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Enfermagem e o pé diabético: O papel


da enfermagem no cuidado do pé
diabético

Giovani Basso da Silva


UFCSPA

João Gabriel Toledo Medeiros


UFCSPA

Simone Travi Canabarro


UFCSPA

10.37885/210705337
RESUMO

Objetivos: Evidenciar a importância do conhecimento e do cuidado com o DM e o pé


diabético por parte dos enfermeiros. Método: Para sua realização foi necessária uma
busca ativa de artigos nas bases de dados PubMed, SciELO e Scopus. Também foi
realizada uma busca nos principais livros base e sociedade que abordam o assunto.
Resultados: A pesquisa apresentou uma sequência de temas nos quais os cuidados
de enfermagem são essenciais, são eles: osteomielite e pé diabético, neuropatia e pé
diabético, doença arterial periférica e pé diabético, teste vascular do pé diabético, classi-
ficação do pé diabético e o manejo de enfermagem. Conclusões: O DM é um problema
de saúde pública crescente, e uma de suas principais complicações está relacionada
com os membros inferiores, como úlceras dos pés diabéticos. Essa, possui uma origem
multifatorial e um desfecho, se não tratada, desfavorável. Para evitar complicações, é
necessário que uma avaliação clínica multiprofissional seja realizada, direcionando os
melhores tratamentos com ou sem o uso de antibióticos. Um dos melhores métodos de
prevenção das lesões é o papel da enfermagem, a educação.

Palavras-chave: Enfermagem, pé Diabético, Manejo, Osteomielite, Neuropatia.

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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO

Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que afeta diversas faixas etárias em todo
o mundo. Por esse motivo, é considerado um problema de saúde pública mundialmente re-
conhecido, responsável pelo aumento da morbidade e mortalidade da população. Segundo
a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse crescimento se dá, em grande parte, pelo enve-
lhecimento da população, com alguns hábitos de saúde peculiares, como a obesidade e o
sedentarismo (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). Se re-
ferindo à mortalidade, só no ano de 2017 houveram 4 milhões de mortes por diabetes no
mundo, e, 11% desses eram constituintes da América Central e do Sul.
Quando analisamos os dados com DM no mundo, nota-se que anualmente gasta-se
29,3 bilhões de dólares, em uma doença que poderia ser, em grande parte, controlada com
hábitos de vida mais saudáveis. O Brasil ocupa o 6° lugar entre os países que mais gastam
com diabetes no mundo, entretanto, quando analisados os dados por pessoa, ele não está
nem entre os 10 primeiros (ATLAS DE LA DIABETES, 2013; STANDARDS OF MEDICAL
CARE IN DIABETE, 2019).
Sendo uma das doenças crônicas de maior relevância atualmente, o DM vem crescen-
do. Hoje, estima-se que cerca de 425 milhões de pessoas já possuam a doença em todo o
mundo, e, até 2040, estima-se que esse número ultrapasse os 629 milhões de indivíduos
(ATLAS DE LA DIABETES, 2013; CUIDADOS INOVADORES, 2003). Para o Brasil, os da-
dos mostram que hoje há cerca de 12,5 milhões de pessoas com diagnóstico de DM, o que
lhe dá o 4° lugar no ranking dos 10 países com maior número de indivíduos com diabetes.
Ocupa também o 5° lugar no ranking quando os pacientes são idosos com mais de 65 anos,
o que aponta para um envelhecimento da população com uma qualidade de vida já reduzida
(ATLAS DE LA DIABETES, 2013). Já, quando se tratando de crianças diagnosticadas com
Diabetes Mellitus do tipo 1, o Brasil ocupa o 3° lugar entre os países com mais casos de DM.
Esse trabalho tem como objetivo tratar das complicações do DM, em especial o pé
diabético, sendo um fator recorrente nos portadores de diabetes. Aborda-se a importância do
enfermeiro na identificação e classificação do pé diabético e a importância dessa parcela de
profissionais de saúde (enfermeiros) em identificar, conhecer e entender sobre as diversas
classes de medicamentos utilizados para o tratamento. Pois, são esses profissionais que
irão estar em contato direto com o paciente na maioria do tempo, responsáveis por avaliar
se houve ou não melhora no quadro e sanar as dúvidas de seus clientes.
O pé diabético possui uma prevalência global média de 6,4% dentre os portadores, mas,
se tratando de amputações, quando comparado a indivíduos saudáveis, o número cresce
em 20 a 30 vezes (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014).

