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2ª Edição
Resende
2019
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1º Revisão de conteúdo:
Rafael Roesler – Maj Eng
Flávio Ferreira da Silva – Cap QCO Psico
Alexandre Rigo Motta – Cap QCO Psico
Clóvis Antonio Schwengber – 1º Ten QCO Mag Hist
2º Revisão de conteúdo:
Rafael Roesler – Cel Eng
Guilherme Eduardo da Cunha Barbosa – TC QEM
Anderson Magno de Almeida – TC Inf
Júlio César Lacerda Martins – Maj Art
Marcio Sousa de Pinho – Maj Inf
Dra. Sabrina Sauthier Monteiro – Profa. Civil
Revisão ortográfica:
Andréa Lemos Maldonado Cruz – Maj QCO
CDD 001.42
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RESENDE
2019
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SUMÁRIO
PREFÁCIO ............................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 1 O EXÉRCITO BRASILEIRO E A PESQUISA NO ENSINO SUPERIOR
.................................................................................................................................................... 7
CAPÍTULO 2 LEGISLAÇÃO DE ENSINO DO EXÉRCITO BRASILEIRO .................. 9
2.1 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDBEN) .................... 9
2.4 EQUIVALÊNCIA DE CURSOS SUPERIORES DO ENSINO MILITAR ...................... 14
2.5 DEFINIÇÃO DO TERMO CIÊNCIAS MILITARES ....................................................... 14
2.6 REGULAMENTAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO ........................................... 16
CAPÍTULO 3 CIÊNCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO ................................ 24
3.1 O PROCESSO DE CONHECER ....................................................................................... 24
3.2 O CONHECIMENTO DO SENSO COMUM ................................................................... 25
3.3 O CONHECIMENTO RELIGIOSO .................................................................................. 26
3.4 O CONHECIMENTO ARTÍSTICO .................................................................................. 27
3.5 O CONHECIMENTO FILOSÓFICO ................................................................................ 28
3.6 IDEOLOGIA E CONHECIMENTO .................................................................................. 29
3.7 A CIÊNCIA MODERNA ................................................................................................... 29
3.8 A CIÊNCIA NA PÓS-MODERNIDADE .......................................................................... 32
CAPÍTULO 4 PARADIGMAS ............................................................................................. 35
CAPÍTULO 5 FATOS, LEIS E TEORIA ............................................................................ 38
5.1 TEORIA E FATOS ............................................................................................................ 38
5.2 LEIS, FATOS E TEORIA .................................................................................................. 39
CAPÍTULO 6 MÉTODOS CIENTÍFICOS ......................................................................... 41
6.1 TIPOS DE MÉTODOS ...................................................................................................... 42
6.2 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 7 A PESQUISA ................................................................................................. 50
7.1 AS VARIÁVEIS ................................................................................................................ 50
7.2 A PESQUISA ..................................................................................................................... 52
7.3 OS TIPOS DE PESQUISA ................................................................................................ 54
CAPÍTULO 8 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................... 64
8.1 A ENTREVISTA ................................................................................................................ 64
8.2 O QUESTIONÁRIO .......................................................................................................... 66
8.3 O FORMULÁRIO .............................................................................................................. 69
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PREFÁCIO
O mundo vive uma era caracterizada pela intensa troca de informações e pelas rápidas
mudanças tecnológicas. Nesse cenário, os conflitos bélicos se tornam cada vez mais
complexos e avultam de importância os diversos papéis desempenhados pelo comandante de
pelotão: combatente, líder, sábio executante das ações planejadas, transformador de ideias e
pesquisador. Por isso, é preciso que o futuro tenente entenda que os conhecimentos
necessários à sua capacitação profissional não se esgotam no interior da Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN). Ele deve compreender que competência se adquire com a
atualização dos saberes recebidos nos bancos escolares, para o que tem de desenvolver, ao
longo da carreira, o processo do aprender a aprender.
Esse processo tem, como uma de suas principais vertentes, a pesquisa, que é o mais
eficaz instrumento para aquisição de novos conhecimentos e para a atualização dos já
adquiridos. Durante a carreira, o militar será impelido à ela, particularmente quando estiver
submetido, de alguma forma, à sistemática de ensino do Exército Brasileiro (EB). Nessas
ocasiões, terá excelentes oportunidades de demonstrar novos saberes, seja: na formação da
AMAN; nas especializações, realizadas nas diversas escolas; no aperfeiçoamento na Escola
de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), ou nos cursos de altos estudos da Escola de
Comando e Estado-Maior (ECEME). Em cada etapa, necessitará apresentar alguns dos
diversos tipos de relatórios de pesquisa como: trabalhos de conclusão de cursos, dissertações e
teses. Além disso, será incentivado a produzir artigos científicos para a publicação dos
resultados de pesquisas de interesse da Força Terrestre.
Dessa forma, a Cadeira de Iniciação à Pesquisa Científica (IPC) da AMAN elaborou
esse manual. Ele serve de apoio pedagógico às aulas de IPC, e de fonte de consulta aos
cadetes e aos oficiais orientadores de pesquisa para graduação em Ciências Militares. Os
capítulos oferecem suporte aos assuntos ministrados durante as unidades didáticas da
disciplina, abordando: o conhecimento científico e o método científico; a pesquisa; a
produção e a redação acadêmica. Os apêndices apresentam modelos dos itens essenciais de
uma monografia.
A Cadeira de Iniciação à Pesquisa Científica deseja que façam muito bom proveito
dos ensinamentos que constam nesse manual, e boa sorte na execução de seus trabalhos de
pesquisa científica. Como esta é a segunda edição, pede-se que as observações, críticas e
sugestões sejam encaminhadas à Cadeira de IPC.
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2.1.1 Da educação
Art. 3º O ensino no Exército deve assegurar a seu pessoal, por meio dos diferentes
cursos, base humanística, filosófica, científica e tecnológica, política e estratégica, para
permitir o acompanhamento da evolução das diversas áreas do conhecimento, o inter-
relacionamento com a sociedade e a atualização constante da doutrina militar.
[...]
[...]
Art. 9º Para efeito de progressão na carreira militar, as atividades de ensino são
grupadas das seguintes formas:
I - 1º Ciclo, cursos de formação e graduação;
II - 2º Ciclo, cursos de aperfeiçoamento;
III - 3º Ciclo, cursos de altos estudos militares; e
IV - 4º Ciclo, curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército.
[...]
Art. 17. O grau universitário ou superior do Sistema de Ensino do Exército é
equivalente ao nível de educação superior, na forma do art. 83 da Lei nº 9.394, de 23 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Art. 18. Os cursos e programas de grau universitário ou superior, mantidos pelo
Exército, possuem as seguintes diplomações e titulações, equivalentes às conferidas à
Educação Superior Nacional:
I - cursos de graduação e formação, graduação universitária, desde que o aluno
conclua o curso com aproveitamento e preencha as demais exigências contidas nos
regulamentos dos estabelecimentos de ensino, recebendo o título de Bacharel;
II - Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais:
a) pós-graduação, lato sensu, de aperfeiçoamento em Operações Militares [...]; e
b) pós-graduação, stricto sensu, de Mestrado em Operações Militares [...];
III - Curso de Comando e Estado-Maior e Curso de Chefia e Estado-Maior para
Oficiais Intendentes, ambos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército:
a) pós-graduação, stricto sensu, de Mestrado em Ciências Militares [...]; e
b) pós-graduação, stricto sensu, de Doutorado em Ciência Militares [...];
IV - Curso de Chefia e Estado-Maior para Oficiais Médicos e Curso de Direção para
Engenheiro Militares, ambos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército:
a) pós-graduação, lato sensu, de especialização em Ciências Militares [...]; e
b) pós-graduação, stricto sensu, de Mestrado em Ciências Militares [...];
V - Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, da Escola de
Comando e Estado-Maior do Exército:
a) pós-graduação, lato sensu, de especialização em Política, Estratégia e
Administração Militares [...]; e
b) para os diplomados do Curso de Comando e Estado-Maior e do Curso de Chefia e
Estado-Maior para Oficiais Intendentes, ambos da Escola de Comando e Estado-Maior do
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Art. 78. Cada IESEP será responsável pela análise e pelos procedimentos para a
aprovação da pesquisa e do tema decorrente, devendo avaliar, no mínimo, os seguintes
aspectos:
I – alinhamento à área de estudo e à linha de pesquisa da IESEP;
II – referenciais teórico e metodológico, com ênfase no problema a ser estudado;
III – disponibilidade de orientador;
IV - qualificações do discente para desenvolver a pesquisa decorrente;
V - consistência, objetivo, viabilidade, relevância e oportunidade da pesquisa; e
VI - interesse da IES e do EB no resultado da pesquisa.
Art. 114. Toda pesquisa científica que envolva, direta ou indiretamente, seres humanos
ou animais (de forma física ou comportamental) deverá ser, obrigatoriamente, submetida à
análise de um Comitê de Ética em Pesquisa (CoEP), a fim da avaliação do risco da pesquisa.
§ 1º Será enquadrada como risco da pesquisa a possibilidade de ocorrência de algum
dano de dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual, como
consequência imediata ou tardia da pesquisa, para o indivíduo ou para a coletividade.
§ 2º O Trabalho Científico baseado em simples pesquisa de opinião ou entrevista não
será submetido ao CoEP.
§ 3º O Trabalho Científico baseado em entrevista direta, sem o formato de pesquisa de
opinião, será submetido ao CoEP.
§ 4º A pesquisa cuja coleta de dados ocorra em atividades rotineiras de qualquer
profissão em que exista a participação, com caráter obrigatório, de indivíduos ou grupo de
indivíduos, deverá ter a aquiescência dos envolvidos, devendo, ainda, ser submetida ao CoEP.
[...]
Art. 120. A verificação da ética na pesquisa será baseada nos quatro referenciais
básicos da bioética: autonomia; não-maleficência (mínimo de danos); beneficência (máximo
de bem-estar e de benefícios); e justiça, conforme prescrição da Resolução nº 196/CNS,
Conselho Nacional de Saúde, de 10 OUT 1996, ponderando sempre entre os riscos e
benefícios, além da própria relevância da pesquisa.
Art. 121. A pesquisa envolvendo seres humanos somente poderá ser conduzida após o
consentimento livre e esclarecido do pesquisado ou de seu representante legal (autorização do
pesquisado) e da aprovação de um CoEP.
Parágrafo único. O pesquisado será, obrigatoriamente, pessoa voluntária, podendo
desistir da pesquisa a qualquer momento, sem sofrer qualquer tipo de punição. No caso de o
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pesquisado ser discente, deverá ficar evidenciado que não houve coação por parte do corpo
docente.
Art. 122. A IESEP, após a submissão da pesquisa envolvendo seres humanos ao CoEP,
deverá registrá-la na Plataforma Brasil (base nacional e unificada de registros de pesquisas
envolvendo seres humanos).
Art. 123. A pesquisa envolvendo seres humanos terá continuidade após obter o parecer
favorável do CoEP e da CONEP.
Art. 88. Nos cursos de graduação, será exigida do discente a realização de trabalho
acadêmico-similar, no formato de TCC (monografia ou trabalho de graduação interdisciplinar
- TGI) ou de AC, este somente quando autorizado pelo DECEx.
Art. 93. Nos cursos de graduação e de PG nível lato sensu, fica a critério da IES a
apresentação pelo discente de TC em ato público.
Art. 96. O TC é considerado de propriedade do respectivo autor, nos termos da
legislação que resguarda os direitos autorais.
Parágrafo único. Os conceitos e ideias emitidos nos TC são de responsabilidade única
e exclusiva dos autores, não havendo qualquer endosso por parte da IESEP ou do Exército
Brasileiro.
Art. 97. Quando da matrícula no curso, o discente será convidado a assinar o Termo de
Cessão de Direitos sobre Trabalho Científico (Anexo A), o Termo de Autorização para
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Art. 160. A seleção e matrícula dos discentes, nos cursos de graduação, serão
efetuadas conforme prescrito no Regulamento Escolar e no Regimento Interno do Estb Ens e,
quando for o caso, no edital público.
Art. 161. A execução dos cursos de graduação seguirá as normatizações do Ch
DECEx, das diretorias, do CCFEEx e dos respectivos documentos de currículo, devendo
estimular:
I - a aprendizagem do discente;
II - o exercício de atividades de enriquecimento cultural;
III - a inicialização de pesquisa científica;
IV - a prática da autoaprendizagem;
V - a experiência profissional e a autonomia intelectual do discente;
VI - o exercício do pensamento reflexivo;
VII – a busca pelo autoaperfeiçoamento;
VIII - o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores; e
IX - o intercâmbio de experiências entre os discentes, entre os docentes e entre
docentes e discentes.
Art. 162. A elaboração do TCC deverá ter o foco na construção do conhecimento e
permitir a capacitação em iniciação científica, mobilizando o discente para a ação de leitura
de fontes primárias, a fim de adquirir conhecimentos além daquilo que os docentes irão
ensinar.
Art. 163. A entrega do TCC será conforme prazo estipulado no Regimento Interno da
IESEP.
Parágrafo único. Será admitida a prorrogação de entrega do TCC, desde que exista
tempo suficiente para a correção do trabalho científico antes do cálculo da nota final de curso.
Art.165. O julgamento do TCC será feito por uma Comissão de Avaliação composta
de, no mínimo, um membro integrante da IESEP.
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Ao mesmo tempo, trata-se de um tipo de conhecimento não falseável, isto é, que não
permite a verificação porque vem da transcendência. Exatamente por essa característica,
representa uma forma de conhecimento que evolui muito lentamente, tende a ser estacionário.
