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DISPONIBILIZAÇÃO: GHOST LADIES

TRADUÇÃO: ROBERTA O.
REVISÃO INICIAL: RAFAELLA, jess v e karol f
REVISÃO FINAL: GISLAINE GHOST
LEITURA FINAL: SUK WRAITH
FORMATAÇÃO: MEL WRAITH
Dizem que a vida é uma bela mentira e a morte uma verdade
dolorosa. Pura verdade.
Ninguém me fez sentir mais viva que este garoto, que me
lembra constantemente que o tempo está passando.
É minha deliciosa maçã proibida.
A notável voz da minha verdadeira consciência nua e crua.
Também é o ex–namorado da minha irmã.
Uma coisa que deveriam saber antes de julgar–me.
Eu o vi primeiro. O desejei primeiro. O amei primeiro.
Onze anos depois, ele entrou tranquilamente em minha vida,
exigindo uma segunda chance.
Dean Cole quer ser meu cavalheiro de bronze. Meu cavalheiro
andante que finalmente chegou. Com sorte não será tarde demais.

Dizem que as estrelas mais brilhantes são aquelas que


se consomem mais rápido. Pura verdade.
Ela faz minha mente pegar fogo.
Boca inteligente,Atitude austera e um grande coração.
Em um mundo onde tudo é opaco, brilha como a
maldita estrela Sirius.
Faz onze anos que o destino nos separou.
Esta vez eu o desafio a tentar.
Chegar a ela é um campo de batalha, mas cara, é por
isso que me chamam de Ruckus1.
Rosie LeBlanc, está prestes a descobrir o quão duro
posso lutar.
E conquistá–la será a mais doce das vitórias.
As estrelas são conhecidas por simbolizar o eterno.
Estão constantemente no céu por toda a eternidade. Os
primeiros habitantes da terra ficavam as admirando no
céu como fazemos até hoje. Assim como farão nossos
filhos,

Nossos netos

E bisnetos.

As estrelas também simbolizam o ciclo da vida, a


solidão e a tristeza.

Brilham na solidão, da imensa escuridão do espaço, e


nos lembram que por mais escuro que esteja, sempre há
algo que pode brilhar.
Provavelmente deveríamos encerrar uma história antes de
começar outra. Minha história? Não tem um final feliz e nunca
terá. Não importa o quão alto, lindo, rico ou maravilhoso que
meu “Príncipe” possa parecer. E meu Príncipe encantado era
tudo isso e muito mais. O único problema era que na realidade
não era meu. Era da minha irmã, más há algo que deveriam
saber antes de me julgarem.

Eu o vi primeiro,O desejei primeiro, O amei primeiro, Nada


disso importou quando Dean “Ruckus” Cole beijou os lábios de
minha irmã bem na minha frente no dia em que Vicious
arrombou seu armário.

A dúvida nestes momentos é que nunca se sabe se é o início


ou o fim. É como se a vida parasse e você se vê obrigado a
encarar a realidade, que por sinal é uma droga. Confie em mim,
é muito difícil, a vida não é justa.

Papai tinha razão quando eu tinha dezesseis anos e disse que


queria começar a namorar. Sua resposta foi sucinta:

– Santo Deus, não.

– Porque não? – minhas pálpebras tremiam

– Millie teve namorado quando tinha dezesseis.


Era verdade, ela saiu quatro vezes com o filho do nosso
carteiro, Eric, em Virgínia. Papai bufou e apontou seu dedo
indicador para mim. Boa tentativa.

– Você não é sua irmã.

– E o que isso significa?

– Sabe o que significa.

– Não, não sei! – Claro que sabia.

– Significa que você tem algo que ela não tem. Não é justo,
porém a vida não é justa. Outro ponto que não se poderia
discutir. Papai dizia que eu era um imã para os tipos errados de
meninos, porém isso era como enfeitar uma bola com barro e
pregos enferrujados. Eu entendi o que ele queria dizer. Ele
queria me proteger, pois eu era sua princesinha. Rosie–bug. A
luz de seus olhos.

Estava de mal humor, isso não era intencional, mas chegava a


ser uma carga inoportuna as vezes. Minhas sobrancelhas eram
grossas, cabelos cor de caramelo caindo em ondas pelas costas,
pernas brancas compridas e lábios carnudos que emolduravam
a maior parte de meu rosto. Todo o resto sobre mim era
pequeno e voluptuosa, Parecia que estava envolvida em um laço
de cetim vermelho com uma expressão de sirene que parecia ter
sido permanentemente tatuada no meu rosto, não importa o
quanto eu tentasse apagá–lo.

Chamava a atenção de todos, do melhor e do pior tipo, de


todos os tipos. Haveriam outros garotos, tentei me convercer
quando os lábios de Millie e Dean se tocaram e meu coração se
encolheu em meu peito. Porém sempre iria haver uma Millie,
minha irmã o merecia e ele a merecia. Eu tinha a atenção do
papai e da mamãe, o dia todo, todos os dias. Tinha muitos
amigos na escola, admiradores fazendo fila em nossa porta.
Todos os olhos estavam sobre mim, enquanto ninguém dava
uma segunda olhada em minha irmã.

Não era minha culpa, porém isso me fazia sentir menos


culpada. Minha irmã mais velha se tornou um vulto frente
minha doença e minha popularidade. Uma adolescente solitária
se escondendo atrás de um lenço, escondida atrás da
maquiagem. Silenciosa todo o tempo, enviando sua mensagem
através de sua maneira diferente e excêntrica de vestir.

Quando pensava nele, realmente foi o melhor. O primeiro dia


que notei Dean Cole no corredor entre as aulas de trigonometria
e inglês, soube que ele era mais que uma simples paquera de
escola, se o tivesse, não o deixaria ir. Isso por si só ja era muito
perigoso e não me permitia entrar nesse jogo.

Meu tempo estava passando, meu relógio avançava com


muita velocidade. Não nasci como todo mundo, Tinha uma
doença, umas vezes a vencia, as vezes ela me vencia.

A Rosa favorita estava morrendo, porém nenhuma flor quer


morrer frente um público. Então era melhor dessa maneira,
decidí quando seus lábios estavam sobre o dele. Quando seus
olhos pousaram em mim, a realidade virou algo complexo e
agonizante, da qual estava desesperada para fugir.

E então observei minha irmã e o único sujeito que fazia meu


coração bater mais forte se apaixonarem, do meu lugar na
primeira fila. Minhas pétalas cairam uma a uma. Porque apesar
de saber que minha história não acabaria com um felizes para
sempre, não pude evitar de me perguntar... poderia ter um final
feliz, ainda que seja momentanemente?
O verão quando completei dezessete anos foi ruim, porém
nada me preparou para seu maldito gran finale.

Todos os sinais apontavam para a calamidade. Não podia


escolher o caminho correto, porém conhecendo minha vida, me
preparei para o golpe que me levaria direto para o inferno.

No final tudo se reduziu a um momento imprudente clichê de


cinema. Muitas cervejas, Bud Light e descuidados porres
semanas antes que nosso penúltimo ano acabasse.

Estavamos deitados ao lado da piscina de Vicious, bebendo a


cerveja sem graça de seu pai. sabendo que poderíamos nos safar
com absolutamente tudo, sob o teto do Baron Spencer Sênior.
Havia garotas. Estavam drogadas. Não haviam muitas coisas
para fazer em Saints– California, próximo às férias de verão.
Fazia um calor absurdo. O ar pesado, o sol refletia no gramado
amarelado e os jovens estavam entediados com sua existência
irrelevante e sem sentido. Estávamos com muita preguiça para
perseguir futilidades, então as procurávamos enquanto
estávamos deitados confortavelmente em bóias em forma de
donuts, flamingos e espreguiçadeiras para tomar sol importadas
da Itália.

Os pais de Vicious não estavam em casa. Já estiveram alguma


vez? E todos contavam comigo para que lhes fornecessem e eu
nunca os decepcionava, trazia maconha doce e um pouco de
ecxtase, que fumavam com avidez sem sequer me agradecer,
muito menos me pagar. Pensavam que eu era rico e que não me
faltava dinheiro assim como não faltava tetas para Pâmela
Anderson e não faria falta uma mixaria, assim deixava passar.
Uma das garotas, uma ruiva chamada Geórgia, que estava
com sua nova câmera Polaróide, que seu pai a presenteou de
sua última viagem a Palm Springs, tirou fotos nossas: Jaime,
Vicious, Trent e eu, se exibindo em seu pequeno biquine
vermelho e colocando as fotos recem tiradas nos dentes e nos
entregando boca–a–boca. Seus seios saiam de seu minúsculo
biquine igual a pasta de dente escorria do tubo. Queria esfregar
meu pau entre eles, e sabia que até o fim do dia o faria.

– Céus, isso vai ser tão gostosoooooo – Georgia usou uma


quantidade indefinida de o no final da última palavra para dar
ênfase.

– Você está tão sexy, Cole – susurrou, quando me fotografou,


golpeando a cerveja restante com um soco, derrubando–a de
meus dedos sobre meu corpo.

Clic, a evidência deslizou de sua câmera com um som


provocativo e ela a agarrou com seus lábios brilhantes,
inclinando–se e a entregando para mim. A mordi e a enfiei em
minha sunga, seus olhos seguiam minha mão enquanto a
empurrava para baixo do elástico, mostrando a linha reta de
cabelos claros que a convidava para o resto da festa. Ela engoliu
a saliva, visivelmente, nossos olhos se encontraram, estando de
acordo silenciosamente de uma hora e um lugar. Então alguém
deu um salto bomba na piscina e a molhou, e ela negou com a
cabeça, sorrindo, antes de passar para seu próximo projeto de
arte, meu melhor amigo, Trent Rexroth.

Destruir a foto antes de chegar em casa sempre foi meu


plano, culpo o maldito êxtase por esquecer. Por fim minha mãe a
encontrou e meu pai me deu um de seus sermões com a voz
baixa que sempre parecia comer minhas entranhas como
arsênico. Conclusão, me fizeram passar minhas férias de verão
com meu maldito tio, um que na verdade não consigo suportar.

Sabia que não valeria a pena discutir com eles a esse


respeito, Só o que precisava era resolver essa merda e não por
em perigo minha temporada em Harvard um ano antes de me
graduar. Trabalhei duro por este futuro, por esta vida que se
estendia diante de mim em toda sua merecida e fodida glória, de
aviões particulares e férias anuais nos Hamptons. Essa é uma
questão que diz respeito a vida, quando algo bom cai em suas
mãos, você não só se agarra, mas se amarra a ela tão forte que
quase quebra.

Aprendi uma lição tarde demais na minha vida, de todas as


maneiras, foi assim que acabei voltando ao Alabama, passando 2
meses numa granja em meu último ano.

Trent, Jaime e Vicious, passaram seu verão bebendo,


fumando e fodendo as garotas em suas casas, eu voltei com um
olho roxo, generosamente cedido pelo Sr. Donald Wittaker, mais
conhecido como Owl, logo na noite em que eu havia mudado
quem eu era para sempre.

– A vida é como a justiça, – disse meu pai–barra–advogado,


antes de embarcar no avião para Birmingham – Nem sempre é
justa. – se não era essa a maldita verdade.

Esse verão fui obrigado a ler a Bíblia do início ao fim, Owl,


disse aos meus pais que tinha se convertido ao cristianismo e se
tornou fanático ao estudo da Bíblia., e confirmou me fazendo lê–
la com ele em nossos descanso para o almoço. Ao que parece, ler
com ele o Velho Testamento e o livro O Caminho do Perdedor
eram os únicos momentos agradáveis, pois o resto do tempo ele
era simplesmente insuportável.
Whittaker era um fazendeiro, quando estava sóbrio o
suficiente para fazer algo, e me tornou seu empregado no
estábulo, Concordei com isso, principalmente porque poderia
estar com a filha do vizinho no final de cada dia. Ela me achava
uma celebridade só porque eu tinha sotaque sulista e um carro.
Eu não fui seu único parceiro, porém satisfazia sua fantasia de
ser seu professor de educação sexual.

Seguia Owl, quando me fazia suas pregações da bíblia, pois a


outra alternativa seria lutar com ele até que um dos dois caísse
desmaiado no feno. Acredito que minha família queria que eu
enxergasse que a vida não era somente carrões de luxo e férias
em estações de esqui, Owl e sua esposa viviam uma vida
modesta, com poucos recursos, e todas as manhãs eu acordava
perguntando o que eram dois meses diante a minha vida inteira.

Haviam muitas histórias dementes na Bíblia: incesto, coleção


de prepúcio, Jacó lutando com um Anjo – juro que esse livro
passou do ponto de eu não voltar a lê–lo no capítulo seguinte,
porém uma história me marcou, mesmo antes de ter conhecido
Rosie Leblanc.

Genesis 29. Jacó foi viver com Labão, seu tio, e se apaixonou
por Rachel, a mais jovem das duas filhas de Labão. Rachel era
incrivelmente ardente, forte, bonita, graciosa e aparentemente
sexy pra caralho (pelo que indica na Bíblia, porém não com essa
palavras). Labão e Jacó fizeram um acordo, Jacó iria trabalhar
para Labão por sete anos, e após poderia se casar com sua filha.
Jacó fez como combinado, trabalhando feito um louco, dia após
dia sob o sol quente. Passados estes sete anos, Labão foi até Jacó
e lhe disse que poderia se casar com sua filha. Porém esta foi a
armadilha: não foi a mão de Rachel que lhe foi dada, e sim de
sua irmã mais velha Lia. Lia era uma boa mulher, Jacó sabia
disso, era agradável, sensível, carinhosa, tinha um colo bonito e
olho suaves (novamente complementando com minhas
percepções sobre o que a Bíblia diz). Porém não era a Raquel e
ele desejava a Raquel, sempre havia se tratado de Raquel. Jacó
havia discutido, brigado e reclamado com seu tio, porém perdeu
no final. A vida era como a justiça, os bons nem sempre são
salvos. – Sete anos mais de trabalho – prometeu Labão –, e te
deixarei casar com Rachel também. E Jacó, aceitou, ele esperou,
ele ansiava por Rachel, ela se tornou sua obsessão. Os anos
passaram, lentamente, dolorosamente, entretanto ele estava
com Lia, que era boa para ele, um porto seguro, com quem teve
seus filhos – coisa que descobriu tempos depois que Rachel teria
dificuldade em engravidar. Sabia o que desejava, e parecer com
ela, cheirar como ela, até falar como ela, porém não era Rachel.

E passaram–se 14 anos para que Jacó pudesse finalmente ter


Rachel, porém Rachel não lhe foi abençoada por Deus, porém ela
não precisava, era ela amada, e a diferença da vida e do amor, é
que o amor é justo, e sabe o que mais, o amor é suficiente, ele é
tudo.

Sete semanas depois de meu último ano começar, outra


deslumbrante catástrofe veio estourar em minha cara de forma
fantástica, Seu nome era Rosie LeBlanc, e tinha os olhos como os
lagos gelados do inverno do Alaska, bem esse tipo de azul.

O momento "que porra é essa?" me agarrou pelas bolas e


torceu–as com força quando abriu a porta da casa dos
empregados na propriedade de Vicious. Por que ela não era
Mille. Se parecia com Mille, mais ou menos só que mais nova,
mais baixa, com lábios mais cheios, as bochechas mais altas e as
orelhas mais pontudas como de duendes travessos. Porém não
usava nada tão extravagante como Emilia. Um par de chinelos
com estrelas–do–mar nos pés, calça jeans preta e larga nos
joelhos, e um moletom preto esfarrapado com o nome de uma
banda que ele não conhecia estampada de branco. Projetada
para se misturar, mas, como eu descobriria mais tarde,
destinada a brilhar como um farol de merda.

Suas bochechas ficaram completamente vermelha, um


vermelho que contornou até a borda do pescoço quando nossos
olhos se encontraram, e isso me disse tudo o que eu precisava
saber. Ela era nova para mim, mas eu era um rosto familiar. Um
rosto que estudou, encontrou e olhou. Todo o maldito tempo

– Estamos tendo uma competição secreta de olhares?

Sua recuperação foi imediata. Havia algo no som de sua voz


que soava quase não natural. Muito baixa, muito rouco,
exclusivamente dela.

– Porque vinte e três segundos se passaram desde que abri a


porta e você ainda não se apresentou. Você também piscou duas
vezes.

Originalmente, eu tinha vindo convidar Emilia LeBlanc para


um encontro, encurralando–a como um animal assustado com
nenhum outro lugar para ir. Ela não me dava seu número de
telefone. Sendo um caçador por natureza, tive paciência
suficiente para esperar até estar perto o suficiente e pular, mas
não doía checar minha presa de tempos em tempos. No entanto,
se fôssemos honestos, perseguir Emilia não era realmente sobre
Emilia. A emoção da perseguição sempre fazia minhas bolas se
encolherem e, para mim, ela oferecia um desafio que outras
garotas não haviam fornecido. Ela era carne nova e eu era um
carnívoro insaciável. Mas eu não esperava encontrar isso. Essa
porra mudou tudo. Fiquei parado como um mudo e mostrei meu
insinuante sorriso, zombando dela, porque em algum nível ela
zombou de mim. E ocorreu–me que naquele momento em
particular, talvez eu não fosse o caçador. Talvez, por um
segundo intermitente, tenha sido como um caçador com uma
arma sem munição na floresta, que acabou de ver uma tigresa
furiosa.

– Você consegue falar? – Suas sobrancelhas de tigresa se


juntaram, e ela se inclinou para frente, me picando no peito com
sua pequena garra. Ela chamou minha atenção assim. Me
ridicularizando, me menosprezando, fodendo comigo.
Colocando minha melhor expressão inocente (essa merda era
difícil de começar), eu esqueci o que era a inocência antes que
meu cordão umbilical fosse jogado no lixo. Cerrei meus dentes
sob meus lábios e balancei a cabeça em negação.

–Não pode falar?

Cruzou os braços e encostou–se ao batente da porta,


arqueando uma sobrancelha cética. Eu balancei a cabeça,
segurando um grande sorriso.

–Isso é uma merda. Eu te vi na escola. Dean Cole, te


chamavam de Ruckus,Não só você pode falar, mas na maioria
das vezes, parece que você não pode calar a boca.

Porra, sim, pequena duende. Armazene sua raiva e guarde–a


para quando você girar em meus lençóis. Para entender meu
nível de surpresa, primeiro você tinha que saber que nenhuma
garota falou comigo assim antes. Nem mesmo Millie, e Millie
parecia ser a única aluna imune a todo o meu charme
americano, quente, que é capaz de desamarrar as calças com
meus dentes. Inferno, é por isso que eu a notei em primeiro
lugar.

Mas como eu falei, os planos mudam. Não é que a tenha


deixado de fora, eu senti o cheiro do rabo de cavalo de Millie ao
redor da escola por algumas semanas, perguntando–me se valia
a pena persegui–lo, mas agora que eu vi o que eu tinha perdido
– esse pequeno foguete – era hora de encontrar calor em seu
corpo quente.

Eu solto outro sorriso malicioso. Esse pequeno gesto em


particular me deu o apelido de Ruckus nos corredores de
Sinners Saints há dois anos. Porque foi o maldito caos, criando
anarquia onde quer que fosse. Todo mundo sabia disso.
Professores, alunos, Diretora Followhill e até o xerife local.
Quando precisavam de drogas, vinham até mim. Quando
precisavam de uma boa festa, vinham até mim. Quando
precisavam de uma foda incrível, vinham até mim ... e sobre
mim. E é isso que o meu sorriso significa, o que eu vinha
praticando desde os cinco anos, dizia isso ao mundo. Se é
corrupto, sujo e engraçado, eu sei tudo sobre isso.

E essa garota? Parecia muito divertido corrompe–la. Seus


olhos seguiram meus lábios. Pesado, cheia de desejo,
embriagada. É fácil ler as meninas da escola. Embora essa em
particular não tenha sorrido tão amplamente quanto as outras.
Nem ofereceu um convite silencioso para flertar.

– Você fala.

Ela me devolve acusadoramente. Eu chupei meu lábio


inferior e soltei. Devagar, calculado, zombando.

–Talvez eu saiba algumas palavras afinal.


Eu coloquei seu rosto em um silvo.

– Você quer ouvir o mais interessante?

Meus olhos imploraram por deslizar por seu corpo, mas meu
cérebro me disse para esperar. Eu decidi ouvir o último. Eu
estava relaxado, foi inteligente. Mas pela primeira vez em anos,
eu não tinha ideia do que diabos eu estava fazendo.

Ela me deu um sorriso torto que me deixou sem palavras.


Empurrando tantas palavras em uma expressão. Dizendo–me
que minha tentativa de derrete–la a deixou muito pouco
impressionada. Que ele gostava, sim, e que eu havia notado com
certeza, mas que teria que fazer algo melhor do que um flerte
casual e indiferente para chegar até ela. Fosse o que fosse, eu
estava pronto para a viagem.

– Eu deveria?

Demorou para responder, sem perceber que ela fez. Eu


abaixei meu queixo, inclinando–me para frente. Eu era grande,
dominante e confiante. E isso foi um problema. Ela
provavelmente ouviu tudo sobre isso, mas se não, ela estava
prestes a descobri–lo.

– Acho que sim, eu disse.

Dois minutos atrás, eu estava determinado a convidar sua


irmã para sair, sua irmã mais velha, bonita, essa menina parecia
mais jovem e também, eu teria sabido se ela fosse uma veterana
e olha, o destino a fez abrir a porta e mudar meus planos.

Baby LeBlanc enviou–me um olhar estranho, desafiando–me


a continuar. Assim que abri a boca, Millie entrou na minha visão,
correndo para a porta da pequena sala mal ventilada como se
estivesse fugindo de uma zona de guerra. Ele estava apertando
um livro contra o peito, os olhos inchados e vermelhos. Ela
estava me encarando e, por um segundo, achei que ia me bater
na cara com o livro de dois quilos.

Em retrospecto, eu gostaria que tivesse, teria sido muito


melhor do que o que ela realmente fez. Millie empurrou a
pequena duende para o lado sem nem perceber que estava ali,
atirou–se no meu peito incomumente afetuosa e apertou os
lábios contra os meus como um demôniopossuído.

Merda Isso foi ruim, não o beijo. O beijo foi bom, suponho.
Eu não tive tempo para processá–lo, porque meus olhos se
abriram, me jogando para o elfo com orelhas pontudas que
pareciam horrorizadas, seus olhos azuis nos observando,
processando–nos e colocando todos em algo que não estava
disposta a aceitar.

O que diabos Millie estava fazendo? Algumas horas antes, ela


continuava fingindo que não me via no corredor, ganhando
tempo, procurando espaço, fingindo indiferença. Agora estava
em cima de mim como uma erupção após uma noite difícil.
Suavemente, eu me afastei de Millie e segurei suas bochechas
para que ela não se sentisse rejeitada, mas certificando–me de
que tínhamos espaço suficiente para colocar a pequena duende
entre nós. A proximidade de Emilia não era bem vinda, e essa
era a primeira vez tratando–se de uma garota gostosa.

– Ei – eu disse. O tom da minha voz perdeu sua habitual


inclinação lúdica, mesmo para meus ouvidos. Isso não era Millie.
Algo aconteceu e eu tive uma ideia geral sobre quem causou
esta pequena cena. Meu sangue ferveu. Eu respirei pelo nariz,
determinado a não perder minha merda.

– O que há, Mille?


O vazio em seus olhos me fez sentir nauseado. Eu quase
podia ouvir o som do seu coração quebrando dentro do seu
maldito peito. Eu dei outra olhada em Baby LeBlanc, me
perguntando como diabos eu deveria sair disso. Ela deu um
passo para trás, seus olhos demorando–se na desordem quente
que ainda estava tentando me segurar. Millie estava perturbada.
Eu não podia negar isso. Não naquele momento.

– Vicious – disse a irmã mais velha através de um tom alto.

– Vicious apareceu. – Então ela apontou para o livro de


cálculo como se fosse uma evidência. Relutantemente, meu
olhar voltou para Emilia 'Millie' LeBlanc.

– O que o idiota fez? – Eu peguei–o de suas mãos e folheei as


páginas, procurando por comentários desagradáveis ou
desenhos ofensivos.

– Ele arrombou meu armário e roubou. – Ela bufou


novamente.

– Antes de encher o armário com preservativos e embalagens


de lixo, – limpou o nariz com as costas da manga

Jesus fodido Cristo com esse idiota. Essa foi a outra razão
pela qual eu queria sair com Millie. A necessidade de proteger os
perdidos me queimava desde tenra idade. Um ponto fraco e toda
essa merda. Não foi de todo ruim, como Vicious, mas também
não foi nada bom, como Jaime. Eu tinha meu próprio código
moral, e o assédio era uma longa linha vermelha, desenhada em
sangue. Olhe, enquanto se referia aos perdidos, Millie era a
perfeita pulga tremendo na chuva que precisava de abrigo.
Aterrorizada na escola e perseguida por um dos meus melhores
amigos. Eu precisava fazer a coisa certa. Eu precisava disso, mas
foda–se se eu queria.
– Eu vou cuidar dele. – Eu tentei me recompor.

– Volte para dentro. E me deixe com sua irmã.

–Não é necessário, na verdade. Estou feliz que esteja aqui. –


Eu olhei para a garota que deveria ser a “Rachel de meu Jacó”,
dessa vez melancolicamente, porque eu sabia que não tinha
chance com ela no momento em que sua irmã me beijou para
voltar com o maldito Vicious.

– Tenho pensado nisso.– Millie piscou rapidamente, muito


presa em sua própria bagunça para perceber que mal olhei para
ela desde que apareceu na porta. Muito ocupada para perceber
que sua irmã estava fodidamente ali ao nosso lado.

– E eu decidi, porque não? Eu adoraria sair com você,


realmente.

Não, eu não faria. O que ela queria era que eu fosse seu
escudo. Millie precisava ser salva. E eu precisava fumar um
baseado. Suspirei, abraçando a irmã mais velha, segurando a
parte de trás de sua cabeça, os fios de cabelo castanho claro
entrelaçados com os meus dedos. Meus olhos ainda focados na
Baby LeBlanc. Na minha pequena Rachel. Eu vou fazer isso
direito, meus olhos prometeram. Ela estava claramente mais
otimista do que eu.

–Você não tem que sair comigo. Eu posso facilitar sua vida,
como seu amigo. Te dou minha palavra que eu vou chutar sua
bunda, – eu sussurrei no ouvido perfeitamente curvado de
Millie, minhas pupilas fixadas em sua irmã. Ela balançou a
cabeça, enterrando–a mais fundo no meu ombro.

– Não, Dean. Quero sair contigo. Você é legal, engraçado e


compassivo. – E completamente encantado pela sua irmã.
–Duvido, Millie, você tem me rejeitado por semanas. Isso é
sobre Vic, e nós dois sabemos disso. Beba um copo de água.
Lembre–se disso. Eu vou falar com ele amanhã de manhã nos
treinos.

– Por favor, Dean. – Sua voz trêmula estabilizou quando ela


amassou o tecido da minha camisa de design em seus punhos,
me puxando para mais perto dela e se afastando da minha nova
e brilhante fantasia ao mesmo tempo.

– Eu sou uma garota grande. Eu sei o que estou fazendo.


Vamos agora mesmo.

– Sim Vá. – Ouvi Baby LeBlanc tossir, acenando com a mão


em nossa direção.

– Eu preciso estudar de qualquer maneira, e vocês são uma


distração.

– Eu vou afogar a bunda de Vicious se eu o ver na piscina,


Millie. – Ela brincou, fingindo flexionar os braços compridos.
Baby LeBlanc era um estudante de merda, com C menos por
milhas, mas eu não sabia na época. Ela não queria estudar, ela
queria que sua irmã fosse salva.

Tomei um sorvete com Millie, desta vez sem olhar para trás.
Eu levei Millie quando deveria ter levado Rosie. Eu levei Millie e
por isso eu ia matar Vicious.
PRESENTE

O que te faz sentir viva?

Condensação.

Porque me lembra que ainda respiro. Quer dizer, acho que


isso é confidencial, falar sobre mim mesma, mas eu sempre fui
assim. A voz que sempre fazia a pergunta evasiva parecia ter
sido implantada em meu cérebro, e não era eu. Era a voz de um
homem. Ninguém familiar, eu não acredito. Isso sempre me
lembrava que eu ainda estava respirando, o que não era
necessariamente algo que eu dava como certo. Desta vez, minha
resposta flutuou na minha cabeça como uma bolha prestes a
explodir. Eu pressionei meu nariz contra o espelho no elevador
do arranha–céu deslumbrante onde eu morava e soprei ar da
minha boca, criando uma nuvem espessa de névoa branca. Me
distraí, observando minhas ações.

O fato de que eu ainda estava respirando era uma grande


vitória para minha doença. Fibrose cística. Eu sempre tentei
tirar todos os detalhes do caminho quando alguém me
perguntava. Tudo o que as pessoas precisavam saber é que eu
fui diagnosticada com a doença aos três anos de idade, quando
minha irmã, Millie, lambeu meu rosto e me disse que eu estava
"realmente salgada". Era uma bandeira vermelha, então meus
pais me levaram ao médico e os resultados foram positivos. É
uma doença pulmonar. Sim, é tratável. Não, não há cura para
isso. Sim, isso afeta imensamente a minha vida. Estou
constantemente tomando pílulas, tenho três sessões de
fisioterapia por semana, uma quantidade indefinida de
inalações e provavelmente morrerei nos próximos quinze anos.
Não, eu não preciso da sua dor, então não olhe para mim assim.

Vestida com meu uniforme verde, meu cabelo emaranhado e


meus olhos vidrados pela falta de sono, rezei em silêncio para
que o elevador finalmente fechasse e me levasse para o meu
apartamento no décimo andar. Eu queria me despir, mergulhar
em um banho quente e deitar na cama, tendo uma maratona de
algum seriado na TV.

E eu não queria pensar no meu ex–namorado, Darren. Na


verdade, eu realmente não queria pensar nele. Cliques fortes de
saltos altos ecoavam nos meus ouvidos, aparentemente do nada,
ficando mais altos a cada segundo. Virei a cabeça para o
corredor e sufoquei uma tosse. A porta do elevador já havia
começado a fechar, mas uma mão feminina com unhas
vermelhas brilhantes deslizou pela fresta no último segundo,
abrindo–a com uma risadinha estridente.

Eu fiz uma careta.

Não ele novamente. Mas definitivamente, foi ele. Ele entrou


no elevador, cheirando a álcool que suspeitava que envenenaria
um elefante adulto até a morte, armado com duas mulheres, A
primeira foi o gênio que comprometeu o braço para pegar o
elevador, uma garota de cabelos vermelhos no estilo Jessica
Rabbit e decote que não deixou nada à imaginação, mesmo que
você fosse extremamente inteligente. A segunda era uma
pequena morena com a bunda mais redonda que eu vi em um
ser humano e um vestido tão curto que você provavelmente
poderia fazer um exame ginecológico sem ter que remover
qualquer roupa. Ah, e depois havia Dean "Ruckus" Cole.

Alto (tamanho perfeito para uma estrela de cinema) com


olhos verdes musgo, quase radioativo em seu brilho e
insondável em sua profundidade,cabelo castanho escuro
despentado e um corpo que envergonharia Brock O'Hurn.
Pecaminosamente sexy ao ponto que você realmente não ter
nenhuma escolha a não ser olhar para o outro lado e rezar que
sua roupa íntima seja grossa suficiente para absorver sua
excitação. Sério, o homem era tão escandalosamente quente,
que ele provavelmente foi declarado ilegal em países ultra-
religiosos. Felizmente para mim, eu sabia que o Sr. Cole era um
idiota de classe mundial, então eu era geralmente imune ao seu
charme. Geralmente é a palavra–chave aqui.

Era lindo, mas também era um desastre de proporções


épicas. Você conhece aquelas mulheres que querem o cara
fodido, bonito e vulnerável que poderiam consertar e educar?
Dean Cole seria seu sonho molhado. Porque definitivamente
havia algo com esse cara. A ideia de que as pessoas em seu
ambiente imediato não enxergavam os avisos intermitentes de
neon (sua bebida, o consumo excessivo de maconha e seu vício
furioso por tudo que é pecaminoso e divertido) me deixava triste.
No entanto, eu reconheci que Dean Cole não era minha
preocupação. Além disso, eu tinha meus próprios problemas
para lidar.

O homem quente soluçou, apertou o botão em sua cobertura


quinhentas vezes e balançou no pequeno espaço que nós quatro
compartilhavamos. Ele tinha olhos febris e uma fina camada de
suor que cheirava a conhaque puro. Um arame espesso e
enferrujado girou em volta do meu coração. Seu sorriso não
parecia feliz.

– Baby LeBlanc. – O tom preguiçoso de Dean deslizou


diretamente para parte inferior da minha barriga, e eu fiquei
paralisada. Ele me agarrou pelo ombro e me virou para encará–
lo. Suas companheiras me olhavam como se fosse uma pilha de
ovos podres. Eu coloquei minhas palmas em seu peito de ferro e
aço, empurrando–o para longe.

– Cuidado, você cheira como se Jack Daniel acabasse de


entrar em sua boca, – eu disse inexpressivamente. Ele jogou a
cabeça para trás e riu, desta vez com um sorriso sincero,
aproveitando a nossa estranha troca.

–Esta garota – Ele passou um braço em volta do meu ombro e


me pressionou contra o peito dele. Ele apontou para mim com
uma mão que segurava o gargalo de uma garrafa de cerveja,
olhando para as meninas com um sorriso aturdido.

– Ela é fodidamente gostosa e tem cérebro e inteligência que


eclipsariam Winston Churchill da melhor forma, – disse
efusivamente. Provavelmente elas achavam que Winston
Churchill era um personagem do Cartoon Network. Dean se
virou para olhar para mim, suas sobrancelhas caindo de
repente. – Isso a coloca em um alto risco de ser uma cadela
condescendente, mas ela não é. Ela também é boa pra caralho. É
por isso que ela é uma enfermeira. É um crime esconder essa
boa bunda com o uniforme, LeBlanc.

–Desculpe–me por desapontar, senhor drogadito, mas sou


apenas uma voluntária. Na verdade, eu sou babá– corrigi,
alisando meu uniforme com a mão, enquanto eu desfaço seu
toque, oferecendo um sorriso educado as meninas. Eu me
ofereci em uma maternidade três vezes por semana,
monitorando incubadoras e limpando cocô de bebê. não tinha
muito talento artístico como Millie nem era tão afortunada
como os Garotos quentes, mas eu tinha minhas paixões (pessoas
e música) e não acho que menos de minhas aspirações do que o
que fazia para viver. Dean tinha mestrado em administração de
empresas em Harvard e uma assinatura do New York Times,
mas ele era realmente melhor que eu? Inferno, não. Eu trabalho
em um pequeno café chamado The Black Holeentre First Avenue
e Avenue A. O dinheiro era ruim, mas a empresa era boa. Eu
achava que a vida era muito curta para fazer algo que eu não
amava. Especialmente para mim. Jessica Rabbit revirou os olhos.
A pequena morena deu de ombros e virou as costas para nós,
brincando com o celular. Elas pensaram que eu era uma cadela
salgada. Elas estavam certas. Eu literalmente era. Mas se
estivéssemos sendo corretas aqui, um despertar rude as
aguardava. Eu conhecia o ritual do meu vizinho e ex–namorado
da minha irmã de cor. De manhã, ele vai chamar um táxi e nem
se importará em fingir que mantinha seus números.

De manhã, ele agirá como se fosse nada mais que um


desastre que ele teve que limpar. De manhã, ele ficará sóbrio, de
ressaca e ingrato. Porque ele era um Garoto quente... Um
egomaníaco privilegiado e enlouquecido de Sinners Saints, que
achava que ele merecia tudo e não devia nada.

Vamos elevador. Por que você está demorando tanto?

– LeBlanc – disse Dean desta vez, encostado na parede de


prata e puxando um baseado de trás de sua orelha, procurando
por seu isqueiro em seus jeans escuros feitos sob medida. A
garrafa foi descartada e passada para uma das mulheres. Ele
usava uma camisa de grife com decote em V (o tipo de verde
limão que fazia seus olhos se destacarem e sua pele parecia ainda
mais bronzeada), um blazer preto aberto e tênis de cano alto. Ele
me fez querer coisas estúpidas. Coisas que eu nunca quis de
ninguém, muito menos de um homem que namorou minha irmã
por oito meses. Então eu as ignorei e tentei ser malvada com ele.
Dean era como o Batman. Ele era forte o suficiente para
aguentar.

– Amanhã. Você. Eu. Café da manhã de domingo .Diga–me


sim e eu vou comer mais do que apenas comida.

Ele baixou o queixo para mostrar seus olhos de esmeralda,


uma expressão sinistra em seu rosto. Não há pontos de
interrogação com esse cara. Mimado, o pensamento amargo
passou pela minha cabeça. Ele vai fazer um trio em alguns
minutos e está aqui tentando flertar com a irmã da ex–
namorada. Elas também podem ouvir tudo. Por que elas ainda
estão aqui? Eu ignorei seu avanço ridículo sobre mim, avisando–
o sobre algo completamente diferente.

– Se você acender essa coisa no elevador, – eu apontei para


seu baseado

– Eu juro para você que eu vou me esgueirar em seu


apartamento hoje à noite e derramar cera quente em toda a sua
virilha. – Jessica Rabbit ofegou. A pequena morena gritou. Bem,
elas estariam na linha de fogo se isso acontecesse.

– Caralho, relaxe um pouco! – A morena acenou com a mão


em minha direção, pronta para explodir.

– Você é um tipo muito assustador!


Eu não prestei atenção à mulher com a maquiagem de giz de
cera. Em vez disso, eu simplesmente olhei para os números
vermelhos na porta do elevador, indicando que eu estava
chegando cada vez mais perto de um banheiro, vinho e meu
controle remoto.

– Responda–me. –Dean ignorou as garotas que ele estava


prestes a comer, seus olhos vidrados retornando aos meus.

– Almoço? – Soluço . – Ou podemos simplesmente pular tudo


isso e foder?

Romântico sem esperança, eu sei, mas, infelizmente, ainda


era um não para mim. Honestamente, eu não estava apenas
desanimada com a maneira como ele tentou me arrastar para a
cama, mas também por causa do meu tempo ruim. Fazia três
semanas desde que Darren arrumou suas malas e mudou–se
para fora do apartamento que tinha compartilhado por seis
meses, nós estivemos juntos por nove meses, após um breve
período eu estava com uma macaco gordo que curtia música
metal entusiasta chamado Hal. Dean não desperdiçava seu
tempo tentando ocupar a posição ocasional de arrebatador. O
fato de que Dean era essencialmente meu senhorio e que eu só
lhe pagava cem dólares por mês por motivos legais não tornava
mais fácil recusar. Ele era co–proprietário do meu apartamento
com Vicious, Jaime e Trent, e mesmo sabendo que ele não iria
me chutar, e Vicious nunca o deixaria, eu também sabia que
tinha que jogar bem com ele.

Mas a ideia de que ele poderia me infectar com todas as DSTs


incluídas na Web de Medicina tornou mais fácil rejeitá–lo. Muito
mais fácil, na verdade. Os números vermelhos subiram na tela.

Terceiro.
Quarto.

Quinto.

Vamos, vamos, vamos.

– Não – eu disse categoricamente, quando percebi que ele


ainda estava olhando para mim, esperando pela minha resposta.

–Por que? – Outros soluços

– Porque você não é meu amigo e eu não gosto de você.

– Por que isso? – Ele pressionou, sorrindo.

Porque você quebrou meu coração e colocou tudo de volta


fraco e incorretamente.

–Porque você é um mulherengo irremediável – Eu te dei o


motivo número dois na minha lista "Por que eu odeio Dean".
Essa coisa era longa com um L maiúsculo. Em vez de se sentir
envergonhado ou desanimado, Dean se inclinou na minha
direção novamente e pressionou o dedo indicador na minha
bochecha com a mão que segurava o baseado apagado, seu rosto
indiferente e calmo. Ele levantou uma mecha de meu cabelo que
ele pegou do meu rosto, seu dedo estava tão perto dos meus
lábios que eu vi o padrão redondo de sua impressão girando em
torno do meu cabelo encaracolado.

– Faça um pedido. – Sua voz era de cetim envolvendo em


volta do meu pescoço, apertando suavemente. Fechei meus
olhos e mordi meu lábio inferior. Então abri–os e soprei a
mecha, observando–a balançar gradualmente, como uma pluma.

– Você não quer saber o que desejei? – Minha voz saiu rouca.
Ele se inclinou em direção ao meu corpo, seus lábios
pressionando contra a minha bochecha.
– Não importa o que você quer – ele arrasta as palavras.

– O que importa é o que você precisa. Eu tenho isso , Rosie. E


um dia, nós dois saberemos disso, e eu vou dar a você.

Eu estava voltando de um período de seis horas como


voluntária em um pequeno hospital infantil no centro, que eu
seguia logo após terminar um turno completo no refeitório. Eu
estava cansada, com fome e meus pés tinham bolhas do
tamanho do meu nariz. Eu não deveria ter sentido mil peixes
pequenos nadando no meu peito, mas eu senti. Eu senti, e odiei
isso.

– Almoço – ele murmurou na minha cara, sua respiração


quente e fedida assoprando minha pele.

– Você está morando no meu apartamento há quase um ano.


É hora de reavaliar seu aluguel. Minha casa amanhã de manhã.
Quando você estiver pronta, mas é melhor você estar lá.
Capiche?

Eu engoli, olhando para longe, e quando olhei de novo, a


porta do elevador se abriu. Eu pulei para frente, praticamente
correndo, correndo pelo corredor e puxando minhas chaves da
mochila. Espaço, eu precisava disso, me distanciar dele, agora.
Sua risada ainda chegou a minha porta do vigésimo andar, sua
cobertura, onde ele terminou sua viagem à noite com duas
mulheres bonitas.

Depois do banho, eu me servi de um pouco de vinho, e tive


um jantar saudável e equilibrado que consistia em Cheetos e um
molho de laranja de origem desconhecida que eu tinha
encontrado na parte de trás da minha geladeira, joguei minha
bunda no sofá e comecei a mudar de canal. Embora eu quisesse
ver Portlandia, porque me fazia sentir um pouco mais
sofisticada do que o meu jantar sugeria, de alguma forma eu fui
pega vendo O que esperar quando você está esperando. Horrível,
e não só porque marcou 22% no Rotten Tomatoes1 Mas porque
me fez pensar em Darren. E pensar em Darren me fez querer
ligar para ele e pedir desculpas a ele mais uma vez.

Eu olhei para o telefone por longos segundos, debatendo,


refletindo sobre o cenário em meu cérebro cansado e indefeso.

Ele responderia. Ele tentaria me dizer que cometi um erro


terrível. Que ele não se importava, Que ele ainda me queria de
qualquer maneira. Era só o que fazia, ele se preocupava muito. E
não foi bom o suficiente. Não para alguém como ele.

Outra coisa que eu deveria mencionar: apesar da minha


natureza sarcástica e minha boca grande, eu era tudo “ladra mas
não morde”. Eu não estava interessada em arruinar vidas. Eu
preferia salvá–las. É por isso que eu renunciei a Darren. Darren
merecia uma vida normal, com uma esposa normal e uma
quantidade adequada de filhos para começar um time de
futebol. Ele merecia longas férias e atividades ao ar livre fora
dos muros do hospital. Quando não estava trabalhando lá. Em
suma, ele merecia mais do que eu poderia dar.

Eu fui para a cama, pressionando minhas costas contra a


cabeceira enquanto olhava com expectativa pela porta do meu
quarto, esperando que ela se abrisse, empurrada ppelo homem
que iria me manter aquecida à noite. Dean Cole. Jesus, eu odiava
isso. Agora mais do que nunca eu queria reavaliar meu aluguel,
mas não podia, já era muito alto para mim como estava.
1
(2) Rotten Tomatoes (em espanhol, Tomatoes Podridos) é um site dedicado à revisão, informação e notícias de filmes.
Tem diferentes maneiras de resumir as opiniões críticas do público em geral sobre diferentes filmes.
Especialmente pelos padrões de Manhattan. Além disso, ele já o
ajustou no dia que completei dois anos. Foi realmente
necessário, ou ele queria se vingar de mim por não ceder aos
seus avanços?

Fechando os olhos, imaginei o idiota de classe mundial


comendo Jessica Rabbit, que estava montado em seu rosto
esculpido e perfeito, enquanto a pequena morena o chupava.
Espantada, eu coloquei uma mão na minha calcinha já molhada,
meu toque em minhas dobras se aprofundou e eu tossi
suavemente. Dean Cole era provavelmente o cara sujo. O cara
provavelmente girou Jessica Rabbit um segundo depois que ele
gozou e a penetrou por trás, puxando seu cabelo ruivo. Eu
empurrei meu dedo indicador dentro do meu sexo, então meu
dedo do meio, procurando por aquele lugar. Enojada, imaginei a
pequena morena sendo segurada pelo pescoço e colocada de
costas quando terminou com Jessica Rabbit. Agora ele estava a
torturando também, beliscando seus mamilos. Forte, Eu arqueei
minhas costas, rebelde. Eu gemi, enojada. Então eu gozei duro
em meus dedos, enjoada. Eu odiava tudo sobre Dean Cole. Tudo
... exceto ele.
S–E–X–O.

Isso é ao que tudo se resume, realmente.

O mundo inteiro é baseado em uma única necessidade


animal. Nossa busca para vivermos melhor, trabalhar mais, ser
mais rico e buscar coisas que nem precisamos, um carro melhor,
objetivos mais definidos, uma promoção, um novo corte de
cabelo, seja qual for a porcaria que eles tentam nos vender nos
anúncios.

Tudo. Devido. Ao. Sexo.

Toda vez que uma mulher compra um perfume ou um


produto de beleza ou um maldito vestido.

Toda vez que um homem se endivida com pagamentos


ridículos por um carro esportivo que não é nem de longe tão
confortável quanto o espaçoso carro coreano que ele tinha uma
semana atrás e se injeta esteróides no vestiário de uma
academia mal ventilada ... . Eles fazem. Para. Comer. Uma.
Mulher. Mesmo que eles não saibam disso. Mesmo que eles não
concordem com isso. Você compra aquela blusa e aquele Jeep e
aquele novo nariz para deixar você mais fodido. Ciência, baby.
Não discuta com essa merda.

A mesma coisa aconteceu com a arte. Algumas das minhas


músicas favoritas eram sobre sexo antes mesmo que eu
soubesse que poderia fazer outra coisa com meu pau que não
envolvesse mijar meu nome na neve. "Summer of ‘69", Bryan
Adams, eu tinha nove anos de idade. Ele estava claramente
cantando sobre sua posição sexual favorita. "I Just Died in Your
Arms", da Cutting Crew, falava sobre orgasmos. "Ticket to Ride",
dos Beatles, prostitutas. "Come On Eileen" Aquela música alegre
de merda que todo mundo dança em casamentos, coação
sexual.

Sexo estava em todo lugar. E por que não estaria? É lindo pra
caralho. Eu não poderia ter o suficiente. E eu também era bom
nisso. Eu disse bom? Eu era espetacular. Essa é a palavra que eu
estava procurando. A prática leva a perfeição. E Deus sabe como
eu tenho praticado.

Isso me lembrou que eu precisava pedir outra caixa de


preservativos. O especialmente criado por uma empresa
chamada DilanConUnaGoma. Não só projetei o invólucro para
ter meu nome, algumas garotas queriam mantê–lo como
lembrança, quem era eu para negar? E escolher as cores (gostei
do vermelho e do roxo). O amarelo fez minhas bolas parecerem
um pouco pálido, não é uma boa cor para mim ...), mas também
fui exigente com o tipo de latex, espessura –0,0015mm, para ser
exato e o nível de sensibilidade.

–Bom dia, pra você.

uma das meninas falou, acordando de seu sono. Ela


pressionou um leve beijo na parte de trás do meu pescoço.
Sempre levei alguns segundos para lembrar com quem eu passei
a noite, mas esta manhã ainda era pior, porque ontem eu passei
bebendo como se minha missão fosse liquefazer meu fígado em
rum.

–Você dormiu bem?– Perguntou a segunda garota.

Meu corpo estava inclinado para o lado, contra a mesa de


cabeceira, enquanto eu deslizava por uma maldita longa
mensagem de texto escrita pelo meu amigo e parceiro de
negócios, Vicious. A maioria das pessoas escrevem mensagens
curtas para expressar sua opinião. Este bastardo intenso me
enviou toda a porra da Bíblia. Acordar com uma mensagem dele
era o equivalente a acordar com o boquete de um tubarão. E isso
é o que ele escreveu:

Querido idiota,

Minha noiva me informou que a “dor de cabeça” de sua irmã


poderia estar atrasada para o jantar de ensaio no próximo
sábado, porque ela está tentando economizar alguns dólares,
fazendo dois vôos de conexão para chegar a Sinners Saints. Ela é
dama de honra de Em, por isso a sua presença não é nada
opcional. É obrigatória, e se eu tiver que arrastá–la pelo seu
cabelo, eu o farei, mas preferiria não fazê–lo.

Você sabe como me sinto sobre este lugar. Nova York é difícil
para o corpo. Los Angeles é difícil para a alma. Eu não tenho
alma.

Peço a você como amigo que bata na porta de Rosie e coloque


um novo bilhete de embarque em sua mão. Peça a Sue que reserve
um bilhete de primeira classe ao seu lado e certifique–se de pegar
o avião na sexta–feira. Encaminhe–a para o maldito assento, se
necessário.
Esta é a parte em que você provavelmente está se perguntando
por que diabos você me faria um favor. Considere isso como um
favor para Millie, não para mim. Ela está estressada, preocupada.
E ela não merece esse tipo de merda. Se a irmãzinha de Em acha
que pode fazer o que quiser, está errada. Faça–a perceber o
quanto está errada, porque todos os dias que ela interpreta a
obediente e santa, minha futura esposa está sendo ferida. E todos
nós sabemos como reajo quando algo que é meu está sendo
danificado.

Paz, filho da puta.

–V.

Não é exatamente uma conversa agradável, mas esse era o


Baron Spencer. Eu me estiquei, sentindo um corpo quente
rastejando sobre mim, lutando contra o lago azul marinho, sem
costuras, de lençóis de seda entre nós. Havia montes de pano
rico, carne morna e curvas suaves em volta de mim. O sol estava
vindo da minha janela do chão ao teto, brilhando na minha
varanda de trezentos metros quadrados, um mar de grama
recém–cortada sangrando no horizonte de Manhattan. Raios de
calor lambiam minha pele. O bar molhado me pediu para me
fazer um Bloody Mary. E as poltronas de luxo, cinza e azul me
pediram para levar as garotas para uma caminhada contra elas,
para que toda a porra de Nova York nos visse e ouvisse.

Em resumo: esta manhã foi incrível.

Vicious, no entanto, não foi incrível.

Portanto, eu me permiti tomar banho no conforto dessas


mulheres – Natasha e Kennedy – e fazer o que Deus, ou a
natureza, ou ambos, queriam que eu fizesse, foder com força.
Devido a civilização e a disseminação de sementes e merda.
Enquanto Kennedy, adorável ruiva, minha memória me
lembrou, beijou meu pescoço, fazendo o seu caminho para a
minha ereção matutina, Natasha, a pequena e quente instrutora
de ioga, beijou minha boca avidamente, eu processava a nova
informação através do martelar de uma ressaca bem merecida.
Então, Millie LeBlanc ficou estressada com o jantar de ensaio.
Não há surpresas nisso. Sempre foi uma boa garota que queria
que tudo fosse perfeito e trabalhou duro para fazer tudo da
melhor maneira. Um contraste gritante com o homem com
quem ela estava se casando, que assumiu o controle de tantas
vidas quanto pôde usando sua sagacidade e seu comportamento
horrível. Ela era a pessoa mais doce que eu conhecia não
necessariamente uma coisa boa, a propósito , e ele era de longe
o mais desagradável.

Eu acho que deveria pensar sobre o "e se?", porque Millie


costumava ser minha namorada. O cérebro humano foi
projetado para preencher as lacunas, eu tinha vinte e nove anos
de idade, e Millie foi minha única namorada séria, as pessoas
poderiam assumir que era um grande amor perdido. A verdade,
como sempre, era ao mesmo tempo decepcionante e pouco
lisonjeira. Millie nunca foi um grande amor. Eu gostei, mas não
foi feroz ou possessivo ou louco. Eu me preocupava com ela e
queria protegê–la, mas nunca de uma maneira que me tirasse da
minha maldita mente, como ela fez com Vicious. O fato é que eu
gostei quando ela terminou comigo mesmo que de uma forma
terrível como o inferno por meio de uma carta meio quebrada
foi apenas para provar que realmente não estávamos destinados
a ser. Porque a verdade era que eu estava apaixonada por Emilia
LeBlanc ... até que eu não estava. Às vezes acho que
simplesmente amei a ideia de estar com ela, ou nunca a amei de
jeito nenhum. De qualquer forma, uma coisa não podia ser
discutida, quando eu estava com ela, Foi bom, foi leal e
respeitoso ela, por outro lado, me fodeu.

Até hoje, eu não sinto como se realmente conhecesse minha


única ex–namorada. Eu conhecia suas características, claro. O
lixo que você colocaria no seu perfil de namoro na internet.
Fatos secos. Ela era artística, tímida e educada. Mas eu não tinha
ideia de quais eram seus medos e segredos. O que a mantinha
acordada durante a noite, o que a fez ferver o sangue e chiar o
corpo.

A outra parte da minha desagradável verdade era que eu


nunca senti que queria saber essas coisas de ninguém além de
Rosie LeBlanc. Mas Rosie me odiava. Então eu fiquei solteiro. Ela
ia mudar de ideia. Tinha que fazê–lo. Falando em Rosie, ela não
recebia dinheiro de Vicious e Millie a menos que fosse
necessário. Isso era de conhecimento geral, e ela fez essa
afirmação um ano atrás, fornecendo meu condomínio de dois
milhões de dólares em Nova York, onde ela vivia com os
descartes da Craigslist2, que custavam menos de duzentos
dólares no total. Eu duvidava que ele pudesse fazê–la mudar de
idéia, mas quando se tratava dela, sempre estava disposto a
tentar.

De qualquer maneira. Voltando para a merda importante. Foi


quando Kennedy me levou na boca, exibindo um talento sério de
garganta profunda, que ouvi uma batida na minha porta. Não
era permitido entrar no prédio sem um código, e ninguém me
perguntou um recentemente, o que me levou à simples
conclusão de que deveria ser a própria Srta. LeBlanc.

2
A Craigslist é uma rede de comunidades online centralizadas que disponibiliza anúncios gratuitos
aos usuários. São anúncios de diversos tipos, desde ofertas de empregos até conteúdo erótico.
–Dean! – Sua voz rouca arrastou do corredor externo para
todos os tecidos do meu corpo e eu imediatamente fiquei mais
duro. Kennedy notou, tenho certeza, porque seu aperto no meu
pau afrouxou, e senti sua respiração forte contra a minha coxa.
Natasha parou a ação com a língua. Ambas congelaram. Mais
três acessos.

– Abre.

– É aquela garota estranha de novo? – a última perguntou


com uma careta e um beicinho.

– Claro, que malditamente é.

– Ela está me aterrorizando.

– Que garota esquisita – Natasha concordou. Como se a


opinião dela importasse.

Eu sentei e me acomodei em minhas calças de moletom


pretas. Não me lamentei pela foda inacabada. Eu estava mais
ansioso para dar uma olhada nessa coisinha, me perguntando
por que ela veio aqui. Levantei–me e esfreguei o sono dos meus
olhos, minhas mãos deslizando para bagunçar meu cabelo
deliberadamente.

– Isso foi divertido. – Eu beijei as costas de suas mãos antes


de começar a caminhar em direção à porta da frente com um
propósito.

– Deveríamos fazer novamente em algum momento. – Nós


não íamos fazê–lo em algum momento. Ou a qualquer momento.
Este foi um adeus, e ambas sabiam disso. Ficou claro quando as
peguei na noite anterior em um bar em Manhattan que eu fui.
Elas estavam inalando cocaína como se fosse açúcar em pó,
talvez um grande valor disso, em uma mesa em um lugar
deslumbrante que eu usava toda vez que precisava usar esses
preservativos feitos sob medida. Sentei–me no bar, troquei
olhares de paquera com elas e pedi ao barman que enviasse
algumas bebidas para as meninas. Eles me convidaram para ir e
fazer algumas fotos com elas. Eu as convidei para sentar no meu
rosto. Uma bebida se tornou sete. Este roteiro estava ficando
velho.

–Wow, você deu um grande trabalho – Kennedy foi a


primeira a sair da cama. Virei a cabeça para vê–la levantar o
vestido do chão, puxando–o como se tivesse machucado de
alguma forma. Na verdade? Pensei, antes de chamar um táxi
para me levar para casa, eu disse a elas, é claro, como o maldito
céu de agosto: essa era mais uma foda. Cristo, que parte de
pegá–las em um bar e usar um breve tópico de conversa fez com
que pensassem que haveria mais?

Eu ofereci às garotas uma piscadela de consolação antes de


entrar orgulhosamente no enorme corredor iluminado por
champanhe, no chão de mármore creme e nos retratos de
família em preto e branco que me observavam de todos os
cantos com enormes sorrisos de dentes brancos.

–Uh, com licença, seu idiota, nós estávamos no meio de algo!


– Natasha acrescentou em voz alta. Eu já estava no saguão,
abrindo a porta, atraindo–me como um ímã para a fonte de toda
a minha porra da libido. Baby LeBlanc. Aquela pequena linda,
louca, duende.

Rosie estava usando um par de calças rasgadas e uma camisa


branca básica com botões, sua versão de um terno sob medida.
Um coque alto e bagunçado estava em cima de sua cabeça, e
seus enormes olhos me disseram que ela não estava
impressionada. Eu inclinei meu ombro contra a porta, sorrindo
– Mudou de idéia sobre o almoço?

– Bem, você me chantageou com sua ameaça de reavaliação.

Seus olhos se afastaram do meu rosto para o meu abdômen


por um segundo antes de se elevarem.

Merda, eu fiz isso? Minha memória ontem à noite foi marcada


por álcool e buceta.

– Entra.

Eu dei um passo para o lado. Ela virou a cabeça na minha


direção quando ela entrou.

– Eu pensei que você faria pelo menos café antes de se


preocupar com o aluguel. Demais para ser agradável , ela
murmurou, bebendo do meu apartamento com os olhos
arregalados. Cruzei meus braços sobre o peito, ciente da minha
figura cortada, e corri minha língua pelo meu lábio inferior.

– Você quer gentileza? Posso comprar seu café da manhã na


padaria do térreo e dar–lhe alguns orgasmos de sobremesa

eu disse, acrescentando:

– E posso agradar você na cama, se preferir.

–Você tem que parar de flertar comigo.

Sua voz era dolorosamente plana quando ela passou em


frente à enorme ilha branca e cinza no meio da minha cozinha,
aço inoxidável piscando para nós de todos os cantos do cômodo.
Ela se deixou cair em um banquinho e olhou para minha
cafeteira vazia perto da pia como se tivesse cometido um crime
de ódio.
–Por que? – Eu zombei, acendendo a cafeteira.

– Por que tenho que parar de flertar com você Rosie


LeBlanc? Agora ela estava solteira, depois de deixar seu
namorado médico entediado. Ela era um jogo justo, e eu ia
tentar jogar com ela até que ela tivesse queimaduras de tapete
de terceiro grau nas costas. Na verdade, essa foi a primeira coisa
que pensei quando vi o patético filho da puta saindo de seu
apartamento. Do meu apartamento.

Vou foder a sua ex–namorada antes que as lágrimas em seu


travesseiro se sequem, pensei. E ela vai amar tanto que vai
rastejar por mais.

Enquanto isso, na vida real, Rosie aceitou avidamente a


xícara fumegante de café que eu silenciosamente lhe ofereci,
tomando um gole. Ela fechou os olhos e gemeu. Sim, ela gemeu.
Porra, eu queria que esse som fosse meu novo toque. Então ela
abriu os olhos e derramou água gelada sobre a minha fantasia.

–Porque já mergulhou a sua salsicha no molho da família e,


embora eu saiba que é uma receita secreta que todos querem
mais, receio que não tenha tido sorte.

–Eu adoro quando você fala sobre sexo e culinária comigo. –


Eu dei um passo em direção à ilha, colocando meus antebraços
nela com um olhar aquecido.

–Pode ser porque somos Coca–Cola e você sempre se


conforma com Fanta.

Seus olhos vagaram na direção do meu quarto.

Todos os músculos do meu torso ficaram tensos quando


soltei uma risada genuína. Meus caminhos em forma de V do
abdômen marcado, os braços fortes e peitorais proeminentes
não escapavam de seu olhar, e suas bochechas cor de pêssego
admitiam isso, mesmo que ela nunca o fizesse.

– Eu te quero

eu disse simplesmente, sem desculpas, porque eu a queria.

– Como você fez com a minha irmã.

Baby LeBlanc assentiu brevemente.

–Você está planejando foder seu caminho através da nossa


árvore genealógica? Preciso imprimir uma cópia do nosso perfil
ancestry.com?

– Por favor, quando tiver a oportunidade.

Eu respondi –lhe com um pouco de sua insolência.

– Embora eu tenha a sensação de que você pode me manter


ocupado muito bem sozinha.

– Você é teimoso demais,

ela disse, como fazia em qualquer outro momento, tomando


outro longo gole de sua xícara de Joe.

– Sim. Sem falhas nesse departamento. Ou qualquer


departamento, para esse assunto.

Meu sorriso se alargou quando seus olhos deslizaram para


minha virilha. Nós estávamos envolvidos em uma batalha de
vontade. Que foi bom Eu estava destinado a vencer. Eu sempre
conseguia o que queria. E o que eu queria estava sentada na
minha frente, esperando pelo veredicto sobre o aluguel dela.

Kennedy e Natasha apareceram do corredor. Elas eram


colegas de quarto, por isso não fiquei surpreso quando a última
disse a sua amiga que o Uber que ligaram chegaria em três
minutos. Compartilhar um táxi era uma economia inteligente.
Elas precisavam ver suas despesas depois de inalar o valor do
aluguel em coca. Bom para elas.

– Tchau garotas. – Eu acenei.

– Adeus, seu imbecil. – Kennedy jogou o sapato de salto alto


com um movimento de braço que fez o jogador em mim querer
assobiar em admiração. Eu me esquivei, abaixando a cabeça
rapidamente. O tamanco vermelho voou pela cozinha, passou
pelo ombro de Rosie e bateu na geladeira. Ele fez um dente. Pelo
menos ela tinha isso a seu favor. Nenhuma mulher jamais
conseguiu fazer isso antes. Rosie tomou um gole hesitante do
café, cheirando a indiferença.

–Hmm, ela disse.

– Isso é bom.

Ela não quis dizer o café. Ela fez aquele pequeno gemido. De
novo.

Vou te arrastar pelo cabelo até o lado negro e você não tem a
mínima ideia.

–Vamos direto ao ponto, querida. Você estará voando comigo


para Sinners Saints na sexta–feira.

Eu peguei a colher de proteína de soja do seu recipiente,


misturando com leite em pó desnatado. Não sei como pareço
depois de engolir fast food o dia todo. Isso fazia as coisas se
equilibrarem. Não importa o preço. Na academia, no trabalho,
ser um filho doce e perfeito. Tudo foi calculado e vencido da
maneira mais difícil. Não há atalhos para mim. Tem sido assim
desde que eu era muito jovem, mas ninguém fazia idéia. Para
eles: para Rosie, sua irmã, meus amigos, eu era um idiota
sortudo que nasceu com uma colher de prata enfiada tão
profundamente na boca que nunca teve que levantar um dedo e
trabalhar. Eu os deixo pensar isso. Não há mal em ser
subestimado.

Eu ouvi Rosie se arrastando no banco alto da ilha e eu sabia


que ela não ia cair sem lutar. Para uma menina doente, ela era
corajosa como merda.

–Millie já me perguntou. A diferença de preço é de duzentos


dólares por passagem. É só o ensaio, amigo. Não é como se fosse
faltar no casamento real.

O casamento real será no domingo, mas a maioria dos


participantes: incluindo Jaime, Trent e eu, iremos voar para
Sinners Saints na sexta–feira, faltava uma semana e meia e
programaram um jantar de ensaio, uma despedida de solteiro e
o casamento de uma só vez, ninguém poderia escapar. Nós
éramos um grupo muito unido. Toda vez que poderíamos ter um
bom tempo juntos, aproveitavamos a oportunidade. Rosie
economizava dinheiro por escolha. Sua irmã iria casar com um
dos homens mais ricos da América. Eu aprecio como Baby
LeBlanc não era o tipo de garota sanguessuga no saco de
alguém, tem o apartamento e comodidades quase de graça, e
elas também pagam os seus medicamentos, mas trabalhou duro
para todo o resto. E ela arranja tempo para trocar fraldas sujas e
cumprimentar os visitantes em um hospital infantil algumas
vezes por semana. Ela era uma tutora, mas não precisava de um
lembrete disso.

–Você é a dama de honra. –Eu me virei para ela, inclinando


um quadril contra o balcão. Seus olhos estavam fixos no meu
bíceps inchado quando eu misturei minha bebida. Movendo–se
para a frente e para trás como uma bola de tênis, Ela lambeu os
lábios, sacudindo a cabeça, provavelmente para se livrar da
imagem mental de eu batendo em sua bunda com o mesmo
braço musculoso.

–Eu entendo a seriedade do papel, e sou perfeitamente capaz


de andar em linha reta com sapatos desconfortáveis por dois
minutos enquanto seguro o vestido dela. Você percebe que essa
é a única coisa que minha parte implica, certo?

– Que tal uma festa de despedida?

Eu esfreguei meu abdômen nu para tentar fazê–la gemer ou


lamber os lábios, jogando a cabeça para trás e mordendo um
pedaço de biscoito de caramelo que não tinha gosto de biscoitos
ou doces era tudo como bosta podre.

– Que quer dizer com isso?

Me desafiou, seu olhar fixo no meu rosto.

– Quem está planejando a despedida de Millie? Não deveria


ser esse o papel da dama de honra também?

– Está sob controle, e vai ser épico. Por quê? Você está
planejando a festa de Vicious?

Ela perguntou, surpresa. Ela inclinou o corpo para a frente,


seus seios pequenos e alegres se apertando dentro do sutiã. Eu
rosnei, sentindo meu pau inchar dentro das minhas calças de
moletom baixas.

Olhando de fora, isso parecia como se Vicious e eu


tivessemos muitos problemas. A verdade era que nossa amizade
era forte. Era diferente da fraternidade normal que o resto dos
garotos tinha, mas era sólido.
– Eu farei isso. Jaime também está ajudando. Estamos
fazendo um final de semana em Las Vegas.

– Clásico. – Seu sorriso era condescendente.

–Bem, nós consideramos não dar a mínima e pagar pelo


jantar de ensaio do nosso amigo, mas então você veio e roubou
nossa idéia. O que se passa por sua cabeça, afinal? Você está com
problemas porque sua irmã mais velha vai se casar?

Ela se virou em seu assento e, quando vi seu rosto, algo


ficou tenso no meu peito. Ótimo, idiota. Tudo o que eu disse
afetou–a o suficiente para drenar o sangue de seu rosto.

– Cala a boca, Ruckus. Só estou perguntando se o que planejei


é elegante o suficiente. Eu estava organizando uma festa do
pijama de algum tipo.

Os olhos vazios e inseguros perguntaram minha opinião. Isso


não soava como ela. Rosie geralmente queimava com
autoconfiança, e parecia uma merda ser o único a apagar sua
chama.

– Festa do pijama, hein?

Eu fiquei ao lado dela apenas para ser capaz de escovar os


dedos contra sua cintura. Por acidente, claro.

– Millie é uma garota discreta. Eu não vejo uma razão pela


qual ela não gostaria disso.

– Eu te direi por que, porque você está indo pra Las Vegas.
Agora eu tenho que melhorar meu jogo. – Ela reclamou,
servindo uma segunda xícara de café sem perguntar.

– Você quer ser uma boa irmã? Você pode começar a aceitar
a maldita passagem que eu vou te comprar.
– A resposta é não, ela respondeu, arrastando as palavras,
suspirando alto.

– O inglês não é sua língua materna? Devo dizer não em


outro idioma? Eu não falo idiotez fluentemente, mas eu posso
tentar –, ela rosnou

–Vicious está falando seriamente sobre isso. Ele virá aqui e


arrastará você ele mesmo. Eu sou o menor dos dois males, Baby
LeBlanc. Você vem comigo –, repeti. Não que qualquer um deles
merecesse algum favor de mim, mas eu estava feliz por Vicious e
Millie. Ainda mais feliz de passar uma semana com Baby
LeBlanc. Eu tenho estado vidrado em sua bunda redonda e
cremosa por anos. Já era hora de reivindicar isso.

Rosie desviou o olhar, cruzando os braços como uma criança


teimosa.

–Não.

–Sim

eu disse exatamente no mesmo tom.

–E é melhor você arrumar uma mala, porque o voo estará


partindo na sexta–feira de manhã, e nós dois temos uma semana
ocupada pela frente.

Ela piscou, sem responder.

– Vamos fazer um bom negócio, ok? –Eu a enfrentei,


cotovelos na ilha. Seu corpo seguiu o exemplo, gravitando em
minha direção. Estávamos alinhados e ela não sabia, mas
parecíamos dois corpos esculpidos. Feitos um para o outro. O
que ela também não sabia era que íamos testar minha teoria e
ver se íamos combinar. Logo muito porra em breve.
– Vou levá–la para o covil do diabo, porque você tem que vir.
– Eu sabia o quão impossível Vicious poderia ser. – Mas estou de
plantão se você precisar de alguma coisa. Pense nisso. É uma
boa maneira de nos conhecermos. – Eu ofereci–lhe um sorriso
com covinhas.

– Eu não quero te conhecer. Tudo o que sei sobre você, é o


suficiente para eu não gostar– disse Rosie.

– Se não vamos falar do meu aluguel, me avise e eu sairei.

– Venha para Sinners Saints comigo.

Eu ignorei sua última declaração. Porra, ela foi muito


persistente. Por que isso me excitou assim? Talvez porque a
maioria das mulheres tivesse uma tendência a agir de forma
diferente na minha frente. Elas eram legais, muito bobas e
sedutoras. Três coisas que você não pode culpar Baby LeBlanc
por ser.

– Esqueça isso

ela murmurou, descendo do banquinho.

–Rosie

Eu a adverti.

– Dean

Foi a sua vez de me imitar. Ela revirou os olhos.

