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Jairo Manoel Ribeiro – 01720040

2 – Considerando a sistemática do ordenamento jurídico brasileiro e


levando em conta tua resposta na questão anterior quanto ao modelo de
funcionamento para a internalização do DIP no DI, discorra sobre o controle de
convencionalidade, explicando em conclusão quais são os poderes da República
com competência para aferir esse controle e em quais oportunidades que isso se dá
(1,5 pontos)

Uma norma interna para ter eficácia, além de estar necessariamente em


conformidade com a Constituição Federal, também precisa estar em concordância com
os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Estado brasileiro.
Portanto, afirmamos que o controle de convencionalidade refere-se ao controle da
compatibilidade das normas jurídicas diante de tratados internacionais de direitos
humanos.
O doutrinador Valério Mazzuoli esclarece com maestria a forma em que se dá o
controle de convencionalidade. Para Mazzuoli, os tratados internacionais de direitos
humanos incorporados no ordenamento jurídico brasileiro na forma do Art. 5º, §3º da
Constituição Federal, isto é, com status de emenda constitucional, servem de parâmetro
para o controle de convencionalidade. Nesse sentido, utiliza-se o controle de
constitucionalidade concentrado para dizer que uma determinada norma interna fere o
artigo de um determinado tratado internacional. Dessa maneira, por meio do controle de
convencionalidade propõe-se ações no âmbito do controle de convencionalidade
concentrado, quais sejam, ADI (ação direta de inconstitucionalidade), ADC (ação
declaratória de constitucionalidade) e ADPF (arguição de descumprimento de preceito
fundamental). Além do controle de convencionalidade concentrado também é possível
aplicar o controle de convencionalidade difuso.
Com relação aos tratados internacionais de direitos humanos que não foram
incorporados no ordenamento jurídico brasileiro na forma de status de emenda
constitucional, de acordo com a doutrina de Valério, esses tratados continuam com
status constitucionais. Embora não sejam formalmente constitucionais, para Mazzuoli
são materialmente constitucionais. No entanto, nesse caso específico o controle de
convencionalidade se dá somente de forma difusa e não de forma concentrada.
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal confronta o entendimento de Valério
sobre o status constitucional dos tratados internacionais de direitos humanos não
introduzidos na forma de emenda constitucional. O Supremo Tribunal afirma que tais
tratados possuem apenas caráter supralegal, de modo que não é possível aplicar nesses
casos o controle de convencionalidade.
Quanto a competência do controle de convencionalidade, o concentrado é
exercido pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da ação declaratória de
constitucionalidade, ação direta de inconstitucionalidade ou arguição de
descumprimento de preceito fundamental. Já o controle de convencionalidade difuso é
aquele aplicado internamente pelos juízes e tribunais nacionais, dentro de sua respectiva
competência e em conformidade com os procedimentos previstos na ordem jurídica.

FONTE: MAZZUOLI, Valério de Oliveira. O controle jurisdicional de


convencionalidade das leis. Ed 2º, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

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