Para demonstrar essa concepção, recordam-se as palavras de Santo Agostinho: “aquilo
que a verdade descobrir não pode contrariar aos livros sagrados, quer do Antigo quer do Novo
Testamento”. (ARANHA; MARTINS, 1993, p. 101). O conhecimento é entendido, portanto,
como ato da iluminação divina (ANDERY et al., 2004, p. 145). Na experiência religiosa, o
sujeito se relaciona não com “coisas” da realidade que ele vai tentar conhecer, mas com
“objetos” que surgem já interpretados e explicados pela doutrina religiosa (dogma). O
processo do conhecimento prevalente é o da cristalização do saber.
objetos e produtos artísticos, cada sujeito vai elaborar sua interpretação, construindo então
“objetos”.
Há, ainda, a possibilidade de a arte ser encarada sob uma perspectiva funcionalista, ao
cumprir objetivos não necessariamente artísticos, mas ligados à finalidades pedagógicas,
religiosas, políticas e sociais. A arte é, então, um conhecimento que pode ser
instrumentalizado para produção de outros tipos de conhecimento – inclusive o científico – ou
como forma de expressão de poder — ideologia. Contudo, essa aplicação utilitária da arte
pretende manter uma característica fundamental: a de provocar a comoção do apreciador.
Alguns autores ainda identificam, como outra forma de conhecimento distinta das
demais, a ideologia. É o caso de Demo (1985), que distingue a ideologia como forma de
conhecimento composta de enunciados que justificam relações de poder. Trata-se de uma
concepção de ideologia oriunda do pensamento marxista, que a define como “a transposição
involuntária para o plano das ideias de relações sociais muito determinadas”. (CHAUÍ, 1981a,
p.10). Essa definição de ideologia não destaca tanto as características do conhecimento
ideológico (que pode ser mais ou menos sistematizado, sofisticado, coerente), mas sim seu
“efeito” sobre a realidade e a sociedade, ou seja, a forma como se dá a inserção desse
conhecimento nas relações sociais:
Concebida dessa forma, mostra-se mais coerente pensar na ideologia não como uma
forma de conhecimento distinta das demais, mas como uma dimensão do conhecimento que
pode estar presente em todas elas. Tanto o senso comum quanto a religião ou a arte podem
funcionar como discursos ideológicos em determinados contextos.
Também a ciência pode se revestir de uma dimensão ideológica, como salientam
vários autores. Alves (1979) alerta para o fato de a ciência ter virado um mito e, como tal,
induzir o comportamento e inibir o pensamento – a palavra do ‘especialista’ é mitificada.
Gressler (2003) também identifica a possibilidade da ciência se tornar um “produto
ideológico”. Lacey (1998) critica a ideia de neutralidade e imparcialidade do conhecimento
científico, constatando que a ciência não é ‘livre de valores’ – por exemplo: as pesquisas para
construção do artefato nuclear têm objetivos ligados a projeção do poder nacional.
Descartes opera uma redução da subjetividade humana a seus aspectos racionais, o que
resultou numa imagem do cientista como alguém que não pertence a uma coletividade, que
não estabelece relações, como se fosse apenas uma mente pensante – é a ideia mitológica do
cientista isolado do mundo. (ALVES, 2000). Também é de Descartes o mérito de propor,
como método científico, a redução da complexidade, isto é, separar para estudar, dividir o
objeto de conhecimento em suas menores unidades e estudar cada uma dessas unidades
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Bacon propôs uma separação entre a ciência e as humanidades (estas preocupadas com
a justiça, com as pessoas, com a natureza, com o sagrado). Ele foi forte propulsor do
empirismo e difundiu a ideia de que o início de todo conhecimento deveria ser a observação e
a descrição fiel da realidade, isenta de julgamentos e interpretações.
Por fim, Galileu Galilei (1564-1642) é reconhecido por muitos como o pai do método
científico. Seu trabalho enfatizou a atitude empírica na pesquisa científica e buscou medir os
fenômenos e fazer observações quantitativas. Dentre suas diversas contribuições (como a lei
da inércia) destaca-se a teoria heliocêntrica, por meio da qual pôde comprovar as ideias de
Copérnico, e pela qual foi submetido a julgamento durante a Inquisição em Roma, em 1633.
Deve-se a Galileu o início do projeto da Mathesis universalis, isto é, a busca de um ideal
matemático. Ao afirmar que “o livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos”
(ALVES, 2000, p. 80), demonstra sua intenção de construir um conhecimento em que as
relações entre os objetos conhecidos se expressem em linguagem matemática. Nessa
perspectiva, só o que pode ser medido é ciência. Assim, se chega à produção de um
conhecimento exato e preciso.
A ciência, como uma forma de conhecimento, surge historicamente no século XVI. É
consequência do processo da Modernidade, que rompe com o mundo feudal e eclesiástico,
embasada filosoficamente pelo Iluminismo e originada com o Renascimento. “O discurso
científico tem a intenção confessada de produzir conhecimento, numa busca sem fim da
verdade”. (ALVES, 2000, p. 170). Para alcançar esse conhecimento mais fiel à realidade, a
ciência busca o equilíbrio entre as duas dinâmicas do conhecimento, isto é, a constante
renovação e a consolidação dos conhecimentos já construídos.
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Segundo Morin e LeMoigne (2000), a ciência moderna está apoiada em quatro pilares
da certeza – os princípios da ordem (organização da natureza), da separação (isolar o objeto
do contexto), da redução (visão disciplinar do fenômeno) e da lógica dedutiva-indutiva
(coerência e não-contradição). O modelo científico fundamentado nessas bases permitiu o
desenvolvimento da humanidade, resultando numa expansão dos conhecimentos em vários
ramos da realidade.
Os autores avaliam que na atualidade o referido esquema de pensamento está em crise.
Toda a construção dos saberes derivada do modelo moderno de ciência impõe um grau de
simplificação da realidade, pois se desenvolve a partir de uma visão segmentada (disciplinar)
dos objetos e não admite contradições nessas construções. Há uma compreensão
determinística na ciência moderna, que procura estabelecer relações de causa-efeito entre os
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CAPÍTULO 4 PARADIGMAS
O conceito mais usual para definir paradigma é dizer que ele representa determinada
visão de mundo. Isso significa que as pessoas que agem de acordo com os axiomas de um
paradigma estão unidas, identificadas ou simplesmente em consenso sobre uma maneira de
entender, de perceber, de agir a respeito do mundo.
Os que compartilham de um mesmo paradigma aceitam a descrição de mundo que lhes
é oferecida sem criticar os fundamentos de tal descrição. Isso significa que o olhar deles está
organizado de maneira a perceber só uma determinada “constelação” de fatos e relações entre
esses fatos. Qualquer coisa que não seja coerente com tal descrição passa despercebida; é
vista como elemento marginal ou sem importância.
A exemplo disso, pode-se citar que, até alguns anos atrás, energia elétrica não era
problema para o Brasil nem para os brasileiros. A única coisa que um cidadão comum sabia
sobre o assunto era que, ligando o interruptor da sala, a luz acendia. Vivia-se com a ideia de
que a natureza nos forneceria energia para sempre. A natureza era vista, então, com um
grande supermercado cujas mercadorias nunca acabariam. Esse era o paradigma que orientava
a visão de mundo com relação ao consumo de energia, e ninguém imaginava que pudesse ser
diferente. Nesse cenário, não se dava importância, por exemplo, para lâmpadas mais
econômicas, para banhos mais curtos ou para aquecedores solares. Eles existiam, mas não
eram vistos como importantes, pois o paradigma os descartava. Não se precisava deles. Em
pouco tempo, tudo mudou. Surgiu o risco de um apagão. Descobriu-se que todos estavam
enganados, e que a energia é finita. Isso significou uma mudança em alguns paradigmas, e, de
uma hora para a outra, as lâmpadas econômicas sumiram dos supermercados. Todos queriam
comprá-las. O mundo mudou? Não, mas o paradigma que o descrevia sim. Da descrição de
um mundo com energia infinita, mudou-se para uma outra descrição. Alteraram-se os
paradigmas.
Um pesquisador deve tentar manter claras quais são as premissas, os valores, os
dogmas, os princípios que estruturam seu olhar sobre o fenômeno que está observando.
Finalmente, saber sobre os paradigmas da ciência que pratica, permite ao cientista transitar
com liberdade entre eles, criticar uns e assumir outros, combater uns e defender outros, e
inclusive, misturar, quando necessário, elementos de diversos paradigmas.
Portanto, o estudante deve considerar a necessidade de identificar os paradigmas da
ciência em que está inserida a sua pesquisa, além de considerar os seus próprios paradigmas.
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Fritjof Capra (1995), no seu livro “O Ponto de Mutação”, divide a ciência moderna em
dois grandes paradigmas: o mecanicista e o sistêmico. O mecanicista agrupa todos os
paradigmas que aceitaram a visão de René Descartes, segundo a qual o mundo natural é uma
máquina carente de espiritualidade, e, portanto, deve ser dominada pela inteligência humana e
ser colocada a seu serviço.
Nessa visão, o mundo opera a partir de leis matemáticas, iguais a qualquer máquina,
permitindo que, ao serem estabelecidas rigorosamente, o homem tem assim, uma cópia fiel do
mundo. Essa visão agrupa o positivismo, o neopositivismo e a dialética materialista. Em
concreto, fazem parte desta linha de pensamento todas as ciências modernas que hoje
consideramos clássicas: física, química, biologia, psicologia, sociologia, medicina, entre
outras, e todas as decorrências tecnológicas que daí resultaram.
No paradigma sistêmico, Capra (1995) introduz algumas das ciências que têm
efetivado uma mudança radical na visão clássica (mecanicista) ou cartesiana de mundo. A
visão sistêmica ou holística rejeita a dicotomia entre homem e natureza e propõe uma postura
de integração entre esses dois pólos que permita um grau de compreensão voltado para a
interação de processos, a multiplicidade das interpretações e a heterogeneidade de mundos de
observadores e de leituras possíveis.
O paradigma sistêmico estaria, na ideia de Capra, substituindo “os conceitos de uma
visão de mundo obsoleta – a visão de mundo mecanicista da ciência cartesiana-newtoniana”.
(CAPRA, 1995, p. 14). Capra elabora, no seu livro, uma descrição detalhada de como o
mecanicismo cartesiano foi incorporado por todas as ciências tradicionais, levando à crise
individual, social e ambiental em que vivemos hoje.
O novo paradigma introduz, com a física de Einstein, parâmetros de mundo que
permitem pensar a natureza, a sociedade e a psique humana de maneira inteiramente diferente
da descrição mecânica. A visão mecanicista adota a ideia de que o mundo natural é regido
deterministicamente por leis matemáticas em contraposição ao mundo humano, quando há o
livre arbítrio. Já a visão sistêmica propõe a relação entre homem e natureza, não permitindo
uma separação tão simples. Se os primeiros observam absolutos, os segundos advogam pela
relatividade. Onde uns vêem ordem, outros vêem caos. Onde uns vêem desordem, outros
vêem dinamismo.
O certo é que o paradigma mecanicista transformou o mundo medieval no mundo
moderno que hoje vivemos. A tecnologia aplicada a todos os campos de nossa vida cotidiana,
industrial e científica, é fundamentada nas descobertas da ciência mecanicista, positivista.
Nossas sociedades e instituições, nossa individualidade e subjetividade funcionam de acordo
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com os modelos dialéticos, materialistas. O que significa que, de fato, a crise, que se vive hoje
em todas as áreas, desde a ecológica, passando pela social até a individual e espiritual, é
responsabilidade do paradigma cartesiano, como propõe Capra no seu livro.
Cabe a cada um, como futuros profissionais, saber a partir de qual paradigma estar-se-
á falando e agindo.
38
(fusão de duas culturas), sincretismo (fusão de elementos culturais, podendo ser de natureza
religiosa ou linguística) etc.
O propósito principal da teoria não é descrever, mas interpretar a realidade. Nessas
formulações, há todo um processo de generalização da realidade empírica (sensível) e das
inter-relações entre os fenômenos, consistindo, ainda, numa oportunidade de previsão quanto
à ocorrência dos fatos estudados. Contudo, a organização e a previsibilidade de uma teoria
sofrem com a vinda à tona de fatos antes não observados, e que desconstroem toda
formulação postulada. Assim, temos que a história da ciência é a história de teorias
funcionando bem por algum tempo, até a ocorrência de anomalias (ou seja, a descoberta de
novos fatos que não se encaixam nas teorias estabelecidas). Assim, novas teorias vão sendo
propostas e acabando por substituir as antigas, parcialmente ou completamente. Temos, então,
que um fato novo pode provocar o início de uma nova teoria.
coerente. Temos, então, que a lei declara a existência de um padrão estável em eventos e
coisas; já a teoria assinala o mecanismo responsável por esse padrão, explica e dá suporte para
o modo de funcionamento de determinadas leis.
41
6.1.1 Indutivo
aquele com que, a partir de premissas menores pode-se chegar às generalidades. No exemplo
de Cruz e Ribeiro (2003, p. 34), tem-se:
A indução é um método válido, porém não é infalível. Por exemplo, por muito
tempo pensou-se que a ordem de peixes celacantos estava extinta, porque elas eram
conhecidas apenas por fósseis de 200 milhões de anos. Entretanto, em 1938, na costa
da África do Sul, um celacanto foi pescado, o que demonstrou que a indução feita
pelos paleontólogos estava errada. Assim, para descartar uma indução, basta que um
fato a contradiga.
6.1.2 Dedutivo
Nesse argumento, para que a conclusão ‘todos os cães têm um coração’ fosse falsa, ao
menos uma das premissas teria de ser falsa: ou nem todos os cães são mamíferos ou nem
todos os mamíferos têm um coração.
45
Ora, p. Ora p,
Os dois tipos de métodos até aqui esboçados têm funções diversas – no dedutivo
busca-se explicitar o conteúdo das premissas; no indutivo procura-se ampliar o alcance dos
conhecimentos. Tanto a indução quanto à dedução deve ter como pontos de partida premissas
auto-evidentes.
