Você está na página 1de 6

Análise de diferentes sensores para monitoramento

de pressão plantar em diabéticos


Bruno Marcon, Arthur Garcia Bartsch Ana Isabel Aires Vieira
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Instituto Politécnico do Porto (IPP)
Jaraguá do Sul, Brasil Porto, Portugal
brunomarcon05@gmail.com, arthur.bartsch@ifsc.edu.br aiv@isep.ipp.pt

Abstract—Este artigo discute diferentes tipos de sensores, pacientes com diabetes pode reduzir o risco de amputação em
como sistemas de plataforma e sistemas in-shoe, e descreve os até 90%. O estudo enfatiza a importância da detecção precoce
sensores capacitivos, resistivos, piezoelétricos e piezoresistivos. e tratamento adequado das úlceras no pé em pacientes com
A aplicação desses sensores pode ajudar no monitoramento da
pressão plantar e da tensão de cisalhamento, proporcionando diabetes [6]. Nesse contexto, propõe-se o estudo aplicação
um gerenciamento mais eficaz das úlceras no pé em pacientes de sensores de palmilha, para retiradas de sinais e controle
diabéticos. médico da saúde do paciente, possibilitando o diagnóstico
Index Terms—diabetes, úlcera do pé diabético, sensor de precoce desta condição.
palmilha, pressão plantar, prevenção de ulcerações Na Seção II, apresenta-se a fundamentação teórica do tra-
balho. Na Seção III, apresentam-se os resultados analisados.
I. I NTRODUÇ ÃO Na Seção IV apresenta-se a conclusão do trabalho.
Na sociedade atual, observa-se um aumento nas discussões II. F UNDAMENTAÇ ÃO TE ÓRICA
a respeito do da diabetes. Segundo o site da Biblioteca Virtual
Nesta seção, fundamenta-se o problema da ulceração cau-
da Saúde, do Ministério da Saúde, a estimativa da incidência
sada pela diabetes, os sensores para a detecção e as formas
da doença até 2030 chega a 21,5 milhões, conforme Atlas
de aplicação.
do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF –
International Diabetes Foundation) [1]. A. A ulceração do pé
Em 2021, o Brasil ocupava a colocação de sexto lugar As ulcerações formam-se como consequência do dano
com o maior ı́ndice mundial de diabetes, sendo cerca de 15,7 induzido pelo diabetes aos sistemas nervoso e vascular do
milhões de pessoas convivendo com a doença. Na publicação pé [7]. Conforme ilustrado na Fig. 1 e Fig. 2, a úlcera se
da IDF daquele ano, foi colocado como terceiro lugar em manifesta como deformidade do pé devido à função muscular
questão de gastos com a doença, sendo seu custo estimado anormal. Esta leva a tensões anormais aplicadas na planta do
em 42,9 bilhões de dólares, atrás de China e Estados Unidos, pé durante a locomoção e atividades fı́sicas. Essas tensões
com US$ 165,3 bilhões e US$ 379,5 bilhões, respectivamente podem ser divididas em duas categorias principais: forças de
[2]. compressão e forças de cisalhamento [11].
Entre as consequências mais comuns do diabetes, As forças de compressão são aquelas que são aplicadas na
encontram-se complicações no pé, particularmente as úlceras planta do pé na direção perpendicular à superfı́cie do solo,
do pé diabético. Essas ocorrem após o comprometimento da como durante o contato com o solo durante a caminhada.
circulação sanguı́nea nesta região, que dificulta a cicatrização As forças de cisalhamento são aquelas que atuam na direção
e pode levar a infecções graves. Além disso, muitas pessoas paralela à superfı́cie do solo, como durante a rotação do pé
com diabetes podem ter problemas de sensibilidade nos pés. no contato com o solo.
Desta forma, podem não sentir dor ou desconforto em seus A tensão de cisalhamento no pé pode ser um fator impor-
pés, mesmo quando uma úlcera se desenvolve. tante na formação de úlceras em pacientes diabéticos, que
De acordo com um estudo publicado no Journal of Di- têm um risco aumentado devido à neuropatia periférica e
abetes and its Complications em 2017, a prevalência de doença vascular periférica [11]. Ressalta-se que as úlceras
úlceras no pé em pacientes com diabetes varia de 4,6% a por cisalhamento ocorrem frequentemente na região do ante
19,0%. O mesmo estudo relatou que os fatores de risco pé, especialmente nas cabeças dos metatarsos, onde as forças
para o desenvolvimento de úlceras no pé, em pacientes de cisalhamento são mais elevadas. A área de risco assim
com diabetes, incluem idade avançada, duração da diabetes, como a de estresse plantar podem ser observadas na Fig. 1.
neuropatia periférica e doença vascular periférica [3]. Alguns estudos fazem-se necessários na tentativa de rela-
Uma vez desenvolvida, apesar do tratamento médico, a cionar essas tensões plantares com as ulcerações, entretanto,
ulceração do pé pode levar várias semanas ou meses para evidências clı́nicas recentes indicam que a situação é mais
cicatrizar, quando há a possibilidade de recuperação [4]. complexa e que apenas a pressão, isoladamente, pode ser in-
Além disso, as úlceras frequentemente se repetem. Aprox- eficaz para prever a formação de úlceras [8], [9]. Além disso,
imadamente 40% dos pacientes apresentam recorrência em descobriu-se que apenas 35% dos problemas ocorreram em
um ano e 60% em três anos [5]. áreas de alta pressão [10]. O estresse de cisalhamento plantar
Outro estudo publicado no Diabetes Care em 2018 desco- anormal tem sido mostrado como um fator importante no
briu que a intervenção precoce para tratar úlceras no pé em desenvolvimento da doença.
Fig. 3. Um sensor de pressão plantar plataforma [12].
Fig. 1. Area de risco nas pressões plantares [7].