– Deixe–me saber qual é o meu novo aluguel antes do final do


mês, por favor. Eu preciso fazer os arranjos necessários, se eu
não puder manter o apartamento.
Ela caminhou até a porta e a bateu antes que eu tivesse a
chance de dizer a ela que o aluguel seria o mesmo se ela viesse.

Eu estava bem, eu tinha paciência, contanto que as coisas


fossem do meu jeito. Baby LeBlanc iria se curvar para mim
eventualmente.
O que te faz sentir viva?

Peguar um ônibus com uma rota que eu não


conheço. Caminhar o longo caminho para casa,com o
sentimento que meus sentidos aumentam à medida
que meu corpo se torna mais alerta para a
paisagem desconhecida que me rodeia.

– Que playlist louca, menina – Comentou minha melhor


amiga na quarta-feira seguinte, quando conectei meu USB ao
laptop do The Black Hole. Eu fiz uma playlist de oito horas com
os melhores dos melhores, assim como fiz em cada turno que
tive. Pessoas vieram de toda Nova York para ouvir minhas
playlists. Os clientes disseram que ela lhes deu algum conforto
de suas residências em Manhattan. Do pop elétrico francês, do
punk anarquista ao velho rock britânico, minha música era
como uma batida. Ela trouxe todas as crianças para o pátio e as
fez pagar cinco dólares por um pequeno leite. Vitória.

– Obrigada, querida

pisquei para ele, afastando–me do laptop e limpando o


balcão na minha frente pela enésima vez naquela manhã.
Embora eu tivesse 100% de incapacidade devido à minha
doença, optei por trabalhar. A produtividade transformou
minha palha em ouro. Trabalhar era minha salvação, porque
quando você possui uma enfermidade como a minha, toda a sua
vida adulta está em liberdade condicional.

– Como está o seu vizinho quente?

Elle perguntou, seus cotovelos pressionados contra o balcão,


as pernas tocando a melodia de "I'm Shipping Up to Boston" de
Dropkick Murphys que tocava ao fundo.

– Ainda mega–rico?

– Oh sim. Ele também ainda é um mega–idiota

tossi minha resposta. Eu desejei que minha amiga loira,


curvilínea e bonita, Elle, não tivesse conhecido Dean no mês
passado por dois segundos. Eu não achei que ela iria notar sua
existência quando ele nos encontrou no elevador e me
perguntou se eu queria ir, e quando eu perguntei onde, ele disse
em sua língua, mas ela o notou, tudo bem. E quando ela
descobriu que era um dos CEOs da empresa de investimento
fiscais monstruoso Heights Holdings além de ser bonito, todas
as apostas foram feitas. Ela estava me perguntando sobre ele
desde então.

– Isso não nos importa– Agitou suas mãos, ignorando a mesa


de clientes desesperados no final da loja que pediu–lhe para
entregar–lhes a conta há um século atrás. Eles podiam dançar o
"Copacabana" e ela ainda não os notaria. Elle era uma mulher
incrível, bem como uma garçonete terrível. Digitei seu pedido
imprimi sua conta, me aproximando da mesa e oferecendo–lhes
bolos de limão em cortesia antes de retornar a uma Elle ainda
inconsciente. Embora eu fosse a barista e tecnicamente não
fazia parte do meu trabalho, eu ainda cobria Elle o tempo todo.
– Pra você não, mas pra mim importa. De qualquer forma, ele
está tentando me levar com ele para Sinners Saints na sexta–
feira ao invéz de sábado. Eu não quero

Mordi meu lábio inferior, pensando em mamãe e papai. Eu


não contara a Elle sobre minha conversa com Dean. Ela esteve
ausente durante toda a semana, visitando seus pais em
Nebraska. A última coisa que eu queria era despejar meu lixo
pessoal nela e arruinar suas férias.

– Esqueça isso, diabos não

Elle balançou o dedo indicador, seus olhos castanhos


examinando os dois clientes jovens e masculinos que entraram
no café, estupidamente esperando por sua atenção.

– Seus pais são um fardo e sua mãe está sempre no seu pé.
Além disso, eles ainda não sabem que você terminou com o
Darren, certo?

Verdade. Além de meus pais, eu teria que sair com Vicious e


Dean, duas das minhas pessoas menos favoritas. A semana
definitivamente seria um desafio. Eu mudei de assunto,
ignorando o festival de auto–piedade que eu estava tentada a
me jogar.

– A propósito, eu preciso mudar meu plano para a festa de


despedida de solteira da minha irmã. O novo precisa ser louco
com um toque brilhante

Abri um dos potes de biscoito de chocolate que cobriam o


balcão, pegando dois e colocando na boca.

– Alguma sugestão?
Não diga Vegas, não diga Vegas, não diga Vegas, eu rezei
internamente.

– Duas palavras: Las Vegas.

Ela desenhou um letreiro brilhante imaginário no ar.

–Faça um tour na cidade do pecado. Strippers masculinos.


Bebadeira. Um concerto de Britney Spears. Todos os prazeres
pecaminosos que você pode aproveitar, basicamente.

Eu rosnei, jogando minha cabeça no balcão com um baque. O


dinheiro não era um problema. Se eu pedisse a Vicious, ele
desembolsaria qualquer quantia que precisasse para que isso
acontecesse. Embora o tempo em Las Vegas significasse menos
tempo com mamãe e mais tempo com Millie, ainda não era a
minha praia.

– Alguma outra ideia? –

Eu levantei uma sobrancelha. Elle teve uma chance melhor


de me puxar para uma caverna cheia de vampiros famintos do
que conscientemente passar o tempo na mesma área de Las
Vegas com os Garotos Quentes de Sinners Saints, também
conhecidos como os melhores amigos do noivo. Especialmente
Dean Cole. Seus constantes avanços e insinuações sexuais
irritavam meus nervos.

– Honestamente, Vegas é sua melhor opção, garota. Caso


contrário, você pode seguir o roteiro usual. Faça uma festa com
o tema de consolos, o que você não quer fazer mais porque é
chato, ou um fim de semana no Cabo. Agora, chega de
carboidratos para a dama de honra. – Ela colocou uma mão na
tampa do frasco quando eu fui para outro biscoito, balançando a
cabeça.
– E lembre–se, você não pode ser uma Annie.

– Annie? – Eu fiz uma careta.

– Sim. Você sabe, de “damas em guerra”. Não deixe que


nenhuma das outras damas de honra de Millie ofusque você.
Essa merda vai te perseguir por toda a vida.

De alguma forma, eu duvidei disso. Millie não tinha muitas


amigas. Eu era sua única dama de honra. Suas expectativas eram
terrivelmente baixas para começar, graças a Deus.

– Eu aprecio o conselho –, eu bufei.

– Não mencione isso.– Ela moveu seus ombros ossudos.

– Sério, não faça isso. A qualquer um. Prometi que deixaria


as comédias românticas quando tivesse dezesseis anos como
parte de uma aposta. Eu acho que ainda está funcionando. Mas
eu quebrei uma ou mil vezes.

Eu ri, porque com Elle, você não podia deixar de rir.

– Sério, Rosie. Las Vegas seria perfeita. Não pense no que


você quer, pense em Millie. É a sua semana. E também é correto
aceitar o convite do seu vizinho caloroso para chegar antes a
Sinners Saints.

Eu odiava quando Elle estava certa.

Eu dei uma olhada no horário no meu celular, tinha que levar


o cachorro do meu vizinho para uma caminhada em meia hora, e
o metrô estava sempre cheio nesta época do ano com turistas
suficientes para povoar um país de tamanho médio. Eu abaixei
meu queixo.

– Vinho e sushi hoje a noite?


– Sashimi para mim. Estou de dieta neste verão. – Ela passou
as mãos pelo corpo, traçando curvas inexistentes antes de
levantar o polegar em aprovação. Então fez uma pausa,
franzindo a testa.

– Ei, quem você vai convidar para essa festa de despedida,


afinal? Sua irmã não é exatamente uma borboleta social. – Isso
foi um eufemismo se alguma vez ouvi um. Além de sua amiga do
ensino médio, Sydney, que ficou em Sinners Saints, e uma
menina aleatoriamente mais velha que ela conheceu em Los
Angeles chamada Gladys, que a ajudou a montar sua galeria, ela
realmente não saiu com mais ninguém. Eu balancei a cabeça,
ocupada em reorganizar as xícaras de café no balcão

– Sem vergonha, pedindo um convite. A que ponto o mundo


chegou?

– Olha, senhora, se você não se importa com o nosso mundo,


você pode se mudar para outro planeta. E sobre aquele convite,
– Ela o socou no ar uma vez.

– Nós estamos indo para Las Vegas! Chocar os cinco?

– Chocar os cinco e polegares para cima? Não, obrigada, acho


que tive uma boa dose de estupidez por hoje –, eu brinquei.

– Seu vizinho sexy vai estar lá também? Em Las Vegas, quero


dizer. Parece o tipo de pessoa que faz uma festa maluca.

– Sim –, eu rosnei, e quando eu disse isso, percebi que eu não


estava apenas chateada com a perspectiva de ter Dean por
perto. Eu também estava animada. Só um pouco, mas o
suficiente para fazer meu estômago dar voltas. Isso deveria ter
me avisado. Era para ter sido o primeiro sinal de alarme. Porque
todos sabiam uma coisa, após o relâmpago, vem o trovão.
– Foda–se se eu me importo com Colton, vamos deixar cair a
demanda por seu rabo mais rápido um monte de merda depois
de uma visita a esse restaurante todo–você–pode comer na
Broadway só para ter certeza de que nenhuma pode comprar
mais ações até uma investigação mais completa. Ficou claro?
Colton? Colton! Maldita seja.

Oh merda!

Sua voz correu para os meus ouvidos um segundo tarde


demais. Não tive tempo de pular do elevador antes que ele
passasse o braço pela barreira – aquela que segurava o celular –
para reabrir a porta. Dean cruzou o limiar do elevador usando
seu terno azul–marinho de três peças e sorriso presunçoso,
pressionando o telefone contra o ouvido enquanto afrouxava a
gravata de seda vermelha queimada.

– LeBlanc –, ele sussurrou sedutoramente, terminando a


ligação. Eu o ignorei, olhando para os números acima da minha
cabeça. Seu corpo pressionou contra o meu por trás e seus
lábios encontraram meu ouvido.

– Seus mamilos sempre endurecem quando alguém entra no


elevador com você, ou você mantém essa reação só para mim?

Merda dupla.

Meus olhos foram para baixo da minha camisa preta.


Horrorizada, lembrei–me que hoje de manhã usei um sutiã fino,
quase sem bojo, sob a camiseta do Misfits.

– É uma piada, mas é bom saber que você tem um motivo


para se preocupar. – Dean soltou uma risada zombeteira.

Estúpido! O que você quer? – eu rosnei.


–Você, na minha cama, brincando com minhas bolas
enquanto eu chupo seus seios até eles sangrarem. Talvez nos
masturbar. Apenas como um aperitivo, obviamente. O prato
principal será melhor, mas você terá que ver por si mesma.

Merda tripla.

Agora eu estava molhada. O elevador tocou. Eu corri para


fora, abri a porta e joguei as chaves em uma tigela artesanal que
mamãe fez na aula de cerâmica que supostamente era uma
figura egípcia, mas mais parecia um macaco chorando, chutei
minhas sandálias contra a parede com um baque . Andando
descalça até a cozinha, abri a geladeira e bebi o suco de laranja,
pegando dois goles grandes diretamente da embalagem. Não foi
até que eu limpei minha boca com o antebraço que percebi que
Dean estava na cozinha comigo, olhando para mim com os olhos
verdes mais intensos que eu já vi na minha vida.

– Reavaliação de aluguel. – Ele lambeu seus lábios.

– Antes de fazer outra birra, me escute. Há uma boa oferta na


mesa.

– Apenas me diga o preço. Suas ofertas são ações judiciais


por assédio sexual iminente. – Dean sorriu quando seu telefone
tocou novamente. Então ele olhou para baixo e franziu as
sobrancelhas, alargando as narinas. Ignorando o som, ele
encontrou meus olhos novamente.

–Não é assédio quando se está obviamente no jogo.

Eu fui até a pia, lavei minhas mãos para ganhar tempo,


abstendo–me de responder a ele.

– É hora de fazer as malas para Sinners Saints , Rosie–bug.


O simples fato de ouvir o nome que meu pai me dava em sua
língua me fez estremecer.

– É? Eu vou embarcar em um avião no sábado à noite. É o que


mimha passagem de avião diz.

– Não é a que você vai usar.–Ele inclinou a cintura contra a


pia, os olhos me despindo, pedaço por pedaço. A chamada em
seu telefone foi cortada, mas outra começou, piscando a tela. Ele
também a ignorou.

–Eu não vou com você.

Ele riu, sacudindo a cabeça como se fosse um cachorrinho


adorável e bobo.

– Quer apostar?

– Claro – Eu encolhi os ombros.

Ele se afastou da pia, parando onde podia cheirar, mas não


tocar. Não tão perto, mas o suficiente para que aquele arrepio
percorresse minha espinha. E era verdade que, mesmo depois
de todos esses anos, ele ainda tinha esse efeito em mim. Esse
sentimento inesperado que eu não conseguia controlar, que eu
não sabia o que dizer ou fazer. Ele ficou atrás de mim e tirou
uma mecha de cabelo da parte de trás do meu pescoço, deixando
minha pele quente e eriçada. Então ele se inclinou e murmurou
no meu ouvido:

– Este tipo de apartamento custa oito mil dólares por mês no


mercado. Você está me pagando cem dólares por mês. Eu tenho
que o ajustar ao resto de Nova York, senhorita LeBlanc?

Não havia ameaça em seu tom. Dean 'Ruckus' Cole era um


tipo diferente de idiota do que o Baron 'Vicious' Spencer. Ele
fode você com um sorriso gentil no rosto. Nesse sentido, ele era
um coringa. Em sua mistura de confiança, arrogância, boa
aparência e dinheiro, havia uma pitada de loucura. O suficiente
para você saber que ele estava falando sério com cada palavra
que ele disse.

Viver no limite, tão completamente,tão imprudentemente,


pronto para cair.

Eu engoli em seco, meu coração batendo tão rápido que achei


que ia derramar no chão. A emoção encheu meu peito,
nauseante e viciante. Eu sempre fiquei longe do Dean Cole do
mundo. Eu era a Chapeuzinho Vermelho, que deu uma olhada no
lobo, disse “ao diabo, não vale a pena", virou–se e correu para
salvar sua vida.

Agora que penso nisso, Dean foi o mesmo cara que me


ensinou essa lição.

Darren era mais meu tipo. Bonito de uma forma tímida e


reservada. Um estudante de medicina que conheci quando ele
pediu chá de ervas no The Black Hole. Agora, eu não sabia o que
fazer, com Dean tão perto. Minhas mãos pareciam ter sido
artificialmente ligadas ao meu corpo. Pesada e estranha. Eu
sabia o que faria essa sensação ir embora. Tocá–lo Mas isso não
era uma opção.

– Arrume. Uma Fodida. Mala. De. Viagem–. Sua voz era dura
e, se não me engano, não era a única coisa dura nele.

–Se Vicious vier a Nova York para te levar, ele vai me dar
merda. Olha, Baby LeBlanc, eu gosto de manter minha vida
simples. Sem problemas –. Ele virou outra mecha do meu cabelo
em volta do seu dedo, flashes de luxúria brilhando através de
suas pupilas. O leve toque provocou arrepios desde o crânio a
coluna, contorcendo–me pelo resto do corpo como um choque
elétrico.

O que diabos está acontecendo e por que eu estou deixando


acontecer?

– Isso significa sem namoradas, parceiros de negócios


suspeitos ou vizinhos que não sejam vizinhos – enfatizou ele.

–Você é uma complicação agora, e eu odeio fazer isso, mas se


tenho que escolher entre te incomodar ou incomodar aquele
filho da puta, você já sabe da minha escolha.

– Eu te odeio tanto

eu exalei, e meus pulmões bufaram, lembrando–me que meu


coração precisava desacelerar. Estar tão perto de Dean era como
uma queda no seu estômago quando você está numa montanha
russa. Ele pressionou seu corpo contra o meu e eu senti seu
sorriso na minha pele, logo abaixo da minha orelha. Nesse lugar
sensual entre sua libido e sua alma.

– Vicious diz que foder com ódio é o melhor. Você se importa


de tentar sua teoria?

Dando um passo para o lado e quebrando o contato físico, eu


respondi:

– Você se importa de cair morto?

Embora não houvesse sentido em resistir a ele. Eu sabia que


ele iria cumprir sua ameaça, e a pior parte era que eu não
poderia pará–lo. Eu sabia que estava errada. Eu sabia que
deveria apenas aceitar a maldita passagem.

Algo escuro brilhou em seu rosto. Algo que estava sempre lá,
mas parecia que só eu notei isso.
– Mantenha este pensamento

Ele apontou para mim com a mão que segurava o celular e


arrastou o dedo pela tela. Finalmente Foi a terceira vez que essa
pessoa ligou.

–Volto em um segundo.

Dean desapareceu no meu corredor. Eu fiquei lá, sem saber o


que fazer.

– Olá, senhorita caça fortunas, como posso ajudá–la? A última


vez que eu me lembre, eu disse para você fodidamente não me
ligar. Isso mudou de alguma forma?

Ele parou por um momento antes de continuar.

–Mas essa é a questão, Nina, querida. Você não pode estalar


os dedos e me fazer engatinhar para te salvar. Você fez sua
maldita cama. Agora deite–se. Não é a minha guerra, não é a
minha batalha. Não. É Meu. Porra. Problema – Sua voz era
excepcionalmente amarga.

Na verdade, ele parecia tão furioso, tão zangado, fora de si,


que eu visivelmente me encolhi quando o ouvi. Acendeu uma
emoção estranha em mim que nunca antes havia associado a
Ruckus. Medo, Dean nunca ficou bravo ou chateado. Ele foi o
menos exaltado dos quatro Garotos Quentes. Raros eram os
momentos em que seus pelos estavam arrepiados – ele estava
realmente chateado – e acho que não o ouvi levantar a voz do
lado de fora do campo de futebol. Mesmo antes, quando ele
gritou para Colton, ele zombou de toda a situação. Divertido

Eu pressionei meu ouvido contra a parede, escutando.

–Eu não vou para Birmingham.


Birmingham? Como em Birmingham, Alabama? Eu sempre
achei que conhecia a vida de Dean muito bem. Claramente, ele
tinha mais esqueletos em seu armário.

– Há algo seriamente errado sobre o fato de que eu estou


ouvindo você agora mesmo. Sua proposta é ofensiva no melhor
dos casos e no pior dos casos, maluca. Você teve anos para fazer
isso. Anos para me deixar ver. Agora é tarde demais. Não me
interessa. Sério, Nina, apague meu número da sua lista de
contatos. Economize tempo e dinheiro para nós.– Inalando
como se seus pulmões não tivessem fundo, a chamada terminou.
Um súbito golpe direto na parede que nos separou me
recompensou com um ruído que zumbiu no meu ouvido.
Merecido sem dúvida, foi o meu sinal e eu me virei, jogando–me
para o lado oposto da ilha.

Ocupar–me da cozinha era difícil, especialmente quando


ainda sentia sua raiva flutuando do outro cômodo. Abri a
geladeira e tirei alguns legumes, depois peguei uma faca. Sem
fôlego, fingi fazer uma salada. Eu vi a figura alta de Dean
emergindo na minha visão periférica, seu telefone preso
firmemente entre os dedos. Ele pareceu um pouco surpreso ao
me ver, como se tivesse esquecido que eu estava aqui, mas
depois relaxou e devolveu seu sorriso arrogante ao rosto, como
se estivesse rearranjando uma imagem distorcida na parede.
Afrouxando ainda mais a gravata, ele andou na minha direção.

– Uma aventura de uma noite que deu errado? – perguntei,


cortando um pepino em pedaços finos.

– Não é o que você pensa –, ele murmurou, bagunçando os


fios rebeldes de seu cabelo delicioso.

– Onde estávamos?
–Eu acho que você estava me chantageando.

–É certo. Eu estava. Sexta pela manhã. Mala.Roupas.Atitude.


Pensando bem, mantenha essa atitude. Eu gosto de todo esse
excesso de energia. Você só precisa de um bom lugar para
descarregá–la. Eu tenho o lugar perfeito para você

Ele piscou para mim e, como se precisasse de confirmação,


acrescentou:

–Minha porra de cama.


O que são vinte mil dólares?

É muito dinheiro? Uma quantia razoável de dinheiro? Tão


pouco, é como não ter dinheiro? Isso depende pra quem você
pergunta. Para mim, vinte mil dólares eram simplesmente troco
no meu bolso. Não tinha efeito na minha vida. Ao contrário da
crença geral, não era porque meus pais encheram minha conta
bancária. As pessoas achavam que eu era um bebê de fundo
fiduciário e eu as deixei pensar assim, porque, francamente,
quem se importa?

A realidade é que os meus pais me levaram para a


Universidade de Harvard, me deram dinheiro, mais somente o
dinheiro para o meu investimento inicial na Fiscal Heights
Holdings, a empresa que eu construí com três dos meus
melhores amigos, Trent, Jaime e Vicious, e ajudou–me
mentalmente e espiritualmente . Fodidamente muito. Mas o fato
de estar nadando em mais dinheiro do que poderia gastar com a
tenra idade de vinte e nove anos? Isso foi tudo eu, baby.

Eu e meu cérebro inteligente.

Eu e minha natureza persuasiva.

Eu e meu talento com números.


Portanto, a falta de fundos certamente não foi a razão pela
qual foi tão difícil para mim clicar no botão Aprovar a transação
e transferir vinte mil dólares. Eu não queria que Nina os tivesse.
Eu não queria que ela fosse feliz.

Queria que ela falhasse?

Queria que ela permanecesse pobre, perdida e sombria?


Queria me vingar dela por ser uma cadela tão má comigo?

Sim. E isso me fez uma pessoa ruim? Eu não acho.

Porra, claro. Eu gostaria que minha futura filha namorasse


alguém como eu? Inferno não.

Eu podia sentir o cheiro da minha espécie por milhas. Mas eu


não poderia me comprometer completamente com a palavra
mal. Eu tinha visto o mal. Crescendo com Vicious, isso era um
homem mau. Eu não fui cortado do mesmo tecido.

Eu ajudava os idosos a atravessar a rua, levava suas sacolas


de compras, mesmo que isso significasse que estava atrasado
para reuniões importantes. Eu nunca confundi ninguém na
minha regra de porra de uma noite. Eu fui cortês, e não apenas
por obrigação, mas por natureza, eu votei, nunca, nunca ofendi
pessoas de propósito e tenho patrocinado uma criança africana
por cinco anos. Nós até trocamos cartas de vez em quando.
(Kanembiri e eu concordamos que Scarlett Johansson era
maldição quente e Manchester United FC chupava bolas
peludas. Porque algumas coisas eram simplesmente um
consenso internacional.) Então você poderia dizer sinceramente
que era uma pessoa má? Não. Não era. Eu amava fodidamente as
pessoas. E eu adorava fodê–los ainda mais. Eu era o mais
extrovertido e social de cada um dos meus amigos. Foi por isso
que a situação não estava bem comigo. Eu estava olhando para a
tela do meu MacBook por vinte minutos. Meu dedo indicador no
bloco. Apenas fodidamente discutindo com meu idiota interior.
Que porra você se importa? Você ainda é rico. Ela ainda é pobre.
Ela sempre será infeliz, não importa onde ela vá.

Uma batida suave na porta me tirou dos meus pensamentos.


Sue entrou sem permissão.

Tecnicamente, ela acertou, mas essa era uma semântica


barata da parte dela. Minha assistente pessoal era rude,
vingativa e francamente desagradável quando a oportunidade
se apresentou desde que eu tinha sido pego transando com
outra garota contra uma mesa na filial da Fiscal Heights
Holdings em Los Angeles. Não importava que Sue e eu acabamos
de compartilhar uma breve e casual aventura. Foi errado da
minha parte foder minha assistente pessoal? Provavelmente, Eu
havia dito a ela, desde o início, que era mais provável que eu me
tornasse cientologista, do que me envolver em um
relacionamento? Sim, eu fiz, várias vezes, antes mesmo de dar
gorjeta. Teria dito que ela "entendeu completamente e que
estava totalmente no mesmo lugar da vida"? Você pode apostar
sua bunda que ela não fez. Mas nada disso importava quando o
empurrão veio, depois um gemido, depois uma atriz aspirante
Feliz gritando meu nome tão alto, que a segurança quase
invadiu o escritório para verificar se estava tudo bem.

Fazia quase um ano desde que ela "me pegou", não a traindo,
e as coisas pioraram progressivamente a cada mês que passava
com minha infidelidade inexistente. Qualquer outra garota
poderia ter passado pelo meu deslumbrante escritório em
Manhattan, mas Sue tinha um contrato especial que eu mesmo
havia escrito (sem antecedentes legais, obrigado por perguntar),
em uma situação muito particular em que ela estava engolindo
meu pau, então eu não poderia demiti–la Eu também não
desistiria e pude ver o porquê. Paguei–lhe bem e as horas eram
relativamente razoáveis para uma companhia financeira no
centro de Manhattan, mas ela também não me deu uma folga.
Como agora, ela rapidamente entrou no meu escritório com a
saia lápis e os saltos altos e a impecável franja branca e o rosto
azedo. Eu tive sorte que meu escritório era feito apenas de
janelas de vidro (além da porta de madeira preta). Havia sempre
a possibilidade de que ela tentasse cortar minhas bolas e
empurrá–las na minha garganta.

– Bom dia, Sr. Cole.

Seus lábios carmesim mal se moviam quando ela deslizou um


dedo sobre seu iPad, observando–o atentamente. Eu fechei a
janela do site da minha conta bancária, bloqueando o
pensamento de transferir dinheiro para a minha arqui inimiga.
Ela poderia esperar. Ela com certeza me fez esperar. Por anos e
anos

–Sue

eu disse, me inclinando para trás e entrelaçando meus


dedos. Recusei–me a jogar o jogo de merda onde eu a chamei
pelo sobrenome dela, senhorita Pearson, porque eu era
acessível e informal com minha equipe. Além disso, era um
pouco pornográfico, até para o meu gosto, referir–me a alguém
como "Senhorita Sobrenome" abruptamente quando eu estivera
com os dedos dentro dela em algum momento da minha vida.

– Como esta hoje?

Eu perguntei.

– Bem. E você?
– Se estivesse melhor, me preocuparia em explodir de
felicidade

Meu sorriso estava intacto, mas minha voz estava seca como
papel. Estava feliz? Estava triste? Estava muito fodido para
distinguir os dois sentimentos? Quem diabos sabia? O que eu sei
é que eu precisava de uma bebida ou três, que era o que eu
costumava sentir depois de falar com Nina.

Sue parou no meio da sala, seu corpo inclinado em direção à


minha mesa de vidro, minha cadeira executiva de couro e a
pintura do chão ao teto de um antigo mapa do mundo atrás de
mim.

Genérico

Caro.

Rico.

Tudo que eu vendia para o mundo sobre mim mesmo. Este


escritório era uma casca, como a minha aparência. Este
escritório não me representou. E sim minha aparência

– Está tudo bem ...– Ela fez uma pausa antes de ofegar,
movendo sua caneta especial e elegante sobre seu iPad especial
e elegante. Não é uma merda comum para essa garota.

– Tenho reservas para você no The Breakfast Club para


almoçar com Cynthia Hollyfield. Não esqueça sua reunião com o
Sr. Rexroth, o Sr. Spencer e o Sr. Followhill às duas. A sua
limpeza a seco deve ser recolhida mais tarde hoje e estará
esperando em sua casa.– Estava disparando todas essas coisas
enquanto eu folheava as páginas de um relatório para um
cliente que eu deveria encontrar quando sua cabeça parou.
– Então, e o seu e–mail sobre a reserva de um bilhete extra
para Sinners Saints para Rose LeBlanc? Você pode confirmar
que ela voará de primeira classe com você amanhã de manhã?

Arqueou uma sobrancelha depilada. A verdadeira questão,


claro, era: você está transando com ela? E a resposta honesta a
essa pergunta, à qual respondi com duas piscadas lentas, foi:
não é sua maldita conta.

–Confirmado

eu disse, olhando para um parágrafo de outro acordo de


fusão em andamento sem realmente lê–lo.

O ar condicionado zumbiu entre nós. Quarenta e seis andares


abaixo, um grupo de taxistas buzinou. Os delicados teclados
ronronavam de diferentes cubículos no chão. Seus olhos
estavam nos meus e foi uma batalha perdida pela nossa
pequena Sue. Ele não podia me ler neles. Só eu sabia a língua
deles. E escolhi não compartilhá–lo com o resto do mundo.

–Bom.

Ela se mudou em seu lugar. Sue escondeu o iPad sob a axila,


virou–se e dirigiu–se para a porta. Eu observei sua pequena
bunda se mover ao ritmo de seus Louboutins pontudos, sabendo
que não era o fim. Sue sabia que Rosie era irmã de Emilia
LeBlanc, mas nunca teve o prazer de encontrar minha vizinha
do tamanho de uma fada. No entanto, Sue estava ciente do fato
de que eu não era do tipo que cuidava dos irmãos de ninguém, a
menos que houvesse algo para mim. E a senhorita LeBlanc
definitivamente conseguia arrastar a própria bunda até o
aeroporto, o que a deixou com uma conclusão correta: eu queria
entrar nas calças de Rosie LeBlanc. De mais maneiras do que eu
sempre quis em Sue Pearson.
E não seria a primeira vez que o dia especial da boceta de
outra pessoa estava caindo. Eles me conheciam por levar meus
compromissos para lugares inapropriados. Sue sabia que eu
havia arrastado uma porra de uma noite para o hospital quando
fui a Chicago para parabenizar meu melhor amigo, Trent,
quando nasceu sua filha, Luna. Quando Jaime Followhill, outro
bom amigo, se casou com sua esposa e minha ex–professora,
Melody Greene, eu fui ao seu casamento com dois randoms que
peguei no caminho para um bar. A festa de aposentadoria do
meu pai, antes de se aposentar e se casar novamente? Eu
apareci com uma de suas presas, nada menos.

Então, não foi uma surpresa que eu estivesse viajando com


uma mulher, mas para Sue, foi uma surpresa porque ela sabia
que estaria lá por mais de uma semana. E passar nove dias com
a mesma mulher? Essa foi definitivamente a primeira vez.

Ela não sabia que Rosie e eu não estaríamos sob o mesmo


teto.

Ela não sabia que Rosie odiava minhas entranhas e por um


bom motivo. Toda vez que Baby LeBlanc via meu rosto, ela via a
diversão vazia, um viciado em drogas que chegou onde estava
porque seu pai era um advogado famoso, e seu nome era Cole, e
Coles doaram dinheiro suficiente para Harvard para alimentar
metade da África, assim que meu futuro estava aberto para mim
mesmo antes de eu sabia como soletrar a palavra intitulada.

Sue não sabia que Rosie LeBlanc era a única mulher na


minha vida que não me deu seu tempo e certamente não sabia
que, ironicamente, Rosie LeBlanc era a única mulher que eu
queria o tempo todo.
E Sue não precisava conhecer nenhuma dessas coisas,
porque, como todas as outras partes da minha vida pessoal, elas
eram minhas para reservar.

Sue fez sua saída girando. Olhando para mim por baixo dos
cílios, que eu suspeitava serem falsos. Chupando as bochechas
para dentro.

Então ela fez a coisa incrível, inalou sem terminar a


performance com outro de seus ruídos.

– Sr. Cole, você vai precisar de mais alguma coisa de mim


hoje? Eu não estou me sentindo muito bem.

–Isso seria tudo

eu disse.

–Tire o resto do dia de folga. Vá descansar. Você merece.

Ela assentiu.

Eu assenti.

Sim, eu não era uma pessoa ruim, deixando minha assistente


pessoal me abandonar para que pudesse me ensinar uma lição
inútil.

Liguei meu MacBook novamente e terminei minha transação,


enviando vinte mil dólares para ela. Isso deveria me fazer sentir
melhor.

Não fez.

***
A manhã seguinte foi uma repetição da que eu tive quando
Baby LeBlanc veio ao meu apartamento vestida para
impressionar (de acordo com seus padrões). Ou seja, eu acordei
com uma estranha, enfrentei uma ressaca do inferno, que eu
decidi domar fumando um baseado gordo e grande de maconha
no meu terraço enquanto pegava um Bloody Mary. Não é o tipo
virgem. Nos dias de hoje eu nunca levei nada virgem. Afinal, a
última vez que tinha fodido algo assim, ela escapou, e agora
estava se casando com um dos meus melhores amigos.

Mas divaguei.

Talvez não tenha sido a melhor idéia que eu tinha em mente,


parar em uma loja de conveniência em uma posto em Nova
York, a caminho de JFK, às seis da manhã, e ter uma garrafa de
quem sabe que merda e terminá–la antes que o pobre taxista me
deixasse.

Eu sabia que era um movimento de merda da minha parte,


mas não podia evitar beber e fumar antes de embarcar. Foda-se,
Nina, eu murmurei a viagem toda para o JFK, como se fosse
algum tipo de mantra de ioga.

Foda-se você

Foda-se você

Foda-se você

Ziguezagueando em direção ao terminal, eu esperava que


Baby LeBlanc já estivesse dentro do avião e aproveitasse a
passagem e o táxi que lhe enviei. As chances estavam a meu
favor.
Eu a ameaçei e ela não tinha ideia de que eu não poderia,
conscientemente, aumentar o aluguel, nem mesmo um centavo.
Eu sempre tive uma fraqueza por essa garota, e parecia que
quanto mais ela me odiava, mais eu queria mostrar a ela que
sempre fomos um nós. Eu acreditava naquela merda que duas
pessoas deveriam estar juntas - porque realmente deveríamos.

Cheguei atrasado e o vôo atrasou como resultado. A pequena


senhorita Encrenca não respondeu a nenhuma das minhas
ligações, e senti uma corda invisível apertar em volta do meu
pescoço. Eu queria ir a Sinners Saints, deixar Rosie para sua
irmã e entrar em colapso na minha cama de infância.

Em algum lugar, no fundo da minha mente, eu queria escapar


da minha vida. Parar de beber e fumar com uma porra de
chaminé. Deixar de lado a merda que continuava saltando na
minha vida. Pedir–lhe uma chance em vez de pedir–lhe que me
devolva a putaria, porque toda a porcaria sexual que eu estava
dando a ela era um mecanismo de defesa para o caso de ela
dizer não.

Porque ninguém nunca disse não. Ninguém além dela, e se


ela fosse me rejeitar, eu poderia oferecer a ela meu pau e não
meu coração.

A última coisa que me lembro é a aeromoça me mostrando o


caminho e o baque suave da minha cabeça descansando no
encosto de cabeça, seguido por uma dor aguda que sugeria que
meu cérebro havia acabado de explodir. Fiz uma careta,
esfregando minha testa antes de ouvir sua voz tensa e sem
fôlego. No começo, pensei que fosse gritar comigo por estar
atrasado, atrasar o vôo e por respirar. Então eu não registrei
quando metade da minha mente meio morta decodificou suas
palavras e significados.
–Aqui. Dois Advils e água.

E deixou cair algo na minha mão.

–Vou pedir à aeromoça leite após a decolagem. Você faz essa


merda no caminho de volta, e eu vou me certificar de que toda
mulher que você levar para o prédio saiba que seu pênis está
mais contaminado do que o banheiro público do metrô.

Abri os olhos, virando a cabeça no banco acolchoado para


olhar para ela, meu olhar deslizando pelo rosto dela.

– Parece que você está muito interessado no meu pau, Baby


LeBlanc. Primeiro você queria derramar cera nele, agora você
quer bloqueá–lo.Talvez você devesse conhecê–lo e ver se vocês
dois podem ser amigos. Eu acho que você levaria isso muito
bem.

– Não, obrigado, eu literalmente preferia comer o vômito de


outra pessoa.

–Literalmente? De alguma forma eu duvido disso. A menos


que você tenha um gosto muito peculiar para o vômito.

Rosie sempre foi uma cadela comigo. Eu não a culpo, mas


também não acredito nela. Mas agora, seu rosto parecia vazio e
genuíno e, bem, fodidamente lindo. Suas bochechas tinham a cor
de pêssegos maduros, sardas adornando seu nariz pequeno e
aqueles enormes olhos azuis que olhavam para mim. Duzentos
tons diferentes de marrom e loiro em sua cabeça, tudo cortesia
da Mãe Natureza. Foi a própria definição de ninfa. Tudo nela era
incrivelmente suave e aveludado, não havia como você saber
que ela estava doente.
Eu rosnei, jogando o Advil e água na minha boca seca. Eu
limpei meus lábios quando o avião começou a deslizar para
frente, ganhando velocidade.

– Precisa de ajuda?

Me perguntou com sua voz neutra. Ela estava se referindo à


bebida. A herva. A desordem em geral era minha vida. Eu era
quase um alcoólatra de alto desempenho que fumava como se
ser drogado fosse um esporte olímpico. Ninguém reclamou
quando fechei esses negócios e conectei esse dinheiro e fodi
como um campeão.

– De fato, sim. Preciso que você me deixe em paz até


chegarmos a San Diego. Você acha que pode fazer isso?

– Porra, você é um idiota.

A última coisa de que me lembro antes de desaparecer foi


que o peito de Rosie subiu e desceu irregularmente por causa de
sua respiração irregular.

– De qualquer forma

ela sussurrou.

–Vou deixar você em paz, porque tenho a sensação de que


você teve uma semana de merda. Mas se você quiser falar sobre
isso, eu estou aqui.

Eu queria lhe contar tudo.

Eu não queria que ela soubesse de nada.

Ela me confundiu, e agora, foi a grande complicação de que


falei quando lhe disse que sempre optava pelo caminho mais
fácil. Fechei meus olhos e tentei dormir. E quando a escuridão
chegou, ela também.

Nina
Onze anos atrás

O que faz você se sentir vivo?


Observar meu reflexo na água fria e calma da
piscina.
Tonalidade azul, imperturbável.
Mergulhar em um espaço mais silencioso sem
sequer afundar meu dedo do pé na água.

Química Perigosa, Esse foi o nosso principal problema.


E essa foi a razão pela qual eu jurei nunca estar em casa quando
Dean vinha visitar minha irmã. Não foi uma tarefa difícil. Millie
sempre foi uma criatura de hábitos. Seu quarto arrumado, seus
cadernos bem conservados com caligrafia perfeita, claro com
excelentes notas dez consecutivas. Muito parecido com tudo
mais, ela reservava perfeitamente um prazo específico de tempo
em que ela estaria com seu namorado perfeito e elegante.
Terças e quintas depois da escola, por que Dean praticava
futebol na manhã e nos fins de semana, faziam planos fora da
mansão de Spencer, porque Millie não suportava Vicious e vice–
versa.
Não era como se eu estivesse deitada na minha cama,
ouvindo as canções de ódio contra os homens de Miranda
Lambert, chorando inconsolavelmente. Eu a menina
problemática com qualificações de setes que amou um bom
momento de emoção. Eu me entretinha com amigos depois das
atividades escolares. Consegui os piercings para o meu umbigo e
nariz no centro da cidade, me candidatei a trabalhos,
economizei dinheiro para uma bicicleta nova e me banhei nua
no oceano perto de uma praia deserta com amigos quando o
tempo permitia, o que era sempre, porque ... bem, aqui era
quente como o inferno.

Na verdade, fiz muitas coisas nesse outono. Prontamente,


nada disso era com o namorado gostoso da minha irmã. Eu
posso te dizer absolutamente, que estar debaixo do mesmo teto
com eles me fez querer afundar em minha pele e desaparecer
em mim, desaparecer do nada.

Eles faziam barulhos. Eu odiava esses barulhos. Eles eram o


pior tipo de barulho. Respirações pesadas, suspiros, risadas e
beijos barulhentos e descuidados. O fato de que eu era capaz de
ouvi–los através da porta fechada do quarto de Millie só fez o
buraco no meu peito crescer ainda mais. Apesar das minhas
deficiências, sempre fui uma garota sensível. Eu não precisava
desse tipo de negatividade em minha vida. Então, era realmente
melhor que eu nunca estivesse ali.

Se eu pudesse localizar o momento em que cheguei a essa


determinação de, Fique longe de Dean Cole mesmo quando
Millie estiver na sala conosco, eu escolheria o incidente na
piscina. Era uma quinta–feira e Millie estava atrasada, precisava
parar em um posto de gasolina a caminho de casa para encher
os pneus da bicicleta com um pouco de ar. Eu estava prestes a
deixar a casa dos empregados onde morávamos no terreno da
mansão Spencer. Tudo naquela reunião parecia ter sido
arrancado da cena de um filme. Eu abri a porta enquanto Dean
estava prestes a tocá–la. Nossos olhos estavam fixos e também
meu queixo, porque eu estava lutando com um sorriso e estava
determinada a não deixar isso passar, sabendo que eu poderia
muito bem quebrar meu rosto em dois.

Dean parecia tentação. E não me refiro apenas ao fato de que


ele estava deslumbrante com sua majestosa jaqueta azul de
faculdade e a expressão de derreter calcinhas de um cara mau. A
maneira como ele cheirava, o leve cheiro de sabão em pó e sexo
caro, e sua estatura dominante e complexidade me deixavam
desesperada. Eu juro, metade do tempo que ele estava perto,
meu desespero por ele pairou no ar como um fedor.

– Oi

Minha maldita voz quebrou.

– Oi para você também

ele respondeu.

Nossos olhos estavam vagando novamente. Não foi bom, mas


não foi a primeira vez que isso aconteceu. Isso sempre me fez
sentir culpada. Se fossem mãos, seus dedos puxariam minha
cintura agora, logo depois de abaixar o capuz do meu moletom
preto dos "Dead Kennedys" para que pudesse ver meu rosto
melhor; Os meus agarrando seu cabelo perfeito beijados pelo
sol, de cor castanha, e nossos corpos pregados como duas
páginas em um livro novo.

– Mille ainda não está aqui, mas você pode entrar.

Eu me movi para um lado e abri a porta mais larga.


–Estou saindo. Ela deveria estar de volta a qualquer
momento.

– Onde você está indo?

Ele perguntou, colocando o braço na moldura da porta e


bloqueando a minha rota de saída.

–Sinto muito - Eu cruzei os braços sobre o peito.

– O memorando não chegou? Isso definitivamente não é da


sua conta!

–Talvez o memorando tenha sido perdido no correio.

Eu dei um passo para dentro, forçando–me a recuar e, Jesus,


eu nem conseguia ver seus olhos porque estava tão nervosa.
Felizmente, minha cabeça estava no nível de seus peitorais.

–Porque você é definitivamente da minha conta, Baby


LeBlanc.

Meu coração pulou em minha garganta, tornando impossível


respirar, antes dele acrescentar:

– E eu acho que nós dois sabemos disso. Então é melhor você


fingir que eu não tenho te vigiado.

Eu puxei o capuz pela minha cabeça para cobrir meu rosto


queimando. Normalmente, ele era o garoto propaganda dos
arrogantes.Talvez tenha sido culpa minha não me importar com
esse tipo de coisa, mas nunca tive o poder de viajar na vibração
"madura" que os Garotos Quentes carregavam.

Parte da razão pela qual eu notei Dean em primeiro lugar foi


porque ele não assumiu a importância em si mesmo tão a sério,
não foi tão perturbador e idiota como o resto. Desde que ele
começou a namorar Millie – o que não foi há muito tempo – ele
sempre tentou falar comigo. A princípio, assegurei-me de que
não a tocava. Depois que eu disse a ela que ele deveria tocá-la,
ela realmente ficou brava. Nos dias de hoje, eu saía com ela e
agia assim – beijando–a, Deus, eu os ouvi no outro dia – mesmo
que seus olhos estivessem em mim. Sempre em mim.

–Eu, ah ...

eu me distraí, a roda enferrujou no meu cérebro girando,


procurando por uma mentira em potencial. Meu álibi era sólido,
se eu precisasse ir a algum lugar. Mas eu não compartilhei com
as pessoas, muito menos com meus colegas, e definitivamente
não com o assunto com o qual eu tinha uma queda. Embora
Dean não fosse um cara que desistiu. Eu tinha que dizer alguma
coisa, qualquer coisa, então optei pela verdade.

–Tenho uma consulta com o doutor

Olhando para cima, vi reconhecimento e calma inundando


seu rosto. Ele colocou as mãos no bolso.

–Tem algo errado?

Sim. Toda a minha vida estava errada.

– Não, nada disso.

Eu puxei um cacho do meu cabelo atrás da minha orelha sob


o capuz.

– Às vezes eu só preciso ...

Cale sua maldita boca, a voz me disse. Sentir–se pequena e


vulnerável não era minha coisa.

–Precisa ...?
Ele abaixou o queixo, me incentivando a continuar. Era uma
pena que a química fosse uma corda inexplicável que puxava e
amarrava duas pessoas juntas. Porque foi assim que me senti
naquele momento. Acorrentada. A maneira como ele olhou para
mim, como se eu fosse o centro de seu universo, me incomodou.
Fiquei lisonjeada. Ele me possuiu. Deus, eu tive que dizer algo
rápido para mantê–lo quieto e me deixar em paz. Não importa
quão vergonhosa seja a verdade.

– Receber uma massagem no peito.

Eu tinha que tirar todo o muco da minha via aérea, mas isso
não era algo que eu estava ansiosa para compartilhar com ele.
Levantei uma sobrancelha e empurrei meus punhos no bolso.
Você sabe, para manter–me sexy e essas coisas. Meus olhos
estavam seguros pelo capuz, mas ainda assim não era suficiente.
Nada foi suficiente ao lado dele. Mesmo com três camadas de
roupas, eu sempre me senti nua. Massagens para o peito
ocorreriam semanalmente. Às vezes eu tinha que ir para a
clínica. Às vezes uma enfermeira vinha aqui. E, embora Millie
não tenha dito nada sobre a doença ao namorado, ela sabia que,
se realmente ficasse por perto, acabaria descobrindo.

Empurrando meu ombro para passar por Dean, andei em


direção à entrada principal da mansão. Havia um caminho de
pedra indo em direção ao portão,Ouvi os passos de Dean
correndo atrás de mim. Sem olhar para trás, eu sabia que estava
usando aquele sorriso que me deixava com raiva por algum
motivo.

–Massagem para o peito, hein?

Ele parecia malicioso.

– Muitos caras adorariam ajudá–la com isso .


– Obrigada, Dean, por esse comentário repulsivo.

– O que é repulsivo é apontar que esses caras queriam tocar


seus peitos?

– O fato de que o namorado da minha irmã é quem está me


dizendo isso, também é um pouco inadequado. E dizendo isso
levemente, quero dizer extremamente.

– Eu nunca disse que queria fazer isso sozinho.

Ele mordeu a língua, acrescentando.

– Por que diabos você precisaria de uma massagem no peito,


afinal?

Parei do outro lado da piscina, me virei e mantive o olhar


dele de uma forma que me pareceu muito íntima. Nós
estávamos cara a cara. Corpo a corpo. O vento estava frio mas
gentil. Eu dei um passo para trás. Desse ângulo, Vicious podia
nos ver da janela do seu quarto. A última coisa que eu precisava
era armá–lo com mais munição contra Millie, então poderia
dizer a ela que me viu flertando com seu namorado. Eu
precisava ter certeza de que ela estava protegida, não importa o
quê.

– Eu tenho uma doença

eu disse, as palavras saindo da minha boca antes que eu


pudesse detê–las.

Seus olhos escureceram, pingando suspeita e descrença pelo


resto do rosto.

– Que doença?
Ele perguntou, parecendo confuso, irritado e ... ferido?
Talvez.

– Fibrose cística. É uma doença dos pulmões.

– Curável?

Ele pressionou sua voz com força. Suas sobrancelhas caíram


como pedra. Era quase como se ele me acusasse de alguma
coisa.

– Não.

Eu senti minhas bochechas corarem.

–Eu nasci com ela. Eu vou morrer com ela. Muito


provavelmente, vou morrer por causa dela. Jovem,
provavelmente. Meus pais carregam o gene.

– Millie não tem isso

Lá estava ele de novo. Ele estava esperando para me pegar


em uma mentira? Porque se eu estivesse mentindo ele teria
certeza que eu teria tentado vender–me como se tivesse um
super–poder ou o QI de Einstein.

Eu bufei uma risada, porque isso era atraente e tudo mais.

–Bem, sorte da Millie

eu respondi.

– Ela não tem. São várias situações. Só porque ambos os pais


carregam o gene não significa que todas as crianças os
contrairão. Chame de roleta russa da natureza, se preferir. Sou
eu quem pegou a bala no maldito pescoço. Aí está o seu fato
engraçado do dia. Agora posso ir?
Com qualquer outro garoto, eu teria me virado e ido embora.
Simples assim. Mas com Dean "Ruckus" Cole, nada era simples.
Eu queria explorar cada segundo que tinha sozinha com ele. Eu
nem sabia por que. Parecia estranho, assustador, e excitante tê–
lo em volta, e então o momento se foi, eu sabia que odiaria cada
uma das palavras que havia dito, todas as maneiras que tinha
agido, e cada uma das respirações que tinha tomado .

– Rosie

Levantei a cabeça e, antes que soubesse o que estava


acontecendo, senti suas mãos ásperas na minha cintura e meu
corpo voando em direção à piscina. Eu não tive tempo para me
prepare para a queda. Literalmente ou figurativamente. Meu
corpo atingiu a água cheia, a queda tão dolorosa como se eu
tivesse acabado de bater no concreto. Eu usei meus braços para
nadar até as escadas para pegar ar. O frio da água só me atingiu
quando tomei uma respiração desesperada. Eu abri meus olhos,
meu corpo todo tremendo violentamente, e antes de meus olhos
se ajustarem, houve um som enorme ao meu lado.

Dean também pulou para dentro.

Meu coração desmoronou, martelando em todos os lugares.


O senti bater contra as minhas costelas, afundando, tentando
lutar para sair, através do meu estômago, através da minha
garganta, querendo sair, sair, sair. O corpo de Dean nadou para
o meu, imobilizando–me contra a serena parede azul, e eu
comecei a dar socos nele. Freneticamente, com raiva. Eles não
eram o tipo de bofetada que uma garota dá a um garoto que
flerta com ela ou que o avisa para ficar longe. Não. Eu coloquei
minhas unhas no peito dele, querendo tirar sangue.

Então comecei a chorar.


Isso também era verdadeiramente fora do meu caráter. Eu
nunca chorei na frente de pessoas que eu não conhecia. E, por
uma questão de argumento, alguém que não fosse Millie, Mamãe
ou Papai era um estranho. Lá estávamos nós, minhas lágrimas
quentes e salgadas se misturando com a água fria e doce. A vida
não era justa.

– Que diabos está errado com você?

Grunhi, meus punhos continuando meu ataque em seu peito.


Ele havia tirado a jaqueta antes de pular para dentro, e agora a
única coisa que separava a nossa carne era sua camiseta preta e
dourada apertada e meu moletom molhado. Sua pele estava
quente apesar da água e ele precisava de mais. Ele queria dar
para mim. Seu corpo inteiro dizia isso. Cantava. Gritava desde o
telhado de sua mansão monstruosa.

Nenhuma palavra foi dita, o que tornou a linguagem do nosso


corpo muito mais forte. Química perigosa, eu avisei. Acalme–se,
Rosie.

– Seus pulmões funcionam bem

ele grunhiu na minha cara, segurando meus dois pulsos e me


batendo forte contra a parede. O que estava fazendo? Vicious
poderia nos ver. Inferno, Millie também poderia. Se ela entrasse
pelo portão agora, o que ela pensaria? Seu namorado e irmã na
piscina juntos. Corpo com corpo Alma com alma.

– Você é boa pra caralho!

Ele acrescentou, sua testa a centímetros da minha. Ele estava


tentando me convencer ou a si mesmo? E de qualquer maneira,
por que diabos ele se importava? Eu me forcei a me acalmar. Eu
precisava colocar algum sentido nessa situação. Ele teria que me
deixar ir antes de sermos pegos fazendo o que quer que
estivessemos fazendo.

– Dean

eu disse, tão friamente quanto pude, soltando minhas mãos e


colocando minhas palmas contra o peito dele. Ele respirou
fundo, fechando os olhos. Seus cílios pingavam e tudo nele era
cru, úmido e delicioso. Em algum lugar no fundo da minha
mente, eu sabia que isso era monumental. Essa coisa que nós
compartilhamos naquele momento. Eu nunca mais sentiria isso
com outro garoto. Esse pedaço da vida era nosso, mesmo que eu
não quisesse que fosse assim.

– Rosie

ele respondeu.

– Estou doente

repeti.

– Não diga isso. Você não está doente É só uma maldita


condição.

Eu balancei a cabeça, a água e as lágrimas corriam de um


lado para o outro.

– Não é apenas uma condição. Eu vou morrer muito jovem.


Nos meus trinta anos, talvez meus quarenta anos ... cinquenta,
se eu tiver sorte.

– Cale a boca

ele sussurrou entre os dentes. A palma da mão dele bateu na


parede atrás de mim e eu tremi com mais do que o frio.
– Não, você não vai.

Precisava encontrar outra tática. Rápido

– Escuta, você não pode fazer isso, ok? Nós podemos ser
amigáveis

Eu menti, porque eu sabia que naquele momento não


poderíamos.

– Mas você não pode me jogar nas piscinas no meio do


outono, em primeiro lugar, estou realmente doente, e mesmo
que não seja propensa a pneumonia, não é tão divertido ser
jogada na água gelada de qualquer maneira, e Millie. Não é justo
com ela. Você não pode tratar minha irmã desse jeito. Como ...
Como ...

– Como o que – Ele me desafiou, suas pupilas se dilataram.

Como se você me quisesse.

De fato me queria?

Meus hormônios estavam se rebelando. Meus princípios


morais queimaram em meu interior. Todos os pelos do meu
corpo estavam arrepiados. Sua mão deslizou entre nós e
segurou uma das minhas bochechas, inclinando minha cabeça
para cima, me forçando a olhar para ele.

– Como?. Porra. O. que?. Rosie?

Havia algo em seus olhos. Uma intensidade que eu não tinha


visto antes. Era perturbador, porque algo me dizia que eu não
fazia ideia do que estava fazendo. Eu só sabia que isso estava
errado. E como eu, estava confuso, magoado e zangado.

– Como se você me desejasse.


Eu revelei meus pensamentos em voz baixa.

– Mas eu desejo

disse ele.

– Sua irmã não liga muito, Baby LeBlanc.

Ele não se importava muito com ela também. Ele se


preocupava com ela. O que tornou ainda mais atraente, porque
o nosso objetivo era mútuo, o de proteger a pessoa que amava
ferozmente.

Mas, ao mesmo tempo, a amargura me tomava toda vez que


via o desperdício completo e absoluto que era o relacionamento
deles. Quando eu testemunhava como seus olhos se moviam
para Vicious quando ele estava perto. Como Dean e eu nos
olhavamos do outro lado da sala. Eu queria pegar minha irmã
pelos ombros e sacudi–la. Dizer a ela para consertar sua merda
e sair com o garoto que fazia seu coração inchar. Mas eu não
estava em posição de pedir nada, considerando que meus pais
arrancaram nossa família de nossa casa em Fairfax, Virgínia, e
nos mudaram para a Califórnia para que pudéssemos ter
melhores cuidados médicos. Porque ela tinha amigos e uma vida
social e aqui não tinha nada, justamente por causa dessa
decisão. Então, deixe–a ter os dois. O corpo de Dean e o coração
de Vicious.

–Se você não me deixar ir

meus dentes tremeram, e não só por causa do impacto

– Vou ter uma infecção no pulmão. Dean.

Seu nome era um aviso, e desta vez ele me deixou empurrá–


lo com as mãos, nadando para longe de mim e me observando
subir até a beira da piscina, minhas roupas pesadas e
encharcadas me puxando para baixo.

Eu não me virei para olhar–lo. Eu estava com muito medo de


que ele visse meus olhos, dopados de euforia, manchados de
luxúria. E meu rosto, rosa em contraste com o resto de mim,
tremendo e azul. Eu o vi no meu perímetro nadando até a borda,
descansando seus antebraços nos azulejos molhados, com o
queixo apoiado nas mãos.

– Esta merda é tóxica.Precisamos parar antes de ir mais


longe , ele murmurou, mais para si do que para mim.

– Mais longe quanto?

Tirei meu moletom e joguei o tecido pesado em uma


espreguiçadeira próxima.

– Que beijar e foder a seco minha irmã e sem que ela saiba
você volta e flerta comigo.

Minha voz tremia.

– Rosie

ele disse.

Uma risada aguda me escapou. Rosie, minha bunda. Ele


estava com minha irmã. É verdade, eu o pressionei para estar
com ela, mas isso não me deixou menos amarga.

– Não use isso contra mim. Você me disse para estar com ela.
Você também me disse para tocá–la. O que quer que eu faça?
Ignore isso?

Odiava que ele estivesse certo, e odiava que algo tão lógico
me fizesse sentir tão ilógica.
– Isso

eu apontei entre nós de onde ele estava na beira da piscina,

–Não vai acontecer. Você está namorando Emilia, Dean. Nós


não podemos estar juntos.

–Quem disse?

Ele parou.

– Eu. E a sociedade. E a lógica. E a cultura. E, caramba, todo


filme de amor e romance que assisti.

– Mmm.

Um sorriso brincalhão encontrou seus lábios deliciosos


novamente.

–Isso não pode estar certo.

– Mas está

eu atirei.

– Julieta não teve uma irmã mais velha chamada Julie que
Romeu provou antes de decidir que ela era a escolhida.

– Julieta nunca ficou cara a cara com seus malditos


sentimentos

ele gritou, batendo com o punho nos azulejos.

– Desde quando você é um bicha?

Dean pulou da piscina tão rapidamente, que parecia uma


ilusão de ótica. Ele se colocou na minha cara, rosnando.
– Desde quando você dá a mínima para o que as pessoas
pensam? Eu imaginei você diferente. Se você se afastar disso,
vou experimentar isso com Millie.

Soava como uma ameaça.

– O que você tem feito todo esse tempo?

bufei. Não foi culpa dele. No momento em que ele me notou,


ela queria sair com ele, e ele não podia voltar atrás. Além disso,
ele fez a vida dela muito melhor. Ficaram para trás os dias em
que seu armário estava cheio de lixo e as pessoas murmuravam
"lixo branco" quando ela caminhava pelo corredor.

– Esperando por você

ele disse, e nós dois soltamos um suspiro quando a chuva


começou a bater em nossos corpos.

– Bem

eu sorri docemente, e precisava de cada onda de energia


para mostrar meus dentes e covinhas.

–Você tem um sinal verde para se apaixonar pela minha


irmã. Como eu disse, nada vai acontecer entre nós.

Cinco segundos depois, Millie apareceu na piscina, dirigindo


sua bicicleta. Nós dissemos a ela que eu caí na piscina e ele
pulou para me salvar. Minhas bochechas estavam coradas e a
piscina não era tão profunda, e eu era uma ótima nadadora.
Porém os olhos de Millie estavam em outro lugar, assim como
em seu coração, e eu tinha a sensação de que, mesmo que nos
pegasse sem calças, não se importaria.

Naquele dia eu nunca fiz a consulta com meu médico. Mas eu


tive uma pneumonia que me deu uma viagem para a sala de
emergência e uma estadia de quatro dias no hospital. E na
quinta–feira seguinte, quando voltei para casa depois de evitar
Dean e Emilia, estava a minha espera um livro no meu
travesseiro, junto com uma nota. A edição de bolso Bronze
Horseman. A nota amarela dizia:

Foda–se a sociedade.

Foda–se a lógica.

Foda–se a cultura.

Foda–se sua doença.

E você sabe o que? Vá se foder. Aqui está um livro sobre como a


merda como a nossa pode funciona, leia

– Dean

Mas no dia seguinte, eu o coloquei na fenda do armário de


Dean com uma nota.

Faça-a feliz Eu vou te matar se você machucá–la.

Ficção é mágica.

A realidade é dolorosa.

– Rosie

Nós nunca conversamos sobre isso novamente até que Millie


fugiu. Mas eu comprei minha cópia do The Bronze Horseman.

Lendo-o

Memorizando-o
Recitando-o Nunca, nunca o esquecendo.

Onze anos atrás

No final, Millie e eu fizemos um casal decente. Antes que ela


arruinasse, sim. Eu não coloquei uma etiqueta no que nós
éramos ou não éramos. Foi amor? Provavelmente não, mas eu
me preocupava com ela e gostava da companhia dela. A única
coisa era que gostava mais da companhia de sua irmã. Mas isso
estava se tornando cada vez menos problemático, desde que
Baby LeBlanc deu um passo para trás e, embora nunca tenha
dito nada explicitamente, eu sabia que estava me evitando. Ela
simplificou as coisas.

Mas Vicious não fez isso. Conhecido por complicar as coisas,


ele fez o que era esperado, arruinou tudo. Vicious tentou se
vingar de mim por ter saído com Emilia LeBlanc de várias
maneiras. Infelizmente para o filho da puta, ele não era tão
desanimado como seus companheiros. Entrávamos em brigas –
físicas e verbais – a cada duas semanas sobre o assunto, mas eu
sabia que romper com Millie a deixaria exposta a ele, e eu não
queria que ele a tocasse. Ele a intimidou, zombou e a odiou. Ele
teve tempo suficiente para convidá–la para sair. Agora ela
queria estar comigo, e Rosie me empurrou diretamente em seus
braços. E mais do que queria agradar a Millie, queria agradar
Rosie. Eu realmente queria.
Eventualmente, Vicious conseguiu se vingar de mim de uma
maneira que cruzou meu escudo. Acontece que a merda era
grossa, mas não inquebrável depois de tudo. Ele beijou Rosie.

Ele fez uma festa em sua casa e estávamos nos acalmando


quase matando uns aos outros com golpes. Isso não foi
extraordinário. O extraordinário foi o modo como ele me fez
experimentar meu próprio remédio pela primeira vez.

E deixe–me dizer que foi desagradável.

Eu estava andando até a cozinha dele para pegar uma garrafa


de água depois de tomar um Xanax para relaxar. Falhando como
merda, eu sabia que tinha que ir ver a Millie. A última vez que a
vi naquela festa, ela correu de volta para a casa dos empregados
parecendo irritada com Vicious.

Eu tropecei em massas de corpos suados e brilhantes, e


quando finalmente cheguei à geladeira, descobri que Spencer
tinha ficado sem água. Olhei ao meu redor, a cozinha era um
cômodo colossal, de madeira de cerejeira e escura, que se
encaixaria melhor no Palácio de Buckingham. Onde você olhava,
haviam pessoas. Um casal se beijando na pia, um grupo de
jogadores de basquete bebendo bebidas na ilha e garotas que
sugaram o Ritalin que eu trouxe naquela noite. Empurrei duas
das garotas aspirantes e abri a porta da despensa, sabendo onde
estava a água engarrafada. Acendendo a luz, eu congelei no
local.

Vicious estava lá, pairando sobre Rosie como a escuridão que


estava prestes a engoli-la. Seus lábios estavam nos dela e os
lábios dela estavam sobre os dele, e eu queria separá-los e
quebrar seu corpo, órgão por órgão.
Eles se beijavam. Seus olhos estavam fechados. Não os dele.
Ele levantou o braço, e me mostrou seu dedo do meio, seus
lábios ocupados sorrindo enquanto eu a agarrei pela cintura
com a mão livre, puxando seu corpo em minha direção. Não
havia paixão por lá. Nem Luxúria Tudo parecia fodidamente
técnico e frio. Ela merecia muito mais.

Como quem, imbecil, como você?

– Que diabos é isso?

Meus dentes esmagaram cada palavra que saiu da minha


boca. Minha voz a assustou e ela pulou, colocando a palma da
mão sobre o coração.

–Tire suas mãos dela antes que as quebre.

Senti a escuridão na boca do meu estômago que se


espalhava como tinta, tomando o controle.

Vicious virou a cabeça para olhar para mim, uma das mãos
ainda no cabelo de Rosie. Ele sorriu.

– Me obrigue.

Foi um convite que fiquei feliz em aceitar. Agarrei–o pelo


pescoço e puxei–o para longe dela, acertando–o contra uma
caixa de mini–champanhes. Eu era maior, mais forte e
fodidamente assustava. Sua cabeça caiu contra a caixa pesada.
Ele me empurrou. Eu empurrei mais forte.

– Dean! – Rosie gritou. Reconheci, racionalmente, que ela não


era minha. Reconheci sim. Mas eu não entendi. Havia outros
rapazes. Eu os vi conversando com ela na escola e nas festas.
Eles nunca foram muito longe com ela. Rose LeBlanc recebeu
seu nome por um motivo. Estava cheio de malditos espinhos. Ela
era tão linda, tão ridícula e incrivelmente sedutora que, como
rosas de verdade, ela tinha pequenos espinhos para se proteger.
Porque todo mundo queria tê–la.

Todos, incluindo você, imbecil.

– O que você acha que está fazendo? – Eu assobiei no rosto


de Vicious. Dez minutos atrás, foi ele quem quase me deu uma
surra. Nós mudamos constantemente de papéis. Não foi difícil
perceber porquê. Ninguém disse em voz alta, mas agora,
finalmente fazia sentido. Cada um de nós estava com a maldita
irmã errada.

– Estou fazendo o que você quer fazer

Seus olhos se estreitaram e ele lambeu o lábio inferior, ainda


inchado pelo beijo.

– Metendo minha língua na boca de Rosie LeBlanc. Sabe que


gosto ela tem?

Ele riu, batendo–me afavelmente nas costas.

– Como um chiclete frutado e a garota que você nunca terá.

Joguei–o pela despensa, ele aterrisou num saco de arroz de


cinco quilos. Eu queria matá–lo e, não tinha dúvida, eu faria se
Rosie não tivesse me atacado, me empurrando para o lado
oposto da pequena sala usando sua força inexistente.

– Jesus Para. Você é um desastre Vai embora.

– Isso é uma merda – eu gritei na cara dela, puxando meu


cabelo.

– Você sequer gosta dele!


– Irrelevante. Eu posso fazer o que quiser.

– E o que você quer é arrancar a porra do meu coração?

Merda Eu disse isso em voz alta, certo? Fui eu quem a


machucou. Minha cabeça estava pendurada e senti todo o
sangue correndo para os meus olhos. Uma parte de mim estava
feliz que eu iria me mudar para a faculdade em breve. Esta
cidade estava fervendo com fofocas quentes e drama fora de
controle. Eu não queria estar aqui quando o pus e a merda
transbordassem.

–Sim–, ela sussurrou, uma mistura de alegria e culpa


arruinou seu rosto. Ela também parecia tão bêbada quanto eu.

– Talvez seja exatamente o que eu quero.

– Eu não acho que você queira me machucar.

Eu levantei minha cabeça, segurando seu olhar.

–Deixe–me levá–la para casa.

– Não, obrigada. – Ela desviou o olhar.

– É engraçado que você diga isso, acho que é hora de você


pegar sua merda e sair da minha propriedade, Cole. – Eu ouvi
Vicious pelas minhas costas, colocando um baseado em sua
boca. Um baseado que eu dei a ele. Filho da Puta

–Se alguma vez a tocar de novo, vou ter a certeza de que não
tenha lábios para beijar alguém. Apenas para referências
futuras. – Dei de ombros, apagando as luzes da despensa em que
ainda estavam, como um imbecil.

Dou um passo, outro passo e então outro. Deixar a casa de


Vicious foi a viagem mais longa que já havia feito. Havia uma
urgência dentro de mim para fazer alguma coisa, mas merda, se
eu tivesse alguma ideia do que era. Eu queria terminar com a
Millie, mas duvidava que fizesse alguma diferença. Rosie ainda
não namoraria comigo, ela poderia até me odiar mais por
abandonar a bunda de sua irmã. E Vicious definitivamente iria
cercar Millie e transformar sua vida em inferno.

Naquela época, eu nem sequer sabia como ruim estavam as


coisas, porque depois desta festa, Vicious se gabou de que Rosie
persiguía todo mês, fazendo com que Trent e Jaime
acreditassem que ela o queria, quando na verdade, ela lhe
implorava para que não contasse a sua irmã. O que ela não
sabia era que ele já havia contado, Mas eu sabia, porque Emilia
tinha me dito, em lágrimas, é claro, que piada era essa relação,
afirmando que ela estava com medo de que sua irmã se
machucasse.

Rosie não sabia, mas seu pequeno erro de bêbada na


despensa me empurrou mais fundo em um buraco de coelho
sem fundo e direto para os braços dos meus vícios. Naquela
noite, eu estava bêbado demais para dirigir, então liguei para
um táxi para casa. Então eu rastejei para o meu quarto.

Eu fechei a porta.

Puxei uma garrafa de Jack Daniels da minha mesa de


cabeceira.

E eu fiz o que eu queria fazer com o Vicious.

Eu acabei com essa filha da puta.


Abri o porta-malas do táxi quando saímos do
aeroporto e arrumamos as malas. Neste momento, eu
estava bastante sóbrio. E por "bastante sóbrio", quero
dizer que eu poderia distinguir rostos, cores e formas
grandes. Bom o suficiente para meus pais, então Rosie
também teve que se contentar com essa merda.

Virando a cabeça para ver como estava pela primeira


vez desde que embarquei no avião, a notei. Eu dormi a
maior parte do vôo. Não é que isso importasse. Baby
LeBlanc não teria falado comigo se eu fosse a última
pessoa capaz de falar na Terra. Mas isso foi antes e isso
foi agora, e agora parecia que ela tinha muito a me dizer.

Fechei o porta-malas, e me apoiei sobre ele, o


motorista distraído estava falando no telefone com sua
esposa em tom mais adequado para um show de
Broadway, e eu cruzei os braços, esperando que ela
derramasse sua ira doce sobre mim.
– Devo fazer uma visita a mamãe Cole? Dizer a ela que
seu filho tem um problema com álcool?

Ela franziu a testa, polvilhando a pergunta com um


pouco de tosse. Foi adorável. Baby LeBlanc nem conhecia
minha mãe, muito menos tinha o poder ou autoridade
para falar com ela. Eu puxei seu rabo de cavalo quando
passei por ela, abrindo a porta do banco de trás e
inclinando o queixo para entrar. Eu andei em torno do
veículo e sentei no banco ao lado dela.

– Minha forma de beber não é um problema. É quando


eu não bebo, que as coisas começam a se estragar. – Eu
pressionei meus joelhos no banco do motorista de
propósito. Ele era muito alto e grande demais para esse
carro, e o filho da puta merecia de todas as maneiras. Ele
não se calava desde que entramos, mal respirando para
perguntar para onde estávamos indo.

