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agricultura cai de 5, 065 milhões para 4, 187 milhões nesse período, com uma
diminuição de 17% nos postos de trabalho assalariados. A diminuição de postos de
trabalho no campo foi também confirmada pelos resultados preliminares do Censo
Agropecuário 2006, que analisou o período de 1995 a 2006.
Quanto aos rendimentos dos trabalhadores docampo 60% dos ocupados no ramo
agropecuário ganham até um salário mínimo, e apenas 8% recebiam acima de 3 salários
mínimos. O valor do rendimento situa-se na faixa de R$ 380, 00, sendo o trabalho
masculino melhor remunerado (80%) do que o trabalho feminino. O dado interessante é
46,7% declaram-se sem rendimento em 1998.
A taxa de assalariamento é de apenas um quarto, e os que trabalham por conta
própria (23,95%) e os não remunerados (22,2%) perfazem um total de quase 50% dos
trabalhadores. O trabalho agrícola é marcadamente realizado pelo sexo masculino
(66,2%) e pelo sexo feminino (33,8%), com a faixa etária com menos de 30 anos de
idade, em torno de 40%.
Em 1992, apenas 24,64% dos empregados rurais tinham carteira de trabalho
assinada pelo empregador. Em 1998, este índice sob pra 27,75%, sendo ainda muito
baixo principalmente caso se considere que é através da carteira que o trabalhador tem
acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários.
Os dados referentes à escolarização indicam uma baixa taxa de instrução formal
dos trabalhadores, senda a maioria (43,8%) situada na faixa de um a quatro anos de
estudo, em segundo plano aqueles que não chegaram há concluírem um ano de estudo
(28,6%). Quanto à jornada de trabalho, 22% ocupadas em atividades agrícolas
trabalhavam acima de 48 horas por semana, 41% tinham jornada inferior a 40 horas e
15% trabalhavam no máximo 14 horas semanais.
A força de trabalho no campo é ainda majoritariamente em ocupações agrícolas,
embora não seja uniforme quando comparada às regiões do país. Naquelas onde ocorreu
um processo mais intenso de mecanização da produção, com destaque para os estado de
São Paulo e Mato Grosso do Sul, as atividades típicas de profissionais da cidade são
exercidas também no campo, como motoristas, secretarias, professores, administradores
etc. O setor de serviços vinculados ao ecoturismo e lazer, pequenos negócios
agropecuários (horticultura, floricultura, criação de pequenos animais, produção de ervas
medicinais, produção de verduras e legumes para as redes de supermercados e de Fast-
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Food, produção de sucos naturais e póla de fruta congela, turismo rural, leilões e
exposição agropecuárias e festas de rodeio).
A situação do emprego e da população do campo a partir das atividades rurais não
agrícolas tem sido objeto de estudo do Graziano (2000, 13), definida como:
contam com quase quatro mil pescadores profissionais cadastrados na Secretaria Estadual
de Meio Ambiente, sem contar os pescadores amadores que realizam a pesca esportiva.
70% da produção da piscicultura são comercializadas para o pesque-e-pague de estados
vizinhos, principalmente São Paulo e Paraná. A maioria, 95%, utiliza mão-de-obra
familiar no trabalho na propriedade.
Outra atividade econômica importante é o reflorestamento, principalmente nos
municípios de Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Três Lagoas e Brasilândia. Atualmente
são 143 mil hectares de florestas plantadas, sendo 113 hectares de eucaliptos (79%) e 30
mil hectares de pinus (21%).
O turismo rural tem se constituído numa alternativa importante de obtenção de
renda, com hotéis-fazenda e áreas de pousada, grutas e uma fauna e flora muito
diversificada. Ao menos 40% dos atrativos turísticos do Estado são naturais e ecológicos.
No tocante à estrutura fundiária, houve no decorrer dos anos 90 uma diminuição
de 7% do número de pequenas propriedades, passando de 33.666 em 1985 para 26.923
em 1996. De outro lado, houve um aumento da concentração da propriedade da terra, na
faixa de 5 mil a 10 mil hectares.
Enquanto isto existe 81 acampamentos dispersos em várias regiões, com
aproximadamente 9.094 famílias. O número de famílias já assentadas perfaz um total de
15.756 famílias, ocupando uma área de 438.206 ha, voltada para a produção de arroz,
feijão, milho, mandioca e soja, além de pastagens para a criação de gado e pequenos
animais.
O resultado deste processo foi à conformação do campo com funções
diferenciadas, para além das atividades agrícolas tradicionais e o trabalho sazonal,
simplificado e pouco remunerado. A este respeito dados referentes ao ano de 2003,
revelam o seguinte quadro:
Da população rural 68,9% estavam ocupadas em atividades agrícolas e 31,1%
em atividades não agrícolas;
42% da população ocupadas em atividades agrícolas residiam nas cidades, e
57,9% das ocupadas em atividades agrícolas residiam na própria zona rural;
Do trabalho no campo, 29,7% tinham emprego permanente (assalariado), 8,8%
não remunerado, 7,7% com emprego temporário, 17,2% trabalhavam por conta própria e
21,1% para o consumo próprio;
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA
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OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Agricultura e Indústria no Brasil. São Paulo, n 57,
p 6-64. 2002.
QUEIROZ, Paulo Roberto Cimó. Breve Roteiro das Transformações no Campo Sul-
Mato-Grossense entre 1970 e 1985. Revista geografia. Campo Grande, MS, n 8, p 33-40,
jul./dez. 1998.
SILVA, Mônica Aparecida el al. A situação do trabalho no Brasil. São Paulo. Dieese.
2001.