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A festa nos permite viver aquilo que o cotidiano frenético do dia-a-dia não nos
deixa saborear. Vivemos num corre-corre que muitas vezes não permite que
estejamos vivendo cada momento com toda a sua intensidade. Mas a festa ela
forja este espaço. Ela permite que a vida possa extravazar-se até mesmo além
do permitido, de maneira excessiva. Por isso que todos nós passamos a vida
juntando dinheiro, mas na festa gastamos, às vezes até além do que era
possível. Trabalhamos o tempo inteiro, na festa paramos de trabalhar.
Mas a festa ganha um colorido todo especial quando ela vem motivada por
alguma conquista. Por exemplo, um re-enlace, as pazes refeitas entre dois
amigos e que juntos saem para comemorar, mais um ano de vida, de
casamento, etc.
Tudo isso que disse acima se justifica na palavra do senhor que ouvimos hoje.
O tema é o da alegria, da festa, hoje tratada com simbolismo de um
casamento. Hoje nós temos uma alegria que brota de um amor reconquistado
(1a. leitura) e a alegria pela presença do esposo (evangelho).
Por isso Jesus diz que seus discípulos não jejuam, pois o esposo está presente.
Jesus não tem nada contra o jejum, mesmo porque ele mesmo jejuou. Ele está
se referindo a outro alimento...a fé. O povo está em festa, está alegre, pois o
Messias encontra-se no meio deles. E é por este motivo também que a Igreja
prega o jejum na sexta-feira santa onde nós celebramos o dia em que o
“esposo” nos foi tomado...
Mas a alegria da qual estamos falando não é aquela do carnaval que dura 4
dias... A alegria do carnaval é um modelo mesmo que imperfeito, do que
deveriam ser os 365 dias do ano...nossa vida...a vida em Deus. Uma alegria
que brota da proximidade com Deus e ...em por falar em proximidade...
Hoje, na primeira leitura o profeta Oséias usa uma imagem muito interessante
para falar da relação do povo com Deus. É a imagem do homem traído que vai
ao encontro de sua esposa para reconquista-la. Para dizer a ela que não lhe
interessam os deslizes...mas ele quer lhe falar ao coração e ela voltará de novo
apara ele, como na juventude....como durante o namoro....É bom lembrar que
Oséias viveu um casamento atribulado...ele teve dificuldades com sua
esposa...mas viu neste problema uma imagem da relação entre Deus e o seu
povo. O amor que Deus tem por nós não é carregado de ressentimentos, mas
de misericórdia e perdão.