Ela pegou um hidratante labial e passou um dedo nele,


batendo em seus lábios. O doce aroma de algodão doce
encheu o banco de trás. Eu queria lamber o brilho de seu
dedo, em seguida, colocá–lo em seu jeans apertado,
observando–a colocar o dedo dentro dela com a minha
saliva em todos os lugares. Agora ela estava falando
comigo. Foda–se se tivesse alguma ideia do que ela
estava dizendo. Eu pisquei, tentando me concentrar
novamente.

– Eu não posso acreditar que estou dizendo isso, Dean,


mas estou preocupada com você.
– É uma merda engraçada, porque eu estou
preocupado com você.

Eu corri meus dedos pelo meu cabelo, sabendo muito


bem que isso fez suas coxas apertarem.

–Eu me preocupo que você não pode resistir a mim


por muito mais tempo.

– Você vive muito violentamente.

Ignorou minha resposta, amava isso nela. Nunca


mordia o anzol. Mas ia morder. Com o tempo, ia
sucumbir à pressão que estava exercendo sobre ela
desde que terminou com o dr. Idiota. Porque desistir não
estava no meu dicionário. Quando eu queria algo, eu
conseguia. E eu fodidamente a queria. Muito

–Você não vive em absoluto – respondi.

– Essa merda de piloto automático em que você coloca


sua vida. Dormir, trabalhar e repetir tudo de novo. Eu
vou acabar com isso em breve.

Ela virou a cabeça para olhar para mim e engoliu em


seco. Fingi olhar para frente, dando-lhe tempo para
lembrar que ela gostou do que viu. Atrai-la para uma
rede. Esperando que ela se enrolasse antes de me
devorar minha presa. Relaxando no meu lugar fizemos
uma viagem de quarenta minutos a Sinners Saints
declarei minhas intenções. Parecia justo mantê-la
informada sobre o plano.
– Só para que saiba, Baby LeBlanc, eu vou te foder
logo, – disse categoricamente, não me importando a
mínima com seus olhos arregalados e boca aberta, não
me importa uma merda que o motorista tinha parado de
falar em voz alta e agora nos olhava no espelho
retrovisor com decidido interesse.

– Pode não ser esta semana, pode nem ser este mês,
mas vai acontecer. E quando o fizer, terá que enfrentar
seus medos e dizer a sua santa irmã que estamos juntos,
ou eu farei isso. Porque uma vez que eu te foder,
ninguém mais será suficiente para você. Nunca Jamais,
eu só vou dizer aqui e agora, você é bem–vinda ao meu
pau quando quiser, a qualquer hora do dia. Nos vejo
como algo de longo prazo, por isso é importante para
mim mantê–la feliz.

– Devidamente registrado, Sr. Delirante.

– Estou feliz que tenhamos esclarecido tudo, senhorita


pronta-para-estar-em-minha-cama.

O que te faz sentir viva?

Odores familiares De meus lençóis, perfume e


minha primeira respiração pela manhã. Do leve
suor quando os primeiros raios do sol tocam minha
pele. O cheiro de casa.
Ele sempre me fez sentir manipulada.

Não foi o fato de ele querer dormir comigo. Eu era a rainha


dos relacionamentos descartáveis de curto prazo. Sabia que não
poderia ter nada além disso. Eu não tinha namorados, como
Dean.

Ele era o ex-namorado da minha irmã e meu primeiro amor.


Esses dois fatos nunca deveriam estar conectados. Inferno, eles
não ocorreram juntos na mesma frase. Isso não tornou menos
verdade.

Minha lealdade à minha irmã, que tinha dois empregos para


nos manter, assim poderia me libertar do aperto sufocante dos
meus pais e viver em Nova York – era mais forte do que a minha
necessidade de roubar o calor de seu corpo. De qualquer forma,
mesmo que não fosse por Millie, eu tinha uma política rígida de
não-namorado, e um cara como Dean poderia roubar meu
coração. Na verdade, havia uma pequena parte que ele ainda
não havia devolvido.

Uma pequena governanta temporária abriu a porta para a


mansão de Vicious e Millie e me conduziu. Lavei meu rosto em
um dos muitos banheiros do primeiro andar e dei uma parada
em frente ao espelho.

Está bem. Você é uma adulta.Você está no comando. Não beba.

Então me permiti conhecer quando entrei no saguão da casa


de campo italiana que minha irmã comprara com o futuro
marido. Passei por corredores dourados, arcos arredondados e
grandes candelabros pingando, passando pelo quarto da
empregada. Suponho que Millie e Vicious tiveram a gentileza de
deixar sua "ajudante" dormir sob o mesmo teto, uma cortesia
que não foi oferecida à minha família quando meus pais
trabalharam para o Spencer – antes de finalmente chegar à sala
de estar. Eu fiz a varredura do espaço infinito, cavando meus
dedos frios na parte de trás do sedoso sofá vitoriano. A única
razão pela qual cheguei tão longe na mansão sem ser notada foi
porque era do tamanho do Louvre.

Minha irmã e eu humildes criaturas – nascidas e criadas para


encontrar alegria em coisas não–materialistas – e mesmo assim,
eu poderia até admitir que viver em tal lugar lhe traria alegria
óbvia e não solicitada. Era espaçoso, bonito e romântico. Como
Emilia

Inclinei a cabeça lentamente, assimilando. Até alguns meses


atrás, Millie, Vicious e meus pais moravam em Los Angeles, no
mesmo duplex de luxo. Quando Vicious e Millie decidiram se
aninhar no paraíso suburbano que era Sinners Saints e
compraram esta casa, meus pais aproveitaram a oportunidade
para estar perto de sua filha mais velha e ocuparem um quarto
aqui. Eu digo um quarto, mas realmente tinham seu próprio
banheiro, sala de estar, e ouvi dizer que eles tinham duas
cozinhas aqui. Dificilmente estará cheio.

Eu amava minha vida em Nova York. Sujeira urbana, esgoto a


ferver e vários rostos. Eu amava minha independência, agarrei–
me a ela como se fosse ar, sabendo como a vida poderia ser
sufocante com meus pais, mas estaria mentindo se dissesse que
não sinto uma adaga negra se contorcendo em meu coração.

– Aqui está você! – minha irmã gritou, fazendo–me virar.


Recostei-me no encosto de madeira do sofá dela, sorrindo de
orelha a orelha. Parecia diferente. No bom sentido.

Ela não era mais magra, seus olhos não estavam afundados, e
seu cabelo rosa-púrpura estava lindo e impecável – da raiz às
pontas. Ela usava um vestido branco com uma linha triangular
pontilhada com cerejas vermelhas, combinando com sandálias
azuis com tiras que não faziam sentido, a menos que você fosse
Emilia LeBlanc.

– Oh, Rosie – ela disse quando me joguei nela, fazendo-nos


cambalear para trás enquanto a sufocava com meu amor.

– Eu sinto sua falta como a de um membro. Isso faz sentido?


Ela soltou meu abraço por um segundo para que pudesse
examinar meu rosto, acariciando minha bochecha. Seu enorme
anel de diamantes cor–de–rosa brilhava tanto que fiquei
momentaneamente cega pela luz do sol refletida na rara pedra
de vinte e um quilates.

Eu deveria estar com ciúmes.

Ciúmes de seu compromisso, seu lar, seu prometido e sua


proximidade dos nossos pais. Ciúme da sua saúde. Ciúmes
porque ela tinha muito, porque eu tinha muito pouco.

Luxuosa villa italiana ou não, ela merecia. E não, não era


estranho que ela sentisse a minha falta como um membro,
porque eu sentia falta dela como um pulmão. A cadela me fez
viciada, assim que saí do útero. Ela tinha o talento para cuidar
de mim sem me fazer sentir como um fardo, algo que mamãe
nunca conseguiu destacar. Millie sorriu, segurando meus
ombros e me examinando, fazendo o inventário usual.

–Você parece muito bem– eu reclamei, franzindo o nariz.

–Eu odeio quando você coloca salto muito alto. Você sempre
faz isso.

Ela beliscou meu ombro e riu.


– Onde está seu namorado? Eu pensei que estava vindo com
você?

Por uma razão além da lógica, eu me vi corar quando o Dean


cruzou minha mente. Millie, claro, estava falando sobre Darren.
Eu nunca me preocupei em dizer à minha família que nós
terminamos. Millie teve o suficiente em seu prato com os planos
de casamento sem eu fazer a questão do intervalo na mistura. O
plano era contar a eles hoje à noite, mas eu usaria qualquer
desculpa para adiar o inevitável. Eu preferiria receber um
tratamento dentário de um mecânico antes de contar aos meus
pais.

– Queria passar tempo com minha família, cara a cara. – Me


fazendo sorrir.

Ela arqueou uma sobrancelha, silenciosamente chamando


minha atenção para a minha merda e alisou meu cabelo
castanho claro com a palma da mão.

– Eu ainda não posso acreditar que você tem um namorado–,


ela meditou.

–Eu pensei que você nunca iria se acalmar.

– Bem, estou ficando velha. Vinte e oito anos é como se


tivesse cerca de sessenta e cinco anos com fibrose cística.

Eu encolhi os ombros.

– Vamos rever este tópico no jantar.

Onde eu vou esmagar seus corações e lhe dizer que Darren não
está mais na jogada.

Ela me empurrou pelo corredor com uma bufada.


– Mamãe está esperando por você. Ela está na cozinha,
fazendo uma caçarola.

Meu prato favorito Uma onda de calor percorreu minha


barriga. Ela se lembrou. Não havia praticamente nenhuma
semelhança na maneira como meus pais tratavam Millie e eu.
Eles respeitavam, admiravam e consultavam minha irmã mais
velha, enquanto eu era tratada como um bebê, sufocada e
tratada como um ovo rachado que estava prestes a quebrar a
qualquer momento. Embora o pai fosse um trilhão de vezes
melhor que a mãe. Ele, pelo menos, adorava minha
personalidade sarcástica e me aplaudia por encontrar minha
independência em Nova York. Mamãe estava muito ocupada se
preocupando com minha saúde, que ela não tinha tempo para
me conhecer completamente, para se apaixonar pela pessoa que
eu era. Sempre a seu modo, mamãe sempre muito zelosa, não
perdeu um segundo para conhecer o seu cachorro.

Para ela, era o símbolo da criança doente, do punk, do


canalha. A garota boba que arriscou sua vida para trabalhar em
um café idiota em Nova York, em vez de escolher morar perto de
sua família. A garota que nunca se estabeleceria com um bom
menino.

Porque Vicious é um bom menino.

Essa foi a segunda razão pela qual a minha família estava


alheia ao meu rompimento com o Darren. Sair com um médico
significava ficar sozinha depois que Millie foi embora

Eu me mudei para Los Angeles. É verdade que isso fazia


parte do charme de Darren. Soa-desconhecido para ele, -
capacidade de impedir meus pais de perfurar o meu ouvido,
pedindo–me para voltar para a Califórnia e viver sob o seu teto
como uma menina boba triste, introvertida. Eu não era uma
menina boba. Eu era uma fada de espírito musical que
preparava um café horrível, lia a revista Vice, deixava as mães
preocupadas com recém-nascidos prematuros e estava sempre
pronta para uma boa festa. Era uma pessoa. Com qualidades e
ideiais

Mas em Sinners Saints, nunca me senti assim.

– Papai está lá fora?

Brinquei com o cabelo elétrico de Millie enquanto íamos


para a cozinha.

– Foi para o centro da cidade com Vic.

Um delicioso aroma de vegetais terrosos, canela e carne


suculenta flutuava no ar.

– Eu precisava de algumas coisas da farmácia. Eles vão voltar


em breve.

Na cozinha, o encontro decepcionante com a mãe me


lembrou porque eu fiz uma mala e mudei para o outro lado do
país assim que me formei no ensino médio. Ela me abraçou, deu
um tapinha nas minhas bochechas e me perguntou quando
Darren estava chegando, me fazendo sentir como um prêmio de
consolação. Abri a boca, pronta para contar tudo o que
aconteceu, neste momento, mas minha mãe interrompeu antes
que pudesse formar uma palavra, dizendo que ela estava
orgulhosa de mim, estava tão feliz que "finalmente encontrou
um homem respeitável, com quem sossegar."

Continue e apenas diga, eu queria amaldiçoar. Nem todo


mundo é nobre o suficiente para sacrificar tanto por uma menina
doente.
– Ele deve ser extremamente ocupado. Espero que você não
o esteja pressionando por isso, Rosie. Estou feliz por poder
chegar a tempo. – Mamãe deu um tapinha na minha bochecha
um pouco demais, seu peito pesado subindo e descendo ao
ritmo de sua respiração.

Mamãe era uma mulher grande, com longos cabelos


castanhos, grandes olhos azuis e todo o resto. Desde que podia
lembrar, ela tinha uma fina camada de suor cobrindo sua pele
macia. Eu costumava amar sentindo–o grudar na minha pele
enquanto eu a abraçava.

– Bem ... eu limpei minha garganta. Eu deveria me livrar


disso. Comecei rapidamente como arrancar um band–aid. – Na
verdade ...

– Eu não posso esperar para conhecer o menino. Eu até


comprei um vestido novo. As primeiras impressões são tudo. Eu
tenho um pressentimento sobre isso, Rosie.– Ela colocou o dedo
no meu rosto.

– Têm vivido juntos por um tempo agora e conhece sua


situação com ...

Sabia exatamente o que. Desde que contei à minha família


sobre essa situação há um ano, pouco antes de a Millie partir,
começaram a me tratar como um velho cão artrítico com
problemas na bexiga. Darren deveria chegar no mesmo fim de
semana do casamento. Ele pensou que, até então, poderíamos
também dizer à minha família que éramos os próximos. Ele
pensou mal

Mamãe comprando um vestido novo para o encontro


significava que não estava menos do que eufórica. Seu traje
habitual não dava exatamente a forte concorrência de Carrie
Bradshaw. Deixei–a mergulhar em falsa felicidade, mantendo a
bomba para quando ela não fosse privada de sono e levemente
afetada pelo atraso.

Morar em Nova York significava que eu estava no comando e


escolhi cuidadosamente as informações que compartilhei com
minha família. Meus pais e minha irmã não tinham como saber
que eu terminei com meu namorado. Ninguém poderia dizer.

Além de Dean Cole.

Eu fiz uma nota mental para enviar uma mensagem para


Dean sobre manter a boca fechada.

–Então, Rosie, como está o trabalho? – Perguntou a Mama


pelo ruído de fundo de uma cozinha animada, tirando a caçarola
do forno com suas luvas floridas. O cheiro de carne, cebola e
macarrão de ovos flutuou através da cozinha, chapiscando no
meu nariz e fazendo meu estômago roncar.

Millie lambeu os lábios, olhando para o prato como se fosse


Jamie Dornan. Ela geralmente não gostava de caçarolas, mas
talvez tivesse percebido como estava fundamentalmente errada,
porque as caçarolas da mamãe eram a oitava maravilha do
mundo.

Eu estava prestes a responder a pergunta da mamãe quando


ela me interrompeu. De novo.

–Minha garota querida, você está com fome? Sente–se. Vou


te dar um pedaço agora. – Ela deu um tapinha nas costas da
minha irmã mais velha. Fiquei quieta, esperando para ver se ela
me forçaria a responder sua pergunta anterior. Se realmente ela
se importava o mínima para o meu trabalho.
Mamãe correu de um canto a outro, preparando um prato
para Millie enquanto eu estava ali, de braços cruzados,
observando a cena. Charlene LeBlanc era uma tradicional beleza
do sul, nas profundezas de seu ser e cuidar de pessoas,
especialmente suas filhas, corria em seu sangue, grossa e vital
como oxigênio. Mas havia algo mais lá. A urgência em que ela
alimentou Millie, como se minha irmã fosse incapaz ou,
alternativamente, ela tivesse perdido todos os dentes.

–Rosie? Você gostaria de um pouco também? – Ela olhou por


trás do ombro enquanto abria a geladeira, tirando uma jarra de
seu distinto chá gelado caseiro. Pedaços de pêssego flutuavam
preguiçosamente em cima e saliva empilhada na minha boca. Eu
queria os dois, mas para minha surpresa, eu me ouvi dizendo:

– Não, obrigada.

Mamãe se virou e empurrou o cabelo lavanda da testa de


Millie.

– A caçarola está boa para você? Eu sei que é o seu favorito. –


Millie assentiu, dando outra mordida e meu interior quase
detonou.

– Na verdade–, eu abri a geladeira, me deixando confortável,


não que a mamãe tivesse me feito sentir particularmente bem–
vinda, – a comida preferida de Millie são seus sanduíches de
carne de porco. – Macarrão e carne, caçarola é o meu favorito.

Peguei uma garrafa de cerveja de uma das portas, é claro, a


geladeira era de duas portas e quase tão grande quanto o nosso
apartamento anterior em Sunnyside. Virando a tampa, tomei
uma bebida. Ainda era cedo para beber, mas imaginei que eram
cinco horas em algum lugar do universo. Onde quer que fosse,
era onde queria estar. Minha irmã e mamãe me encararam
através de uma cortina de surpresa real, a boca de Millie ainda
cheia de comida. Eu desejava que a engolisse com o chá gelado
que tanto amava, Millie nunca gostou do chá gelado, sempre foi
mais de Coca, assim não teria que ver a confusão nadando em
seus olhos.

–Sinto muito. – Coloquei a garrafa nos meus lábios e acenei


com desdém.

–Voo longo e turbulento com Dean Cole como companhia. Eu


acho que vou levar minha bunda no andar de cima, se você não
se importar.

Millie levantou–se.

– Eu vou lhe mostrar seu quarto –, ofereceu.

– É muito fofo. Eu até comprei e pendurei todos os pôsteres


de suas bandas favoritas. Deixe–me trazer sua imeu interior por
orquestrar aquela pequena cena para irritar a mamãe.

–Você não vai fazer uma coisa dessas. – A voz de mamãe era
de aço e cortou meus nervos, deixando uma queimadura.

– Eu levarei a mala. Eu as vejo lá em cima meninas.

Eu segui Millie pra cima, minha cabeça pesando de vergonha.


O silêncio era tão forte que bateu nas paredes. Todo mundo
estava se dando bem antes deu chegar. Sabendo que tinha uma
tendência de fazer as coisas estressantes com a minha doença, a
minha atitude, e toda a minha vida, jurei baixar minha cabeça e
sair do seu caminho para o resto da minha estadia. Verdade seja
dita, foi uma das razões pelas quais eu não queria vir aqui antes.

Querendo conversar, perguntei à minha irmã mais velha:


– Então, o que está acontecendo, a mamãe está agindo como
se você tivesse seis anos e te alimentando a força,
repentinamente?

– Não acontece nada –, falou Millie, apontando com as mãos


para fotos aleatórias penduradas nas paredes e estátuas nos
cantos dos corredores espaçosos.

– Você conhece a mamãe. É alguém que alimenta, cuida do


ninho e se preocupa.

– É verdade, mas ela nunca teve um problema com você


carregando minha mala pesada

Eu pressionei.

A risada de Millie era estranha em seus lábios.

– Ela tem agido como se eu fosse feita de algodão desde que


fiquei noiva. Ele quer que tudo seja perfeito. Noivas não ficam
bem com um corte gigante em sua cabeça, ou um braço com
gesso.

Deixei o assunto, principalmente porque estava cansada


demais para me aprofundar e em parte porque tinha o
suficiente para me preocupar. Precisava fazer mudanças de
última hora em sua festa de despedida de solteira e ainda
precisava contar as novidades de Darren durante o jantar.

– Estou muito feliz por você estar aqui. – Ela esfregou meu
braço, nós duas éramos mulheres pequenas, mas eu menor.
Parecia apropriado ter tamanho de bolso, especialmente porque
eu me sentia assim quando mamãe estava por perto.
– Eu sei que você está ocupada. Você tem sua vida em Nova
York e eu quero que você saiba que eu aprecio você vir aqui.
Tanto, tanto, Rosie–bug.

Conversamos um pouco mais antes dela se retirar para a


cozinha. No minuto em que eu estava sozinha, joguei meu corpo
no colchão queen size com dezenas de travesseiros fofos, tirei
meu celular do bolso de trás da minha saia jeans desbotada e
escrevi uma mensagem para Dean.

A primeira mensagem que eu já enviei a ele.

Rosie: Meus pais e a irmã não sabem que eu


terminei com o Darren. Por favor, não diga uma
palavra. Eu vou contar esta noite.

Ele respondeu em segundos.

Dean: Merda Eu preciso cancelar o comunicado de


imprensa que eu fiz. Tão ruim por ai?

Foi bom fazer uma pergunta, sabendo que ele estava


realmente esperando por uma resposta.

Rosie: As loucuras habituais de LeBlanc. Você?

Dean: Devorando um sanduíche enquanto ouço as


fofocas da cidade sobre os novos regulamentos do
território. Vivendo o sonho. Chame se você
precisar de salvação.

Rosie: Você não é meu super–homem.

Dean: Eu sou o que você precisar que eu seja.

Rosie: Isso foi tão brega, você realmente me deu


uma ânsia.
Dean: Engraçado, você deveria mencionar sua
nausea, só estou pensando em como uma certa parte
do seu corpo seria muito mais deliciosa do que o
meu sanduíche.

Eu bufei uma risada pouco atraente quando minha cabeça


bateu no travesseiro, em seguida, fechei os olhos. O sonho veio e
eu também vim muitas vezes. Em meus sonhos. Minha co-
estrela, Dean Ruckus Cole. Maldito seja.
Eu fui um moleque de merda mimado

Eu sabia disso, reconhecia isso, e não tive um problema com


isso.

No minuto em que cheguei em casa, mamãe e papai saltaram


sobre mim como se eu fosse o próprio Deus. E para eles foi. Eu
cresci acreditando que o sol brilhava diretamente da minha
bunda e que eu era feito de ouro puro e orgasmos em cadeia.
Isso é o que meus pais superprotetores criaram na minha
cabeça e foi isso que eu acabei me tornando. Eles não trataram
minhas irmãs mais novas, Payton e Keeley, de forma diferente e
elas tiveram tanto sucesso quanto eu. Keeley estava estudando
medicina em Maryland e Payton era professora assistente na
Universidade de Berkeley, enquanto trabalhava em sua
dissertação sobre algo impressionável e esquecível.

Que posso dizer? Os pais Cole tinham filhos atraentes e


excelentes. Apesar do fato de depender de álcool e maconha
para esquecer que Nina existia, eu era quase perfeito.

O perfeito CEO.

O homem de negócios perfeito.


O filho perfeito

O amante perfeito.

Eu provavelmente poderia continuar, mas qual seria o


sentido disso? Eu também era competente com grandes
habilidades de gerenciamento de tempo.

– Seu sanduíche, querido, com aquela mostarda especial que


você gosta do mercado dos fazendeiros.

Minha mãe, Helen, pressionou os lábios na minha testa antes


de se sentar ao meu lado na mesa da cozinha.

Meu pai, Eli, estava sentado na minha frente, com um sorriso


orgulhoso nos lábios. Nós conversamos sobre o trabalho, a
política e os assuntos locais por um tempo antes da mãe olhar
para baixo e começar a brincar com seu colar de pérolas em seu
cardigã cor de limão.

– Querido, eu preciso te contar uma coisa e não quero que


você fique bravo.

Naturalmente, eu já estava irritado. Eu olhei para cima do


meu sanduíche, mastigando, enquanto seus movimentos
ficavam mais nervosos e sua garganta subia e descia.

–Recentemente ... estivemos em contato com a Nina.

Mamãe alisou o tecido de seu cardigans nervosamente. Eu


não deveria ter ficado surpreso por Nina ter ligado para mamãe,
mas de alguma forma eu estava. Papai tirou os óculos e espetou
a ponta do nariz.

–Você não pode virar as costas, Dean. É hora de falarmos


sobre isso
disse ele.

–Não há nada para falar. Ela é da minha conta, não sua. O que
ela queria?

– Ela me pediu para te convencer a vê–la.

Os olhos comoventes da mãe me imploraram.

– está fodidamente louca.

–Dean, linguagem.

Meu pai me repreendeu como se eu tivesse quatro anos de


idade. O que seja. Eu gostaria de ver como sua bunda iria lidar
com alguém como Nina. Ele tinha a porra da Helen Cole. Alguém
incrível, compreensiva e fodidamente humana. Julgar é fácil.
Lidar com a merda complicada entretanto, nem tanto.

–E bem? – Eu me recostei na minha cadeira.

– Diga Helen. – Eu usei o primeiro nome, que sempre afetou


minha mãe que fez uma careta.

Você é um idiota de 5ª grau, Ruckus.

– Precisa dar–lhe uma oportunidade, certo? Ela tem o direito


de se explicar. Chegou a hora de conhecê–lo. Pense no potencial
vínculo. Vamos, já ouvi tudo isso, mas estou sempre disposta a
repetir.

– Não é justo que você ponha tudo isso em sua mãe. – Papai
colocou as mãos sobre as dela. Eu pisquei uma vez.

– É justo para mim?

– Você terá que enfrentá–la em algum momento


argumentou Mamãe.

– Lamento fodidamente discordar. Eu nunca mais a verei. Me


ponha a prova. Realmente deveria.

– Precisamos resolver esta situação. Não é assim que um Cole


age –, meu pai começou com sua voz autoritária. O todo–
poderoso Eli Cole era a definição de uma boa pessoa. Sempre
querendo fazer a coisa certa. – Você sabe porque ela está te
procurando. É hora de você encarar o que tem a dizer.

– Se ela quiser que eu o conheça, felizmente o farei, mas não


por dinheiro.

– Isso poderia ser arranjado. – Ele coçou a barba com a


armação dos óculos. Eu não tinha ideia do que ele estava
falando. Eu não iria arrastar Nina para o tribunal e lutar por
anos por isso.

Eu me levantei e me inclinei sobre a mesa.

–Vocês me amam? – Eu perguntei aos meus pais.

– Claro–, papai zombou.

– Então confie em mim quando digo que é melhor não


conhecê–lo. Eu não estou pronto para lidar com isso agora. Me
respeite. Deixe ela ir.

Sentindo–me uma merda, eu certamente agi como um, subi


as escadas para o meu antigo quarto, me preparando para
tomar um banho. Meu telefone tocou. Eu não me sentia com
vontade de falar com ninguém, mas dei uma olhada rápida de
qualquer maneira.
Rosie: Eu preciso que você me pegue. Nenhum
carro + jantar do inferno = tempos desesperados
exigem medidas desesperadas.

Tentando recolher minha fodida mandíbula que estava no


chão, eu ri. Ah, isso estava acontecendo.

Dean: Eu estarei às 10.

Rosie: Prometa–me não flertar comigo.

Dean: Sim ... não

Dei–lhe um segundo para processar isso antes de lhe enviar


outra mensagem.

Dean: Irei. Verei. Vencerei.

(E depois voltarei de novo).


Rosie:Eu não posso acreditar que estou
desesperada o suficiente para te aturar.
Promete pelo menos não contar a ninguém que
nos encontraremos.

Dean: Sim, que seja.

Como se alguém desse meio pedaço de merda pra isso, Rosie


e eu éramos dois canhões perdidos em uma máquina que de
alguma forma funcionava sem problemas. Vicious e Millie
estavam estabelecidos. Jamie e Melody estavam casados e
tinham uma filha. Mesmo o bad boy do Trent vestiu calças de
gente grande e mantinha uma família moderna, compartilhando
a guarda conjunta de sua filha Luna com sua mãe, Val. Todos
eles criaram raízes e deixaram de ser estudantes. Todos, exceto
nós.
Ela era a irmã mais jovem de boca suja e não tão boa, e eu era
o bêbado viciado em drogas cuja relação mais séria era com seu
traficante de drogas.

Ninguém se importaria se transassemos até perdermos a


sensação de passar o tempo, contanto que mantivéssemos
silêncio e não ultrapassássemos nosso limite, nem
manchássemos nossos trajes de dama de honra e padrinho.

Era isso o que Baby LeBlanc não notou, porque ela estava
ocupada demais protegendo os sentimentos de sua amada irmã.
Sentimentos que nem estavam lá. Coloquei meu telefone no
bolso de trás e fui até o armário do meu quarto para colocar
uma camisa limpa. Peguei minhas chaves na mesa de cabeceira,
meu telefone tocou de novo.

Rosie: Você tem erva?

Tentando e falhando, para não rir, meus dedos deslizaram


pela minha tela.

Dean: E seus pulmões? Eles não estão quebrados


ou alguma merda assim?

Rosie: Traga sua provisão, garoto engraçado.

Agradar–lhe era a única maneira de consegui–la. Rosie


queria testar os limites. Ela não sabia que eu não tinha nenhum?
Bem, essa era uma lição que ela ia aprender em breve.
O que te faz sentir vivo?

Cometer erros. Apropriando-me deles.


Apropriando-me de mim. Pegar o que eu quero e
chamar de meu. Mesmo que não seja. Mesmo que eu
saiba que nunca poderia ser.

Prisioneiros de guerra devem ser enviados para serem


torturados pelos braços e línguas de meus pais. Essa foi a
conclusão a que cheguei depois de passar oito horas com
mamãe e papai.

Eu era uma garota durona. Lidar com uma doença a longo


prazo que coloca sua vida em risco lhe dá uma camada adicional
de durabilidade. Como aquela camada incolor e final de esmalte
que ninguém vê.

Então o fato de que eu estava à beira das lágrimas me pegou


de surpresa. Não tinha um carro, assim que me sentei nos
degraus da entrada principal para a mansão e esperei por Dean
para me pegar, minha cabeça pendurada entre as pernas, os
eventos do jantar se reproduziram na minha cabeça, fazendo–
me engolir em seco e lutar contra as lágrimas que ameaçavam
derramar.
Estávamos todos sentados à mesa, servido pelos empregados
de Vicious, comendo ostras Coffin Bay King com vinho trazidas
da Austrália (aparentemente, ostras americanas já não eram
aceitáveis, agora que meus pais eram ricos por associação),
falando sobre os arranjos finais de casamento. Tudo foi
relativamente tolerável ... até que não foi

– Bem, acho que é hora de nos referirmos ao elefante na sala.


– Papai colocou o copo de vinho na mesa e ergueu os olhos para
encontrar o meu.

– Quando você planeja se mudar de volta para cá, Rosie?


Apoiamos você em sua experiência em Nova York. Você era
jovem e precisava de uma aventura, mas é hora de seguir em
frente. Você não é mais uma garota e sua irmã não segurará
mais sua mão.

– Papai, Rosie é auto–suficiente, você não pode dizer a ela o


que fazer

Millie interveio, soando como um bálsamo suave nos meus


nervos quentes. Mamãe suspirou abafada pela prataria ruidosa.
Eu molhei meus lábios, atordoada demais para dizer uma
palavra.

– Sempre estão sufocando ela, papai. Rosie é uma adulta.

–Não é como você, querida. É um pouco imprudente. Nós


amamos a nossa Rosie–bug exatamente como é, mas as coisas
estão mudando. Torna–se mais fraca a cada ano.

– Está doente!

Mamãe completou, acariciando o nariz com um guardanapo


de linho antes de erguê–lo para os olhos para fazer o mesmo. Eu
me encolhi. Ela levou a conversa da primeira velocidade para a
quinta.

– Olha isso

Ela apontou para mim.

–Toda pele e ossos. Você não acha que está magra

Millie suspirou, se desculpando e olhou para mamãe.

– Ela sempre foi magra.

– Muito magra –disse a mãe.

– Todo mundo é muito magro na sua opinião, mamãe. Nosso


gato parecia um guaxinim porque você o superalimentou. O
mesmo gato que eles tiveram que dar quando descobriram que
eu tinha fibrose cística. Jesus, foi tão divertido quanto ter lepra.

– Ok, pessoal.– Eu me ressenti, odiando que Vicious viu essa


troca.

– Não é como se eu estivesse aqui ou algo assim. Não me


deixe interferir na maneira como vocês falam sobre o meu
futuro.

– Estamos te comprando uma passagem para casa. Você deve


gastar seu tempo conosco, não vagar por uma cidade grande à
procura de problemas.

A voz de mamãe estava dançando a beira do pânico.

– Eu continuo em Nova York.

– Paul – ela gemeu. – Diga a ela

–Sim Papai. – Eu sorri. – Me diga.


Paul LeBlanc não ia me pressionar. Você sempre pode contar
com o papai para calar a mãe quando se trata de mim. Millie
estava tentando me proteger, mas não tinha esse tipo de
autoridade.

Papai olhou entre mamãe e eu.

– Desculpe, Rosie–bug.– Ele balançou a cabeça e, a princípio,


eu pensei que ele estava se desculpando em nome de sua
esposa.

– Mas sua mãe está certa. Eu também me importo com você.


– Ele se moveu em seu assento.

– Claro, talvez tenhamos que ter em mente que você tem


Darren agora. –. Papai arranhou a sombra de sua barba de três
dias, refletindo sobre isso em sua cabeça.

– Parece que ele está cuidando bem de você. Você não acha,
Charlene? – Seu pai não é misógino, tentei me convencer a si
mesmo. Ele apenas soou como um um segundo atrás.

–Sobre isso. –Tossi, sentindo minhas palmas suando e meu


coração girando como um bêbado sem esperança, tropeçando
para fora do meu corpo em direção ao prato mais próximo.
Talvez alguém seria tão bom para esfaqueá–lo.

– Darren e eu terminamos.

– Que?! – Papai rugiu, levantando–se de seu assento e


batendo na mesa de madeira. Ele parecia tão surpreso quanto
eu me sentia. Eu tinha esquecido que minha vida amorosa era o
meu negócio? Eu fiz uma careta, observando quando Millie
colocou a mão sobre a de mamãe, pedindo sem palavras que se
detivesse
Quando olhei para cima, percebi que ela estava chorando
tanto que todo o seu corpo estava agitado.

– Ela não tem ninguém lá. Ninguém.E está se consumindo,


morrendo.

Senhor. Minha família era uma espécie de grupo de drama.

Os olhos de papai ardiam, ameaçando queimar minha pele


com cicatrizes feias.

– Ele se mudou há algumas semanas. – Eu mantive minha voz


neutra, esmagando a palma da mão no guardanapo de pano
branco que eu sequer tinha usado.

– Queria se casar. Chegou até a propor, com um anel e tudo


mais. Mas como você sabe, eu não estou interessada em
casamento. Especialmente considerando minhas recentes
complicações. – Eles sabiam exatamente o que o Dr. Hasting, o
especialista que Vicious havia contratado, me disse no ano
passado, depois de ter feito alguns testes extensivos.

–Ele irá se recuperar.– Eu encontrei-me confortando-os em


vez do contrário.

– Eu também vou. Ele merecia coisa melhor que esta vida. –

Houve silêncio. Do tipo que pinga no seu corpo e mastiga


seus ossos. Prendi a respiração, pronta para um golpe físico que
me mandaria voando para o outro lado da sala.

Vicious recostou–se na cadeira e brincou com o cabelo de


Emilia.

– Deveríamos nos retirar. Parece que seus pais e sua irmã


têm muito o que conversar.
Os olhos inquisitivos de Millie encontraram os meus do
outro lado da mesa. Neguei com a cabeça.

– É nosso único jantar em família antes do ensaio. Todo


mundo fica.

Mamãe chorou mais e continuou dizendo que seu bebê


estava morrendo. Tempo de diversão na casa LeBlanc. Fique
atento para a festa depois.

– Mãe – Eu ri, sentindo meu rosto aquecer de vergonha.

– Eu não estou morrendo.Eu cuido bem de mim mesma.

– Jesus Cristo, Rosie, que bobagem. – Papai bufou, batendo na


mesa novamente. Não me escapou que ele não se referia mais a
mim como Rosie–bug. Ele apontou para mim, seu rosto
contorcido de desgosto.

–Você fala sobre o tempo com nossa família como se você


não desse a mínima para sua irmã. Esta foi sua chance de não
ser um fardo para sua mãe e para mim. Sua chance de
finalmente libertar sua irmã de cuidar de você. E, no clássico
estilo Rosie, você arruinou tudo –, ele repreendeu.

Meu garfo caiu no chão e meus olhos se iluminaram, uma


mistura de surpresa e raiva dilatando minhas pupilas. Eu não
pude acreditar no que estava ouvindo. Papai nunca falou comigo
assim antes. Inferno, ele quase nunca disse não para mim,
mesmo quando eu queria um maldito pônei Foi aí que ele impôs
seu limite, mas só porque ele não podia pagar Além do pônei (e
manter longe dos caras, é claro) eu era praticamente ouro.

Foi ele quem disse à mamãe que deveria me deixar ir a Nova


York, chegando mesmo a comprar minha passagem só de ida.
Foi ele quem me disse para perseguir meus sonhos, mesmo
que eles me levassem na direção oposta ao que ele queria que
eu fosse. Foi o papai que realmente acreditou que eu poderia
fazer isso. Viva a vida como uma pessoa normal. E ele estava
mentindo. Todo o tempo.

– Eu não estou despejando meus problemas de saúde em


ninguém nesta mesa

eu disse entre os dentes cerrados.

– Eu moro do outro lado do maldito país. De onde isso vem?

– Você tem que voltar. Você tem que voltar, não é bom. –
Mamãe choramingou, jogando o guardanapo sobre o prato
principal, o prato ainda transbordando de comida.

–Sua irmã quebrou as costas trabalhando em dois empregos


para que você pudesse morar em Nova York. Antes de deixar a
cidade, ela facilitou sua vida com um apartamento de primeira
classe que tem sido pago e até cobriu o custo de matrícula em
sua escola de enfermagem. E como você retribui toda essa
gentileza? Você faz café!

– Ei. – Foi a minha vez de bater na mesa e, porra, doeu.

– Desde quando você desaprova certos trabalhos? Você foi


uma cozinheira por quarenta anos.

– Não tinha outra escolha! Mamãe gritou.

– Eu também não! Eu saí da escola porque o Dr. Hasting me


fez fazer isso!

Se levantou e saiu da cozinha com raiva, deixando–me sem


palavras.
Papai, Vicious e Emilia me encararam. Os homens com
decepção, minha irmã com tristeza. Lágrimas perfuraram meus
olhos e me pedindo para deixá–las cair. Nunca chorava, e odiava
mostrar fraqueza. Especialmente quando tudo que eu fazia na
vida era projetado para mostrar à minha família que eu poderia
fazer sozinha. Que não precisava de ajuda. Que minhas pétalas
estavam caindo, mas que eu ainda estava florescendo.

– Rosie ... –disse Millie baixinho

– De um pouco de tempo para a mamãe.

– Pare de defender sua irmã. – Papai passou a mão pelo


rosto. Cada sílaba que ele proferiu se espalhou como fogo
dentro de mim. Ele olhou para a varanda de Julieta nas minhas
costas, incapaz de olhar para mim.

– Você está matando sua mãe e a si mesma. Você tinha um


namorado que era médico. Um homem que poderia te dar tudo
que você precisava.

– Ele era um podólogo. Isso é como metade de um médico.


Ele não é mais médico do que Ross Geller.– Senhor. Eu tirava a
maioria das minhas referências culturais dos episódios de
Friends. Me ajuda.

Papai não achou meu comentário engraçado. Na verdade, ele


ignorou–o completamente enquanto lentamente pegava o
telefone e o maço de cigarros que fumava após cada jantar,
pronto para sair também.

– Você terminou com ele porque foi egoísta. Porque ficar com
ele significava dançar a música, querida. Porque você não pode
se comprometer com nada, é por isso que você deixou a escola
de enfermagem, vive em um apartamento pago e trabalha como
garçonete aos vinte e oito. Sua irmã vai se casar em uma
semana. – Respirou profundamente, fechando os olhos como se
precisasse de força para terminar a frase.

– E aqui está você, fazendo com que todos nos preocupemos


com você novamente. Sua mãe não precisa de tempo. Ele precisa
de uma filha saudável.

– O que aconteceu com "fazer o que você quer fazer", papai?


– Eu me levantei do meu assento, todos os músculos do meu
rosto tremiam de raiva. Eu não tenho ninguém. Ninguém além
de Millie. Ninguém para apreciar quem eu era sem me bater
com o rótulo de "doente" e "fraco".

–O que aconteceu com "você pode fazer alguma coisa,


sempre que se proponha”?

Ele balançou a cabeça. Meu pai era um homem pequeno, de


corpo magro e musculoso, que fazia trabalhos pesados o dia
todo, mas ele parecia tão grande e imponente naquele
momento.

– Você tinha dezoito anos quando se mudou, Rosie. Você tem


vinte e oito agora. A maioria dos homens quer se estabelecer e
ter uma família agora. Como você pode rejeitar alguém que não
apenas sacrificaria essas coisas para estar com você, mas
realmente poderia cuidar de você? – Ele se virou para minha
irmã, cuja boca estava aberta.

– Ela precisa ouvir isso. Ela não pode se dar ao luxo de ser
exigente.

Com isso, ele também saiu da cozinha.

– Acredito que este é meu sinal para que você possa recolher
os pedaços –, murmurou a voz obscura de Vicious, pressionando
um beijo no topo da cabeça de Millie. Ele seguiu o pai lá fora. As
portas se fecharam com um som suave que fez meu coração
tremer.

Minha irmã olhou para o prato, esfregando as coxas, como


fazia quando estava nervosa. Seu lindo vestido prateado
subindo e descendo por suas pernas.

– Eu sinto muito, – foi tudo o que ela disse.

Pelo menos ela não me deu as costumeiras tolices e verdades


alternativas que as pessoas dão aos outros para confortá–las.

– Papai nunca me disse uma palavra ruim antes. – Eu


engasguei com a minha frase. Eu precisava do meu inalador. Eu
precisava dos meus pais. Eu precisava de um abraço.

Os olhos de Millie se moveram para encontrar os meus. A dor


rodou dentro deles. Ela também pensou que eu era uma causa
perdida. Ela só não queria me pressionar como eles fizeram.

Agora que estávamos sozinhas, lágrimas escorriam pelo meu


rosto.

– Eles te amam.– Ela engoliu em seco.

– E eu os amo –, respondi.

Ela se levantou, alisando o tecido do vestido.

– Eu sei que é a última coisa que você quer ouvir, mas você
deveria considerar retornar. Eu preciso da minha irmã ao meu
lado, Rosie–bug. Eu sinto muito sua falta. Além disso, mamãe e
papai estão muito preocupados.

– Por minha saúde ou sua consciência? – Eu coloquei minhas


mãos em minhas coxas e ofereci–lhe um olhar penetrante.
– Há quanto tempo você sabe disso? Sobre o papai pensando
que eu era uma garota estúpida e sobre mamãe agindo como se
eu estivesse no corredor da morte?

– Rosie ...

– Você também acha que eu não sou um bom partido? – Eu ri


entre lágrimas. Jesus, louca, não era uma boa imagem para mim.

– Você também acha que Darren me fez um grande favor


ficando por perto porque eu estou tão doente?

– Claro que você é um bom partido! – exclamou .

Claro.

Só que não era tão bom partido como ela. A necessidade de


provar seu erro queimou todos os ossos do meu corpo.

– Por favor, me deixe em paz. – Apoiando meus braços na


mesa, enterrei meu rosto entre eles.

Ela fez.

Fechei os olhos, deixando a miséria me arrastar por um rio


de autopiedade e bati a cabeça contra a toalha de mesa branca
imaculada três vezes.

Merda.

Merda.

Merda.

Bem vinda a Sinners Saints Rosie.


O que te faz sentir viva?

Correr descalça. Sentir os galhos baterem no


meu rosto, meu peito, meus pés. Sair ferida.
Dolorida. Aproveitar as oportunidades.

Dean me pegou em uma velha caminhonete cabine dupla


vermelha. Eu não tinha ideia de onde ele a conseguiu, mas
naquele momento, eu estava pronta para pular em um enorme
caminhão cheio de estranhos usando balaclavas oferecendo
uma pilha suspeita de doces, a fim de fugir deste lugar.

Relaxar não estava nos meus planos naquela noite, pensei. Eu


só queria encontrar alguns momentos tranquilos de respirações
ininterruptas em algum lugar onde eu não fosse criticada.

No momento em que o veículo de Dean estava estacionado


do lado de fora das portas da mansão, eu corri para fora,
rastejando para o banco do passageiro e ajustando o cinto de
segurança. Eu estava com uma saia jeans e uma camiseta branca
solta, era a camiseta da Darren Podiatrists Association que
recebi em uma convenção no começo do ano e meu cabelo que
contava a história de cinco horas de vôo e uma inquieta. soneca

– Dirija – Eu pedi, olhando em frente, ainda não tendo


certeza de como Dean "Promiscuo" Cole de alguma forma se
tornou meu Salvador e o que isso diz sobre a minha situação em
geral. Não queria olhar para ele e arriscar mostrar–lhe o que
estava por trás dos meus olhos, porque se ele pudesse decifrar
esses sentimentos, ele veria tudo. Toda a verdade horrível.

Ele não me perguntou para onde. Ele acabou pegando uma


garrafa de Jim Bean e disse:

– Abra sua janela. Coloque alguma musica.

Pela primeira vez na minha vida, fiquei feliz por estar a um


passo do alcoolismo. Eu rapidamente peguei a garrafa no
segundo que entrou no meu campo de visão.

– Saúde. – Eu a levantei no ar antes de tomar uma golada


generosa.

Demos voltas em Sinners Saints por uma hora, dirigindo


através de Liberty Park, passando por Sinners Saints Alta e a
bem iluminada marina que atrai turistas de todo o mundo. O
vento do oceano salgado bateu no meu rosto, proporcionando
algum conforto. Eu bebi mais. A estação de rádio pirata
reproduzia canções de amor tristes e, embora eu não
entendesse uma palavra, elas fizeram meu mundo se inclinar. Eu
tentei usar o tempo para regular meu batimento cardíaco e me
lembrar que estava tudo bem. Bebi meia garrafa, mas não foi
por isso que minha visão ficou nublada e meus dedos tremeram
quando se enrolaram no pescoço de Jim Beam. Não. Isso foi por
causa da raiva.
Você não pode ser exigente.

Você teve sua chance e você arruinou.

Fodam–se, e com uma vara com vários metros de altura.

Dean nunca disse uma palavra, me dando o espaço que eu


obviamente precisava, dirigindo sem rumo e parecendo
ridiculamente quente em fazê–lo. Era bem possível que esse
viciado em drogas fosse o único homem dos Quatro Garotos
Quentes que realmente possuía algumas células com um
coeficiente de inteligência emocional. Não é como se alguém
fosse adivinhar que estivesse falando com ele. Ou olhando para
ele. Dean Cole tinha o adorável ato de drogado como uma arte.
Ele nunca permitiu que ninguém visse o que estava abaixo da
superfície. O que me lembrou ...

– Você tem a erva?

Eu fui a primeira a falar. Olhei fixamente para a estrada,


ouro brilhando em seu pulso no escuro, quanto custaria esse
relógio? Mais do que todos os meus bens materiais, se eu tivesse
que adivinhar, uma mão que dirige o volante, a outra agitando
seu cabelo cor de chocolate com leite.

– Você está de calcinha? Ele provocou.

– Claro – Eu zombei.

– Então eu tenho erva. Para mim, é uma necessidade tanto


quanto cueca.

– Encantador, – Meus olhos rolaram no piloto automático.

– Aparentemente é, porque essa foi a primeira vez que vi


você sorrir em um dia e é por minha causa.
Eu estava sorrindo? Merda, talvez estivesse. Ele estacionou
em uma colina gramada com vista para Sinner Saints. A pequena
cidade de SoCal foi cuidadosamente pressionada em um vale
entre duas montanhas. Esta pequena reserva proporcionava a
visão perfeita das luzes do centro. As imensas piscinas azuis das
mansões próximas, brilhando na noite escura, postes de luz se
espalhavam por toda a extensão da marina. A reserva estava
deserta, exceto por uma quadra de basquete a cerca de trinta
metros de nós. Estava bem iluminada e havia adolescentes
jogando bola de um lugar para outro, mas eles não pareciam se
importar com o caminhão ou conosco.

– De onde veio essa coisa?

Eu apontei com o dedo indicador para o caminhão,


inclinando meu corpo para enfrentá–lo. Pelo que conseguia me
lembrar, a família de Dean possuía uma quantidade infinita de
Volvos. Essa era a marca perfeita para o tipo de familia perfeita.

– Meu tio do Alabama.

Humideceu seu lábio inferior, olhando–me com aquelas


esmeraldas cintilantes.

– O único presente que ele me deu. Eu nem tenho certeza por


que eu mantive–o, mas queria ser discreto, então eu vim nesse
veículo Vicious não o reconheceria.

– Guardou um caminhão caindo aos pedaços esperando a


remota possibilidade de precisar dele?– Eu não pude deixar de
rir.

– Quem é você, Dean Cole e a CIA sabe de você?

Dean jogou a cabeça para trás, os dedos entrelaçados atrás


do pescoço e riu.
– Cale a boca.

E na verdade eu era uma daquelas meninas lastimáveis, que


permitiram que sua aparência, seus músculos e seu status se
filtrasse em seus cérebros e arrastasse para a calça, fazendo
parada desnecessária sobre os seios. Porque senti, como se
estivesse agarrando meu coração e apertando em meu punho.

–Tudo bem, Sr. Shady–, eu provoquei.

– Isso não é justo. Eu não tive um cadáver sobre isso em


anos.

–Você poderia estar me enganando. A coisa é uma merda. –


Eu solucei, sabendo muito bem que estava bêbada.

– Era aqui que você tinha suas aventuras quando estava no


ensino médio?

–Não. Eu sou um idiota sentimental. Eu nunca iria manchar


este bebê com uma foda aleatória.

– Você está cheio de surpresas, Dean Cole.

– E em breve você vai estar cheia de mim, Rosie LeBlanc

***

A grama estava molhada, mas eu andava descalça de


qualquer maneira. Proporcionando novo conforto contra o
insuportável calor de agosto no SoCal. Cheguei a um banco no
topo da colina, com vista para a cidade e sentei–me. A coisa boa
de Sinners Saints foi a ausência de fábricas industriais e
poluição. Uma das razões pelas quais meus pais aceitaram um
emprego aqui quando eu era adolescente foi me ajudar com
meu problema de muco, para ter certeza de que meus pulmões
estavam limpos. Um manto de estrelas brilhantes acima de
nossas cabeças me lembrou que éramos pequenos e que elas
eram grandes.

Dean tirou duas latas de cerveja do banco de seu caminhão,


eu não perguntei o que diabos eles estavam fazendo lá e abriu
um, entregando–me uma antes de beber a outra e se deixou cair
centímetros de mim.

– Você sabe, Cada estrela que você vê no céu noturno é maior


e mais brilhante que o sol.

– O que? – Eu soltei uma risada.

– Quanta bobagens. O sol é enorme!

Dean olhou para mim, sério como um ataque cardíaco e foi


naquele momento que percebi que eu tinha acabado de
convidá–lo para entrar no meu coração. Que de livre vontade eu
abri a porta para ele fazer isso. Foi como jogar seu corpo sobre
um penhasco, com os olhos abertos, braços estendidos e um
sorriso no rosto. Isso é trágico, pensei. Esqueci como era passar
um tempo real com o Ruckus. Eu esqueci o caos que estava se
mexendo dentro de mim.

– O sol é apenas uma estrela anã amarela, Baby LeBlanc. –


Sua voz era plana, seu olhar intenso.

– É glorificado porque estamos familiarizados com isso e é o


mais próximo. A maioria das pessoas ama o que está mais
próximo. O que eles estão acostumados. – Ele não estava mais
falando sobre estrelas e nós dois sabíamos disso.

Seu conhecimento de astronomia me pegou de surpresa.


Talvez porque eu quisesse reduzi–lo ao viciado em drogas que
não se importava, nem sabia nada mais do que futebol,
mulheres e números chatos.

Tirou um baseado do bolso de trás, erguendo os quadris para


encontrá–lo e enfiou–o entre os lábios em forma de coração, o
fogo de seu isqueiro iluminando cada curva do rosto de Adonis.
Tomando um arrasto, ele me entregou.

Houve um momento em que o baseado pairou entre nossos


dedos. Eu esperei por ele para retirá–lo. Ele fechasse a cara. Que
falasse que eu era louca por fumar. Mas nenhuma dessas coisas
aconteceu. Ele me deixou tomar essa decisão por mim mesma.
Isso me fez sentir como um adulto.

Eu peguei o baseado, permitindo um pequeno sorriso que eu


escondi no escuro. Todos os outros me trataram como se eu
fosse feita de vidro,dei uma tragada. Inalado Eu exalei. Eu
sobrevivi isso foi um triunfo no meu mundo. Mas, claro, tive que
tossir como um cachorro que estava prestes a vomitar um ou
dois pulmões. Dean me deu um olhar de soslaio, sorrindo.

– A próxima vez que você quiser usar drogas, eu vou fazer


brownies para você.

O ignorei, olhando para o céu. Foi bom esquecer minha


família, mesmo que por um segundo. Mesmo se eu fizesse isso
com o homem que considerava meu inimigo de alguma forma.

– Eu ouvi uma vez que o sol se aproxima de nós todos os


anos. Que um dia queimará o planeta inteiro –, eu disse,
circulando o céu com o dedo e passando–lhe o cigarro de
maconha.
Dean tomou um gole de sua cerveja, tudo sobre sua
linguagem corporal leve, jovem e imprudente. Ele parecia um
adolescente por um segundo. O adolescente que amei uma vez.

– Bem, o sol deve durar sete bilhões de anos a mais do que os


atuais quatro bilhões e meio de anos. Então ele provavelmente
se tornará uma gigante estrela vermelha e entrará em colapso
em uma anã branca. É seguro dizer que, quando isso acontecer,
nem minha bunda de maconheiro nem sua bunda feliz estarão
aqui para testemunhar o show de merda. – Ele acariciou minha
cabeça com a mão que segurava sua cerveja, como se fosse um
bebê precioso.

– A menos que você planeje ficar por perto, você vai se tornar
uma maldita velhinha. Até alguns bilhões de anos.– Eu ri tanto
que minha voz ecoou no céu.

– O suficiente para dizer que não estarei aqui. Nenhum de


nós estará. – Ele deu de ombros, passando–me o cigarro de
maconha. Nossos dedos se tocaram e a eletricidade rolou pela
minha pele, fazendo cócegas.

Eu ignorei, pensando:

Mas meu tempo provavelmente vem muito mais cedo que o


seu. Quantos anos mais ele teve? Vinte? Dez? Menos?

Esse era o problema com a fibrose cística. Não era tão


urgente e imediato como o câncer ou a ELA. Eu ainda tenho
tempo. Apenas não tanto quanto todos os outros. Talvez fosse o
álcool, a maconha, ou vida em geral, mas aconteceu. Depois de
alguns bons anos, aconteceu. De novo.

Meu ex–terapeuta disse uma vez que sou completamente


normal, considerando as minhas circunstâncias. A percepção de
morrer, como era real, me pegou e o pânico percorreu minhas
veias em números alarmantes. Eu estava congelada. Parei de
respirar, não por escolha, quando as imagens do meu corpo
apodrecendo dentro de um caixão agrediram minha mente.

Esses ataques de pânico vêm acontecendo há muito tempo.


Desde que eu tinha dez anos e o conceito de morte começou a
fazer sentido. Isso foi mais ou menos quando eu sabia que não ia
morrer como uma mulher velha. Eu estava tendo um ataque de
pânico enquanto estava com o Sr. Relaxado, mas ele não poderia
saber, porque esses ataques não eram extremos. Depois de
alguns segundos, retomei minha respiração, e a única coisa
física que me incomodou foi acenar depois de uma onda de calor
estranha que parecia ter atingido meu rosto e um pulso fora de
controle.

Quando saí de meu terapeuta, meus pais me levaram para


alguém especializado em adolescentes com doenças terminais,
nós tentamos encontrar a raiz do meu problema. Todo mundo
estava desconfortável com a idéia da morte, mas eu era uma dos
raros adolescentes que passavam as noites sem dormir, deitada
na cama, imaginando o corpo sendo cremado. A terapeuta era
boa. Eu vou te dar isso. Ela me perguntou se eu me lembrava de
ser um feto. Disse que não. Então ela me perguntou se eu tinha
lembranças de não estar viva. Disse que não. É assim que a
morte será, Rosie. Você não vai se lembrar do que aconteceu,
então, de certo modo, é quase como se você tivesse vivido
sempre.

Em geral, quando tive ataques de pânico, tentei me lembrar


dessa conversa, mas o que geralmente me ajudava a me distrair
era algo completamente diferente. Então eu balancei a cabeça,
dando uma olhada no rosto calmo de Dean, e perguntei:
– O que mais você sabe sobre as estrelas? Evite a parte
divertida onde elas explodem e todos nós morremos.

Ele colocou uma mecha, que caiu na minha testa, atrás da


minha orelha.

– Isso é simplesmente triste. Especialmente quando o vizinho


acima pode levá–la a qualquer lugar nas alturas. Isso sim é um
prazer digno de culpa.

–Mantenha o foco – gemi.

Ele apagou o cigarro de maconha no banco e jogou em uma


lata de lixo nas proximidades. Ele riu com sua genuína risada de
cem por cento, aquela contra a qual nenhuma garota teve uma
chance. Sua voz era boa contra a minha pele. No ar. Em todos os
lados.

– Agora que tenho esse arquivo de sistema na minha cabeça,


se você contar a alguém, eu vou negar, nunca voltarei a falar
com você, e direi a todos que conhecemos que você tem hepatite
e deixou Dr. Imbecíl, porque ele te passou pé de atleta.

Ele colocou a mão no encosto de madeira atrás de nós e


inclinou seu corpo sobre o meu.

– Agora você está apenas me implorando para fazer isso.

Eu pressionei meus lábios, ciente de todos os sorrisos de


paquera que eu estava jogando.

Dean terminou o resto de sua cerveja antes de tomar a minha


e engolir também, soltando um arroto intencional antes de
continuar.

– Eu sou um fã de astronomia totalmente camuflado,Eu


rotulo as pessoas em relação a que parte do sistema solar elas
poderiam se encaixar. Por exemplo, Trent é Júpiter porque ele é
muito grande. Vicios é Arcturus. Vermelho e irritado o tempo
todo, Eu posso continuar, mas tenho a sensação de que vou me
arrepender.

Ele examinou meu rosto, esperando que eu risse. Quando


não o fiz, ele continuou cautelosamente.

– É mais fácil colocar as pessoas em algo concreto, sabe?

O cabeça oca, O marinheiro, O amante mulherengo das festas.


Ruckus Sim, entendia a ideia.

–Que tipo de estrela sou eu?

Minha voz saiu grossa. Eu estava bêbada,Eu estava cheia de


luxúria. Eu estava doida, Nossos braços estavam colados e nosso
suor começou a se misturar, mas nenhum de nós fez um
movimento para romper o contato. Nem mesmo um segundo se
passou antes que ele respondesse, o que me fez acreditar que
ele havia pensado nisso algumas vezes antes.

–Você é Sirius.

–Sirius?

– Sim.

Ele se moveu no banco, esfregando a barba inexistente ao


longo de sua mandíbula quadrada. Eu tentei ignorar o fato de
que ele estava olhando para mim com algo mais do desejo cru,
mas se tornou cada vez mais difícil a cada segundo que passava.

– Contrariando à crença geral, as estrelas não brilham. Há


apenas uma estrela que brilha com a qual os cientistas podem
concordar. Ela brilha tão intensamente, que às vezes as pessoas
confundem isso com um OVNI. Não é grande, mas se destaca.
Isso é Sirius e também é você. Você brilha, Baby LeBlanc. Tão
brilhante que às vezes você é a única coisa que vejo.

Sua língua invadiu minha boca, conquistando–me,


derretendo cada rejeição que eu tinha na ponta da minha língua
como manteiga quente. Estava realmente tão bêbada ou ele era
realmente tão bom assim? Sua mão foi para o sul. Levantou
minha saia jeans e levou a mão à minha calcinha, esfregando o
tecido, criando atrito que me fez gemer em sua boca e perder o
resto do controle que eu segurava.

Quente.

Tudo estava quente.

Meu rosto.

Meus nervos Deus, parecia que meu coração estava


queimando.

– Foda-se, você está molhada –disse ele, apertando meu


clitóris através da minha calcinha. Tirei sua camisa e arqueei
minhas costas, implorando.

–Foda-me –eu implorei no meio do nosso beijo sujo. Não era


como qualquer coisa que eu já tivesse experimentado. Nossas
línguas estavam em guerra, vencendo, nossas mãos
desesperadas e estávamos pressionando entre nós como se
estivéssemos tentando acender um fogo. Logo, eu sabia, nós
teríamos sucesso.

Química Perigosa. Nossos corpos estavam alinhados de uma


maneira que as almas são. Sem falhas. Sua pele na minha era
como ser beijada em todos os lugares, até o canto mais isolado
do meu corpo. Ironicamente, meu pedido o fez levantar a boca
da minha e franzir a testa.
– Quão bebada você está?

Ele examinou meu rosto, bastante sóbrio. Ele tinha apenas


uma cerveja e, pelos seus padrões, era como beber chá de ervas.

– Não tão bêbada para não saber o que estou fazendo -


respondi.

– Parece algo que uma pessoa bêbada diria - disse ele. Eu me


estiquei entre nós e agarrei seu expesso pau através de seu
jeans, esfregando para cima e para baixo. Muito duro.

–Por favor

Fechou os olhos, descansando a testa contra a minha


enquanto respirava profundamente. Estava tentando lutar
contra isso. Tentando encontrar compostura. Isso é o que eu
deveria ter feito. Mas eu fui gananciosa naquela noite.

– Se eu te levar, é porque você quer, não por alguma vingança


da família.

– Sim.

Eu assenti.

– Eu quero.

Levantou–se, ofereceu–me a mão e guiou–me até ao


caminhão vermelho, onde nunca uma garota tinha sido fodida.
A viagem mais longa que já fiz, mas que valeu a pena fazer.

***
Na cabine, Dean reclinou o banco do motorista
completamente e se inclinou sobre ele, tocando seu peito
musculoso.

–Vem aqui

pediu. Não parecia brincalhão. Não soou sedutor. Soava sério


e perigoso O senhorio mais tentador que já cruzei. Eu escutei,
sentando–me montado nele, e então corri para seu rosto. Eu
ainda estava de calcinha, e minhas pálpebras pesavam dez
quilos cada, mas eu sabia o que estava fazendo.

Dean tirou minha calcinha, me agarrou pela cintura e me


empurrou para seu rosto, sua língua afundou em mim, me
penetrando com um movimento repentino. Eu gritei de prazer e
surpresa, agarrando seu cabelo e arqueando as costas.

– Foda minha língua, Baby LeBlanc. Foda com força.

Meus quadris se sacudiram quando fiz exatamente isso,


sentindo sua boca quente em mim, esfregando o polegar com
círculos prazeirosos porém firmes no meu clitóris, enquanto a
mão livre agarrando minha bunda, ditando como pouso rápido e
duro em seu rosto. Ele fez o tipo de sons alegres que só sonhara
ouvir sobre Darren. Como se fosse a idéia do céu. Como se o que
estávamos fazendo estivesse correto. Depois de alguns minutos,
eu apertei em torno de sua língua, minhas coxas vibrando, cada
músculo do meu corpo tremendo com um orgasmo ondulante
que se movia através de mim como um terremoto. Joguei minha
cabeça para trás e gritei seu nome, meus olhos fechados.

Então, antes que eu tivesse a chance de abri–los, ele me


virou, eu estava deitada debaixo dele e ele estava de pé, com o
joelho entre as minhas pernas abertas. Dean desafivelou o cinto,
sua camisa subiu, revelando os abdominais perfeitos que eu
tentei não comer com os olhos no outro dia. Jesus, ele era uma
obra prima. Na verdade, eu estava ressentida com ele por isso.

– Eu vou fazer você gritar meu maldito nome –ele sussurrou,


seu olhar duro no meu –com sua buceta.

Eu abri minhas pernas mais largas quando ele afundou seus


joelhos mais profundamente em meu sexo. Ele enfiou a mão no
bolso de trás e tirou um preservativo da carteira. Quebrando o
invólucro com os dentes, ele colocou–o enquanto segurava
minha camisa na mão. Ele puxou o pano até que ficou preso na
minha pele e rasgando–o do meu corpo.

Oh!

E também, que diabos?

Inclinando–se, ele jogou uma das minhas pernas por cima do


ombro e deslizou para dentro de mim sem aviso prévio. Sua
mandíbula era de granito, seus olhos brilhavam com
necessidade carnal. Agarrei–me ao seu tríceps protuberante,
gemendo do prazer que meu pequeno corpo não conseguia
conter completamente, e deixei que ele me fodesse como um
animal enquanto golpeava meu ponto G de novo e de novo,
cavalgando como se sua missão na vida fosse me quebrar em
duas.

– Oh, Dean.

Eu não pude deixar de gritar, e embora estivesse quente lá


fora, a condensação nas janelas ao nosso redor mostrou que era
muito, muito mais quente por dentro.

Dean agarrou meu cabelo em um punho novamente, desta


vez mais forte que no banco e virou minha cabeça para o espaço
entre nossos corpos para que eu pudesse olhar.
– O que eu estou fazendo com você?

Ele parecia ameaçador. Quase malvado. Eu vi seu pênis

Ele deslizou para dentro e fora de mim, o modo como seus


quadris batiam nos meus furiosamente toda vez que ele entrava.

Houve trevas lá. No que nós fizemos. O Dean, totalmente


americano, jovem e charmoso, tinha um lado perigoso e me
permitiu dar uma olhada furtiva nele.

– Você esta...– eu fiquei sem voz. Ele puxou meu cabelo com
mais força pela resposta. Foi doloroso, mas ao mesmo tempo
extremamente quente.

– Diga, Baby LeBlanc.

– Você está me fodendo.

– Foda–se sim. Eu estou fodendo você. Sente–se bem?

–S-Sim.

– Muito profundo?

– N-não

– Muito áspero?

– N-não

– Bom. Porque estou prestes a ser.

Sua mão serpenteou nas minhas costas e me girou, e por um


segundo, seu pênis não estava mais enterrado dentro de mim.
Ele me deixou de joelhos, mas eu caí de bruços quando ele
voltou, desta vez por trás. Levantou um dos meus quadris com o
braço seus músculos tensos e suados contra a minha coxa
criando o ângulo perfeito para me separar com seu pau longo e
espesso.

– Tão profundo.– Eu apertei meus olhos novamente, sentindo


outro orgasmo fluindo da minha cabeça até a ponta da minha
espinha. Dean '' Ruckus 'Cole era um deus do sexo. Eu não
deveria ter ficado surpresa, mas ele estava certo. O que nós
compartilhamos não era normal. Eu estava louca. Louca de um
jeito bom.

– Não venha ainda –. Ele afundou em mim novamente e meus


dentes cavado no assento de vinil, agarrando–me a esponja
amarela por baixo durante a tentativa de abafar outro grito.

– Eu não posso segurá-lo –, eu disse, afundando minhas


unhas na cabine desgastada. Estava nisso como se estivesse
tentando me matar. E de alguma forma, ele fez isso. Ele matou
todas as oportunidades que eu tive de gostar de sexo com outra
pessoa.

– Você precisa da minha permissão para vir, LeBlanc.


Implore por isso.

Em algum lugar dentro de mim, sabia que tudo isso era


louco. Bêbada ou não, eu conseguia distinguir o certo do errado.
Ainda assim, eu obedeci, porque eu gostava do fato de que, por
um momento, não era a cadela que o odiava e ele não era do tipo
que ele nunca poderia ter.

– Por favor, deixe-me vir.

–Venha em todo meu pau, baby.

Eu colapsei mais profundo em seu assento e gemi quando


outro tsunami varreu meu corpo. E eu vi estrelas. Estrelas que
ele pendurou ali – estrelas que brilhavam de uma maneira
muito mais brilhante do que as do céu. Dean me virou de novo,
mas desta vez meus olhos estavam meio abertos. Ele afundou
em mim um par de vezes mais – seu rosto terrivelmente vazio –
saiu, removeu o preservativo, e veio todo em meu estômago e
meu sutiã. Eu olhei para ele, eu não tinha certeza se estava
hipnotizada, chateada ou muito feliz para diferenciar entre os
dois.

Ele agarrou minha camisa rasgada da Associação de


Podólogos que foi um presente de Darren, do assento ao nosso
lado e a enrolou em uma bola, limpando seu esperma do meu
corpo com ela.

– Diga adeus a esta camisa e a qualquer outra coisa que outro


homem, além do seu pai, tenha lhe dado. Fui claro?

– Você é excessivamente possessivo.

eu reclamei, olhando para ele com olhos sonolentos como se


ele fosse meu sol, a lua e tudo que vale a pena ver na
constelação.

– É porque você é excessivamente minha.

– O que diabos faria você pensar isso? O fato de dormirmos


junto?

Fingi rir, mas não havia nada de engraçado em sua


declaração. Ou o que acabamos de fazer.

– Não

ele disse, sua mão se movendo para o lado esquerdo do meu


peito. A Colocou no meu coração e apertou uma vez.
– Isso aqui bate por mim porra! Você sabe disso. Eu sei disso.
Continue mentindo, Rosie. Eu vou tirar a verdade de você,de
uma forma ou outra.
Tudo batia enquanto voltávamos para a mansão de Vicious.
Baby LeBlanc adormeceu e eu ainda podia sentir o cheiro do seu
sexo em meus dedos e shampoo de coco na minha camisa, e eu
acho que eu estraguei a minha mente, porque eu encontrei–me
dirigindo ao redor do bairro quatro vezes, às três da manhã,
sem estar pronto para dizer adeus. Você está em apuros, idiota,
a lógica me repreendeu. Você não precisa dessa merda.
Envolver-se com alguém é um risco. Você precisa cuidar do seu
negócio com Nina e parar de beber.

Mas a lógica não tinha lugar ou espaço em minha mente. Eu


estava completamente ocupado com tudo, desde Rosie LeBlanc,
e eu nem me importava que ela estivesse doente e com sua
própria bagagem que ela estava lidando. Ela estava usando
minha jaqueta da faculdade e seu sutiã, a que eu encontrei na
caixa da minha caminhonete dez anos atrás. A camisa rasgada
do Dr. Imbecil estava onde ele deveria estar, em uma lata de lixo
no meio do nada.

Estacionado em frente à entrada principal da mansão,


contemplei a próxima coisa a fazer. Ela estava roncando,
produzindo um som que era mais apropriado para um urso do
que para uma garotinha, e eu não tinha a mínima vontade de
acordá–la. Finalmente, eu levantei seu pequeno corpo e a levei
para dentro da casa. Suas sandálias estavam presas entre os
dedos quando passei pelas portas, espiando dentro das portas
que estavam entre–abertas até que encontrei o quarto dela. O
pôster de bandas de Rock cobriam seu quarto.