6.1.3 Hipotético-dedutivo
6.1.4 Dialético
A palavra grega dialektos (dialética), que significa debate, forma de discutir e debater,
aparece originariamente vinculada às práticas filosóficas dos antigos gregos.
47
objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em
vias de se transformar, de se desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro”.
Para as autoras “não há movimento que não seja consequência de uma luta de
contrários, de uma contradição interna”. Assim, por exemplo, se considerarmos uma criança,
o passar dos anos produz um resultado de amadurecimento expresso numa nova condição
(adolescente) qualitativamente diferente. O adolescente é a negação da criança. “Isto acontece
com toda a realidade: se ela muda é por ser, em essência, algo diferente dela. As contradições
internas é que geram o movimento e o desenvolvimento das coisas”. (MARCONI;
LAKATOS, 1991, p. 105).
6.1.5 Histórico
6.2 CONCLUSÃO
CAPÍTULO 7 A PESQUISA
7.1 AS VARIÁVEIS
Este artigo tem por objetivo estudar o peso do recém-nascido, a faixa etária da
mãe e o tipo de parto ocorrido em Maternidades de Rio Branco – Acre – Brasil, no
período de 1994 a 1996. Como resultado 73,8% nasceram de parto normal e 25,5%
por cesariana. Por outro lado, 5,4% dos partos foram por adolescentes na faixa etária
de 10-14 anos. Com relação ao peso, 84,6% estavam dentro do normal, 7,4% abaixo
e 6,6% acima. Vale ressaltar o registro de peso, idade e sexo como sendo ignorados,
o que demonstram falhas nos registros. Concluindo destacamos a importância da
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Percebe-se que as variáveis do estudo apresentado pelo resumo acima são: o peso do
recém-nascido, a faixa etária da mãe e o tipo de parto. Estes fatores, durante a pesquisa,
assumiram valores e variabilidades diferentes.
Mas, como podem ser classificadas as variáveis?
Segundo Tuckmam (1972 apud KÖCHE, 2000, p. 113), as variáveis podem ser
classificadas em: independente, dependente, de controle e moderadora.
A variável independente é aquela que é fator, propriedade ou aspecto que produz
efeito ou consequência e a dependente, ao contrário, é aquela que é consequência ou efeito de
algo que foi estimulado.
A variável de controle é um aspecto que o pesquisador neutraliza propositalmente, a
fim de que não haja interferência na relação estabelecida entre as variáveis independente e
dependente.
A variável moderadora é um fator, aspecto ou propriedade que é causa, condição ou
estímulo para que ocorra determinado efeito ou consequência, porém se situa em um plano
secundário.
Existe ainda a variável interveniente, que é aquele fator que se interpõe entre as
variáveis dependente e independente, alterando, de alguma forma, a influência esperada entre
elas. Também deve ser controlada, para que não haja prejuízo à relação de causa e efeito que
se deseja corroborar através da hipótese.
Exemplo:
7.2 A PESQUISA
Segundo Marconi e Lakatos (1991), para que uma pesquisa desenvolva-se de maneira
satisfatória é necessário um planejamento eficaz.
7.2.1.1 Preparação da pesquisa
a. Coleta dos dados, com a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas;
b. Elaboração dos dados coletados, através de seleção, codificação e tabulação;
c. Análise e interpretação dos dados;
d. Representação dos dados, através de tabelas, quadros e gráficos; e
e. Apresentação das conclusões, explicitando os resultados finais, considerados
relevantes e que devem estar vinculados à hipótese, através de um relatório.
aponte as características essenciais das variáveis que se quer estudar”. (KÖCHE, 2000, p.
126).
Na pesquisa exploratória, não interessa ao pesquisador as relações entre as variáveis,
mas apenas constatar a frequência dessas variáveis e suas caracterizações quantitativas e
qualitativas.
Esse tipo de pesquisa analisa, observa, registra e estabelece uma correlação entre
variáveis que envolvem fatos ou fenômenos, sem que haja manipulação dessas variáveis.
Nesse caso, o pesquisador não interfere na investigação dos fenômenos humanos ou
naturais e apenas “Procura descobrir, com a [máxima] precisão possível, a frequência com
que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características”.
(CERVO; BERVIAN, 1996, p. 49).
Segundo Leonel e Motta (2007), algumas características da pesquisa descritiva são:
- espontaneidade – não há interferência do pesquisador na realidade, apenas observa
as variáveis que, de forma espontânea, estão vinculadas aos fatos;
- naturalidade – os fatos são estudados no seu habitat natural; e
- amplo grau de generalização – as conclusões levam em conta o conjunto de
variáveis que podem estar correlacionadas com o objeto da investigação.
A pesquisa descritiva pode aparecer sob diversos tipos: documental estudo de campo etc,
desde que se estude a correlação de, no mínimo, duas variáveis.
Tem esse tipo de pesquisa, como preocupação fundamental, identificar fatores que
contribuem ou agem como causa para a ocorrência de determinados fenômenos. É o tipo de
pesquisa que explica as razões ou os porquês das coisas. (LEONEL; MOTTA, 2007, p. 104).
Os pesquisadores se preocupam com as causas dos fatos, as suas relações internas e
com outros fatos.
56
A pesquisa explicativa pode aparecer sob a forma de pesquisa experimental e estudo de caso
controle.
Antes de se finalizar esta seção, é interessante observar o quadro abaixo, que apresenta
as principais características das pesquisas quantitativa e qualitativa.
58
7.3.3 Tipos de pesquisa quanto aos procedimentos utilizados para a coleta de dados
pela manipulação das variáveis independentes. Dessa forma, o pesquisador não pode,
conforme um critério pessoal, escolher os participantes dos grupos experimental ou controle.
Por fim, é preciso que se diga que a pesquisa experimental pode ser desenvolvida em
laboratório ou no campo, sendo que a coleta dos dados ocorre por meio da observação dos
efeitos produzidos pelo experimento.
O estudo de caso controle serve para investigar fatos após a sua ocorrência, sem que
haja a manipulação de variável independente, ou seja, nesse tipo de pesquisa, o pesquisador
não pode, por iniciativa própria, manipular a variável independente. Pode, porém, localizar
grupos que apresentem semelhanças entre os indivíduos que os constituem e observar as
consequências naturais que ocorrem em um dos grupos após o acréscimo de uma variável,
comparando o resultado verificado com o grupo que se manteve em condições naturais.
O exemplo a seguir serve bem para ilustrar o estudo de caso controle:
Imagine que duas cidades tenham sido colonizadas no mesmo período histórico e
que tenham as mesmas características demográficas em termos de número de
habitantes e origem etnográfica, a mesma tradição religiosa, que tenham o mesmo
desenvolvimento econômico (formação agrícola), enfim, as duas são semelhantes
em muitos aspectos. Porém, em uma delas instala-se uma grande indústria. Neste
caso, o pesquisador poderia se interessar em estudar as mudanças ocorridas
decorrentes do processo de industrialização e comparar com a cidade que não
recebeu a instalação da indústria. (LEONEL; MOTTA, 2007, p. 128).
7.3.3.5 Levantamento
Os levantamentos podem ser realizados com o todo de uma população, ou apenas com
uma amostra ou um subconjunto dessa população. Ao optar pela pesquisa utilizando-se de
62
uma amostra, é necessário que o pesquisador defina claramente a população a ser pesquisada.
O tamanho da amostra deve ser criteriosamente determinado, a fim de que os resultados
obtidos possam ser generalizados para todo o conjunto da população.
O uso da amostragem é vantajoso por permitir economia, rapidez e quantificação dos
dados obtidos. Porém, há a possibilidade da obtenção de respostas não fidedignas e de pouca
profundidade para o estudo da população pesquisada.
Os principais instrumentos de coleta dos dados utilizados nos levantamentos são o
questionário, a entrevista e o formulário.
O estudo de campo é uma modalidade de pesquisa na qual os dados são coletados “em
campo”, onde os fenômenos ocorrem de forma espontânea. O pesquisador envolve-se
diretamente com a realidade através da observação direta dos fatos e fenômenos, registrando
as variáveis relevantes para a pesquisa.
O estudo de campo não deve ser confundido com as pesquisas de levantamento
realizadas em locais abertos, pois as pesquisas de campo exigem, necessariamente, o
envolvimento qualitativo do pesquisador no contexto da realidade pesquisada. (LEONEL;
LATTOS, 2007).
Por ser um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade
específica, não deve ser confundida com uma simples coleta de dados. Ela exige controles
adequados e objetivos que discriminem o que deve ser coletado.
Os principais instrumentos de coletas de dados utilizados no estudo de campo são a
entrevista, a observação direta e a aplicação de questionários, testes, entre outros.
63
8.1 A ENTREVISTA
8.2 O QUESTIONÁRIO
O questionário é uma das formas mais utilizadas para coletar dados. Consiste em uma
série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante e que
possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja conhecer.
Todo questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de
instruções claras, a fim de tornar fácil o entendimento do propósito de sua aplicação, ressaltar
a importância da colaboração do informante e facilitar o seu preenchimento. Também deve ter
natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de uma situação para outra.
Basicamente o questionário é composto de três partes:
- cabeçalho – parte que inicia o questionário, indicando o responsável pela pesquisa
(entidade ou pesquisador), os objetivos do estudo, os elementos motivadores para o
preenchimento (relevância e benefícios) e o que se espera do informante;
- questões de caracterização dos informantes – contém os dados de identificação de
quem irá responder o questionário, como sexo, idade, estado civil, entre outros; e
- corpo de questões – perguntas relevantes da pesquisa.
Esse instrumento de coleta de dados apresenta algumas vantagens em relação a outros
instrumentos de coleta:
- permite obter informações de um grande número de pessoas ao mesmo tempo;
- possibilita abranger uma área geográfica ampla;
- não exige treinamento demorado do pessoal que aplica o questionário;
- apresenta uniformidade na hora da medição das respostas, devido à igualdade de
vocabulário, à ordem de perguntas e às instruções para todos os entrevistados;
- permite, no caso de questionário anônimo, que os informantes sintam mais liberdade
para expressar suas opiniões; e
- facilita e agiliza a tabulação dos dados.
Algumas desvantagens dos questionários são:
- problema de representatividade dos resultados - muitas vezes não se obtém 100% das
respostas;
67
Na elaboração das perguntas fechadas, há dois aspectos importantes que precisam ser
considerados em relação às alternativas de resposta: elas precisam incluir todas as
possibilidades esperadas e não podem colocar os informantes em dúvida.
68
Nas perguntas mistas, são apresentadas algumas opções para o informante, como nas
perguntas fechadas. No entanto, também é apresentada a possibilidade do respondente
manifestar outras opiniões não previstas e justificar ou explicar a sua escolha (perguntas
abertas). Exemplo:
Que valores militares você destacaria como fundamentais para a ética militar?
Justifique sua escolha.
( ) Honestidade
( ) Disciplina consciente
( ) Disciplina intelectual
( ) Coragem moral
( ) Outros: ________________________________________________________________
Justificativa: _______________________________________________________________
8.3 O FORMULÁRIO
Nogueira (1968 apud MARCONI; LAKATOS, 1999, p. 114) define formulário como
sendo:
[...] uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes
quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo
próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as propostas, ou
pelo pesquisado, sob sua orientação (grifo nosso).
8.4 O FICHAMENTO
Exemplo de ficha-resumo:
CÂMARA JÚNIOR, J. M. Dispersos. Rio de Janeiro: FGV, 1975. Língua e cultura, p. 265.
ANOTAÇÕES
O autor define cultura do ponto de vista filológico, ou seja, aborda a origem do termo:
cultura < civilization < politesse < humanitas. Humanitas >.
A língua é considerada como parte da cultura, mas, ao mesmo tempo, como seu reflexo:
“A língua é uma parte da cultura, mas uma parte que se destaca do todo e com ele se
conjuga dicotomicamente.” p. 268
COSERIU, E. Lições de linguística geral. Tradução de: Evanildo Bechara. Rio de Janeiro:
Ao Livro Técnico, 1980.
APRECIAÇÃO
Apresenta indicações de como preparar comunicações escritas e orais. Sugere técnicas para
a apresentação de relatórios, teses, seminários, conferências e palestras. Indica normas para
72
CAPÍTULO 9 REFERÊNCIAS
9.1 FINALIDADES
9.3.1 Autor
O autor deve ser identificado pelo último sobrenome: todo em maiúsculas. Prenome,
nome e outro(s) sobrenome(s): somente as iniciais maiúsculas ou por extenso.
MEDEIROS, J. B. (1 autor)
Ou
MEDEIROS, João Bosco. (1 autor)
Deve-se referenciar o primeiro autor e empregar a expressão latina et al. (“e outros”),
seguida de ponto final (et al.). Aceita-se citar o nome de todos os autores também.
Não se usa o termo “anônimo”; a entrada da referência é feita pelo título com a
primeira palavra em letras maiúsculas. Caso a primeira palavra seja monossilábica ou um
artigo (definido ou indefinido), a próxima palavra do título também será grafada em letras
maiúsculas.
BÍBLIA sagrada.
O BRASIL e os holandeses.
Obras produzidas por vários autores geralmente têm coordenadores (coord.), diretores
(dir.) ou organizadores (org.), que gerenciam o processo de produção e são os principais
responsáveis pelo trabalho.
Título: negrito ou itálico; subtítulo (após dois-pontos): fonte normal, sem destaque em
negrito ou itálico.
Só a primeira letra do título e dos nomes próprios deve ser grafada em maiúscula.
Compare com a grafia de títulos e subtítulos segundo a gramática: Redação Científica: a
Prática de Fichamentos, Resumos, Resenhas.
9.3.8 Edição
Não se indica a 1ª edição. Deve-se usar algarismo arábico, ponto e um espaço entre as
indicações.