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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Foi escolhido esse tema, pela pouca discussão e evidência que o pé diabético possui nas
discussões entre profissionais da saúde.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa metodológica. Para sua realização foi necessária uma busca
ativa de artigos nas bases de dados PubMed, SciELO e Scopus, utilizando os descritores:
enfermagem; diabetes mellitus; complicações; e, pé diabético. Também foi realizada uma
busca ativa nos principais livros bases e sociedades que abordam o assunto, de modo a
buscar conhecimentos atualizados sobre o assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para apresentação e discussão dos resultados, o trabalho foi dividido em seções, são
elas: Pé Diabético; Osteomielite e Pé Diabético; Neuropatia e Pé Diabético; Doença arte-
rial periférica e Pé Diabético; Teste Vascular do pé diabético; Classificação do pé diabéti-
co; O manejo de Enfermagem; Papel do enfermeiro; e, Tratamento Adjuvante com curativos
para lesões do Pé Diabético.

Pé diabético

De acordo com a International Working Group on the Diabetic Foot o pé diabético é


caracterizado por um estado de ulceração, infecção e/ou destruição de tecidos profundos,
podendo estar associado a alterações neurológicas e a vários graus de doença vascular
periférica nos membros inferiores (ATLAS DE LA DIABETES, 2013).
Com o crescente aumento no número de casos de DM, é indiscutível a importância
em falar sobre pé diabético. Visto que, quando comparado o número de internações que
pacientes diabéticos e não diabéticos possuem, o pé diabético é um fator de risco que au-
menta as internações em mais de 50 vezes. Esse fato dá-se, pois, 1 em cada 5 internações
de pacientes com DM ocorre devido ao pé diabético (CHASTAIN, 2019).
Outros fatores que também são considerados em pacientes com DM, é o risco de
amputação, que aumenta em 155 vezes em pacientes diabéticos que possuem pé diabé-
tico, quando comparados a pacientes normais. O conjunto de fatores: ser diabético, ter pé
diabético e talvez uma futura amputação, gera um sentimento de ansiedade extrema nos
pacientes. Esse, faz com que pacientes tratem a perda de um dos membros, como se fosse
o fim de suas vidas (CHASTAIN, 2019).

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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Para o pé diabético o risco de morte é outro fator importante e que deve ser discuti-
do. Em menos de 1 ano, estima-se que, nas infecções mais graves, 1 em 4 pacientes hos-
pitalizados acabem vindo ao óbito. Essa característica, se dá em grande parte devido ao
aumento da resistência microbiana dos patógenos que infectam as feridas do pé diabético
(CHASTAIN, 2019). Característica que evolui e causa o comprometimento da biomecânica
corporal, a doença do pé diabético surge do DM e de processos patológicos como a doença
arterial periférica e a neuropatia. Um dos principais problemas relacionados ao pé diabético,
úlcera pé diabético (CHASTAIN, 2019; DEL CORE, 2018).
Três são os principais fatores responsáveis pela formação do pé diabético: neuropatia,
isquemia e infecção, ambos que, através da hiperglicemia prolongada, são os formadores
das úlceras do pé diabético. Normalmente, as ulcerações do pé diabético, tendem a evoluir
para a cronicidade. Fatores como a diminuição da acuidade visual, da neuropatia, que faz
com que haja a diminuição da sensibilidade, contribuem para essa evolução (CAMPOS,
2016; NEVES, 2013).
Para ser possível classificar um pé diabético, é necessário entender como é a sua
apresentação clínica. Na face plantar, a apresentação manifesta-se através da dor, onde o
paciente sente o agravo quando a pressão plantar aumenta. Posteriormente iniciam-se os
sinais flogísticos de infecção, como eritema e rubor no local afetado, a figura 1 evidencia
essa característica (CAMPOS, 2016; NEVES, 2013).

Figura 1. Pé diabético, primeiros sinais.