Colocando–a em sua cama, enrolei os lençóis


confortavelmente ao redor de seu corpo como se fosse um bebê
e beijei seu nariz.

– A propósito.– Eu sussurrei para a minha Bela Adormecida.

– Eu considero as sandálias pessoalmente ofensivas, e eu


ainda quero transar com você de novo.

– Dean

ela bocejou, murmurando enquanto se espreguiçava.

– Eu acho você pessoalmente ofensivo, porque todas


transaram com você.

– Bem vinda ao clube, querida. Teremos camisetas.

– Bem, porque você arrancou a minha do meu corpo.

Meu pau saudou essa boa resposta, mas eu teria que esperar.

–Está certa, Eu não quero ver coisas daquele idiota em você.

eu resmunguei, abstendo–me de pronunciar seu maldito


nome. Que era, a propósito? Declan? Darren? Não importava.
Não é como se ela fosse usá–lo novamente.

– Ugh!

Ela virou as costas para mim, ficando mais fundo no lençol


com os olhos fechados.

– Estou tão feliz que não preciso vê–lo até o jantar de ensaio.
– Não fique tão feliz ainda.

Peguei alguns dos cabelos em seu rosto, fazendo com que


sua pele fique arrepiada.

– E porque isso?

Ela perguntou, aparentemente Rosie LeBlanc tinha a


capacidade de ter longas conversas durante o sono. Eu me
inclinei, pressionando meus lábios nos dela, minha língua
saindo rapidamente e correndo ao longo do seu lábio inferior
antes de chupar, longo e forte. Foi um beijo lento e sedutor que
me deixou pensando no próximo por uma semana depois.

– Porque eu apenas decidi que vou me mudar para a mansão


e passar mais tempo com você

sussurrei,então calmamente eu abri a porta, apaguei as luzes,


e sorri presunçosamente para o azul escuro da noite.

–Você-está-fodidamente-presa, baby LeBlanc. Agora nós não


somos apenas vizinhos, somos praticamente companheiros de
quarto.

Eu dirigi para casa naquela noite, peguei minha mala, que


não tive tempo para desfazer, e mudei minha merda para a casa
de Vicious. Vou lhe dizer que meus pais estão reformando
partes da casa caso pergunte. O bom é que nunca dei a mínima
para nada.

Era melhor assim, já que meus pais só se importavam em me


encontrar com Nina nos últimos meses, e eu não me importava
com a mesma velha conversa. Eu também não me importava
porque eles estavam tão empenhados em me fazer encontrá–la.
Porque tudo o que importava era minha próxima conquista.
Rosie...

***

Eu peguei Trent no aeroporto de San Diego no dia seguinte,


desta vez pegando o Volvo XC90 do meu pai. O caminhão
vermelho ficou na garagem. Eu mal o usava, mas Rosie me pediu
para manter nosso pequeno encontro como um segredo, e no
momento, eu estava tudo sobre apaziguar com ela.

Se Vicious me visse buscá–la, começaria a fazer perguntas só


para me irritar. E uma vez que ouvisse minhas respostas, nós
iríamos lutar novamente. Não é que eu particularmente me
importe com isso. Dar alguns golpes no rosto dele é a minha
ideia de meditação.

Embora eu prefira andar sem o excesso de drama. Vicious,


por outro lado, era o tipo de imbecil exagerado de Valle Dulce,
adorava fazer uma enorme produção de merda. Eu estacionei
em uma fila dupla bem em frente ao portão de desembarque e
desci com meu Ray–Ban, para checar a fila de comissárias de
bordo em seu uniforme azul atravessando a rua na minha
frente. Como se sentissem meus olhos, duas delas viraram a
cabeça em minha direção e sorriram. Eu retornei o sorriso, em
seguida, olhei para baixo para verificar meu telefone.

Jaime: Eu e as meninas estaremos pousando em


quatro horas. Te vejo do outro lado, idiota.

Vicious: Olá perdedor, Espero que você esteja


sóbrio o suficiente para ler isso. Certifique–se
de pegar o Trent hoje. O arranjo do assento está
esperando por você em seu email. Me ligue quando
terminar.

Trent: Levante os olhos do seu colo. Parece que


você está se masturbando.

Rindo, olhei para cima e encontrei meu melhor amigo fora


das portas de correr com uma mala de negócios com rodas.
Dizer que Trent Rexroth era um cara bonito era como dizer que
o cianureto era um pouco ruim para sua saúde. O sujeito virava
cabeças de mulheres e homens igualmente. Claro, todos nós
chamávamos atenção, mas havia apenas um filho da puta que
sempre roubou o show. Ele estava andando diretamente em
direção ao meu veículo, em toda a sua glória de ex–quarterback
com 1,93 de estatura, rosto aristocrático e corpo em um ajuste
estranho. Todas as garotas ao nosso redor olharam para ele
duas vezes, depois uma terceira vez para se certificar de que
esse cara era realmente humano, e quando ele pulou no meu
SUV, duas até tiraram fotos com seus telefones. Provavelmente,
elas o confundiram com o sujeito da foto, você sabe ele se
misturou com o de olhos azul da Calvin Klein.

Trent deu um tapinha nas minhas costas, o sinal


internacional de "É bom ver você, irmão" e colocou o cinto de
segurança.

– Estou envelhecendo ou estão se tornando menos atraente?


Ele apontou com o queixo em direção ao harém das comissárias
de bordo, desta vez vestindo uniformes cor de vinho.

– Definitivamente você está ficando mais velho.

Me apeguei ao meu roteiro como o mulherengo, mesmo


quando só conseguia pensar em uma única mulher.
– Talvez seja a hora do viagra.

– Talvez seja hora de colocar o pé na sua boca.

Trent me lançou um olhar seco abrindo o compartimento no


porta-luvas e retirando o baseado que ele sabia que esperarava
por ele.

– Espere até sairmos do aeroporto.

Eu liguei o veículo. Ele obedeceu, dando uma olhada em seu


telefone para verificar os e-mails por um tempo.

– Como está Luna? – perguntei, verificando os espelhos


laterais.

Sua filha tinha quase um ano. Bebês nunca me agradaram e


não os queria, porém gostava de praticar usando proteção, mas
Luna tinha coxas roliças, um super sorriso, aplaudia e fazia uma
dança estranha toda vez que ele a tinha visto via no Skype. Não
havia nada nela que não agradava. Diferente de sua mãe.

–Ela está bem

disse, depois de uma longa pausa, olhando pela janela com


uma careta. O sujeito era uma alma velha. Não estava acabado
para o tipo de estilo de vida que vivíamos. As Mulheres, o
dinheiro, a erva, Ele não desfrutava nada dessa merda, não
realmente. As únicas duas coisas que já o vi apreciar
plenamente foi o seu futebol que vi o navio naufragar algúm
tempo depois dos múltiplos ferimentos em nosso último ano e
sua filha.

– Deixa de bobagens, você não me engana. Que porra está


acontecendo?– bati em seu braço.
Nós estávamos saindo do aeroporto e à auto–estrada
deserta. Era uma tarde de sábado, e ninguém estava dirigindo
para Sinners Saints, a menos que você tivesse em mente roubar
uma porra de uma mansão. O baseado estava aceso, mas os
olhos cinzentos de Trent permaneciam apagados.

– Luna é impressionante – disse, deixando uma enorme


"mas".

– E? – O motivei.

– Val não é – resmungou.

Breve resumo: Val era uma striper que ficou grávida do bebê
de Trent depois de uma noite de paixão. Era uma viciada em
cocaína em recuperação, mas Trent jurou que estava de volta
nos trilhos depois que pagou o dinheiro para a reabilitação. Eles
não estavam juntos, mas estavam fazendo a coisa toda da
guarda compartilhada.

– Usando de novo? – Eu levantei uma sobrancelha.

Ele jogou a cabeça para trás, esfregando os olhos.

– Limpa até onde eu sei. Só parece ... ruim.

– Alguma vez esteve bem?

Eu pressionei o acelerador, minha mente vagando para outro


lugar. Rosie parecia absolutamente infeliz quando a peguei
ontem. Eu não tinha certeza se era por causa de Vicious ou o
resto de sua família, mas minha aposta era sobre o segundo. Ela
era a única pessoa que conhecia, além de mim mesmo, que não
dava a mínima para as viagens de poder de Vicious e sua
imbecilidade em geral. Vê–la magoada agitou algo dentro de
mim. Ontem foi incrível. O melhor sexo que eu já tive em ... foda
... sempre! Isso não pode ser bom. Duas coisas de que tinha
certeza, no entanto: Rosie provavelmente lamentava tudo agora;
e haveria repetição, em breve, e desta vez eu me certificaria de
que ela estivesse sóbria.

Trent virou o rosto para mim.

– Está tão fodido que eu acho que Val realmente não ama a
nossa filha.– Silêncio, então

– Não viaja. – Eu peguei uma bola de espuma do centro do


console e joguei para ele, uma risada desconfortável saindo da
minha boca.

– Ela nunca passa tempo com ela. Minha filha está sempre
com a babá ou comigo. Não é como se não tentasse. Faz isso.
Mas acho que Luna a deixa muito infeliz. Val está acostumada a
vida noturna. Antes disso, ela estava esfregando sua virilha em
um tubo como um trabalho. Seu alarme foi ativado até as duas
da tarde, e ainda bateu no botão da soneca. Ela acredita que a
maternidade é chata.

– Ela também descobriu sobre roubar esperma como uma


maneira legítima de viver disso –, eu falei, puxando meu cabelo
para fora, que se foda Val. Ela era manipuladora, sim,
enganadora, com certeza, suspeita como uma fodida, mas
tirando aqueles problemas–de–papai, eu achava que ela era uma
boa menina. Trent provavelmente estava exagerando. Ele havia
colocado uma expectativa muito alta no que ele estava se
referindo como pai, levava sua filha para as aulas de natação e
na escola antes de aprender a andar. Val ia cair em si. Ela era
uma garota forte, e Luna ia passar logo da fase de estar
defecando a cada poucas horas e chorando o resto do tempo.
– Eu não sei, cara.– Trent encolheu os ombros, fumando e
olhando pela janela.

–Eu só ...– Ele parou, passando os dedos pela seus cabelos.

– Algumas vezes você sente como se algo ruim está prestes a


acontecer, mas que não pode pará–lo.

– Porque poderia–, eu disse.

– E porque você não pode. Isso é chamado realidade.

– Realidade fede a bolas.

– Esse é o ditado –, eu concordei.

– Você precisa deixá–la ir e ter certeza que você faz a coisa


certa.

Quando passamos pelo elegante letreiro verde nos dando as


boas vindas a Sinners Saints, tratei de me lembrar da mesma
coisa.

Sobre a Nina.

Sobre a Rosie.

Sobre tudo.

***

Dean: Como está dorminhoca? A ressaca está


chutando seu rabo apertado?
Uma hora se passa antes que ela responda, mas sabia que viu
a mensagem. Provavelmente estava escrevendo e deletando,
obcecada, debatendo, se odiando, me odiando. Que foi
bom.Tudo fazia parte do processo. Depois, finalmente, ela
respondeu. Uma palavra:

Rosie: Sim.

Eu olhei para a palavra. Nenhuma garota me escreveu uma


única palavra em uma mensagem de texto antes. Essa garota era
como um campo de treinamento autocentrado. Comecei a
escrever minha próxima mensagem quando apareceu outra.

Rosie: Sinto muito. Eu sinto muito, muito


mesmo,que isso aconteceu. Eu não consigo me olhar
no espelho. Eu não posso sair deste quarto porque
eu não quero enfrentar Millie. Que tipo de irmã
eu sou? Por favor, finja que a noite passada não
aconteceu.

Dean: Está bem.

Rosie: Está bem?

Dean: Se é isso que você precisa dizer a si


mesma antes de fodermos de novo, eu não vou
explodir sua pequena bolha. Estou pensando que
devemos comer algo com substância no almoço.
Tenho a sensação de que o jantar de ensaio será
chato. O que você acha?

Rosie: Eu acho que você não sabe ler. Eu disse


que não podemos fazer isso nunca mais.
Dean: eu disse que precisamos comer, Não que eu
vou te foder com os dedos em uma varanda com uma
visão romântica do Oceano Pacífico.

Dean: (eu me inscrevo se você quiser fazer isso


também.)

Rosie: Não,

Dean: Levarei erva.

Rosie: NÃO.

Dean: Levarei meu pau.

Rosie: Como isso está ajudando?

Dean: Depois da noite passada, eu acho que você


sabe a resposta para essa pergunta.
Rosie: Não há trato, Ruckus. Hoje você está por
conta própria. Esqueça que isso aconteceu.
Eu sei que também esquecerei.
Eu sorri, deitei e li sua mensagem novamente. Ela encontrará
a razão e o meu pau, em um curto espaço de tempo.

Depois de deixar Trent na nova casa de seus pais em Sinners


Saints, fiquei lá por algumas horas para conversar com Trisha e
Darius Rexroth. Eles eram praticamente meus segundos pais.
Depois fui direto para a academia do country club, meus pais
eram membros e eu consegui suar um pouco. Bater sacos de
pancada e correr na esteira me tranquilizou, embora só um
pouco.

Quando terminei meu exercício, fui até a sauna e sentei em


um banco de madeira, pressionando minhas costas contra a
parede.
Você tem que parar de beber, imbecil.

Eu precisava parar de fazer muita merda tóxica, mas qual era


o objetivo? Qual era o sentido de não foder três mulheres ao
mesmo tempo, ou beber até desmaiar, ou fumar todas as
manhãs e noites para me tranquilizar? Isso não significa que eu
não tenha sido feliz. Eu gosto do meu trabalho. Ganhar dinheiro
é bom. Queimá–lo em porcarias que não precisava fazia me
sentir ainda melhor. E tinha uma grande família que queria ver
mais. Mas o espaço entre as chamadas da minha família e
amigos e as longas horas que passava no trabalho estavam
vazias, então o enchi de boceta, álcool, maconha e persegui
implacavelmente a única garota da qual deveria ficar longe.

–Dan? Dean Cole?

O cara que entrou na sauna parecia familiar. Eu pisquei para


me livrar da minha última ressaca (cortesia dos quatro gins que
eu peguei na noite passada depois que me mudei para o
Vicious). Olhando de novo, eu o reconheci. Matt Burton. Um
garoto do ensino médio. Nós estávamos juntos no mesmo time
de futebol. Ele não era uma estrela nem em seus sonhos, esse
título estava guardado para Trent e para mim, mas de certa
forma um menino popular. Estava mais redondo em torno do
estômago, o que era esperado, nem todo mundo era um filho da
puta vaidoso como eu, e seu cabelo parecia mais ralo.

Nós batemos nossos punhos, porque abraçar quando não


havia nada, mas duas toalhas separando nossos paus era
inaceitável. Ele se inclinou ao meu lado.

–Você parece bem–, Matt soltou um longo suspiro.


–Você parece feliz.– Sua risada confirmou minha avaliação.
Ele levantou a mão esquerda e acenou com um anel de
casamento de ouro em triunfo.

–Eu estou. Casado com duas filhas agora. E você?

–Você me conhece.– Eu levantei um ombro. Mas,


aparentemente, eu não sabia, porque ainda estava esperando
pela minha resposta.

– Ainda estou testando minhas opções.

– Aqui na Califórnia? – Ele gritou. Seu estômago caiu na beira


da toalha. Eu olhei para a minha toalha. Meu abdomém mal
tocou o pano branco.

– Nova York, na verdade. Você? –perguntei por cortesia. Não


dava a mínima. Matt era um cara legal, mas eu vi meus antigos
colegas da equipe e amigos de faculdade se casarem. Eles
sempre ficaram gordos, entediados e estranhamente feliz com
seus rituais diários tediosos. Não, obrigada.

– Eu fiquei aqui. Comprei uma casa nos arredores de Sinners


Saints. Promissor desenvolvimento urbano. Obtive meu diploma
de contabilidade e recentemente me tornei membro da empresa
de meu pai. Bla bla bla.

– Isso é ótimo, – levantei–me. Me senti um pouco tonto. Acho


que era realmente hora de reduzir toda a merda que eu andei
coloquei no meu corpo.

– Bom Tenho que ir. Foi divertido encontrá–lo.

– Dean–, Matt disse, e eu senti a mão dele no meu ombro, e


por que estava com suas mãos no meu ombro?
Eu me virei ele também estava de pé. Nós nos olhamos. Não
como amigos Não como inimigos. Não como nada. Eu queria ir.

–Você Está bem?

Ele perguntou. Se alguma vez houve uma questão mais chata


na história das perguntas, deve ter sido "você pode sair de casa?
Eu não bebo ". Mas "você está bem" foi definitivamente muito
próximo do segundo lugar.

– Sim–, eu disse, saindo

– por quê? – Não me importei porque ele perguntou. Matt


me ofereceu um sorriso desconfortável, retirando a mão do meu
maldito corpo, descansando as mãos nos quadris dele.

– Sabe, sempre achei que você ia se casar com a garota


LeBlanc. Vocês simplesmente tinham essa faísca.– Eu ri. Não
com raiva, apenas diversão.

– Quem? Millie?

Ele balançou a cabeça, sua expressão contraindo em uma


carranca.

–A outra. Aquela que sempre ia nos ver jogar com suas


amigas e olhava para você fixamente. Ela era deliciosa. Por
outro lado, ela parecia uma vadia faladora.

Rosie

Deliciosa

Só de ouvir alguém dizer, inspirou meu idiota por dentro, e


eu queria dar um soco na cara dele. Talvez porque eu ainda
sentia sua boca contra o meu ombro, sua buceta latejando com o
calor em meus quadris, e seus gemidos deslizando sobre a
minha pele. Fosse o que fosse, empurrei Matt de volta contra a
parede de madeira, com minha expressão mortal e sussurrei.

–Ei, Matt? Da próxima vez que você falar sobre Rosie LeBlanc
dessa maneira, tenha certeza de que não estou por perto.
Porque se eu ouvir, eu vou chutar o seu traseiro e ter certeza
que você não poderá ver as luzes do dia. Por certo, ela ainda é
mais bonita do que qualquer mulher que já concordou em tocá–
lo, e você tem razão, gênio filho da puta, ela vai ser minha
esposa um dia.

Adeus.
CAPÍTULO 11

O que te faz sentir viva?

Arrependimento. Porque o arrependimento


lembra que a vida tem um peso. Às vezes é
mais pesado. Às vezes é mais leve.

QUERIDA AMNESIA SELETIVA,

Preciso de você em minha vida neste momento.

Sempre sua,

Garota irremediavelmente idiota.

Sentada na cama usando meu colete de percussão e


olhando para a parede coberta de cartazes, eu penduro
meus pés no ar enquanto eu relembro todos os segundos
da noite passada.

Estúpida, estúpida, idiota.


Eu era a idiota. Não Dean. Dean simplesmente pegou o
que eu tolamente lhe ofereci na minha embriaguez. Jesus,
ele era a voz da razão (agora aqui está uma oração que
eu nunca pensei que diria, nem mesmo em minha mente)
que repetidamente me perguntou se eu estava muito
bêbada. Dean, que era doce o suficiente para me envolver
em cobertores.

Você sabe que está em um lugar ruim quando o Sr.


Promiscuo de montão é seu cavaleiro de armadura.

Foi um momento de fraqueza, mas nunca aconteceria


de novo. Esta noite, eu estaria no meu melhor
comportamento durante o jantar de ensaio. Millie tinha
apenas uma dama de honra, eu não iria foder isso. Não
depois de tudo que ela fez por mim.

Além disso, tanto quanto eu sabia, Dean e eu nunca


fizemos sexo. E nós definitivamente não tivemos o
melhor sexo que eu já tive na vida, tão sujo e quente, foi
em um nível completamente diferente do que qualquer
coisa que eu tinha experimentado antes. Porque se uma
árvore cai na floresta e ninguém está lá para ouvi–la,
ainda faz um som?

Em outras palavras, o que Millie não sabia não podia


machucá–la. Eu não ia dizer uma palavra. Nem Dean.

Uma batida na porta me fez pressionar o botão de


pausa na reprodução da minha cena, onde Dean me
empurrou contra sua língua quente e mordeu meu
clitóris. Uma cena que nunca aconteceu, eu me lembrei.
Levantei–me e alisei meu cabelo para fora do meu rosto.

– Está aberto.

Millie entrou com uma bandeja cheia de sanduíches.


Seu sorriso foi de desculpas. Provavelmente sobre a
noite passada. Eu sorri de volta para ela, pegando a
gaveta ao lado da cama e abrindo–a.

– Eu trouxe o café da manhã para você–, ela anunciou.

– Eu te trouxe sobremesa – eu disse. Ser um entusiasta


da música tinha suas vantagens. Millie também gostava
de punk rock e música alternativa, mas ao contrário de
mim, estava muito ocupada para procurar aquelas
bandas recém–aparecendo tentando chegar à fama. Eu
vivia para isso. Procurá–los e persegui–los. Então eu
sempre me certificava de ter uma pilha de demos para
dar à minha irmã toda vez que a visse. Mostrando um
USB na forma de Ernie de Beetlejuice, equilibrei–o diante
de seus olhos.

– Espere até ouvir a voz de Zack Wade.– Eu sorri.

– Tem o talento para tocar violão e as cordas de seus


hormônios.

Ela colocou a bandeja de panquecas, xarope de bordo


e café acabado de fazer na minha mesa de cabeceira,
murmurando:
– Meus hormônios estão muito bons. – Antes de
morder o lábio. Sob uma inspeção mais próxima, seus
olhos estavam vermelhos e seu cabelo rosa estava uma
bagunça.

–Amiga, você está bem?– Eu me levantei, envolvendo–


a em um abraço sem apoiar seu peso ao mesmo tempo. O
colete ainda estava em mim e havia um tubo gigante
entre nós mas estávamos acostumadas a isso, nem
prestamos atenção nele. Millie estava completamente
mole em meus braços. Seria melhor se Vicious não
estivesse causando problemas. Embora eu tenha que
reconhecer uma coisa. Desde que eles se conectaram, ele
tem sido um homem excepcional para Millie. Era uma
pena que ele fosse um imbecil com todos os outros.

– Estou genial! Ele acenou com a mão para todos os


lados, descartando a minha pergunta e endireitando sua
postura.

– Provavelmente um vírus estomacal ou nervos.


Vicious vai me levar ao médico para uma revisão. Já são
dez horas e você não saiu do seu quarto. Eu vim para ver
se você estava bem.

Não estava bem. Estava o oposto de bem. Eu estava


muito ocupada fantasiando sobre o seu ex–namorado, a
segundos de colocar uma mão debaixo da minha
calcinha.
– Sinto muito. – Eu a puxei para outro abraço, meu
queixo em seu ombro.

–Aproveitei essas pequenas férias. Normalmente abro


a cafeteria às seis e meia e não vou para a cama antes das
dez ou onze.

– Você ainda é voluntária com os bebês? – Franziu seu


nariz.

Olhei em minhas mãos, me preparando para outro


sermão.

– Você precisa parar de fazer isso–. Sua voz era


indulgente.

– Não, isso não vai acontecer.

– Você está causando uma dano a si mesma. Por que


você faz isso?

Porque eu não podia ser voluntária em nenhum outro


lugar. Todos os outros lugares: hospitais, clínicas,
hospícios, estavam cheios de pessoas doentes e meu
sistema imunológico era tão frágil quanto meu coração
quando se aproximava de um certo garoto quente.

– Confie em mim, eu não sou santa. Se eu não amasse,


não o faria. E você? Animada com o ensaio desta tarde? –
Eu mudei de assunto.
Millie exalou e caiu sobre as almofadas. Eu sentei de
novo, mas não olhei para o teto como ela estava. Eu não
poderia fazer isso com meu colete.

– Suponho. Embora a festa de despedida de solteira


seja o que eu estou realmente esperando. Será bom
passar algum tempo juntas. – Millie e eu só nos
separamos por um ano, quando eu estava no último ano,
antes de embarcar em um avião e me juntar a ela em
Nova York. Nós fomos de viver juntos por anos para
viver em diferentes partes do país.

– Você quer que eu vá ao médico com você? Eu alisei o


cabelo dela. Eu posso ir por um café, cuidar do seu carro
se você não encontrar estacionamento. Ser sua gerente –
Eu movi minhas sobrancelhas.

–Não há necessidade. – O olhar de Millie se moveu,


suas mãos pousando em suas coxas, mas desta vez, ela
não as esfregou.

Eu não sou idiota. Os sintomas foram agrupados


rapidamente. Ela estava doente de manhã, com tontura o
dia todo ontem e mamãe não queria que ela levantasse
coisas pesadas. Mesmo assim, antes de ser uma ex–aluna
de enfermagem e um ser humano com um cérebro
funcional, era sua irmã. Uma irmã que sabia que minha
irmã não esconderia essa notícia de mim. Porque não
havia nada que queria mais do que vê–la feliz.

E eu sabia que um bebê faria Millie muito, muito feliz.


– Há algo que você não está me dizendo? – Eu
perguntei, mantendo minha voz tão casual quanto
possível.

–Não–, ela disse bruscamente, acariciando meu braço


novamente, como sempre fazia para me tranquilizar.

– Tudo esta bem.

–Isso não foi minha pergunta.

–Mas essa é a resposta que você vai conseguir. – Ela


limpou a garganta.

– Quero dizer, vamos lá, Rosie–bug. Vou me casar


daqui a alguns dias. Eu tenho permissão para ter alguns
dias de folga.

Bastante justo. Eu me virei no lugar e desliguei a


máquina ligada ao colete, depois fiz o ritual habitual de
dobrar tudo e colocá–lo no lugar. Depois disso,
conversamos um pouco mais. Principalmente sobre os
preparativos do casamento e como pensei que eu parecia
com Emma Stone de alguns ângulos (ela trouxe o assunto
... não eu).

– Boa sorte com o médico–, eu disse, quando Vicious


chamou Millie de baixo e ela atravessou a porta. A
bandeja ainda estava ao lado da minha cama e
permaneceria intacta até que eu me livrasse dela. Perdi o
apetite no jantar de ontem e não o recuperara.
Eu voltei com meu corpo para a cama e fechei os olhos
novamente, ignorando as conversas entre eles e mãe, e o
pai gritando nas escadas para ir até a loja e trazer os
bolinhos de Millie.

Ele não falara comigo a manhã toda e, como Millie não


os havia contrariado, sabia que ainda tinha a lei do gelo.
Eu ficaria feliz em ficar lá para o resto desta visita. Eu
não iria me desculpar por quem eu era. Quem eu queria
ser. Independente e livre.
Eu estava pondo em dia os e–mails de trabalho e as coisas
administrativas quando Vicious veio para o terraço, onde eu
estava sentado se sentando no sofá oposto. Pelo sorriso imbecil
em seu rosto, iria supor que alguém tivesse morrido ou sabia
que algo estava indo agitar o meu barco, ou pelo menos criar um
buraco. Ele não tinha a intenção de ser um demônio maldito. Eu
acho que nasceu desta forma.

O trabalho no terraço provou ter sido uma boa decisão,


porque eu não conseguia me concentrar em outros lugares.

Eu vi a mãe de Rosie bater à sua porta duas vezes,


choramingando e a chamando por via nasal para ela fazer isso e
aquilo, e com Rosie apenas lhe respondendo; e seu pai
queixando–se para Millie no corredor sobre como sua filha mais
velha deve comprar uma passagem para Rosie e tomar a decisão
correta por ela.

– Sua irresponsabilidade custará sua vida – eu o ouvi dizer.

– Eu estou ficando de cabelos brancos por sua culpa. Estou


envelhecendo! acrescentou sua mãe.

Idiotas.

– Olá idiota.
me cumprimentou Vicious.

– Bom dia, babaca, respondi, pegando um baseado de trás da


minha orelha e acendendo–o casualmente, olhando para Vicious
como se tivesse acabado de fazer xixi em uma das quatro taças
diferentes sobre a mesa e não tinha certeza de qual. Ele sempre
suspeitava de mim, e eu dele também.

– Se importa em compartilhar? – E empurrou o queixo em


direção ao meu baseado. Eu inalei e passei, fumaça saindo dos
meus lábios.

– Então, por que você está realmente aqui? Seus pais não
estão reformando nada. Vi Eli no centro nesta manhã quando
levei Em no consultório do seu médico.

Coloquei meu MacBook sobre a mesa e me inclinei para trás,


tocando meu lábio com o meu isqueiro Zippo enquanto
considerava a pergunta antes de lhe dar a notícia.

– Estou atrás da Baby LeBlanc.

– Eu tenho certeza que você se refere a Rosie e não a minha


futura filha.

–Deus. – Virei meus olhos, inclinando–me para pegar o


baseado. –E as pessoas acusam a mim de ser assustador.

Vicious sorriu. Ele não estava zangado. Surpreendentemente,


eu não fui contra isso também.

– Finalmente, né? Por que você demorou tanto? – Eu encolhi


os ombros.

– Não sabia que estava em Nova York. E quando eu soube e


me mudei para o apartamento, ela tinha um namorado. Agora
ela está solteira. Mas não por muito tempo.
Vicious levantou uma sobrancelha cética, os lábios curvados
para o lado. Claro, ele não dava a mínima se fosse atrás da Rosie.
Fazia sentido para ele e por que não? Sua futura esposa, por
outro lado, tinha uma opinião diferente.

Millie e eu éramos civilizados, mas ela não confiava em mim.


O que foi irônico, considerando nossa história.

– A Emilia não vai gostar.

– Eu não gostei quando Emilia começou a foder um dos meus


amigos mais próximos no meu apartamento. Eu superei isso.
Rapidamente, eu poderia adicionar.

– Cuidado com sua maldita boca,– Vicious estalou, seus olhos


flamejantes, antes de fazer um sorriso malicioso.

– Você tirou dez por cento da empresa de mim.

– E te devolvi. – Eu sorri.

– Por muito dinheiro.

– Que você tem – respondi. – Você é um bilionário. Nós dois


sabemos que você pagou porque eu precisava fazer você pagar.
Você pode limpar sua bunda com o dobro do que você me pagou
sem perceber que sua conta bancária está faltando. Foi uma
lição. Você aprendeu alguma coisa?

– Sim.– Vicious olhou para mim com desdém.

– Que você não é menos imbecil do que eu, mesmo que você,
sem dúvida, esconda melhor. Millie acha que você é um
problema.
Agora foi a minha vez de lhe dar o meu pequeno sorriso “eu
não dou a mínima”. Eu nem estava tentando me defender. Qual
era o ponto?

– E eu tendo a concordar.– Ele pegou o baseado.

– Estou ferido. Eu me agarrei ao lado esquerdo da minha


camisa laranja Armani e fiz uma careta.

– Mas eu vou sobreviver.

– Se você vive ou não, depende apenas de como as coisas


acontecem com Rosie. Se você quebrar o coração dela, usá–la e
cagar todo o resto, teria que ficar do lado dela.– Eu sabia de que
lado ele iria ficar. Vicious e eu éramos bons amigos
sinceramente. Nós conversamos no telefone o tempo todo. Nós
riamos muito. Mas também suspeitávamos um do outro. Era
apenas uma daquelas coisas. Nunca houve qualquer competição
entre Jaime ou Trent, ou Trent e eu, ou Vicious e Jaime. Mas
sempre houve uma guerra silenciosa e sangrenta entre Vicious e
eu.

Eu sabia que os sentimentos ruins que nutria por ele


floresciam, só porque eu me via nele e o odiava.

A crueldade.

A frustração.

A crua brutalidade que estava sob seu sorriso de dentes


brancos e roupas de quatro figuras.

– Me ameaçando? Isso é muito fofo. – Agarrei o baseado, dei


uma última tragada antes de colocá–lo em um cinzeiro no meio
da mesa. Fumaça saiu das minhas narinas enquanto ele falava.
–Eu não sou uma inocente garota do sul, Vic. Eu não tenho
medo de você.

Vicious se levantou.

– Não estrague tudo.

A mensagem disfarçada era: eu te apóio.

Remexi meu cabelo com o meu punho.

– Você não estragou tudo com Millie.

–Obrigado irmão.

– Eu quase fiz isso.

–Não cometa meus erros.

– Eu sei melhor que você. Eu não ousaria.

– Estou contando com isso. Então, o que você está


esperando? Vá em frente.

***

Dean: O que você está fazendo?

Rosie:Estou revisando demos. Escutando música.


Tentando não me jogar da sacada. Você?

Dean: Vamos sair para o almoço? Podemos ir à


praia antes do ensaio.

Rosie: Você perguntou antes. A resposta ainda é


não.

Dean: Por que não?


Rosie: Pelo que aconteceu ontem a noite.

Dean: O que aconteceu ontem a noite?

Rosie: Sou mesmo esquecível?

Dean: Você disse que queria que eu esquecesse.


Mas isso foi uma mentira, certo?

A verdade é que Baby LeBlanc não sabia o que queria. Ela se


sentia culpada, mas ao mesmo tempo, ela me queria como uma
droga. Sempre tinha sido assim, mas dessa vez ele a empurraria
o quanto precisasse, até que caísse do trono de superioridade
moral.

Rosie: Pare de me mandar mensagens, Dean.

Dean: Vi sua mãe ir ao seu quarto. Vai te


incomodar novamente se você ficar aqui. saia
comigo. Eu prometo não tocar em você.

Rosie: o que você ganha com isso?

Dean: Você.

Simples. Honesto. Verdadeiro. Eu a queria desde que Millie


partiu. Provavelmente antes disso. Bem, sem dúvida antes disso.
Mas eu esperei, conhecendo meu lugar. Se Jacó pudesse ser
paciente, eu também poderia

Ela não respondeu imediatamente; portanto, estava


pensando nisso. Rosie queria me ver. Esta semana foi difícil para
ela. Eu dei a ela outro empurrão.

Dean: Quero aprender mais sobre sua música.


Você quer sair daqui. Voltaremos a tempo pro
ensaio.
Rosie: Dean...

Dean: Sem tocar.

Rosie: De acordo.

Pequenas vitórias.

Eu estava prestes a me levantar e ir até o quarto dela quando


meu telefone tocou e chegou uma ligação. Nina.Eu sabia por que
estava ligando e fiquei tentado a responder. Ela tinha algo meu
que queria, mas o preço que tinha que pagar para conseguir era
alto demais. Não o dinheiro, embora ela pedisse muito e muito
disso. Sua liberdade

Ela costumava ter tudo. Meu tempo. Meu coração. Minha


devoção E dispensou tudo. Me engana uma vez, que vergonha,
me engana duas vezes, é um homem morto. Não acreditava em
segundas chances a menos que fosse com Rosie. Então eu deixei
ela ir, apenas mantendo–a viva.

Eu não deveria querer responder a esse telefone com tanto


entusiasmo e terminar isso. Acabar com todas as perguntas, as
questões tortuosas, nadando no desconhecido. Não deveria. Mas
fiz isso.
Onze anos atrás.
O que te faz sentir viva?

Minha família. Suas imperfeições. Seu amor


feroz.Sua preocupação incondicional. Sua
dedicação a uma causa perdida. A mim.

A noite antes de Millie ir para Nova York não era muito


diferente de qualquer outra noite. Dormimos na mesma cama,
embora tivéssemos quartos separados. Pés na parede, olhando
para o teto, abraçando um travesseiro ou o outro. Essa foi a
nossa posição característica. Às vezes era minha cama. Às vezes
era dela. Eu odiava que eu adorava dormir em sua cama porque
sentia seu cheiro. Eles não estavam fazendo sexo, mas o cheiro
deles estava em toda parte. Nos seus lençóis. Na sua mesa. Na
minha alma

Desta vez estávamos no meu quarto e as estrelas que


brilhavam no escuro olharam para nós. Eu sempre gostei das
estrelas.Elas me lembraram de quão pequenos meus problemas
estavam neste grande universo.

– Dean e eu dormimos juntos


Ela resmungou na escuridão e pegou minha mão na sua. Eu
endureci, meus olhos fechados. Pense nas estrelas.

Tudo parou. Meus pulmões queimavam, meu corpo doía e as


lágrimas queimavam a parte de tráz do meu nariz. O quarto
escureceu, minha respiração ficou mais pesada. Ela não sabia.
Minha irmã, que era tão perspicaz, sabia tudo sobre mim, sobre
meu corpo, sobre minha saúde, meus amigos e meu gosto pela
música, más não fazia nem idéia sobre o que o namorado dela
estava me causando. Apenas ouvir seu nome fez meu coração
formigar.

Meu estômago se agitou, onda após onda de calor rodando


por dentro. Mas, claro, ela era cega para meus sentimentos.
Estava muito ocupado com os seus.

–Foi bom? – Eu fingi um sorriso. Eu a odiava. Eu o odiava.


Mas, acima de tudo, eu me odiava. Ela encolheu os ombros. Ela
escovou o meu.

–Foi um erro.

– Você acredita?

–Eu sei.

Ainda estávamos olhando para o teto e não uma para a outra,


e por isso fiquei grata.

– Todo o nosso relacionamento é. Eu acho que ele está


comigo porque ele tenta me proteger de Vicious. Ele não
entende que isso só alimenta o fogo desse cara.

– E você? – Eu consegui perguntar através da bola de


lágrimas se contorcendo na minha garganta.
– E eu ...– Sua mão apertou minha mão. – Eu gosto do Dean.
Como não? Ele é a definição de diversão. Mas não...

O ama. Como eu.

–Estamos tentando que aconteça, mas está faltando algo. A


magia. Ele diz que está nisto cem por cento. Age dessa maneira
também. No entanto, ele nunca me perguntou sobre Harvard.
Não é que eu o culpe, mas ele apenas se inscreveu, se inscreveu
e fez planos sem mim. Enfim ... é ótimo. Não é como se eu
quisesse ir com ele. Ei Rosie?

– Sim?

– Qual é seu sonho?

Eu pisquei uma vez, depois outra. Ela não sabia, mas eu


estava lutando contra as lágrimas, e não apenas porque ela tinha
perdido a virgindade com o cara que eu amava.

–Eu não tenho um sonho – A resposta veio depois de alguns


segundos tentando regular meu pulso.

–Por que?

–Por que este é o ponto. Eu não vou ter tempo para


persegui–lo.

Em vez de discutir, Millie adotou uma abordagem diferente.


Ela inclinou seu corpo em minha direção, escovou minha
bochecha com o polegar e perguntou:

– E se o tempo não fosse um problema?

– Então ... Eu acho que ser mãe seria legal. Quer dizer, sim,
quero ser financeiramente independente. Talvez me tornar uma
designer gráfica ou uma enfermeira ou qualquer outra coisa.
Mas o que eu realmente quero é cuidar de alguém e amá–lo
totalmente e incondicionalmente. E, claro, fazer isso em um
ótimo lugar.

– Eu acho que você seria uma ótima mãe. Onde você moraria
se tivesse a chance? – Ela sorriu. Eu não sabia para onde estava
indo. Eu não sabia que ele iria sair em tudo.

–Nova York? Eu contemplei. Sim, a grande maçã. Parece um


bom lugar para desaparecer.

Sorri no escuro.

–Então é onde eu vou te levar.

Onze anos atrás


Bati meus dedos com Matt Burton depois do jogo, chutando a lama
pesada dos meus pés. A temporada de futebol foi há alguns meses e nos
formamos há uma semana, mas às vezes jogamos jogos amistosos nas
cidades vizinhas. Especialmente com outras escolas privadas que faziam
parte do louco e caro programa de futebol AllSaints High inscrito todos os
anos. Desta vez estávamos em Sausalito. Nós ganhamos Trent sentado no
banco e nos observando jogar seu gesso estava amarelo e velho e
cheirava peido rançoso era o meu trabalho liderar os Saints de Sinners
Saints a partir de um buraco de vinte e cinco pontos contra o Rangers St.
John.

Parecia impossível, até que não foi, e conseguimos dezenove pontos


no último quarto. Nós fizemos todas as peças. Nós éramos fodidamente
fantásticos, e como o primeiro quarterback jogando seu último jogo em
sua escola, eu fiquei reparando: a ausência de Vicious no jogo (férias no
Havaí) não fazia diferença. Não apenas não precisamos dele, mas seu
temperamento e seu lixo rah–rah provaram ser uma distração. Por
exemplo, havíamos perdido o jogo anterior de futebol de bandeira em
Monterrey e ele estava lá, em dupla canoa de tagarelice idiota.

***

–Eu amo jogos amistosos.– Burton me deu um tapinha nas


costas e eu fiz o mesmo com ele. Jaime se aproximou de mim,
seu cabelo loiro pingando de suor na testa e arruinando sua
pintura de guerra. Ele agarrou a parte de trás do meu pescoço e
me deu um abraço. Incrível lançamento. Ele esfregou as tiras
escuras na minha bochecha como se ele fosse a minha
namorada do caralho.

– Incrível tudo, amigo. Sou eu. –Eu beijei cada um dos meus
bíceps, parecendo sério, mas obviamente brincando. Ele me deu
um soco no peitoral e riu enquanto todos nós voltávamos na
chuva com o treinador Rowland. Vinte minutos depois
estávamos nos banhando, nos preparando para pegar o ônibus
de volta a Sinners Saints. Estaríamos dormindo durante a
viagem de nove horas, mas era um preço pequeno a pagar por
toda aquela glória.

Depois de deixar os chuveiros, tirei as roupas limpas da


minha mochila, pronto para me vestir. Quando fiz isso, uma nota
caiu, caindo no chão. Eu a peguei antes dela ficar molhada,
reconhecendo a caligrafia da minha namorada. Você me deixou
uma carta de boa sorte? Isso não seria estranho para Millie. Era
tão foda doce, às vezes parecia demais. Um sorriso casual foi
estampado no meu rosto, comecei a ler.

Dean,
essa é a coisa mais difícil que eu tive que fazer. Eu nem sei
como começar. A única coisa que quero que você saiba antes de
ler isso é que não é você. Eu me preocupo muito com você. Você
me deu o que ninguém nunca fez nesta cidade. Segurança,
respeito, tempo e amor.

Meu sorriso se dissolveu em uma carranca. Não parecia uma


carta de boa sorte. Parecia uma carta de despedida. Alguém me
deu um tapinha nas costas enquanto se dirigiam para outro
banco no vestiário, e outra pessoa gritou ao lado do meu ouvido.
Todos foram ignorados.

Eu preciso sair. Confie em mim quando digo que tenho que


fazer isso. Algo aconteceu que eu não posso desfazer. Como a
última coisa que quero é complicar sua vida, preciso deixar você
para trás. Por favor, não tente me encontrar. Isso só vai piorar as
coisas. Eu quero que você siga seus sonhos e viva sua vida. Eu não
mereço sua lealdade, Dean.

Nunca o fiz. Respirando fundo, li o último parágrafo, sentindo


minhas mãos apertarem o papel com mais força.

Você é a pessoa mais viva que conheço. Ficar longe de você é


difícil, mas ficar em Sinners Saints seria ainda mais difícil. Espero
que você entenda e, com o tempo, até peço que ansiosa, para me
perdoar.

Conheci outra pessoa.

Amor,

Millie.
Onze anos atrás

O que ele estava fazendo batendo em sua porta e qual irmã


ele esperava ver, Millie ou Rosie? Eu sabia a resposta para a
última pergunta. Eu me senti como um fantoche maldito por
admitir isso.

Millie e eu terminamos. Foi o melhor. Eu vi como o amor era,


eu vi em Jaime e nossa professora de literatura, Mel. O amor
parecia submergir um ao outro na gasolina e queimando juntos.
O amor parecia dançar com loucura no escuro, olhando para
todas as luzes brilhantes. O amor parecia respirar com
dificuldade quando seus pulmões já estavam cheios.

Amor não era isso .

Agora ela se foi, e meus pensamentos imediatamente se


voltaram para sua irmã. A pior parte foi que não estava bravo
com Emilia. Eu estava um pouco frustrado. E...

Não diga aliviado. Nem pense nisso, idiota.

Foda–se, mas eu estava.

Charlene LeBlanc abriu a porta. Nem sequer tentou esconder


o fato de que esperava que meu patético traseiro aparecesse em
sua varanda às sete da manhã de um domingo. Ou que ela
chorou por horas, por causa de sua aparência.

– Posso ver sua filha? – perguntei. Inconscientemente, não


me referi a ela pelo nome dela porque queria deixá–la a sorte.
Além de ver Rosie aqui e ali na escola, balançando a bunda com
uma saia jeans curta e dando palestras sobre a história britânica
do punk rock, eu não a via bem há meses. Millie, a tinha visto o
tempo todo. Não que ela me visse. Aparentemente, ela nunca
realmente me viu.

– Se foi. – Sua mãe secou o nariz com um pedaço de tecido


que deveria ter sido substituído anos atrás. – Tenho checado
minhas chamadas a noite toda. O que aconteceu? Tiveram uma
briga?

Eu balancei a cabeça. A última vez que falei com Millie,


estávamos planejando ir ver um filme. Nós não tivemos relações
sexuais desde a primeira vez, em que comemoramos seu
aniversário de dezoito anos. Eu acho que nós dois não
estávamos sentindo isso, mas admitir isso em voz alta era
desnecessário. Eu estava indo para Harvard em algumas
semanas.

– Não Senhora. Estou tão surpreso quanto você.

Ela me convidou para entrar e eu listei todas as reuniões que


tive com Millie durante o último mês, omitindo a parte em que
eu a deflorei pela segurança da minha vida. Charlene parecia
angustiada, à beira de um ataque cardíaco, depois o marido dela
se juntou a nós em seu quarto e me fez mais perguntas,
tentando extrair de mim uma confissão que não devo a
ninguém.
Finalmente, depois de trinta minutos, Rosie saiu do quarto.
Ela era a única com quem eu queria conversar. Se alguém
tivesse respostas, ou mesmo pistas, seria ela.

– Podemos conversar por um segundo? – perguntei,


levantando da minha cadeira. Ela ainda estava com sono em
seus olhos e usava nada além de uma enorme regata New York
Dolls que deixava suas pernas bronzeadas nuas e bonitas. Tentei
ignorá–los, desviando o olhar para me certificar de que o pênis
de dezoito anos que estava preso ao meu corpo não a
cumprimentasse acidentalmente diante de seus pais.

– Encontre–me na piscina?– Ela assentiu com a cabeça, muito


assustada e sonolenta para protestar. Alguns minutos depois,
ela saiu para a piscina, ainda vestindo apenas sua camiseta e
chinelos. Eu amava sua devoção por chinelos, embora toda vez
que eles caíssem no chão, eu queria queimá–los. Eu me levantei
de uma espreguiçadeira e caminhei, unindo meus dedos atrás
do meu pescoço.

– Onde ela está? – perguntei.

Rosie olhou para baixo, mas não respondeu.

– Bom Você não precisa me dizer mas você sabe?

– Sim –. Ela assentiu.

–Ela me enviou uma mensagem de texto antes.

–Está tudo bem? – Minha voz firme. Estava preocupado com


Millie, mas também estava preocupado com Rosie. Ela estava
extremamente ligada à sua irmã mais velha. Eu sabia que iria
superar minha ex–namorada em algum momento. Foi o meu ego
que precisou de um golpe.
– Tudo bem–, Rosie confirmou, alisando o cabelo na
espreguiçadeira com os dedos.

– Você sabe por que ela fez isso?

–Eu tenho uma idéia.

– Você está esperando por um convite especial antes de


compartilhar?

Ela balançou a cabeça, ignorando o total idiota que eu era.

–Desculpa, Dean. Eu sei que isso te coloca em um lugar


horrível, mas eu não posso. Você sabe onde está minha lealdade.

Houve um breve momento de silêncio antes de nossos


corpos se encontrarem e nos entrelaçamos num abraço mortal.
Eu digo mortal não porque eu a apertei e ela me apertou como
se estivéssemos tentando sangrar a verdade e as mentiras e
tudo que estava no meio de nossos corpos, mas também porque
era fatídico.

Eu não quero que você morra

Eu não quero parar de ver você agora que me formei.

Eu estou apaixonado pela sua bunda sarcástica desde que


você abriu a porta para mim, e agora eu estou machucado como
se você tivesse me atropelado, e eu não tenho ideia de como
consertar essa merda com a gente.

Os minutos passam antes de desconectar. Quando eu olhei


para ela, as lágrimas correram livremente pelas suas bochechas,
e eu sabia que era estranho de ver. Na escola, ela era uma vadia
feroz que ninguém se atrevia se aproximar.
–Obrigado, – eu disse, pelo abraço. Talvez até por causa das
lágrimas. Ela alisou a mão no meu peito.

– Você merece alguém que é sua. Só sua. De ninguem mais.

– Rosie, – eu a chamei quando ela começou a voltar para a


casa dos empregados. Parecia um adeus, e eu não queria que
fosse assim. Eu tinha que mudar esse encontro. Ela virou a
cabeça para olhar para mim.

– Não seja uma estranha. – Ela sorriu.

– Ser estranhos é exatamente o que deveríamos ser, Cole.


O que te faz sentir viva?

Cante como se ninguém estivesse ouvindo. Dance


como se ninguém estivesse assistindo. Coma como
se as calorias não existissem.

O chamo MAYCHUP, porque é uma mistura de ketchup e


maionese – disse a Dean quando nós nos sentamos na sombra
do seu Volvo, comendo fastfood de frente para o oceano, em
uma colina de ouro em algum lugar onde ninguém podia gritar
sobre quão decepcionante eu era. Mexi a maionese e o ketchup
juntos em um molho de laranja usando uma batata e mordisquei
a ponta quando terminei. Dean deu uma mordida em seu
hambúrguer – sem batatas – e me observou. Evitei olhar para o
rosto dele durante toda a jornada. Eu não conseguia olhar nos
olhos dele sem lembrar como eles zombavam de mim quando
ele fodia a vida fora de mim. Eu não conseguia olhar para seus
lábios sem lembrar como eles sugavam meu clitóris avidamente.
Eu não conseguia olhar para seus braços sem lembrar como eles
me trancaram e reivindicaram naquela van suja. E, claro, eu
ainda sentia os pingos de seu sêmen quente em minhas costelas,
mesmo que eu tenha limpado com a camisa do meu ex–
namorado, e tomado um banho depois que Millie saiu do meu
quarto esta manhã.

– Eu ainda não posso acreditar que você não me deixou


comprar cerveja. Ele mordeu seu lanche, olhando para o oceano.

– Enquanto você estiver perto de mim, você não tem


permissão para beber álcool ou fumar maconha–, eu disse, não
sendo afetada por sua profunda carranca. Eu pendurei meus pés
no capô e aproveitei a brisa de verão na minha pele.

–Você é uma merda–, ele murmurou.

– Que você deseja–, eu bufei, mas morreu na minha garganta


quando percebi que isso não poderia ser mais uma piada.

Ele olhou para cima de seu hambúrguer, seu rosto pensativo


e sério.

–Eu não quero coisas, baby. Eu acho que a essa altura você
sabe que quando eu quero alguma coisa, eu faço acontecer.

Droga, estava molhada de novo.

Havia algo no ar. Uma sensual rede de nervos que continuou


saltando entre nós. Muitas coisas tinham que ser abordadas,
mas eu não queria falar sobre nenhuma delas. Eu só queria
sobreviver a esta viagem.

Depois que comemos, coloquei um USB em seu MacBook e


compartilhei algumas das minhas bandas favoritas com ele.
Whitney, Animal Collective, Big Ups e The Chromatics. Ele
parecia interessado, mas nunca poderia dizer com Dean Cole,
porque ele parecia interessado em tudo.
– Você se lembra do que costumávamos ouvir quando
estávamos no ensino médio? – Dean sorriu de repente. Eu
enruguei meu nariz, tentando parecer não impressionada
quando na verdade estava eufórica.

–Você quer dizer a música que você costumava ouvir. Eu só


tolerava quando eu absolutamente precisava.

–Não seja boba, baby. Você gostava de pop e R & B como todo
mundo.

– Tinha um gosto versátil– protestei, sabendo que ele estava


se referindo a mim balançando a bunda com canções de Jennifer
Lopez em roupas reveladoras nas festas de Vicious, embora
tenha sido irremediavelmente apaixonada por bandas
alternativas dos anos noventa.

Ele pulou no chão, coletando nossos invólucros e copos


vazios.

–Não vá a lugar nenhum. Uma explosão do passado vem em


sua direção.

Eu fiquei lá, observando enquanto ele caminhava até a lixeira


mais próxima, jogando fora nossas sobras. Seus músculos eram
proeminentes, mesmo através de sua camisa branca e calças
caqui costuradas. Meus olhos pararam em seu bíceps, descendo
para sua bunda firme, antes de se virar e olhar para mim.

Então ele sorriu.

Então ele piscou.

Então ele articulou:

– Presa.
Eu desviei o olhar, sentindo meu rosto corar. Estava certo,
claro. Eu queria dormir com ele de novo, e não conseguia pensar
em outra coisa senão o corpo dele contra o meu. Quando ele se
sentou ao meu lado, pegou seu MacBook e tocou "Naughty Girl"
de Beyoncé.

–Lembra–se disso? – Ele se virou para mim e riu.

– Primeira noite na história que Baby LeBlanc estava bêbada.

Cobrindo meu rosto com as duas palmas, a memória de


dançar na mesa de café de Vicious agrediu minha mente. Eu
estava tão fodidamente bêbada que achei que seria uma ideia
espetacular juntar–me às amigas de torcida que dançavam na
mesa. Elas sabiam o que estavam fazendo. Parecia que eu estava
afastando mil moscas imaginárias. Isso resultou em mim
tentando imitar seus movimentos – e não atingindo–os aqui e ali
no processo, até que Vicious perguntou:

– Que porra é aquela que a irmãzinha LeBlanc está fazendo?


Tendo uma convulsão na minha mesa? Alguém abaixe isso antes
que machuque as outras garotas.

Nem mesmo um segundo depois, senti Dean afundar seu


ombro musculoso em minhas coxas, jogando–me em cima dele e
girando–me até que eu gritei para descer.

– Como queira. – Era difícil se encaixar como uma estudante


do terceiro ano que se transferiu da Virgínia. Ele teve que fazer
sacrifícios.

– Você se lembra dessa música? Eu peguei o laptop de suas


mãos e joguei outro vídeo. "Roses" de OutKast. Dean começou a
rir, seus olhos se enrugaram de alegria.
–Faça isso–, eu implorei. Era hora de ele ser o único a dançar.
E ele vai dançar como fez na festa do Vicious, imitando a
coreografia da banda de vídeo. Fazia parte de uma aposta
perdida – dah – mas era tão engraçado, a memória estava
presente em minha mente onze anos depois, afiada como se
tivesse sido ontem. Eu ainda podia sentir o cheiro do álcool e
hormônios flutuando pelo ar naquela noite.

– Por favor, Dean. – Eu apertei minhas mãos em um apelo

No fundo do cérebro, sob todas as células mortas, cortesia


do seu vício em erva e filmes pornográficos, tenho certeza que
você ainda se lembra da dança.

– Só porque você pediu tão gentilmente. – Ele saiu da sombra


de novo e disse:

–Toque desde o começo. – Fingindo colocar gel no cabelo e se


olhar em um espelho invisível. Tudo era tão irreal que eu não
pude deixar de rir como uma colegial, o que só fez seu grande
sorriso se expandir. Eu pressionei o play movendo meus olhos
do vídeo original para a dança de Dean, o oceano cintilando
atrás dele. Ele fez quase tudo certo, desde a parte em que ele
desliza de joelhos no começo da música até o fim, mal
estragando a composição. Meu estômago doía de rir, mas seu
rosto estava sério. E quando a música terminou, ele caminhou
furtivamente até mim, pegando o laptop.

– Minha vez –. Eu verifiquei a hora no meu celular.

–Tudo bem, mas depois temos que ir. Está ficando tarde e
temos que nos preparar para o ensaio.

Já eram quatro. Eu não podia acreditar que passamos tanto


tempo juntos sem nem perceber.
Química perigosa

as palavras se instalaram no meu cérebro como uma espessa


camada de poeira. Tenha cuidado, Rosie.

– Sim, sim, a Princesa Santa e o Príncipe Imbecil nos


receberão a tempo. Não te preocupes. – Ele me dispensou com
um gesto, seu olhar focado na tela. "Drops of Jupiter" de Train
começou a soar. Meu sorriso desapareceu.

– Não me lembro de ouvirmos essa música juntos. – Eu engoli


Ele se moveu entre as minhas pernas, sua cintura em uma
posição perfeita para me envolver em torno dele, mas eu não fiz,
meus olhos observando desesperadamente seus lábios. Nós
estávamos sempre a uma respiração de um beijo.

– Nós não o fizemos. Você a ouviu uma vez quando pensou


que estava sozinha em casa. Eu passei para dar a Millie o livro
dela. A música ficou na minha cabeça depois disso, porque eu
ficava perguntando o que diabos você estava pensando. Não
conseguia decifrar você, Rosie. Quando vi outros caras tentando
flertar com você, doeu. Porque o que quer que fosse que você
precisava, eu não queria que você encontrasse neles.

De forma embaraçosa, o sentimento era mútuo. Toda vez que


desprezava Millie e a deixava, meu coração ficava um pouco
mais forte. Ela não era a pessoa certa, eu me convenci. Eu era.

– Você não tinha o direito de ficar com ciúmes. – Olhei para


os meus chinelos negros. Ele balançou a cabeça em negação.

– Nunca disse nada ao contrário. E você não tinha o direito de


sentir ciume também. No entanto, aqui estamos nós.

Alí estávamos.
Eu me movi rapidamente, evitando qualquer tentativa que
ele pudesse ter de me beijar. Pulando dentro do Volvo, eu
coloquei meu cinto de segurança e joguei meus joelhos no meu
peito, enterrando meu rosto entre eles, rezando como uma
louca que Dean não consegusse ler minha mente. A viagem de
volta para casa foi em silêncio. O fato de ele não ter tentado
dormir comigo novamente provou que talvez Dean fosse um
homem de palavra.

Então, quando seus pneus gritaram para parar e nós dois


saímos, eu disse:

– Acho que devemos acabar com isso.

– Acho que não devemos

ele respondeu, sua voz seca e determinada.

– Estamos jogando um jogo arriscado. – Eu engoli.

Ele abriu a porta para mim e sorriu.

– Então é uma boa coisa que eu seja o melhor jogador da


cidade.

***

Eu usava um longo vestido roxo escuro que Millie tinha me


dado na festa de ensaio, sentado de forma favorável, presa entre
mamãe e papai. Eles também usavam roupas elegantes. O jantar
de ensaio foi marcado muito antes do casamento real, porque
metade das pessoas que foram convidadas tiveram um
casamento real para comparecer no dia anterior. Sinners Saints
era pequena, e todo mundo era alguém com quem você queria
se misturar. Manter as aparências foi crucial.

O lugar onde Vicious e Millie iriam se casar era um vinhedo


turístico que havia sofrido uma séria crise de identidade. A área
ao ar livre tinha um ambiente havaiano, com palmeiras,
gramado abundante e arranjos de flores coloridas em todos os
lugares. Havia uma sala de banquetes do tamanho de um salão
de baile, cisnes, fontes e outras coisas que faziam parecer uma
combinação de céu e um filme da Disney. Depois que entramos o
lugar parecia completamente velho. Nós nos sentamos em uma
espécie de elegante mesa de jantar do século XVI, com
candelabros do tamanho de Mumbai.

Mamãe estava me provocando novamente sobre Nova York,


ameaçando impedir a ajuda de Vicious com minha assistência
médica. O desejo de queimar meu sutiã e marchar nas ruas
antes que eu tomasse meu direito de votar era forte naquele dia.
Papai estava delirando, provavelmente para me fazer sentir
desconfortável. Algo sobre como Millie era uma filha tão
atenciosa. Sutil como um elefante bêbado, como pode ver.

Minha irmã e Vicious sentaram lado a lado, de mãos dadas.


Ele ainda estava esfregando as costas dela, como se a
confortasse. Sim, parecia um pouco verde e muito doente.
Talvez tenha sido nervosismo. Eu também ficaria nervosa se
estivesse prestes a casar com a cria de Satanás. Talvez ele
estivesse apenas espalhando a deslealdade de papai para Emilia,
mas também suspeitava dela.

Se ela estava realmente grávida, isso significava que todos


em seu ambiente imediato sabiam. Todos, exceto eu.
Dean entrou dez minutos atrasado, acompanhado por Jaime
e sua família – Melody e sua filha, Daria – e Trent Rexroth.
Contra minhas melhores intenções, meus olhos se agarram a
Dean desesperadamente antes de examinar o resto. Trent
parecia ocupado com seu telefone, e os olhos de Dean
examinaram o salão procurando por mim, eu assumi, e também
esperei tolamente, então quando ele finalmente me encontrou,
meu coração deu uma cambalhota e parou.

Eu desviei o olhar.

Ele se virou e cumprimentou um homem que não conhecia.

O feitiço foi quebrado.

Uma garçonete mostrou–lhe o seu lugar, sorrindo demais


para o meu gosto e verificando sua mão esquerda para um anel
de casamento.

Desde que Dean se sentou no final da mesa, eu tive que me


concentrar em não olhar em sua direção o tempo todo.

Felizmente, Gladys e Sydney sentaram na minha frente.


Sydney me atualizou sobre o que aconteceu em Sinners Saints ,
enquanto Millie e eu não estávamos lá e Gladys nos contou suas
histórias favoritas de L.A.

Comemos dois aperitivos e uma entrada quando o


coordenador do evento decidiu que deveríamos começar a fazer
um brinde. Papai fez o primeiro brinde ao casal feliz. Ele
levantou sua taça de champanhe ao nível dos olhos e falou sobre
o incrível casal Millie e Vicious, deixando de fora a parte em que
ele não suportava o futuro genro até o momento em que
escorregou um anel de diamante do tamanho de sua mansão no
dedo da filha. Depois Vicious fez um brinde, seguido pelo
padrinho principal –Jaime, que brindou pela noiva. Quando
chegou a minha vez de brindar aos noivos, levantei–me e sorri,
apertando a taça de champanhe em um aperto mortal. Meus
dedos estavam brancos como a neve.

– Não estrague tudo.

Mamãe estava cerrando os dentes através de um largo


sorriso. Meu sorriso não vacilou, mas algo quebrou dentro de
mim. Outra pétala caiu no meu coração. Os olhos de Millie
brilharam enquanto ela me observava, e meu coração ganhou
velocidade.

Foda–se. Isso é para Millie. Eu não vou decepcionar–la.

– Quem me conhece sabe que eu sou a maior fã da minha


irmã. É minha rocha, minha alma gêmea e a razão pela qual eu
ainda estou aqui, viva e bem. Quando seu coração bate por
alguém, o meu cai na linha e bate por eles também. Baron, há
uma coisa que eu não posso negar, você a faz feliz.
Resplandecente, mesmo.

Eu fiz uma varredura em seu rosto por uma reação, mas não
houve nenhuma. Talvez minha irmã não estivesse grávida.
Talvez eu estivesse ficando louca.

– Alguns amores são antigos e seguros, outros são novos e


frenéticos. O dela está nos dois ao mesmo tempo e é isso que faz
com que os sentimentos de uma pessoa em relação ao outro
superem todo o resto. Mesmo no passado.

Eu engoli, percebendo que eu também queria apagar meu


passado com um novo futuro brilhante.

– Desejo–lhe alegria, liberdade, saúde, riqueza, embora eu


acredite que estão bastante cobertos em relação a esse último.
Eu parei e a sala riu. Algumas pessoas aplaudiram. Eu
suprimi uma tosse desesperada antes de continuar.

– Então eu acho que gostaria de brindar por duas das minhas


pessoas favoritas. Para a mulher que eu amo mais do que a
própria vida e para o homem que vai passar a vida fazendo–a
feliz. Baron e Millie, eles não precisam das minhas palavras para
fazer funcionar. Eles têm isso coberto. Mas apenas no caso,
desejo–lhe tudo o que querem e muito mais. Agora vamos beber
esses copos e nos divertir um pouco.

Tomando um gole da minha bebida, meus olhos vagaram


para Dean em busca de conforto.

Algumas pessoas me encorajaram, mas era Dean que eu


queria impressionar. Ele ergueu o copo até os lábios, olhando
para mim do outro lado da sala e balançou a cabeça, o gesto
quase invisível. Não bebas.

Ele baixou a bebida e lambeu o lábio inferior, seus olhos


dizendo, mas foda–se. Eu ia cuidar dele. O pensamento era tão
irracional quanto a própria ideia. Por que eu iria querer fazer
isso e por que ele me deixaria? Mas, ao mesmo tempo, não pude
vê–lo negligenciando sua saúde dessa maneira. Não quando eu
realmente sabia o que a saúde significava.

Sentando–me novamente, mamãe pôs um braço em volta do


meu ombro e me pressionou contra o peito em um meio abraço
que rapidamente regressei. Eu estava derretendo para ser meu
antigo ser feliz novamente antes que ela sussurrasse em meu
ouvido:

– Obrigado por não arruinar isso, querida. Papai e eu


estávamos preocupados
Empalidecí, afundei na cadeira de seda, minha garganta seca
como papel. Meu telefone piscou com uma mensagem e me
agarrei a ela como se fosse minha tábua de salvação.

Dean: Eu preciso te beijar novamente.

Rosie: Você não pode me beijar novamente.

Dean: É tudo em que consigo pensar.

Foi tudo que eu pensei também, eu queria gritar.

Rosie: Me conte uma coisa interessante. Algo


sobre as estrelas.

Dean: Marte está coberto de ferrugem e seus


seios logo serão cobertos com meu sêmen. Diga–me
algo sobre música.

Rosie: Slash fez uma audição para a banda


Poison, mas não queria se juntar a eles porque
queriam que ela usasse maquiagem.

Dean: Este jogo é uma merda. Eu ainda quero


beijar você.

Maldito seja meu coração. Eu não achava que estivesse


preparada para lidar com um garoto como ele. Eu olhei para
cima e observei–o. Seu telefone estava ao seu lado, mas ele
estava tendo uma conversa casual com uma linda morena. Meu
peito se apertou. Ao mesmo tempo, lembrei a mim mesma que
Dean poderia fazer o que ele quisesse. Eu desviei o olhar,
embora meus olhos continuassem me implorando para roubar
outro olhar. O ensaio seguiu em silêncio até este ponto e eu
queria terminar com ele e ir para casa, de preferência para a
esquina da mansão onde meus pais não poderiam me encontrar.
Foi a vez de Trent fazer um brinde. A essa altura, parecia que
era necessário que todos os membros na sala quisessem algo do
casal feliz. Eu me perguntei se era porque Vicious não tinha pais
para beber por ele. Seu pai morreu há pouco mais de um ano e
sua madrasta não estava na foto. pelo menos eu tinha uma
desculpa para deixar meus olhos vagarem para Dean e a morena
misteriosa. Eles não falavam mais e meu telefone vibrou ao lado
do meu prato.

Dean: Se os olhares pudessem esfaquear, essa


garota estaria morta agora. Isso está
acontecendo. Nós estamos acontecendo. Podemos
tomar o caminho longo e frustrante, mas você será
punida por isso. Na cama ou podemos fazer um
caminho livre de dor. Sua escolha .

Eu não respondi sua mensagem. De novo. Meus olhos se


ergueram para Trent Rexroth, que mostrou um sorriso
superficial e começou a falar. Ele estava no meio de uma frase
quando seu telefone tocou e ele olhou para baixo para ler uma
mensagem de texto, franzindo a testa.

A taça de champanhe deslizou entre os dedos dele antes que


a pegasse no ar com seus reflexos assassinos, mas eu não fiquei
surpresa e a colocou na mesa.

Então ele pegou o telefone, virou–se e correu para a porta da


frente. Dean imediatamente o seguiu e antes que ele percebesse,
Jaime e Vicious tinham saído também.

Murmúrios borbulhavam de todos os cantos da mesa e papai


tentava acalmar a tempestade gritando mais alto do que o
necessário para que todos ficassem calmos. Discurso
interessante. Eu olhei para baixo e enviei uma mensagem para
Dean.

Rosie: o que aconteceu?

Não respondeu. O pânico percorreu minhas veias e meus


pensamentos vagaram para o pior lugar possível. Alguma coisa
aconteceu com Luna, filha de Trent?

– Vá ver o que está acontecendo. – Mamãe leu minha mente,


cutucando minhas costelas.

– Sua irmã está preocupada. Eu não quero que se altere.

Levantei–me e trotei levemente para a entrada.


Particularmente eu não sentia vontade de especular, mas eu
tinha menos vontade de discutir com a mãe. Além disso, alguém
tinha que ver como eles estavam. Era simplesmente lamentável
que eu fosse a intrometida.

A área externa era vasta, com um corredor branco macio que


estava pronto para o fim de semana, um jardim selvagem, dois
vinhedos de cada lado e cachoeiras artificiais envolvendo a
paisagem pitoresca. E lá, na escada que levava à sala de estar,
estava Trent Rexroth. Ele parecia pálido e trêmulo, nada como
sua pessoa forte e calma. Uma carapaça vazia de herói de
futebol que se tornara uma atração multimilionária. Seus olhos
brilhavam com lágrimas não derramadas e continuavam
repetindo, seu rosto enterrado em suas mãos.

– Ela não pode fazer isso comigo. Que diabos!

– O que você está fazendo aqui?

Perguntou Vicious quando me viu, com a mão nas costas de


Trent, agachado ao lado de Dean e Jaime.
– Volte para dentro.

– Não fale com ela assim.

Dean segurou os dentes, ameaçando Vicious mais


agressivamente do que o necessário.

Imóvel no lugar, eu disse:

– Millie está preocupada. Eu vim para verificar se estava tudo


bem.

– Nada está certo

Disse Jamie, seu corpo irradiando fúria, mas abstendo–se de


adicionar qualquer outra informação.

Dean se endireitou completamente e caminhou em minha


direção, pegando meu braço em sua mão quente e me guiando
de volta para o corredor vazio que levava à sala de estar.

– Mamãe e papai me mandaram investigar.– Um rubor


rastejou pelas minhas bochechas e quem diabos era essa garota
e o que eu tinha feito com o meu antigo eu? Eu queria que
aquele último voltasse. Ela não tiraria nada da merda de Vicious.

– Ignore esse idiota. Você não fez nada de errado.

Dean correu a palma para cima e para baixo do meu braço,


fazendo o meu pelo arrepiar.

– Diga a Millie que está tudo bem.

– Está?

Eu levantei minhas sobrancelhas, inclinando a cabeça para o


lado.
– Não

Ele admitiu, flexionando a mandíbula. Ele parecia tão frágil


agora que eu não tinha certeza se era para ele que eu estava
olhando. Ele geralmente se comportava com um cerco invisível,
o tipo de segurança que ele e seus amigos exibiam como um
cartão American Express preto.