4. ed.
5th ed.
9.3.9 Imprenta
São Paulo:
Rio de Janeiro:
9.3.10 Editora
A editora deve vir seguida de vírgula, sem referências comerciais, como S/A ou Ltda.
Editora Atlas,
Atlas,
O ano de publicação será escrito em algarismo arábico, sem ponto para separar o
milhar, seguido de ponto final.
2000.
Deve-se sempre indicar uma data. Se ela não for apresentada na publicação, procede-
se da seguinte maneira:
Exemplos:
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1996.
Para referenciar parte de uma monografia (livro), ou seja, capítulos, volumes, partes de
uma obra, com autor(es) e título(s) próprio(s), apresentam-se o(s) autor(es), título da parte,
seguidos da expressão In: e a referência completa da monografia no todo. Após a data, deve-
se informar a paginação inicial e final da parte referenciada.
237 p.
DE LUCCA, Gabriella. Notas curtas. Getulio, São Paulo, ano 3, p. 9, jul./ago. 2009.
DOREA, R. D.; COSTA, J. N.; BATITA, J. M.; FERREIRA, M. M.; MENEZES, R. V.;
SOUZA, T. S. Reticuloperitonite traumática associada à esplenite e hepatite em bovino:
relato de caso. Veterinária e Zootecnia, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 199-202, 2011. Supl. 3.
OTTA, Lu Aiko. Parcela do tesouro nos empréstimos do BNDES cresce 566 % em oito
anos. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 131, n. 42656, 1 ago. 2010. Economia &
Negócios, p. B1.
CRÉDITO à agropecuária será de R$ 156 bilhões até 2015. Jornal do Commercio, Rio de
Janeiro, ano 97, n. 156, p. A3, 20 maio 2014.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da
União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002. PL 634/1975.
9.7.1 Livros
VERÍSSIMO, L. F. Um gosto pela ironia. Zero Hora, Porto Alegre, ano 47, n. 16.414, p. 2,
12 ago. 2010. Disponível em:
http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jspx?uf=1&action=flip. Acesso em: 12 ago.
2010.
9.7.5 Manuais
a) Um autor:
LUCK, Heloisa. Liderança em gestão escolar. 4. ed. Petrópolis:
Vozes, 2010.
CAPÍTULO 10 CITAÇÃO
A citação nada mais é que a “Menção de uma informação extraída de outra fonte”.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002, p. 1).
Exemplos:
85
Extração não significa mera compilação ou transcrição de texto, sem análise, sem
crítica, sem reflexão. A proposta acadêmica da dissertação monográfica [...] visa
a treinar o estudante nas atividades de leitura-estudo, análise de texto, crítica e
discussão de ideias [...], e nas habilidades de síntese e comunicação (1999, p.
259, grifo do autor).
Devemos sempre indicar as fontes utilizadas. Isso possibilita que os dados citados
possam ser conferidos pelo leitor, ou que ele, caso deseje, tenha acesso às fontes primárias
para informações adicionais sobre o assunto abordado.
Citação direta é a transcrição literal – ipsis litteris – da(s) frase(s) do texto consultado.
Indica que a citação foi extraída de uma fonte à qual se teve acesso direto, e consiste na
reprodução fiel de suas palavras, respeitando-se rigorosamente a redação, a pontuação e a
grafia originais.
Exemplo:
De acordo com o tamanho – com até três ou quatro ou mais linhas – a citação direta
será incluída no corpo do texto do trabalho acadêmico ou ficará em destaque.
86
A citação direta com até três linhas deve ser incluída no texto do trabalho,
necessariamente entre aspas.
Exemplo:
Observe que respeitamos a maiúscula inicial da citação, uma vez que transcrevemos
toda a frase do texto original. Se nos interessa citar apenas um fragmento, a supressão de
trechos da frase original deve ser indicada por reticências entre colchetes: [...]. Os colchetes
também são utilizados quando desejamos acrescentar um comentário curto ou uma explicação
dentro da citação.
Exemplo:
Para Abreu, “[...] o parágrafo não deve ser uma camisa de força do texto. [...] todos
nós somos capazes de perceber o momento em que devemos fazer a transição entre um
parágrafo e outro” (2001, p. 56).
Se no texto a ser reproduzido já existirem palavras aspeadas, elas devem ser transcritas
entre aspas simples.
Exemplo:
Segundo Lakatos e Marconi (1992, p. 161), “Uma vez formulado o problema, com a
certeza de ser cientificamente válido, propõe-se uma resposta ‘suposta, provável e
provisória’, isto é, uma hipótese”.
87
Na citação direta, quando o(s) sobrenome(s) do(s) autor(es) não fizer(em) parte da
sentença, deve(m) vir entre parênteses em letra maiúscula, seguido(s) do ano de publicação,
do(s) tomo(s) e volume(s), se houver, e da(s) página(s). Caso exista mais de um autor, seus
sobrenomes são separados por ponto-e-vírgula.
Exemplo:
Assim, veremos que “Uma vez formulado o problema, com a certeza de ser
cientificamente válido, propõe-se uma resposta ‘suposta, provável e provisória’, isto é, uma
hipótese.” (LAKATOS; MARCONI, 1992, p. 161).
Nas obras em que a autoria é de uma entidade, recomenda-se que a indicação da fonte
seja sempre apresentada entre parênteses.
Exemplo:
Para a realização da continência individual é importante frisar que “Todo militar faz
alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional e ao Presidente da
República.” (BRASIL, 1997, p. 17).
Exemplo:
A citação direta com mais de três linhas deve figurar abaixo do texto, sem aspas, com
recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a utilizada no texto e espaçamento
simples, e deve terminar na margem direita.
Exemplos:
Quando se julga que determinada joia foi feita com ouro de dezoito quilates, este
julgamento pode ser verdadeiro ou falso; se a joia for, de fato, feita com ouro de
dezoito quilates, surge a verdade; se, porém, o ouro da joia não tiver dezoito
quilates, mas dezesseis ou vinte, por exemplo, temos o erro. Erro de julgamento,
da realidade em si, pois que ouro de dezesseis ou de vinte quilates são tão
verdadeiros, se assim pudéssemos falar, como ouro de dezoito quilates.
Quando se julga que determinada joia foi feita com ouro de dezoito quilates, este
julgamento pode ser verdadeiro ou falso; se a joia for, de fato, feita com ouro de
dezoito quilates, surge a verdade; se, porém, o ouro da joia não tiver dezoito
quilates, mas dezesseis ou vinte, por exemplo, temos o erro. Erro de julgamento,
da realidade em si, pois que ouro de dezesseis ou de vinte quilates são tão
verdadeiros, se assim pudéssemos falar, como ouro de dezoito quilates. (RUIZ,
1996, p. 116, grifo nosso).
Se no texto a ser reproduzido, existirem palavras aspeadas, elas devem ser transcritas
entre aspas duplas.
Exemplo:
O resumo deve ser livre de todo comentário pessoal e não deve formular críticas
ou julgamentos de valor. A extensão do assunto e a maneira pela qual foi tratado
podem ser entretanto caracterizadas por termos como “sucinto” ou
“pormenorizado”, “teórico” ou “prático”, “original” ou “complicado”, de
“vulgarização” ou “especializado”, “exaustivo” ou “seletivo”, “profundo” ou
“superficial” etc.
89
Exemplos:
10.4 OBSERVAÇÕES
Exemplo:
Exemplos:
90
Exemplos:
"[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer
morais, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade." (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso).
"[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que, aparecendo
o classicismo como manifestação de passado colonial. [...]." (CÂNDIDO, 1993, v. 2, p. 12,
grifo do autor).
"Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si mesmo [...] pode
julgar-se pecador e identificar-se com seu pecado." (RAHNER, 1962, v. 4, p. 463, tradução
nossa).
Exemplos:
“Questionar é um hábito, e como tal deve ser cultivado.” (MOLINA, 1992, p. 36 apud
MEDEIROS, 2000, p. 67).
Exemplo:
3
FARIA, José Eduardo (org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros, 1994.
Exemplos:
Idem – mesmo autor – Id.: quando a obra citada já foi indicada anteriormente.
8
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, p. 9.
9
Id., 2000, p. 19.
Ibidem – na mesma obra – Ibid.: quando a obra citada já foi indicada anteriormente.
3
DURKHEIM, 1925, p.176.
4
Ibid., p. 190.
Opus citaum – obra citada – op. cit.: quando a obra citada já foi indicada anteriormente.
11
ADORNO, 1996, p. 38.
12
GARLAND, 1990, p. 42-43.
13
ADORNO, op. cit., p. 40.
92
Passim – aqui e ali, em diversas passagens – passim: quando a citação está dispersa por
vários pontos da obra.
5
RIBEIRO, 1997, passim.
Sequentia – seguinte ou que se segue – et seq.: quando a citação continua pelo texto adiante.
7
FOCAULT, 1994, p. 17 et seq.
Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal (palestras, debates, etc.)
indicar como no exemplo e mencionar os dados disponíveis, em nota de rodapé.
Exemplo:
O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação verbal)1.
1
Notícia fornecida por ... no Congresso..., em Londres, em outubro de 2001.
93
11.1 INTRODUÇÃO
demarcação do tempo que será investigado, cabe a explicação dos fatores que justificam o
período escolhido como significativo e relevante.
Exemplo:
Análise das regras de engajamento do Exército Brasileiro no controle de distúrbios urbanos
durante o Estado Novo.
Exemplo:
Análise das regras de engajamento do Exército Brasileiro no controle dos distúrbios urbanos
ocorridos na Capital Federal durante o Estado Novo.
Exemplo:
Análise das regras de engajamento do Exército Brasileiro no controle dos distúrbios urbanos
ocorridos na Capital Federal durante o Estado Novo.
96
Resta destacar que, antes de delimitar um tema, na verdade, até antes de escolher um
tema a ser pesquisado, é essencial realizar um reconhecimento sobre a qualidade, a quantidade
e a possibilidade de acesso às fontes de dados acerca do tema. Esse reconhecimento
exploratório é extremamente necessário e inicia a revisão da literatura sobre o tema.
11.1.2 Problema
outras, voltar a discuti-las, e assim por diante, até se fixar numa frase interrogativa
que sintetize bem o problema de pesquisa. (VEIGA, 1996, p.7-8, grifos do autor).
O quadro abaixo, elaborado por Moreira e Calefe (2006, p. 24), serve para
exemplificar como a formulação de problemas excessivamente amplos torna a pesquisa pouco
exequível.
Exemplo:
11.1.4 Hipótese
Exemplo:
11.1.5 Objetivos
Testar, em ambiente militar, a validade das teorias dualistas e integralistas na relação corpo
e mente.
99
quais serão as condições de sua utilização. Ou seja, deve-se responder às seguintes indagações:
O quê? Com quais objetivos? Onde e com quem? Com quais critérios de seleção? Como e
quando?
Nos procedimentos de pesquisa, deve-se informar ainda quais métodos serão
utilizados, quais critérios éticos serão adotados, que limitações a pesquisa vai sofrer, como os
dados coletados serão analisados
11.4 CRONOGRAMA
Exemplo:
A-1 A
Atividades
set. out. nov. dez. jan. fev. mar. abr. maio jun.
Elaboração do projeto x x
Pesquisa bibliográfica x x X x x
Coleta de dados x X
Análise dos dados e
discussão dos X x x x
resultados
Elaboração do relatório
x x x
final (monografia)
Revisão e impressão x
103
11.5 REFERÊNCIAS
12.1.1 Capa
Item colocado após a folha de rosto, constituído de: nome do autor; título e, se for o
caso, subtítulo; natureza do trabalho (trabalho de conclusão de curso, tese, dissertação);
objetivo (aprovação da monografia, grau ou título pretendido); nome da instituição; nome dos
membros da comissão avaliadora, com espaço para suas assinaturas (no projeto de pesquisa,
consta só o nome do orientador); local; data. A assinatura do orientador no trabalho de
conclusão de curso é condição para que este seja avaliado.
106
12.1.4 Dedicatória
12.1.5 Agradecimentos
12.1.6 Epígrafe
O resumo expõe:
- os objetivos;
- a metodologia;
- os resultados; e
- as conclusões.
107
12.1.12 Sumário
12.2.1 Introdução
12.2.2 Desenvolvimento
2
No caso do projeto de pesquisa, o número de páginas é variável. Não há conclusão, uma vez que se trata apenas
do planejamento de uma pesquisa a ser realizada.
3
Quanto ao conteúdo de cada parte textual de um projeto de pesquisa, ver o Capítulo 11 deste manual.
109
12.2.3 Conclusão
[...] fique atento para não se sentir possuidor da “grande verdade”, porque, afinal,
você tem apenas um fragmento de evidência. Por fim, lembre-se de que sua tese é a
sua contribuição para a massa de conhecimentos existentes. Então, ao estabelecer
suas “Conclusões”, seja muito claro. (VIEIRA, 1999, p. 44).
12.3.1 Referências
12.3.2 Glossário
12.3.3 Apêndices
Exemplo:
12.3.4 Anexos
Elemento opcional. Os anexos são documentos, quadros, ilustrações, tabelas etc. não
produzidos pelo autor. São ordenados alfabeticamente e devem receber títulos, que constam
no sumário.
Nos anexos são obrigatórias as indicações das fontes das informações.
Exemplo:
Este trabalho, fruto de pesquisa bibliográfica sobre o processo de redação de artigos com
finalidade de comunicação científica e da reflexão do autor sobre a prática de pesquisa na área
tecnológica, apresenta orientações acerca de como redigir a comunicação científica no
formato de artigo científico. Tem por objetivo estabelecer parâmetros para elaboração e
avaliação de artigos científicos. É apontada a importância de observar-se os seguintes tópicos
da redação acadêmica: a linguagem do texto; a organização do artigo; a construção do título; a
redação do resumo; a apresentação do tema e da sua delimitação; a descrição das fontes de
dados, materiais e métodos; a apresentação e discussão dos dados; a apresentação dos
resultados. O trabalho reafirma a função do artigo científico como ferramenta acadêmica de
comunicação sucinta das conclusões parciais – pesquisa em andamento – e dos resultados
finais de uma investigação concluída.
