obtida a
𝜖𝑚
tensão eficaz, dada por 𝜖𝑒𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑧 = √ . Assim, ao se coletar o valor indicado pelo multı́metro,
2 √
esse já será multiplicado pelo fator de correção 2, obtendo-se a Tabela 1.
Com esses dados, e conhecendo a equação matemática de como tais grandezas se
relacionam, apresentadas no final da Seção 1.1, será possı́vel linearizar 𝜖𝑚 como função de
Capı́tulo 2. Desenvolvimento 4

𝑐𝑜𝑠𝜃.
𝜖𝑚 = 𝑁 𝐴𝐵0 𝜔𝑐𝑜𝑠𝜃

𝑌 = 𝐴𝑥 + 𝐵

Assim, com auxı́lio do software SciDavis, será possı́vel obter um gráfico e relações
entre tais grandezas experimentais.

2.3 Resultados
De posse dos dados fornecidos ao grupo pelo professor, foi organizado em uma tabela
os valores de 𝜖𝑒𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑧 e de 𝜃:

Tabela 1 – Dados experimentais e suas incertezas

𝜃(∘ ) V𝑒𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑧 (𝑉 )


0 8,59
10 8,52
20 8,33
30 7,8
40 6,7
50 5,82
60 4,7
70 3,29
80 1,25
90 0,23

A partir da tabela foi produzido um gráfico de 𝜖𝑒𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑧 em função de 𝜃. Graficamente


podemos perceber que quanto maior o ângulo da bobina menor, menor era a tensão medida
e seu decaimento ocorre de maneira parecida com um gráfico periódico.
Capı́tulo 2. Desenvolvimento 5

Figura 1 – 𝜖𝑒𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑧 em função de 𝜃

Realizando agora uma linearização dos dados, com base na equação (1.4) e no gráfico
da figura 2.

Figura 2 – 𝜖𝑒𝑓 𝑖𝑐𝑎𝑧 em função do cos(𝜃)

Podemos determinar com sua incerteza o valor para o coeficiente 𝐵0 , 0,11 ±0,001.
Capı́tulo 2. Desenvolvimento 6

Figura 3 – Linearização do gráfico da figura 2


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3 Conclusão

O relatório abordou de forma clara o conceito da Lei de Faraday, este que traz consigo
um conceito de indução magnética. Os gráficos conseguiram traduzir aquilo que as equações
exigiam, portanto, pequenos erros ou desvios de valores foram percebidos. Esses erros teriam
como causas, erros dos ângulos, erro de manuseio da bobina menor, nivelação malfeita entre
uma outra série de fatores. Em um bom exemplo utilizando o cosseno do ângulo conseguimos
obter pela linearização um valor de 𝐵0 e sua incerteza próxima do ideal. O relatório trouxe
uma dinâmica bem ampla e interessante.
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Referências

RESNICK, Robert; HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth. Fı́sica Vol. I. I, 2004.


HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Fı́sica:
Eletromagnetismo, vol. 3. Editora: LTC, 2007.

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