– O que há de errado? – Eu perguntei, inclinando–se para ele


sem querer.

– Val se foi

disse ele, com a cabeça pendurada enquanto ele torcia os


dedos em seus cabelos e puxava, seu crânio provavelmente
ardendo com a força de sua mão.

–Porra se foi Rosie. A babá encontrou Luna sozinha em um


apartamento vazio. Sem roupas, sem sapatos, sem mãe em
qualquer lugar. Ela estava sentada em uma fralda
transbordante, chorando malditamente inconsolável. Ninguém
sabe quanto tempo do caralho passou desde que ela comeu
alguma coisa. Estava chorando tanto que perdeu a voz. A babá
levou–a para o hospital para checá–la. Trent embarcará em um
avião em uma hora para trazê–la aqui.

– Jesus – coloquei a mão na minha boca. Suas maçãs do rosto


estavam manchadas de vermelho e ele parecia suspeito. Por um
segundo, pensei que diria algo mais. Ou talvez chorasse. Mesmo
que fosse apenas uma única lágrima caindo em seu cílio, como
se estivesse pulando de um penhasco. Mas ele não fez nada,
endireitou os ombros, consertou a postura e limpou a garganta.

– Honestamente! É o melhor –, disse ele, mentalmente me


tirando do trilho.
–Quê? Nem todos nasceram para serem pais. Bom para a
Luna. Doeria mais se Val tivesse saído quando ela tinha seis ou
sete anos. Aposto que ela nem vai ficar brava com a mãe quando
crescer.

Eu levei um segundo para olhar para ele, realmente olhei


para ele, tentando ler o que estava escrito em seu rosto, mas era
um absurdo. Uma mistura de muitos sentimentos, muito
remorso, muito de tudo, comprimida em uma expressão
torturada.

– Não me olhe assim, Rosie. Confie em mim. Luna não precisa


de Val.

– Bem. – Empurrei sua cabeça no oco do meu pescoço em um


abraço. Dor atravessou seu corpo forte e eu o engoli de bom
grado, a necessidade esmagadora de senti–lo.

– Está tudo bem, Dean.

– É melhor que ela tenha ido embora–, ele repetiu, sua voz
estrangulada pela agonia.

Fui cegada, esquecida, rasgada e jogada no chão como


confete.

Queria pegar o que estava sentindo e engoli–lo como uma


pílula amarga.

Ele não parecia bem. Mesmo com o álcool, a erva e as fodas


vazias, Dean Cole nunca parecia estar triste.

Não era Sirius.

Era o Planeta Terra.

Era oxigênio.
Era tudo.

Permiti que seu rosto desaparecesse em meu ombro e eu o


abracei até que não houvesse espaço entre nós. Nos fundimos
um no outro, o bater do coração dele contra a minha pele, o meu
cabelo em seu nariz, seus dedos na minha cintura. Nossos
corpos unidos, ainda mais do que no caminhão vermelho. Dean
não produziu lágrimas, mas isso não significava que ele não
chorasse. Ele chorou e eu chorei com ele. Por Luna, que tinha
apenas um ano de idade e já estava passando por algo mais
traumático do que a maioria das pessoas experimentou em sua
vida. Para Trent, que de alguma forma sempre foi forçado a
crescer, sempre o filho da puta. E eu chorei por mim, porque eu
sabia que uma parte de mim já era dele apesar dos meus
melhores esforços. Eu nunca deixei de amar Dean Cole. Nem por
um maldito tempo. Eu apenas me convenci de que tinha parado
de me importar.

Até que eu não fiz.

Até agora.
Da tristeza surge a vida. É o que meu pai sempre dizia.

Naquela noite, dormi no quarto de Rosie.

Nós não fizemos sexo, não brincamos. Nós nem sequer nos
beijamos. Mas nossas pernas estavam emaranhadas e nossa pele
se tocou e pareceu mais real do que qualquer outra merda que
eu experimentei em qualquer cama, a qualquer momento.

De manhã, tive que fugir para pegar um táxi para o


aeroporto, mas deixei uma nota.

Isso está acontecendo Sirius.

Atenciosamente,

–Seu Cavaleiro de Bronze.

****

O voo para Las Vegas foi um borrão.

Eu estava sóbrio e consciente ontem, o dia que passei com


Rosie, e me senti estranho ... mas legal. O vislumbre que recebi
foi natural, imaginando–a se vestir como uma stripper, algemá–
me a minha cama e sentar–se no meu rosto até que eu não
conseguia respirar e sua boceta completamente contraída.

Mas então Trent recebeu essa ligação e meu mundo entrou


em colapso. A traição de Val ardeu em meu estômago junto com
o que Trent disse depois que eu descobri isso.

– Nunca mais verá sua filha a menos que se comprometa a


ser mãe primeiro.

Eu já tive o suficiente da sua merda. Por mais que doesse


admitir, ele também estava certo. Você não pode ser meio pai.
Não foi uma descontraída manhã de foda. Ou você estava
completamente dentro ou você estava completamente fora.
Qualquer coisa entre isso era prejudicial para a criança, e eu
tinha que lembrar disso, agora mais do que nunca.

Trent viajou para Chicago em busca de Luna, seus pais


estavam esperando por eles em Sinners Saints e eles iriam
ajudá–lo a superar esse pesadelo, e Jaime e eu cancelamos
imediatamente a despedida de solteiro. Foi Trent quem nos
ameaçou com violência física para continuar com nossos planos
originais em Las Vegas.

Suas razões:

Estava indo para Chicago para buscar sua filha no hospital,


onde estava com a babá, muito assustada e marcada, por isso
não era como se fosse ficar à espera de nós, idiotas reais, tendo
que segurar sua mão.

Vicious só iria se casar uma vez (considerando seu mau


humor e sua atitude de merda, todos nós sabíamos que não
haveria uma segunda Millie que tolerasse sua merda).
Val fodidamente abandonou sua filha e ele não teve tempo
para lidar com nossos problemas do primeiro mundo de
homens brancos, de qualquer forma.

Era um domingo de agosto, e a The Strip estava cheia de


turistas, meninas seminuas e bêbadas, e cristãos furiosos e
radicais com um microfone tentando atrair todos os pecadores à
luz. Depois que nós deixamos nossas malas na nossa suite
presidencial, Vicious tirou o couro Oxford e disse:

– Amo minha futura esposa, realmente, fodidamente muito,


mas eu espero que nós não encontremos suas amigas imbecis,
muitas vezes nesta viagem. Preciso ver sua irmã mais nova
como preciso de uma bala na minha cabeça.

– O que quer dizer? – Eu tirei meu Rolex e minha camisa


Versace multicolorida, indo para um dos banheiros. Eu
precisava vomitar e tomar um banho para me sentir vivo
novamente. Nina me ligou várias vezes durante o breve vôo
(cinquenta, sessenta? Parei de contar), deixando várias
mensagens de voz que eu não me incomodava em ouvir.

A merda com Trent me lembrou do quanto eu precisava me


afastar dele e dela, mesmo que a curiosidade queimasse todos
os ossos do meu maldito corpo. Simplesmente não era justo, e
mesmo que meu pai estivesse certo (a vida não é justa), fui eu
quem tomou as decisões nesse caso, e minha decisão foi nunca
encontrá–lo. E essa decisão foi final.

– Elas vão estar aqui em Las Vegas. Rosie mudou os planos


no último minuto. Elas vão ficar neste hotel.

Eu me virei, correndo um dedo pelo meu lábio inferior.

– Baby LeBlanc está na cidade do pecado?


Vicious soltou uma rizada maliciosa, examinando–me com
seus olhos frios e mortos.

– Estará em duas horas. Elas pegaram o próximo vôo. Por


quê? O que diabos você vai fazer sobre isso, cara?

– O que quer que seja que ela permitir. – Eu tirei meus


sapatos.

– Faça Rosie consultar Emilia primeiro.– Ele jogou um pacote


macio de Marlboro que usamos no lugar do baseado (ausente)
expressamente. – Sei que Em não dá a mínima, mas eu não
quero que ela se sinta traída por sua irmã.

Jaime entrou no vasto espaço saindo de um dos banheiros


antes que tivesse a oportunidade de informar a Vicious que não
responderia nem a sua bunda nem a de Millie.

– Trent vai ser um pouco como merda depois disso. –Jaime


suspirou, pegando os Marlboros descartados.

– Obrigado, Capitão Óbvio. – Vicious girou nos calcanhares,


afastando–se do quarto, provavelmente para entrar no chuveiro.

Jaime bateu o ombro dele contra o meu, abriu uma garrafa de


água e levou–a aos lábios.

– Ele sabe que você está fodendo a irmã de sua noiva?

– Quem te disse isso, Sherlock? – Eu peguei o Marlboro de


sua mão e enviei uma mensagem de texto para o meu homem
em Las Vegas, ao mesmo tempo, pedindo–lhe erva o mais rápido
possível. Mesmo que não fosse fumar, não era justo privar Jaime
e Vicious de seu passatempo favorito.

Jaime caiu no braço do sofá branco e tomou outro gole de


água.
– Fala o Capitão Óbvio! Além disso, você a estava fodendo
com os olhos no jantar de ensaio quando ninguém estava
olhando. Foi sutil, o que significa que você realmente não dá a
mínima para o que ela pensa de você. – Ele fez uma pausa, as
sobrancelhas caindo.

– Mas eu prestei muita atenção, então mesmo que você


tenha tentado esconder, eu ainda vi. Você queria incliná–la
contra a mesa e fodê–la rudemente com o rosto pressionado
contra o prato principal de outra pessoa.

Obrigado Jaime. Eu estava, iria guardar esse pensamento e


colocá–lo no meu banco de prazer para um dia chuvoso.

– Vale a pena o problema? Jaime inclinou a cabeça para um


lado, levantando uma sobrancelha. Eu dei um tapinha no ombro
dele. Porra adorável era esse cara.

– Ela é o problema.

– Feliz para você, irmão. Tem passado um tempo desde que


você estava ocupado com algo mais do que álcool e trabalho. –
Ele sorriu.

– Mas ainda temos que conversar sobre possíveis


complicações. A última vez que Vicious e você se enfrentaram,
vocês comprometeram a Fiscal Heights Holdings no processo.
Eu não vou deixar isso acontecer novamente.

Recusando–me a corrigi–lo (eu não enfrentei Vicious, ele


simplesmente dormiu com minha ex–namorada sem o meu
conhecimento depois de nos separarmos quando éramos crianças)
eu pisquei, mostrando a ele que suas palavras mal eram
reconhecidas. Eu estava sempre sob controle, e a Fiscal Heights
Holdings nunca caiu. O mais importante é que ninguém (não as
malditas exceções) iria se interpor entre mim e o que eu queria.

Meu telefone estava fora do meu bolso novamente, desta vez


enviando uma mensagem de texto.

Dean :Em que quarto você vai ficar?

Rosie: Um, onde você não é bem–vindo Precisamos


manter isso apenas entre nós.

Isso seria definitivamente não. Isso foi como se contentar


com um delicioso cheesecake sem sequer comê–lo. Eu ia comer
de novo e de novo e outro vez. Merda, eu ia ter uma compulsão.

Dean: Engraçadinha. Nós já estabelecemos o que


está acontecendo. Agora você está me punindo por
ter namorado sua irmã. Me diga que estou errado.

Não respondeu. Claro que não. Me desejava. Mais que isso.


Estava tão quente por mim (não apenas pelo meu corpo) e o
sentimento era mútuo.

O que nós compartilhamos ontem não foi algo que aconteceu


com uma Kennedy ou uma Natasha. Porra, isso nem aconteceu
com Emilia. Rosie e eu estávamos conectados por um fusível
invisível. Mesmo quando estava namorando sua irmã. Mesmo
quando ela tinha um namorado e morava no andar de baixo e eu
tinha dez andares para cima a caminho de algum tipo de
registro. Eu não podia esperar pelo segundo que explodimos,
porque quando fizemos ... foi como fogos de artifício. As faíscas
já estavam lá.

Ela poderia me enganar com tudo o que ela queria, mas ela
também sentia isso.
Dean: eu vou devorar você, Baby LB.

Rosie: DEAN. Mudança de assunto Um fato curioso


sobre astronomia?

Dean: A Via Láctea está girando rapidamente a


aproximadamente 100 milhões de quilômetros por
hora, e você está prestes a estar com minha porra
na sua boceta. Música?

Rosie: As batidas do seu coração imitam os


ritmos da música que você está ouvindo. Dean Cole
não está tão errado sobre sua teoria sobre a
minha irmã. Teria que trabalhar duro para
repetir.

Encerrei nossa conversa de texto e abri uma nova com


Sydney, que eu conhecia do ensino médio, pedindo–lhe para me
dar todos os detalhes. Quando iam pousar e se instalar nos
quartos, qual era seu horário. Pedi que não contasse a ninguém,
porque estávamos planejando uma surpresa para Millie.

Na verdade, eu estava planejando uma surpresa para Rosie.


Eu ia comer meu bolo e mantê–la. Impossível? Apenas observe.

****

Deus abençoe Sydney não sei do que. Mesmo que eu não


soubesse de sua existência quando estávamos no ensino médio
(a única razão pela qual ela teve seu número foi porque Millie
abriu um grupo especial de mensagens para as pessoas que
compareceriam o jantar de ensaio), em Vegas rapidamente se
tornou minha pessoa favorita.

Por um lado, Syndey me disse onde as meninas estariam


naquela noite. Como Vicious não queria dançarinas em sua festa
(ele sempre odiava as pessoas e especialmente as pessoas que
tentavam tocá–lo, e ele era um bastardo, mas leal), estávamos
planejando ir a um restaurante elegante e ao cassino até o
amanhecer.

Imaginei que poderíamos pousar no clube que elas estavam


depois do show da Britney Spears. Os dançarinos não estavam
escovando um ao outro o tempo todo? Obrigado, Sra. Spears,
por preparar a libido da minha garota para a nossa escapada da
meia–noite.

Não me surpreendi que Rosie trouxesse seu maldito


entusiasmo para a mesa e queimava–o dia após dia. Enquanto os
homens bebiam e fumavam na suíte presidencial, Rosie
conseguiu de alguma forma levar as garotas para uma aventura
especial de comidas, um tour por uma famosa loja de tatuagens,
uma festa de hidromassagem e um show.

Eu sabia de todas essas informações porque a Sydney


Maldito último nome, não conseguia recordar, me dava
atualizações a cada hora, supondo que Emilia, a noiva, estivesse
apostando em uma agradável surpresa. E ela teria. Eu estava
levando o seu noivo comigo. Mas minhas intenções eram
puramente egoístas – estava por trás de sua irmã mais nova.

– Você provavelmente deveria contar ao Vic antes que perca


sua merda –, Jamie me disse quando saí do chuveiro, passando a
gola da camisa impecável na frente do espelho imaculado do
chão ao teto.
Eu ri, soltando a toalha e entrando no meu boxer. Jamie tinha
visto meu pau tantas vezes, que provavelmente poderia
reconhecê–lo em um reconhecimento policial com centenas de
suspeitos. Nossos dias de futebol significam que todos nos
sentimos confortáveis um com o outro. Muito confortável,
talvez.

– Deixar ele saber o que? – Eu joguei mudo. Vicious já sabia,


mas eu gostava de foder com meus amigos tanto quanto o
próximo Garoto Quente.

– Você está falando sobre o acordo Erickson–Estavez? –


Estávamos trabalhando com duas empresas gigantescas prestes
a se fundir, e Viciuos ficando à margem, com a proximidade de
seu casamento e tudo mais. Dos quatro, Jaime e eu éramos
provavelmente os trabalhadores mais durões. Jaime, porque era
uma merda responsável que precisava de tudo para estar certo
e perfeito. Eu, porque eu não tinha filhos ou outras
responsabilidades, sendo assim, me sufocar em números e
começar negócios com Ásia e Austrália no meio da noite eram
sacrifícios que me agradavam fazer.

– Ele está elaborarando um projecto de contrato Erickson–


Estavez enquanto falamos. Você sabe exatamente o que. Mais
específico de quem ... estou falando.

– Ele sabe, e concorda com isso, mas mesmo se eu não


concordasse, é a minha vida e meu negócio –, lembrei a ele,
arrumando as mangas da camisa azul marinho, abotoando os
colarinhos e adicionando,

– Além disso, a última vez que eu verifiquei, ele era a mesma


pessoa que tentou roubar minha namorada debaixo do meu
nariz quando ainda estavam juntos– , embora sem limites –
Inclusive beijando Millie enquanto estávamos namorando. Só
para ter certeza de que ele era um completo idiota, ele também
beijou Rosie. Então, realmente, além de tentar colocar a língua
na boca da minha mãe, quase que contaminou todas as
mulheres com que me preocupo. – Salvo por Payton e Keelly,
minhas irmãs. A verdade é que Keeley me disse em uma noite de
bebedeira que ela fez sexo com Vicious quando éramos
adolescentes. Isso definitivamente me deu um pequeno
empurrão, tanto quanto a minha moral poderia ir para
perseguir Millie.

Com mais nada, meu pequeno discurso fechou a boca de


Jaime. Rosie estava fodendo a minha. Cada parte disso. Da ponta
dos dedos aos cabelos finos de bebê no topo da cabeça. Cada
peça deveria ser recuperada e marcada. E o mais bonito é que
ninguém tinha voz nessa merda. Ninguém além de Rosie.

– Aqui está o endereço do clube. – Ajustei meu telefone com o


aplicativo do Yelp e as mãos de Jaime se agitaram no ar.

– Ligue para o serviço de limusine. Eu vou me certificar de


que Vic esteja pronto.

– Dean. – Jamie agarrou meu pulso enquanto eu entrava pela


porta para pegar minhas calças.

– Baby – , eu zombei em seu rosto, sorrindo


presunçosamente.

– Eu sei que sou irresistível, mas tenho certeza que Mel é


mais flexível, com esse antecedente de dançarina e tudo mais. –
Jaime estreitou os olhos e jogou meu pulso como se estivesse
sujo.
– Jesus, você pode desacelerar por um segundo? Ouça, eu sou
a última pessoa a te dar um discurso de sobre com quem estar.

– Porque você fodeu minha professora de literatura quando


eu tinha dezoito anos.– Eu me amontoei em uma risada.

– Você se casou, engravidou e sua mãe quase teve um ataque


cardíaco no processo. Sim, eu concordo. Nem você nem Vicious
podem me dizer o que fazer. – Mas Ele ergueu a voz e, caramba,
Jamie Followhill tinha alguma autoridade nele e quase me
esquecera disso.

– Juro por Deus, Dean, se isso é apenas mais uma noite, e


você está mexendo com a dinâmica do nosso grupo, com nossas
famílias e amigos – para uma foda rápida ...

– Isso não é apenas uma foda, – eu disse com determinação.


Desnecessário lembrar–me que Jamie tinha um bom motivo
para tocar no assunto. Eles me conheciam como aquele que
colocava o pau em qualquer coisa que tivesse duas pernas e um
vestido, então, o que diabos estava esperando? Mas eu não era
Vicious. Eu não estava cego para o que estava na minha frente
há anos. Eu admiti o que eu queria dessa garota desde o começo.
Nunca persegui ninguém tão duramente e, com Rosie, nem
sequer decidi fazê–lo. Foi como a carreira de Jimmy Fallon. Foi
algo que aconteceu antes que alguém pudesse parar.

– Quais são as suas intenções? – Jamie perguntou, segurando


meu olhar, sério como um maldito funeral.

– Quais são minhas intenções? – Morar em Londres o fazia


parecer um lorde britânico ou alguma merda. Tirar sarro dele
deveria ter sido uma prioridade, mas parte de mim queria que
ele e as outras pessoas deixassem de malditamente falar
comigo como se eu fosse um prostituto que se recusou a
desacelerar até que seu pênis caiu.

– Jaime – eu rosnei, inflando minhas narinas. Olhando


diretamente para o rosto dele, sentindo–me como um
adolescente rabugento de dezoito anos de novo.

– Eu não lhe perguntei quais foram suas malditas intenções


quando você dobrou Mel em sua mesa e transou com ela na sala
de aula, então não me faça a mesma pergunta. Rosie é uma
garota grande. As pessoas precisam parar de agir como se ela
fosse um animal de estimação que ninguém quer. O que há entre
nós dois é nosso. Não seu. Nem de Vicious e nem de Emilia.
Qualquer um que pense diferente é bem–vindo para resolver
isso comigo. E, fiel à moda de nossa irmandade, não serei
agradável, educado, ou pedirei desculpas por isso. Estou claro?

Não esperei por uma resposta. Eu me virei e saí. Eu tinha um


compromisso para ir.

Ela só não sabia ainda.


O que te faz sentir viva?

Querer alguém tanto que seu centro dói, sua


visão fica embaçada e sua moral é jogada para
fora da janela.

MINHA IRMÃ NÃO ESTAVA BEBENDO.

Essa foi a única coisa que ocupou minha mente. Não o fato de
termos nos divertido muito. Não o show incrível de Britney
Spears. Não as bebidas alcoólicas distorcidas, altas e de
aparência radioativa que carregamos conosco o dia todo. Mas o
fato de que Millie não consumiu uma gota deles, nem qualquer
outro tipo de álcool.

Tinhamos raízes francesas. Para nós, festejar sem vinho ou


champanhe era como dançar sem os membros. Observando–a
do canto de uma discoteca barulhenta e lotada, com luzes de
neon e corpos seminus suados, chupei meu canudo em outro
coquetel.
– Sua irmã está muuuito grávida – Elle fez uma bola com seu
grande chiclete rosa, enquanto se examinava no reflexo de
alguns espelhos brilhantes com desenhos pendurados no teto.
Todas usavamos o mesmo tipo de vestido, rosa, a cor favorita de
Emilia, com um decote e camadas encaracoladas de tecido fino e
macio. Eu encontrei um em um brechó. Grita Millie até o céu e
de volta, então eu comprei, entrei em contato com a marca e
pedi mais quatro para todos nós.

–Ela não está –, insisti, mas era inútil. Mesmo eu não


acreditei em mim mesma

– Eu sou a pessoa mais próxima dela. Ela nunca esconderia


isso de mim.

– Ela não está bebendo, parece horrível, e comeu um bolinho


com picles fritos no almoço. Mas se você precisar de mim para
forçá–la a fazer xixi em uma vara, eu conheço um cara que faz as
coisas acontecerem. – Elle encostou–se na parede ao meu lado.

Eu olhei para minha irmã. Millie balançou a bunda com


Gladys e Sydney na pista de dança, balançando o cabelo suado
para frente e para trás e pronunciando as palavras para "The
Thong Song" de Sisqó.

Talvez o DJ tivesse perdido uma aposta naquela noite.


Ninguém sabe. Mas eu não estava com vontade de ser uma
esnobe musical. Elle deu um tapinha no meu ombro.

–Bem bem. Você está muito bêbada e não deseja se aventurar


em território das realmente bêbadas. Deixe a bebida. Vamos
dançar um pouco

Ela puxou minha mão e eu não protestei, porque qual era o


objetivo? Elle e eu nos juntamos a Millie, Gladys e Sydney, e
dançamos por uma hora ou mais. Millie disse que tínhamos que
fazer uma pausa para comer tacos, e como ninguém nunca havia
dito "não" aos tacos, todas nós tínhamos uma mesa na seção de
restaurante de clube e comemos muito.

Pedi licença para ir ao banheiro e, quando voltei, vi Gladys


encostada na cabine onde estávamos sentadas, passando a mão
na barriga de Millie. Sydney jogou a cabeça para trás, riu e fez
um gesto com as mãos, formando a ilusão de peitos enormes.
Minha irmã estava grávida, seus amigos sabiam. Meus pais
sabiam. Todos sabiam.

Menos eu.

***

Dean: Qual é o seu fascínio pela música?

Meus dedos tremiam de raiva, mas essa não foi a única razão
pela qual não respondi. Meu olhar vagou para o rosto de Millie e
eu franzi meus lábios. As outras meninas voltaram para a pista
de dança e eu e minha irmã estávamos sozinhas. Perguntei–lhe
se havia algo que ela queria compartilhar, mais uma vez. Ela
disse: outro taco e ela riu. A boca do meu estômago torceu e
depois crepitou de raiva. Ela era uma mentirosa, como todas
elas. Não havia diferença entre ela e o pai. Bem, houve. Papai,
pelo menos, parou a farsa e me disse exatamente o que ele
achava de mim. Millie ainda era uma covarde que queria
proteger meus sentimentos preciosos mentindo para mim.

Foda–se
Eu precisava do Dean para fazer as coisas desaparecerem.

Ele era maconha. Ele era álcool. Ele era música. Apenas mil
vezes mais viciante que todos os itens acima.

Rosie: Ouvir boa música é como uma droga. Libera


hormônios que fazem você se sentir feliz. Qual é
o seu fascínio pela astronomia?
Dean: Houve momentos em minha vida, tempos
sombrios, quando tive que passar os verões em um
lugar onde eu não queria estar.
As noites eram longas e entediantes, então saí
e deitei no feno. As estrelas foram a única coisa
que me fez companhia, e acho que me apeguei a
elas. Elas me lembraram que sob o céu, havia
coisas melhores esperando por mim. As pessoas que
amava, os lugares que queria visitar, todas as
garotas com quem iria foder ...
Rosie: Um romântico sem esperança. Eles me dão
arrepios. Para.

Dean: Você terá mais arrepios em um segundo. Dá


uma volta.

Rosie: ?

Dean: Simples, baby LB. Dê uma volta.

Ele estava lá. Meu coração pulou no meu pescoço, mas, ao


mesmo tempo, lava quente derretida corria em meu abdômen
inferior, limpando os danos e dor, criando uma necessidade
urgente, estava desesperado para atendê–las.

Era perfeitamente possível que esse homem se tornasse cada


vez mais atraente a cada segundo que passasse? Eu o vi vestido
com uma camisa azul escuro e calça cinza, andando para mim
como uma força que estava prestes a arrancar telhados e
calcinha em seu rastro. Estava tão concentrado em Dean, que
ainda não tinha notado que as meninas estavam de volta na
mesa e os meninos estavam lá. Trent, obviamente. Vicious
tomou o seu lugar ao lado de Emilia. Jaime sentou–se entre
Sydney e Gladys, oferecendo–lhes um breve aceno de cabeça, e
Dean ficou ali, olhando para mim, mesmo sem esconder o que
estava em seus olhos. Sem vergonha

– Vou trazer algumas bebidas pra você. – Eu me levantei do


meu assento, porém não o sentia mais. Aquele era um ato de
uma boa menina. Não era eu. Não era boa e não era agradável, e
esta noite estava indo para foder com o ex–namorado da minha
irmã. Uma foda com raiva que iria apagar os últimos dias da
minha memória, mesmo que por um momento ou dois.

Quando passei por Dean, ele bateu o braço no meu ombro.


Todos os pêlos do meu corpo estava em pé, arrepios no
formigamento em minha pele.

– Não vai me perguntar o que eu quero?

Ele sussurrou no meu rosto, lambendo o lábio inferior,


deixando–o brilhante, uma maçã brilhante e proibida.

– Eu não ligo para o que você quer, Dean. Você vai pegar
água. Como eu disse, você pode destruir tudo o que quiser, mas
não na minha cara.

– Combinado. Deixe–se saber, no entanto, que você pode


fazer o que quiser no meu pau.

– Nem beber nem fumar

repeti solenemente, dando–lhe um olhar assassino.


Eu podia ouvir o sorriso em suas palavras quando disse:

– A ti malditamente importa.– Olhando para as minhas


costas enquanto eu corria para longe.

Sim, me importo, pensei amargamente. Desejando não


pensar. Eu realmente faço isso.

As coisas estavam prestes a ficar confusas.

Ruckus ia honrar seu nome.

Há dez anos.
A escola havia acabado. Millie e eu também. Jaime se mudou
para o Texas para ir para a faculdade, levando para casa uma
lembrança com ele: nossa professora de literatura, Melody
Greene. Trent fez uma cirurgia na perna e ficou deitado pelo
resto do verão. E Vicious ... Vicious ficou muito louco, como se
tivesse sido ele que ela havia abandonado.

Depois que Millie fugiu, Rosie parecia ter ficado com raiva do
mundo. Eu queria ser o saco de pancadas dela. Ela não me
deixaria.

Havia outras coisas que queria, mas não era a hora certa de ir
atrás delas. Então eu me acomodei para estar lá para ela, uma
alma quebrada por outra.

Eu não estava especialmente irritado com a minha ex–


namorada por me abandonar. Por tudo que eu sabia, ela me
deixou por outra pessoa. Isso deveria ter me feito enlouquecer,
mas na minha vida, não consegui encontrar o maldito frenesi
com o qual Vicious estava fervendo a fogo baixo.

Rosie disse que eu deveria parar de vir para ver como ela
estava, mas foi como dizer que eu não podia tocar meu pênis.
Total e fodidamente impossível. Vim para ela todos os dias. Nós
nos sentávamos à beira da piscina em completo silêncio.

Queria falar com ela sobre as estrelas, mas não o fiz.

Queria falar com ela sobre o nosso futuro, mas não o fiz.

Queria falar com ela sobre nós, mas não havia nós, e meu
medidor de estranhesa provavelmente estava louco por vir
procurá–la todas as tardes.

Um dia, vi Vicious passar por seu gramado bem cuidado


enquanto eu fazia o meu caminho através do caminho de pedra
até a casa dos servos. Ele parou e olhou para mim, piscando
como se tivesse acabado de ver um fantasma. Aproximando–se
com passos lentos, ele colocou as mãos nos bolsos, avaliando–
me através dos olhos frios e vigilantes, preparando–se para a
batalha. Inchei meu peito, preparando meu sorriso falso. Ele
queria guerra? Ele iria ter uma.

– Você realmente acha que tem uma chance com a porta–voz


depois do que aconteceu com Millie?

Ele cerrou os dentes, incapaz de deixar a palavra foder, uma


palavra que ele usou muito, deixasse sua boca. Porque ele sabia.
Vicious sabia que eu tomei a virgindade de Millie, ela me pediu
para fazer isso. Eu tinha a sensação de que era mais para se
livrar de sua virgindade do que sobre mim, e essa era a única
coisa que ele nunca poderia apagar das páginas da história. Até
o Baron Spencer não conseguiu manipular a realidade.
Eu esfreguei meu queixo.

– Eu sei que minhas chances com Baby LeBlanc são quase


tão altas quanto suas chances com Millie. Estou aqui para ter
certeza de que ela está bem. É um conceito estranho para você,
mas às vezes as pessoas só querem ser gentil com outras
pessoas. O que rastejou até o seu rabo, afinal? Você parece ...
culpado. – Eu fiz uma careta. Tudo na minha posição estava
pronto para pular e destruí–lo.

– Culpado? – Ele riu, mas não era sua risada habitual. Com
graça e seguro de si mesmo. Então o bastardo sabia alguma
coisa. Porra, se eu tivesse uma ideia do que era.

– Agora, por que eu me sentiria culpado? Você era quem


estava atrás da minha garota.

– Sua garota–, eu repeti, deixando escapar uma risada


incrédula. Parecia estranhamente libertador abordar o elefante
na sala. O mesmo elefante que conseguiu esmagar e estragar
todas as coisas em nossas vidas no ano passado.

– Ei, imbecil, notícia: Emilia LeBlanc era o alvo favorito de


todos até eu colocar meu nome na bunda dela. Eu suspeitei que
você gostava dela, sim. Eu tive a sensação de que era outra coisa,
mas você ficou do lado de fora.– Eu dei um passo em direção a
ele, e estávamos perigosamente perto de arruinar o rosto um do
outro e rolar na grama até que um de nós sangrasse até a morte.

– Você arruinou a vida dela. Tudo o que você disse foi que ela
era uma bastarda branca. Tudo o que você fez foi fazê–la se
sentir desagradável. Queria aproveitar? Sim. – Eu encolhi os
ombros.– Eu sou um adolescente com um pau que funciona.
Mas, mais do que tudo, queria ter certeza de que não fosse mais
uma na sua lista.
– Quão nobre você – Seu peito colidiu com o meu, nós
estávamos indo para a guerra, agora ele sabia disso.

–Pobre maldito Ruckus. – Vicious trouxe seus punhos para


seus olhos e fingiu enxugar lágrimas invisíveis.

– Você teve um tempo ruim com Emilia todos esses meses?

–Nah – eu disse, empurrando–o. Ele me empurrou de volta.


Eu sorri.

– Ela foi ótima, mas você nunca saberá, certo?

Engoli a saliva.

– Talvez ela tenha fugido porque você é uma merda na cama

disse ele. Muito maduro.

– Ou talvez ela tenha fugido porque estava cansada de você–


disse. Seu rosto se contorceu de dor e ele se sentia culpado. De
que, eu não sabia, mas não era inocente. Isso era com certeza. Eu
decidi pressionar a questão. Ver a sua opinião sobre as coisas.

– Como se sente, Vicious? Ser o perdedor que nunca saberá o


que a garota dos seus sonhos sabe?

–Você sabe, Cole. Estamos no mesmo barco, e este navio está


afundando. – Agora era a sua vez de jogar na minha cara e – de
novo – nem sequer piscou. Eu não estava com medo de Vicious.
Me olhova através de suas camadas e sabia exatamente quem
era. Um cara como eu.

Que se escondia atrás de paredes de músculos, boa


aparência, carros caros, roupas perfeitas, pais ricos e mistério
sombrio. Você nunca pode ter medo de quem você é. Por isso,
dos meus amigos, fui o único que o desafiou repetidamente.
– Você estragou tudo –, ele sussurrou em meu rosto, e eu vi
em seus olhos azuis que ele sabia que estava certo, porque havia
algo girando neles. Algo que ameaçava afogar qualquer um que
ousasse se aproximar.

– Você a fodeu e agora estamos todos fodidos.– Eu o


empurro, me virando e caminhando em direção à porta de
Rosie. Quando ela abriu a porta, Vicious já tinha ido.
Provavelmente, no andar de cima do seu quarto, fumando um
baseado.

Rosie não pareceu surpresa ao me ver. Mas ela engasgou


quando eu segurei suas bochechas, entrei em sua casa e a beijei
sem aviso. O beijo não foi apenas rude; Foi francamente brutal.
Necessitava de afeto da mesma forma que beirava o desespero.

Estava indefeso.

Negligenciado.

Arruinado.

E não por causa da irmã que deveria amar. Ela ofegou por ar.
Eu ofeguei por ela. Nossas línguas rodaram juntas, engajadas,
apaixonadas, sob um feitiço de magia negra.

Eu a segurei pela parte de trás do seu pescoço. Talvez duro


demais. eu não sabia que meu corpo poderia responder a outra
pessoa dessa maneira. Todas as terminações nervosas do meu
corpo estavam em chamas. Seus joelhos falharam. Ela quase
desmaiou, mas se agarrou à minha camisa no último minuto, de
alguma forma ela permaneceu fisicamente ligada. Mentalmente,
no entanto ... nós dois estávamos em algo muito profundo.
Mentalmente, estávamos ferrados.
Eu nem tinha registrado que ela me beijou de volta por um
longo e inebriante minuto antes de se afastar, seus olhos se
arregalando em choque e medo. Ela entrelaçou os dedos ao lado
de sua cabeça e puxou suas raízes, seus belos e inchados lábios
entreabertos.

– Oh, meu Deus–, respirou profundamente.

A senti naquele beijo, e as coisas que tinha me dado ... Ela


nunca poderia recuperá–las. Eles eram meus e eu tomaria o
resto, mesmo que não fosse esse dia. Embora isso me leve toda a
porra da vida.

Sim, ela tem uma vida imbecil.

– Merda–ela novamente.

– O que eu fiz? Vá embora!

– Rosie ...

– Vá. Para. O. Inferno, Dean. Sério, se você vier aqui de novo ...

– Você pode apostar sua bunda que vou

eu disse com firmeza.

–Eu vou atrás de você, mesmo que leve anos para ter você.

– Você não fará.

Havia algo em sua voz, ou talvez o jeito que ela me empurrou


dessa vez, fez tudo muito definitivo.

– Vou me certificar disso, de um jeito ou de outro. Você está


morto para mim, Cole. Morto desde o momento em que você
colocou as mãos na minha irmã. Não haverá um amanhã para
nós. Não haverá um cavaleiro de bronze. E da próxima vez que
nos encontrarmos, Dean, vamos agir como se não nos
conhecêssemos. Porque nós não nos conhecemos. Você não é
nada para mim. Você nunca foi. Volte aqui de novo e direi ao
papai para tirar a espingarda.

Ela bateu a porta na minha cara.

E pela primeira vez, não espiou pela janela para me roubar


mais um momento.

PRESENTE
Isso era tão terrível que não pude deixar de rir. Mas ela não
se importou. A garota não dava a mínima, e era isso que mais
amava nela. Sua habilidade para cantar fora do tom e dançar
diferente de todos, quando todos os olhos estavam sobre ela
quando ela posou ala Madonna, como ela saltou para cima e
para baixo como se seus pés estivessem em chamas.

Ela virou em seu lugar na pista de dança e me encontrou,


nossos olhos se conectando.

Estava encostado no bar, bebendo uma garrafa de água como


prometido, cumprimentando–a com a garrafa em sua direção.

Vicious estava se esfregando contra Emilia.

Jaime estava do lado de fora falando ao telefone com Trent.


Sydney, Gladys e aquela garota que trabalhava com Rosie
dançavam entre elas. E mais uma vez, ela e eu fomos deixados
por nossa própria conta.

Nina seguia chamando e enviando mensagem de texto sem


parar, apesar de eu ter ignorado, e Trent estava atravessando o
inferno, mas de alguma forma, eu ainda sentia esse ar natural
que me abalava cada vez que saia com Baby LeBlanc.

Rosie olhou para o telefone e enfiou os polegares na tela,


escrevendo uma mensagem de texto. Jogou meu coração na
quarta velocidade, e eu peguei meu telefone ao lado do meu
corpo, esperando pelo sinal que parecia um pop.

Rosie: Acho que vou levar alguém para o meu


quarto de hotel esta noite. Eu tive um dia
difícil e preciso descansar.

Dean: Isso é um convite?

Rosie: Mais como uma zombaria. Você sabe qual


foi a parte mais difícil quando você e Millie
estavam juntos? Ouvir você beijá–la. Costumava me
matar. É por isso que em algum momento deixei de
estar em casa quando você estava por perto.

Minha cabeça disparou, e lá estava ela, balançando os


quadris, um cara aleatório abraçando a cintura por trás e
sorrindo para seu pescoço enquanto ela se acomodava em seu
ritmo.

Seus olhos estavam em mim e tinha essa expressão. O olhar


de “que caralho você está indo fazer a respeito? Huh?” Eu ia
limpá–lo de seu rosto. Aqui estava eu, vendo outra pessoa a
tocando, cada centímetro do seu corpo com pura fúria violenta.
Aquela que não sentia há tantos anos quando Millie partiu.
Oh, estava dentro de mim, bom. Eu estava apenas esperando
para ser completamente ligado por outra pessoa. Eu vou
terminar com essa merda. Eu olhei para baixo e escrevi.

Dean: Não me tente, LeBlanc. Nós não somos mais


adolescentes. Nossas ações têm conseqüências.

Rosie: e? ...

Dean: E com as ações que tenho em mente, estou


pensando em dez a quinze anos em uma prisão.
Acabe com essa merda antes que eu o machuque.

Senti meu pulso nas minhas pálpebras.

Minha espinha

Minhas malditas bolas.

Estava em toda parte, porque meu coração estava


martelando como se quisesse pular das minhas costelas para as
mãos dele, larva pura correndo pelo meu sistema.

Pela primeira vez em muito tempo, eu me importei.

Separá–los e causar uma cena passou pela minha cabeça,


mas eu não era essa pessoa. Era o filho da puta e bastardo frio
que sorria para o mundo, mesmo quando me jogavam merda. E
Rosie me jogou merda porque eu merecia isso. Porque beijei a
irmã dela quando ela estava na mesma casa. Porque eu não
impedi que isso acontecesse. Porque era uma vingança, e ela
queria tirar isso. Eu ia deixá–la explorar ao longe, mesmo que
doesse, mas a linha seria desenhada ao beijá–la. Ela era
fodindamente minha. Ele poderia olhar, mas diabos, se tentasse
tocar.
O cara virou–se para Rosie e eles dançaram juntos, mas ela
mantinha um espaço adequado para ele, provavelmente
sabendo que ele não apreciaria uma viagem para a sala de
emergência. O menino era bonito, suponho. De estatura
mediana e jovem, da idade de Rosie, vestido informalmente. Não
havia nada para enfatizar.

Ele gritou algo no ouvido pela música, e senti que minhas


narinas se arregalaram como um touro louco. Ela fez um gesto
com os dedos para esperar um minuto, olhou para baixo e
escreveu uma mensagem.

Rosie: como se sente?

Parecia a morte. Mas aquele fogo em seus olhos parecia legal.


Legal demais para ser apenas sobre mim. Havia outras coisas
ocupando a mente de Rosie. Coisas relacionadas à sua família.
Eu sabia, e desta vez ... dessa vez eu seria o saco de pancadas.
Porra, como eu queria sentir seus pequenos punhos em todo o
meu corpo.

Dean: Já fez seu ponto. Agora pare com isso.

Não respondeu. E isso não o impediu. Meus olhos viajaram


para cima e a maldita pegou a mão dele, levando–a para a porta
dos fundos do clube. Eu olhei em volta. Todos os nossos amigos
ainda estavam ocupados dançando, bebendo e, em geral, não
dando a mínima. Meu plano para encurralar Rosie voltou como
um tiro ao meu rosto de uma maneira espetacular. Porque Rosie
não era Millie. Rosie não podia ser encurralada. Rosie nunca foi
a presa. Às vezes era a maldita caçadora.

Eu usei cada grama de autocontrole no meu corpo para


evitar correr atrás deles. Não, eu andei. Calmo. Intrigado,
empurrando corpos e pisoteando meu caminho até a porta que
levava a um beco na parte de trás do clube. Eu fui da escuridão,
através de luzes saturadas. Amarelo, verde, vermelho e roxo
girando juntos. Eles provavelmente pareciam bonitos se você
estivesse bêbados, mas eu não estava. E quando finalmente
entrei no ar quente e estático de Las Vegas, permaneci imóvel.
Suas costas estavam encostadas em uma parede de tijolos e ele
estava pairando sobre ela, seus lábios a poucos centímetros de
tocar o que pertencia a mim.

– Se afaste seu Fodido Merda

Eu gritei, caminhando em sua direção. Eles viraram a cabeça,


e acho que Rosie viu a fumaça que saiu dos meus ouvidos,
porque ela visivelmente parou e colocou as palmas das mãos no
peito como uma barreira.

– Sinto muito–, sua voz estava rouca.

–Ele está agindo como um ex ciumento. Exeto que ele não é


meu ex, mas ele ainda não recebeu o memorando.

Evidentemente, o Sr. Utilero aqui não queria ser o único a dar


para mim. O cara parecia que ia molhar as calças, e tinha que me
lembrar que, para ela, ele era apenas um meio para um fim.
Pobre bastardo.

– Eu vou levá–la a partir daqui.

Eu bati no ombro do menino. Ele olhou entre nós, sua boca


aberta. Queria saber se não havia problema em deixá–la comigo,
mas, ao mesmo tempo, esperava que sim, porque ainda via cada
centímetro do monstro do campo que respondia apenas às
palavras 'Deus' e 'Pai'.

Rosie assentiu, limpando a garganta.


– Sinto muito, Adam. Aproveite o resto da sua noite.

– Pretendo fazer–, disse Adam, virando–se e indo embora,


seus passos se tornando mais rápidos quando ele se aproximou
da porta.

Eu agarrei Rosie contra a parede, desta vez não me


importando com um demônio por suas regras estúpidas, e
esfreguei meu corpo lentamente contra o dela. Tinha uma
ereção latejando, e eu pressionei contra seu umbigo, exigindo
sua atenção. Ela arqueou as costas e ficou na ponta dos pés,
perseguindo nosso toque, sua boca pedindo a minha.

– Adam? Eu levantei uma sobrancelha, empurrando meu


rosto para longe. Dois iam jogar este jogo, pelo menos até ela
perceber que não havia jogo. Isso era real.

– Cara legal. – Ela ainda olhava para meus lábios, sua


respiração ofegante, e não por sua doença estúpida.

Eu a encurralei com meus braços, meus lábios pairando


sobre os dela.

– Estou feliz por você pensar nisso, porque ele só lhe custou
um orgasmo.

Ela gemeu, escovando os dentes sobre o lábio inferior


enquanto minha mão deslizava em sua calcinha e escovava sua
fenda molhada.

– Eu preciso de uma distração hoje à noite.– Ela me puxou


para mais perto.

– Preciso da tua ajuda.– Coloquei dois dedos nela e comecei


a bombear para dentro e para fora. Ela engasgou, seus dedos
entrelaçados com o meu cabelo, mas eu não a deixei envolver as
pernas em volta de mim. Não. Foda-se isso. Ela não tinha ideia,
essa garota. Não tinha. Uma Fodida Ideia Com quem estava
lidando. Poderia não ser melhor do que Vicious, mas eu ainda
era um idiota total. Ainda era um Sinner ... e ainda era o lobo que
sua avó havia lhe advertido.

– Sim–, ela respirou.

Ali mesmo. Eu escorreguei outro dedo até que eu a peguei


com a minha mão inteira, esfregando meu corpo contra o dela
para criar o atrito que a fez vibrar contra o clitóris. Ela começou
a tremer, perdendo o equilíbrio. Seus joelhos estavam
enfraquecendo e, se ela achava que ia pegá–la, estava muito
enganada.

– Olhe para as estrelas– eu rosnei.

Ela não deu a mínima para as estrelas, perseguindo minha


boca novamente. Eu não a beijei Ela não merecia ser beijada. Eu
queria que ela viesse para mim – não daquele jeito sob a névoa
de um orgasmo vindo

– pressione seus lábios contra os meus e diga. Sou tua. Eu


sempre fui sua. Eu nunca serei de mais ninguém. É melhor fazer
isso, Baby LeBlanc. Eu não gosto de repetir o que digo.

Revirando os olhos, ela admitiu. Nós dois olhamos para


cima. O céu estava cheio de estrelas contra todas as
probabilidades. Você não podia ver nada no céu turvo de Vegas,
mas naquela noite, você poderia fazê–lo. Você poderia porque
ela estava lá. Suas coxas apertaram minha cintura e também sua
boceta contra meus dedos. Eu os tirei, meus olhos mortos, meus
lábios franzidos, olhando para ela como se nada mais fosse do
que uma transação comercial. Um mero inconveniente que me
deparei durante o dia
– Que diabos você está fazendo?

Sua boca caiu com a perda, e eu quase ri quando sua virilha


pressionou contra o meu estômago, implorando para que eu
terminasse o trabalho.

Eu pressionei meus lábios no ouvido dela.

– Consequências, Rosie. Acostume–se com elas. Eu não vou


deixar você fazer o que quer, como o resto da sua família faz. A
próxima vez que você deixar algum tolo desconhecido colocar as
mãos dele em você – eu agarrei seus quadris e os guiei para o
meu pau latejante

– é melhor você acreditar que haverá penalidades. Eu vou


deixar você fora do gancho desta vez, porque você é uma novata,
mas só assim você saberá, está acontecendo, isso é meu, e
certamente de mais ninguém.

Espero que essa seja uma Lição aprendida.

****

Esta noite, Rosie ficou na minha suíte.

Não foi realmente uma operação da Corporação Marítima. As


garotas estavam bêbadas de beber o dia todo, e Millie que
aparentemente estava sóbria por algum motivo que estava além
da minha compreensão, adormeceu no clube, bastante cansada.
Rosie estava na linha entre tonificada e sóbria, mas longe do
estado em que estava quando estávamos transando em Sinners
Saints. Vicious e Jamie estavam em baixo, jogando nas mesas de
blackjack. Eu ouvi a batida suave na porta e a abri. Estava de pé
no limiar, ainda vestida naquele vestido rosa como que faziam
todas as outras garotas da festa de despedida parecerem
vaginas do tamanho humano, mas de alguma forma a fazia
parecer uma princesa, e meu coração fez uma coisa selvagem no
meu peito. E era engraçado como as pessoas sempre diziam que
eu era um problema, quando os problemas pareciam uma
minúscula menina de olhos azuis em um enorme vestido rosa
com sardas marrons alaranjadas.

Rosie parecia furiosa.

Suas orelhas de fada estavam rosadas, sua boca estava


torcida com desdém e seu pé pisoteava o tapete vermelho como
se estivesse pisoteando–o até a morte. Tinha sido assim por
dias, e isso me dava um mal estar. Rosie não era ela mesma em
Sinners Saints, ou em Vegas. Não estava segura de si mesma,
engraçada e ousada. Estava brava, irritada e desesperada. Tinha
um pressentimento que tinha muito a ver com a família dela, e
agora eu sabia que ela não queria aceitar minha passagem de
avião não apenas pelo dinheiro, mas por como esse lugar a fazia
se sentir.

– Você precisa de uma ducha fria para deixar sua


temperatura baixar – eu lhe dei meu conselho não solicitado.

– Eu preciso de uma aventura quente que me faça esquecer –


ela discordou, me empurrando para dentro do quarto e
entrando. Deixei que ela assumisse, dando–lhe a falsa segurança
de que ela estava em algum tipo de controle, eu a segui,
observando seu traseiro redondo naquele vestido.

– Pule no chuveiro, Sirius.

– Não vai rolar, , Planeta Terra.


Se um sorriso pudesse dividir seu rosto em dois, isso me
levaria diretamente ao hospital naquele segundo.

– Planeta Terra? – Eu mostrei minha língua.

–Me ilumine, estou curioso e excitado.

Ela Virou a cabeça em minha direção, o queixo apoiado no


ombro.

– Você é caótico, louco e cheio de guerras e angústias


internas, Mas você é o lugar mais animado que eu já estive.

Foda–se, Eu ia colocar um anel no dedo dela, e ele ia pesar


tanto quanto ela, se não mais. Não era toda essa louca apenas
uma louca conversa de uma semana. Ela estava me entretendo.
Cada parte de mim. Mesmo a merda escura que ninguém queria
ver, ela via.

– Para o chuveiro.

eu repeti, minha voz solene, aproximando–se e batendo em


sua bunda. Nada tão ruim. Ainda

– Para cada minuto que você me deixa esperando, eu vou te


negar outro orgasmo. – A menina praticamente correu até lá,
quebrando alguns recordes relacionados à fibrose cística, tenho
certeza. Ela tirou o vestido, os sapatos e a calcinha azul bebê, de
renda e cetim, e fiquei tentado a colocá–los no bolso. Mas eu me
lembrei que se eu fosse fazer do meu jeito, Rosie logo teria todo
o guarda–roupa dela no meu armário e eu não precisaria disso.
Embora, eu provavelmente levaria algumas de suas calcinhas
comigo para trabalhar. Apenas para me ajudar a passar o dia.

Abri a chave – a água estava congelando – e acenei para ela


entrar enquanto ainda estava completamente vestido. Ela olhou
para mim com desconfiança e, embora estivesse completamente
nua, não tentou esconder o corpo. Não é como se tivesse uma
razão para fazer isso. Rosie LeBlanc era uma obra de arte.

– Estou Doente

ela disse.

– Você vai ficar bem

Não era um médico fodido, mas gostava de guiá–la para fora


de sua zona de conforto, gostava de sua reação quando
percebeu que, para mim, não era uma flor fraca. .

– O que há com você? perguntou.

– O que há comigo?

– Você vai entrar aqui comigo?

– Se me pedir carinhosamente.

Ela riu, cruzando os braços sobre o peito nu. Foi a primeira


vez que vi as tetas dela, mas levei um segundo para perceber,
porque na minha cabeça estivera sempre nua. Engraçado como
o cérebro humano funcionava.

– Por favor, vem comigo para o banho? – Ela perguntou com


os olhos vazios.

– Desculpe, isso é uma versão gentil? Eu abaixei o zíper da


minha calça e puxei meu pau. Eu estava completamente duro,
meu pau pulsando na minha mão, sua cabeça apontando para
ela furiosamente. Seus olhos se arregalaram quando ela deu
uma boa olhada pela primeira vez. Observando sua reação de
perto, bebendo cada movimento que fazia, cada tremulação,
cada movimento, eu esperei.
Ela levou um segundo para se reagrupar antes de diminuir o
espaço entre nós, e um vislumbre da Rosie de Nova York passou
pela garota em pé na minha frente. Quando fomos pressionados
um contra o outro, ela agarrou meu pau e olhou nos meus olhos,
desafiando–me. A água corria ao fundo.

–Pergunte–me carinhosamente– repeti.

– E eu vou com você para o chuveiro. Peça gentilmente e até


abro a água quente. – Ela caiu de joelhos, afundou os dedos na
parte de trás da minha coxa e envolveu a outra mão em torno do
meu eixo. E sim, claro, isso me excitou. Virou a ponta da língua
ao redor da cabeça lentamente, parecia tão quente quanto ela se
sentia, antes de pegar algo de dentro de mim, me lambendo
como se fosse uma porra de sorvete. Adorei sua versão de
chupar pau. Era tão diferente das minhas aventuras de uma
noite, que estavam fodendo meu pau como se tentassem
arrancá–lo do meu corpo. Não. Rosie me tentava. Me desfrutava.
Lambeu até que peguei seu cabelo para parar sua cabeça e
comecei a colocar dentro da sua boca, fodendo–a, até que gemí.

Eu ia vir e isso estava fora da maldita questão. Assim não.


Não agora.

– Foda–se, querida. Eu disse, levantando–a e fazendo–a


recuar no chuveiro. Eu a prendi dentro dos ladrilhos dourados,
abrindo a água quente. A água açoitou contra nós. Eu também
estava furioso. Eu ainda estava usando sapatos, calças e camisa,
mas eu não dava a mínima. Minha boca se fechou na dela, e nós
dois colidimos e explodimos como duas estrelas solitárias em
algum lugar na atmosfera escura.

– Isso foi o suficientemente gentil?


Eu ainda estava lutando contra a sensação de gozar, desdo
primeiro momento que me enterrei em sua boca.

– Não, não foi gentil foi perfeito, exatamente como você.

Eu peguei–a e envolvi as pernas em volta da minha cintura.


Entrei tão forte e inesperadamente nela que ela gritou e não de
prazer. Eu a peguei freneticamente, sabendo que a água não
estava quente o suficiente e que eu precisava para mantê–la
aquecida. Ela gritou e se agarrou a mim, e nós dois
cambaleamos para trás pelo impacto, ainda segurando–a pelo
traseiro.

Coloquei–a no chão e fixei os braços sobre sua cabeça,


segurando–a pelos pulsos.

– Que porra está comendo você por dentro Rosie? Porque


está tão triste? – Eu exigi enquanto batia dentro dela tão
desesperadamente, senti sua coxa se afastando de mim. Como se
o atrito fosse demais. Rosie ia sentir, tudo de mim, muito tempo
depois daquela noite.

– Shh. – Ela pressionou seus lábios nos meus, sugando as


gotas de água do meu lábio inferior e liberando–as com um
estalo.

– Por favor, deixe–me ter você esta noite. – Eu fodi ela até
que não havia mais nada para fode–la, até que fosse uma boneca
de pano, limpa e desossada feliz depois de dois orgasmos
violentos que fizeram contrato com espasmos abaixo de mim
como se tivesse sido eletrocutado.

Então eu entrei dentro dela, então foi quando me bateu. Foi


quando finalmente me lembrei que não me preocupei de colocar
uma porra de preservativo.
Foda–se Apenas ... foda–se!

Eu tinha certeza que o sentia. O sêmen quente e espesso


derramando dentro dela quando eu encontrei a minha
libertação, mas ela não disse uma palavra. Mesmo quando
estava escorrendo pela coxa, e era inconfundível com a água
escorrendo de várias torneiras no chuveiro. Não. Rosie
continuou a olhar para mim através dos olhos com pálpebras
pesadas.

– Merda – Minha testa caiu para a sua, olhando minha carga


escorrendo dela, eu não ia mentir, era fodidamente quente.

– Sinto muito. Foda–se.Sinto muito. Baby. Eu não ... me


desculpe, eu estou limpo.

Ela passou os dedos pelo meu cabelo molhado.

–Está tudo bem.

Seu tom não continha cor ou emoção. Ela não parecia


preocupada ou brava. Simplesmente vazio

– estou limpa também.

– Eu vou descer e trazer–lhe uma daquelas pílulas do dia


seguinte

eu murmurei, odiando que fomos ate lá para isso. De puro


desejo nu e raiva saudável para falar sobre como íamos evitar
uma gravidez indesejada e uma DST em potencial.

Ela estava tentando evitar o que tinha certeza que era uma
tempestade de merda em seu cérebro. As garotas eram sensíveis
a esse tipo de coisa, Nina me provou isso, e porra, tinha
cometido o mesmo erro com Rosie.
– Estou bem, Dean, de verdade.

Colocou as mãos no meu peito e me empurrou para longe,


levantou–se e começou a pegar seu vestido e sapatos enquanto
eu fiquei lá, a água gelada me batendo como agulhas.

Foda-se.
Na terça–feira voltei para Sinners Saints, deixando Vicious e
Jamie para trás.

Pareciam estar se divertindo sem mim, sendo BFFs e tudo


isso, então eu dei–lhes o espaço que precisava para tentar a
maquiagem e tentar outros tampões ou qualquer porcaria que
as meninas fazem. Porque na verdade, aqueles dois filhos da
puta eram super próximos de perderem seus cartões de
homens, Minha opinião, de qualquer maneira.

De qualquer forma, eu me senti mal por deixar Rosie,


especialmente considerando que no domingo à noite eu
estraguei tudo de forma notável quando cheguei dentro dela
sem uma maldita camisinha. Imbecil No entanto, uma coisa que
você não poderia tirar de mim ... eu era um imbecil leal, e Trent
precisava de mim. Não tinha dito nada, mas eu li nas
entrelinhas, e na nossa última ligação, algo estava lá. Ele não era
completamente ele mesmo.

Trent sempre teve calma e tranquilidade. Mesmo quando sua


carreira no futebol acabou quando ele quebrou a perna, mesmo
quando Val ficou grávida e apareceu em sua porta pedindo
dinheiro, mesmo quando a vida o agarrou pela garganta e o
sufocou, duro, sempre sorrindo e lhe apontou o dedo ao destino
cruel. No entanto, não naquela última ligação que tivemos. É por
isso que eu entrei nesse avião. Eu sempre me senti mais perto
de Trent. Desde o primeiro dia. Talvez tenha sido o fato de que
ele não nasceu como o resto. Rico, privilegiado e pronto para
governar a parte do mundo que seus ancestrais conquistaram
para ele.

Talvez fosse porque ele era um cara decente, humilde e feliz


com o que tínhamos, embora sua família vivesse em um lugar
que custasse menos do que meu orçamento anual de
paisagismo. Algo lhe atraía como pessoa, e ele era o único
homem nos Garotos Quentes em quem confiava completamente.
O único homem que eu já contei sobre Nina. Não que tivéssemos
ido tão longe, mas sim. Trent estava sempre presente para mim.
E eu ia mostrar a ele que o sentimento era mútuo, mesmo com o
alto preço do tempo de jogar com Rosie.

Quando todos nós graduamos em nossas universidades


designadas por todo o país (Jamie estava no Texas, eu estava em
Massachusetts, Vicious em Los Angeles, e Trent foi a uma escola
estadual do caralho em San Diego), nem sequer pisquei antes de
dar um empréstimo de quatro milhões de dólares para torná–lo
um parceiro e tê–lo lançando as Empresas Fiscal Heights
Holdings conosco.

Eu não pisquei, mas meus pais me foderam. Eu tive que


responder por ele de alguma forma, não era como se eu tivesse
tanto dinheiro em minha conta bancária, então Trent e eu
passamos nossos verões fora da faculdade, arquivando merda
no escritório do meu pai e fazendo viagens para a Starbucks de
graça. Fornecendo serviços de táxi gratuitos para minhas duas
irmãs. Agindo como as cadelas designadas da minha família. E,
claro, Trent e eu assinamos um contrato draconiano para papai.

Eu sabia que ele teria o dinheiro de volta. Trent morava em


um apartamento de estúdio em Chicago muito tempo depois
que todos nós ficamos ricos para que pudéssemos pagar Eli
Cole. Na verdade, ele acabou de se mudar para um lugar maior
depois que Luna nasceu porque precisava acomodar a nova e
inesperada incorporação em sua vida. Eu diria família, mas eles
não estavam perto de ser uma família, especialmente depois que
Val deixou a cidade como um maldito pai irresponsável.

Engoli.

Logicamente, sabia que Trent tinha ajuda. Seus pais estavam


lá para ele. Mas tudo mais em mim estava desesperado para ver
por mim mesmo que Luna estava bem. Então eu fiz uma mala
antes dos outros, deixando para trás Las Vegas e Rosie.

Dean: Mudança de última hora: Vou voltar a


Sinners Saints para passar algum tempo com Trent.

Rosie: Se você precisar de alguma coisa, me


avise. Eu adoraria ajudar.

Dean: Obrigado. Mais uma vez, sinto muito pelo


domingo à noite. Você precisa de algo?

Rosie:Não. Apenas esqueça.Sinceramente. Nós


estamos ambos limpos, certo?

Dean: Certo.

Como Rosie não era do tipo que roubava esperma, isso era
mais como o hobby de Val, e eu percebi que ela usava a pílula ou
algo assim. Teria sido bom se tivesse me livrado da minha
miséria e dito isso, mas não era da minha conta. Precisa superar
isso e tomar sua palavra. Não importava o quanto me sentisse
sobre esse assunto específico.

Dean: Eu vou sentir sua falta.

Rosie: Você vai sobreviver. Eu senti sua falta


por onze anos.

Dean: Vou me certificar de que você tenha o


suficiente de mim agora.

Uma vez em Sinners Saints, meu telefone tocou com uma


chamada recebida. Eu estava tão distraído com tudo sobre Trent
e Rosie, respondi antes de verificar o número. Não era típico de
mim e, no momento em que apertei o botão verde, lembrei–me
por quê.

– Sim?

– Jesus, finalmente. Eu pensei que você nunca responderia. –


Nina gemeu em frustração. Meu coração parou e minha
mandíbula se apertou. O mundo inclinado sobre um eixo por um
segundo, antes de reunir o meu juízo, eu deixei cair minha
mochila no chão com um baque, e abri o armário de bebidas de
Vicious, observando a linha ordenada de garrafas de vidro como
se pessoalmente eles tirarassem sarro de mim.

Eu não sou idiota. Eu vi a correlação entre meus problemas


com e minha maneira de beber e fumar erva.

Toda vez que eu pensava nela, queria esquecer.

Toda vez que eu falava com ela, queria uma distração.

E estava sempre na situação. Sempre pedindo por merda que


não merecia. Sempre brincando com a minha cabeça. Eu a
queria em minha vida? Não a queria? A perdoei? Poderia
perdoá–la? Queria saber quem ele era? Ele sequer iria querer
me conhecer?

– Você não desiste, não é?– Eu bati meus lábios.

– Realmente não. Nós somos muito parecidos. Nós


precisamos conversar, Dean, e você sabe disso, – sussurrou.

Tinha algo com palavras. O encanto perfeito .Um flerte


constante. Pena que eu desperdicei isso em mim, mas isso foi
outro lembrete de como éramos semelhantes. Isso me
desencorajou, porque ela era a pessoa que eu mais odiava do
que qualquer outra coisa.

–Não estou interessado, Nina, e você pode meter o resto do


seu discurso " Toda criança precisa de um pai ", no cu, que é
onde ele pertence.

– Eu tenho sua felicidade na palma da minha mão,– me


ignorou. Sabia exatamente a que ele estava se referindo.

– Eu não estou interessado ainda.

– Me dê seiscentos mil e ele é seu. Você pode encontrá–


lo.Conhecê–lo. Falar com ele. Não seria incrível?

Talvez seja. Talvez não seja. Eu ainda estava indeciso. O fato


de ela achar que era bom me chantagear, mesmo depois de
todos esses anos, foi incompreensível por conta própria.

– Eu te dei vinte mil dólares a menos de uma semana atrás,


para que você ficasse fodidamente longe de mim. Eu te dei
dinheiro para que você passasse despercebida e parasse de
ligar. Eu te paguei para sair da minha vida, e parece que você
ainda não pode fazer a merda básica que você tem que fazer.
Talvez este seja meu último pagamento, já que sua palavra não
vale nada. – Essa foi a merda mais falsa que eu já havia dito. Esta
vaca do dinheiro não ia deixar de receber pequenas somas de
dinheiro. Mal tinha dinheiro suficiente para contas e comida,
nunca funcionou, e última vez que tentou parar o negócio, me
chamou de uma centena de vezes por dia, enviou e–mails
suficientes para bloquear minha conta e me enviou muitas
mensagens de texto que eu tive que mudar meu número. Duas
vezes.

Sabia que estava alimentando seu mau hábito, mas não valia
a pena me desculpar pelo inconveniente. Ela era uma causa
perdida. Tudo o que queria era ter–me, fazer–me trabalhar para
ela, cuidar dela e amá–la.

Ela teve que se contentar comigo simplesmente mantendo–a


acima da linha da pobreza. Mas como eu disse. A merda com
Luna abriu meus olhos. Eu não queria conhecê–lo. Eu queria
esquecer que ele existiu e seguir em frente.

– Vamos, baby–, reclamou.

–Eu realmente preciso do dinheiro.– Ela esticou a palavra


"realmente" de uma maneira que eu achei particularmente
irritante.

– Vá trabalhar. É um conceito estranho, mas realizável. Você


é uma mulher capaz–, eu disse. Mais ou menos.

– Não preciso trabalhar. Eu tenho algo que você quer. Ele.

O queria, e isso me matava. Eu nem queria conhecê–lo


necessariamente. Eu só queria ver como era. Talvez de longe.
Tentei contratar alguns investigadores particulares quando me
formei em Harvard, mas eles voltaram de mãos vazias. Ela sabia
exatamente o que estava fazendo. Além disso, foi um pouco
louco. Creio que ela realmente sabia onde ele estava, mas ele
não estava perto dela.

Pequenos milagres para ser grato a tudo isso. Aposto que ele
estava melhor sem ela.

– Eu conheci uma garota – mudei de assunto. Como se ela se


importasse. Como se isso fizesse diferença.

– Ah – Ela respondeu, parecendo surpresa e infeliz.

– Eu pensei que você sempre conhecia garotas. Sua


reputação precede você.

– Nossa reputação é semelhante, Nina. Você me eclipsa no


departamento de foder as pessoas. Pelo menos há uma coisa em
que você se destaca.

– Muito sensível, Dean? – estava apenas conversando.

Estava apenas sendo uma dor de cabeça. Claro, Nina não


estava desanimada com a minha falta de interesse em agradá–la.

– Ela sabe que você não consegue encontrar mulheres


reutilizáveis? – Mordeu alguma coisa na outra linha.
Provavelmente o pau de outra pessoa.

– Ela é um bom partido – Meu queixo ficou tenso.

– Por que?

– Porque ela é o oposto de você.

E era. Rosie era corajosa, descarada, leal e espirituosa. Com o


potencial de ser uma mãe incrível. Era uma garota trabalhadora
que não gostava de receber favores de outras pessoas. E, ao
contrário de mim, Rosie não usava nenhum dos atalhos que lhe
davam. Sua doença significava que poderia ter sido mais fácil.
Mas Baby LeBlanc nunca andou na linha. Ela dançou em todos
os lugares, suas sandálias batendo no chão em todos os
momentos.

Eu trouxe uma garrafa de rum aos meus lábios e tomei uma


bebida, depois outra. Eu fiz muito bem por três dias, não
tocando uma gota de álcool, mesmo em Las Vegas, e tudo desceu
pelo ralo no minuto em que atendi meu maldito telefone.

–Você sabe que ainda me ama, apesar de tudo–, cantarolou


Nina, rindo com sua risada tímida. E eu tive que admitir que,
horrivelmente, não estava completamente equivocada.

Do meu ponto de vista na varanda de Vicious, olhei para as


árvores floridas.

– Ah, e Dean?

–Sim?

– Esta é uma verdade que você não vai querer perder. Isso
vai mudar tudo.

Não tinha dúvida

– Pare de ligar. Não irei atender. Adeus, Nina.

***
– Ei, seu imbecil. Onde você está?– A voz de Trent ecoou da
entrada. Eu me levantei do velho sofá de Vicious, segurando
minha cabeça como se estivesse prestes a explodir.

Os pais de Rosie moravam no segundo andar, mas acho que


eles não estavam em casa. Sua mãe entrou para o Comitê de
Pastéis de Sinners Saints e seu pai trabalhava meio período
como paisagista. Vicious me disse uma vez que não havia como
convencer os pais de LeBlanc a desacelerar e parar de trabalhar,
mesmo depois de se aposentarem. Eu não fiquei surpreso. Suas
filhas não eram diferentes.

–Aqui–, gemi, não me movendo nem um centímetro. Trent e


Luna entraram na grande sala de estar. Ela cambaleou em pé
como um pato, seus cachos cor de mel, e sua pele lisa e
bronzeada faziam com que seus olhos verdes se destacassem.
Luna se jogou entre as minhas pernas para um abraço.
Levantei–a e puxei–a para o meu peito, e ela envolveu seus
braços rechonchudos em volta do meu pescoço.

Trent apoiou seu tronco contra a parede, colocando as mãos


nos bolsos.

–Como esta? – Perguntei, pressionando Luna contra o meu


corpo, cheirando o cabelo dela. Ele deu de ombros, olhando pela
janela.

– Pensa que está de férias com a vovó e o vovô. Continua


colocando meu telefone no ouvido e espera para ouvir sua mãe.

– Li em algum lugar que a nossa memória mais antiga pode


ser de dois anos. Talvez nunca se lembre daquela cadela. –
Ofereci meu apoio dando–lhe dados de merda que eu li de uma
revista antiga enquanto esperava pela minha consulta com o
dentista. Acho que a maioria das pessoas tentou convencê–lo de
que Val acabaria voltando, mas eu não era uma delas. Qual era o
ponto de mentir? Eu conhecia o seu tipo. Expulsariam uma
criança, a abandonariam e só checariam a prole se vissem uma
oportunidade esperando para ganhar dinheiro.

– E eu li em algum lugar que sua memória mais antiga


poderia ser do útero. Talvez ela se lembre de tudo.– Ele me
ofereceu um olhar seco.

Touché Eu coloquei Luna no chão. Ela balançou até que


conseguiu equilíbrio, então pegou minha mão e sorriu.