13.1 INTRODUÇÃO
4
Adaptado de SILVA, F. W. O autor é Professor Doutor em Física e leciona no CEFET-MG.
114
Editores de Biologia, dos Estados Unidos, um dos mais respeitados da comunidade científica,
estabelece que o artigo é uma primeira comunicação científica e deve atender a alguns
critérios, como: identificar as formas de observação dos dados; apresentar os elementos que
permitam a repetição do experimento; evidenciar o processo de desenvolvimento intelectual
do conhecimento. Essas informações têm como propósito permitir que a comunidade
acadêmica possa avaliar os conhecimentos que deram certo e proceder à divulgação mais
rápida deles.
Esse é o conceito de artigo científico suposto no presente texto, que tem por objetivo
transmitir algumas noções elementares àqueles que pretendem iniciar-se nesta área. Não se
pretende aqui assumir um caráter dogmático, nem reivindicar qualquer originalidade, mas
apenas registrar alguns pontos consensuais e indicações básicas, que podem ser encontradas
em diversos manuais e na literatura específica. Não se deve esquecer que cada artigo constitui
uma peça única em seu gênero, com soluções próprias para o desafio de comunicar a
produção da ciência. Assim, os autores que desejem adotar a sequência de elementos aqui
apresentados deverão adaptá-los aos seus respectivos temas de pesquisa. Com esse intuito,
serão, inicialmente, apresentadas algumas considerações gerais sobre o momento adequado
para a elaboração do artigo, os principais elementos que o compõem, assim como a linguagem
apropriada a ser utilizada. Em seguida, os elementos citados serão discutidos sucintamente.
13.4 A LINGUAGEM
O título é um rótulo que, com o menor número de palavras possível, descreve com
precisão o conteúdo do artigo. Deve-se dar atenção a ele. O título será lido por muitas pessoas,
seja no artigo original, seja em revisões de literatura, em artigos de revisão, referências de
117
outros trabalhos, resumos, índices e assim por diante. Talvez poucos cheguem a ler o artigo
integralmente, mas muitos lerão o título.
Não há um tamanho mínimo para os títulos, desde que consigam expressar
adequadamente o assunto, mas não devem ser muito longos. Títulos muito longos são menos
significativos, menos eficazes. A maioria dos periódicos limita o número de palavras ou de
caracteres (muitos estabelecem o máximo de quinze palavras). Este, por exemplo, seria um
título inadequado para os dias atuais: Sobre a adição do método de pesquisa microscópica por
um novo meio, o de produção de contraste de cor entre um objeto e seu fundo ou entre partes
definidas do próprio objeto. Talvez servisse como parte do resumo, mas não como título.
Há títulos que não restringem suficientemente o assunto. Analisemos o seguinte
exemplo: Estudo sobre a Biologia da Lagoa da Pampulha. Será esse um bom título? Talvez.
Ele não é muito longo. Se for substituído por Estudo sobre observações preliminares acerca
da Biologia de algumas espécies vivas que habitam a Lagoa da Pampulha, percebe-se que,
apesar de mais longo, não houve ganho algum na compreensão do conteúdo. Entretanto,
pode-se perguntar: foram estudadas todas as espécies? Talvez tenham sido efetivamente
estudados apenas os aguapés, apesar de se estabelecer sua relação com o meio ambiente.
Nesse caso, seria preferível escrever Estudo dos aguapés na Lagoa da Pampulha.
Nesse ponto, surge uma nova questão: que tipo de estudo foi realizado? Taxionômico,
bioquímico, genético, médico? Considerando tais perguntas, um título mais aceitável seria
Estudo da ação dos efluentes domésticos sobre os aguapés da Lagoa da Pampulha. Ele foi
mais específico, mostrando que se deseja relacionar o aporte de efluentes domésticos e os
aguapés que, durante muito tempo, cobriram boa parte da superfície da Lagoa.
Ao refletir um pouco mais, talvez estejamos tentados a perguntar: que tipo de ação foi
estudada? A relação entre a composição dos efluentes e a tonalidade de cor dos aguapés? A
seleção de subvariedades por esses efluentes? O tamanho médio dos indivíduos adultos?
Talvez nada disso. Um título mais restritivo poderia ser Estudo sobre a relação entre a taxa
de crescimento dos aguapés e os efluentes domésticos da Lagoa da Pampulha. Ficou um
pouco mais específico, definiu melhor o trabalho realizado. Todo artigo é o resultado (parcial
ou final) de um estudo, é o fruto de um trabalho e, ainda que não o fosse, tais palavras
(“estudo” etc.) em nada modificam a compreensão do título; são, portanto, completamente
desnecessárias. Uma proposta melhor seria A relação entre a taxa de crescimento dos
aguapés e os efluentes domésticos da Lagoa da Pampulha.
O título é um rótulo, não uma sentença. Por exemplo, A ß-endorfina está associada ao
excesso de alimentação em camundongos e ratos geneticamente obesos. O verbo de ligação
118
“está” pode ser eliminado sem perda de compreensão. Além disso, a presença do “está”, na
forma como foi empregado, imprime um caráter dogmático ao título, incompatível com a
visão atual da comunidade científica acerca de seu trabalho.
Para efeito de clareza, os títulos também não devem conter abreviaturas, fórmulas
químicas, nomes de proprietários, jargões e expressões similares. Por exemplo, é preferível
escrever ácido clorídrico a HCl.
Finalmente, há que se ter cuidado com a sintaxe. Títulos do tipo Redução de infecções
produzidas no homem por antibióticos podem constituir uma armadilha. Os antibióticos estão
produzindo ou reduzindo as infecções?
13.6 O RESUMO
Como última sugestão, uma boa prática é redigir primeiro o corpo do artigo, deixando
o resumo para o final, quando, então, se saberá todo o conteúdo que foi apresentado.
A despeito de ser o óbvio, às vezes esquecemos que introduzir é levar para dentro
quem está fora. No caso específico dos artigos, seu propósito é fornecer informações
suficientes para permitir que o leitor compreenda e avalie os resultados do estudo, sem
precisar se reportar a publicações anteriores que abordem o assunto. É fazer o leitor que está
“por fora” ficar “por dentro” do assunto. Lembre-se: a Introdução não é um resumo; sua
finalidade é “abrir” o trabalho.
Uma boa introdução deve:
a) apresentar com clareza a natureza e o escopo do problema investigado;
b) revisar a literatura pertinente;
c) estabelecer o método de investigação, justificando sua escolha; e
d) estabelecer os principais resultados da pesquisa.
Não se deve deixar o leitor em suspense. Se redigir uma introdução que não seja
efetivamente ‘inclusiva’, o autor pode contribuir para que se desista da leitura.
Ao apresentar o escopo (os objetivos gerais) do trabalho, é necessário examiná-lo com
bastante cuidado. Alguns propósitos não passam de abstrações, a partir das quais é impossível
reconhecer se foram (ou não) atingidos. É aconselhável especificar cada item, de forma a
poder reconhecê-lo quando for encontrado no texto. Se, na declaração de objetivos, foram
incluídas afirmações do tipo: “Desenvolver um método para formar bons cidadãos”;
“Construir nos alunos um sentimento de apreço à escola” ou “Resolver o problema da Lagoa
da Pampulha”, como se poderá saber se a pesquisa atingiu ou não seu objetivo? Poder-se-á
entender que um bom cidadão é aquele que, independentemente de sua profissão, porte
sempre uma arma de fogo para defender sua cidade dos criminosos; contudo, há quem,
120
13.8.2 Métodos
13.9 RESULTADOS
Deve-se iniciar essa seção com uma descrição geral do experimento, sem, contudo,
repetir os detalhes previamente fornecidos em Fonte de dados, Materiais e Métodos. Esse
item destina-se apenas à identificação da origem dos resultados pelo leitor. Eles devem ser
apresentados numa sequência que embase as hipóteses de trabalho. Os resultados são a parte
mais importante. As seções anteriores serviram para explicar como se chegou até eles; as
seções subsequentes, para explicar o que significam.
Os resultados podem aparecer sob a forma de texto, tabelas, figuras ou gráficos. Todas
as tabelas, as figuras e os gráficos devem ser numerados por ordem de apresentação e citados
no texto. Não se deve apresentar mais de uma vez os mesmos resultados. Por exemplo, os
valores que aparecem em uma tabela não devem ser repetidos no texto.
Se houver poucos resultados numéricos, esses devem, de preferência, aparecer apenas
no texto, pois a construção das demais formas eleva o custo de impressão. Lembre-se de que
uma tabela e um gráfico têm funções distintas. Quando for necessário o valor preciso da
medida, deve-se usar uma tabela; se o que interessa for apenas a forma de comportamento de
uma variável em função de outra, então o gráfico será preferível. Exemplo: mediu-se a
corrente em um dispositivo em função da diferença de potencial aplicada. A tabela em que
são exibidas as duas grandezas apresenta os valores com a precisão fornecida pelos aparelhos,
mas pode mascarar se a relação entre elas é linear (dispositivo ôhmico) ou não-linear, o que é
evidenciado mais facilmente com o auxílio de um gráfico.
13.10 DISCUSSÃO
14.1 MARGENS
14.2 ESPAÇAMENTO
No corpo do texto, deve ser utilizado o espaçamento 1,5, exceção feita às citações
diretas de mais de três linhas, notas de rodapé, referências e legendas das ilustrações e tabelas,
que devem estar em espaço 1,0. No final do trabalho, as referências devem figurar em ordem
5
Normas igualmente válidas para a redação de artigos científicos e de projetos de pesquisa.
125
As notas de rodapé são digitadas dentro das margens, separadas do texto por um espaço
e por um filete de cerca de 5 cm. O editor de texto Word faz a inclusão automática delas,
bastando selecionar o local de entrada do expoente numérico. A nota de rodapé e seu
expoente numérico devem estar na mesma página.6
Cabe ressaltar que, se a nota de rodapé for escrita em mais de uma linha, a partir da
segunda, o texto é digitado sob a primeira letra da primeira linha, de modo a destacar o
expoente.
14.4 PAGINAÇÃO
6
Notas de rodapé devem ser evitadas. Quando necessárias, têm a finalidade de indicar bibliografia adicional,
fazer observações complementares, realizar remissões internas e externas ou fornecer o original de um texto
traduzido. As indicações das fontes das citações deverão ser feitas no próprio texto.
126
Exemplo:
1 SEÇÃO PRIMÁRIA
1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA
1.1.1 Seção terciária
1.1.1.1 Seção quaternária
1.1.1.1.1 Seção quinaria
14.6 SIGLAS
Quando aparecer pela primeira vez uma sigla no texto, esta será colocada entre
parênteses, após a menção da forma completa do nome.
Exemplos:
127
14.8 ILUSTRAÇÕES
Exemplo:
14.9 TABELAS
Exemplo:
REFERÊNCIAS
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2000.
ARAÚJO, C. A. Á. A ciência como forma de conhecimento. Ciências & Cognição, Ano 03,
v. 08, 2006. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/artigos/v08/m32690.htm.
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BOURDIEU, P. O campo científico. In: ORTIZ, R. (org.). Pierre Bourdieu: sociologia. São
Paulo: Ática, 1983.
BRASIL. Portaria 734 - Cmt Ex, de 19 de agosto de 2010. Define Ciências Militares, fixa
sua abrangência e estabelece a finalidade de seu estudo. Disponível em:
http://biblioteca.eb.mil.br/sisleg/showtext.do. Acesso em: 24 set. 2013.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books,
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Narcisi, 2003.
132
DAY, R. A. How to write and publish a scientific paper. 2. ed. Philadelphia: ISI Press,
1979.
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1995.
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Paulo: Unesp, 1995.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
133
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GOULD, S. J. Evolução como fato e teoria. New York: W.W. Norton, 1983.
LABORIT, H. Deus não joga dados. São Paulo: Trajetória Cultural, 1988.
LEONEL, V.; MOTTA, A. M. Ciência e pesquisa. 2. ed. rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual,
2007.
MEDEIROS, J. B.; TOMASI, C. Português forense: a produção do sentido. São Paulo: Atlas,
2004.
RAEPER, W.; SMITH, L. Introdução ao estudo das idéias: religião e filosofia no passado e
no presente. São Paulo: Loyola, 2001.
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1996.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 9. ed. rev. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
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STUMPF, I. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação. Brasília, v. 25,
n. 3, 1996, p. 383-386.
VEIGA, J. E. da. Como elaborar seu projeto de pesquisa. São Paulo: USP, 1996.
VIEIRA, S. Como escrever uma tese. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Pioneira, 1999.
WERSIG, G. Information science: the study of postmodern knowledge usage. Information
Processing & Management, New York, v. 29, n. 02, 1993. p. 229-39.
Parte externa:
CAPA
Parte interna: elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais
Elementos pré-textuais:
FOLHA DE ROSTO
SUMÁRIO
Elementos textuais:
1 INTRODUÇÃO: (tema, delimitação do tema, problema, questões de estudo,
justificativa)
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
1.1.2 Objetivos específicos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO / MATERIAIS E MÉTODOS /
METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
3.2 MÉTODOS
3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
4 CRONOGRAMA
Elementos pós textuais:
REFERÊNCIAS
Observação: atentar para a paginação, pois o exemplo de projeto está sem paginação;
observar que a numeração deve figurar a partir da primeira folha da parte textual, em
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o
último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. Utilizar letra Times New Roman tamanho
10, lembre-se que a capa é um elemento externo, portanto deve-se iniciar a contagem das
páginas a partir da folha de rosto.
