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Um Circuito RCL A Equação de Lienard

Capı́tulo 12 - Aplicações em Teoria de


Circuitos

Jonas Ferreira de Oliveira, Natalie von Paraski

Universidade Federal de São Paulo


Instituto de Ciência e Tecnologia
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Programa de Pós graduação em Matemática Pura e Aplicada
Programa de Pós Graduação em Ciência da Computação
natalie.paraski@unifesp.br
jonasferoliveira.ufg@@gmail.com

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Um Circuito RCL A Equação de Lienard

Sumário

1 Um Circuito RCL

2 A Equação de Lienard

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Um Circuito RCL A Equação de Lienard

Um Circuito RCL

Circuito elétrico:
Exemplos simples e básicos
R -Resistor
Limita a corrente elétrica
C - Capacitor
Armazena energia eletroestática
Acúmulo de cargas elétricas
L - Indutor
Gera energia eletroestática
Fluxo de corrente

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Um Circuito RCL A Equação de Lienard

Um Circuito RCL

Ramos: R,C,L
Nós:α, β, γ
i: corrente no ramo
(iR , iL , iC )
v: voltagem
(vR , vL , vC )
Setas: Direção positiva
da corrente

Figura: Exemplo de circuito RCL

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Um Circuito RCL

Analogia:
nós: ramificações
ramos: canos
corrente: fluxo de
água
voltagem: diferença
de pressão entre o
inı́cio e fim do cano
indutor: bomba
capacitor: tanque
Figura: Exemplo de circuito RCL d’água

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Kirchhoff’s Current Law - KCL

Lei dos nós de Kirchhoff:

corrente que entra =


corrente que sai
KCL : iR = iL = −iC
Guia: setas

Figura: Exemplo de circuito RCL

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Kirchhoff’s Voltage Law - KVL

Lei das malhas de


Kirchhoff:
soma dos potenciais
elétricos = 0
KVL :
vR + vL − vC = 0
voltagem no
ramo=nó origem -
nó destino
V (β) − V (α) = vR
Guia: setas
Figura: Exemplo de circuito RCL

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Leis de Ohm

Para o Resistor:
v é função de i
vR = f (iR ) ∈ R3
Para R convencional Linear:
f (iR ) = kiR (Lei de Ohm Linear)
Para R Não-Linear:
f (iR ) = vR (Lei de Ohm Generalizada)

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Definições Matemáticas dos Dispositivos Elétricos no


Circuito

Estado da Corrente:
i = (iR , iL , iC ) ∈ R3
Estado da Voltagem Irrestrita:
v = (vR , vL , vC ) ∈ R3
Estado do Circuito:
(i, v ) ∈ R3 × R3
Espaço de Estado do Circuito:
R3 × R3
Simplificação do conjunto de estados fı́sicos:
(i, v ) → (iL , vC )
π : R3 × R3 → R2 (novo espaço de estado)

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Mapeamento π : R3 × R3 → R2
Variáveis:
(iR , iL , iC , vR , vL , vC ) devem obedecer KCL, KVL e Lei de
Ohm Generalizada
Reescrevendo as váriaveis em função de iL e vC :
KCL: iR = iL = −iC
iR = iL
iC = −iL
KVL: vR = f (iR ) = f (iL )
vR = f (iL )
Lei de Ohm Generalizada: vL = vC − vR,
aplicando KVL: vL = vC − f (iL )
vL = vC − f (iL )
Variáveis atualizadas em função de iL e vC :
(iL , iL , −iL , f (iL ), vC − f (iL ), vC ) ∈ R2
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Equações Diferenciais de Mudança de Estado que


Governam o Circuito

Lei da Indução (Faraday’s Law):


A variação do fluxo magnético através de um circuito,
gerando uma força eletromotriz induzida
di (t) di
L L = vL (t), em termos de (iL , vC ): L L = vC − f (iL )
dt dt
Capacitância:
Quantidade de energia elétrica a ser armazenada por uma
determinada tensão e pela quantidade de corrente
alternada que atravessa o capacitor numa determinada
freqüência
dv (t) dv
C C = iC (t), em termos de (iL , vC ): C C = −iL
dt dt

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Equações Diferenciais de Mudança de Estado que


Governam o Circuito

Simplificando e substituindo:
L=C=1
x = iL
y = vC
Chega-se às Equações de Lienard:
dx
= y − f (x)
dt
dy
= −x
dt

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A Equação de Lienard
Sistema de Equações de Lienard para o Circuito - Caso Geral:

 dx = y − f (x)

dt
dy

 = −x
dt

Caso mais Simples:


Quando f (x) linear Matriz de
Seja f (x) = kx para Coeficientes do
k > 0: Sistema:
 
 −k 1
 dx = y − kx
 A=
−1 0
dt
 dy = −x

dt
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A Equação de Lienard - Caso Linear


Cálculo do ponto de Equilı́brio de A:

y − kx = 0
−x = 0
Reorganizando, temos:

y − kx = 0 → y = kx
−x = 0 → x = 0

Substituindo x = 0 em y = kx:

y = k(0) → y = 0

para qualquer valor de k .