Fonte: CAMPOS, 2016.

Após essa fase, com o agravo da infecção, ela pode evoluir, dando lugar para uma
necrose cutânea, a figura 2 demonstra a evolução da necrose cutânea. Quando a infecção
chega nessa fase, há a apresentação de sinais de sistêmicos da infecção, como febre, náu-
seas, vômitos, confusão mental e hiperglicemia de difícil controle (NEVES, 2013).

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Figura 2. Pé diabético com necrose cutânea.

Fonte: CAMPOS, 2016.

Uma complicação grave do pé diabético é o Pé de Charcot (neurosteoartopatia de


Charcot) (CAMPOS, 2016). É caracterizada por uma síndrome inflamatória do tornozelo e
do pé. Essa, pode causar deformidades osteoarticular crônica, que causa uma anomalia
óssea que prejudica a biomecânica e a anatomia do pé. O quadro 1 demonstra as duas
fases do Pé de Charcot, a aguda e a crônica (CAMPOS, 2016).

Quadro 1. Comparação entre Pé de Charcot agudo e Pé de Charcot crônico.

Pé de Charcot Agudo Pé de Charcot Crônico


Caracteriza-se pela presença de sinais flogísticos (dor, Caracterizado por pé quente, hiperemiado, com a presença
hipertermia, hiperemia e edema), derrame articular, de deformidades osteoarticulares importantes. Apresenta o
reabsorção óssea e perda da concavidade plantar (arco desenvolvimento de calos e úlceras plantares.
do pé).
Fonte: Imagens: CAMPOS, 2016.

Osteomielite e pé diabético

O trauma repetitivo das articulações e ligamentos dos pedais por perda da sensação
da dor, causa osteoartropatia. Ela normalmente ocorre a longo prazo em diabéticos que pos-
suem neuropatia periférica e vascular, e pode causar variados graus de destruição óssea,
cartilagens e deformidades, além de aumentar a instabilidade nas articulações. Por tudo isso,
podem acontecer calos, ulcerações e infecções causando potencialmente amputações dos
membros (CAMPOS, 2016; LEONE, 2019; MANUAL DO PÉ DIABÉTICO, 2016).
A partir dessas lesões causadas pelo trauma repetitivo, pode ocorrer a osteomielite,
resultado da contaminação direta de uma lesão do tecido mole, frequentemente de uma úlcera
que adquire infecção. Por tal razão, é frequente a solicitação da avaliação do pé diabético para
a osteomielite, porque sinais e sintomas podem ser mascarados devido à doença vascular
periférica relacionada à diabetes e neuropatia periférica (CAMPOS, 2016; LEONE, 2019;).
Se há presença de osteomielite, o tratamento torna-se complicado e reduz as hipóte-
ses de ter um resultado promissor. Por tal razão, diagnóstico imediato e terapia adequada
são chaves para que evite complicações futuras e poder chegar a complicações extre-
mas (LEONE, 2019).

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Para se ter um bom entendimento da situação do paciente, é preciso que se faça um
diagnóstico médico com biópsia óssea, exame histopatológico e microbiológico, no intuito de
encontrar o organismo responsável e a sua sensibilidade para os antibióticos (LEONE, 2019).

Neuropatia e pé diabético

A neuropatia diabética resulta de uma disfunção motora, sensorial e autonômica do