Margem superior 3 cm em todo
o arquivo, paginação iniciar em 138 Nome da
zero e não pode aparecer Instituição e
do curso em
Times New
Roman,
tamanho 12,
ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS negrito;
letras
ACADEMIA REAL MILITAR (1811) maiúsculas;
CURSO DE CIÊNCIAS MILITARES centralizado
e espaço
entre as
linhas
simples.
8 espaços
simples Nome do
Cadete em
Times New
Roman,
tamanho 12,
negrito;
Xxxxxx Yyyyyyy Zzzzzzz letras
maiúsculas e
minúsculas;
centralizado
e espaço
entre as
8 espaços linhas
simples simples.
Favor
destacar o
nome de
guerra com
sublinhado.
AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO (SOBRAS E RESTOS) DE ALIMENTOS DAS
Margem
REFEIÇÕES OFERTADAS AO CURSO DE INTENDÊNCIA DURANTE A Margem
esquerda: MANOBRA ESCOLAR DE 2017 direita:
2 cm em
3 cm em
todo o todo o
arquivo arquivo
Título em
Times New
Roman,
tamanho 12,
negrito,;letra
s maiúsculas;
Poderá centralizado
variar de e espaço
acordo com entre as
o tamanho linhas
do título. simples. Se
houver
subtítulo,
separar do
título por
dois pontos.
Não utilizar
mais de três
linhas.
Local e ano
em Times
New Roman,
tamanho 12,
negrito,;letra
Resende s maiúsculas
2019 e minúsculas;
centralizado
e espaço
Margem inferior: 2 cm em entre as
todo o arquivo linhas
simples.
Nome do
Cadete em
Times New
139 Roman,
tamanho 12,
negrito;letras
maiúsculas e
minúsculas;
Xxxxxx Yyyyyyy Zzzzzzz centralizado
e espaço
entre as
linhas
simples.
Favor
7 espaços
destacar o
simples
nome de
guerra com
sublinhado.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................141
1.1 OBJETIVOS..................................................................................................................142
1.1.1 Objetivo geral...............................................................................................................142
1.1.2 Objetivos específicos....................................................................................................142
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................143
2.1 UNIDADE PRODUTORA DE REFEIÇÕES...............................................................143
2.2 COZINHA DE CAMPANHA.......................................................................................144
2.3 DESPERDÍDIO DE ALIMENTOS...............................................................................145
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO......................................................................147
3.1 TIPO DE PESQUISA..……………………………......................................................147
3.2 MÉTODOS…………………………………………………………….……...…........147
3.2.1 Avaliação das sobras…..………………..…………………………………….....… 147
3.2.2 Avaliação dos restos.....................................................................................................148
3.2.3 Protocolo de avaliação.................................................................................................148
3.2.4 Custos............................................................................................................................148
3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA………................................................................................148
4 CRONOGRAMA.........................................................................................................149
REFERÊNCIAS...........................................................................................................150
APÊNDICE..................................................................................................................152
O título SUMÁRIO deve ser centralizado, junto à margem superior da folha, em letras maiúsculas, tamanho 12 e em negrito. Deixar
um espaço entre as linhas de 1,5 cm. Os indicativos das seções, títulos e páginas devem estar em fonte Times New Roman, tamanho
12, espaçamento entre as linhas de 1,5 cm e justificado. Recomenda-se que sejam alinhados pela margem do título indicativo mais
extenso, inclusive os elementos pós-textuais. O indicativo de seção deve ser um algarismo arábico que precede seu título, alinhado à
esquerda, separado por um espaço de caractere. Os títulos das seções primárias devem começar na parte superior da mancha
gráfica e ser separados do texto que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5 cm. Da mesma forma, os títulos das subseções
devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5 cm. Títulos sem indicativo
numérico (sumário, referências, apêndice(s), anexo(s)) devem ser centralizados.
As páginas pré-textuais devem ser contadas mas não numeradas. A numeração deve figurar a partir da primeira folha da parte
textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da
borda direita da folha. Citações devem seguir a ABNT NBR 10520. A sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve ser
indicada entre parênteses, precedida do nome completo. Equações e fórmulas devem ser destacadas no texto, numeradas com
algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita. A identificação das ilustrações aparece na parte superior, precedida da
palavra (desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem), seguida
de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão e do respectivo título. Após a ilustração deve ser
citada no texto e inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere. Tabelas devem ser citadas no texto, inseridas o mais
próximo possível do trecho a que se referem, o título deve aparecer no topo, após a palavra “Tabela”, e do número de ordem em
que aparece no texto. O título deve responder às perguntas: o que, onde e quando. As laterais esquerda e direita da tabela devem
ser abertas. As partes superior e inferior da tabela devem ser fechadas. Não se utilizam traços horizontais ou verticais para separar
números; utiliza-se uma linha horizontal para separar o espaço do cabeçalho. No rodapé da tabela deverá conter a fonte, notas
gerais e específicas. Sse a tabela não couber em uma mesma folha, sua continuação deve ser inserida na folha seguinte, sem que
seja delimitado por traço horizontal na parte inferior, sendo o título e o cabeçalho repetidos nesta folha. A tabela deve estar
inserida próxima ao trecho a que se refere no texto.
141
1 INTRODUÇÃO
É importante delimitar e localizar o tema, no tempo e no espaço, definindo-o, com clareza, prendendo a
atenção do leitor e provocando-lhe motivação e curiosidade para continuar a leitura. É importante lembrar que,
ao escolher o tema, o Cadete deve levar em consideração qual será o seu tempo disponível, o seu interesse e a
determinação para prosseguir seu estudo e terminá-lo. A inclusão das citações é obrigatória, apenas, se o
Cadete se basear nas opiniões de outros autores.
Em tempos de paz, é clara a percepção da necessidade de preparar os futuros oficiais
da linha militar bélica, pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), para o combate.
Se esta formação é fundamental para garantir a defesa, a AMAN vem desenvolvendo uma
série de ações, a fim de promover a capacitação profissional dos cadetes.
Uma dessas ações realizadas na AMAN, durante a formação do cadete, é a Manobra
Escolar, que conta com a participação de diversos estabelecimentos militares do Exército
Brasileiro (EB). (NETO et al., 2017). A Manobra Escolar, também chamada de “manobrão”
envolve os cadetes em formação, do 2º ao 4º ano, e ocorre, geralmente, na primeira quinzena
de novembro de cada ano. Durante esse período, a rotina passa a ser diferenciada, incluindo a
alimentação dos envolvidos na atividade.
Na sequência, é importante estabelecer qual é o problema que se deseja investigar, ou seja, ao definir o
problema da pesquisa, determina-se o que interessa e o que não interessa ao pesquisador, em função de seu
objetivo. Portanto, o problema de pesquisa pode ser entendido como um aprofundamento do tema, que deve ser
apresentado da maneira mais clara e objetiva possível, para facilitar o desenvolvimento do estudo. O problema
poderá ser apresentado em formato de pergunta.
Assim, é oportuno problematizar a questão: em atividade de campanha, o apetite dos
cadetes pode variar, fato que pode gerar desperdícios, isso pode refletir na quantidade de
sobras e restos de alimentos produzidos durante a Manobra Escolar?
Há, ainda, outras questões de estudos que podem ser apontadas, pois precisamos saber
se essas quantidades de desperdícios estão de acordo com os padrões de qualidade previstos
para uma Unidade Produtora de Refeição (UPR); e, como esses desperdícios estão
relacionados com o planejamento do setor de aprovisionamento e quanto podem afetá-lo
funcionalmente e financeiramente.
Com base nesses questionamentos, este trabalho busca subsídios dentro do contexto da
segurança alimentar, mais especificamente do desperdício, para observar se o encontro entre
produção, oferta e aceitação da alimentação tem ocorrido de modo favorável à minimização
do desperdício de alimentos, nesse primeiro momento, refletindo o que acontece no Curso de
Intendência, pois o serviço de aprovisionamento será a missão de alguns dos oficiais que
estão sendo formados aqui na AMAN.
142
Cabe, aqui, explicar a relevância científica, social, etc. do estudo. A justificativa consiste na
apresentação das razões pelas quais se busca realizar tal pesquisa. A justificativa é importante, pois é o único
item que expõe as respostas para o porquê de se realizar a pesquisa. Aqui, devem-se apresentar de forma
sucinta, mas completa, as razões de ordem teórica e os motivos de ordem prática, que tornam importante a
realização do trabalho.
Esta pesquisa justifica-se por buscar otimizar os processos de produção e distribuição
das refeições ofertadas pelo Setor de Aprovisionamento da AMAN, visando o descarte
mínimo de sobras e restos. Lembramos que as sobras, quando monitoradas adequadamente,
podem ser reaproveitadas, porém todas as etapas de controle de tempo e temperatura devem
ser realizadas com exatidão. Segundo Bradacz (2003), ao considerarmos que, por segurança
dos alimentos, o reaproveitamento de sobras é baixo e de resto é zero, quanto maior a
quantidade de alimentos bons para o consumo for para o lixo, maior será o custo da produção
destes para a UPR. Portanto, o desperdício de alimentos em boas condições de consumo são
custo para a administração da UPR, logo, a identificação do quantitativo dessas sobras e
restos dos alimentos produzidos e destinados ao Curso de Intendência durante a Manobra
Escola poderá auxiliar no planejamento do rancho, contribuindo na redução e nos custos, e
sugerir melhorias para o setor, visando sempre a garantia e a qualidade das refeições
oferecidas.
1.1 OBJETIVOS
pesquisa. As metas consistem em várias etapas que devem ser realizadas para que se consiga alcançar o
resultado desejado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este item consiste em realizar uma revisão dos trabalhos já existentes sobre o tema abordado, que pode
ser em livros, artigos, enciclopédias, monografias, teses, filmes, mídias eletrônicas e outros materiais
cientificamente confiáveis. É importante tomar cuidado, ao realizar as citações, para que não se torne apenas
uma cópia de ideias, mas, sim compreendam uma análise sobre o tema, incluindo frases ou palavras próprias do
autor da pesquisa.
A seguir, serão apresentadas as regras para sua utilização, conforme a ABNT NBR 10520:2002.
a) citações diretas: são a transcrição literal de trechos da obra do autor consultado. Deve-se indicar o
sobrenome do autor, o ano da publicação e a página de onde foi retirada a citação.
• se a citação direta possuir até três linhas (citações curtas), ela deve ser inserida entre aspas duplas e
dentro do texto;
• se o sobrenome do autor for colocado no corpo do texto, apenas a inicial do sobrenome é escrita em
letra maiúscula;
• se o sobrenome for apresentado dentro dos parênteses, deve ser escrito em letras maiúsculas; e
• se a citação possuir mais de três linhas (citação longa) ela deverá ser escrita em um parágrafo
independente com recuo de 4 cm, fonte em tamanho 10, espaço entre linhas simples e sem aspas.
b) citações indiretas: são a reprodução de ideias de outros autores com as próprias palavras o autor do
trabalho. Neste caso, a indicação das páginas consultadas é opcional. Podem ser feitas das seguintes maneiras:
• sobrenome do autor dentro do texto; ou
• sobrenome do autor entre parênteses.
c) citação com dois autores - tanto para citações diretas quanto indiretas - procede-se das seguintes
formas:
• sobrenome dos autores dentro do texto; ou
• sobrenome dos autores dentro dos parênteses, separados por ponto-e-vírgula.
d) citação com três autores - tanto para citações diretas quanto indiretas - procede-se das seguintes
formas:
• sobrenome dos autores dentro do texto; ou
• sobrenome dos autores dentro dos parênteses, separados por ponto-e-vírgula.
e) citação com mais de três autores - tanto para citações diretas quanto indiretas - indica-se apenas o nome
do primeiro autor, seguido da expressão “et al.”:
• dentro do texto; ou
• dentro dos parênteses.
f) citação de citação: é uma citação direta ou indireta de um texto ao qual não se teve acesso ao original,
mas que foi citado por um segundo autor em outra obra. Neste caso, deve-se citar o sobrenome do autor da
ideia original, seguido da expressão apud, ou citado por. Nas referências bibliográficas, deve-se inserir apenas
a obra realmente consultada.
A confecção da alimentação da tropa sempre foi uma das preocupações constantes dos
chefes responsáveis pela logística das Forças Armadas, tanto com as cozinhas fixas, no
interior das Unidades, como com as cozinhas móveis de campanha, nos acampamentos e
manobras. (GONÇALVES, 2013).
Preocupações como essas levaram o EB a importar as cozinhas de campanha modelo
ARPA - adotada pela Portaria Nº 183-EME, de 29 de Novembro de 2011, publicada no
Boletim do Exército Nº 48/2011 (BRASIL, 2011) e o modelo Kärcher - adotada pela Portaria
N° 072-EME, de 1° de Setembro de 2003, publicada no Boletim do Exército Nº 36/2003
(BRASIL, 2003), provenientes da Espanha e da Alemanha, respectivamente.
Com o uso dessas cozinhas, tornou-se possível o preparo e suprimento de ração quente
para a tropa de forma mais aproximada, melhorando, dessa maneira, questões de logística. Os
militares que fazem uso das cozinhas de campanha podem armazenar os gêneros alimentícios
para que, posteriormente, sejam preparados, diminuindo, deste modo, o fluxo de suprimento
Classe I (material de subsistência) para a localidade.
145
É possível alimentar mais de 30 milhões de pessoas, o que representa 64% dos que
sofrem com a fome, com os alimentos que se perdem apenas no âmbito da venda
(supermercados, feiras livres, armazéns, entre outros), nas regiões da America
Latina e do Caribe. No Brasil, 14 milhões de pessoas são afetadas pela fome, e no
aqui são desperdiçadas, na venda, 22 bilhões de calorias, o que seria suficiente para
satisfazer as necessidades nutricionais de 11 milhões de pessoas e permitiria reduzir
a fome em níveis inferiores a 5%. (BENITÉZ, 2014, p. 1).