– Olha, sem ofensa, cara, mas você não sabe como é, ok? Você
nunca teve que lidar com esse tipo de merda antes. – Eu não ia
corrigir isso. Não foi sobre mim. Eu queria estar lá para ele,
mesmo que por um tempo fosse um pedaço de merda.

–Coloque sua calcinha grande garota, Trent. Você tem


dinheiro suficiente para contratar as melhores babás do mundo
e Luna é uma ótima garota. Você tem seus pais, seus amigos, eu.
Você não está sozinho nisso.

– Eu sei, eu sei.– Trent esfregou o rosto, caminhando até o


armário de bebidas e pegando uma garrafa de Glenmorangie.

– Luna, mostre ao tio Dean como você dança–, pediu cansado


enquanto servia uma bebida, seu sorriso fraco. A garota
começou a sacudir seu corpo como Beyoncé no Madison Square
Garden e nós dois aplaudimos por alguns minutos, antes que
Luna se distraísse com uma porta e decidisse abri–la e fechá–la
quinhentas vezes seguidas.

– Ela é bem avançada para a idade dela–, eu disse.


– E também está tagarelando o tempo todo. Talvez seja meu
conceito, mas acho que ela é especial. Muito especial. – Ele
balançou a cabeça, franzindo a testa.

– Especial demais para ser descartada desta maneira por sua


mãe.

– O que você vai fazer, irmão? – Ele olhou para mim através
da borda de seu copo enquanto tomava um gole, seu silêncio
indicando que ele já tinha uma ideia. Deixando o copo, ele
estalou a língua.

– Meus pais tem uma nova casa aqui em Sinners Saints.


Chicago é grande e cruel, e eu trabalho muitas horas. – Ele olhou
para mim, longo e duro, e eu imediatamente soube o que ele
estava perguntando. Eu toquei meus lábios com meus dedos
ligados.

– Vamos falar de negócios.

– Esta é a minha vida.– Trent gesticulou com seus braços


definidos, roubando outro olhar de Luna, que ainda estava
abrindo e fechando a mesma porta dupla com uma devoção que
tinha que ser salva para encontrar uma cura para o câncer.. – É
um desastre com um D maiúsculo, minha filha está no meio
desse show de merda, arrastada pela lama e sujeira, as
conseqüências das más decisões de seus pais arruinando sua
vida. Isso termina aqui. Ela precisa de estabilidade.

– Exatamente, o que você está propondo?

Eu coçei meu pescoço, olhando em seus olhos. A sede da


Fiscal Heights Holdings ficava em Nova York e eu a dirigia. Sem
problemas, se me permite dizer Eu era o solteiro dedicado, e
fazia as horas. Vicious estava trabalhando em L.A. e viajando
todos os dias de Sinners Saints. Ele não deixaria a Califórnia
para o mundo. Este é o lugar onde ele nasceu e aqui era onde ele
iria morrer. Jamie estava em Londres, gerenciando nossas
contas europeias, e Trent estava em Chicago, nossa mais nova e
pequena filial. Mas estava se expandindo rapidamente. Havia
dinheiro para ser ganho e dinheiro falava. Porra gritava,
especialmente para pessoas como nós.

– Vicios deveria tomar Chicago–, Trent me observou com um


olhar assassino. Eu sorri

– Vicious deveria fazer muitas coisas. O espaço entre o que


você deve fazer e o que você realmente faz? É aí que ele
prospera.– Eu não estava brincando.

– Você precisa me apoiar quando mencionar isso no nosso


próximo encontro.– Ele segurou meu olhar com firmeza, sua
mandíbula se movendo. Eu puxei meu lábio inferior.

– Você precisa mais do que o meu voto para tornar isso


possível.

– Jamie também está dentro.

– Jamie vai contra o Vicious? – Minhas sobrancelhas


levantaram. Jamie estava sempre do lado dele, mesmo quando
era hora de ligar para Vic em sua merda.

Olhando para Trent, vi alguém por quem ele estava disposto


a lutar. Difícil. O cara que sempre faz a coisa certa. Se algum de
nós quatro merecia dar um tempo, era ele. Eu balancei a cabeça,
colocando a mão na cabeça de Luna. Proteja os perdidos.
Compense seu passado. Quebre o maldito ciclo.

– Quando? – Eu perguntei.
– Em novembro parece bom. Ação de Graças e tudo mais. Nós
estaremos aqui de qualquer maneira.

Eu assenti.

– Vamos trazê–lo de volta para Cali. – Nós batemos nos


ombros e batemos nas nossas costas.

–Foda–se sim.

.
O que te faz sentir viva?

Dean.
Dean Cole me faz sentir viva.

O resto da nossa escapada em Las Vegas passou, apesar dos


meus melhores esforços. Eu levei as meninas para o Museu da
Máfia, um restaurante de churrasco (a minha primeira escolha
foi sushi, mas tão irritada como eu estava com a minha irmã,
não foi o topo da minha lista) e spa. Millie e eu trocamos um
total de vinte palavras durante toda a viagem e compartilhamos
um silêncio nervoso toda vez que estávamos sozinhas. Eu era
afiada, gentil e distante. Ela estava infeliz, preocupada e.

Então a culpa veio. Comeu minhas entranhas como um tumor


crescente. Eu nem sabia qual parte era pior. A parte onde eu
dormi com seu ex–namorado, não tinha nenhum sentido neste
momento negar que Dean e eu estávamos mais do que
dormindo juntos, e esse era um problema também,ou a parte
onde eu não participei na celebração de admiração que Gladys,
Sydney e Elle lançavam quando se tratava da minha irmã.
Na quinta–feira, embarcamos em um avião de volta para casa
e, embora eu tivesse medo de me reunir com meus pais, entrei
no meu quarto, desabando na cama de dossel. Exausta, não
começava a abranger o que eu estava sentindo. Meus pulmões
estavam gritando em agonia por toda a dança, andança e ... bem,
vamos apenas dizer que fazer sexo em azulejos frios não era a
melhor idéia que eu tinha tido. Eu praticamente senti o muco
cobrindo minhas vias aéreas. E embora eu precisasse marcar
uma consulta para ver o Dr. Hasting o mais rápido possível, eu
não poderia sair daqui antes do casamento.

Quando rolei de lado na cama para escrever uma mensagem


para Elle e perguntar como foi sua viagem a Nova York (ela teve
que pular o casamento para um evento familiar), minha irmã
mais velha abriu a porta e entrou como uma tempestade.

–Temos que falar.

Eu me virei, esticada em um trono de travesseiros macios e


coloridos, e o furacão em seus olhos se acalmou quando ela viu
minhas bochechas molhadas e olhos vermelhos. Seu rosto se
contorceu de preocupação. Essa era Millie para mim. Mesmo
quando eu agi como uma solteira mimada, em sua despedida de
solteira, ainda se derretia sobre minha pele fria.

Dei um tapinha no lado vazio da cama em um convite


silencioso. O lugar onde nós nos sentamos, onde rimos, onde
choramos, e olhamos para as estrelas brilhando no escuro e
fazendo planos malucos. Eu acenei a bandeira branca. Em troca,
ela mudou de posição, não para fora do quarto, mas por dentro,
exatamente, depois fechou a porta atrás dela.

Rindo com uma tosse, inclinei a cabeça.

– Então vamos conversar, irmã.


***

– Eu nunca quis que você descobrisse dessa maneira. Nunca


–Disse Millie, com os braços atrás da cabeça, olhando para o
teto.

Meu rosto estava enterrado entre o queixo e a axila e, desse


ângulo, pude ver a veia azul saliente em seu decote, passando
pelo seio esquerdo, enquanto o corpo se preparava para
amamentar.

– Mas eu não poderia te contar de cara e nós dois sabemos o


motivo. Papai está no seu pé, mãe está completamente
assustada agora que ela sabe que você está sozinha em Nova
York, e a última coisa que queria era colocar mais pressão em
você. Eu estraguei tudo, eu sei. Mas só porque as pessoas
descobriram muito mais cedo do que deveriam por causa do
meu enjôo matinal e da tendência a ficar verde toda vez que
sinto cheiro de café. – Ela respirou fundo e esfregou a bochecha
contra a minha

– Gladys e Sydney descobriram há uma semana. Eu ia lhe


contar antes da festa de despedida de solteira, mas depois
saimos pra viagem para Vegas e nunca teve um momento
particular.

– Eu trabalho com bebês–, eu disse com um pouco de


aconchego, abraçando o travesseiro contra o peito e puxando
um fio solto.

–Você poderia ter me dito de cara. Ainda assim, eu teria


ficado eufórica por você. Por que você supôs o contrário?
Ela engoliu em seco, baixando os olhos para o espaço entre
nós.

– Porque, Rosie, amor e paixão são as duas forças que podem


levar a pessoa à loucura, apesar de suas melhores intenções.–
Ela se virou para mim, colocando uma mão debaixo da orelha.

– E você é apaixonada pela maternidade. Eu não queria jogá–


la na sua cara junto com um casamento luxuoso e assim por
diante. Isso é estranho para mim também, ok? Eu não estou
acostumado a ter a vida fácil.

Eu a puxei para um abraço, cheirando seu pescoço, o


perfume de cereja que ela sempre usava. Cheirava a um lar.

– Eu nunca estive mais feliz com a sorte de outra pessoa –,


disse, cada palavra leve e fácil, porque era verdade.

– E se acostume com toda essa gentileza, pois sem dúvida


você ganhou com toda a lei. Agora me conte tudo. Quanto tempo
você está?

– Nove semanas.– Ele mordeu a borda do lábio, deslizando a


mão em sua barriga lisa.

– O cheiro de café me faz vomitar, e a idéia de bacon envia


arrepios desconfortáveis pela minha espinha. Rosie e minhas
mamas. Eles doem muito. Elas estão todas sensíveis e enormes.
O que torna Vicious ainda mais fascinado com elas. – revirou os
olhos e riu.

– Dizem que o primeiro trimestre é o mais difícil e de lá é


mais simples.
Evitei as histórias das jovens mães com quem trabalhei e
como o verdadeiro trabalho começou quando o bebê nasceu, e
abracei–a, entrelaçando minhas pernas com as dela.

– Como você me tolera? Na verdade. Eu sou algo como a pior


pessoa do mundo. Eu agi como uma pirralha mimada toda a
semana, porque por alguns segundos miseráveis, eu senti que
era como ser você. Não o centro do mundo de todos

–Jesus Rosie, não é importante. Você estava um pouco quieta


em Vegas, mas ...

– Não, Millie, não é só isso–murmurei.

Eu me atreveria a dizer isso? Eu poderia. Ela está me dizendo


a verdade. É justo que eu dê o meu.

– E ... – Millie se separou do nosso abraço, olhando para mim


com curiosidade. Eu me inclinei para trás, sentada com as costas
contra a cabeceira da cama. Eu encarei minhas mãos com tanta
força que minha visão ficou embaçada. Eu cometi o crime. Era
hora de pagar.

–E eu dormi com Dean.

Eu não olhei para cima. A perspectiva de ferir minha irmã de


repente era muito real e muito bruta. Por vinte anos e alguma
coisa, minha vida estava desprovida de responsabilidades. Mais
do que ficar viva, claro. Eu saí de novo e de novo, desde que eu
tomei meu remédio, fui para minhas sessões de fisioterapia e
limpei minhas vias aéreas todas as manhãs e à tarde. Agora eu
tinha que me desculpar. Mostrar remorso Enfrentar as
consequências. Começando com a última pessoa que eu queria
ferir: minha irmã.
Eu estava disposta a fazer a coisa certa. Desistir de Dean,
sabendo muito bem que ele era o único homem que eu deveria
amar, o único que eu sempre amaria, porque minha irmã era
mais importante. Mais importante que ele e mais importante
que eu.

Então eu prendi a respiração, meus olhos meio fechados,


esperando pelo veredicto de Millie. Mesmo que meus pulmões
estivessem queimando, implorando, ofegando, prendi a
respiração. Eu queria que ela me batesse no rosto, me chutasse
no estômago, me dissesse que eu sou a pior pessoa do mundo e
me joguasse fora de sua casa. Enquanto isso significasse, que
ainda me daria a chance de consertar.

– Como foi?– Sua voz saiu do nada.

–O que? ...

– Eu ... me desculpe?

– Foi bom? – Foi a vez de Millie recostar–se e sentar ao meu


lado. Ela jogou uma perna sobre a outra, batendo em seus lábios.

– Eu só estive com ele uma vez. Entre você e eu, ele mal me
tocou. Metade do tempo estávamos apenas nos beijando
enquanto eu fazia o dever de casa. – Ela riu e, escutando, isso me
fez sentir bem.

– Ele foi ...– levantei meus olhos, inspecionando minha irmã


com cuidado. Ela estava bêbada? Drogada? Não poderia estar,
enquanto tinha um pão no forno. Mas ela não parecia se
importar nem um pouco. Sabia que ela o superara. Sabia que
eles nunca estiveram apaixonados em primeiro lugar.

Depois que Millie fugiu para Nova York, eu monitorei cada


movimento dela de longe, certificando–me de que seu coração
não estava quebrado. Ela sentiu arrependimento e pena pela
maneira como terminou as coisas com Dean, mas nunca
estranhando. Então eu sabia que não sentiria a dor do coração
partido.

Mas isso ... isso também era estranho.

– Ele foi…? Minha irmã encorajou, inclinando a bochecha


para baixo.

Sujo

Ardente,

Indecente

Rude

Alucinantemente duro.

O melhor que eu já tive.

– Bom–, tossi no meu punho,

– vamos apenas dizer que, embora eu tenha muitas críticas


quando se trata de sua personalidade, você não vai me ouvir
reclamar sobre ele na cama. Então, você não está com raiva?

Encolheu os ombros.

– Ele é um Cara Quente, Rosie. Eles são tão maus que nem
conseguem soletrar a palavra "bom", mas acho que você já sabia
disso. Contanto que você proteja seu coração. – Colocou a palma
da mão na costela do lado esquerdo da minha camisa anti–flag.

– Eu te apoio nisso, seja lá o que for. Eu só quero o que for


melhor para você. Ele te faz feliz?
Dean me fazia feliz? Eu não consegui responder
honestamente. Quando estávamos juntos ou estava bêbado ou
com raiva. Às vezes ambos. E ele sempre deixava me sentindo
tão culpada, que havia uma pitada de sal em cada encontro
sexual. Em cada momento de conversa honesta. Mesmo quando
o tive perto de mim na noite em que descobri que Val havia
deixado Trent, não pude deixar meu coração bater por Dean.
Tinha que ter permissão de Millie primeiro.

– Acredito que sim –, eu respondi, sentindo excitação e


assombro rodando na boca do meu estômago.

– Então está decidido. Você tem minha bênção. – Ela bateu


palmas, sorrindo.

Com essa bênção que não tomei tão rápido, foi minha
passagem para a felicidade depois de tudo , também fiz uma
promessa. Seria a melhor dama de honra na história das damas
de honra no domingo. O oposto de Annie. A possibilidade de
redimir fez meu coração batesse mais rápido.

– Obrigado, Millie! – Eu exalei o ar que estava segurando


desde que começamos essa conversa, e meus pulmões doeram,
dor pelo alívio.

– Não me agradeça. Agradeça ao amor ele conquista tudo.

– Mesmo Dean "Mulherengo" Cole? Eu provoquei.

Minha irmã deu um tapinha na minha perna, rindo.

– Oh, tenho a sensação de que especialmente ele.


Merda, eu odiava casamentos.

Eu quase me esqueci este pequena fato, quase, mas então


Vicious e a colisão de alimentos prissy de Millie, cores brilhantes
e convidadas suadas e vestidos lembrou–me que se alguma vez
me convencerem, seria em Las Vegas.

Era bom que Rosie e eu tivéssemos passagens de avião para


Nova York no início da manhã, porque eu estava desesperado
para sair de Sinners Saints e começar minha perseguição
implacável atrás dela. Que nomeie como Operação: Irmã
LeBlanc Correta. E eu ia começar a dar as últimas notícias na
televisão nacional para que parasse de se sentir tão culpada
toda vez que dormíssemos juntos. Essa foi uma das raízes do
nosso problema, e eu estava ansioso para arrancá–lo e matar a
vergonha e o preconceito que vi quando me olhou nos olhos.

Baby LeBlanc e eu não tivemos muito tempo um para o


outro entre quinta e domingo. Cruzei–me com ela várias vezes
no corredor e, a cada vez que fazia isso, nossos dedos estavam
entrelaçados ou nossos ombros roçavam ou ela sorria para mim.
Aquele sorriso que inventou especialmente para mim e não deu
para mais ninguém. Estava ocupada. Corria de um lado para o
outro com sua irmã para salões de beleza, spas e ajustes finais,
foi uma tarefa que levou muito tempo. Ela parecia tão cansada o
tempo todo, mas manteve a cabeça erguida. Tentei entrar em
seu quarto na noite em que ela voltou para Sinners Saints na
quinta–feira, mas encontrei Millie dormindo ao lado dela.

Maldita Millie. Negando Rosie, mesmo onze anos depois.

Obedientemente eu fiz minha parte no casamento. Eu


mantive uma linha simétrica com Trent, Jaime, Vicious e meu
pai, Eli, que era uma grande parte do sistema de apoio de
Vicious, para receber os convidados. O ar estava úmido e o sol
tão irritado quanto uma adolescente com síndrome pré–
menstrual que acabara de pegar o namorado se masturbando
com uma foto de Demi Lovato. Eu estava suando em meu
smoking de cinco peças feito sob medida e eu ansiava por uma
taça de champanhe e joguei–a na minha garganta, mas eu queria
manter minha promessa para Rosie. Não mais álcool, pelo
menos até você conquistar a necessidade de beber para
esquecer. Ainda fumava erva, mas não mais do que um baseado
por dia.

Síndrome de abstinência foi a segunda razão pela qual os


viciados saíram do carro.

Primeiro motivo? Desgosto Estava tentando me esquivar


disso também. Com sorrisos cheios de dentes em nossos rostos
brilhantes, cumprimentamos jovens damas de aparência
inteligente e velhos ricos. Trent parecia um pouco melhor hoje,
e Vicious sorriu como se tivesse acabado de ganhar na loteria.
Uma agulha de inveja perfurou meu coração, não por causa de
quem ela ia se casar, mas por causa do fato de que Emilia
concordara em se estabelecer com ele. Sua irmã, tinha a
sensação, era uma criatura mais difícil de domar.
–Bem–vindo .

–Obrigado por vir.

– Já faz tanto tempo desde que nos conhecemos.

– Como estão as crianças?

–Blá–blá–maldito–blá.

O fluxo de pessoas não diminuiu. Tudo o que queria era dar


uma olhada em Rosie. Mandei–lhe uma mensagem de texto
naquele dia e lhe desejei boa sorte, o que era estúpido, porque
ela não era a única que iria se casar. Ela disse que tinha algo a
me dizer, mas teria que esperar até mais tarde. E isso foi
praticamente tudo o que pensei até a cerimônia acontecer em
uma colina com vista para o oceano.

Estava ao lado Vicious quando o casal feliz disse seus votos,


juntamente com James e Trent, e Rosie observava do outro lado
do corredor sorrindo para Emilia com o tipo de pura felicidade
que você só vê em crianças. Olhá–la sem interrupção foi meu
analgésico. Ela parecia um maldito anjo em seu elegante vestido
de pérola branca de uma deusa grega. Um cisne com penas
onduladas para o cabelo, preso num coque francês bagunçado.
Ela sorriu para Millie e pegou o buquê de flores de cerejeira de
suas mãos quando chegou a hora de trocar os anéis. Depois que
a cerimônia acabou, eu caminhei na direção oposta para resistir
à tentação de levantá–la e beijá–la até que seus lábios
estivessem avermelhados e inchados. Em vez disso, abri o
telefone e comecei a enviar–lhe mensagens de texto, sabendo
que ela não veria essas mensagens em breve. E digamos que eu
me senti particularmente falador, porque não havia outro jeito
de explicar a merda que ocorreu aos meus dedos.
Dean: Você é linda pra caralho, sabe?

Dean: venha morar comigo

Dean: Sinceramente. Foda–se todo mundo e tudo


mais. Vamos fazer isso.

Dean: Cara Sra. LeBlanc, é o seu senhorio.


Quanto à reavaliação do aluguel, vou aumentá–lo
em um trilhão por cento. Pegue ou largue.

Dean: Sério, baby LeBlanc. Porra, vamos fazer


isso, viva comigo.

Tanto que eu fiz para ter certeza que ela sabia que eu ainda
estava sóbrio. Parecia um idiota bêbado.

Depois da cerimônia veio o jantar. O arranjo dos assentos


significava que Rosie e eu estávamos sentadas nos extremos
opostos da mesa, para foder isso e foder minha vida, e embora
provavelmente já tivesse checado seu telefone, ela ainda não me
respondeu. Que foi bom Eu tive paciência, ela teve tempo.

Na verdade, nada disso era verdade. Eu não tinha paciência e


ela, provavelmente, não tinha tempo.

Trent levantou–se da cadeira para trocar a fralda de Luna e


meu pai escorregou por um segundo e segurou meu ombro.

– Bela cerimônia–, ele comentou. Eu encolhi os ombros.

– Claro.

– Você está se divertindo, filho?

Desfrutar era uma palavra forte. Eu estava tolerando esse


evento até a hora de ir para casa e comer minha sobremesa. A
buceta da minha namorada. Eu coloquei minhas mãos nos
bolsos e me recostei.

– A comida é boa.

– E notei que você não está tocando o álcool. Bom.

– Isso seria uma excelente ideia de Rosie. Parece estar


funcionando até agora. Em sua maioria de qualquer maneira. –
Pensei no momento em que acidentalmente respondi a Nina. – É
o melhor. A novidade do consumo excessivo de álcool
desaparece perto dos trinta.

– Ela é a razão pela qual você está hospedado na casa de


Vicious? – Papai sorriu, levantando uma sobrancelha. Eu tinha
dito aos meus pais que queria ficar na mansão Spencer na
minha primeira noite em Sinners Saints para poder estar lá para
o meu amigo, mas essa merda era tão convincente quanto uma
prostituta virgem. Eu nunca fiz nada por ninguém a menos que
quisesse. Especialmente por Vicious. Então todos assumiram
que tinha segundas intenções.

– Talvez.– Eu umedeci meus lábios, meu olhar procurando


por sua bunda empinada e coque francês através do mar de
senhoras extravagantes. Nós não saímos para o mundo como
um casal. Ainda não. Eu não tinha certeza de quando e se Rosie
ia contar para sua irmã, e embora quisesse pegar o microfone e
anunciá–lo para todo mundo, ela tinha que estar ciente de seus
sentimentos. Mas era louca se achasse que ia aceitar por muito
mais tempo.

– Por que? – Eu perguntei ao papai.

– Você costumava sair com sua irmã, certo?


– Último ano. Por um semestre e meio. – Tomei um gole da
minha água e pendurei o braço nas costas da cadeira.

– Nós superamos isso. Ambos

– Evidentemente. – papai moveu o queixo para o casal feliz,


justo no momento em que Vicious levou sua namorada e lhe deu
um beijo francês, sua língua atacou sua boca, no que começou
como algo lento e sedutor, rapidamente se tornou o tipo de
merda que você precisa fazer atrás de portas fechadas. Jaime
estava lá para bater em Vicious e lembrá–lo que duzentos pares
de olhos estavam assistindo.

– Nina tem me ligado ultimamente. Mais do que o habitual –,


eu disse ao papai. Ele era o único que falava sobre Nina. Mamãe
era parcial – ela era super protetora comigo e todos os meus
amigos estavam ... bem, no escuro.

Papai franziu os lábios, franzindo a testa.

– Por que você não dá o que ela quer?

– Você quer dizer uma tonelada de dinheiro e me causando a


mais desagradável enxaqueca na história das dores de cabeça?
Ela quer seiscentos mil.

Golpe de silêncio.

– Você não quer vê–lo?

Eli Cole era um advogado. Um advogado da família, para ser


exato. Casos como o meu pousavam em sua mesa todos os dias.
Pessoas como Nina o arrastaram para dentro e fora do tribunal,
como se fosse uma porta giratória, ele sabia exatamente o quão
complicado poderia ser para mim.
Eu pisquei, meus olhos ainda flutuavam sobre a multidão,
procurando pela pessoa que eu queria ver, o tempo todo.

– Não ,Sim, eu não sei. Porra, qual é o ponto, sabe? Ele é parte
de mim. Não é exclusivamente seu. Mas então ... por que reabrir
uma ferida fechada? Eu acho que estamos melhores sem isso. –
Juntei minhas sobrancelhas.

– Realmente não deveria ter nada a ver com ele no meu


estado atual.

– Você está tendo um mau momento? – Papai teve uma


vantagem em sua pergunta. Eu pensei um pouco sobre a
questão.

– Não necessariamente. Eu só acho que nem todo mundo é


um pai como você

Papai assentiu.

– Tudo o que você decidir fazer–, disse ele com cautela,

– lembre–se que sua mãe e eu vamos apoiá–lo.

– Obrigado pai, – disse.

Trent voltou com Luna em suas mãos e eu passei o resto da


noite a fazendo rir. Entrei na cama da Rosie por volta da meia
noite. Nosso voo foi marcado para a manhã seguinte, mas passar
a noite separados não era uma opção. Ela estava dormindo,
depois de se preocupar com Millie o dia todo, sendo a dama de
honra perfeita e até mesmo correr a um Target do outro lado da
cidade para obter pantufas para Millie as mesmas coisas
necessárias que prometeu Rosie porque ela tinha medo dos pés
de sua irmã terem bolhas.
Baby LeBlanc parecia calma, debaixo de um cobertor com a
boca ligeiramente aberta. Suas pálpebras tremeram, me dizendo
que ela estava sonhando. Ela tinha seus dois inaladores, um
tubo laranja de comprimidos e um colete estranho ainda
deitado em sua mesa de cabeceira. Isso me disse que ela
desmaiou antes de ter a chance de se preparar para a cama. Eu
deslizei para o espaço ao lado dela e fiz uma concha por trás,
abraçando–a perto do meu peito. Ainda cheirava a suor e álcool,
e não pude deixar de rir. Ela nem tomou banho quando voltou
para casa. Minha pequena selvagem

– Dean

murmurou em seu sono, e eu estava duro contra ela. Soava


mais como um gemido, mas talvez eu estivesse ouvindo o que
queria ouvir. Nós não tivemos tempo de conversar um com o
outro o dia todo, e senti falta dela como um maldito pulmão.
Pulmões. Seus pulmões estavam falhando todos os dias, e
estávamos perdendo dias a maior parte separados. Eu não tinha
certeza de quanto tempo mais poderia viver sem vê–la
regularmente, todos os dias, pelo menos algumas horas por dia.
Não podíamos voltar ao que éramos. A encontros ocasionais nos
elevadores, falsas reavaliações de aluguéis e piadas leves e sem
sentido que não levavam a lugar nenhum.

– Dean

disse novamente, sua bunda tremendo na minha virilha,


implorando por contato. Eu respirei entre meus dentes e
pressionei meu pau entre suas nádegas, coberta por nada além
de finas calças de pijama. Eu o arrastei ao longo de sua bunda e
soltei um pequeno gemido. Desta vez eu não ia transar com ela
sem camisinha.
Mas ela pediu, então tenho certeza que ia dar o que ela
queria.

– Mmmm–, gemeu de prazer em seu sono, separando um


pouco as coxas para me dar melhor acesso. Ela gostou, então eu
tomei isso como um sinal para empurrar suas nádegas e colocar
minha ponta no meio de sua bunda morna. Merda Essa garota.
Eu segurei uma dos seios dela e rolei o mamilo entre o polegar e
o indicador, apertando–o.

– Você sentiu minha falta, baby? – respirei em seu pescoço,


eu realmente não esperava que ela respondesse.

– Sim,

Ela arrastou as palavras, atordoada, ainda em coma.

– Eu disse a Millie sobre nós. – Sua bunda pressionada contra


o meu eixo mais forte, e agora metade do meu pau estava
pulsando entre suas bochechas.

– Ela está feliz por mim.

Santa. Maldita. Merda.

Queria agarrá–la, girá–la e devorá–la, o que estava fora de


questão, porque Rosie não estava apenas dormindo, toda a sua
família estava roncando também. Eu ouvi a serenata de roncos
no meu caminho para o seu quarto.

Este não era o tipo de conversa que teria com uma menina
dormindo, então eu coloquei minha mão em seu shorts e
comecei a esfregar seu clitóris em círculos, segurando–a por
trás e sentindo meu pau saltando e empurrando entre suas
nádegas. Eu queria deslizar naquele buraco. Mal, mas anal
definitivamente era uma daquelas coisas que você tinha que
falar antes de fazer isso.

– Goze em meus dedos, Baby LeBlanc. – Eu coloquei um, dois,


três dedos na buceta dela e aproveitei os ruídos enquanto os
empurrava para dentro e para fora, lentamente no início e
depois mais rápido quando seus quadris começaram a perseguir
minha mão freneticamente. Pressionando meus lábios contra
sua orelha, eu assobiei,

– Goze pra mim minha Sirius. Eu fodidamente te Amo.

Seu orgasmo explodiu em meus dedos, e ela gritou, seus


lábios se abrindo em desejo. Eu tive que colocar meu antebraço
na sua boca para abafar seu grito.

Aparentemente, Rosie gostava de ser acariciada com os


dedos, ela se virou de costas e se sentou em cima de mim,
sentando–me e me tocando no escuro antes que eu tivesse a
chance de reagir. Eu ainda não tinha certeza se ela estava
dormindo ou acordada. Estava em algum lugar no meio. Seus
olhos eram vítreos, seus lábios vermelhos, abertos e
convidativos enquanto ela se movia contra mim, sua buceta nua
roçando meu pau nu.

Eu queria desesperadamente fodê–la, mas ainda não


tínhamos falado sobre uma pequena coisa. (E não, não era o fato
de eu estar apaixonado por sua bunda teimosa. Ela com certeza
não reconheceu ou ouviu, e não era novidade para mim, eu
sempre soube que a amava muito antes de admitir para mim
mesmo.)

– Você está tomando a pílula? – perguntei. Se não, eu teria


que correr muito rápido pelo corredor e pegar um preservativo.
Eu nem tinha certeza se tinha alguns Eu sempre guardava um na
carteira, mas não tinha sido substituído desde aquele momento
em nossa primeira noite em Sinners Saints.

Embora não descartasse entrar no quarto de Vicious e Millie


– sim, em sua noite de lua de mel – e roubar seus preservativos
enquanto ambos estavam lá. Mesmo se eles estivessem nus e
fudidos. Isso mostra o quanto eu amo Rosie.

– Sem pílulas–, ela murmurou, seu corpo se inclinou para


trás e bateu em mim quando empurrou meu pau em sua boceta.
Meeeeerda

– Baby.– Agarrei seu braço, beijei seu pulso, o interior de sua


palma e as pontas de seus dedos um milhão de vezes.

– Você está dormindo. E eu sou um idiota por entrar aqui e


tocar você enquanto você está na beira da inconsciência.
Precisamos de um preservativo, deixe–me encontrar um muito
rápido, está bem?

Mas ela continuou fazendo isso, a vaqueira tinha acabado de


me foder, e mesmo sabendo que era uma má ideia, meu pênis
assumiu e Yeeeehaaa, me dizendo para foder com as
conseqüências. Toda vez que desceu no meu pau e apertou
contra ela, queria levantá–la da cama e dizer–lhe para esperar
um momento. Eu até pensei em dar a volta, subir e foder sua
boca com meu pau para pará–la

Eu tentei raciocinar com a minha lógica quando me encontrei


indefeso debaixo dela, incapaz de negar o que queria, mesmo
que fosse louco e perigoso. Nina me traumatizou, mas Rosie não
era ela. Mesmo se ela engravidar, não é tão ruim assim, certo?
Luna era fofa. Mesmo que tivesse uma "cagada" hoje e Trent me
fez trocar a fralda. E talvez eu pudesse ser um bom pai algum
dia. Eu só não tinha certeza se daqui a nove meses seria um bom
encontro.

– Não é necessário, não é necessário–, Rosie murmurou,


acelerando o passo. Ela ainda estava meio adormecida. Para
uma garota exausta, ela fez um trabalho estelar em me montar.
Minhas bolas apertaram e senti a aceleração familiar da minha
espinha. Eu ia vir. Eu ia vir e Rosie não tomava a pílula. Ei, idiota,
você é um idiota também, sabe?

– Baby ... – rosnei, mas foi inútil. Eu não ia parar, mesmo que
a realidade do que ia acontecer a seguir fosse me destruir.

– Dean– ela gemeu. –Venha.

E eu vim.

Eu acabei dentro, duas vezes agora, sem camisinha. Ela


desabou no meu peito depois do ato, acariciando meu pescoço,
meu pau ainda dentro dela. Senti meu sêmen quente pingar
entre nós, preso ao meu estômago, e senti o peso das minhas
ações. Foi um milhão de vezes mais pesado que a mulher em
cima de mim.

– Gozei dentro de você novamente baby. - Eu sussurrei, para


mim mais do que para ela.

Pressionando os lábios na minha garganta, ela disse:

–Eu não posso ter filhos.

voltou a dormir em cima de mim.

Sem nem perceber meu mundo se despedaçando em volta


dela.

Merda.
O que te faz sentir viva?

Amor, quando é feroz e desfavorecido. Cru e


delicioso. Mas também me lembra que um dia, em
breve, tudo acabará para mim.

Passamos o vôo de volta para casa de mãos dadas e nos


beijando.

Despertar com ele parecia um sonho. A ironia não me


escapou, mas então tudo sobre nosso relacionamento estava
encharcado de sátira. Dean estava tão despreocupado,
esgueirando–se para o meu quarto e me fodendo com os dedos
enquanto dormia, mas ele foi rápido em retribuir. Recordo–me
de montá–lo, suave e lento, meu clitóris esfregando contra seu
abdômen apertado. Eu peguei o que precisava, depois voltei a
dormir. Eu estava extremamente cansada, minhas pernas
doíam, meus pulmões precisava de uma pausa de vida e meu
coração ainda batendo música e ruído geralmente variaram na
linha entre inconsciência e consciência do que me rodeia.
No avião, eu disse a Dean sobre minha conversa com Millie,
casualmente pulando a parte onde ontem ele me pediu para
morar com ele entre as mensagens de texto. Não é que eu não
quisesse fazer isso. Porque eu queria. Mas por enquanto, eu só
queria desfrutar–lo. Eu não ia cometer os mesmos erros que
cometi com o Darren. Não iria me apressar para assumir
compromiso e mesmo sabendo que Darren e Dean não pareciam
em nada (por exemplo, meus sentimentos por Dean levam direto
para os braços da demência e essa cadela sabe como fortemente
apertar seu peito), desta vez não ia incomodar com isso.

Não ia ser lindo. Na verdade, a vida comigo ia ser feia e eu


nem tinha certeza se concordaria em ficar toda a viagem. Além
disso, eu ainda tinha que contar a ele sobre a minha condição.
Sobre a minha incapacidade de ter filhos. Sobre a realidade que
estava esperando por mim, uma realidade que só ia deteriorar e
o que isso implicava. Os medicamentos. Os coletes. As
massagens.As malas pesadas que carregava em todos os lugares.
As deficiências inevitáveis como meus sistemas começaram a
colapsar um por um. Tudo.

E Dean tem seus próprios segredos. Eu também sei disso.

Quem estava esperando por ele no Alabama e quem era a


garota com quem ele conversava no telefone no dia em que
invadiu meu apartamento para me convencer a ir a Sinners
Saints? Não havia sentido em tocar no assunto. Ele teria que vir
a mim mesmo por vontade própria e contar–me tudo, assim
como tive que reunir coragem para abordar a questão da minha
saúde e suas implicações.

Neste momento, não queria que fosse complicado.

Agora, o que eu queria era viver.


–Millie está grávida, a propósito.

Eu pressionei meus lábios contra sua garganta e chupei


levemente enquanto a mesma aeromoça, que nos serviu no
caminho para San Diego uma semana atrás, passou por nós e me
deu um olhar estranho. A última vez, parecia que estávamos
prestes a nos matar. Agora Eu estava a três segundos de me
juntar ao clube de sexo nas alturas em frente a uma dúzia ou
mais de passageiros de primeira classe taciturnos.

Dean afastou a cabeça e avaliou meu rosto. Parecendo um


pouco torturado pelas notícias e eu fiz uma careta.

– Deus, Dean, não me diga que você não gosta de crianças–,


eu provoquei.

Ele levantou minha mão, pressionando meus dedos contra


seus lábios. Sua expressão era tão tensa que pensei que as linhas
entre as sobrancelhas se dividissem em dois.

– Como você se sente sobre isso? – Ignorou minha


declaração.

– Espere, você realmente não gosto de crianças?– Tive a


sensação de que era uma questão delicada para ele e para mim.

Olhei para baixo, sorrindo.

– Sou a mais feliz de todas. – Eu mordisquei meu lábio


inferior.

– Vou gastar cada centavo que tenho para comprar a este


bebê todos os brinquedos em Nova York e vou aprender a
tricotar.

– Foda–se. Continue – Ele moveu uma mão entre minhas


coxas e se inclinou para mordiscar o lóbulo da minha orelha.
– Me conte mais sobre tricô. – Seu jogo de conversa sujo está
forte hoje.

Eu bati em seu peito, ainda impressionada com o fato de que


eu estava dormindo com esse homem lindo. Sempre namorei
homens bonitos, mas Dean tinha sua própria liga.

– Falo sério. Eu não posso esperar para ser uma tia. Você
acha que é um menino ou uma menina?

Mais uma vez aqueles olhos tristes e taciturnos surgiram do


nada. ele estava escondendo alguma coisa? Era o mesmo oque
eu estava escondendo dele?

– Uma criança–, ele disse, beijando meu pescoço.

–Você?

– Uma menina. – pressionou meu nariz contra o seu em um


beijo esquimó.

Quando voltamos ao nosso prédio, ele me acompanhou até a


minha porta, carregando as duas malas e quando estava prestes
a me virar e fechar a porta do meu apartamento, porque de
maneira alguma iríamos dormir juntos, já que eu estava cansada
demais para tomar banho depois do casamento, se passaram
vinte e quatro horas desde que meu corpo e o sabonete
compartilhavam uma agua quente, ele colocou a mão e impediu
que ela se fechasse.

– Acho que temos que colocar algumas regras. – Sua voz


estava no modo de negócios.

Eu abri a porta um pouco, espiando timidamente.

– Nós temos? – Eu sorri.


–Você pode apostar. Regra número um: Eu tenho permissão
para usar minha chave para o seu apartamento e vice–versa.–
Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma chave, que ele colocou na
minha mão, fechando meus dedos sobre ela.

– Regra número dois: seus dias de namoro terminaram.


Agora você é minha.

– Você também é meu? – Eu levantei uma sobrancelha

–Sempre fui, Baby LeBlanc. Esta porra foi apenas preparaçã


agora meu corpo está sendo usado por sua legítima
proprietária–, continuou.

– Regra número três: sem segredos. Se algo nos incomoda, –


seu tom fica mais sombrio

– falamos sobre isso. Nós cuidamos disso. E nós não fugimos


do mal, porque eu sei que vai haver muita merda ao longo do
caminho e, mesmo assim, eu vou com tudo para isso. Entendido?

– Isso parece justo.– Eu balancei a cabeça, prestes a fechar a


porta novamente. Eu estava muito cansada. E embora eu
estivesse feliz, também precisava de um banho e liberar minhas
vias respiratórias após o vôo.

– E baby? – Ele olhou por cima do ombro, pressionando o


botão do elevador.

– Sim, senhor Calça Mandona?

–Parabéns, você tem um novo namorado.

–Você não é meu namorado.

–O status no seu Facebook diz o contrário.


–Que? !

Ping. Ele entrou no elevador, com um sorriso de satisfação no


rosto quando a porta se fechou.

– Como o maldito destino, Rosie. Adeus

****

Eu tinha um cara de computador com muito tempo livre (e


provavelmente desperdiçava esperma) em suas mãos que fazia as
coisas acontecerem. Foi assim que Dean Cole e Rosie LeBlanc
estavam em um relacionamento de acordo com o Facebook,
mesmo quando nem eram amigos dois dias antes. Eu queria ter
certeza de que Rosie sabia que essa não era uma aventura
interminável e que da próxima vez que alguém do nosso grupo
andasse pelo corredor até o altar, seria nós e estaríamos em
todos os lugares e mídias. Estava indo usar sandálias e eu ia
esgota–la até que eles teriam que remover meu pau de seu
corpo cirurgicamente.

Como me senti ao saber que minha ex–namorada teria um


bebê? Parecia mil facas cavando no meu estômago, mas não,
porque estava grávida do cara que era meu melhor amigo.

–Não posso ter filhos.

Toda vez que eu pensava sobre o jeito que ela sussurrava no


meu ouvido, eu senti vontade de tomar uma garrafa inteira de
uísque. Foi injusto. Injusta que a porra de Nina poderia ter um
bebê, mas Rosie não podia. Rosie era a definição do instinto
maternal. Tem compaixão suficiente por cinco pessoas. Como
poderia ser voluntário em um hospital infantil? Não tinha a
mínima ideia, mas entendi por que Millie não queria contar a
Rosie até a hora certa.

– Sr. Cole. – Sue entrou rapidamente ao meu escritório, me


oferecendo um assentimento. Era uma terça–feira, mas Sue
parecia que era segunda–feira de manhã. Ela estava vestindo
preto, da cabeça aos pés, e ela estava usando um sorriso
congelado como uma boneca de porcelana barata.

– Como está hoje? Como foi o casamento do Sr. Spencer?

– Estou ótimo, o casamento foi memorável e eu não estou no


clima para a conversa trivial, vamos para o importante. – Eu
rolei uma bola de tênis na minha mão e assisti da minha cadeira
executiva. Fora de toda a merda que aconteceu, a melhor parte
foi que Rosie finalmente percebeu que Millie não dava a mínima.
Alívio veio sobre mim quando Baby LeBlanc me disse que sua
irmã estava bem com a gente. Não porque eu me importasse
com o que Millie pensava. Mas porque ela se importava.

Pensei que Millie iria avisá–la sobre os meus modos de


mulherengo. Não que fosse um mulherengo. Eu era apenas ... um
homem. O que diabos deveria fazer? Sentar e esperar que Rosie
percebesse que sempre éramos um nós?

– Eu preciso que você ligue para todas as floriculturas desta


cidade e envie cada uma das rosas que elas têm, independente
da cor, para o Black Hole na Broadway. Dirigido a Rosie
LeBlanc–, eu disse a Sue. Seus olhos rapidamente levantaram de
seu iPad pela primeira vez desde que entrou no meu escritório e
se concentraram em mim como se eu fosse um alvo.

A ideia de fazer eu mesmo passou pela minha cabeça por


exatamente um segundo. Ligar para todas as floriculturas ou
pedir a nossa recepcionista temporária que fizesse isso não era
ciência espacial. Mas então percebi que havia uma linha tênue
entre ser alguém considerado ou ser um covarde e é claro que
eu não iria me colocar do lado desafortunado apenas para
agradar minha assistente pessoal. Sue ainda trabalhava para
mim. Eu tinha três negócios esperando na minha mesa, cem e–
mails não respondidos e quatro ligações de negócios que eu
tinha que agendar. Eu não iria considerar seus sentimentos e me
afogar em mais trabalho. Ao mesmo tempo, isso tinha que ser
feito.

–Ah? – Ela perguntou, enfiando o iPad debaixo do braço com


um beicinho.

–Alguma mensagem junto com isso?– E se seus olhos


pudessem falar, ele teria sido banhado em uma mensagem cheia
de palavrões e ameaças de danos físicos.

Eu disse a Sue o que as cartas deveriam dizer, no plural, uma


em cada buquê e, embora não mencionasse meu nome, não
tinha dúvida de que Rosie saberia quem estava por trás desse
gesto. Seria bom para ela. Fiz uma anotação mental para
perguntar se o médico idiota ainda estava em contato com ela.
Se assim fosse, eu teria que fazer uma visita a ele para ter
certeza de que entenderia que eu estava no comando a partir de
agora.

Sue deslizou o dedo indicador sobre o iPad, finalmente


fazendo os arranjos necessários, como solicitado, antes de
levantar o olhar para mim.

– Cada rosa na cidade?

– Cada rosa em Manhattan– corrigi.


–Isso vai te custar muito dinheiro.

–Eu tenho uma linda conta bancária, Sue.– Mostrei–lhe um


sorriso arrogante.

–Eu posso malditamente pagar isso. Algo mais?

– Sim, na verdade. Posso te perguntar uma coisa, Sr. Cole?

Mais uma vez com o Sr. Cole. Essa garota não ia deixar isso
passar. Eu esfreguei minha palma no meu queixo e me recostei.

– Vá em frente

– O que a senhorita LeBlanc tem que o resto da população


humana não tem?–

perguntou, referindo–se que nunca enviava flores para


ninguém, para não mencionar uma quantia que poderia
preencher uma floresta inteira. Eu sorri, porque a resposta era
tão simples e tão fodidamente complicada ao mesmo tempo.

– Meu coração, Sue – eu disse.

–Desde que tinha Fundidos dezoito anos, Ela tem meu


coração!
O que te faz sentir viva?

Jogos prévio de palavras. A perseguição. A


caçada. Mas acima de tudo ... a parte em que eu
me rendo.

Rosie: Deixe–me adivinhar, você dormiu com Sue.

Dean: Acho que seria muito mais fácil se eu lhe


desse uma lista de mulheres em Manhattan com quem
não dormi, ao contrário.

Rosie: Me lembre de novo, por que estou


transando com você?

Dean: Porque nenhum outro homem sabe que para


lhe dar um orgasmo chocante, você quer que seu
mamilo seja puxado na mesma hora exata em que
belisco seu clitóris. Porque você gosta de mim,
talvez até me ame, embora eu esteja disposto a
esperar até você admitir para si mesma. Eu posso
continuar, deveria?
Rosie: Deus, Dean.

Dean: Deus e Dean são sinônimos. Economize


energia. O que você quer para o jantar?

Rosie: fiz planos com a Elle.

Dean: Não é meu prato favorito, mas não vai


alterar nossos planos. Elle pode vir com a gente.
Vamos reservar um lugar no The Red Hill Tavern às
oito.

Isso foi antes dele me mandar flores. Embora, para ser


completamente honesta, chamar aquilo que me mandara de
flores fosse como chamar o oceano Pacífico de uma pequena
poça. Havia mil – talvez mais

Rosas em todas as cores que chegaram em pilhas. As vans


estavam estacionadas em fila dupla em frente ao café e,
honestamente, eu estava começando a ficar um pouco irritada
com a quantidade de gorjetas que eu tinha que pagar a todos os
entregadores.

– Se me encantasse um pouco mais por seu namorado, daria


a luz a um fodido bebê aqui e agora–, ameaçou Elle, rasgando
cartão após cartão das dúzias de vermelho, branco e rosa que
enchiam o café com o sedutor aroma de frescor e natureza.
Todos eles tinham uma palavra e disseram a mesma coisa.

Minha

Minha

Minha

Minha
Minha

Um harém de clientes perguntou com clareza qual era a


ocasião e, quando Elle respondeu, pediram–me uma foto do meu
namorado. Depois que mostrei a sua foto no perfil do Facebook
– ele fumando um charuto, as pernas cruzadas sobre a mesa do
escritório em um elegante terno preto e branco, elas
continuaram a me dizer que se eu não me casasse com ele no
próximo ano, era uma idiota sem esperança, porque o homem
era obviamente perfeito. Eu tendia a concordar.

Millie e eu passamos a noite anterior falando ao telefone por


três horas. Estava em sua lua de mel nas Maldivas bebendo
coquetéis sem álcool em um maiô, mas ainda encontrou tempo
para conversar. Mamãe e papai não fizeram nenhum esforço
para consertar as coisas comigo, e eu não os contatei – até que
eles abandonassem a idéia de eu voltar para Sinners Saints, mas
eu adorava ouvir tudo sobre os desejos de Millie e como sua
barriga estava dura e inchada. Ou como pegou Vicious quase
derramando uma lágrima em sua fita de ultra–som que eles
tinham, mesmo que ele tenha dito que tinha algo em seus olhos.

Emocionado.

Então eu disse exatamente o quanto eu gostava de Dean,


confessando que meu amor por ele tinha mais de uma década.
Ela chorou quando ouviu quanta angústia havia me levado a vê–
los juntos, mas acho que foram os hormônios, porque ela
também chorou quando eu dei a ela um mini–spoiler sobre o
próximo episódio de Keeping Up With the Kardashians. Ela me
disse que Vicious disse que o interesse de Dean em mim era
genuíno e sincero, e não queria contar a ele que já sabia, porque
seu ex–namorado e eu compartilhamos mais do que apenas uma
pequena conversa quando eles estavam juntos. Coisas que não
incluem palavras. Ou toque. Coisas que nos torturaram e
zombaram de nós a ponto de ficarmos loucos um com o outro.

Então mencionou que Dean teve um caso com Sue, e eu só


tinha que enfiar o nariz no assunto.

Quando Dean me anunciou como sua namorada em nossas


páginas no Facebook – como diabos ele tinha feito isso, ainda
tinha que descobrir – ele queria dizer cada palavra. Não tinha
passado por todo esse trabalho para brincar com outras pessoas
pelas minhas costas.

Eu balancei a cabeça e aterrissei de volta no planeta Terra,


pegando um copo molhado da máquina de lavar louça debaixo
do bar e secando–o.

– Dean insistente se convidou para o nosso jantar hoje à


noite–, eu disse a Elle, e seu sorriso era tão grande que era
contagiante. Ou pelo menos me convenci disso quando minhas
bochechas doeram de tanto sorrir.

– Você acha que sua bunda gostosa e excitada vai comer


pizza como um porco conosco?– Perguntou. Elle desistira de sua
dieta magra desde que a confeitaria do andar de baixo reabriu.
Eu balancei a cabeça.

– Estamos fazendo uma reserva no The Red Hill Tavern.

– Isso é muito caro!

– Eu não acho que ele espera que paguemos.

– Eu acho que ele espera que você pague com favores


sexuais.

Eu não queria dizer nada, mas no fundo eu já estava


esperando a conta
****

A boa notícia: o Garoto Quente estava fascinando Elle de uma


maneira incrível.

A má notícia: no processo me conquistou também.

Eu os assisti sem falar, girando o camarão e a massa com


meu garfo enquanto Elle ria alto quando Dean falava algo
engraçado ou fazia uma pergunta, ou era normalmente sua
pessoa carismática e cativante.

Eu nunca tinha ido à The Red Hill Tavern antes,


principalmente porque não tinha dinheiro para isso, mas
mesmo se tivesse, quem teria tempo para reservar um lugar
com três meses de antecedência? Especialmente vendo como as
complicações de saúde estavam constantemente impedindo
meus planos. Eu nunca sabia quando tinha que fechar a porta e
me esconder do mundo ou me sentar na cama com uma camisa
gigante por horas, esperando que meus pulmões se
comportassem bem com o resto dos meus órgãos.

A Red Hill Tavern era adorável. Estava feliz por estarmos lá.
A comida era ótima, mas a compania? Essa foi a verdadeira
delícia. Luzes amarelas brilhavam de candelabros em forma de
gotas, velhos carvalhos e toalhas quadriculadas vermelhas e
pretas e velas muito usadas acesas em todos os lugares.

Pensei na felicidade que Dean segurava na palma de sua mão.


A felicidade que ele tão generosamente me ofereceu, mas
aceitar, era perigoso, porque eu o estava colocando atrás do
volante do veículo que era a minha vida. Ele parecia um
motorista imprudente. Apesar de pensar nisso, desde que
começamos isso, não era nada além de forte e resistente. Uma
pedra na qual me inclinei quando as coisas em casa
desmoronaram.

Quem teria pensado? Dean "Ruckus" Cole, mulherengo em


quantidade.

–Então trabalha com muitos milionários? – Elle disse


suavemente, seus lábios brilhando com uma camada extra de
brilho labial e azeite de oliva da deliciosa comida que
devoramos.

– Encantador–, ele disse com uma risada, mordendo o filé


mignon,

– eu só trabalho com bilionários.

– Você acha que poderia me conectar com um?

– Tem certeza? Eles geralmente não se parecem com o que


suas contas bancárias mostram.

– Eles têm filhos, certo? – Elle perguntou.

– Eles os têm. – Dean sorriu.

– Eu gosto do jeito que você pensa.

Então, o celular dele vibrou.

– Sinto muito, tenho que atender a isso.

Ele franziu a testa para o telefone e se levantou, deixando–


nos a admirar suas costas largas e traseiro mágico em seu terno
cor de carvão feito sob medida. Elle bateu palmas duas vezes
quando saiu do alcance da voz, dirigindo–se para a porta que
levava para fora me agarrou pelos ombros.

– Esse homem, Rosie! – Exclamou. – Diga–me que é terrível


na cama para que eu possa manter minha lealdade como amiga
para você.

Perfeito eu nem sequer começaria a descrever o que estava


entre os lençóis, mas definitivamente precisaria de um replay
para me lembrar por que eu estava colocando meu coração em
risco dessa forma, sabendo que alguém como ele nunca iria se
manter com alguém como eu a longo prazo.

– Certifique–se de Darren sabe antes de seguir em frente–,


disse–me Mamãe quando eu lhes contei as notícias sobre nós
morarmos juntos.

– Você não quer que ele sinta que foi enganado por uma
mulher que não pode ter filhos.

– Amiga. – Eu balancei a cabeça, tentando silenciar as


palavras de mamãe.

– Sobre isso, melhor não mencionar.

– Continue com esse ritmo e aposto todo o dinheiro que você


será vítima de um crime passional. – Elle enfiou um garfo no
ravioli e levou–o até a boca aberta.

– Alguém te mataria. Outra cadela ciumenta, provavelmente.


T Quero dizer, nenhuma mulher deveria ser a dona de um
homem como Dean.

– Não é uma propriedade. – Revirei os olhos, comendo em


voz alta um pãozinho.
– Não. Embora seja uma mercadoria quente. – Elle mordeu
seus lábios antes que nós duas nos dobrássemos de rir.
Perguntou como Trent estava – ficou desapontada por não
poder encontrá–lo antes do casamento – mas, em seguida, Dean
voltou para a mesa.

Já não parecia mais alegre, divertido e relaxado. Em vez


disso, parecia que tinha visto um fantasma. Colocando o celular
no bolso de trás, ele disse:

– Eu cuidei da conta. Está pronta para ir?

Não precisava estar tão perto dele para saber que estava
bebendo. O mero cheiro de álcool puro em sua respiração o
entregou. Eu vasculhei minhas narinas com frescor reservado
para um espírito intenso. Eu queria arrancar a cabeça dele, mas
não consegui fazê–lo na frente de Elle, e talvez nem sequer
conseguisse fazê–lo. Parecia preocupado de uma forma que me
fez sentir fisicamente desconfortável.

Elle e eu trocamos olhares confusos, nossos pratos meio


comidos ainda empoleirados na mesa, esperando para serem
desfrutados. Minha amiga abriu a boca e tive a sensação de que
ela ia perguntar se podíamos ficar para a sobremesa. Esse foi
um definitivo não. Ele precisava sair de lá, e eu queria poupá–lo
da explicação.

–Sim, estou me sentindo muito cansada e está ficando frio. –


Eu não estava com frio, mas Elle, e todo mundo ao meu redor,
sempre ficavam
preocupados que pegasse um resfriado.

–Antes deixa–me fazer uma parada rápida no banheiro.


Minha bexiga não quer ser amiga do vinho da casa.
Quinze minutos depois, estávamos em um táxi no caminho
de volta para casa. Dean parou um táxi para Elle primeiro e
pagou por ele, e novamente, me encontrei com seus olhos
irritados, que alegavam que o acorrentara a um sótão e o
convenceria a se casar comigo.

Quando estávamos no táxi, me virei para Dean para


perguntar o que aconteceu. Um olhar para o rosto dele e percebi
que era uma má ideia.

– Você quer que eu saia? Eu perguntei em seu lugar.

– Isso depende. Você vai me incriminar por beber? Porque eu


vou fazer isso. Muito

Eu pensei nisso por um segundo. Não tinha bebido a semana


toda quando estávamos juntos – inclusive no casamento e em
Las Vegas, dois eventos que praticamente exigiam isso. Se eu
tivesse dito a ele que não queria ficar, tomaria o caminho
errado. Eu só queria isso sob os meus termos e condições. O que
não poderia estar mais longe da verdade. A verdade era que o
aceitaria de qualquer maneira que pudesse, e era importante
para mim estar lá para ele provar isso.

– Não,– eu disse.

– Você pode beber

– Então sim, fique. Eu preciso de você esta noite.

E eu precisei dele na semana anterior. Ele esteve para mim.


Eu estarei por ele. Uma coisa era certa: quando um de nós caía, o
outro o seguia sem fazer perguntas.

***
Cinco dedos de Wisk e Dean nem sequer permitiu que a
bebida cara fizesse cócegas em seu paladar antes de jogar a
cabeça para trás e terminar seu copo de wisk de um só gole. Ele
apoiou o quadril no bar molhado e puxou seu cabelo, olhando
pela janela do chão ao teto que dava para Manhattan. Esta
cidade era poderosa. Ele também era. O problema era que, pela
primeira vez desde que nos conhecemos, já que éramos
adolescentes, na verdade, eu não o via como o grande homem de
sucesso que ele era. Eu o vi como um menino perdido, e aquele
menino eu não tinha certeza de que muitas pessoas poderiam
alcançá–lo.

– Você quer falar sobre isso?

Meus dedos dançaram em seus móveis quando me


aproximei dele, memorizando cada curva de madeira escura e
tecido dos assentos. Essa menina, as moles que segui
perguntando o que estava acontecendo, não era eu. Mas me
preocupar com Dean era eu. E tinha a sensação de que sua
mudança repentina tinha algo a ver com essa mulher, Nina. Os
telefonemas misteriosos tinham um propósito, eu tinha certeza
disso, mas eles eram uma ferida aberta. A última coisa que eu
queria fazer era aprofundar e o ver sangrar.

As verdades podem ser desconfortáveis. É por isso que as


pessoas vulgares costumam caçá–las. Mais desagradáveis do
que não, não estavam na vista de todos. E foi por isso que Dean
não sabia por que eu não podia me tornar uma enfermeira. Por
que não fazia ideia de que não poderia ter filhos.

Meu namorado balançou a cabeça. Sem um traço de emoção


em sua voz, ele ordenou:
–Vem aqui.

Eu tracei a distância para ele e passei meus braços ao redor


de seu pescoço, encarando–o diretamente nos olhos. Houve
desobediência nos meus olhos. Ele precisava de uma distração
do que o estava incomodando o suficiente para deixá–lo louco e
fazê–lo beber e fumar até a morte.

Dean tinha um problema. Ele sabia disso. Eu sabia disso. Ele


tinha um problema e esse problema estava empurrando–o
diretamente para os braços de seus vícios. Fisicamente, ele
precisava de álcool e erva para esquecer o que estava
incomodando. Eu queria perguntar, eu estava desesperada para
cavar mais fundo nos quartos escuros de sua alma e tomar
segredo após o segredo, limpando a bagunça, mas eu não
conseguia. Isso me matou, mas eu tinha que estar lá para ele, de
qualquer forma ele me aceitou.

– Você é linda–, ele rosnou, passando um dedo pela minha


mandíbula da mão que não estava segurando seu wisk.

– Você está bêbado–, eu disse sem emoção, rindo


nervosamente.

– Certo.– Seus olhos predatórios brincavam com o meu corpo


de uma maneira que nenhum outro homem poderia fazer com
as mãos.

– E, mesmo assim, você é linda quando eu estou sóbrio, e


você ainda será linda quando assistir a uma maldita ressaca do
inferno amanhã de manhã.– Suas mãos deslizaram pela minha
cintura e ele me agarrou com força, virando e me colocando
sobre seu bar. Minha parte inferior das costas pressionou contra
inúmeras garrafas luxuosas e a superfície abaixo de mim filtrou
o frio para os meus ossos, mesmo através do meu longo e
rasgado jeans preto apertado. Sua mão deslizou até os botões do
meu jeans e rapidamente o puxou para baixo até que eles
tocaram o chão. Minha camisa amarela do Sex Pistols foi jogada
no sofá cinza em menos de um segundo, minhas sandálias
desapareceram de vista. Dean estava colado a mim contra o bar,
a palma da mão no meu peito e quando as garrafas afundaram
nas minhas costas, eu as removi da superfície com o braço, uma
dúzia delas caindo no chão em harmonia de cores, som e luz.

– Jesus! – Eu ofeguei, o som de vidro quebrado chocalhando


no ambiente como um alarme. Dean pegou a garrafa de wisk
que estava ao lado dele e tomou outro gole antes de derramar
um pouco no meu umbigo e sugá–lo, seus lábios quentes na
minha pele fazendo meu estômago explodir com os nervos e a
necessidade.

– Eu não sou uma pessoa má

disse lentamente, aparentemente do nada e para ninguém


em particular. Seu nível de embriaguez me deixou
genuinamente preocupada, mas apesar de Dean ainda ser um
mistério, uma coisa estava perfeitamente clara.

Não queria ser cuidadoso ou contido. Queria estar instável.


Seus demônios saíram para brincar e hoje à noite eu seria sua
vítima. Fiquei deitada em seu altar, esperando para ser punida
por algo que não havia feito. Sua dor seria distribuída entre nós.
E fiquei encantada em tirar um pouco disso, mesmo que fosse
apenas por uma noite.

– Não. Você é a melhor pessoa – murmuro quando ele cai de


joelhos e arranca minha calcinha da minha pele. Marcas
vermelhas ardentes aparecem nas minhas coxas como feridas.
Ele joga o pano com uma bola atrás do ombro e se inclina,
provando o que estava entre as minhas pernas como se fosse
seu recurso de vida, raspando os dentes contra o meu dolorido
ponto quente, me deixando louca. Ele era um zumbi faminto
divertindo–se com sua ração de carne e eu não tive chance
contra sua escuridão.

Dean Cole não era nada como as pessoas o rotularam. Era o


pior tipo de maldade. Uma que se escondia atrás de um sorriso
educado, roupas alegres e boas maneiras.

– Merda, Dean.– Eu xinguei alto, perdendo meu controle da


realidade, dos meus sentidos, de mim.

– Você vai me matar.

– Não, Rosie. Eu vou te salvar, – ele rosnou, colocando os


polegares no meu sexo e me abrindo para o mundo da deliciosa
dor. Então ele afundou a língua dentro de mim, me fodendo
impiedosamente quando ele me segurou pelas bordas de seu
bar e gritou. Por ajuda ou prazer, eu não tinha certeza.

– Jesus Oh, Deus. – Eu cambaleei para a esquerda e para a


direita, tentando escapar da intensa excitação que me atingiu.

– Diga–me que estou fazendo a coisa certa–

ele rosnou, agarrando a carne sensível das minhas dobras e,


lentamente, puxando–as entre os dentes até que gritei de novo.
Deliciosa dor se moveu entre as minhas pernas. Eu queria que
ele fizesse isso de novo e ele fez, antes dele dizer.

– Não quero conhece–lo, Rosie. Eu não posso lidar com ele


neste momento.

O que ele estava falando? Quem era ele? As pequenas células


que trabalhavam no meu cérebro nubladas de luxúria estavam
ansiosas por saber. Quem foi louco o suficiente para ferir esse
homem bonito e gentil? E mais importante, quem tinha o poder
de fazer isso?

– Você está fazendo. – Minha voz tremeu tanto quanto


minhas pernas tremiam enquanto eu tentava sair do bar e fugir
dos órgãos selvagens que ameaçavam quebrar meu corpo.

– Você está fazendo a coisa certa, Dean. Seja o que for.

– Eu a odeio

disse, sua língua me penetrando profundamente. Seus lábios,


seus dedos, seus dentes me devorando completamente. Estava
falando de outra mulher enquanto ele estava comigo. Isso
deveria ter feito os sinos de alarme soarem na minha cabeça, as
sirenes vermelhas girando a sessenta milhas por hora. Mas não
fez porque era ele.

– Então eu a odeio também

eu gritei, sentindo meus joelhos tremerem e meu corpo


entorpecer quando uma onda quente de prazer percorreu–me,
envolvendo meu corpo. Eu uivei, como um animal ferido,
puxando seus cabelos, minhas coxas apertando sua cabeça até
que teve que separá–las com seus dedos fortes. Então fiquei lá
por um segundo, sem me mexer e observei enquanto ele soltava
o cinto, tirando sua calças antes de tomar minhas coxas e me
empurar para cima.

– Estou com raiva– . O verde em seus olhos dançava como


chamas.

– Eu sei.
– Se você quiser sair, faça agora. Se serve de algo, acho que
você deveria sair agora.

– Eu fico.

– Você não vai gostar do que vai ver.

– O que eu vou ver?

– Um lado de mim que eu não sou muito orgulhoso.

Eu engoli, minha boca se abrindo.

– fique comigo, não importa qual parte que você me dê,


desde que você fique comigo.

– Você não sabe o que está dizendo.– Ele fez uma careta.

–Eu vou te machucar.

– Bem. – Eu coloquei a mão em seu peito.

– É disso que eu gosto em você. Você me trata como um


humano capaz e não como uma rosa murcha.

E assim, tudo mudou. A escuridão engoliu ao pôr do sol da


cidade que nos observava, vidros quebrados sob seus sapatos,
prometendo dor, seus olhos fechados e eu fiquei sozinha com
um estranho. Com um selvagem

As luzes se apagaram e eu me senti atraída por ele, mas


quando pensei que ele ia me pegar ... foi quando ele me deixou.
Um trono de vidro sem cor debaixo de mim. Até meus ossos
gemeram em protesto quando ele me agarrou pelo braço e me
levou para seu trio adormecido, arrastando–me ao longo de seu
impecável piso preto e branco. Minha pele foi aberta ao ser
arrastada contra o vidro. O tapete de veludo preto me
cumprimentou quando entramos em seu domínio, sob uma
cama king size extra grande da variedade que só você vê nos
filmes.

Eu nunca tinha estado em seu quarto antes e engoli quando


pensei em todas as mulheres que tinham feito isso. Todas as
Kennedys. Todas as Natashas.

Todas as verdades desconfortáveis e dolorosas.

Ele soltou meu braço e me deu um pequeno chute com a


perna em direção a um sofá ao lado da janela do chão ao teto.

– Cotovelos,– disse uma voz fria como metal que não era dele
e me acomodei de joelhos e coloquei meus cotovelos no sofá,
olhando para as luzes artificiais de Nova York. Dean estava
atrás de mim, mas eu não conseguia ver o que ele estava
fazendo. Minha bunda estava nua, mas eu ainda estava com meu
sutiã. Eu percebi que estava andando em algum lugar perto de
mim, mas não podia dizer com certeza. Não virei a cabeça e
olhei. Queria que ficasse assustada. Eu queria estar com medo.
Isso ia acontecer.

– O engraçado é–, disse ele, passeando atrás de mim em seu


quarto e eu estremeci com sua linda voz. Eu ouvi o som do
líquido espesso quando ele tomou outro gole de seu wisk.

– Todos me chamavam de Ruckus e The Joker no ensino


médio. O bobo da corte O cara engraçado. O palhaço.

E não era nada disso. Eu percebi agora, mas enquanto


estávamos no ensino médio, eu também comprei essa imagem.
Ele poderia, eu não ? Era muito bom quando vendido e a um
bom preço.
– Mas você sabe o que eu sou, Rosie? – Ele parou de se mover
atrás de mim.

Fechei meus olhos, absorvendo o perfume masculino de seu


quarto em meus pulmões desesperados e sentindo meu coração
desalojar dentro do meu peito.

– Você é um Pierrot–, eu sussurrei. – Você é um triste palhaço


solitário.

– Sempre pronta e perceptiva. – Um traço de sua voz vazou


em seu tom. Ele deu três ou quatro passos em direção a mim,
ouvi e contei e apesar de estar quase completamente nua e não
poder ver o seu reflexo na janela muito limpa, me senti segura.

– Você sabe porque o Pierrot está sempre triste? – Dean


perguntou.

– Tem o coração quebrado–, engoli, lutando contra minhas


lágrimas.

– Está ansiando pelo amor que nunca será seu.

Queria me virar. Para abraçá–lo. Para desfazer as últimas


horas que retornaram dessa maneira. Mas eu não fiz nada disso.
Senti a mão dele acariciando uma das minhas nádegas, sua
respiração fazendo cócegas no vale entre o meu pescoço e meu
ombro.

– Corra, Rosie–, assobiou Dean.

– Corra antes que a arruine e nos arruine.

– Prove–me–, eu insisti.
– Me quebre. Me use. Luta comigo Você perseguiu sua presa
por meses. Anos. Uma década inteira, droga. Você vai deixá–la
ir?

O golpe na bochecha da minha bunda me fez cair para frente


e me agitar para a vida. Eu nunca tinha sido açoitada antes. Não
porque eu fosse contra isso. Eu acho que foi uma daquelas
coisas que eu nunca tive tempo para fazer. Como fazer bungee
jumping ou ver a lista de Schindler. Talvez tenha sido o fato de
que todos os homens com quem eu já estive me trataram como
uma coisa frágil que estava prestes a morrer em suas mãos. Ou
talvez tenha sido devido ao fato de eu nunca ter me esvaziado
completamente da minha autoconsciência e constrangimento
quando estava na cama com outra pessoa.

Mas Dean não era outra pessoa.

Ele era o único.

Eu gemí, o desejo e a picada girando no meu corpo, movendo


minha bunda onde havia sentido Dean, implorando por mais.
Me sentia suja, mas eu não me importava de ser suja com ele.
Ele nunca me julgou. Agora que penso nisso, era possivelmente
a única pessoa na minha vida que me aceitou pelo que eu era.
Até mesmo Millie tentou me convencer a voltar para Sinners
Saints.

O som de carne batendo em carne agrediu meus ouvidos


antes que eu sentisse o segundo golpe, e dessa vez estava em
algum lugar entre minha bunda e minha boceta. A saliva se
juntou na minha boca e minha cabeça afundou no sofá, meus
olhos rolando em suas órbitas.

Por que me senti tão divina quando o homem que disse que
queria "me salvar" me machucou? Talvez porque parte de salvar
a doente Rosie estava mostrando a ela o que ela era capaz de
sofrer sem quebrar.

– Mova–se

Eu deslizei no sofá até que meu top cobriu e minha bunda


que estava no ar. Dean se agachou atrás de mim, senti seu corpo
nu contra o meu, e ele empurrou quatro dedos dentro de mim
de uma vez. Doeu, mas eu prendi a respiração e fiz o meu
caminho. Ele brincou um pouco com a minha emoção antes de
tirá–lo e servir meus sucos.

