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Resumo: O controle Estatístico Processo (CEP) fornece uma descrição do comportamento do processo,
identificando sua variabilidade e possibilitando controlar a produção ao longo do tempo. O CEP utiliza cartas de
controle de processo, auxiliando na identificação de causas comuns e especiais de variação. Este trabalho
apresenta um estudo de caso sobre a aplicação do Controle Estatístico do Processo (CEP) em uma empresa de
sorvetes situada na cidade de Uberlândia – MG. No caso da presente pesquisa, quanto aos fins, foi realizada uma
pesquisa metodológica e experimental. As ferramentas básicas do CEP foram aplicadas no processo de envase de
sorvete para conhecer a variabilidade do processo e verificar se os pesos dos potes de sorvete 2 litros estão
dentro dos limites de especificação (960g à 985g). Pode-se concluir através desse trabalho que a empresa está
produzido produtos com sobrepeso, representando desperdício, elevando os custos de produção e diminuindo sua
lucratividade. Como foram detectadas causas especiais atuando no processo, o diagrama de causa-e-efeito foi
construído; a fim de tentar descobrir em cada fator que compõe o processo produtivo, as possíveis causas de
variação do peso médio dos potes de sorvete. Para corrigir os problemas no exato momento em que se observa a
falha, reduzindo o desperdício no processo. Com o objetivo de obter um produto uniforme e prevenindo a
produção de produtos fora de especificação.
1. Introdução
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Caso o produto esteja abaixo do peso estipulado no rótulo, poderá ser multada e
deverá retirar todo o lote do mercado gerando prejuízo para a empresa. Temos ainda o caso de
produtos que vão para o mercado com sobrepeso, ou seja, pote de sorvete acima do peso
especificado, representando desperdício para a empresa e, consequentemente, elevação dos
custos da produção, redução da lucratividade e perda da competitividade empresarial.
A utilização do Controle Estatístico Processo nas empresas tem como objetivo reduzir
custos, melhorar a qualidade e aumentar a competitividade no mercado (MONTGOMERY,
2004). Essa ferramenta permite a possibilidade de se interferir no comportamento do lote em
produção, tomando as ações que evitem a ocorrência de problemas.
2. Objetivo Geral
Este trabalho refere-se à aplicação do Controle Estatístico Processo (CEP) numa
indústria fabricante de sovertes situado na cidade de Uberlândia - MG, onde será feito a
análise da variabilidade dos pesos dos potes de sorvete de dois litros. Para verificar se o
mesmo atende a especificação contida no rótulo da embalagem, bem como identificar as
causas e o desperdício ao longo da linha de produção para atuar de forma preventiva no
processo.
3. Controle Estatístico Processo (CEP)
O conceito de Controle Estatístico de Processo (CEP) baseia-se no fato de que para se
exercer o controle de um processo, ou uma série de processos que levam ao produto acabado,
precisa-se entender o seu comportamento ao longo do tempo (MONTGOMERY, 2004). O
conceito de Controle Estatístico de Processo fornece uma base para se definir o
comportamento do processo como bom, aceitável ou ruim. Em função disso, os problemas
podem ser rastreados, identificados e eliminados de um processo, de modo que ele continue a
produzir produtos com qualidade aceitável de acordo com as especificações estabelecidas
(GALUCH, 2002).
Todos os processos de produção apresentam variações, gerando produtos ou serviços
que diferem entre si. Os fatores que podem contribuir para estas mudanças nas características
da qualidade do produto ou serviço são variações naturais existentes nas máquinas, no meio
ambiente, na matéria-prima, no método de trabalho utilizado, na mão-de-obra, nas medidas ou
observações efetuadas nos produtos (SIQUEIRA, 1997; KUME, 1993).
O Controle da Qualidade utiliza cartas de processo para verificar o desempenho da
produção. As cartas de controle permitem o monitoramento de variáveis (características de
qualidade expressas em valores contínuos) ou atributos (característica de qualidade expressas
como presença ou ausência do atributo) que determinam o desempenho do processo. O
objetivo das cartas de controle é possibilitar uma avaliação da estabilidade do processo e
identificação de causas especiais de variação; em outras palavras, o CEP provê subsídios à
tomada de decisões gerenciais relacionadas à eliminação de causas especiais, que deverão ser
eliminadas para melhorar o desempenho do processo e a qualidade do produto (KUME,
1993).
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Causas especiais de variação são aquelas que não fazem parte do processo; exemplos
incluem desregulagem de uma máquina ou irregularidades em uma matéria-prima
(MONTGOMERY, 2004). Causas especiais são anomalias que ocorrem no processo podendo
ser prejudiciais a qualidade do produto manufaturado (MONTGOMERY, 2004). O
monitoramento e ação corretiva sobre as causas especiais são de responsabilidade da área
operacional da empresa. Uma vez identificadas às causas especiais, pode-se atuar sobre elas,
buscando a estabilização do processo.