nervo, e é responsável, principalmente, pelas úlceras de extremidade. Elas acontecem,
pois, pacientes com neuropatia diabética possuem a sensibilidade diminuída, em virtude da
degradação nos axônios das fibras nervosas, para determinar trauma, o que aumenta as
hipóteses de ocorrer “rash” cutâneos e fraturas neuropáticas (DEL CORE, 2018; NEVES,
2013). Diferente de pacientes não diabéticos, a perda de sensibilidade nos pacientes com
neuropatia diabética, faz com que eles acabem não examinando os pés quando há a pre-
sença de sintomas físicos como a dor.
Os diferentes tipos de lesões, são normalmente causados por sapatos apertados, cortes
que não foram vistos ou sentidos, ou entorses. Característica essa, que vai se agravando
conforme o grau da perda de sensibilidade que o paciente possui. O desenvolvimento de
lesões do pé diabético naqueles que possuem perda de sensibilidade moderada a grave é
7 vezes maior do que naqueles com uma perda leve de sensibilidade. Com o aumento do
risco de lesões, há uma maior exposição a patógenos e infecções, o que pode levar a com-
plicações como o aumento das lesões e futuras amputações (DEL CORE, 2018).
Existem diferentes categorias de neuropatia, como a neuropatia motora, que é respon-
sável por caracterizar alterações estruturais no pé. As mesmas podem ser descritas devido à
fraqueza causada pela atrofia e pelo desequilíbrio muscular. Apresentam, para manifestação,
em alguns casos, dedos em garra ou em martelo e metatarsos proeminentes, que fazem com
que haja uma alteração da distribuição de pressão no pé, fazendo com que algumas áreas
recebam mais pressão do que outras, as deixando mais suscetíveis às lesões (CHASTAIN,
2019; DEL CORE, 2018).
Existem algumas diferenças fundamentais entre úlceras neuropáticas e isquêmicas que
o enfermeiro deve saber, para poder identificá-las e iniciar o melhor tratamento. O quadro
comparativo 2 evidencia as principais diferenças (CAMPOS, 2016).

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Quadro 2. Diferenças entre úlceras neuropáticas e úlcera isquêmica.

Características Úlcera Neuropática Úlcera Isquêmica

Aspecto Forma redonda ou elíptica Forma irregular


Áreas com mais pressão e atrito frequente: Região
Localização Típica plantar do hálux, cabeça do 1°, 3° e 5° metatarso, Dedos, calcâneo, face dorsal do pé
região dorsal dos dedos, arco do pé e calcanhar.
Tamanho Delimitada Pequena a média extensão
Variável - pode ser superficial ou profunda (causa
Profundidade Geralmente rasas
osteomielite)
Leito Cinzento, pálido (granulação deficiente) Pálido, com necrose úmida e seca
Exsudato Abundante Pouco
Regulares, uniformes, cercadas por espesso halo
Bordas Regulares
de hiperqueratose
Ausente ou presente devido ao pé
Edema Pode estar ou não presente
dependente
Pulsos e temperaturas
Palpáveis e amplos Fracos ou ausentes
do pé
Ausente, mas pode haver disestesia. A pele Intensa, aumenta com o frio e a elevação
Dor circundante pode apresentar dormência ou do membro e à noite. Alivia quando as
formigamento. pernas ficam pendentes.
Te m p e r a t u r a do
Normal ou aumentada Fria
membro
Seca, com rachaduras, fissuras e/ou calosidades Pálida, fria, fina e brilhante, cianótica e
Pele perilesional
plantares sem pelos
Fonte: Original.

Doença arterial periférica e pé diabético

A doença arterial periférica (DAP) acontece quando há a diminuição do fluxo sanguíneo


necessário para nutrir tecidos. Normalmente acomete em locais mais distais, como braços e
pernas. A diminuição acontece, normalmente, quando há esclerose dos vasos, dano endote-
lial ou a obstrução dos vasos sanguíneos. Por afetar principalmente os membros inferiores,
está intimamente ligada à neuropatia e a doença do pé diabético em pacientes diabéticos
(CHASTAIN, 2019; DEL CORE, 2018).
Em pacientes com doença do pé diabético, 1 em cada 2 pacientes possuem algum tipo
e grau de DAP. A hiperglicemia, particularidade primordial em pacientes diabéticos, que faz
com que esses indivíduos possuam imunopatia (comprometimento da capacidade de formar
uma resposta imune). Outros fatores, como a diminuição da quimiotaxia, da fagocitose e da
resposta das células T, também são notados em pacientes diabéticos. Peculiaridade essa
que faz com que tenha uma maior propensão ao desenvolvimento de doença do pé diabético
(ulcerações) dificultando a cicatrização e o combate a infecções das lesões já existentes
(DEL CORE, 2018).