Fig. 2. Consequências da diabete [7]


Fig. 4. sensor de pressão plantar baseado em plataforma da Zebris Medical
GmbH [12].

Yavuz investigou as distribuições de tensão de cisal-


hamento plantar em pacientes diabéticos com e sem neu- B. Sensor de palmilha
ropatia. Os resultados revelaram que 50% das ulcerações Diferentes são os tipos de sensores a serem aplicados nas
ocorreram em locais plantares com tensão de cisalhamento regiões plantares, generalizando podem ser resumidos em
elevada. Com base nesses achados, os pesquisadores re- dois tipos: sistemas de plataforma e sistemas in-shoe [12].
comendaram o monitoramento da pressão plantar e da tensão No primeiro caso, nos sistemas de plataforma, há a
de cisalhamento como parte de um gerenciamento mais disposição uma matriz plana e rı́gida de elementos sensores
eficaz para prevenir e tratar as ulcerações em pacientes de pressão dispostos em uma configuração de matriz e
diabéticos [9]. embutidos no chão para permitir a caminhada normal assim
Como resultado da carga plantar anormal, a lesão por como visto na Fig. 3 e Fig. 4.
estresse repetitivo moderado causa inflamação tecidual e Geralmente são aplicados restritamente em laboratórios
formação de pele dura e hiperqueratótica (calo). Na ausência de pesquisas, possuem suas vantagens e desvantagens. Um
de sensação protetora nos pés devido ao dano do nervo ponto positivo em sua utilização é a facilidade no uso, pois
(neuropatia), os mecanismos compensatórios resultantes é estacionária e plana. Contudo, tal sensor possui a desvan-
de estı́mulos de dor, como claudicação ou modificação tagem de requerer do paciente a familiaridade, para garantir
da marcha para redistribuir a pressão no pé, não ocor- uma marcha natural. Além disso, existem as limitações de
rem. A inflamação contı́nua causa autólise enzimática com espaço, de medição interna e de capacidade de efetuação
destruição e ulceração do tecido. de contato do paciente com a plataforma. Destaca-se a
Estudos anteriores mostraram que palmilhas redutoras necessidade do contato do pé com o centro da área de
de cisalhamento genéricas podem reduzir a incidência de detecção para uma leitura precisa [13].
formação de úlceras em pacientes de alto risco [7]. Além Como segunda possibilidade, há a aplicação In-shoe, onde
disso, calçados terapêuticos sob medida, modificados para sensores flexı́veis são embutidos no sapato de forma que as
atingir pressões plantares especı́ficas, foram considerados medições reflitam a interface entre o pé e o próprio sapato,
mais eficazes do que calçados sob medida convencionais, como visto na Fig. 5 e Fig. 6. Por ser um sistema flexı́vel e
desde que os pacientes estejam dispostos a usá-los. portátil, a utilização permite uma ampla variedade de estudos
O uso de dispositivos que permitam a avaliação da pressão com diferentes tarefas de marcha, designs de calçados e
plantar e da tensão de cisalhamento no sapato, com e sem terrenos.
palmilhas de alı́vio, pode ser uma estratégia eficaz para Em comparação ao estacionário, o móvel é mais prático
reduzir a incidência de ulceração em pacientes de alto risco. na hora do desenvolvimento para estudar órteses e design de
No entanto, para que esses dispositivos sejam amplamente calçados, mas existe a possibilidade de o sensor escorregar.
adotados na prática clı́nica de rotina, é importante que sejam Nesse quesito, devem ser adequadamente protegidos para
simples e rápidos de usar. evitar deslizamentos e garantir resultados confiáveis. Há,
piezoelétricos possuem uma propriedade especial: quando
são deformados mecanicamente, como por exemplo, quando
são comprimidos ou esticados, geram uma polarização
elétrica em resposta a essa deformação. Essa polarização
elétrica resulta em uma diferença de potencial, ou seja, uma
tensão elétrica é gerada nos terminais do sensor.
No entanto, os sensores piezoelétricos têm uma car-
acterı́stica importante a ser considerada, que é sua alta