Ponto de equilı́brio: (0, 0)
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A Equação de Lienard - Caso Linear


Cálculo dos autovalores de A:
λ′ = (−k + (k 2 − 4)1/2 )/2
λ′′ = (−k − (k 2 − 4)1/2 )/2
Retrato de Fase do Sistema:
Para k > 0: λ′ e λ′′ negativos
Sorvedouro
Para 0 < k < 2: λ′ e λ′′ complexos
Espiral
Para k > 2: λ′ e λ′′ reais
Sela

Figura: Retrato de Fase para k = 0.1, k = 1.5 e k = 2.5 15 / 22


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A Equação de Lienard - Caso Geral

Para f (x) qualquer:


Matriz de
Coeficientes do
 Sistema:
 dx = y − f (x)

dt 
−f (x) 1

dy A=

 = −x −1 0
dt

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A Equação de Lienard - Caso Geral


Cálculo do ponto de Equilı́brio → A = 0:

y − f (x) = 0
−x = 0
Reorganizando, temos:

y − f (x) = 0 → y = f (x)
−x = 0 → x = 0

Substituindo x = 0 em y = f (x):

y = f (0)

Ponto de equilı́brio: (0, f (0))


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A Equação de Lienard - Caso Geral


Linearização de A em torno do ponto de equilı́brio (0, f (0)):
Matriz A em torno do ponto de equilı́brio:
 
−f (0) 1
APE =
−1 0
Cálculo da Matriz Jacobiana do Sistema em torno do
ponto de equilı́brio:
′ ′
Lembrando que XPE = [xPE ; yPE ]

xPE = y − f (0)

yPE = −x


∂xPE ′
∂xPE
!  ′ 
∂x ∂y −f (0) 1
JAPE = ′
∂yPE ′
∂yPE =
−1 0
∂x ∂y

Matriz A Linearizada em torno do ponto de equilı́brio.


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A Equação de Lienard - Caso Geral


Cálculo dos autovalores de A Linearizada:

λ′ = (−f ′ (0) + (f ′ (0)2 − 4)1/2 )/2


λ′′ = (−f ′ (0) − (f ′ (0)2 − 4)1/2 )/2
Retrato de Fase do Sistema:
Para f ′ (0) > 0:
Comportamento análogo ao do Sistema Linear (estudado
anteriormente)

Figura: Sorvedouros espiral (0 < f ′ (0) < 2) e sela (f ′ (0) >= 2)


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A Equação de Lienard - Caso Geral


Retrato de Fase do Sistema:
Para f ′ (0) = 0:λ′ e λ′′ complexos com parte real nula
centro
Para f ′ (0) < 0:λ′ e λ′′ positivos
Fonte
Para −2 < f ′ (0) < 0: λ′ e λ′′ complexos
Espiral
Para f ′ (0) < −2: λ′ e λ′′ reais
Sela
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etc

Provando (a) e (b)


Seja δ > 0 tão pequeno que a bola fechada Bδ (X ∗ ao redor do
ponto de equilı́brio está inteiramente no domı́nio O. Seja α o
valor mı́nimo de L nas limitações de Bδ (X ∗ ), isto é, na esfera
Sδ (X ∗ ) de raio δ e centro X ∗ . Então, por suposição α > 0. Seja
U = {X ∈ Bδ (X ∗ )|L(X ) < α}, note que X ∗ está contido em U.
Então, nenhuma solução começando em U pode encontrar Sδ ,
visto que L é uma função não crescente nas curvas de
solução. Assim sendo, toda solução começando em U nunca
deixa Bδ (X ∗ ). Aqui provamos que X ∗ é estável!

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Prova do Teorema

Provando o caso em que (c) é uma condição satisfeita


Seja x(t) uma solução in U − X ∗ e suponha que
X (tn ) → Z0 ∈ Bδ (X ∗ ) para alguma sequência tn → ∞.
Reivindica-se Z0 = X ∗ . Note que L(X (t)) > L(Z0 ) ∀t ≥ 0, visto
que L(X (t)) decresce e L(X (tn )) → L(Z0 ) pela continuidade de
L. Se Z0 ̸= X ∗ , seja Z (t) começando em Z0 . Para qualquer
s > 0, temos que L(Z (s)) < L(Z0 ).

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