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Abstract—Este artigo discute diferentes tipos de sensores, pacientes com diabetes pode reduzir o risco de amputação em
como sistemas de plataforma e sistemas in-shoe, e descreve os até 90%. O estudo enfatiza a importância da detecção precoce
sensores capacitivos, resistivos, piezoelétricos e piezoresistivos. e tratamento adequado das úlceras no pé em pacientes com
A aplicação desses sensores pode ajudar no monitoramento da
pressão plantar e da tensão de cisalhamento, proporcionando diabetes [6]. Nesse contexto, propõe-se o estudo aplicação
um gerenciamento mais eficaz das úlceras no pé em pacientes de sensores de palmilha, para retiradas de sinais e controle
diabéticos. médico da saúde do paciente, possibilitando o diagnóstico
Index Terms—diabetes, úlcera do pé diabético, sensor de precoce desta condição.
palmilha, pressão plantar, prevenção de ulcerações Na Seção II, apresenta-se a fundamentação teórica do tra-
balho. Na Seção III, apresentam-se os resultados analisados.
I. I NTRODUÇ ÃO Na Seção IV apresenta-se a conclusão do trabalho.
Na sociedade atual, observa-se um aumento nas discussões II. F UNDAMENTAÇ ÃO TE ÓRICA
a respeito do da diabetes. Segundo o site da Biblioteca Virtual
Nesta seção, fundamenta-se o problema da ulceração cau-
da Saúde, do Ministério da Saúde, a estimativa da incidência
sada pela diabetes, os sensores para a detecção e as formas
da doença até 2030 chega a 21,5 milhões, conforme Atlas
de aplicação.
do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF –
International Diabetes Foundation) [1]. A. A ulceração do pé
Em 2021, o Brasil ocupava a colocação de sexto lugar As ulcerações formam-se como consequência do dano
com o maior ı́ndice mundial de diabetes, sendo cerca de 15,7 induzido pelo diabetes aos sistemas nervoso e vascular do
milhões de pessoas convivendo com a doença. Na publicação pé [7]. Conforme ilustrado na Fig. 1 e Fig. 2, a úlcera se
da IDF daquele ano, foi colocado como terceiro lugar em manifesta como deformidade do pé devido à função muscular
questão de gastos com a doença, sendo seu custo estimado anormal. Esta leva a tensões anormais aplicadas na planta do
em 42,9 bilhões de dólares, atrás de China e Estados Unidos, pé durante a locomoção e atividades fı́sicas. Essas tensões
com US$ 165,3 bilhões e US$ 379,5 bilhões, respectivamente podem ser divididas em duas categorias principais: forças de
[2]. compressão e forças de cisalhamento [11].
Entre as consequências mais comuns do diabetes, As forças de compressão são aquelas que são aplicadas na
encontram-se complicações no pé, particularmente as úlceras planta do pé na direção perpendicular à superfı́cie do solo,
do pé diabético. Essas ocorrem após o comprometimento da como durante o contato com o solo durante a caminhada.
circulação sanguı́nea nesta região, que dificulta a cicatrização As forças de cisalhamento são aquelas que atuam na direção
e pode levar a infecções graves. Além disso, muitas pessoas paralela à superfı́cie do solo, como durante a rotação do pé
com diabetes podem ter problemas de sensibilidade nos pés. no contato com o solo.
Desta forma, podem não sentir dor ou desconforto em seus A tensão de cisalhamento no pé pode ser um fator impor-
pés, mesmo quando uma úlcera se desenvolve. tante na formação de úlceras em pacientes diabéticos, que
De acordo com um estudo publicado no Journal of Di- têm um risco aumentado devido à neuropatia periférica e
abetes and its Complications em 2017, a prevalência de doença vascular periférica [11]. Ressalta-se que as úlceras
úlceras no pé em pacientes com diabetes varia de 4,6% a por cisalhamento ocorrem frequentemente na região do ante
19,0%. O mesmo estudo relatou que os fatores de risco pé, especialmente nas cabeças dos metatarsos, onde as forças
para o desenvolvimento de úlceras no pé, em pacientes de cisalhamento são mais elevadas. A área de risco assim
com diabetes, incluem idade avançada, duração da diabetes, como a de estresse plantar podem ser observadas na Fig. 1.
neuropatia periférica e doença vascular periférica [3]. Alguns estudos fazem-se necessários na tentativa de rela-
Uma vez desenvolvida, apesar do tratamento médico, a cionar essas tensões plantares com as ulcerações, entretanto,
ulceração do pé pode levar várias semanas ou meses para evidências clı́nicas recentes indicam que a situação é mais
cicatrizar, quando há a possibilidade de recuperação [4]. complexa e que apenas a pressão, isoladamente, pode ser in-
Além disso, as úlceras frequentemente se repetem. Aprox- eficaz para prever a formação de úlceras [8], [9]. Além disso,
imadamente 40% dos pacientes apresentam recorrência em descobriu-se que apenas 35% dos problemas ocorreram em
um ano e 60% em três anos [5]. áreas de alta pressão [10]. O estresse de cisalhamento plantar
Outro estudo publicado no Diabetes Care em 2018 desco- anormal tem sido mostrado como um fator importante no
briu que a intervenção precoce para tratar úlceras no pé em desenvolvimento da doença.