Teste Vascular do pé diabético

O teste laboratorial é importante para perceber o estágio da infecção e como está


evoluindo o tratamento. Para isso, os exames devem incluir hemograma completo, um 170
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panorama metabólico mostrando os eritrócitos e as proteínas. A albumina e a pré albumina
também ajudam a entender o estado nutricional. Deve-se também controlar os níveis de
glicose, pois a perda do controle glicêmico é frequentemente um dos principais sinais de
infecção (DEL CORE, 2018).
Exames de imagem também são úteis para ver a extensão dos tecidos moles e o en-
volvimento do tecido ósseo. Para isso, radiografias devem ser realizadas para investigar o
pé diabético e sua infecção (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES,
2014). Os exames de radiografia devem ser realizados conforme a evolução do pé diabético,
entretanto, para melhores diagnósticos, deve-se também usar a ressonância magnética, que
já demonstrou ter boa sensibilidade e especificidade na avaliação da osteomielite. E, em
casos de não haver disponibilidade da ressonância, pode-se usar exames de imagem nu-
cleares, com intuito de avaliar e acompanhar o andamento do pé diabético do paciente (DEL
CORE, 2018; MANUAL DO PÉ DIABÉTICO, 2016).

Classificação do pé diabético

A classificação faz parte de um processo complexo onde são considerados fatores


como grau e diversidade das lesões. Serve para haver uma melhor comunicação entre pro-
fissional/profissional e profissional/paciente, para que o melhor tratamento seja oferecido.
Dentre as classificações mais utilizadas estão as de Wagner e a da University of Texas
Wound Classification Systems (DEL CORE, 2018).
A classificação de Wagner avalia a profundidade da úlcera, presença de osteomie-
lite, abscessos, sepse articular e gangrena. Entretanto, ela não avalia neuropatia e ex-
tensão de isquemia. A tabela 1 mostra como é feita a classificação por tabela de Wagner
(DEL CORE, 2018).

Tabela 1. Classificação de Wagner.

Classificação de Wagner
Grau
Descrição
Presença de sintomas ou deformidades ósseas, com risco de ulceração, mas com pele intacta e ausência
0
de úlceras.
Ulceração superficial com perda total de pele e sem infecção. Normalmente ocorre em locais de pressão,
1
como extremidades metastáticas.
Ulceração profunda, frequentemente penetrando no tecido subcutâneo. Há a presença de infecção, mas não
2
acomete o tecido ósseo.
3 Úlceras com osteomielite, sepse articular ou abscesso.
4 Gangrena localizada no ante pé.
5 Gangrena afetando o pé inteiro.
Fonte: CORE, 2018.

Já a classificação da University of Texas Wound Classification Systems, acrescenta


o benefício de levar em conta e documentar a presença de isquemia, tendo uma grande 171
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
evidência de dispor de melhores resultados. A tabela 2 mostra a classificação da University
of Texas Wound Classification Systems (CAMPOS, 201; DEL CORE, 2018).

Tabela 2. Classificação da University of Texas Wound Classification Systems.

Grau

0 1 2 3
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
A envolvimento de cápsula,
pré lesão pós-ulcerativa. cápsula ou tendão. articulação ou osso.
tendão ou osso.
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
envolvimento de cápsula,
B pré lesão pós-ulcerativa com cápsula ou tendão com articulação ou osso com
tendão ou osso com
infecção. infecção. infecção.
infecção.
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
envolvimento de cápsula,
C pré lesão pós-ulcerativa com cápsula ou tendão com articulação ou osso com
tendão ou osso com
isquemia. isquemia. isquemia.
isquemia.
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
envolvimento de cápsula,
D pré lesão pós-ulcerativa com cápsula ou tendão com articulação ou osso com
tendão ou osso com infecção
infecção e isquemia. infecção e isquemia. infecção e isquemia.
e isquemia.
Fonte: CAMPOS, 2016; CORE, 2018.

Sobre a classificação de infecções, o melhor sistema é o do Infectious Disease Society


of America (IDSA). Essa classificação, faz uma avaliação da gravidade de infecções, que
as diferencia como: leve, quando é pequena em tamanho e profundidade e é superficial,
moderada, quando é mais profunda e mais extensa, e, grave, quando causa uma infecção
sistêmica ou algum grau de distúrbio metabólico. Vale ressaltar que o aumento da gravida-
de de infecções, aumenta o risco para amputações (CHASTAIN, 2019; DEL CORE, 2018).