impedância. A alta impedância significa que esses sensores
têm uma resistência elétrica interna elevada, o que os
torna suscetı́veis a interferências elétricas externas. Essas
interferências podem ser geradas por campos elétricos ou
magnéticos presentes no ambiente de medição.
Devido à alta impedância dos sensores piezoelétricos, a
Fig. 5. Sapato da Pedar© Novel com sensor plantar [12]. relação sinal-ruı́do pode ser comprometida se a interferência
elétrica for excessiva. Isso pode levar a uma diminuição da
precisão e confiabilidade dos dados de medição obtidos pelo
sensor, a Fig. 9 mostra a construção do sensor piezelétrico
[7], [12].
Os sensores piezorresistivos de pressão são dispositivos
que utilizam materiais semicondutores para medir a pressão
aplicada. Esses materiais possuem uma propriedade chamada
piezorresistividade, que significa que sua resistividade varia
quando uma força mecânica, como a pressão, é aplicada
sobre eles.
Quando o sensor está em repouso, ou seja, sem pressão
aplicada, a resistividade do material sensor é alta. No entanto,
Fig. 6. Sapato F-Scan® System da Tekscan [12]. quando uma força é exercida sobre o mesmo, a resistência
elétrica do material diminui proporcionalmente à magni-
tude da força aplicada. Isso ocorre devido às mudanças
também, uma limitação referente a resolução espacial dos na estrutura do material semicondutor quando submetido a
dados, que é menor que a dos sensores plataforma, por menos deformações mecânicas.
pontos de contato. A Fig. 10 mostra a construção tı́pica de um sensor piezore-
Nesse aspecto, além do meio de utilização a ser escolhido, sistivo. Geralmente, é utilizado um elemento piezoelétrico,
deve-se levar em consideração também os modelos de sen- como um cristal de quartzo, que produz cargas elétricas em
sores acoplados ao In-shoe. Na aplicação, podem ser levados sua superfı́cie quando submetido à pressão. Essas cargas
em conta quatro tipos de sensores, sendo eles os capacitivos, geram uma tensão proporcional à força aplicada, que é então
resistivos, piezoelétricos e piezoresistivos. medida e convertida em um sinal elétrico adequado para
O transdutor de pressão capacitiva consiste em duas placas análise ou exibição [7], [12].
eletricamente carregadas separadas por uma camada elástica
dielétrica (por exemplo, ar, mica, cerâmica, PDMS ou outro C. Aplicação do sensor
material isolante) [7], [12], [14], possuindo um capacitor em Além dos sistemas comerciais disponı́veis, pesquisadores
um lado do diafragma onde a pressão está sendo aplicada acadêmicos também estão desenvolvendo seus próprios dis-
e a outra placa no lado oposto do diafragma onde está positivos vestı́veis para a medição da carga plantar. Essa
despressurizado, podendo ser acompanhado na Fig. 7. pesquisa é impulsionada por diferentes motivos, como
Através do alargamento e estreitamento do espaço entre redução de custos, melhoria na capacidade de medição ou
as placas do capacitor, é possı́vel perceber que a pressão foi desempenho, e foco em aplicações especı́ficas. Muitos desses
alterada, resultando diretamente na capacitância [14].
Em segundo lugar, há os sensores resistivos que respondem
à deformação mecânica com uma variação da resistência
elétrica [7]. Quando a pressão é aplicada, tendo como
exemplo o FSR (sensor de força resistivo) visualizado na
Fig. 8, incluindo o fato de alguns pesquisadores aplicarem
este mesmo sensor em pesquisas plantares [15], o mesmo
mede a resistência da espuma condutora entre dois eletrodos.
A corrente através do sensor resistivo aumenta à medida
que a camada condutora muda, havendo a diminuição da
resistência sob pressão [12].
Como próximo sensor, o piezoelétrico produz um campo
elétrico (tensão) em resposta à pressão. Os materiais Fig. 7. Circuito de um sensor de pressão capacitivo [14].
Fig. 8. Sensor de pressão resistivo [12]. Fig. 11. Sistema de medição de carga plantar baseado na sola do sapato
[7].