Fig. 3. Um sensor de pressão plantar plataforma [12].
Fig. 1. Area de risco nas pressões plantares [7].
Fig. 10. Esquema de um sensor de pressão piezorresistivo [12]. Fig. 13. Sistema sem fio para análise de marcha [12].
Fig. 14. Marcas já atuantes [7].
de fios e permitem maior liberdade de movimento. Esses ser sensı́veis ao posicionamento e podem exigir cuidados
sistemas utilizam sensores sem fio embutidos no sapato, que adicionais para evitar deslizamento e garantir resultados
transmitem os dados de pressão plantar para um dispositivo confiáveis. Em sequência, os piezoelétricos geram uma
receptor. Esses dispositivos podem ser smartphones, tablets tensão elétrica em resposta à pressão e são sensı́veis a
ou computadores, permitindo a análise em tempo real ou deformações mecânicas. Eles oferecem boas sensibilidade,
posterior. Os sistemas sem fio são mais convenientes para mas podem ser afetados por interferências elétricas externas
o uso diário e também têm potencial para integração com devido à sua alta impedância.
aplicativos móveis e tecnologias vestı́veis, sendo um exemplo Em última análise, os sensores piezorresistivos usam ma-
mostrado na Fig. 13. teriais semicondutores para medir a pressão aplicada. Eles
respondem à pressão com uma variação da resistividade
III. R ESULTADOS E DISCUSS ÕES elétrica do material. Esses sensores são estáveis e apresentam
Em uma aplicação prática, algumas marcas já utilizam os boa relação sinal-ruı́do, mas também podem exigir cuidados
sensores citados, pode-se analisar a utilização na tabela da na fixação para garantir leituras precisas.
Fig. 14. A escolha do tipo de sensor e sua aplicação de-
pendem dos objetivos especı́ficos do estudo e das limitações IV. C ONCLUS ÃO
práticas. Os sistemas de plataforma, embutidos no chão, são O artigo discute o cuidado em relação ao diabetes e a
mais adequados para estudos em laboratório, onde é possı́vel formação de úlceras nos pés, causadas pelo dano aos sistemas
controlar o ambiente e as condições experimentais. Esses nervoso e vascular do pé. As deformidades musculares do pé
sistemas fornecem uma visão geral da distribuição da pressão levam a tensões anormais aplicadas na planta do pé durante a
plantar durante a caminhada normal, permitindo uma análise locomoção e atividades fı́sicas, que podem ser divididas em
detalhada das forças de compressão e cisalhamento. forças de compressão e forças de cisalhamento. As forças de
Por outro lado, os sistemas in-shoe, com sensores flexı́veis cisalhamento são um fator importante na formação de úlceras
embutidos no sapato, são mais práticos para estudos em pacientes diabéticos, especialmente na região do ante pé.
em condições mais próximas da realidade, permitindo a O artigo discute também diferentes tipos de sensores
avaliação da pressão e tensão de cisalhamento durante a de pressão, sendo a escolha algo relativo às necessidades
atividade fı́sica e a marcha em diferentes superfı́cies. Esses especı́ficas do estudo, levando em consideração a sensibili-
sistemas são mais portáteis e permitem uma maior flexibili- dade, a estabilidade, a relação sinal-ruı́do, as interferências
dade na coleta de dados em diferentes ambientes e situações elétricas e a facilidade de uso.
clı́nicas. Ao desenvolver dispositivos vestı́veis para medição da
Quanto aos tipos de sensores, existem várias opções carga plantar, é importante considerar a fixação adequada
disponı́veis. Os sensores capacitivos medem a pressão por dos sensores para evitar deslizamentos e garantir leituras
meio da variação da capacitância entre duas placas quando confiáveis. Além disso, é necessário levar em conta a
a pressão é aplicada. Eles são sensı́veis e precisos, mas localização dos sensores nas áreas de interesse, como as
requerem calibração adequada e cuidados na fixação para regiões de risco de ulceração, para obter uma avaliação
garantir leituras precisas além de uma aplicação mais com- precisa da pressão e tensão de cisalhamento nessas áreas.
plexa eletronicamente. Em resumo, a escolha do tipo de sensor e sua aplicação
Os sensores resistivos respondem à pressão com uma dependem dos objetivos do estudo, das condições experimen-
variação da resistência elétrica. Eles são amplamente uti- tais e das limitações práticas. Os sistemas de plataforma e os
lizados e oferecem boa sensibilidade, mas também podem sistemas in-shoe têm vantagens e desvantagens especı́ficas, e
os sensores capacitivos, resistivos, piezoelétricos e piezore-
sistivos oferecem diferentes caracterı́sticas de medição. É
importante realizar estudos comparativos e avaliar o desem-
penho dos diferentes sensores e sistemas de aplicação para
determinar a melhor opção em cada caso.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos institutos IFSC e ISEP (IPP),
através do programa PROPICIE, pelo financiamento ao tra-
balho.
R EFERENCES
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