O manejo de enfermagem

A avaliação do pé diabético deve ser constante e têm muita importância para a pre-
venção de lesões que levarão a piora do quadro do paciente. É de extrema atenção que
a avaliação seja feita rotineiramente, principalmente nos pacientes que possuem DAP ou
neuropatia. Como um dos papéis do enfermeiro é o de educação, é responsabilidade desse
profissional educar seus pacientes quanto a avaliação do pé diabético.
Em uma avaliação inicial, feita principalmente pelo enfermeiro, é necessário que ocorra
uma anamnese completa. Nela, devem ser considerados todos os fatores relacionados à
diabetes, como histórico completo, com data de diagnóstico e o uso ou não de insulina. Com
relação aos cuidados de saúde, deve ser considerado comorbidades existentes, história
familiar, social e operatória, uso de álcool, tabaco e outras drogas, e medicamentos atuais.
Deve ser avaliada a presença ou não de neuropatia, já que ela é responsável por quadros
de agravamento e aumento do risco das lesões do pé diabético. No exame físico, deve ser
feita a avaliação de sensibilidade, através dos monofilamentos de Semmes-Weinstein de
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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
10 gramas, de percepção vibratória, através do diapasão de 128Hz (CHASTAIN, 2019; DEL
CORE, 2018; PARENTES, 2021).
Teste de monofilamento Semmes-Weinstein: utilizado, com grande recomendação,
para o rastreamento de neuropatia diabética. A tabela 3, mostra como o enfermeiro deve
realizar o teste (MANUAL DO PÉ DIABÉTICO, 2016).

Tabela 3. Método de avaliação da sensibilidade tátil Teste de monofilamento Semmes-Weinstein

Método de avaliação da sensibilidade tátil Teste de monofilamento Semmes-Weinstein


Esclarecer ao paciente como é realizado o teste. Solicitar ao paciente que diga “SIM” a cada vez que sentir o toque

do monofilamento.
Aplicar o monofilamento adequado (10g) perpendicular à superfície da pele, sem que a pessoa examinada veja o

momento do toque.
3° Pressionar com força suficiente apenas para encurtar o monofilamento, sem que ele deslize sobre a pele.
4° O tempo total entre o toque para encurvar o monofilamento e sua remoção não deve exceder 2 segundos.
Perguntar, aleatoriamente, se o paciente sentiu ou não a pressão/toque (SIM ou NÃO) e onde está tocando (pé direito

ou esquerdo).
6° Serão pesquisados quatro pontos em ambos os pés.
Aplicar duas vezes no mesmo local, alterando com pelo menos uma vez simulada (sem tocar), contabilizando no

mínimo três perguntas por aplicação.
8° A percepção da sensibilidade protetora está presente se: DUAS respostas, das três perguntas, estiverem certas.
9° A percepção da sensibilidade protetora está ausente se duas respostas forem incorretas das três aplicações.
Fonte: Manual do Pé Diabético, 2016.

A avaliação de sensibilidade vibratória com diapasão de 128Hz, deve ser aplicado na