Fig. 12. Meia com oito sensores piezoresistivos integrados [7].

veniente para os usuários que precisam colocar e remover o


sistema. Outro estudo desenvolveu uma meia inteligente com
Fig. 9. Esquema de um sensor de pressão piezoelétrico [12]. oito sensores piezoresistivos para monitorar os padrões de
pressão plantar, como mostrado na Fig. 12 [7]. Nesse caso,
fibras piezoresistivas foram usadas como material sensor e
sistemas utilizam um número limitado de sensores para fibras revestidas de prata foram empregadas para transmitir
monitorar locais selecionados da superfı́cie plantar, em vez o sinal. Esse sistema oferecia detecção de contato confiável,
de cobrir a totalidade da área. Esses locais são indicados mas as medições eram sensı́veis ao posicionamento dos
como ”regiões plantares de interesse”, tendo algumas zonas sensores, exigindo que a meia fosse usada corretamente e
de risco da Fig. 1 em consideração. com cuidado.
Os sistemas desenvolvidos pelos pesquisadores adotam Recentemente, houve avanços no desenvolvimento de sis-
diferentes abordagens em termos de fixação dos sensores. temas de pressão plantar com e sem fio. Os sistemas com fio
Alguns utilizam uma palmilha como base para os sensores, geralmente envolvem sensores de pressão colocados dentro
enquanto outros fixam os sensores diretamente na sola do do sapato, que estão conectados a um dispositivo externo
sapato, em uma meia ou no próprio pé. para coletar e analisar os dados. Esses sistemas fornecem
Por exemplo, um estudo coloca quatro sensores de pressão medições precisas da pressão plantar, mas podem ser limita-
capacitiva na parte inferior do sapato [7], como ilustrado na dos em termos de mobilidade e praticidade.
Fig. 11. No entanto, essa abordagem foi considerada incon- Por outro lado, os sistemas sem fio eliminam a necessidade

Fig. 10. Esquema de um sensor de pressão piezorresistivo [12]. Fig. 13. Sistema sem fio para análise de marcha [12].
Fig. 14. Marcas já atuantes [7].