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nominal de 960 gramas são retirados do processo. Neste procedimento constam que a cada
dez minutos, devem ser coletados dez amostras, para verificar se o peso médio das mesmas
está de acordo com a especificação no rótulo do pote de sorvete.
Para analisar o comportamento da variável peso médio dos potes sorvete (2 litros),
sabor napolitano, foram gerados gráficos de controle para médias, no qual demonstrou a
variação existente entre as amostras retiradas. Nesta etapa foram coletadas dez amostras a
cada dez minutos conforme tabela abaixo.
Tabela 1: Amostra Sorvete Sabor Napolitano
Hora A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 Média Range
09:18 1050 1090 1025 1010 1055 1080 1055 1125 1030 1065 1059 115
09:28 960 945 1030 895 970 965 960 995 1010 1045 977 150
09:38 950 1010 955 975 985 990 975 1010 955 965 977 60
09:48 970 965 945 945 980 925 965 970 950 1020 963 95
09:58 955 960 940 960 965 900 960 990 920 945 950 90
10:08 1015 995 1050 1055 1075 1075 1095 1025 1025 1040 1045 100
10:18 1015 990 985 1060 1015 980 1015 970 1045 1025 1010 90
10:28 1015 1030 1005 1040 1005 1040 1050 1025 1085 1070 1036 80
10:38 1060 1035 1030 975 970 1035 1030 1000 1010 1005 1015 90
10:48 1070 1035 1005 1010 995 990 965 1025 990 1060 1015 105
10:58 1005 935 1035 960 1000 1025 980 990 1005 940 987 100
11:08 990 970 950 1030 965 975 970 1005 970 990 982 80
11:18 985 990 1000 965 1000 980 1005 970 980 975 985 40
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produzindo potes de sorvete com peso 1000 gramas gerando uma perda de 40 gramas de
sorvete por embalagem contendo 2 litros de sorvete.
É necessário eliminar as causas de desvios durante o processo, evitando a ocorrência
de situações que conduzam a alguma falha ou erro, para reduzir a variação no processo.
Eliminar elementos que podem gerar alguma condição inadequada de operação. Buscando o
melhor desempenho do processo. Nesse horário (09h e 18min às 11h e 18min) de produção
foram fabricados 3960 potes de sorvete sabor napolitano, gerando perda de 158,4 kg de
sorvete.
Depois de analisado o gráfico de controle, realizou um brainstorming, com os
principais envolvidos no processo. Para montar um diagrama de causa-e-efeito, com o intuito
de investigar as possíveis causas de variação no peso médio dos potes de sorvete, conforme
mostrado na figura 23. O diagrama é composto pelos fatores existentes no processo produtivo
que são: mão-de-obra, matéria-prima, meio ambiente, métodos, medição e máquina.
Com base nestes fatores o encarregado, os operadores de produção e o gerente da
produção apontaram as possíveis causas que poderiam interferir no peso médio dos potes de
sorvete produzidos. Com o objetivo de implementar ações corretivas eficazes para eliminar as
causas especiais, reduzir a variabilidade do processo, diminuir os custos de produção
recorrente do sobrepeso do produto.
Medição Matéria-prima Métodos
Variação do peso
nominal
Controle líder Organização e
Stress/motivação
Limpeza Manutenção
Rotatividade
Falta informação Temperatura
Treinamento Defeito/Falha
Atenção Ergonomia
Através da identificação das possíveis causas que afetam a variação do peso do pote de
sorvete de dois litros, conforme mostrado na figura 23. Realizou análise na linha de produção
na operação de envase, para quantificar as principais causas que estão afetando diretamente na
variabilidade do peso do sorvete conforme tabela 2. Foram retirados 200 potes de sorvete para
realizar investigação com objetivo de identificar as principais causas.
Tabela 2: Planilha de Dados para o Diagrama de Pareto
Quantidade
%
Causas Potes sorvete acima peso Relativo % Acumulado
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Através da análise feita na etapa de envase foi possível construir o diagrama de Pareto
conforme figura 3, demonstrando a importância relativa das variáveis de um problema, em
outras palavras, indicando o quanto cada uma destas variáveis representa, em termos de
percentuais, em relação ao problema geral.
Gráfico de Pareto
Quantidade % Relativo
200 120,00%
% Acumulado
180
stress/ Motivação
funcionário
Disposição dos
equipamento
Ergonomia
Regulagem
Atenção
potes
Causas
GALUCH, L. Modelo para implementação das ferramentas básicas do controle do processo – CEP em pequenas
empresas manufatureiras. Florianópolis, 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa
de Pós-graduação em Engenharia de Produção, UFSC.
KUME, H. Métodos Estatísticos para melhoria da Qualidade. São Paulo: Editora Gente, 1993.
MONTGOMERY, D.C. Introdução ao controle estatístico da qualidade. 4° Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.