Tabela 1 – Parâmetros para análise de sobras e restos ingesta atribuídos por alguns autores
pesquisados em 2017
Autor(es) Parâmetros
Mezomo (2002) Valores de resto-ingestão inferiores a 10% podem ser considerados
aceitáveis.
Castro (2003) O percentual de resto ingesta deve manter-se abaixo de 10% em coletividades
sadias e abaixo de 20% em enfermas.
Vaz (2006) Aceitável percentual de sobras de até 3% ou de 7 a 25g de sobras por pessoa
e para resto-ingestão de 2 a 5% ou de 15 a 45g por pessoa.
As sobras estão mais relacionadas com o serviço e seu planejamento, enquanto o resto
é resultado da relação com o comensal, sendo chamado de resto-ingesta ou resto-ingestão.
(HIRSCHBRUCH, 1998).
O desperdício se mostra bastante significativo na produção de alimentos e, também,
pode ser observado dentro dos lixos, na devolução das bandejas de refeição, na ausência de
indicadores de qualidade, entre outros. (BRADACZ, 2003).
147
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO
É redigido no tempo verbal futuro, pois inclui a explicação de todos os procedimentos que se supõem
necessários para a execução da pesquisa, entre os quais, destacam-se: método, ou seja, a explicação da opção
pela metodologia e do delineamento do estudo; amostra; procedimentos para a coleta de dados; bem como, o
plano para a análise de dados. Em síntese, a metodologia deve conter os seguintes tópicos: tipo de pesquisa;
dados a serem obtidos; forma de obtenção dos dados; população e amostra (quando for o caso); tratamento e
análise dos dados (como serão feitos); e limitações da pesquisa - pontos fracos que a pesquisa pode ter.
Será realizada uma pesquisa de campo com coleta de dados para mensurar o
desperdício de alimentos. Esses dados serão restritos às rações quentes fornecidas para o
Curso de Intendência durante a Manobra Escolar.
3.2 MÉTODOS
Será necessário anotar o número de comensais que realizarão as refeições, assim como
o número de refeições que serão planejadas para o dia a ser analisado. Informações como total
líquido produzido, total de sobras aproveitáveis e não aproveitáveis, total servido, restos
(prato), entre outros dados serão anotados, conforme instrumento de coleta de dados
(Apêndice A).
Para quantificar o total dos alimentos destinados ao consumo no Curso de Intendência
durante a Manobra Escolar, será necessário pesar diretamente as preparações para sabermos
quanto de alimento está sendo preparado/oferecido. Após o término da refeição, será
necessário pesar aquilo que não foi consumido e ficou armazenado nas cubas da linha de
servir ou em panelas. Para obtermos o valor da quantidade servida, faremos a subtração da
quantidade não consumida do total produzido. Será utilizada a equação 1 para efeitos de
cálculos. (ABREU; SPINELLI; ZANARDI, 2003):
Índice de Resto = Peso da Refeição Rejeitada x 100 / Peso da Refeição distribuída (2)
Para estabelecer um protocolo de avaliação das sobras e restos será proposta uma
alternativa de como esses dados podem ser coletados, analisados e utilizados.
3.2.4 Custos
4 CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
VAZ, C. S. Restaurantes: controlando custos e aumentando lucros. Brasília: LGE, 2006. 196
p.
Seguir ABNT NBR 6023:2018, as referências são alinhadas à margem esquerda, apresentadas em espaço
simples e separadas entre si por espaço duplo.
152
APÊNDICE
Total de sobras:
Total Total
Não Restos
Data Cardápio produzido Aproveitáveis servido Comensais
aproveitáveis
Kg Kg Kg Kg Kg
06/11
07/11
08/11
09/11
10/11
11/11
12/11
13/11
14/11
15/11
16/11
17/11
153
Parte externa:
CAPA (OBRIGATÓRIO)
LOMBADA (OPCIONAL)
Parte interna: elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais
Elementos pré-textuais:
FOLHA DE ROSTO (OBRIGATÓRIO)
ERRATA (OPCIONAL)
FOLHA DE APROVAÇÃO (OBRIGATÓRIO)
DEDICATÓRIA (OPCIONAL)
AGRADECIMENTOS (OPCIONAL)
EPÍGRAFE (OPCIONAL)
RESUMO EM LÍNGUA VERNÁCULA (OBRIGATÓRIO)
RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA (OBRIGATÓRIO)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES (OPCIONAL)
LISTA DE TABELAS (OPCIONAL)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (OPCIONAL)
LISTA DE SÍMBOLOS (OPCIONAL)
SUMÁRIO (OBRIGATÓRIO)
Elementos textuais:
1 INTRODUÇÃO (tema, delimitação do tema, problema, questões de estudo,
justificativa)
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
1.1.2 Objetivos específicos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO / MATERIAIS E MÉTODOS /
METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
3.2 MÉTODOS
3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Elementos pós-textuais:
REFERÊNCIAS (OBRIGATÓRIO)
GLOSSÁRIO (OPCIONAL)
APÊNDICE (OPCIONAL)
ANEXO (OPCIONAL)
ÍNDICE (OPCIONAL)
Observação: atentar para a paginação, pois o exemplo de monografia está sem paginação;
observar que a numeração deve figurar a partir da primeira folha da parte textual, em
algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o
último algarismo a 2 cm da borda direita da folha; utilizar letra Times New Roman tamanho
10; lembre-se que a capa é um elemento externo, portanto, deve-se iniciar a contagem das
páginas a partir da folha de rosto.
Margem superior 3 cm em todo
o arquiv; paginação iniciar em 154 Nome da
zero e não pode aparecer Instituição e
do curso em
Times New
Roman,
tamanho 12,
ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS negrito;
letras
ACADEMIA REAL MILITAR (1811) maiúsculas;
CURSO DE CIÊNCIAS MILITARES centralizado
e espaço
entre as
linhas
simples.
8 espaços
simples Nome do
Cadete em
Times New
Roman,
tamanho 12,
negrito;
Xxxxxx Yyyyyyy Zzzzzzz letras
maiúsculas e
minúsculas;
centralizado
e espaço
entre as
8 espaços linhas
simples simples.
Favor
destacar o
nome de
guerra com
sublinhado.
AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO (SOBRAS E RESTOS) DE ALIMENTOS DAS
Margem
REFEIÇÕES OFERTADAS AO CURSO DE INTENDÊNCIA DURANTE A Margem
esquerda MANOBRA ESCOLAR DE 2017 direita
2 cm em
3 cm em
todo o todo o
arquivo arquivo
Título em
Times New
Roman;
tamanho 12,
negrito;
letras
Poderá maiúsculas;
variar de centralizado
acordo com e espaço
o tamanho entre as
do título. linhas
simples. Se
houver
subtítulo,
separar do
título por
dois pontos.
Não utilizar
mais de três
linhas.
Local e ano
em Times
New Roman,
tamanho 12,
negrito;
Resende letras
2019 maiúsculas e
minúsculas;
centralizado
Margem inferior 2 cm em e espaço
todo o arquivo entre as
linhas
simples.
Nome do
Cadete em
Times New
155 Roman,
tamanho 12,
negrito;
letras
maiúsculas e
Xxxxxx Yyyyyyy Zzzzzzz minúsculas;
centralizado
e espaço
entre as
linhas
simples.
7 espaços
Favor
simples
destacar o
nome de
guerra com
sublinhado.
5 espaços
simples
Resende
2019
157
Exemplo de dedicatória
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, que me guiou por este caminho, abrindo
oportunidades para que hoje eu possa estar realizando meu sonho, tornar-me oficial do
Exército Brasileiro e, também, aos meus pais por terem sempre me apoiado e me estimulado a
nunca desistir de meus sonhos.
158
AGRADECIMENTOS
Exemplo de agradecimentos
159
RESUMO
ABSTRACT
TRADUZIR O TÍTULO
Food waste is one of the major challenges faced by the Food and Nutrition Units (UAN) and,
not unlike, by the Provisioning Sector (APROV) of the Military Academy of Agulhas Negras
(AMAN). Unusable leftovers and ingested remains (leftovers left over from diner plates) are
closely linked to meal costs. In order to reduce this problem, as well as those related to socio-
environmental issues, waste rates should be studied and, through resource management,
reduced to the maximum. The objective of this work was to evaluate the waste (leftovers and
leftovers) of food in the meals of the diners of the Intendance Course during the School
Maneuver, so that the total waste and its associated costs are collected. With a descriptive
analysis of the data, it was observed the luncheon of the Intendance Course during a period of
6 days in which the school maneuver occurred in 2017. All leftovers and remnants of food
sent to the course by the APROV of AMAN were weighed (net weight) as well as all
leftovers and remnants that derived from these during the 6 days in which the exercise
occurred and hot food (APROV prepared foods or the camp kitchen) was consumed. A total
of 1,026.8 kg of food was produced by APROV and the field kitchen for a total of 1984 diners.
Of these, 758.8 were consumed. However, ingested remains were recorded in the amount of
35.4 kg and an unusable leftover of 303.4 kg of food. In this way, it was possible to notice
that, approximately 30% of the produced foods were classified as non-usable leftovers. The
mean weight per step was calculated to an approximate value of 500 g and a value of 17.8 g
of rest per capita intake was noted. In addition, it was possible to calculate the financial cost
derived from food waste, reaching R $ 2,123.80, which went to the trash. The percentages of
rest ingestion collected in this study were mostly adequate, with the exception of one day,
when compared to the indexes described in the literature, which establish rates of less than
10% of the total consumed as an ideal scenario. However, the indices of non-usable leftovers,
were shown to be much higher than the index predicted in the literature, which considered as
acceptable a maximum of 3% of leftovers. With this research it was possible to demonstrate
the importance and the necessity of the control of residues, so that new strategies and
researches are elaborated with the purpose of reducing this problem. (Traduzir o resumo. Espaçamento
simples e texto justificado)
Keywords: Food waste. Costs. Supply Sector. School Maneuver. (Traduzir as palavras-chave)
161
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Parâmetros para análise de sobras e restos ingesta atribuídos por alguns autores
pesquisados em 2017............................................................................................172
Tabela 2 – Cardápio ofertado ao Curso de Intendência durante a Manobra Escolar 2017.....179
Tabela 3 – Avaliação das variáveis relacionadas ao desperdício (sobras e restos) de alimentos
das refeições dos comensais no Curso de Intendência durante a Manobra Escolar
2017........................................................................................................................179
Tabela 4 – Avaliação de desperdício (sobras e restos) de alimentos das refeições ofertadas aos
comensais no Curso de Intendência durante a Manobra Escolar 2017..................180
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................166
1.1 OBJETIVOS..................................................................................................................167
1.1.1 Objetivo geral...............................................................................................................167
1.1.2 Objetivos específicos....................................................................................................167
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................168
2.1 UNIDADE PRODUTORA DE REFEIÇÕES...............................................................168
2.2 COZINHA DE CAMPANHA.......................................................................................168
2.3 DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS...............................................................................170
2.3.1 Resto ingesta.................................................................................................................171
2.4 CUSTOS........................................................................................................................174
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO......................................................................174
3.1 TIPO DE PESQUISA.………………………...............................................................174
3.2 MÉTODOS……………………………..……..……………....………….…………...175
3.2.1 Avaliação das sobras.…………...….............................................................…..........176
3.2.2 Avaliação dos restos.....................................................................................................177
3.2.3 Custos............................................................................................................................178
3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................................178
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO….............................................................................179
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................184
REFERÊNCIAS...........................................................................................................185
166
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A confecção da alimentação da tropa sempre foi uma das preocupações constantes dos
chefes responsáveis pela logística das Forças Armadas, tanto com as cozinhas fixas, no
169
interior das Unidades, como com as cozinhas móveis de campanha (Figura 1), nos
acampamentos e manobras. (GONÇALVES, 2013).
Figura 1 – Preparo de alimento em cozinha de campanha
Com o uso dessas cozinhas, tornou-se possível o preparo e suprimento de ração quente
para a tropa de forma mais aproximada, melhorando, dessa maneira, questões de logística. Os
militares que fazem uso das cozinhas de campanha podem armazenar os gêneros alimentícios
para que, posteriormente, sejam preparados, diminuindo, deste modo, o fluxo de suprimento
Classe I (material de subsistência) para a localidade.
É possível alimentar mais de 30 milhões de pessoas, o que representa 64% dos que
sofrem com a fome, com os alimentos que se perdem apenas no âmbito da venda
(supermercados, feiras livres, armazéns, entre outros), nas regiões da América
Latina e do Caribe. No Brasil, 14 milhões de pessoas são afetadas pela fome, e no
aqui são desperdiçadas, na venda, 22 bilhões de calorias, o que seria suficiente para
satisfazer as necessidades nutricionais de 11 milhões de pessoas e permitiria reduzir
a fome em níveis inferiores a 5%. (BENITÉZ, 2014, p. 1).
Em relação aos seus resultados, o processo produtivo é caracterizado por ser bastante
irregular, devido ao vasto número de atividades e aos diversos parâmetros a serem
monitorados. Contudo, é vital o acompanhamento e avaliação de sobras e restos, pois, a partir
de tais dados, é possível medir o nível de satisfação dos comensais diariamente, além de
proporcionar a possibilidade de reavaliação do planejamento da produção, tanto
qualitativamente quanto quantitativamente. (MÜLLER, 2008).