– Prove sua buceta.– Sua voz estava desligada.

– Prove o que estou fazendo com você–, acrescentou.

Mesmo que esse fosse outro primeiro definitivo que eu


nunca tinha pensado em fazer, eu trouxe meus lábios para seus
dedos brilhantes e os lambi. Colocando–os na minha boca, ele
exigiu depois de um breve momento:

– Lamba–os, Rosie.

O gosto era doce e quente. Não é tão ruim quanto eu pensava


que seria. Ele limpou o resto dos meus sucos na minha bunda e
bateu novamente. Desta vez, eu pulei para frente, mas não
lamentei. Acho que gostou que isso não me incomodasse. Seu
rosnado me disse.

Quando sua ponta começou a sondar minha entrada por trás,


movi minha cabeça de um lado para o outro, esperando que ele
mergulhasse. Mas ele não fez. Ele fez isso por um minuto inteiro,
me deixando louca, antes de implorar:

– Dean ...

– Mmm?
– Não me torture, por favor. Faça

– Fazer que?

– Entre

–Terminologia incorreta. Tenta de novo.

Santo Inferno

– Foda–me, por favor. – Eu engoli em seco.

– Camisinha? – ele perguntou. Seu tom estava nervoso. Como


se estivesse esperando por algo.

– Estou tomando a pílula. – A mentira estava amarga na


minha boca e eu estava quebrando as regras que nós
concordamos ontem. A parte da honestidade. Eu não preciso
tomar a pílula. Mas ele não precisava saber disso. Não até que eu
estivesse pronta para te contar, de qualquer forma.
Aparentemente, não precisávamos saber muitas coisas. Que
jeito fodido de começar um relacionamento!

– Você está tomando? Porque em Las Vegas você não estava.

Jesus, com esse cara.

– Eu estou–, eu gemi, esperando por mais. O que quer que


isso implicasse.

– Se você diz –, ele zombou, colocando a palma da mão contra


a minha garganta ao mesmo tempo caiu em cima de mim com
um único golpe por trás. Eu gritei quando ele avançou para mim,
o sangue no meu corpo correndo para a minha cabeça, o meu
sexo, em todos os lugares. Dean não estava brincando quando
disse que ia me machucar. Desta vez não se conteve. Estava me
fodendo tão forte que tinha certeza de que minha virília iria
queimar e meu interior latejaria por semanas mais tarde.

– Dê a volta– ordenou do nada, ainda montando me, dentro e


fora. Estava tão bêbado que não sabia o que ele estava me
pedindo? Eu consegui franzir a testa e gemer.

– Não posso. Você está acima de mim.

– Não? Dê. A. Volta.

– Você é pesado.

– E você é forte. Lute por ele.

Ignorando a sensação de cócegas do orgasmo, coloque as


palmas das mãos no chão e tentei me levantar, mas ele se
inclinou para frente, deliberadamente colocando mais peso nas
minhas costas para me parar. O fato de que ativamente tentar
me fazer fracassar me irritava, assim eu empurrei mais. Dean foi
construído como um jogador de rugby profissional. Um metro e
noventa e dois e noventa quilos de músculos magros e definidos.
Eu não tinha chance. Ao mesmo tempo ... Eu estava programado
para me defender.

Isso foi o que a minha doença me obrigou a fazer.

O que viver com Vicious e seus amigos tinha me ensinado.

O que a vida fez

Virei–me solta, permitindo maltratar–me. E quando ele


começou a bater ainda mais forte, me punindo por minha
derrota, eu empurrei minhas mãos em um movimento brusco,
ganhando impulso e me virei. Seus abdomens agora estavam
colados ao meu peito, e riu quando ele se afastou de mim, ainda
completamente duro.
– Empurre seus peitos juntos

ele sussurrou, e não havia sentido em negar–lhe ... o cara era


estranho. Normalmente, filtrava–se a luz pelas fendas da
escuridão. Com isso, a escuridão brilhou através de suas
paredes de normalidade e luz do dia.

Eu usei meu sutiã para fazer o que me pedia. Ele pegou seu
elegante pau em sua mão e o guiou para o vale entre meus seios,
entrando no espaço. Seu espesso e branco sêmen se derramou
no meu decote, e ele olhou para ele com os olhos baixos.

Minha bunda estava pegando fogo com os golpes, mas eu


ainda levei um momento para esquecer tudo e me afogar nele.

– Beba – ele sussurrou, mergulhando o dedo indicador em


sua excitação e trazendo o líquido quente aos meus lábios.

– Cada maldita gota.

Eu fiz, e depois que eu terminei de lamber seu esperma dos


seus dedos, ele me deu mais dois orgasmos. Adormeci em seus
braços naquela noite, sentindo–me tão segura quanto jamais
estivera. Mais segura do que com Millie ou com meus pais.
Definitivamente mais segura do que já senti com Darren.
Adormeci nos braços de seus demônios, sabendo que iria
acordar nos braços de um homem doce.

Para Dean "Ruckus" Cole, havia muitos rostos. E todos eles


eram lindos. Pelo menos para mim.
Totalmente fodido.

Rosie ainda estava dormindo quando eu acordei e a culpa


disso passou como um terremoto furioso. O que diabos foi tudo
aquilo ontem? Um segundo estava entretendo sua amiga em um
dos melhores lugares de Manhattan, no outro ele estava lutando
contra ela no sofá enquanto batia em sua bunda doce como se
tivesse tentado atropelar seu cachorro. Aparentemente, não
havia meio termo quando se tratava dela. Recebeu o estilo
merda que não era nada como eu, ou mostrando–lhe todo o meu
eu, em toda a porra da sua glória.

Não que isso fosse quem eu era. Mas essa foi a parte que Nina
deixou para trás e nunca me preocupei em consertar. Ontem me
deixou louco e me levou direto para os braços do Wisk.

Eu gostaria que Rosie não tivesse visto, mas ao mesmo


tempo eu estava um pouco aliviado por ela ter ficado comigo
depois de tudo.

Levantando–me da cama e sentindo uma dor de cabeça que


desce até as minhas têmporas, fui até a cozinha para fazer ovos
mexidos, bacon e café. Foda–se, se soubesse onde estava toda a
porcaria que ela precisava, mas tinha que provar a ela que
poderia fazer isso. Todo o pacote de ser um namorado.

O que estava dizendo? Se Vicious poderia fazer, certamente


eu também poderia.

A conversa da noite anterior com Nina tocou na minha


cabeça enquanto eu quebrei os ovos e coloquei os grãos
aromáticos na cafeteira. Ela me ligou de um número de Nova
York, então eu pensei que era uma das muitas linhas no meu
escritório e eu respondi. Completamente por acidente
totalmente um acidente de trem.

– Estou aqui–, disse Nina quando atendi o telefone. Fodeu


minha vida de lado. Nem mesmo a saudação complementar.

– Você está aqui onde? O inferno? – Eu perguntei


esperançosamente.

É onde a cadela pertencia. Se ele fosse lá, provavelmente


assumiria o controle e se tornaria presidente.

O riso de flertar de Nina agrediu meus ouvidos.

–Estou aqui em Nova York, bobo. Eu te disse que viria por


você. Você precisa conhecê–lo.

–Eu te disse que não queria ver o rosto dele?

Eu disse entre meus dentes, caminhando até o bar e


deixando Rosie e sua amiga, Elle, para trás. Fiz sinal ao barman
para me servir uma bebida. Então estava na cidade. Claro que
não estava lá. Por que não vai se foder? Afinal, eu dei a ele o
dinheiro, certo? Então por que estou surpreso?

– Tudo o que você tem a fazer é transferir o dinheiro e eu vou


deixar você em paz, Dean.
–Nina – Eu ri, soltando meu pescoço. – Não vou lhe dar 600
mil dólares só para poder vê–lo. Está fodidamente louca. Os
bebês geralmente são feitos por duas pessoas, certo? Então
ambos os pais têm a responsabilidade. Vá se foder –, eu disse
entre os dentes cerrados.

– Agora limpe essa bagunça.

– Estou considerando tirar essa oferta da mesa, Dean. Você


anda terrivelmente sarcástico comigo ultimamente

–Quando eu tenho sido com você algo além de um completo


idiota? Eu respondi, pegando minha bebida e apontando para o
copo vazio, pedindo por outro.

– Porque eu gostaria de voltar no tempo e corrigir se alguma


vez eu tiver sido outra coisa.

– Houve um tempo–, sua doce voz me lembrou.

– Houve um tempo em que você faria qualquer coisa por


mim.– A pior parte? A cadela não estava errada com isso.

–Como está seu marido? – Eu mudei de assunto.

– Ainda esta vivo–, ela bufou.

– Infelizmente

Pelo menos concordamos em uma coisa.

– Como está sua nova garota? –foi a vez de Nina perguntar.

– Por que você está perguntando? Você acha que também


pode me foder com isso?

– Vai, Vai. – Ela riu.


– Vamos Dean. Não seja assim. Estou feliz por você. Tudo o
que eu quero é garantir meu futuro e deixar meu amaldiçoado e
desagradável marido para trás. Tens muito dinheiro. Eu tenho o
que você quer. Por que nós corremos em círculos?

– Porque eu quero que você permaneça pobre e miserável. –


Eu disse.

–E porque, aparentemente, não me importo de pagar o preço


por mantê–lo assim. Aproveite o seu hotel nojento, Nina. Adeus
– Eu desliguei e tomei mais três copos de wisk.

Enquanto eu estava fazendo o café da manhã, ouvi Rosie se


movendo no meu quarto. Meu coração afundou. Eu a tinha
perseguido por ser um idiota agressivo, não tinha mais ninguém
para culpar além de mim. Ela estava ganhando tempo para
tentar me evitar? Eu podia distinguir o som dela abrindo a
torneira, lavando se no banho e me perguntei por quanto tempo
mais poderia adiar o confronto comigo mesmo.

– Bom Dia.

Eu ouvi sua voz rouca e virei do fogão para vê–la andando


com minha camisa, seu cabelo castanho claro em uma confusão
quente. Ela sorriu para mim, um sorriso do coração que
mostrava todos os seus dentes, então se virou quando
encontrou seu jeans. Seu traseiro nu, eu rasguei sua calcinha na
noite passada, espiei por baixo da minha camisa quando se
abaixou para recuperá–los e foda, sua pele estava vermelha e
em carne viva. Ela foi moída até suas virilhas e tinha arranhões e
pequenos cortes devido o vidro quebrado que foi limpo esta
manhã, eu queria vomitar, mas permaneci composto,
desligando o fogão, os ovos mexidos e bacon empilhados em
nossos pratos.
– Faminta? – limpei minha garganta.

– Estou morrendo de fome–, disse sem prestar atenção,


colocando o jeans.

–Mas eu preciso descer e colocar meu colete de percussão,


tomar meu remédio, toda essa diversão. Minha versão do café
da manhã dos campeões.

Fingiu flexionar seu bíceps inexistente.

Queria ir. Sair. Claro, estava com medo. Mostrei–lhe meu lado
mais feio e esperei que apenas ... o que? Siga o atual? Era cedo
demais. Realmente cedo demais. Francamente, quando você está
fodido como eu, o melhor momento para ensinar ao seu
parceiro suas cicatrizes internas nunca é na vida.

– Eu posso trazê–los para você–, eu disse, esperando não


soar muito desesperado. Ela me deu um olhar estranho.

–Você não sabe o que eu preciso.

Certo.Eu não tinha a mínima ideia. Além do colete horrível.


Eu o reconhecia por vê–lo em Sinners Saints.

– Fiz algum café da manhã – Eu inclinei meu queixo em


direção à mesa da sala de jantar que eu nunca tinha usado. Eu
normalmente sentava na ilha quando comia e até isso era
estranho. Na verdade, não me lembro da última vez que comi no
meu apartamento. Toda vez que eu estava aqui, era uma
proteína e smoothie de frutas que me manteve indo até a minha
próxima refeição. Estava completamente domesticado, com uma
mesa cheia de tudo o que encontrei na minha geladeira. Aposto
que Rosie não tinha a menor ideia de que eu nunca fizera algo
assim na minha vida por ninguém. Para qualquer um menos ela.
Seus olhos azuis claros avaliaram a mesa, um sorriso no
rosto.

– Dean?

– O que?

– Eu estou indo só para os meus remédios e meu colete,


então eu vou voltar. Você sabe disso, certo?

– Claro – eu bufei.

Não, não, eu não sabia. Meu rosto deve ter traído um olhar
para a minha merda interna, porque ela riu levemente enquanto
estava nas pontas dos pés para chegar até mim, pressionando
seus lábios nos meus quando passou os braços em volta de mim
em um abraço. Eu a circulei e apertei, desta vez tomando
cuidado para não machucá–la.

– Você está gostando do meu hálito matinal? – Disse


pesadamente, exalando na minha cara de propósito.

– Eu quero engarrafá–la e fazer com que todos os meus


empregados o usem como seu novo perfume–

respondi, beijando o lado de sua cabeça.

– Mas, por via das dúvidas, comprarei uma escova de dentes


para que você não precise descer quando formos tomar o café
da manhã. Nunca. Traga seus remédios. Sua roupa. Seu colete.
Você quer uma gaveta? – Me detive de perguntar se queria todo
o meu maldito armário, embora achasse que seria divertido ter
sua merda em todos os lugares. Todas aquelas camisetas de
segunda mão usadas e jeans apertados da Forever 21 em meu
imponente guarda–roupa preto niquelado que era do tamanho
de toda a sua sala de estar.
–Mmmm – Ela inclinou–se para outro beijo e minhas mãos
coçaram para agarrar sua bunda e jogá–la no balcão para uma
foda matinal, mas ela precisava de seu remédio e precisava não
fazer novas marcas antes do dia começar.

– Talvez? – Ronronou.

– Eu só não quero levar as coisas rápido demais.

– Acho que estamos levando–os um pouco devagar–, admiti.

– O que é rápido no que estamos fazendo? Te desejo. Eu


sempre fiz isso. Sei quem é. Sabe quem eu sou. –Embora
realmente não soubesse todas as minhas partes até a noite
passada e meu segredo com Nina era como meu pau: grande e
longo e certamente desconfortável, se você não estivesse pronto
para isso.

– Não são duas pessoas namorando pela primeira vez. Nós


temos história. Química. E muitos sentimentos em relação ao
outro. Estou falando muito a sério sobre isso –, eu disse, no caso
de milhares de rosas, jantar com a amiga e fazer o café da
manhã dela, eles não teriam lhe dado uma pista.

– entendido – alisou minha camisa desabotoada, lembrando–


me que eu precisava me vestir para o trabalho e merda, eu
nunca ficava em casa além das oito da manhã. As pessoas no
trabalho deveriam estar pensando que eu finalmente havia
assassinado uma das minhas aventuras. E aposto que Sue já
estava planejando o memorial.

– Eu acho que uma gaveta ficaria bem. Obrigado.

– Você tem turno hoje? – Achei difícil largar a cintura dela.

– Não no café.
Rosie sacudiu a cabeça.

–Mas vou ao hospital infantil para um turno da tarde.

– Posso te visitar lá depois do trabalho?

Ela riu.

– Eu não acho que seja uma boa ideia. Os novos pais são um
pouco céticos em relação a estranhos que ficam ao redor de seus
recém–nascidos prematuros.

– Que surpresa. Revirei os olhos, ignorando a dor no peito


quando disse isso.

– Sim. Amanhã?

– É um compromisso.– Eu balancei a cabeça, observando–a


caminhar em direção à porta, a percepção de que a decisão
sobre se ela voltaria aqui ou não, era completamente dela
golpeando nas minhas entranhas.

– Ah, e Dean?

Disse quando estava na porta. Eu olhei para cima.

– Sim?

– Eu realmente desfrutei de ontem à noite. Você pode deixar


o seu Pierrot interior sair para jogar mais vezes, se quiser.

Mordi o meu punho quando fechei a porta atrás dela,


sabendo com certeza que voltaria para cá.

Certamente, bem fodido


O que te faz sentir viva?

Primeiros convites. Segurar as mãos.Formar


piadas que serão apenas nossas memórias que
ninguém mais tem. Criar vida com um homem que nem
sabe que eu não posso criar vida, não realmente,
e sintir o remorso tremulando dentro de mim.

Setembro chegou e foi embora, e outubro seguiu seu


exemplo. As estações seguiram uma a outra. As árvores haviam
mudado, mas nós não mudamos. Na verdade, foi quando as
folhas começaram a cair, dançando juntas em laranja, rosa e
amarelo, que o que havíamos crescido juntos se tornou mais
forte e mais vivo.

Dean e eu caímos em uma rotina. Não foi perfeito, mas


aprendi desde cedo que nada era assim. Mesmo que parecesse
do lado de fora.

Nós gastamos cada momento disponível do dia juntos.


Quando ele estava trabalhando e eu não tinha um turno no The
Black Hole, ia vê–lo. Nós sempre fechamos a porta do escritório
e fechamos as persianas elétricas. Às vezes, era o suficiente para
esconder o que estávamos fazendo lá.
Na maioria das vezes, saia com as bochechas da cor da
beterraba e olhando para o andar inteiro me julgando com os
olhos enquanto arrumava meu cabelo e cobria meu pescoço
arranhado com a minha mão.

Sue, especialmente, olhava para mim como se eu sacrificasse


bebês inocentes para viver.

Cheguei uma vez vestindo um casaco grosso e nada mais.


Quando ele tirou meu casaco, ficou tão feliz de me encontrar
nua, me comeu em sua mesa por quarenta minutos e perdeu sua
reunião no Skype. Logo depois me repreendeu por não usar
roupas.

–Você pode ficar doente. – Me mordeu na bochecha da minha


bunda e não suavemente.

–Pare de foder com o que é meu e use um maldito suéter.

Quando tinha turnos, tentamos almoçar juntos. Às vezes


chegava sem avisar, sentava–me no bar, pedia um americano e
fingia que não nos conhecíamos. Especialmente se houvesse um
cliente por perto, nós iríamos jogar um jogo em que ele falava
sujo para mim por um orgasmo silencioso que vinha em
calafrios agradáveis. Isso sempre fez a pessoa ao lado dele se
contorcer. Um homem até me perguntou se eu queria que ele
chamasse a polícia para Dean. Eu disse sim antes de recusar, só
para ver a expressão no rosto de Dean.

Nós rimos. Um monte.

Nós também choramos alguma coisa. Bem, eu fiz todo o


choro. Quando você é voluntário em um hospital para crianças e
trabalha com recém–nascidos prematuros três vezes por
semana, coisas tristes atingem seu rosto.
No final de outubro, perdemos um recém–nascido. Uma
garota chamada Kayla. Ela era tão pequena, ela nasceu em vinte
e quatro semanas tão enrugada como uma mulher de cem anos.
Eu desmoronei em lágrimas no corredor do hospital na noite em
que seu médico me disse que ela não sobreviveria. Quando esse
turno acabou, Dean estava esperando por mim do outro lado da
estrada. Eu desabei em seus braços e chorei até não ter mais
lágrimas em mim, e ele beijou minha cabeça e me disse que se
eu pudesse tirar a dor como veneno, ele o faria.

E eu acredito nele. Cem por cento. Nem tudo foi ótimo, no


entanto.

O telefone de Dean foi bombardeado com chamadas da Nina


todos os dias. Ele nunca as atendeu, nunca, e foi cuidadoso em
não atender a ligações não identificadas. Ela não era uma
amante e não estava mais na fotografia. Essas foram as sobras
que ele jogou em mim quando perguntei sobre ela. Qualquer
outra coisa sobre Nina permaneceu em completo mistério.

Incontáveis vezes eu me vi querendo pegar o telefone dele,


ligar para ela e perguntar o que diabos queria e por que não
podia deixá–lo em paz. Mas eu não fiz. Porque eu era uma
maldita hipócrita para tentar ordenar uma verdade, que eu não
estava preparada para entregar.

Quando chegou outubro, com o sinal oficial de inverno.


Mamãe e papai voltaram à bronca, mas foi melhor do que o
silêncio radical que eu sofri até setembro. Tanto quanto eles
estavam preocupados, era solteira, sozinha e morrendo lenta e
dolorosamente. O qual não poderia estar mais longe da verdade.
Meus problemas de saúde estavam sob controle. Meus pulmões,
junto com o resto dos meus órgãos, estavam em boas condições.
Por outro lado meu coração. Estava nas mãos do homem que o
quebrou uma vez, e não tinha garantia de que não voltaria a
fazê–lo.

Pessoas e amigos em Sinners Saints conheciam Dean e eu.


Primeiro, havia o status de relacionamento no Facebook que
fazia as pessoas falarem e, em seguida, havia o fato de que os
Garotos Quentes conheciam quase tudo um do outro.

Millie estava feliz por mim. Vicious era indiferente, como era
para todo o resto, Jamie e Mel estavam desconfiado, mas feliz
por nós, e Trent, que ainda vivia em Chicago com Luna, não deu
a mínima, porque ele tinha problemas mais urgentes para
tratar.

Dean nunca respondeu Nina, mas às vezes, ele ainda bebia


quando seu nome ou
número apareceu em sua tela (ele disse que não havia razão
para mudar seu número, ela sempre encontrou o caminho para
descobrir, de alguma forma). Quando perguntei por que ela não
foi presa, ele disse que era complicado. Eu odiava quando bebia,
mas isso não acontecia mais de uma vez a cada duas semanas ou
mais.

Quando ele fazia isso, tinha que tirá–lo do inferno e arrastá–


lo de volta para a luz uma vez que estivesse acabado. Eu me
humilhei e permiti que ele me usasse como peão. Talvez "usar"
não tenha sido o termo mais preciso para o que fizemos.
Gostava de sua versão maligna tanto quanto gostava de fazer
amor na frente da TV, usando caixas para enfeitar o chão abaixo
de nós. Desfrutava quando ele me batia na bunda. Gostava
quando fodia minha boca com seu pau até que as lágrimas
escorressem pelo meu rosto.
Eu não me incomodei quando ele furiosamente me levou
para um beco escuro atrás do Madison Square Garden e me
fodeu contra uma parede de tijolos que fez minhas costas
parecerem ter sido limpadas com uma lixa.

Na noite anterior ao Dia de Ação de Graças, estávamos


jantando em um café em frente ao The Black Hole. Ou assim eu
pensei.

Andando em meu caminho ao outro lado da calçada, com o


meu moleton grosso com capuz preto e gorro de lã (não era nem
perto de congelar, mas sempre me mantive coberta para o caso
se) eu deslizei em uma cabana de vinil vermelho, colocando um
saco papel pardo sobre a mesa, contendo os biscoitos de
chocolate preferidos de Dean, aos quais eu o tornara viciado, o
que Elle insistia para que eu parasse de comer para que eu não
engordasse. E agora, ironicamente, eu não apenas as comia o
tempo todo, mas meu namorado também os devorava.

Esperei quinze minutos antes de enviar uma mensagem de


texto para ver onde ele estava. Dean estava sempre atrasado,
mas nunca mais do que alguns minutos.

Rosie: Sirius para a Terra, você vai vir ou o


que?

Dean: Eu vou. Em seu rosto Esta noite.

Rosie: Lindo. Onde você está?

Dean: Aqui mesmo.

Rosie: Onde é aqui?

Dean: Em frente a cafeteria. Em um táxi.


Esperando por você
Rosie: ?

Dean: Merda, eu esqueci de te dizer que eu não


estou com fome. Então eu pensei que poderíamos
pular o jantar e voar para Sinners Saints para
dizer aos nossos pais que iremos morar juntos.
Ah, e ter encontros e merda. Feliz Dia de Ação de
Graças.

Rosie: ?

Dean: Sai.

Rosie: ?

Dean: Agora, Baby LeBlanc. Eu tenho lugares


para ir, pessoas para ver, e uma buceta para
comer no nosso caminho para o aeroporto.

Rosie: NÂO

Dean: Muito tarde, eu já pedi uma limusine com


uma divisória e vidros escurecidos.

Eu não quis dizer não ao oral. Eu estava me referindo à


viagem surpresa pelo país. Olhei para fora. Ele não estava
brincando. Realmente havia uma limusine com vidros escuros.

Este homem nasceu para ser minha ruína. Que diabos,

Deus? A fibrose cística não foi suficiente para você?

Atravessando a rua, estreitei os olhos quando Dean saiu do


veículo e abriu a porta para mim, exagerando uma reverência.

– Senhorita LeBlanc.
– Lorde Loco de Pedra. – Lhe dei um leve aceno, entrando no
veículo escuro. Lá dentro, havia champanhe e duas taças,
luxuosos assentos de couro bege e um sorridente noivo bonito
ainda vestido em seu traje de trabalho.

Eu poderia me acostumar com isso, pensei. Por isso tive que


contar tudo o que o dr. Hasting me contou. Já estava sendo
desonesta por não revelar minha situação de fertilidade. Dean
me serviu uma taça de champanhe e pressionou o botão divisor,
entregando minha bebida.

Para si mesmo, pegou uma garrafa de água.

– Então,– ele lambeu os lábios e puxou meu gorro de lã,


expondo meu cabelo e jogando–o de lado,

– você acha que seus pais vão gostar? – Ele brincou

Meus pais já o conheciam. Pior, eles estavam muito


conscientes de que ele saiu com a minha irmã. Eu não estava
particularmente ansiosa para contar sobre Dean e eu. Eu sabia
que aproveitariam a oportunidade para me criticar por isso
também. Mas, ao mesmo tempo, não queria que eles
atrapalhassem minha felicidade.

– Honestamente?. Respirei fundo.

– Não seria surpreendente se eles estivessem contra nós.

–Eu não dou a mínima! – Ele cruzou as longas pernas,


entrelaçando os dedos, indiferente.

– E você?

Eu balancei a cabeça, percebendo que fazê–los orgulhosos


era algo que eu tinha descartado há muito tempo. Foi selado e
finalizado durante a semana que passamos em Sinners Saints,
mas estava acontecendo antes mesmo disso.

– Preciso parar no nosso prédio para levar meu remédio e


colete. – Eu procurei na minha bolsa para ter certeza de que
meu inalador estava lá.

– Não é necessário. – Ele colocou a mão sobre a minha. – Eu


tenho tudo embalado para você, baby. Comprimidos, inaladores,
nebulizadores e um colete. Além de alguns pulmões embalados,
você tem tudo o que precisa aqui. Estou trabalhando no último,
porém o mercado negro está lento hoje em dia.

Eu olhei para cima e sorri.

– Você não vai gostar do que eu tenho a dizer–, disse,


franzindo a testa de um jeito que era completamente
extravagante para mostrar que eu já estava irritada.

–Eu não acho que você possa me comer aqui. Você é muito
alto para conseguir isso. Mesmo nesta grande limusine.

– Eu acho os desafios facinantes. Eles me mantêm jovem. –


Ele afrouxou a gravata e puxou o tecido de suas calças sobre os
joelhos, preparando–se para mergulhar.

Eu o parei com uma mão no rosto ligeiramente arranhado.

– Eu também estou usando jeans bem apertados.

– Eu sou conhecido por destruir as coisas que ficavam entre


mim e sua buceta, e eu seria amaldiçoado se o jeans ASOS de
vinte dólares me privasse de sua buceta, amor.

Ainda não havíamos dito essas palavras um para o outro e


não porque não as sentíamos. Ambos somos novos neste
sentimento. Nesta vida. Eu pressionei meu dedo indicador
contra seus lábios e me inclinei em seu rosto.

– Mas eu posso te dar sexo oral.

Seus olhos me seguiram diligentemente enquanto eu


afundava embaixo dele, meu rosto nivelado com sua virilha. Se
eu estava sendo honesta, essa parte do nosso relacionamento
era uma das coisas favoritas sobre nós. A luxúria necessitada
chiou entre nós. Como se nada fosse suficiente. Como se fosse
fazer coisas sujas em lugares públicos fosse uma necessidade,
em vez de algo que precisávamos fazer para trazer as coisas à
vida. Porque com Dean Cole, não precisava dar vida às coisas.

Ele já estava quente como o inferno. Eu agarrei sua calça e


puxei seu pau para fora que já estava meio ereto, assim como
seu sorriso zombeteiro quando ele tirou um pouco do meu
cabelo selvagem do meu rosto.

– Às vezes, quando eu penso em como poderíamos estar


juntos todos esses anos, se você não fosse tão fodidamente
teimosa, quero atirar nos seus olhos com meu super esperma.
Você sabe?

Eu lambi meus lábios, ainda segurando seu pau, sentindo–o


inchando entre os meus dedos enquanto mais sangue corria em
sua direção.

– Esse é o elogio mais desagradável que já recebi–, admiti.

– Talvez seja porque você não o desvendou em seu


significado mais profundo. Você sempre foi a única, Rosie. Antes
mesmo de você abrir a boca, eu sabia que tinha que ter você. E
levei muito tempo, mas agora que sou seu dono, e não há erros,
você é minha, querida, nada vai ficar entre nós, entendeu?
A melhor conversa motivacional com uma mulher na frente
de um monstro enorme com um olho que estava olhando para
ela, esperando para ser sugado. Eu me inclinei para frente e
lambi a coroa de seu pênis, torcendo minha língua na pequena
fenda antes de levar tudo para dentro. Ele empurrou seus
quadris para frente e sua cabeça para trás, assobiando através
dos dentes brancos e perolados.

– Santo Céu, Rosie.

– Santo Céu e Rosie são sinônimos. Economize as palavras.


Use apenas uma. – Entreguei a mesma insolência que ele me deu
um par de meses atrás, e ele rio, uma espécie de riso torturado
de um milionário que tinha seu pênis na boca de uma garota
doente e pobre no caminho para o aeroporto.

Não segurou meu cabelo e me guiou como costumava fazer.


Em vez disso, Dean assistiu com uma mistura de admiração e
fascínio quando eu apliquei a minha magia para ele, sugando–o
com lábios ternos, dando–lhe o amor e a devoção que ele
merecia por ser o melhor namorado que uma garota poderia ter.
Porque ele era. Tudo que eu nem sabia que poderia ter.

Sou digna.

Sou um bom partido.

E estou prestes a mostrar ao mundo o homem bonito, bem–


sucedido, divertido e inteligente que consegui.

Após dez minutos de carinho no pênis de Dean, eu o ouvi


gemer.

– Merda, baby, eu vou gozar.


Massageando suas coxas, dando–lhe permissão silenciosa
para fazê–lo em minha boca, e respirando fundo antes de
envolver meus dedos ao redor de seu eixo e ordenhando seu
esperma em minha boca. Depois que acabou, endireitei minha
coluna e caí em seu colo. Ele me beijou nos lábios e depois
acariciou meu peito.

–Que boquete, precisa ir para os livros de história, Baby


LeBlanc.

– Deus, estou feliz por você não ser o responsável pelo nosso
sistema nacional de educação.

****

Quando desembarcamos em San Diego e chegamos a Sinners


Saints, era o meio da noite entre sexta e sábado. Fomos direto
para a cama e ficamos no meu quarto, nos enterrando no calor
do outro. Dormi com um sorriso no rosto, sabendo que estava
prestes a ver minha irmã.

Emilia estava crescendo, ela me enviava fotos semanais, e eu


não podia esperar para acariciar a barriga de Buda e acalmá–la
como a tia louca que era.

A verdade, mamãe e papai seriam uma briga, mas, em geral,


minha alegria pela minha irmã cancelava os ocasionais
confrontos com meus pais. De manhã, saí para o corredor, ainda
de pijama. Ontem à noite, a governanta, Anna, abriu a porta para
nós, então eu não tinha certeza se minha família estava
esperando por mim. Descobri a resposta a essa pergunta
quando fui até a cozinha e vi mamãe e papai lendo jornais à
mesa, tomando café.

Mamãe levantou a cabeça da revista. Papai não. Nenhum dos


dois pareceu surpreso ao me ver.

Mamãe queria correr e me pressionar contra seu peito, seu


corpo saltando para frente, mas o pai colocou a mão sobre a
mesa em um gesto silencioso que a advertia contra isso. Ele
lembrou que deveria ser punida por minha desobediência.

–Sente–se, Rosie–, ela disse em vez disso, sua voz triste.


Todas as células em meu cérebro me imploraram para
protestar, mas não era assim que eu queria que nossa visita
entrasse em parafuso. Peguei uma cadeira no outro extremo da
mesa e entrelacei meus dedos. Meus pais e eu estávamos
distantes, mas civilizados nos últimos três meses. Nós trocamos
muitas mensagens de texto. Principalmente de coisas
relacionadas à saúde e atualizações rápidas sobre a minha vida.
Às vezes eles me ligavam para me lembrar de desejar um feliz
aniversário a um membro da família ou pegar a
correspondência de Millie do nosso antigo apartamento ou
perguntar quando eu voltaria, mas era isso.

– Eu acho que deveríamos conversar ... –Eu comecei, mas


mamãe me interrompeu.

– Kathy do meu clube de tricô viu você no site do Facebook


no outro dia. Me ligou e falou comigo indefinidamente. Ela disse
que tinha algumas novidades interessantes, para compartilhar.
Por que, Rose LeBlanc, de todos os homens de Manhattan, de
todos os homens do mundo, tem os olhos no que sua irmã tinha
saído?
– Bom dia–, disse minha irmã, que entrou feliz na cozinha,
tirando o cabelo lavado do ombro.

– Senti o cheiro da comida, então eu vim para comer


tudo.Millie riu, mas todos os outros na cozinha pareciam
prontos para rolar no chão em uma briga.

– Não estão de bom humor? Bem, acho que vou entrar no


funeral. – Millie tirou uma caixa de água de coco da geladeira e
tomou grandes goles, esfregando a barriga.

Fazia dez minutos desde que eu acordei, e já tinha tido minha


dose de drama durante todo o final de semana. Millie usava um
vestido longo da cor do mel
sem forma e franjada no fundo, e seus longos cabelos dançavam
ao redor de seus ombros. Ela parecia uma fada. Muito grávida
também. Sua barriga era do tamanho de uma melancia. Quantos
bebês ela tem lá? Me manteve informado, então eu sabia que era
apenas um. Aos cinco meses, parecia que o pão em seu forno
estava assando muito bem.

Eu pulei da cadeira, esvaziando meu arsenal de amor, beijos


e abraços com a única pessoa da minha família que realmente
nos aceitou. Millie se afastou, alisou meu cabelo e franziu o
nariz.

– Cheguei cinco minutos atrasada?

– Trinta segundos, mas a bomba já caiu–. Eu suspirei. Minha


irmã me deu aquele olhar, uma mistura de careta e um sorriso
de cúmplice, lembrando–me de que era a mesma velha história,
um dia diferente.

–Mãe, pai–. Millie gesticulou para que eu voltasse ao meu


lugar, agarrando sua própria cadeira e se deixando cair.
– Precisam nos ouvir. Já cansei de ver Rosie ser machucada.

– Oh!– Mamãe cruzou os braços. Papai ainda fingia estar


lendo o jornal, mas seus olhos não se mexeram. Isso me fez
querer jogar algo nele. Gritar Dane–se, ele não tinha o direito de
estar com raiva. Eu era a única que se sentiu abandonada e
descartada. Que para alguém que me queria o tempo todo, tinha
uma maneira divertida de mostrar isso. Estava chora

–Sua mãe não precisa de tempo. Ele precisa de uma filha


saudável–.

Estava me perguntando que tipo de filha ela estava se


referindo. Uma que não seguiria seus sonhos, talvez? Alguém
que se curvaria e faria o que ele quisesse, que fizesse com o
precioso tempo que ainda lhe restava neste mundo? Não é como
se eu não pudesse ver de onde minha família veio. Era doloroso,
tenho certeza, ver sua garota doente fazendo uma vida em outro
lugar. Mas era o que meus pais não perceberam.

Nova York não era sobre Nova York. Era sobre a


independência. Era sobre fazer o que eu queria fazer,
experimentando a vida fora da bolha que meus pais haviam
criado para mim.

Acima de tudo, era sobre descobrir quem eu era sem que as


pessoas ditassem isso para mim.

– O namorado de Rosie, Dean Cole, ligou para o Baron ontem,


dizendo que eles queriam vir e anunciar seu relacionamento–
Millie pegou minha mão e sorriu, aquele tipo de sorriso que
iluminava a sala e a que estava próxima a ela.

– É o Dia de Ação de Graças e temos muito a agradecer. Logo


terei um bebê, e Rosie está feliz e se saindo muito bem em
termos de saúde. Nós queríamos celebrar juntos. Estou segura
que lembram que Dean e eu costumavamos sair na escola. Eu
também tenho certeza que você se lembra de como terminou.
Resumidamente. Tragicamente. Mas, como você deve se
lembrar, não dolorosamente.

Millie esfregou minhas costas em círculos, tentando acalmar


meus nervos. Estava legitimamente nervosa demais para
respirar.

–Eu não quero viver no passado, mas eu acho que é


importante dizer uma coisa para garantir que o nosso futuro
seja mais brilhante: Baron e eu sempre fomos destinados a ficar
juntos. Todo mundo sabia disso. Todos ... exceto nós. E sobre
Dean e Rosie? – Ela suspirou, balançando a cabeça, suspirando
pena em sua expressão. Millie sabia o quanto me machuco, a
nós, e queria retratar se.

–Mãe, pai,eles eram loucos um pelo outro desde o primeiro


dia. Eu não tinha notado, porque eu estava muito ocupada sendo
uma adolescente egoísta, mas não há nenhuma maneira que eu
esteja machucada ou chateada sobre seu relacionamento. Basta
olhar para ela–. Balançou meu cabelo e sorriu.

– Ela está radiante. E quando ela está feliz, todo mundo deve
estar feliz. Eu pareço deprimida de alguma forma?

Acaricioou sua barriga e riu, e eu ri com ela, não porque me


sentia aliviada ou otimista, mas porque minha irmã foi a
definição de saúde, e embora eu não era, eu gostava de que o
que deixar para trás era seguro e completo.

Emilia era as duas coisas.

Papai finalmente levantou os olhos do jornal.


– Isso é verdade, Rose? Você sempre amou Dean Cole?

Eu não pude interpretar seu tom. Ele estava falando sério?


Estava triste? Desapontado? Satisfeito? Eu achava que eu era
uma idiota por amar um homem que não era meu para amar, ou
apreciou o sacrifício que fiz pela minha irmã há tantos anos?

–Sempre–. Corei, olhando para os meus dedos entrelaçados.

– Eu sempre amei ele.

E essa era a verdade desconfortável que ninguém queria


ouvir. Ninguém além do homem que não sabia. O próprio Dean.

Meu pai se afastou da mesa com as mãos na cintura, pronto


para outro argumento.

– Ele está cuidando de você? Nós precisamos saber.

Jesus Cristo, ou meu pai era o maior homem das cavernas


andando na Terra no século XXI ou ele realmente achava que eu
era um saco inútil de ossos. Ele confiou a Emilia a minha vida
quando morávamos juntas. Confiava em Darren sem nem
mesmo conhecê–lo. Mas eu? Não. Ele teria colocado sua fé em
uma cueca crocante antes de acreditar em mim, ao que parece.
Respirando fundo e fechando os olhos, ofereci um pequeno
aceno de cabeça.

–Sim, Papai. Ele cuida de mim – Meu queixo se moveu de um


lado para o outro, todas as células feministas do meu corpo
exigiram que eu as colocasse em seu lugar.

– Tem certeza?

– Ele arrumou meu remédio e suprimentos para mim antes


de virmos para cá.
Mordendo minha língua para não atacar, continuei.

– Ele me manda um táxi três vezes por semana para não


perder minhas sessões de fisioterapia. E ele vem comigo para
ver o Dr. Hasting quando ele tem tempo.

– Quando tem tempo–. Papai bufou, sacudindo a cabeça.

– Claro!

– Pai –, minha mãe advertiu, olhando para a mesa.

– Sim, tudo bem. Estou disposto a falar com esse homem,


mas isso não muda nada, Rose. Nós ainda queremos você aqui
em Sinners Saints. Se você quer que sua mãe e eu te apoiemos
enquanto você estiver lá ... fazendo o que estiver fazendo em
Nova York. – Acenou com a mão com desprezo, mas pela
primeira vez em semanas desde que eu os visitei, ele não olhou
para mim como se não fosse digno do seu tempo,

– você tem que fazer algumas promessas e mudanças para


nos tranquilizar. Porque você está doente, Rosie–bug. E estamos
preocupados. Tudo o que queremos e pedimos é para seu
próprio benefício.

Rosie–bug Sufocando nas minhas lágrimas, eu assenti.


Mamãe revirou os olhos.

– Por favor, posso receber um abraço? Esta mãe está


sentindo falta da sua menininha.

– E esta futura mãe precisa de Rosie para fazer seus


deliciosos biscoitos de chocolate,– Millie arrulhou, beliscando
minha bochecha e rindo.

Pensei que a pior parte estava atrás de mim naquela manhã.


Estava equivocada.
Às vezes a vida é uma bola de neve e você não tem como
parar.

E às vezes você nem quer fazer isso. Tudo mudou


rapidamente. Eu não tinha controle sobre isso. Eu não estava
brincando quando disse a Trent que não podia impedir a vida de
sair do controle. Acontece que meu caos estava encharcado de
sexo alucinante.

Nina se estabeleceu em Nova York. Me ligou todos os dias.


Cada Porra Dia. Nunca respondi.

Era ridículo. Ficou ainda mais ridículo quando um dia de


outubro, pouco antes de eu sair do escritório para pegar Rosie
para que eu pudesse assistir a um filme de Hugh Jackman (eu
ainda tinha minhas bolas intactas, muito obrigado), vi Nina
esperando por mim na recepção, segurando um casaco molhado
e barato contra o peito. Seus olhos estavam bem abertos e, se
não estou enganado, ele tinha enormes cifrões em cada pupila.

–Sinto muito, Sr. Cole –Sue me lançou, pegou seu iPad e


parecia muito nervosa pela primeira vez em anos. Nina tentara
entrar no prédio com frequência, pelo que eu ouvira, mas minha
equipe sabia que os idiotas seriam demitidos e as pessoas
pagariam se ela entrasse no meu domínio.
– Não sei como passou pela segurança do andar térreo.
Estamos entre recepcionistas como você sabe ...

Ignorando minha Assistente Pessoal, eu andei em direção a


Nina. Ela estava a três centímetros de meu rosto e meus olhos
ardiam dentro de sua alma quando nossos corpos se
encontraram. O tipo de olhar que eu dei a ela quando disse que
da próxima vez que aparecesse no meu escritório, sairia com
suas diferentes partes do corpo espalhadas e então seria jogado
no Hudson.

– Vá. A. Merda.

– Ele quer ver você.– Empurrou seu corpo contra o meu.


Patética. Suas palavras me pegaram de surpresa, mas eu
mantive meu equilíbrio, sem deixar seus jogos de manipulação
me afetarem. Agora que eu estava olhando prestando atenção
realmente percebi que suas roupas estavam em farrapos, e
aquele batom rosa brilhante que gostava tanto estava todo
manchado em seu rosto. Que fodido desastre. Estava usando de
novo.

– Estou falando sério, Nina.– Minha voz relaxou, mas minha


postura não. – Não me importa. Diga–lhe que não quero vê–lo.
Agora fora. Eu odiaria chamar segurança. Nós dois sabemos que
você não pode pagar por outra prisão com seu registro criminal.

Isso deveria ter sido o fim, mas não foi assim. Nina não
apareceu pessoalmente de novo – eu acho que ela sabia que iria
cumprir minha ameaça – mas ela começou a me enviar coisas
que pertenciam a ele para medir minha reação. Para me fazer
ceder e atender suas chamadas. Um boné preto do Raiders, para
me mostrar que ele também adorava futebol. Um copo de
plástico de Birmingham, Alabama, todo emplastrado. Uma
caneta. Qualquer. Merda. Não queria que essas coisas me
afetassem, mas afetaram, e eu tive que ficar longe de tudo.
Estava chegando ao ponto de ruptura que te fazia desmoronar.

A decisão de ir a Sinners Saints não foi apenas para fugir de


Nina. Era hora de todos saberem quais eram minhas intenções
com Rosie. Eu ia casar com aquela garota, porra, em breve. No
final do mês, não estávamos morando juntos, oficialmente.

Estava mergulhando de cabeça em uma realidade confusa e


não me importei com nada. Eu me acorrentei ao seu destino,
sabendo como terminaria.

Rosie começava todas as manhãs tomando muitos


comprimidos e usando o colete duas vezes por dia. Todas as
outras tardes ia à fisioterapia. Quando andávamos, ela parava e
se inclinava contra uma árvore, sem fôlego, sorrindo
desculpando–se enquanto agarrava seu lado. Minha namorada
não estava bem. Nunca iria ficar bem. E mesmo assim íamos
fazer funcionar. As pessoas tinham que saber, aceitar e seguir
em frente.

A outra razão pela qual arrastei seu traseiro para Sinners


Saints foi Trent. Jaime e eu prometemos que faríamos Vicious
concordar em mudar de ramo. O bastardo estava indo para
Chicago com Millie e o bebê, quer ele gostasse ou não. Eu sabia
que não ia cair sem perder a luta, lutar era um dos nossos
passatempos favoritos – e eu estava pronto para a batalha.

Como esperado, a reunião de Rosie com os meus pais seria


discreta e íntima, mas quando minha mãe percebeu que estava
trazendo uma garota para casa pela primeira vez desde ... bem,
desde sempre, se moveu um pouco. E por "um pouco", quero
dizer, porra louco. Ela ligou para minhas irmãs e sabe? Keeley
planejou uma visita do Maryland, e Payton estava de volta a
virar da esquina de NorCal, e assim foi de almoço tranqüilo com
meus pais e namorada para se tornoa a mãe de todos os shows
de merda.

– Estou tão nervosa que eu estou a ponto de vomitar no meu


decote. – Rosie agarrou a minha mão quando estacionei um dos
carros de Vicious na frente de sua casa.

– O lado positivo é que pelo menos cobrirá meus peitos. É


melhor parecer asquerosa a parecer uma puta, certo?

– Você acabou de usar a palavra puta?

Mordi o interior da minha bochecha para conter meu sorriso.

– Raro, certo? Eu acho que é nervosismo.

– Jesus, Baby LeBlanc. Eu não sabia que as coisas estavam tão


ruins.

Ela nunca conheceu os pais de seus ex–namorados antes.


Nunca tinha chegado tão longe com mais ninguém. Era quase
como se estivéssemos esperando por esse momento para
podermos experimentá–lo juntos. Nós não éramos crianças.
Estava beirando os trinta anos. Ela tinha vinte e oito anos. Nós
éramos emocionalmente virgens e era como se tivesse acabado
de me dar seu cartão V.

Uma vez eu pedi.

Desta vez eu peguei.

E amava que pudéssemos experimentar algumas primeiras


vezes juntos.
– Só você. Tenho certeza que será bom o suficiente. E se não.
– Dei de ombros, estalando meu chiclete de menta. – Eu vou te
substituir. Você tem uma prima sexy né?

Toquei a campainha enquanto Rosie me jogou adagas com


seus olhos azuis do lago. Em qualquer outro momento, eu
entraria sem problemas, mas ela precisava desses segundos. Sua
palma estava suada e teve um acesso de tosse que ela tentou
acalmar respirando profundamente. Rosie não fazia ideia de que
ela já havia impressionado meus pais simplesmente lidando
com minha bunda louca e aceitando quem eu era. No entanto, eu
não iria tranquilizá–la ainda. Eu adorava vê–la fazer um esforço.

Ela usava um vestido azul formal sob um casaco enorme e


não, o decote não era tão generoso quanto ela pensava e seu
cabelo estava trançado. Todo aquele bom ato de uma boa
menina era uma farsa completa, e vê–la mentindo para mim
com aquele vestido pudico era excitante.

Minha mãe abriu a porta, usando seu distintivo paletó


verde–limão e seu sorriso cor de mel. Se jogou em Rosie e a
abraçou como se tivessem se conhecido sempre, e Rosie se
derreteu em seus braços, seu corpo rígido protegendo sua
armadura. Meu pai sacudiu a mão de Rosie e ofereceu–lhe um
sorriso, que guardava apenas para os filhos. Então começou a
acariciar minhas costas e sussurrou algo totalmente inadequado
em meu ouvido sobre a minha namorada. Payton e Keeley
estavam na porta como duas espreitadores de dez graus e
elogiavam seu vestido. Então voltaram sua atenção para mim.

– Você ainda está se exercitando.– O tom de Keeley estava na


borda acusadora. Ela sacudiu seu cabelo loiro sujo.
– Não há ginásios em Maryland? Passei pelo meu ombro ao
seu lado e apertei seu bíceps de brincadeira. Keeley não tinha
tempo para se exercitar e, embora estivesse no tamanho padrão,
isso era adequado para ela.

– Oh, olha, nosso irmão ainda é super divertido–, Payton


cutucou. Revirei os olhos e minha irmã bufou. – O que, não há
senso de humor em Nova York?

Deixando de lado o combate de jovens, as coisas começaram


com o pé direito. Rosie e eu fomos encaminhados para a sala de
jantar, onde o White Trash Hash [1], o Cowboy Breakfast Bowls
[2], bagels e cupcakes de Brownie estavam esperando na mesa
rústica e moderna. Suco de laranja, café e leite estavam prontos
para serem devorados.

A boca de Rosie caiu no chão, a língua dela rolou como um


tapete vermelho, e ela não tinha certeza se era porque estava
com fome ou por causa do que estava vendo. Eu reprimi uma
risada quando pensei em como ela provavelmente imaginou
minha família. Um grupo de imbecis presunçosos que só comia
pratos com nomes franceses e vivia em uma mansão como a de
Vicious.

A verdade é que meus pais vêm de uma cidade nos arredores


de Birmingham, Alabama. Meu pai era filho de um senador, mas
minha mãe era do tipo Rosie. Seus pais trabalhavam em uma
fazenda. Eles se conheceram quando ela limpou seu quarto para
cobrir sua mãe doente. Seus pais a odiavam e ela os odiava, mas
nenhum deles importava. Meu pai tornou–se um dos advogados
mais poderosos da Califórnia, fazendo o resto da história passar.
Mas eles eram do sul do começo ao fim, e eu acho que a comida
gordurosa em nossa sala de jantar era um teste disso.
– Acomode seu traseiro, Baby LB – Puxei a cadeira, dando a
ela a minha própria versão de ser um cavalheiro. Nós nos
sentamos um ao lado do outro. Servi–lhe o café. Ela gostava de
preto. Sem açúcar. Sem creme. Sem nada. Na verdade, Rosie
evitava leite e eu me conscientizava daquelas coisas porque
cada detalhe dela era observado, gravado e armazenado em
meu cérebro. Mantive minhas mãos longe dela, sabendo muito
bem que no momento em que meus dedos encontrassem os
delas, não parariam até que fossem submersos entre suas
pernas. Meus pais não tinham ideia do bastardo gostoso que
haviam criado. Eu tentei manter assim.

– Rosie, ouvi dizer que você é voluntária em um hospital


infantil– Keley sorriu.

– No Hospital Infantil Mott, em Manhattan–, Rosie confirmou,


tomando um longo gole de café.

– Na unidade de terapia intensiva para recém–nascidos.

– Você realmente deve amar as crianças. Dean sabe que ele


vai ser pai de pelo menos três ou quatro deles? – Minha irmã
brincou, dando uma mordida em seu bacon gordo. Rosie piscou,
seu sorriso calmo sem hesitação. Meu intestino se tornou um nó
de cabos fortes. Porque, embora Rosie não tivesse me contado
sobre sua situação ainda – bem, ela fez, mas não
conscientemente, e certamente sem os detalhes – que não fez
sua realidade menos real. Eu não deveria ficar bravo com
Keeley. Eu tinha sido franco e estava brincando. Eu não deveria,
mas eu estava fodidamente.

– Keeley obrigado por assustar minha namorada cinco


minutos depois do almoço ter começado–. Eu sorri com
satisfação, casualmente pedi a minha mãe para me passar a taça
de sabe–se lá o que, apenas para manter as coisas movendo se.

– Dois podem jogar este jogo. Eu estarei esperando por seu


futuro namorado com um arsenal de perguntas sobre a
qualidade de seus métodos de esperma e parentalidade quando
chegar a hora.

Rosie pôs a mão na minha coxa.

– Ei, tudo bem.– Sorriu com todo o rosto.

– Sim. Eu tenho uma paixão por crianças. Eu adoraria ser


mãe algum dia –, acrescentou depois de uma pausa.

– E acho que seu irmão seria um pai incrível. É carinhoso.


Sempre certificando–se de que a ansiedade é distribuída
igualmente entre nós. – Acariciou minha bochecha e me piscou
um olho.

Eu ri porque ela esperava que eu fizesse isso, mas risos


nunca vieram aos meus olhos. Ou qualquer osso no meu corpo,
para esse assunto.

– Estou fazendo qualquer coisa que você queira.– Eu agarrei


a parte de trás do seu pescoço, plantando um beijo em sua testa.

– Três filhos. Dez crianças. Um. Nenhum. Eu não me importo


com nada, contanto que esteja com você.

Enquanto eu estava dizendo isso, eu sabia que minhas bolas


nunca me perdoariam pelo queijo que eu derramei sobre a
minha reputação, mas minhas bolas não tinham nada a dizer. Eu
não as ouvi reclamar ontem à noite quando Rosie as lambeu
enquanto chupava meu pau. Minha dignidade era um preço que
eu estava disposto a pagar por sua felicidade, e esperava que ela
lesse nas entrelinhas e entendesse que seus problemas de
infertilidade não se interpunham entre nós. Menos filhos = mais
Rosie para mim. Não há queixas.

–Awww –Payton arrulhou.

–Cresceu um coração em alguém.

– O que você coloca na sua bebida, Rosie? – Keley riu,


fingindo se abanar com a mão.

– Isso não é algo que meu irmão diria a menos que ele tivesse
perdido uma aposta.

Mãe sorriu tanto que achei que o rosto dela ia desmoronar na


nuca dela. Papai parecia um pouco desconfortável, mas não por
esse assunto. Foi ele quem me colocou na cabeça que precisava
me estabelecer. Papai estava movendo os olhos entre o relógio
Bvlgari e eu. Eli Cole não era um homem que se chateasse
facilmente.

– Quando vocês deixarão Sinners Saints? – perguntou.

– Amanhã de manhã. Nós vamos passar o jantar de Ação de


Graças com os Spencer – peguei um morango na minha boca e
mastiguei. Talvez estivesse chateado porque eu estava com a
família de Rosie, mas deveria saber que ganhar seus pais era
uma prioridade neste ano. Os pais de Rosie não me odiavam
completamente – eu os ajudei a se recompor quando se
mudaram para Los Angeles, e Vicious estava em Nova York
brincando de Romeu com Emilia – mas foi lá que eles me
pegaram. Se eu tivesse duas filhas e um bastardo desejasse as
duas, eu também suspeitaria de suas intenções.
Eu precisava reabilitar minha imagem, ter certeza de que
eles sabiam que perseguir a bunda de LeBlanc não era um
hobby meu.

– Você pode passar aqui depois? – Papai alisou a camisa polo.

– Existem alguns problemas que devemos discutir.

O rosto da mamãe mudou, seus olhos estavam implorando


agora.

– Estão se divorciando? Minha voz estava seca, uma


sobrancelha levantada.

– Oh, Deus!– Minha mãe zombou, pegando suas pérolas.

– Do que você está falando, Dean? Claro que não.

– Alguém está morrendo? –Eu tentei

– Não, disse papai.

– E nenhuma dessas garotas está grávida? – Eu joguei um


polegar na direção de Keeley e Payton. Minha aposta foi em
Payton. As crianças eram problemas. Mas meus pais balançaram
a cabeça ao mesmo tempo, negando isso também.

– Nesse caso, vou adiar por mais uma vez.– Tomei um gole da
minha água, recostando–me na minha cadeira.

– Temos uma reunião de diretoria no escritório de Los


Angeles depois do jantar, o que demorará um pouco.

– Está tudo bem? – Papai franziu a testa. Eu encolhi os


ombros.
– Estamos torcendo o braço de Vicious ele precisa alterar as
ramificações com o Trent. Ele quer estar mais perto de seus pais
agora que Val foi embora.

Quando as palavras saíram da minha boca, percebi que Rosie


não sabia nada sobre isso. Eu esqueci de dizer a ela. Eu não acho
que ela se importe. Mas, claro, ela se importaria. Seus pais
moravam na casa de Vicious, e sua irmã estava tendo o filho do
caralho. Mesmo sabendo que Vicious nunca venderia a mansão –
ele a amava demais –, eu ainda me sentia como uma idiota,
jogando–a na cara do nada.

Ela se inclinou para frente, meus dedos já não tocavam suas


costas, seus lábios não sorriam mais e foda–se, eu era um
imbecil. Ela tinha todo o direito de me causar um problema por
causa disso.

– Você ainda pode fazer isso, mesmo que seja tarde – meu pai
insistiu. Inferno, o que aconteceu com ele hoje?

– Não posso, pai. Eu te disse. Isso pode demorar um pouco.


Se você tem algo para me dizer, faça.

– Preferiria que não.

Larguei meus talheres lentamente, tomando o tempo para


escanear cada rosto curioso na mesa antes de falar novamente.

–Somos uma familia. Todos nós. – Minha mão encontrou o


pescoço de Rosie, mas ela se afastou, gentilmente mas com
firmeza, deixando–me saber que estaria dormindo no canil.

– Dean, querido–, Mamãe lambeu os lábios, Keeley e Payton


pareciam confusas do outro lado da mesa. Elas também não
sabiam o que diabos estava acontecendo.
Obrigado foda–se. A última coisa que eu precisava era de
uma intervenção ou de uma merda assim.

Nada sobre a situação fazia sentido. Nossa família não tinha


segredos. Bem, havia um, era meu, mas estava enterrado dois
metros abaixo, coberto pela sujeira da vida cotidiana e pela
poeira de anos de negação. A regra era que, quando estávamos
juntos, conversávamos livremente. Nós nunca nos detivemos.

Só não éramos apenas nós na sala agora. Rosie também


estava lá. Isso me alertou, minha mandíbula travou e meus olhos
se estreitaram.

Que diabos Nina fez agora?

– Essa coisa velha. Ainda não falei com Rosie sobre isso. –
Esfreguei o rosto cansado.

– Sim, bem. Vou atualizá–lo assim que terminarmos aqui. Não


lhe importa a mínima. Eu prometo, – eu disse, observando todas
as sobrancelhas do ambiente – incluindo a de Rosie – se
levantando em descrença.

– Por favor, se você precisar dizer alguma coisa, faça. Não me


importa. Isso me faria sentir em casa–, brincou minha
namorada.

Nenhum de nós achou engraçado. Meus dentes se apertaram.

– Alguma razão pela qual você escolheria interromper a


refeição agora? –Eu agi como se não fosse nada.

O almoço estava se transformando no tipo de merda que


Jerry Springer costumava fazer quando usava drogas, deitado
no sofá bebendo cerveja gelada.
Diga olá à sua vida atual, idiota. Não é um programa de TV; É
a sua realidade.

– Ouvimos dizer que Nina estava em Nova York. – Meu pai


levantou o queixo e foi quando notei que ele não havia tocado
nada em seu prato. Eli Cole não comeu seu maldito almoço de
cowboy. Isso foi estranho. Ele se casaria com alimentos
gordurosos se fosse legal. Mamãe deixa ele ter uma vez por ano.

– Eu vejo que ela te deu uma atualização sobre o paradeiro


dela. – Eu disse

Mais ou menos. Algo assim. Bem, não realmente.

– Nós todos sabemos o que ela quer. – Papai colocou a mão


na minha e me fez parar de tremer. Eu levantei meus olhos para
os dele. Nós dois engolimos em seco.

– E eu acho que é hora de encarar o que tem a dizer, filho.

–Você acredita nisso? – Recostei–me no assento, quebrando


o contato, um dos meus cotovelos descansando na mesa e meu
outro braço deslizando em torno do assento de Rosie.

– Quem vai pagar por esta pequena aventura?

–Você ou eu?

– Eu, se é com isso que você se importa. Mas não é. Sua mãe e
eu queremos discutir isso com você Não é uma questão para ser
tratada por telefone.

A mão de Rosie desceu para o meu joelho. Payton e Keeley


pareciam confusas, mas ela estava totalmente aterrorizada. Eu
precisava fazê–lo parar. Eu adiara essa conversa por tempo
suficiente. Era hora de enfrentar as conseqüências.

Meus olhos ainda estavam na batalha com meu pai. Eu estava


ficando bravo. Isso quase nunca aconteceu. Eu tinha um bom
relacionamento com meu pai. Nós jogavamos golfe juntos.
Fomos para partidas de futebol juntos. Conversavamos até tarde
da noite toda vez que eu ia para casa visitar.

Outra coisa para beber juntos – eu tinha um problema e eu


não queria que ele testemunhasse meu lado feio por si mesmo –
nós praticamente fazíamos tudo juntos. Ele era uma fonte de
orgulho para mim. Até meus amigos estavam visitando para
pedir conselhos.

– Bem, – eu bati.

– Eu vou tentar fazer isso. Não diga que eu não avisei. Pode
ser às três ou quatro da manhã. Essas reuniões podem ser
demoradas. – Sim, elas eram. Nós sempre tomamos nosso
maldito tempo quando fechamos a porta para o mundo exterior.
E convencer Vicious a fazer algo que ele não queria fazer? Sim,
teríamos a sorte de sair de lá antes de janeiro.

– Estaremos acordados a noite toda, se necessário. Papai


pegou a mão de mamãe na dele, flexionando as maçãs do rosto.

– Existe alguma maneira de falarmos sobre os futuros bebês


de Dean novamente? Keley se mexeu na cadeira. Rosie parece
cinquenta sombras mais pálida e estou um pouco assustado.

– Está bem? –Virei a cabeça, checando minha namorada. Ela


não parecia bem. Parecia que ela ia desmaiar. Rosie acenou com
a cabeça, peguei a mão dela na minha, e desta vez ela me deixou,
o que não era um bom sinal se você conhecesse Rosie.
Ela deveria estar com raiva de mim.

– O inalador, por favor. – Sua voz mal era um assobio. Eu


corri para a bolsa dela. Ela sabia então que seus inaladores
estavam nos bolsos da frente e eu peguei os dois antes de voltar
para a mesa.

O silêncio de todos estremeceu meus nervos quando Rosie


bebeu água depois que ela usou o inalador azul. Eu estava
tremendo de raiva. Que diabos meus pais achavam que estavam
fazendo? Eles tinham todo o tempo do mundo para tratar da
questão de Nina, e eles decidiram que esse almoço era a
oportunidade perfeita?

Fodam–se.

Foda–se isso.

E foda–me também, por esquecer de falar sobre isso.


Esqueci–me de lhe dizer que íamos para a enfrentar Vicious,
mas mesmo que eu não tivesse esquecido, que bem teria feito?
Rosie ia

– Bem ... isso foi divertido.– Rosie murmurou, seu sorriso


fraco quando estávamos ao lado da porta. Eu ajudei–a a vestir o
casaco, sentindo–me o maior imbecil do planeta Terra. O que foi
irônico, porque ela me chamou de Terra. O que ela não tinha
percebido era que eu realmente era o maldito planeta dela.
Porque quando eu ia explodir, muita gente do caralho ia se
machucar no processo.

Minhas irmãs e minha mãe ainda se despediram quando abri


a porta e a ajudei a entrar no jipe. Seus olhos estavam para
baixo, seu corpo solto. Sempre deixava de lado a doença de
Rosie, mas ela estava lá, espreitando nas sombras, esperando a
oportunidade perfeita para agarrá–la pela garganta.

Eu tive que me acostumar com a idéia, mas não consegui.


Toda vez que eu a via usando um inalador – inclusive hoje – isso
me deixava tão zangado, que a necessidade de bater em uma
parede me dominava. Nebulizadores, pílulas, sprays nasais. Meu
apartamento estava cheio deles agora. Tinha o Dr. Hasting em
minhas ligações rápidas, o endereço de seu fisioterapeuta, e
sabia o momento exato e dias em que ela iria ia suas consultas e
o que fazer quando começava a bater no peito e assobiando
como uma cobra.

Eu sabia que a expectativa de vida de uma pessoa com


fibrose cística era de trinta e sete anos. Sabia que todos os
homens diagnosticados com CF eram inférteis, e muitas das
mulheres tinham dificuldade em ter filhos. E eu não queria
saber nada sobre essas coisas. Porque ela não era uma maldita
doença. Ela era uma pessoa com quem tinha feito planos. E esses
planos excederam estatisticamente dez anos que a havia
deixado.

Eu liguei o carro, mas não soltei o freio de mão. Olhando para


a rua com as árvores mais cuidadas do mundo, onde minha
família residia, a melancolia gotejava em meu coração.

Que porra você está fazendo, idiota?

– Você tem um segredo. Um grande problema, – Rosie


sussurrou, olhando pela janela.

Rosie e eu não começamos com o melhor em nosso


relacionamento. Eu queria que ela se acostumasse a nós antes
que soubesse que realmente havia um nós. Seu pacote inteiro
pode ser explosivo, mas o meu foi um desastre. Um grande
– Você também–, eu disse.

Ela me ofereceu um olhar surpreso. Sem negar isso.

– Sim, – disse.

– Já corrompemos essa coisa de relacionamento.

– Você está brincando? – Eu ri entre dentes.

– Nós estamos fodidamente a coroando. Isso é um pontinho.


Uma pequena orelha em nosso livro de gênialidades.

– Na minha realidade, todo pontinho pode ter


consequências–, Rosie me lembrou.

– Na nossa realidade– , respondi. –Eu sempre estarei aqui


para ter certeza de que suavizemos as arestas.

Nós dirigimos em círculos por um tempo, assim como


fizemos em nossa primeira noite juntos em Sinners Saints. Eu a
levei para todos os lugares que visitamos antes de fazermos
sexo pela primeira vez. Para a nossa velha escola, a companhia
de navegação, para o Liberty Park e, finalmente, para aquele
banco. As pessoas nos ligavam, nossos telefones tocavam e
vibravam em nossos bolsos. Meu pai, mãe, pais de Rosie, Vicious
e Millie. Então, quando estacionei na colina observando a
quadra de basquete, joguei os dois telefones no porta–luvas e
fechei–o antes de irmos para o nosso assento. Nervoso eu não
capturei totalmente o caos que estava dentro de mim. Eu ia
colocar o meu segredo na mão dela. Um segredo que ninguém
deveria saber, exceto minha família. E eu ia mostrar minha
fraqueza antes dela.

Todos eles.

Camada por camada.


E ouvir pela primeira vez se meu verdadeiro eu era digno de
ser amado. Não parecia certo sentar–se. Havia muita adrenalina
na minha corrente sanguínea, muita dor no ar. O inverno
queimou nossa pele, e Rosie estava coberta da cabeça aos pés,
como deveria ser.

– Vamos dar um passeio–, eu disse. Ela tossiu um pouco.

– Eu só vou atrasar você. Eu não posso dar longos passeios.

– Você nunca me atrasa. Você me dá tempo para apreciar


meu ambiente. –Minhas bolas protestaram novamente. Bolas
estúpidas não entendiam que fazê–la feliz beneficiaria cada
parte do meu corpo. Elas inclusive.

Descemos a colina, passando pelas exuberantes colinas


verdes, esquivando–se de galhos pendurados e vinhas não
aparadas que haviam começado a invadir a estrada limpa. Suas
mãos estavam dentro do casaco e as minhas estavam nos meus
bolsos. Nunca foi um bom momento para quebrar o tipo de
porcaria que eu ia dizer a ela, então eu fui direto ao ponto.

– Minha mãe biológica me deixou pra morrer no Walmart


quando eu tinha três horas de vida.– Meu tom foi desdenhoso.
Ela continuou andando, seus músculos tensos com a minha
confissão.

– Ela era viciada em crack. No minuto em que soube que


estava grávida, ela saiu, deixou sua família no campo e
desapareceu em algum lugar nos esgotos de Birmingham.

Rosie era uma garota inteligente. Sabia que estava fadada a


suspeitar que algo estava caindo.

Talvez ela tenha pensado que eu era um pai desnaturado que


decolou assim que as coisas ficaram muito reais. Sim, essa não
era uma opção. Sempre envolvia Dean Junior. Havia
personalizado preservativos, pelo amor de Deus. A única pessoa
que não usei preservativos em toda a minha vida foi Rosie.
Nunca senti a boceta de outra mulher, carne com carne, diante
dela.

– Eu não ...– ela tentou engolir o máximo de oxigênio que


podia para evitar chorar.

– Por favor continue.

– Eu fui encontrado pelo porteiro. Minha mãe, Nina, foi


encontrada a alguns quarteirões, comprando charutos. Seu
vestido estava coberto de sangue. Quando foi levada ao hospital,
ligou para a irmã para ajudá–la a lidar com o problema legal em
que ela se metera. A irmã de Nina é minha mãe, Helen.

– Jesus – Os lábios de Rosie tremiam e também os dedos com


os quais ela os cobria. Uma parte de mim, a parte lógica,
suponho, reconheceu que era fodido que nenhum dos meus
amigos soubesse que eu era adotado. Mas isso, agora, era
exatamente porque eu queria continuar assim.

Eu era poderoso.

Era imponente.

Era um deus filho da puta.

Os olhares de pena e sussurros silenciosos de palavras doces


não fizeram nada para acalmar o corte profundo que Nina tinha
criado quando ela chutou minha bunda. A única razão pela qual
eu tolerava isso era porque era Rosie quem as estava dando
para mim. Eu tomaria qualquer emoção dela. Até mesmo pena.
Até ódio. Qualquer coisa, desde que não fosse indiferença.
– Minha mãe – minha mãe de verdade, Helen, que me criou –
decidiu me adotar. Eu acho que Eli concordou porque ...– Eu
pensei um pouco, uma risada escapando dos meus lábios

–Bem, porque ele é um maricas, suponho. Ela realmente ama


minha mãe, como você vê. Nina não me amava mesmo. Ela tinha
muita merda
acontecendo em sua vida. Eu nem sequer me ressenti disso.
Quero dizer, é muito foda deixar seu recém–nascido em um
banheiro público, sim. Mas não é por isso que eu odeio sua
coragem agora. Realmente não. No final do primeiro dia da
minha vida, estávamos todos no mesmo hospital de
Birmingham. Nina assinou minha certidão de nascimento e não
incluiu o nome de meu pai – ela disse que não sabia, e
honestamente, não foi uma surpresa para ninguém em seu
círculo próximo – e meus pais começaram a preencher a
papelada para adoção.