parte óssea no lado dorsal da falange distal do hálux, em ambos os pés. O teste é carac-
terizado positivo, ou seja, alterado, quando o paciente responde de forma incorreta. Isso
ocorre quando o paciente responde que já não sente mais a sensibilidade vibratória, mas o
examinador ainda está observando a vibração.
Para a avaliação vascular deve-se considerar fatores como a cor e temperatura da
pele, tempo de enchimento capilar e venoso, medida da pressão do índice tornozelo-braço
em ambas as pernas e pulsos dos pés. Quanto à avaliação da pele, deve ser considerada a
presença de pele seca com rachaduras ou fissuras. Deve-se atentar para sinais de neuropatia
motora, como o desequilíbrio muscular, dedos de garra ou de martelo metatarsos proemi-
nentes. Devem ser avaliados o alinhamento entre o pé e o tornozelo. Se existir diferença
na distribuição de pressão, podem ser observados desequilíbrios ou instabilidade durante a
marcha. Quanto à avaliação vascular, deve ser sentido o pulso pedículo e tibial posterior e
dorsal do pé. Pacientes que apresentam DPA, podem apresentar sinais secundários, como
pés frios, com rubor ou com crescimento capilar diminuído (ATLAS DE LA DIABETES, 2013;
CHASTAIN, 2019; DEL CORE, 2018).
Como complemento do exame físico, torna-se necessário realizar exames complemen-
tares, como de imagem e laboratoriais. Como pacientes com infecções diabéticas nos pés,
muitas vezes não apresentam os sinais de infecção, pela diminuição da resposta imune, o
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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
enfermeiro deve saber identificar outros sinais e sintomas. Entre eles estão o de uma espécie
de “gripe diabética”, que se apresenta como náuseas, vômitos, febre, anorexia e calafrios.
Quando ocorrer a apresentação desses sinais, deve-se ser feito uma análise criteriosa do
pé diabético, procurando por lesões ou sinais flogísticos (DEL CORE, 2018; NEVES, 2013).
Após a identificação de úlcerações do pé diabético, é necessário realizar culturas para
a identificação e diferenciação do tipo de microrganismos presentes na lesão. Quando esta
técnica é feita, deve o enfermeiro saber a melhor maneira para coletar o material. Em relação
à coleta com swab superficial, a coleta de tecidos profundos é mais confiável para detectar
qual o microrganismo está presente causando as complicações. Após a coleta e a identifica-
ção do microrganismo, utiliza-se a classificação IDSA para auxiliar na escolha do tratamento.
Com o cuidado adequado, a evolução das lesões do pé diabético pode diminuir e
favorecer a cicatrização. Entretanto, mesmo com o tratamento adequado, apenas dois em
cada três pacientes conseguem alcançar o processo de cicatrização completo (NEVES,
2013). Em relação ao tempo médio de cicatrização, é necessário que haja em média 6 me-
ses. Esse período faz com que ocorra a desistência ao tratamento por parte dos pacientes,
característica que contribuirá para a piora do quadro clínico (NEVES, 2013).

Papel do enfermeiro

Nas práticas do enfermeiro, estão a de atualização na pesquisa, buscando novas


técnicas para a melhora do tratamento dos pacientes, e, a mais importante, a orientação
ao paciente quanto aos cuidados com o pé diabético (PARENTES, 2021). Entre as novas
modalidades de cura e redução das complicações com as lesões do pé diabético estão o
oxigênio hiperbárico e a terapia de feridas com pressão negativa.
Atualmente há uma grande contestação com o uso do oxigênio hiperbárico, pois estu-
dos não demonstram a eficácia do oxigênio hiperbárico com o tratamento de feridas quando
comparada apenas com o tratamento de feridas (DEL CORE, 2018). Entretanto, o uso de
pressão negativa tem demonstrado grande eficácia no tratamento e na cicatrização de feri-
das, dever do enfermeiro entender e saber como aplicar as mais diversas técnicas.

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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Tabela 4. Orientações para o autocuidado no Pé Diabético.

Orientações para o autocuidado no Pé Diabético


● Realizar a inspeção diária dos pés, incluindo as áreas entre os dedos;
● Realizar a higiene regular dos pés, seguida da secagem cuidadosa deles, principalmente entre os dedos;
● Cuidar com a temperatura da água, deve ser inferior a 37°C para evitar queimaduras;
● Evitar andar descalço, tanto em ambientes fechados quanto ao ar livre;
● Utilizar meias claras ao usar sapatos fechados;
● Use, sempre que possível, meias com costura de dentro para fora ou, de preferência, sem costura;
● Trocar de meias diariamente;
● Nunca usar meias apertadas ou acimas do joelho;
● Inspecione e palpe diariamente a parte interna dos calçados, à procura de objetos que possam machucar seus pés;
● Use calças confortáveis e de tamanho apropriado, evitando o uso de sapatos apertados ou com costuras irregulares;
● Usar cremes ou óleos hidratantes para pele seca, porém, evitar usá-los entre os dedos;
● Cortar as unhas em linhas retas;
● Não utilizar agentes químicos para remoção de calos;
● Calos e calosidades devem ser analisados e tratados pela equipe de saúde;
● Fazer a reavaliação dos pés com a equipe de saúde, no mínimo, uma vez por ano (ou quando forem identificados sinais de
ulceração ou quando solicitados)
● Procurar imediatamente uma Unidade de Saúde ou Serviço de Emergência caso haja o aparecimento de bolhas, cortes,
arranhões, ou feridas;
● Em caso de dúvidas, procurar o serviço de atendimento mais adequado.
Fonte: Original.