Fatores como frequência diária de usuários, preferências alimentares, planejamento
inadequado da quantidade de refeições a serem produzidas, capacitação dos funcionários na
produção e o porcionamento são algumas das causas que afetam direta e indiretamente os
níveis de sobras nas refeições. O estabelecimento de metas tangíveis para a UAN é necessário,
tendo em mente que tais metas devem ser revisadas e adequadas de forma a servirem como
um processo de melhoria contínua, sempre objetivando a redução dos percentuais de sobras,
restos e resto ingesta. Para que as perdas se transformem em ganhos, é necessária a
identificação dos problemas operacionais e financeiros e a comparação com índices mínimos
e reais. (MÜLLER, 2008).
As sobras em um refeitório podem ser divididas em aproveitáveis (sobras) e não
aproveitáveis (restos). As sobras aproveitáveis são aquelas que poderão ser reutilizados para a
confecção de outras refeições, desde que todas as etapas tenham, de forma precisa, seu
controle de tempo e temperatura monitorados. Sobras não aproveitáveis, por outro lado, são
os alimentos que foram produzidos e distribuídos nos balcões do refeitório e não consumidos,
sendo descartado pelo serviço. (MÜLLER, 2008).
As sobras estão mais relacionadas com o serviço e seu planejamento, enquanto o resto
é resultado da relação com o comensal, sendo chamado de resto ingesta ou resto ingestão.
(HIRSCHBRUCH, 1998).
A tabela 1 mostra os parâmetros indicados na literatura para análise de sobras e restos
ingesta.
172
Tabela 1 – Parâmetros para análise de sobras e restos ingesta atribuídos por alguns autores
pesquisados em 2017
Autor(es) Parâmetros
Mezomo (2002) Valores de resto-ingestão inferiores a 10% podem ser considerados
aceitáveis.
2.4 CUSTOS
Custo pode ser entendido como a soma dos valores dos bens e serviços que são
consumidos ou aplicados para a obtenção de novos bens e serviços. Os custos podem ser
divididos em diretos e indiretos. Custos diretos são quaisquer despesas ou gastos diretamente
relacionados com o produto ou serviço final. Os custos indiretos, também conhecidos por
custo por absorção, são os gastos que, não contribuem diretamente para a fabricação dos
produtos ou serviços, sendo, desta forma, imputados através de cálculos ou estimativas.
(MÜLLER, 2008).
Dividem-se ainda, os custos, em fixos e variáveis. Custos fixos caracterizam-se por
suas constâncias, independentemente do fato de haver ou não produção de bens e serviços.
Custos variáveis, por outro lado, são custos que estão diretamente relacionados com a
quantidade produzida. (ABREU et al., 2007; KIMURA, 2003).
Ao somar todas as despesas diárias no período de um mês, obtêm-se o custo mensal da
UAN. As despesas variam desde os gêneros alimentícios e materiais de consumo em geral, até
o custo da mão de obra. (GANDRA; GAMBARDELLA, 1986).
No momento em que não for bem aproveitado o material utilizado, teremos uma queda
nos padrões de qualidade e, consequentemente, aumento de custos. O planejamento é
173
essencial para uma UAN, pois a quantidade de material deve ser bem calculada, para que,
desta forma, não haja faltas e nem sobras, principalmente de gêneros alimentícios, que podem
estragar com facilidade e gerar gastos desnecessários. Para se planejar como deverá ocorrer
uma determinada refeição, é calculado um valor total de alimento que possa suprir às
necessidades reais de consumo. Contudo, quando ocorre um número elevado de sobra e resto,
alimento de boa qualidade para consumo que, por sua vez, é encaminhado para o lixo, pode
ser observado um custo ainda maior para a UAN. (MÜLLER, 2008).
A matéria prima, por ser a base de todo o produto final, acaba sendo o aspecto mais
relevante ao realizar controles para se definir o valor das contas mais altas. Em virtude dos
impostos pagos, as contas relacionadas à mão de obra são comumente vistas como o foco
principal. Contudo, as limitações do processo de produção são delimitadas, tanto no rigor de
procedimentos de manipulação quanto em relação ao tempo, devido à matéria prima, por
apresentar riscos de contaminação, perecibilidade e perdas nutritivas, de forma que, quando
ocorrem perdas, tanto materiais quanto de processos, o custo, também eleva-se. As instalações
de uma UAN contam, normalmente, com locais específicos para cada processo, observando-
se a necessidade de não cruzamento de vários fluxos, como de alimentos crus e cozidos,
material limpo e sujo e lixo, de forma a evitar contaminação cruzada. Desta forma, tais
instalações podem se tornar grandes e onerosas. (RIBEIRO, 2002).
Superficialidade nos controles dificulta a análise dos dados e comprometem sua
fidedignidade. A boa qualidade das UAN depende dos processos de avaliação e mensuração
de perdas, onde são necessárias técnicas para diagnosticar, avaliar e definir perdas diretas e
indiretas e relevância de processos, baseando-se num bom planejamento. Equipamentos
apropriados, capacitação e conscientização das equipes de trabalho para que haja
comprometimento em todas as etapas de produção, são aspectos vitais para a otimização do
controle de custos, além de propiciarem uma produção com maior qualidade, reduzindo, desta
forma, consideravelmente as perdas. (MÜLLER, 2008).
174
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO
Foi realizada uma pesquisa de campo com coleta de dados para mensurar o
desperdício de alimentos. Esses dados foram restritos às rações quentes fornecidas para o
Curso de Intendência durante a Manobra Escolar.
Essa pesquisa foi desenvolvida na sede do Curso de Intendência e na Base Logística
de Brigada (BLB), desdobrada pelo mesmo em Resende, RJ. As refeições na sede do curso
foram destinadas a aproximadamente 400 pessoas, e na BLB, aproximadamente 250 pessoas.
A equipe de responsável pelo aprovisionamento no curso era composta de 10 cadetes, 5
alunos da Escola de Sargentos de Logística (EsSLog) e 5 cozinheiros, totalizando 20
colaboradores.
As variáveis da pesquisa foram: o peso de cada preparação, as sobras e resto ingesta, a
média de consumo alimentar e o percentual de resto ingesta.
Os dias para as avaliações foram escolhidos por ocasião da Manobra Escolar da
AMAN, data fixa no calendário da unidade para a realização do exercício. Nessas datas já
definidas, os colaboradores foram informados a respeito da pesquisa a ser realizada. Ou seja,
as informações necessárias para a elaboração do percentual foram coletadas no período do
almoço dos dias 9 a 14 de novembro de 2017.
Ainda em tempo, alguns procedimentos foram realizados, como a pesagem dos
recipientes utilizados para o transporte dos alimentos, a pesagem dos galões de lixo, a
padronização da balança utilizada, a separação seletiva de lixo orgânico e não-orgânico. Na
área de coleta de lixo, não foi feita a pesagem individual de cada tipo de alimento, tendo em
vista que todos foram somados ao resto ingesta. Não foram despejados líquidos nos galões de
lixo.
Os alimentos que foram servidos no Curso de Intendência eram provenientes do
APROV da AMAN, e foram transportados até o curso por meio de caixas térmicas (Figura 3)
e servidos (Figura 4) pelos próprios cadetes e alunos encarregados da função de APROV da
BLB. Dos seis dias analisados, em dois dias as preparações foram produzidas em cozinha de
campanha (dias 4 e 5).
175
3.2 MÉTODOS
Foi realizada uma avaliação do almoço nos referentes dias da pesquisa. Avaliações
deste tipo ainda não haviam ocorrido no âmbito do curso e não fazem parte da sua rotina.
Todos os recipientes utilizados para transportar os alimentos foram pesados
previamente vazios e, depois, com os respectivos alimentos. Não foram pesadas sobremesas e
bebidas. Os galões de lixo eram pesados em três momentos: antes da distribuição dos
alimentos aos comensais, após o consumo e descarte do resto, e após o descarte das sobras. O
176
peso das porções era calculado em cuba de cada tipo de alimento, subtraindo-se o valor da
cuba vazia e, a partir deste valor, calculando-se o total produzido de cada tipo de alimento por
proporção direta, utilizando o valor definido em cada caixa térmica de quantas pessoas ela
supriria.
A pesagem das sobras e restos era feita após o término do horário destinado ao almoço.
Foi realizada a pesagem nas lixeiras, tendo em vista que não haviam sobras aproveitáveis,
pois todo o alimento não consumido foi classificado como sobra por falta de logística inversa
com o APROV da AMAN, para haver o reaproveitamento do alimento não consumido e por
conta da segurança alimentar.
As sobras não aproveitáveis dos alimentos produzidos constituem as sobras que
restaram na cuba após os comensais terem se servido. O resto é tudo aquilo que o comensal
serviu, porém não consumiu. Não foi possível realizar o peso de cada tipo de alimento
separadamente, pois eles foram descartados misturados.
As sobras e restos eram pesadas sem que houvesse distinção de tipo de alimento, tendo
em vista que eram descartadas todas no mesmo recipiente.
Foi necessário anotar o número de comensais que realizaram as refeições, assim como
o número de refeições que foram planejadas para o dia a ser analisado.
Para quantificar o total dos alimentos produzidos na cozinha de campanha, destinados
ao consumo no Curso de Intendência, durante a Manobra Escolar, foi necessário pesar
diretamente as preparações, e assim sabermos quanto de alimento estava sendo
preparado/oferecido. Após o término da refeição, foi necessário pesar aquilo que não foi
consumido e ficou armazenado nas cubas da linha de servir ou em panelas. Para obtermos o
valor da quantidade servida, realizamos a subtração da quantidade não consumida do total
produzido. Foi utilizada a equação 1 para efeito de cálculos. (ABREU; SPINELLI;
ZANARDI, 2003):
% alimentos não aproveitados = (resto + sobra não aproveitável) x 100 / total produzido (2)
Para calcular a média de sobra não aproveitável per capita, é necessário dividir a
quantidade de sobra não aproveitável pelo número de comensais, como segue na equação 3
(MÜLLER, 2008):
Média de sobra não aproveitável per capita = sobra não aproveitável / nº de comensais (3)
Índice de Resto Ingesta = Peso da Refeição Rejeitada x 100 / Peso da Refeição distribuída (4)
Para calcular o resto ingesta per capita, obtém-se o valor do resto e divide-se pelo
número de comensais (Equação 5) (MÜLLER, 2008):
3.2.3 Custos
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O cardápio ofertado nos dias analisados nessa pesquisa encontra-se na tabela 2. Foram
excluídas a sobremesa e o suco.
Tabela 4 – Avaliação de desperdício (sobras e restos) de alimentos das refeições ofertadas aos
comensais no Curso de Intendência durante a Manobra Escolar 2017
Sobras Resto Ingesta Alimentos não
Dias
(%) (%) aproveitáveis (%)
Dia 1 21,9 3,0 24,3
Dia 2 37,1 5,5 40,7
Dia 3* 27,1 10,5 37,8
c
Dia 4 35,0 5,3 38,5
Dia 5c 27,0 3,5 29,6
Dia 6 16,5 2,2 18,4
*
Dia com coxa assada (ossos); cCozinha de campanha.
Fonte: AUTOR (2018)
são de vital importância para a redução nos índices de sobras. Ainda, nota-se que a quantidade
per capita consumida (382 g) é inferior ao planejado (500 g), gerando uma sobra elevada (135
g).
Nos dias estudados, respectivamente, foram registradas porcentagens de 21,9%, 37,1%,
27,1%, 35%, 27% e 16,5% de sobras (Gráfico 1), alimentos os quais não foram consumidos e
permaneceram nas cubas após todos terem se servido de forma a vontade e estarem satisfeitos.
Devido ao fato de que esses alimentos estiveram em contato com os comensais na linha de
servir, também são classificados como não-aproveitáveis, por questões de segurança alimentar.
Desse modo, os índices de sobras estão muito superiores aos indicados na literatura, que
estabelecem como aceitáveis os níveis de até 3%. (VAZ, 2006).
Analisamos os índices de resto ingesta dos dias avaliados: 5,1 kg, 4,9 kg, 12,7 kg, 5,2
kg, 3,2 kg e 4,3 kg, foram os valores das pesagens obtidos, respectivamente. Com os dados
obtidos através da pesquisa, pode ser calculado o percentual de resto ingesta por dia, para os
quais foram obtidos os valores de 3%, 5,5%, 10,5%, 5,3%, 3,5%, 2,2% (Gráfico 2). Os
percentuais, com exceção do terceiro dia de avaliação, estão de acordo com o indicado como
preferencial na literatura, a qual prevê que, para coletividades sadias, o percentual de resto
ingesta máximo aceitável é de 10%. (CASTRO et al., 2003). Para Mezomo (2002), o
percentual, também com exceção do terceiro dia, encontra-se aceitável, preconizando como
limite de 10% máximo. Para Nonino-Borges (2006), o desempenho da UAN pode ser
182
classificado como ótimo no primeiro, quinto e sexto dia, pois apresenta índices menores que
5%, bom no segundo e quarto dias e, regular, no terceiro dia.
Gráfico 2 – Percentual de resto ingesta por dia avaliado
As sobras não aproveitáveis foram de 24,3%, 40,7%, 37,8%, 38,5%, 29,6%, 18,4%
(Gráfico 3), do primeiro ao sexto dia de avaliação, respectivamente. Em média, quatro linhas
de distribuição eram montadas diariamente. As linhas eram dispostas por frações, uma para o
efetivo permanente do curso, duas para o efetivo de cadetes e uma para o efetivo de alunos
oriundos de outras escolas de formação, sendo que a quantidade de alimento era proporcional
ao efetivo arranchado, ou seja, previsto para a refeição daquela determinada unidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-06/brasileiro-deve-mudar-para-
reduzir-desperdicio-de-alimentos-dizem. Acesso em: 14 out. 2017.
SOUZA, A. Logística na Manobra Escolar 2017. Forças Terrestres, 2017. Disponível em:
http://www.forte.jor.br/2017/11/16/logistica-na-manobra-escolar-2017/. Acesso em: 11 jun.
2018.
187