de fios e permitem maior liberdade de movimento. Esses ser sensı́veis ao posicionamento e podem exigir cuidados
sistemas utilizam sensores sem fio embutidos no sapato, que adicionais para evitar deslizamento e garantir resultados
transmitem os dados de pressão plantar para um dispositivo confiáveis. Em sequência, os piezoelétricos geram uma
receptor. Esses dispositivos podem ser smartphones, tablets tensão elétrica em resposta à pressão e são sensı́veis a
ou computadores, permitindo a análise em tempo real ou deformações mecânicas. Eles oferecem boas sensibilidade,
posterior. Os sistemas sem fio são mais convenientes para mas podem ser afetados por interferências elétricas externas
o uso diário e também têm potencial para integração com devido à sua alta impedância.
aplicativos móveis e tecnologias vestı́veis, sendo um exemplo Em última análise, os sensores piezorresistivos usam ma-
mostrado na Fig. 13. teriais semicondutores para medir a pressão aplicada. Eles
respondem à pressão com uma variação da resistividade
III. R ESULTADOS E DISCUSS ÕES elétrica do material. Esses sensores são estáveis e apresentam
Em uma aplicação prática, algumas marcas já utilizam os boa relação sinal-ruı́do, mas também podem exigir cuidados
sensores citados, pode-se analisar a utilização na tabela da na fixação para garantir leituras precisas.
Fig. 14. A escolha do tipo de sensor e sua aplicação de-
pendem dos objetivos especı́ficos do estudo e das limitações IV. C ONCLUS ÃO
práticas. Os sistemas de plataforma, embutidos no chão, são O artigo discute o cuidado em relação ao diabetes e a
mais adequados para estudos em laboratório, onde é possı́vel formação de úlceras nos pés, causadas pelo dano aos sistemas
controlar o ambiente e as condições experimentais. Esses nervoso e vascular do pé. As deformidades musculares do pé
sistemas fornecem uma visão geral da distribuição da pressão levam a tensões anormais aplicadas na planta do pé durante a
plantar durante a caminhada normal, permitindo uma análise locomoção e atividades fı́sicas, que podem ser divididas em
detalhada das forças de compressão e cisalhamento. forças de compressão e forças de cisalhamento. As forças de
Por outro lado, os sistemas in-shoe, com sensores flexı́veis cisalhamento são um fator importante na formação de úlceras
embutidos no sapato, são mais práticos para estudos em pacientes diabéticos, especialmente na região do ante pé.
em condições mais próximas da realidade, permitindo a O artigo discute também diferentes tipos de sensores
avaliação da pressão e tensão de cisalhamento durante a de pressão, sendo a escolha algo relativo às necessidades
atividade fı́sica e a marcha em diferentes superfı́cies. Esses especı́ficas do estudo, levando em consideração a sensibili-
sistemas são mais portáteis e permitem uma maior flexibili- dade, a estabilidade, a relação sinal-ruı́do, as interferências
dade na coleta de dados em diferentes ambientes e situações elétricas e a facilidade de uso.
clı́nicas. Ao desenvolver dispositivos vestı́veis para medição da
Quanto aos tipos de sensores, existem várias opções carga plantar, é importante considerar a fixação adequada
disponı́veis. Os sensores capacitivos medem a pressão por dos sensores para evitar deslizamentos e garantir leituras
meio da variação da capacitância entre duas placas quando confiáveis. Além disso, é necessário levar em conta a
a pressão é aplicada. Eles são sensı́veis e precisos, mas localização dos sensores nas áreas de interesse, como as
requerem calibração adequada e cuidados na fixação para regiões de risco de ulceração, para obter uma avaliação
garantir leituras precisas além de uma aplicação mais com- precisa da pressão e tensão de cisalhamento nessas áreas.