Tratamento adjuvante com curativos para lesões do pé diabético

A assistência de enfermagem para o tratamento de úlceras neuropáticas, baseia-se


em 5 principais pontos. Todos colaborando para a cicatrização primária e impedindo futuras
amputações (CAMPOS, 2016; PARENTES, 2021; SINGH, 2005). São eles: limpeza regular
da lesão associada à proteção local, com curativo oclusivo simples e calçado adequado;
remoção de calosidades na região ulcerada; proteção do leito de cicatrização de trauma,
durante a marcha, com retirada de carga nesse local; acompanhamento rigoroso do segui-
mento clínico da úlcera, com o objetivo de detectar sinal de piora e retardo da cicatrização;
tratamento de qualquer infecção presente (CAMPOS, 2016; SINGH, 2005). Na tabela 5,
estão relacionados os tipos de cobertura com o tipo de tecido.

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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Tabela 5. Relação dos tipos de cobertura com o tipo de tecido.

Aspecto da Lesão Tipos de Cobertura


Hidrogel
Presença de tecido necrótico escurecido e seco
Desbridamento
Hidrocolóide
Presença de fibrina ou tecido necrótico úmido Hidrogel, na presença de exsudação leve
Alginato, na presença de exsudato intenso
Terapia com pressão negativa
Lesão cavitária ou osso exposto Gel hidrocolóide
Cobertura hidrocelular ou espumosa
Alginato
Lesão bastante exsudativa Hidrocolóides de nova geração
Cobertura hidrocelular ou espumosa
Hidrocolóide
Cobertura hidrocelular ou espumosa
Lesão em processo de granulação Tecido produzido por bioengenharia
Hidrofibra
Alginato
Hidrocolóide
Cobertura hidrocelular ou espumosa
Lesão superficial ou abrasão dérmica, queimaduras
Hidrogel
superficiais, ou no local de enxertia da pele
Filme
Tule de nylon ou rayopin e interface
Lesão com odor desagradável intenso Curativo de carvão ativo
Fonte: CAMPOS, 2016.

A utilização de técnicas como o desbridamento são necessários para a remoção do


tecido necrótico e nova cicatrização. Curativos com a presença de hidrogel, carvão ativo ou
alginato, possuem propriedades com altas taxas de absorção que ajudam em lesões com
presença de exsudato. Esse tipo de cobertura permite que ela fique sobre a lesão por mais
tempo, podendo variar de 1 a 7 dias. Essa propriedade faz com que a manipulação do local
infectado seja menor, evitando que haja a recontaminação da lesão. Coberturas com prata
são utilizadas principalmente em lesões infectadas, pois possuem propriedades antimicro-
bianas (CAMPOS, 2016; MANUAL DO PÉ DIABÉTICO, 2016).

CONCLUSÃO

O DM é um problema de saúde pública crescente, e uma de suas principais compli-


cações estão relacionados com os membros inferiores, como úlceras dos pés diabéticos.
Essa, possui uma origem multifatorial e um desfecho, se não tratada, muito ruim.
Para evitar complicações do pé diabético, é necessário que uma avaliação clínica
multiprofissional seja feita, direcionando os melhores tratamentos com ou sem o uso de
antibióticos. Um dos melhores métodos de prevenção das lesões do pé diabético é de papel
fundamental da enfermagem, a educação.
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Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A educação para saúde poderia salvar inúmeras vidas e membros inferiores se pessoas
diagnosticadas com Diabetes fossem ensinadas a examinar diariamente os seus membros
e manifestada alguma alteração procurar a assistência médica.
O monitoramento também da enfermagem quanto ao nível de glicose, peso, e estado
nutricional do paciente pode ajudar a evitar tais complicações e melhorar a saúde do paciente,
atuando na mudança de hábitos e na compreensão do estado de saúde geral do indivíduo.

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