plexa eletronicamente. Em resumo, a escolha do tipo de sensor e sua aplicação
Os sensores resistivos respondem à pressão com uma dependem dos objetivos do estudo, das condições experimen-
variação da resistência elétrica. Eles são amplamente uti- tais e das limitações práticas. Os sistemas de plataforma e os
lizados e oferecem boa sensibilidade, mas também podem sistemas in-shoe têm vantagens e desvantagens especı́ficas, e
os sensores capacitivos, resistivos, piezoelétricos e piezore-
sistivos oferecem diferentes caracterı́sticas de medição. É
importante realizar estudos comparativos e avaliar o desem-
penho dos diferentes sensores e sistemas de aplicação para
determinar a melhor opção em cada caso.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos institutos IFSC e ISEP (IPP),
através do programa PROPICIE, pelo financiamento ao tra-
balho.
R EFERENCES
[1] Biblioteca Virtual da Saúde, 26/6 — Dia Nacional do Dia-
betes. Disponı́vel em : ¡https://bvsms.saude.gov.br/26-6-dia-nacional-
do-diabetes¿. Acesso em: 14 março. 2023
[2] Medicinasa, Brasil é o 3º paı́s do mundo que mais gasta com
diabetes. Disponı́vel em: ¡https://medicinasa.com.br/brasil-diabetes/¿.
Acesso em: 14 março de 2023.
[3] Boulton, A. J. M., Armstrong, D. G., Albert, S. F., Frykberg, R.
G., Hellman, R. (2018). Comprehensive foot examination and risk
assessment: a report of the task force of the foot care interest group
of the American Diabetes Association, with endorsement by the
American Association of Clinical Endocrinologists. Diabetes Care,
31(8), p. 1679-1685.
[4] R. C. Hoogeveen et al., “Complex interventions for preventing diabetic
foot ulceration,” Cochrane Database Syst. Rev., n. 8, 2015.
[5] D. G. Armstrong, A. J. M. Boulton, and S. A. Bus, “Diabetic foot
ulcers and their recurrence,” New England J. Med., vol. 376, n. 24,
pp. 2367–2375, Junho de 2017.
[6] Zhang, P., Lu, J., Jing, Y., Tang, S., Zhu, D., Bi, Y., Xu, Y. (2017).
“Global epidemiology of diabetic foot ulceration: a systematic review
and meta-analysis (dagger)”. Annals of medicine, 49(2), 106-116.
[7] WANG, Lefan et al. “A Review of Wearable Sensor Systems to
Monitor Plantar Loading in the Assessment of Diabetic Foot Ulcers”.
IEEE transactions on biomedical engineering, vol. 67, no. 7, julho de
2020.
[8] M. Young, The Technical Writer’s Handbook. Mill Valley, CA: Uni-
versity Science, 1989.
[9] L. A. Lavery et al., “Predictive value of foot pressure assessment as
part of a population-based diabetes disease management program,”
Diabetes Care, vol. 26, no. 4, p. 1069–1073, Abril de 2003.
[10] M. Young, The Technical Writer’s Handbook. Mill Valley, CA: Uni-
versity Science, 1989.
[11] D. Lot, R. Messina, L, Reichartz, J. R. Hallwill, S. Hunter, “Neu-
ropathic plantar forefoot ulcers treated with a shear-reducing insole.
Journal of Rehabilitation Research & Development”, v. 50, n. 5, p.
663-670, 2013.
[12] A. H. A. Razak, A. Zayegh, R. K. Begg, Y. Wahab. “Foot Plantar
Pressure Measurement System: A Review”. Sensors. Dezembro de
2012.
[13] MacWilliams, B.A.; Armstrong, P.F. Clinical Applications of Plantar
Pressure Measurement in Pediatric Orthopedics. In Proceeding of
Pediatric Gait, 2000. A New Millennium in Clinical Care and Motion
Analysis Technology, Chicago, Estados Unidos, 22 de julho de 2000;
p. 143–150.
[14] Witko, Jaclyn. Pressure Transducers. Mechatron-
ics, 12 de fevereiro de 2014. Disponı́vel em:
http://mymechatronics.pbworks.com/w/page/74991698/Pressure%
20Transducers. Acesso em: 07 de maio de 2023.
[15] A. S. Benbakhit, S. Boukhenous, C. Zizoua, M. Attari, “An instru-
mented shoe for ambulatory prevention of diabetic foot ulceration,”
in Proc. 4th Int. Conf. Wireless Mobile Commun. Healthcare (Mobi-
health), Athens, Greece, 2014.

Você também pode gostar