– Oh, Dean. Sinto muito. Sinto muito –, repetiu Rosie, ainda


estávamos andando, o que era bom. Eu não queria ter essa
conversa com o desconforto desnecessário do contato visual. Já
parecia que a verdade estava sendo arrancada da minha boca
como dentes, um a um. Ela pegou minha mão, apertou–a na dela
e eu respirei fundo, sentindo a pressão nos meus pulmões
quando eles se encheram.

– Meu pai aceitou um emprego na Califórnia e eles se


mudaram. Mamãe ficou grávida das minhas irmãs. Parecia a
família que ninguém se incomodou em perguntar. As pessoas
apenas assumiram que eu era o filho de Helen e Eli Cole. Nós
nunca nos preocupamos em consertar–los, porque quem se
importa, sabe? Funcionou. Nós fomos embora, e a mentira se
tornou tão grande, tão enorme, que era tarde demais para
pedalar de volta e expô–la ao mundo. Não é como se minha
família me tratasse diferente. Minhas irmãs sabem disso. Meus
pais sempre me trataram da mesma forma que elas, não é como
se minha adoção importasse para ninguém.

Eu parei com uma carranca.

–Bom, para qualquer um, menos pra mim. Minha mãe estava
sob a falsa ilusão de que eu poderia ter um relacionamento
íntimo com Nina. Meu pai acha que todo mundo merece uma
chance – bem, ele merece. Ele é advogado. Seu trabalho é
defender os criminosos. De qualquer forma, eles sempre me
fizeram ir ao Alabama. Todo verão até eu completar dezoito
anos. Esse foi o acordo.

Lembrei–me do meu último verão com Nina quando fiz


dezoito anos e um calafrio na espinha. A cadela caça fortunas. Só
o pensamento do que ele fez meus punhos ardem por uma luta
sangrenta.

Em algum momento de sua vida desastrosa, Nina se casou


com um cara chamado Donald Whittaker. As pessoas o
chamavam de Coruja porque ele costumava vender drogas das
02 às 6 da manhã nos cantos da rua. Um bom partido, como
você pode imaginar. Whittaker conseguiu que o prendessem, foi
liberado e decidiu se mudar para a periferia da cidade. Ele
comprou um pedaço de terra – uma fazenda – e viveu o sonho
do fazendeiro. Nina chutou seu hábito de crack, tanto quanto
meus pais estavam preocupados, ela estava limpa. Parecia
limpa, porque ele não colocou mais agulhas como veneno em
suas veias. Mudou para as drogas mais dignas para a mamãe.
Adderall, Xánax, oxi. Essas coisas engraçado que faz sua adição
parcialmente invisível. E eu nunca me preocupei em corrigi–los
porque eu era um bastardo patético que esperava a merda que
um dia a mulher que me deu a luz a perceberia que era valioso e
que me amasse.

–Dean.– Ela balançou a cabeça, as lágrimas escorrendo pelo


rosto.– Oh, Dean

–Todo verão, quando eu ia vê–los, ela me fazia andar de


bicicleta 32 km da fazenda para a cidade para comprar drogas
para a dona de casa.

–Por que você aceitou fazer isso?

– Porque eu queria fazê–la feliz? Eu ri, um nó amargo se


contorcendo no fundo da minha garganta.

– Por que procurava sua aceitação? Quero dizer, quão


fodidamente inútil você pode ser para sua maldita mãe que
queria te jogar no banheiro antes mesmo de você abrir os olhos.
Aos dezessete anos, finalmente abri os olhos e disse que não
queria passar o verão com eles. Eu disse aos meus pais que
estava cansado de fazer trabalho de campo por dois meses. Eles
aceitaram, mas depois eu estraguei tudo em uma festa e eles
decidiram me mandar de qualquer maneira como castigo.
Acabou sendo o pior verão da minha vida, porque foi quando
percebi que não só Nina não me amava ... ela me odiava.

Rosie estava chorando, eu não ousava olhar para ela, mas


senti seu ombro vibrando contra o meu. E eu me odiei por fazê–
la chorar, e eu odiei Nina por me fazer ter essa conversa em
primeiro lugar.

– Para encurtar a história, Nina me fez algumas coisas


deploráveis quando criança. Eu era um peão em seu maldito
jogo. Um meio para um fim. Ela me usou como um cara dos
recados e me fez fazer alguma merda estúpida e ilegal, então
subornou minha bunda com álcool e erva para ter certeza que
eu calaria a boca e não a entregaria aos meus pais. Eu tinha
doze anos quando tomei minha primeira garrafa de uísque e
uma fumaça comum. Eu achei que foi ótimo que Nina e Owl me
deram coisas assim. Isso significava que eles me viam como um
adulto.

Rosie engoliu em seco e desviou o olhar.

– Essa é a razão pela qual você faz isso. Ela disse.

– Essa é a razão pela qual você é um viciado?

Meu nariz doeu.

– Foi assim que comecei. Isso me fez sentir bem. Erva e álcool
fizeram meus verões passarem mais rápido. Eles colocaram uma
cortina de fumaça na minha realidade – uma casca fina que
ninguém tinha sido capaz de quebrar.

– E eu trouxe o hábito, mesmo quando voltei para um lugar


que eu amava, de volta para meus pais e irmãs.

– Nina nunca me disse quem era meu pai. Isso me


incomodou. Eu sabia que era um idiota, mas eu sempre quis
saber se era um idiota completo dos dois lados, ou se talvez eu
tivesse alguns genes resgatáveis em mim. E depois que a merda
chegou ao ponto de ebulição onze anos atrás, durante minha
última visita à fazenda, decidi jogar fora e fugir.

Cortei isso da minha vida. Funcionou durante a


faculdade,porque eu não tinha nada em meu nome, exceto uma
confiança e um quarto. Mas quando fundamos a Fiscal Heights
Holdings e começamos a atirar na multidão, ela concordou em
me dizer quem era meu pai.
–E? – Rosie perguntou, ofegante. Eu reduzi meus passos.

– E ela quer seiscentos mil dólares para me dar seu nome.

– Isso é uma loucura! – Rosie protestou, batendo a perna no


chão.

Eu parei de repente e me virei para olhar para ela. Seu rosto


estava vermelho, espancado de dor. Minha dor. Eu coloquei lá. E
embora nunca tenha sido meu objetivo ferir seus sentimentos,
eu gostei de seu calor, porque ela queimou por mim.

– Então? Você já pagou a ela?– Ela chutou um pouco de lama


ao redor.

–Não. – Passei a mão pela trança dela, puxando–a.

– Mas essa é a razão pela qual ela está agindo como um


perseguidor enlouquecido e continua ligando a cada meia hora.
A fazenda de Whittaker está perdendo dinheiro, e ela tem um
hábito caro de cocaína para manter. Prescrição de
medicamentos não funcionam mais. Odeia o marido. Ela quer
sair. Ela quer que eu a ajude. Isso está fora de questão.

– Mas quer saber quem é seu pai, certo? – Rosie piscou


confusa.

Eu assenti.

– Sim, mas o sentimento não é mútuo. Se fosse, ele teria me


contatado agora.

– Talvez ele não saiba da sua existência–, sugeriu minha


namorada.

Isso foi o que eu esperava. E orei. E me convenci todas as


noites.
– Ou talvez ele não se importe. – Continuei andando e ela
seguiu meu passo.

– Ou talvez ele esteja com medo de sua reação depois de


todos esses anos–, ela respondeu.

– Talvez, Dean, você precisa fazer o que é certo para você,


mesmo que não seja o que Nina quer.

– Ou talvez. Estava agindo como um maldito garoto de


quatro anos,

– ele sabia, mas ele não podia evitar. Ele está competindo
com Val pelo pior prêmio de pai – há muitos candidatos para
este título – e assim como Luna está melhor sem sua mãe
ausente. Estou melhor sem ele.

Nós paramos no meio do que se pareceu com a floresta mas


era menos de 2 quilômetros do carro. Rosie andava a passo de
caracol. Ela se virou para mim e eu acho que nunca vi tantas
lágrimas em um rosto. Suas bochechas e queixo estavam
úmidas, nuvens de máscara cinza em seus cílios.

– Sinto muito que isso tenha acontecido com você–, disse, e


ela sentia. Mas eu não queria sua pena. Eu queria que ele
soubesse que era a fera de um homem que nos levaria através
de tempestades e furacões. Para o inferno ida e de volta.
Através da vida, e se necessário, então sim, até mesmo através
da morte.

– Eu não posso acreditar que todos esses anos você escondeu


isso de nós. –Rosie enxugou uma lágrima com a manga da sua
jaquete preta

– Teus amigos tem o direito de estar a par


Sim, isso não vai acontecer.

– Não, não, boneca. É o que é. Todos nós temos segredos,


acredite em mim. É isso que nos faz quem somos. Isso não torna
nossa amizade menos forte. E é a verdade.

– Você sabe o que tem que fazer?

Rosie mordeu o lábio inferior, contemplando. Eu olhei para


ela. Mesmo se tivesse me dito para fazer burpees nu até Sinners
Saints e voltar, eu faria.

– O que seria isso?

– Você precisa chegar ao ventre da fera e matá–lo. – Seus


olhos brilhavam com determinação. Eu sorri, enfiando um fio
solto atrás da orelha dela que caiu de sua trança.

– Matar a Nina? Tentador, mas acho que ela não vale a pena
ir para a cadeia.

Ela revirou os olhos.

– Quero dizer falar com ela. Pague–lhe o dinheiro. Veja. Vá


em frente com sua vida, não importa o que você descubra. A
verdade é que você nunca deixará seus vícios se não o fizer, e
acho que nós dois sabemos disso.

– Ela não merece o dinheiro–, murmurei.

–Depois do que fez–, ela colocou a mão no meu pescoço,


movendo–o para o meu torso,

– Nada vai fazê–la feliz. Está contaminada. Você não volta


disso. Fazer com que os outros se sintam mal nunca é
recompensador, não importa o quanto você tenha sido ferido. A
compaixão, no entanto, é o traço mais recompensador que se
pode ter. É por isso que todas as guerras terminam
eventualmente. É por isso que a maioria das pessoas ama seus
filhos, não os maltrata. Prometa–me que você vai responder?

Eu balancei a cabeça, embora lidar com a bunda de Nina


fosse a última coisa na minha lista de coisas por fazer.

Minha vida era complicada como era. Eu era louco por uma
garota que ia dormir todos os dias sem saber se ia acordar no
dia seguinte. E estava lutando com o demônio do álcool, lutando
para sair de suas garras. Cada Dia.

– Eu prometo–, disse.

– Eu farei isso por você.

– Não–, Rosie enfatizou, puxando a gola do meu casaco piloto


florido, Ted Backer.

– Por você, – corrigiu, lágrimas ainda escorrendo pelo rosto.

Então deu um passo para trás, quando estava prestes a


alcançá–la e abraçá–la.

– Minha vez.

– Estou escutando.

Meus olhos se agarravam ao rosto dela. A chuva começou a


cair em nossas cabeças, e nós dois levantamos os olhos, olhando
silenciosamente para o céu pálido. Tirei meu casaco e a envolvi
com ele, então coloquei minha mão nas sua costas e atrás de seu
joelhos, e eu a levantei em meus braços, o estilo de lua de mel, e
eu comecei a subir a colina de volta para o nosso carro. Era
apenas um chuvisco, na verdade não tão frio, mas eu estava
preocupado com ela de qualquer maneira, mesmo que toda vez
que estivéssemos juntos eu escondia para seu bem.
Seus braços atados em volta do meu pescoço. Ela olhou para
o abdome e começou a falar.

– Um ano atrás, quando Vicious e Millie se reconectaram, e


ele nos deu este incrível plano de saúde, eu conheci o Dr.
Hasting pela primeira vez. Ele queria fazer muitos testes para
ter uma idéia melhor da minha condição em geral,
especialmente porque eu estava apenas me recuperando de
outra infecção pulmonar que eu não conseguia me livrar. Eu
estava prestes a voltar para a escola de enfermagem quando ele
me disse que ... – Rosie parou, engolindo em seco e balançando a
cabeça. Seus olhos estavam fechados. Eu quebrei mil vezes
dentro, mas do lado de fora, eu olhei para ela, esperando por
mais. Ele engoliu antes de abrir a boca novamente.

– Ele me disse que eu não deveria me preocupar em voltar


para a escola, porque eu nunca poderia ser uma enfermeira.
Neste ponto, meu sistema imunológico está tão fraco que
preciso obter aprovação antes de embarcar em um avião, e é por
isso que fiquei um pouco surpresa e preocupada quando você
me pegou para ir ao aeroporto em Ação de Graças. Não havia
como trabalhar com pessoas doentes, então ele sugeriu que
procurasse algo mais prático para estudar. Mas eu amo ajudar
pessoas.

Tomei essas últimas palavras, e acelerei o meu ritmo um


pouco, uma pitada de pânico na minha barriga acompanhada
pela sensação de dor do coração.

– Então, em vez disso, decidi ser voluntária. O único lugar


absolutamente esterilizado contra doenças é, você adivinhou ...
– O Berçário – terminou por ele. O lugar que serviu a Rosie
como um lembrete constante de que ela não poderia ter filhos. E
ainda assim ela fez isso. Fodida vida.

– No entanto, o Dr. Hasting não só me deu más notícias sobre


a escola de enfermagem. Ele também disse que eu pareço ser
completamente infértil. Eu não posso ter filhos. Nunca. Muito
muco em volta dos meus órgãos reprodutivos. Ele disse que é
como jogar uma esponja em uma piscina cheia de borracha
grudenta, esperando que ela chegue ao fundo. Tecnicamente
viável, mas extremamente improvável.

Mordeu o lábio inferior, olhando direto para o nada.

–Rosie ...– eu respirei, minhas narinas flamejantes.

–Baby, você tem ideia de quantas opções existem para você?


Para nós? – E, sim, não era mais sobre ela. Foi sobre nós. Nós
estávamos aqui a longo prazo. Nós estávamos aqui para sempre,
pois o tempo poderia durar para sempre.

– Fodendo demais, não só medicamente, mas também de


adoção. Somos ricos e jovens e temos um registro criminal
impecável. – Já estava nos agrupando como um casal e
convenientemente dando–lhe acesso a cada centavo do meu
império multimilionário. Como eu disse, eu estava no
verdadeiro modo de perseguição com essa garota.

– Se quiséssemos, poderíamos adotar uma criança amanhã


de manhã. Nós somos os candidatos perfeitos.

– A coisa é ...– Seus braços se soltaram ao redor do meu


pescoço, e minhas costas endureceram.

– É por isso que acabei com o Darren. Não quero casar. E eu


também não quero adotar. Não tenho certeza de quanto tempo
ficarei aqui. E não quero deixar para trás mais do que eu já
tenho. Ter um filho é uma ideia terrível. Porque o faria? Então
eles ficariam órfãos em dias, semanas ou meses, ou no melhor
dos casos, mesmo anos depois? Não é justo para eles.

Não deixei de notar que Rosie era exatamente o oposto de


Nina. Nina deu à luz uma criança e disse foda–se as
conseqüências. Rosie se privou de uma para ela não sofrer.

– Olha para mim, Baby LeBlanc.– Ela apertou meu bíceps.

– Não faça isso, Dean. Por favor. Beija–me

Nós já estávamos na frente do carro. Corri todo o caminho de


volta para me certificar de que estava segura e quente. Com
cuidado, a desci. Estava em pé na minha frente. A chuva estava
caindo mais forte. Eu não queria que ficasse muito molhada. Não
é assim, de qualquer maneira.

– Ouça, eu não vou desistir disso. Por nós – declarei


aproximando–me dela, peito a peito. Nossos lábios roçaram e
nossos narizes se tocaram. Nossas testas juntas, grudadas por
mechas molhadas de cabelo. Nós éramos uma unidade. Nós
sempre fomos, mesmo quando saíamos com outras pessoas.

– Eu sou muito egoísta para deixar você ir, Dean Cole. Como
eu sabia que seria. Eu sou sua enquanto você me quiser. A única
condição é não falar de bebês e nem de casamento. Eu não posso
dar a você. Não porque eu não quero. Eu posso te oferecer todo
o amor e devoção do mundo, Dean. Mas apenas por uma fração
de tempo.

–Rosie.

–Ei, escute. Eu sei que gosta de mim...


– Gosto de você?

Meu rosto torceu em ódio, cuspindo as palavras como se


fossem repulsivas. Seus olhos se arregalaram. Neguei com
cabeça, uma risada obscura nos meus lábios.

– Você acredita fodidamente que gosto de você? Você está


brincando? Não gosto de você. Eu te amo !Mesmo isso ficando
muito curto. Vivo por ti. Eu respiro por você. Eu vou morrer por
você. Sempre. Foi. Você. Desde que vi sua bunda patética pela
primeira vez naquela porta e me beliscou no peito como se
estivesse
beliscando um brinquedo. Estamos separados há dez anos, Rose
LeBlanc, e nem um dia passou sem eu pensar em você. E não
apenas de passagem. Você sabe, o ocasional que poderia ter sido
um grande fodido. Quero dizer, ter tempo para pensar em você.
Imaginando como você estava. Onde estava. O que você estava
fazendo. Com quem estavas. Eu te persegui no Facebook. E o
Twitter, que, a propósito, você precisa desativar porque nunca
se deu ao trabalho de twittar, mas não é exatamente uma
expecialista das redes sociais. Eu te segui.Toda vez que eu
estava na cidade. E uma vez que eu percebi que estava em Nova
York com Millie ... –Respirei fundo, sentindo o quão rápido eu
estava perdendo meu contato com a realidade e caindo por um
caminho escorregadio para a irracionalidade tentando explicar
que eu não podia desistir da vida de solteiro porque em algum
momento ia terminar.

– Rosie, eu comprei uma nova cobertura em TriBeca alguns


meses antes de você se mudar para o nosso edifício.

– Por que você está me dizendo isso?– Piscou de volta as


lágrimas, mas em um instante, novas desceram para substituí–
las.
– Porque eu tive que vendê–lo e perdi uma tonelada de
dinheiro no momento em que percebi que, se eu ficasse no meu
lugar atual, você seria minha vizinha. Falando sério, Rosie, você
é tudo que sempre quis. Mesmo quando você queria que
estivesse com sua irmã. Ela era uma vela reconfortante. Você era
o sol deslumbrante. Eu vivi no escuro, por sua bunda egoísta. E
se você acha que eu vou me contentar com algo, você está
completamente errada. Eu estou tomando tudo. Vamos ter
filhos, Rose LeBlanc. Nós vamos ter um casamento. E teremos
alegria e férias e dias em que só foderemos e dias em que só
lutamos e dias em que só vivemos. Porque esta é a vida, Baby
LeBlanc, e porra eu te amo, então eu vou te dar o melhor que
existe. Entendido?

Houve um momento de silêncio que eu realmente odiei,


porque depois desse tipo de discurso, a última coisa que eu
queria ouvir era um pouco de "ok". Rosie não disse "está tudo
bem". Eu pressiono sua testa no meu peito e ela respira em mim.

– Eu te amo–, ela sussurrou.

– Eu te amo tanto que por um tempo eu te odiei. E agora que


eu sei que você está machucado, eu te amo ainda mais. As coisas
perfeitas não são lindas, mais O inquebrável é fascinante, mas
não digno de ser amado. Você pode quebrar, Dean Cole. Eu farei
o meu melhor para mantê–lo completo.

Eu peguei seu rosto em minhas mãos e a beijei até que


perdeu o equilíbrio. Na chuva. No reservatório. No meio do nada
nada. Este desastre foi nosso desastre. Este caos foi onde nós
prosperamos.

– Nós vamos nos casar–, eu disse, sem perguntar.


–Talvez não hoje, talvez não amanhã, mas faremos isso. E nós
vamos ter filhos. Pelo menos dois. Talvez mais eu ainda não
decidi.

– Você é louco, Dean Cole.

– Eu sou–, concordei.

– E, no entanto, esse trem maluco está em movimento. Você


não pode pará–lo.

– Eu te amo

– O para sempre começa agora, Baby LeBlanc. Com você.


O jantar de Ação de Graças não foi terrível.

Ou talvez foi terrível e eu não tenha percebido porque Rosie


LeBlanc me disse que me amava várias vezes, e eu ia colocar um
diamante naquele dedo. Foi uma decisão impulsiva, mas depois
tudo que valia a pena fazer normalmente . Quando pensa sobre
qualquer coisa apaixonada – luxúria, amor, violência, ódio – é
espontânea.

Por que não isso?

Eu teria ficado muito feliz em me casar com ela na noite em


que subimos juntos no elevador e eu tinha Kennedy e Natasha
ao meu lado. Eu só não sabia que era uma possibilidade. Agora
que eu sabia, eu ia colocar essa merda na fechadura o mais
rápido possível.

Vicious estava errado. Ele sempre disse que eu amava


demais a variedade para me contentar com uma garota. Mas a
verdade é que nunca amei nenhuma das mulheres no catálogo o
suficiente para parar de olhar. Uma vez que encontrei o que eu
precisava, eu abandonei o hábito de Tinder, os trios e as
malditas estranhas em bares sórdidos para evitar o perigo,
porque as merdas casuais não são mais adequadas. E ao
contrário do álcool, não senti falta dele um pouco.

De qualquer forma, sim, o jantar foi bom. Nós comemos,


conversamos, fizemos a merda da família habitual. Os pais de
Rosie ainda a incomodavam em retornar a Sinners Saints,
mesmo depois de confirmar que eu não era um idiota. Isso não
pareceu tranqüilizá–los, mas pelo menos o pai dela parou de
olhar para mim como se eu a estivesse sodomizando por uma
hora por dia.

Depois do jantar, Jaime convocou todos os quatro de nós e


levamos o jipe de Vicious para o norte para L.A. As reuniões do
conselho eram sempre em um escritório. Nós não poderíamos
nos arriscar a perder nossa merda em público, o que acontecia
com mais frequência quando nós quatro compartilhamos o
mesmo espaço. As coisas ficaram intensas no veículo antes
mesmo de mencionarmos o assunto que nos uniu a todos. Eu
estava atrás do volante porque era o único que não tinha bebido
nada. Vicious sentou ao meu lado, parecendo sombrio. Deveria
ter uma idéia geral do que iríamos perguntar, adicionar dois
mais dois, tenho certeza, e Trent e Jaime estavam atrás, falando
sobre futebol.

– Como está a Luna? – Vicious perguntou a Trent pelos


últimos sete quilômetros na Interstadual 5. Todos ficaram em
silêncio ao mesmo tempo, e Trent pigarreou, olhando para Jaime
e eu no espelho retrovisor.

– Não muito bem.

– Como?

– Não come. Não fala, não anda.


– Ela sabe andar e falar?

Comprovou Vicious, sua voz não era dura ou severa.


Simplesmente conversacional.

– Sabe –, eu disse.

–Eu a vi andando na última vez que estivemos em Sinners


Saints em agosto.

– Você quer saber minha opinião?

Vi Trent no espelho retrovisor, coçando a cabeça num


suspiro profundo.

– Eu acho que ela está deprimida. Não tenho certeza do que


está acontecendo ainda, mas estamos revendo.

– A mãe de Trent está em Chicago. Os olhos de Jaime


encontraram os de Vic no espelho. Ela o está ajudando com Luna
no momento, mas seu pai não pode sair daqui. Ele tem que
cuidar de sua própria mãe.

A complexidade da vida me encontrou em um lugar estranho.


Nós também ficaríamos velhos um dia, e eu me perguntava
como diabos eu estaria lá para a minha própria família. Porque
eu definitivamente queria estar lá para eles. O que me lembrou
que eu ainda tinha que visitar meu pai hoje à noite depois que
tudo estivesse terminado em L.A.

Nós estacionamos no estacionamento de Vicious e entramos


em seu escritório. Tudo era mínimo, frio e impessoal, como ele.
Quando mudamos de filial há um ano, eu remodelei tudo e
coloquei novos móveis e uma parede verde brilhante para
irritá–lo quando ele voltasse. Agora, toda vez que via a cor
verde, pensava em mim. Vicious e Jaime sentaram–se no sofá de
couro preto de frente para a mesa de vidro de Vicious. Eu apoiei
na mesa, colocando minhas mãos nos bolsos. Trent estava no
centro da sala, com as mãos cruzadas sobre o peito. Nós todos
olhamos para Vicious. E Vicious parecia com raiva.

–E bem? –Ele levantou uma sobrancelha, ainda mais


melancólico do que o habitual.

– Vá em frente, maldito seja–, pediu.

– Você está morrendo de vontade de fazer isso e você não


pode esperar para ver a minha reação, certo?

– Você precisa mudar de filial com Trent. – Minha voz era


aguda e impessoal. Eu sempre fui o único que iria contra o
Vicious. Eu acho que Jaime era impotente quando ele vinha a
este bastardo, e Trent abrigou a verdadeira merda escura que
nenhum de nós tinha experimentado, por isso se matariam se
falassemm diretamente sobre isso, e Vicious rejeitou seu pedido.

– Não vai acontecer. –Vicious levantou um ombro, apertando


as mãos atrás da cabeça e ficando confortável. Ele passou uma
das pernas sobre a outra e parecia tão frio quanto um filho da
puta, dadas as circunstâncias. Eu me inclinei para frente, com
um sorriso indiferente nos meus lábios.

– Nós não estamos perguntando. Nós lhe damos tempo para


assimilá–lo e arrumar uma mala. – Talvez eu tenha sido direto
demais, mas havia circunstâncias especiais nesse caso. Eu estava
falando sobre uma situação completa, fodida, e Trent precisava
estar aqui mais do que Vicious. Isso todos nós concordamos.

– Jesus, Cole. Você não tem uma garrafa de licor para te


afogar? Há adultos de verdade conversando aqui. – As palavras
de Vicious eram veneno espalhando–se pela sala enquanto ele
ria.

– Mais um comentário como esse, e vão meter uma garrafa


de algo na sua bunda –, disse Trent, pulando em minha defesa.

– Ouça os meninos, Vic.– Jaime franziu os lábios.

– Eu acho que você sabe que Trent tem o direito de estar


aqui.

– Eu tenho o mesmo direito, Jaime. Trent tem um bebê. Eu


tenho um bebê a caminho. Nós dois precisamos estar com
nossas famílias.

– Você tem Millie. Ela pode cuidar do bebê.

– E estar longe da sua família? Depois de todo o tempo que


ela passou longe deles? Sim, não faça isso com ela. Não importa
o seu discurso motivacional, que, a propósito, é terrivelmente
deficiente.

– Foi o único que lhe fez isso, seu bastardo. – Eu rí. Não foi
nem mesmo hostil. Eu estava me perguntando o que diabos
aconteceu naquela cabeça doente dele. Sua lógica distorcida me
fascinou. Vicious bocejou quando ele puxou uma baseado grosso
e acendeu, inalando profundamente. Eu não fumava muito hoje
em dia – culpa de Rosie, a principal fã de festas nos Estados
Unidos – e estava morrendo por umas tragadas, mas eu fiquei
em silêncio.

–Não importa o que aconteceu. Eu não vou voltar. Todo


mundo sabia antes de vir aqui. Mas Trent é bem–vindo para
retornar.

– Quem vai lidar com Chicago? – Jaime franziu a testa.


– A fada dos Dentes?

– Podemos contratar um estranho–, sugeriu Vicious.

– Nem fodendo. Eu trabalho setenta horas por semana


quebrando minhas costas para que algum estranho possa entrar
no que nós criamos e dirigir isso? – Bufei

– Este é o nosso império. Nós dirigimos isso. Nós aceitamos


isso. Sem estranhos. Essa era a regra quando nos unimos.

– Cedo ou tarde iria acontecer, Dean. – Vicious parecia tão


calmo, o que era difícil de entender.

– Quanto tempo você acha que consegue acompanhar o


ritmo que leva? Rosie é provável que se torne doente – disse, e
Jaime ficou de pé, pronto para gritar em sua bunda, e Trent
também deu um paso em direção a Vicious, mas eu levantei
minha mão, ainda encostado na mesa de vidro. Ele continuou.

– É verdade. Por que diabos você está tentando adoçar isso


para ele? Rosie acabará por ficar doente. Eu vi em que estado ela
estava no ano passado. E Millie me disse que sempre piora nos
invernos. E mesmo que ela não fique doente, ainda irá querer
filhos, certo? Uma família? Um casamento? Toda a merda
inteligente. Eu sei que você quer isso, Dean. Eu vou te ver com
ela, cara. Você está caindo, duro. Você acha que pode dedicar a
mesma quantidade de horas para trabalhar ao ano a partir de
agora? Daqui a dois anos? Você está escorregando, cara. Aqui,
talvez isso faça você pensar com clareza.

Ele se levantou e me entrego o baseado, e eu peguei,


fechando os olhos enquanto deixava a fumaça intensa descer
pela minha garganta. Merda, senti sua falta.
– E Jaime–. Vicious continuou, andando pelo escritório agora.
Ele planejou isso o tempo todo. Sabia que íamos atacá–lo. Sly
bastardo.

– Você não quer voltar para Sinners Saints? Daria poderia


crescer com Luna, meu filho, o filho de Dean e seus avós? Você
não quer isso?

Jaime rosnou.

– Você está indo a algum lugar com esse discurso, Martin


Luther King Jr., ou você está apenas esfregando em nossas
caras?

– Eu estou indo para algum lugar–, disse Vicious, andando


atrás de mim para sua mesa e abrindo seu laptop.

– Então os últimos seis meses me fizeram pensar. Entre o


casamento, meu futuro filho, o que aconteceu com Trent, Jaime
vivendo do outro lado do mundo, e Dean namorando uma
menina com problemas de saúde suficientes para durar toda
uma vida – disse, casualmente, escrevendo em seu teclado.

– Por que diabos estamos nos esforçando tanto? Nós já


fizemos uma quantia de dinheiro
enorme, bem mais do que quando nascemos. Mais do que
podemos gastar. Eu sinto que estamos fazendo de algo muito
simples extremamente complexo. Eu, da minha parte, não me
importo com esse estilo de vida. Quero passar um tempo com
minha esposa, quero transar com ela três vezes ao dia como
costumava fazer, quero me exercitar mais, me estressar menos,
sair de férias mais longas e viver. Ao contrário da maioria das
pessoas, eu posso fazer isso. Então, por que estou aqui? Por que
estamos todos aqui?
Estava começando a fazer sentido, mas o conceito que ele
estava oferecendo era insano. A Fiscal Heights era nosso bebê.
Nós chegamos muito longe muito rapidamente com a nossa
empresa de fundos de cobertura. Principalmente porque
trabalhamos vinte e quatro horas, sete dias por semana. A ideia
de não trabalhar, ou de trabalhar menos horas, assumindo
menos responsabilidades, nunca passou pela minha cabeça.

–Então quer se aposentar? Sendo um filantropo na tenra


idade de trinta anos? –Jaime perguntou.

Vicious arrastou seu laptop, então estávamos todos olhando


para uma página da Wikipedia sem uma fotografia. Jordan Van
Der Zee.

– Merda, não. Ainda vou trabalhar, mas talvez duas, três


vezes por semana. O resto do tempo, eu vou aproveitar. O resto
do tempo, vou agir como o deus por quem nasci.

– Mimado.– Trent apontou para Vicious, revirando os olhos.

– Você fala como Napoleão no crack. Por que estamos


olhando para este homem, Vicious? E mais importante, você
esqueceu que eu não nasci no dinheiro? Eu não posso
espontaneamente decidir renunciar.

– Você é um milionário–, gritou Jaime para Trent, e isso


significava que ele estava realmente considerando a ideia de
Vicious. O que quer que Vicious estivesse oferecendo, Trent era
contra. Jaime a favor. Isso me fez o fator decisivo.

– Bilionário ou não, eu não estou interessado em me


aposentar aos trinta.– Trent cuspiu cada palavra, olhos
estreitados.
– Eu não tenho esposa e não tenho namorada. Eu tenho uma
filha e agora ela está passando por muitos problemas. Eu
preciso de uma distração, uma saída. E foda–se. – Ele bateu na
mesa de café debaixo dele, e o baque ecoou em nossos ouvidos.

– Eu sou o único bastardo por aqui que gosta de trabalhar?

– Você ainda pode trabalhar–, disse Vicious, apontando para


a tela. Esse cara está comprando todas as empresas de
investimento nessa área. Ele começou em São Francisco há três
anos e trabalhou até chegar à SoCal. Multi–damn–
multimilionário. O amado filho de Forbes. Astuto como o inferno
e, não vamos esquecer, seus bolsos profundos como nós. Muito

– Nós sabemos quem é Jordan Van Der Zee. Eu coloquei um


fim ao seu discurso.

– Você não é o único que escolhe uma revista de negócios


uma vez a cada lua cheia, Vicious, mas obrigado pela informação
inútil.

Eu fui para Harvard. O mesmo fez Van Der Zee. Não ao


mesmo tempo, obviamente. Ele era muito mais velho. Mas era
uma lenda ali, porque ele era uma daquelas pessoas raras que se
cresciam por si próprios. Você sabe, ele subiu em uma bolsa de
estudos em uma faculdade da Ivy League, interno, quebrou o
rabo e se tornou um magnata em seu próprio direito.

Vi um documentário sobre ele depois que me formei na


faculdade de administração. O cara veio de uma família da classe
trabalhadora holandesa. Seu pai era engraxate, pelo amor de
Deus.

– Você quer vender suas ações? É isso? –questionei


– Quero vender a maioria delas, e sugiro que faça o mesmo.
Vender, vamos manter cinquenta por cento das ações entre nós.
Estamos num ponto em que podemos fazer um bom negócio. Se
Trent ainda quer trabalhar, ele pode. Eu também.

– Eu não vou me aposentar–, eu disse.

– Eu também não. A voz de Jaime não foi convincente.–


Vicious olhou entre todos nós e sorriu.

– Então, por que não nos expandimos para Los Angeles e


todo o trabalho a partir daqui?

– Nós começamos com a razão óbvia: vai querer nos comprar


com 51% das ações. – Trent apoiou o enorme ombro contra a
parede. Vicious clicando.

– Isso seria o mais óbvio, certo? – Era o negócio 101.

Todos nós olhamos impacientemente. Vicious sorriu.

– Mas como eu disse, ele é esperto. Ele quer nos controlar o


suficiente, mas ele realmente não se importa muito com a FHH.
Compraria os cinquenta por cento exatos.

Eu sabia naquele momento que o filho da puta já havia feito


um contrato com ele. Ele parecia muito arrogante para fazer
esse tipo de suposições. Os olhares que Trent e Jaime me deram
me disseram que eles também sabiam.

– Essa merda pode levar meses, até anos de negociação–,


argumentou Jaime.

– Van Der Zee já perguntou se queremos conhecê–lo–,


continuou Vicious, e todos os olhos se voltaram para ele.
Passando a articulação enquanto tossia em uma risadinha, eu
perguntei:
– Desde quando você sabia que íamos lhe pedir isso?

– Tempo suficiente para fazer planos adequados.

– O filho da puta veio primeiro a você, por quê? Trent pegou


o baseado e inalou, suas sobrancelhas se juntando. Vicious jogou
a cabeça para trás e jogou anéis de fumaça no teto, seus olhos
estreitados e malignos.

– Eu estou na Califórnia. Ele está na Califórnia. Eu cuido da


merda legal aqui. Quem se importa? Você vai conseguir o que
quiser, Trent. É hora de apagar essa expressão miserável no seu
maldito rosto.

Nós todos olhamos um para o outro. Estava sorrindo e nem


sabia o porquê. Ninguém me prometeu que Rosie queria voltar a
Sinners Saints. Na verdade, ela amava Nova York, é por isso que
ela morava tão longe de seus pais. Mas a possibilidade de lhe dar
essa opção me deixou excessivamente feliz.

– Eu estou dentro, eu disse.

– Com o contrato certo e dinheiro, eu também–, acrescentou


Jaime.

Trent soltou o ar, rindo.

– Luna será uma garota de Cali.

Vicious sorriu.

–Vamos fazer essa merda.

****
O que te faz sentir viva?

Ser amada. Descontroladamente. Sob o céu


aberto. Sob a chuva torrencial. Sob um feitiço
que nunca, nunca acaba.

– Sem ofensa, Rosie, mas eu não quero que ninguém me


deixe –, disse Dean quando o confrontei pedindo a Emilia para
nunca ir. Naquele momento, achei que era porque era um
imbecil arrogante. Agora, estava claro como cristal. Eu tive
problemas de abandono. Ele teve problemas de abandono e
Millie o abandonou. Senti–me irracionalmente zangada com a
minha irmã, mas também agradecida por ela ter feito isso. Para
deitar na cama depois do jantar de Ação de Graças, eu pensei
sobre a tarde que beijamos na chuva, como se estivéssemos em
Diário de uma paixão e ele fosse Ryan Gosling e, obviamente, foi
delirante e começei a rir. O riso se transformou em tosse, o que
não foi surpresa. Mas então, a tosse se transformou em sangue.
Cuspindo um pedaço de catarro sangrento, eu olhei para ele no
lenço na minha frente por longos segundos, sem piscar. A
decisão de guardar isso para mim foi imediata. Não fazia muito
sentido, de qualquer maneira. Dean e eu voltáríamos para casa
em algumas horas. Eu estava em Los Angeles com seus amigos e
a última coisa que eu queria era colocar toda a minha família em
funcionamento e me arrastar para um hospital próximo. Dr.
Hasting costumava me ver em horas estranhas, dias estranhos e
fins de semana. Eu sempre poderia encontrá–lo em Nova York
se isso acontecesse novamente.
Eu rolei na minha cama, de um lado para o outro, incapaz de
dormir quando necessário. Eu tusso um pouco mais. Então eu
bufei um pouco. Mudei de posição para tentar encontrar a
melhor maneira de respirar sem o muco bloqueando minhas
vias aéreas. E era irônico que minha necessidade por Dean não
fosse sufocante para ele, mas para mim. Não importa o quanto
nossa declaração de amor tenha desfrutado, meu corpo não
gostou que estivesse na chuva.

Ele me disse que me amava. Isso me trouxe o tipo de alegria


que o dinheiro nunca poderia comprar. Mas essa felicidade
também foi encharcada de medo. Porque eu sabia que um dia,
um dia não muito longe, eu ia morrer. Morrendo no meio dessa
linda vida que ele havia planejado para nós. Ia deixar de ser
viúvo em seus trinta anos com filhos para cuidar? Eu poderia
deixá–lo carregar esse fardo? Quantos corações eu quebraria e
por que parei de lutar contra a necessidade de evitar quebrá–
los? Ele me contou sobre Nina. Essa foi a outra razão pela qual
eu não consegui dormir. Ele arrancou meu coração diretamente
do meu peito e não tinha ideia de como devolvê–lo ao seu lugar.
Só Dean tinha esse feitiço em mim. A capacidade de me fazer
sentir completamente desanimada, mas eufórico da melhor
maneira possível.

Ouvi a porta rangendo no meu quarto e tossi no lenço usado


anteriormente. Olhando para o material, detectando mais
manchas escuras de sangue e meu ombro caiu em um suspiro.
Obrigado realidade. Hoje eu tive um passeio divertido, mas você
só teve que estragar tudo.

–Millie. Feche a porta atrás de você. Está frio – eu cantei


novamente.
A porta estava completamente aberta desta vez. Dean entrou,
seu corpo maior que meus medos e dúvidas. Ele subiu na cama
ainda de roupas, sapatos e casaco estavam e puxou o cobertor
para cobrir nós dois, então se virou e me abraçou por trás, Olhei
meu relógio na mesa de cabeceira que marcava seis horas da
manhã.

– O que está fazendo?– peguei o lenço que estava em minha


mão e escondi embaixo do edredom antes que pudesse ver–lo.
Não poderia saber. Iria querer me levar ao Pronto socorro, e
odiava os pronto socorros. As salas de emergência onde sua
alma morria para que seu corpo continuasse funcionando.

– Não tem sentido me trocar quando partimos em uma


hora–, murmurou em meu ouvido, pressionando sua ereção em
meu traseiro. Soava muito sonolento para fazer sexo.
Surpreendentemente, não estava decepcionada. Me sentia como
o inferno, e o sexo com Dean não era algo que pudesse conter ou
fazer média.

– Como foi a reunião? – perguntei com voz rouca.

Houve uma pausa antes que respondesse.

– Bem!

– Trent irá se mudar para Sinners Saints?

– Em algúm momento, e no devido tempo nós também


mudaremos.

– Desculpa?

– Prioridades Rosie, mudam. E nós também estamos


mudando.
– Sonhe com isso – mas ainda não estava tão brava com Dean
como estava com meus pais.

– Não – Pegou minha bochecha entre seus dedos e virou para


um beijo doce e lento. O tipo de beijo que dá a sua esposa no dia
de seu casamento, não à garota do lado que você
ocasionalmente fode.

– Sonho com você. E não me importa uma merda o que eles


querem. Porém sei que está em Nova York pelas razões erradas.
Pode ter sua independência aqui também. O único poder que
podemos ter sobre você, é a quantidade que você nos dá.

– Você foi a casa de seu pai?

– Não tive tempo. Deixei Trent faz dez minutos na casa de


seus pais. Terão que esperar. Porque está acordada?

– Tive muito o que assimilar hoje. – Não era uma mentira. Ele
parecia ter acalmado. Afoguei o resto de minha tosse para não
produzir mais sangue. Quando finalmente chegamos ao
banheiro, me tranquei em um banheiro.

E tossi. E tossi. E tossi.

Quando aterrisei em Nova York e liguei para o Dr. Hasting,


sua enfermeira disse que estava em uma emergência familiar e
que estava fora da cidade. Me instruiu a ir para o hospital para
uma revisão.

Deveria ter feito isso, mas quiz empurrar os limites da


realidade um pouco mais, pensando o que poderia dar errado?

A resposta foi tudo.

Tudo poderia dar errado.


Iniciar uma ligação telefônica para Nina, soava como
caminhar para a fila da morte por vontade própria, e incitar os
guardas que me seguissem os passos.

Estava tão surpreendida de ver meu nome em seu telefone,


que passou os dois primeiros minutos tropeçando em suas
palavras. Queria que a merda acabasse e conhecê–lo. Terminar
com isso e seguir com minha vida.Meu pai me implorava para
falar com ele sobre essa coisa da Nina, porém estava
despresando suas ligações na intenção de manter o nível de
drama em minha vida relativamente baixo. Se não fosse pelo
fato de Rosie ter feito prometer que faria, provavelmente nunca
tivesse feito a chamada. Abrir essa caixa de Pandora não era o
tipo de merda que estava ansiando. Porém hoje fiz uma
promessa.

A primeira coisa que fiz depois de nossa viagem a Sinners


Saints foi alugar um lugar em Hamptons para Rosie e eu por
toda a semana seguinte. Lhe pedir em casamento não estava nos
planos, tão rápido, porém estava bastante seguro que lhe diria
que era hora dela economizar aqueles cem dólares e se mudar
para minha cobertura. Já passará da hora. Nos últimos dois
meses estávamos praticamente vivendo juntos. Porém todas as
noites ainda tinha que descer ao seu apartamento para pegar
um creme para os cabelos, ou uma camiseta limpa ou uma
maldita faixa para o cabelo. Chegou o ponto onde nem sequer
podia ver o número do seu andar no elevador que já sentia
minhas pálpebras tremerem com frustração apenas contida.
Acelerar as coisas estavam no alto da minha lista de prioridades.

Pra ser honesto, praticamente já tinha encerrado com Nova


York, neste ponto. A única coisa que realmente queria daqui era
Rosie, estava começando a aparecer bastante de minha
possessão e regressar a SoCal iria me render vários pontos aos
olhos de Paul e Charlene LeBlanc.

Além disso, Vicious estava certo. O tempo aqui era terrível, o


ar muito poluído e, por mais que eu gostasse de interpretar o
atraente empresário de Nova York, eu gostava de ter um
maldito bronzeado, uma cerveja gelada e um iate à espera.

Tentando matar meu balanço recém–descoberto no meu passo,


consertei a idéia de voltar para Cali quando entrei no The Black
Hole para surpreender minha namorada com comida. Eu tinha
uma coisa de negócios com três investidores, mas decidi
cancelá–la no último minuto para contar a ela sobre os
Hamptons. Estava chovendo muito naquele dia, então o café
estava quase vazio. Não havia ninguém atrás do balcão e apenas
algumas pessoas espalhadas em algumas mesas, olhando para
suas telas digitais. Eu bati meus dedos contra o sino do bar
algumas vezes e alisei minha gravata.

– Baby LeBlanc. Traga sua bunda doce aqui–, eu gritei,


ignorando os olhares curiosos. Eles iam se transformar em
olhares fascinados, quande lhe agarrasse o pescoço, puxando–a
para o balcão e enfiasse a língua na garganta dela. Alguns
segundos de nada aconteceu antes que Elle saísse da cozinha,
com um sorriso apertado no rosto. Ela amarrou o cabelo loiro
em um coque e enxugou as mãos molhadas no avental.

– Olá, Dean, não estávamos esperando por você.

Estávamos? Não recebi o memorando sobre Elle se tornar a


porra da rainha?

– Sim, eu pensei em vir para trazer algo para Rosie para


comer. Larguei a bolsa gordurosa e marrom no balcão com o
sanduíche de queijo derretido favorito de Rosie da padaria do
outro lado da rua. Olhei por cima do ombro dela.

– Falando da minha namorada, onde ela está? Eu pensei que


tinha turno hoje.

– Tinha–. O sorriso apertado de Elle não vacilou, o que me


deixou com raiva porque significava que tinha algo a esconder e
não gostava de segredos.

– Teve que sair mais cedo porque ...

Foi quando a voz de Elle morreu e ela apertou os lábios com


força.

– Continue – Eu arregalei meus olhos, dando um passo em


sua direção.

–Termine sua frase, Elle.

Ela mordeu o lábio inferior e olhou para baixo. Isso não era
característico da Elle. Eu a conhecia nos últimos meses e era
uma encrenqueira como minha Rosie.

– Não posso.

– Você pode e vai. Neste momento. Onde está Rosie, Elle?


Uma coisa que daria às mulheres uma categoria sexual é que
elas eram mais complicadas. Eu provei que eu era uma criatura
mais simples que Rosie e Elle porque a primeira idéia que
passou pela minha cabeça foi que minha garota estava sendo
infiel a mim. E a segunda idéia era que eu ia matá–lo e pedir–lhe
que me visitasse na prisão para que pudéssemos trabalhar no
nosso relacionamento.

Patético? Estúpido? Insano? Culpado Das três coisas.

– Ela foi ao hospital–, Elle sussurrou, mas rapidamente olhou


para cima e explicou:

– está bem, eu juro. Foi apenas um pequeno susto. Acho que


deveria estar a caminho do seu apartamento agora mesmo.
Especificamente, ela me pediu para não lhe dizer nada, então
você não pode dizer o que eu te disse, Dean. Falo sério. A única
razão

pela qual eu te disse é porque eu quero que você fique de


olho nela. Você me promete que não vai me entregar?

Ela me deu um olhar mordaz, seus lábios fazendo beicinho.


Minha mente já estava em outro lugar e meu coração batia a
milhares de quilômetros por hora.

– Sim, claro–, eu disse, já andando em direção à porta com a


campainha estúpida no topo.

– Obrigado Elle. Adeus.

****
O que te faz sentir viva?

A sensação de que não estarei ... em breve.

– Tem certeza disso? Dean pediu pela centésima vez, girando


um pedaço de alface no garfo enquanto nos sentávamos na mesa
da sala de jantar. Meus olhos escureceram. Se ele fosse me fazer
essa pergunta mais uma vez, ele seria culpado de esfaqueá–lo e
remover um olho com a faca de manteiga que ele estava
segurando.

– Eu nunca tive tanta certeza de nada em toda a minha vida–,


eu disse sarcasticamente.

–Porque é seguro para mim que parece doente.

Ele ignorou minhas confirmações repetidas, sua mandíbula


dura como granito.

Dei de ombros, levantando meu sanduíche meio comido.

– Realmente? Você pode me foder por trás hoje à noite para


que não tenha que ver meu rosto.

Deus, eu estava de muito mau humor. Embora eu não


pudesse evitar. Hoje, eu finalmente me arrastei para o hospital
para um check–up porque eu tinha tossido muito sangue nos
últimos dois dias. Minha equipe de Fibrose Cística no hospital
disseram que alguns vasos sanguíneos se quebraram. Eu disse a
eles que havia coágulos de sangue, pedaços grandes e
irregulares que saíam toda vez que eu tinha um ataque de tosse,
mas eles disseram que estava tudo bem. Então eu acho que
estava tudo bem. Eu queria estar bem. Eu queria mais tempo
com Dean, mas quanto mais eu pensava sobre isso, também
queria muito mais tempo com meus pais e com Millie.

Dean não respondeu ao meu comentário sarcástico. Eu


esfreguei meus olhos, suspirando.

– Peço desculpas por agir como uma pirralha rude. Tem sido
um dia longo.

– Nós temos um lugar nos Hamptons para a próxima semana.


Eu falei com Elle. Você tem tempo livre. E com o gerente no
hospital infantil. Eu estarei lá antes de você –, ele me informou
em um tom frio que perfurou meus nervos.

– Isso é ótimo–, eu disse, minha mente em outro lugar. Houve


uma pausa e depois:

–Eu vou encontrar o doador de esperma na sexta–feira ao


meio–dia.

Meu pulso ficou quente contra a minha garganta de repente.

– Você quer que eu vá com você?

Eu perguntei. Ele balançou a cabeça.

–Obrigado–. Sua voz se derreteu, mas não muito.

–Eu preferiria fazê–lo o mais rápido e indolor possível. Sue


vai enviar um táxi para buscá–la no final do seu turno nesta
sexta–feira.
Minha cabeça se curvou um pouco ao seu gesto. A conversa
foi realmente dolorosa. Éramos como duas pessoas de noventa
anos tentando fazer planos para o funeral do outro. Nós nos
divertimos mais nos incomodando quando não estávamos
juntos. Por quê? Por minha culpa. Porque eu realmente não lhe
contei o que estava acontecendo. Porque eu estava com medo de
perdê–lo e, mais importante, que eu iria me perder.

– Eu amo você – eu disse. Ele levantou o olhar do jantar.


Nossos olhos ficaram emaranhados e achados.

– O sentimento é mútuo e é por isso que eu preciso que você


esteja bem, Rosie. Se há algo que eu deveria saber sobre sua
saúde ...

– Nada fora do comum. Concentre–se nas coisas da sua


família. Eu sorri, acariciando a mão dele do outro lado da mesa.
Naquela noite, ele não me tocou e eu não pedi a ele para fazer
isso.

E quando a sexta–feira chegou ... o nosso grande final


também.
Onze anos atrás

– NÃO DEIXE QUE OWL ME MATE, baby.

As lágrimas de Nina brotaram de seus olhos quando ela


pendurou no colarinho do meu úmido sobretudo, agarrando–se
a mim pela sua preciosa vida. Eu só carrego meu sobretudo
quando vou visitá–la. Não era como se alguém apreciasse minha
coleção extravagante de camisas YSL ou meus sueters.

– Você tem que fazer alguma coisa com ele. Ele está me
batendo muito forte. Você vê essas marcas? Você as vê? Ele vai
acabar comigo. Você só vai se sentar e deixar acontecer?

– Você deveria sair daqui. – Eu tiro minha camisa interna


sem mangas e jogo em sua cama. Havia acabado de podar seu
jardim enorme e me preparava para fazer um jantar para nós
três.

– Venha comigo para a Califórnia, Mamãe não se importaria.


– Helen não é sua mãe, Dean, eu sou. – Não havia sentido em
argumentar, mas isso não significava que concordasse com essa
afirmação.

Ela sempre me envergonhava em sua merda conjugal, todo


verão, sem falta. Eu juro que me viu como um híbrido entre seu
guarda–costas e seu assistente pessoal. Eu não podia culpá–la.
Eu acho. Constantemente tentei salvá–la. Para proteger a pessoa
com quem me envolvi.

Naquela noite, Owl chegou em casa bêbado. Nada fora do


comum. Talvez ele não fosse um viciado em drogas como Nina,
mas com certeza gostava de seu bourbon em uma noite quente
de verão. Ele se arrastou para a cama, arrastando os pés e
amaldiçoando. Eu ouvi tudo do meu quarto do outro lado do
corredor enquanto eu estava na cama com a filha de seus
vizinhos, Tiffany. Eu tinha marcas de mordida em meus dedos
para abafar seus gemidos que para provar , mas ninguém
perguntou porque nem como os tinha, porque não interessa a
ninguém. Pensando bem, ninguém se importava com o que
estava acontecendo sob aquele teto.

Gritos afogados e soluços encheram meus ouvidos, eu não


conseguia me concentrar em nossa sessão de beijos, não
conseguindo parar na minha corcunda seca.

–Esta merda vai me deixar louco durante toda a noite–.


rosnei, sacudindo um pouco de cabelo caido sobre o rosto de
Tiff para que pudesse ver melhor seu desejo por mim. Desta vez,
o colchão de molas enferrujadas não rangia. Algo estava
diferente. Foi a primeira vez que a minha intuição era muito
intensa, queimando dentro de mim.
– Sua tia é um desastre,– Tiffany respondeu, escalando em
cima de mim, montando meus quadris e esfregando contra meu
pau. Ela não sabia que Nina era a minha mãe. Meus pais fizeram
questão de manter a boca fechada.

Escutei o som de pele batendo contra pele. Ouvi Nina gritar


de horror, e depois tentar fugir, pulando sobre os móveis, merda
caindo no chão. Colocando as duas mãos em sua cintura Tiffany,
a coloquei de lado e me levantei.

– Eu estou indo verificar e ver se está tudo bem.

– Nunca nada está bem neste lugar–. Tiff disse e caiu na


minha cama. Não estava errada. Todos conheciam os Whittaker
nesta pequena aldeia. Todos sabiam que Nina uma viciada em
drogas com as pupilas tão dilatada como pratos, e que Owl bebe
o equivalente a seu peso em álcool todas as noites e ambos
perderam dinheiro tentando pagar a hipoteca em suas terras a
cada ano. Eu acho que a maioria das pessoas estava orando
porque finalmente iriam desistir de sua pequena aventura,
vender a propriedade, e darem o fora daqui.

– Deixe–me reformular.– Abri a maçaneta da porta, com


corpo meio no corredor.

Não quero que Owl mate Nina nas minhas férias. Melhor?

– Não a matará. – Tiff deslizou para baixo da cama até


encontrar a parede e acendeu um cigarro, ficando confortável.

– Isso é verdade, porque eu mesmo tenho certeza –, Thwack!


Outra soco, outro grito no ar a partir da extremidade do
corredor. Saltei direto para o quarto.
– Você não quer fazer isso–, Tiffany disse atrás de mim,
soprando nuvens de fumaça como se nada importava para ela
neste mundo.

– Eles estão loucos. Você só ficará em apuros.

Ela estava certa, é claro, mas não queria ouvir. Proteja os


necessitados, me dizia uma voz interior. Mesmo essa que te se
tornou um.

Assim que entrei no quarto, Owl jogou–me um vaso. Ele


errou, mas foi o suficiente para inflamar minha raiva e me
empurrar para a situação sem pensar nas consequências. Eu
agarrei–o com os punhos cerrados, batendo impiedosamente
em suas entranhas e o levei para o chão, imobilizando–o
completamente, sem me importar com nada, que estourasse
seus órgãos internos.

– Só porra detenha–se–. Eu exigi em um grito.

– Toque minha mãe mais uma vez e eu vou quebrar cada


maldito osso do seu corpo patético.

Minha mãe Doce Jesus Eu precisava de uma boa dose de


realidade junto com uma parte da coluna vertebral.

– Diz–lhe rapaz! Nina gritou da cama onde ele a havia jogado,


pendurado em um travesseiro. Naquele momento, não parei
para pensar que ela parecia perfeitamente bem. Composto, com
cara limpa e livre de marcas. Quão excitada ela parecia com tudo
isso. E quão doente a situação realmente era.

– Mate–o, Dean! Mate–o! – Eu quebrei o nariz dele.

– Ensine–o a não mexer comigo!


Montando–o em posição de crucifixo, outro cotovelo cruzou
seu rosto. Foi a primeira vez que ela realmente me reconheceu,
e que sua voz não fedia a tédio quando falava comigo. E eu
peguei. Eu enguli a isca com a maldita vara de pesca cheia.
Thwack! Sopro! Tapa! Eu era forte. Era atlético. Fui capaz de
terminar sua bunda velha em menos de dois minutos, não foi
divertido.

– Mate–o por mim, baby!

– Dean! Não, pare.

Eu ouvi a voz sufocada de Tifanny da porta. O que diabos ela


estava fazendo lá? Não que estivesse particularmente
preocupado que soubessem que ela tinha entrado na casa, mas
ela poderia entrar em uma tonelada de problemas de merda.
Seu pai era o pastor da cidade.

– Afaste–se dele! Você vai matá–lo. Você realmente quer


acabar na cadeia? Esse cara é louco!

Segui golpeando Owl, porém sem o mesmo gosto de antes,


percebendo que nem uma vez ele tratou de me golpear. E só
tomou tudo, e Owl não leva desaforo de ninguém. Menos de
mim.

Meus movimentos diminuiram antes de parar


completamente, enquanto a voz de Tiffani voltava mais fria e
cortante.

– Realmente quer ser preso? Vale a pena? Eles valem a pena?


– Gritava pressionando sua palmas juntas, ela tinha razão.

Endireitei minhas costas escutando Nina gritar ao fundo.

– Cala a boca cachorra! Vá pro inferno faça Dean! Faça!


Foi então que me dei conta da câmera.

Me levantei, meus pés instáveis, Owl estava embaixo de mim.


Seu olho ensaguentado, não poderia se distinguir entre seu olho
e nariz, nem sequer seu lábio atravéz de todo o desastre que era
seu rosto. Nem sequer tinha me dado conta que meu sobretudo
estava ensopado de sangue, e não era meu. Olhei direto para a
câmera. A luz vermelha piscando para mim. Quase me
zombando. Nina a sustentava em uma mão e gritava para que eu
o matasse, sua voz rouca devido aos gritos.

Começa o filme.

Ato um – Gravar seu filho cometendo um crime.

Ato dois – Chantageá–lo com a gravação.

Ato três – Ficar rico e resgatar seu cu de novo, desta vez


começando do zero em algum lugar novo.

Fim.

Minha mãe biológica nunca teve uma foto minha. Nunca


gravou um vídeo de meus primeiros passos, primeira palavra ou
algum aniversário. Sem mencionar que possuía um álbum que
pudesse encontrar uma foto do meu rosto. Mas aqui estava ela,
Gravando–me na súplica por salvá–la. Trazendo–me para uma
armadilha. Empurrando–me para o mesmo abismo que lhe tirou
a oportunidade de ser alguém na vida.

– Que diabos está fazendo com isso Nina? – perguntei dando


um passo até ela. Minha voz era fria, ainda com o fluxo de
adrenalina bombeando em minha corrente sanguínea, já não
estava com raíva. Ela por fim estava. Depois de todo esse tempo
conseguio colocar esta lasca de maldade em meus ombros.
Viveria com isso... e morreria com isso, por sua culpa.
– Tem um segundo para explicar, e mais, torça para que seja
bom.

– Isto é tentativa de assassinato. – Arrastou a palavras. Deus,


estava drogada. A cachorra estava muito alta.

– Posso te mandar para prisão por um tempo muito grande,


devido a isso meu filho.

– Filho? – rateou Tiffani atrás de mim. Ela continuava aqui.


Uma pequena parte de mim queria que me deixasse em paz.
Porém uma parte maior queria que ficasse assim poderia servir
como testemunha. Inclinei a cabeça e sorrí. Porque finalmente
entendi.

Minha mãe era o demônio.

Minha mãe me odiava.

Minha mãe me invejava.

E minha mãe nunca iria parar, a não ser que fosse detida, por
mim.

– Você realmente acredita que pode fazer essa merda? – Rí.


Queria assustá–la. E pela maneira que seu rosto se contraiu,
soube que havia tido êxito.–

Vamos Nina. Você é um maldito desastre. Não deixe que meu


cavalheirismo te confunda.

Baixou a câmera, algumas polegadas, surpreendida pelo tom


forte que usei. Sim, definitivamente não era o mesmo bastardo
educado e sorridente que desejava agradá–la. O outro sapato
havia caído e com ele, nenhum tipo de simpatia. Eu não tinha
mais nada para ela. Percebi que ia foder todo o meu futuro se
permitisse que tivesse isso contra mim.
– Largue essa maldita coisa, Nina. – Fui até a cômoda e
peguei um baseado, acendendo–o casualmente, sua câmera
ainda me seguindo.

– Eu não vou pedir duas vezes, e acredite em mim quando eu


digo, você não quer que meu pai descubra isso.

Owl gritou de dor no chão e o chutei, o baseado ainda entre


meus lábios.

– Cala a boca, idiota.

– Poderia chamar uma ambulância? Tiff perguntou,


mordendo as unhas, ainda encostada no batente da porta. Eu
estalei meu pescoço e suspirei.

– Owl trouxe essa merda para si mesmo por ouvir sua viciada
esposa sem cérebro.

Deixe que ela cuide dele. Então, é assim que quer jogar?
Tomei os passos necessários em direção a Nina, peguei a
câmera, tirei a fita e rasguei em pedaços, antes de jogar a
câmera no chão e esmagá–la como um pedaço de pão com o pé.

– Você quer me chantagear com um vídeo estúpido?

As pupilas de Nina dançaram em suas órbitas. A verdade


estava começando a afundar nela, e isso não era bonito. Sacudi
as cinzas do baseado em seus lençóis, exalando a fumaça pelas
minhas narinas.

– Bem? – Eu grunhi na cara dela.

– Você vai falar ou o quê?

Até então, eu não sabia sobre o Walmart. Eu não sabia que


ele havia me abandonado. Eu não sabia que ele partiu para
pegar alguns malditos charutos e cerveja logo depois de me
deixar morrer, nu e gritando, em um banheiro público. Meus
pais mantiveram as partes sórdidas para eles, e eu não os culpo.
Sua versão das coisas era muito mais fácil de digerir: Nina tinha
problemas com drogas. Não podia cuidar de mim. Então eu me
rendí a eles sabendo que eles me amariam ferozmente. O que
eles fizeram.

– Como se fosse sentir falta do dinheiro. – Ela gritou na


minha cara, me empurrando.

– Você tem tudo! Eles te dão tudo, Maldição! Seu sotaque


sulista se aprofundou.

–Eles fazem isso, porque você não o fez. – Foi a minha vez de
levantar a voz. Eu tratei ferozmente de cruzar os braçõs.
Permanecer inteiro. Mas a necessidade de chutar alguma coisa
foi intensa. E Owl estava bem ali, mas estava começando a ficar
um pouco roxo, então eu não queria empurrá–lo mais. Nina se
levantou da cama.

–É verdade. Não o fiz. Joguei sua bunda onde ela pertencia.


Ao lixo. Porque você não era nada e ninguém!

Meu queixo caiu

– O que?

Ela repetiu. Então gritou o resto da história do meu


nascimento. Então ela começou a chorar e a socorrer o marido,
murmurando que tudo ficaria bem.

Tiffany ainda estava ma porta, me observando com uma


mistura de pena, intenção e horror.

– Saia daqui.– Eu indiquei a Tiffany com meu queixo.


– Agora!

–Mas Dean ...

– FORA!– Eu gritei, apontando na direção da porta da frente.

– Estou fodidamente falando sério. Acabou!

E assim foi. Cada parte da minha vida foi concluída.

Eu peguei um avião de volta para casa no dia seguinte e


nunca mais pisei no Alabama novamente.

Tanto quanto eu estava preocupado, o estado deixou de


existir no mapa dos Estados Unidos.

O cara divertido, e feliz que eu fui uma vez morreu lá


também.

Eu estava presente no seu funeral.

E eu tomei o seu lugar todos os dias daquele dia em diante.

Em minha mente.
O que te faz sentir viva?

Observar as árvores passando, o oceano piscando, o


mundo girando em torno de mim como um vestido de festa.
Saber que eu sou parte disso. Aceitar que não ser parte
disso é também a vida.

Sento–me na parte de trás do táxi a caminho dos Hamptons, criando


uma lista de reprodução doente para a nossa estadia. Coisas românticas e
suaves que eu queria que ouvíssemos enquanto fazíamos o jantar, o amor
e lembranças inesquecíveis.

Era um grande dia para Dean e, quando o céu cinzento escureceu


sobre a costa, fiquei imaginando se o tempo simbolizava como tudo iria
acontecer para ele. Estava chovendo muito. Estava vestindo quatro
camadas de roupas. Dois deles casacos. Eu trouxe todos os meus
remédios e o nebulizador comigo em uma bolsa sobre o meu ombro que
pesava nada menos que eu. A verdade é que não me sentia bem. Mas
Dean nos reservara por uma semana de sexta a sexta–feira nos Hamptons
e estava tão ansiosa para fazê–lo feliz, agora mais do que nunca.

Iria resolver um mistério de trinta anos. Tenho certeza que ele pagou
muito por isso. Eu ia estar lá para ele, em todos os sentidos da palavra,
mesmo que tivesse que suportar um pouco de desconforto físico.
– Está chovendo muito feio lá fora–, observou o motorista, apontando
para os limpadores de para–brisa. Eles se moveram furiosamente pelo
pára–brisa. A chuva atingiu o teto como se estivesse tentando quebrá–lo.

– Está– , eu concordei.

– Sinto que tenha que dirigir de volta para Nova York sozinho.
Provavelmente é um incômodo.

– Pffft–, o velho riu.

– Não sinta por mim. Sinta–o pelos desamparados. Aqueles


corredores loucos por lá. Os ciclistas. Pessoas que realmente precisam
ficar de fora na chuva.

– Eu me sinto mal por eles também– , eu disse.

– Exceto pelos corredores. Ninguém os fez correr nesse clima. –


Passamos por um homem com uma capa de chuva amarela brilhante ao
longo do lado da estrada.

Supunha–se que Dean já estaria na casa que alugamos para este


momento. Enviei–lhe uma mensagem antes para perguntar se ele estaria
lá às sete e ele disse que sim. E já eram quinze para as oito.

Esperava que a razão pela qual eu não tinha ouvido falar dele era
porque teve um bom e longo encontro com seu pai biológico. Eu esperava
que isso significasse que eles estavam tentando se reconectar. Eu
esperava muitas coisas, mas tentei não empurrar ao ligar ou enviar
mensagens em excesso.

Mesmo assim, eu estava preocupada, então peguei meu telefone e o


escrevi.

Rosie: Estou quase chegando. Excitada por passar a


semana toda juntos. Como foi?

Dean não respondeu. O táxi estacionou em frente a uma propriedade


clássica de um andar que ostentava um jardim da frente que poderia
envergonhar o Palácio de Versalhes. Não ignorei que a casa estava
cercada de paisagem, floresta e nada mais. Sem casas vizinhas. Sem lojas.
Só nós dois neste imenso espaço.

O motorista, um homem robusto na casa dos sessenta anos, saiu do


veículo, correu para trás e tirou minha mala do porta–malas. Então ele
me ajudou com minha bolsa de nebulização. Eu corri todo o caminho até
a porta da frente, protegendo meus olhos da chuva e pressionando a
campainha algumas vezes. Virando a cabeça para trás, acenei para o
taxista.

– Tenha um bom fim de semana! – Eu gritei sem fôlego. Malditos


pulmões.

– Você também, querida. – Ele ficou lá por mais alguns segundos. Eu o


dispensei novamente. Não havia necessidade de ele ficar lá no frio e
esperar por mim. Finalmente ele saiu.

Toquei a campainha novamente. Nada Peguei meu telefone e liguei


para Dean. A visão da costa quase me levou até o outro lado da rua e o
frio fez cócegas em meus órgãos internos. Sem resposta. Liguei mais três
vezes e enviei uma mensagem para ele.

Rosie: Sirius para a Terra, onde você está? Estou do


lado de fora, esperando.

Rosie: Ok, está muito frio e faz dez minutos desde que
cheguei aqui. Vou chamar um táxi e esperar por você em um
café no centro da cidade.

Rosie: O próximo táxi disponível vem aqui em trinta


minutos. Onde você está? Isso está me preocupando. Me
ligue de volta. Eu te amo

A chuva caiu sobre mim e eu joguei meus punhos contra a porta,


rezando para que estivesse ali. Que não podia me ouvir por causa do
barulho da chuva ou que estava tirando uma soneca e que ele iria me
responder a qualquer momento. O desespero na minha voz me pegou de
surpresa.

– Ei! Oi! Estou aqui!


Sem resposta.

Meus dentes batiam.

Meu corpo estremeceu.

Eu estava encharcada, da cabeça aos pés, sem ninguém para me


acudir e minhas roupas ficaram pesadas com a chuva.

O terror me encontrou no espaço entre ansiedade e medo. Eu sabia o


que estava acontecendo, mas não consegui impedir. E enquanto o granizo
batia no meu rosto como vidro, eu queria uma coisa acima de tudo.

Não me falte, Dean. Eu implorei. Não seja minha perdição.


A terra não parecia tão firme sob meus pés naquele dia.

Esse deveria ser meu primeiro aviso.

Depois de transferir os seiscentos mil dólares para a conta


bancária desnutrida de Nina, ela enviou uma mensagem com o
nome de um café do outro lado da estrada e disse que ele estaria
lá ao meio–dia. Isso me deu muita liberdade para chegar aos
Hamptons a tempo. Mesmo que o trânsito estivesse doido, as
estradas estivessem bloqueadas e o tempo estivesse contra
mim.

– Tirarei o resto do dia de folga. Se alguém perguntar onde


estou, diga–lhes que no inferno.– Eu disse a Sue, fechando meu
laptop e andando pela área de recepção.

Eu coloquei meu casaco Valentino com estampa tropical. Sue


me deu um olhar de lado, e me deu uma espécie de sorriso de
merda.

– Tenha um bom final de semana, Sr. Cole.

– Você também, senhorita Pearson. – Foda–se ela. Se


quisesse usar o sobrenome, eu também. Nada me incomodaria.
Sue foi apenas um barulho neste momento.
Com passos poderosos, fiz meu caminho até o café do outro
lado da rua. A chuva caiu como se sofresse de TPM. Furiosa
como merda. Não é metade do que eu provavelmente iria usar,
mas sim. No minuto em que abri a porta e toquei o sino acima,
ele me levou de volta ao The Black Hole e Rosie, então tentei
respirar fundo. Eu estava otimista que Nina não viria. Ela
conseguiu o que queria e não tinha mais nada para me coagir. A
esta altura provavelmente já esqueceu meu nome. Ilusões e tudo
mais.

O café estava lotado de empresários e mulheres tentando


conseguir um sanduíche para o almoço, então, primeiro,
vasculhei a sala com os olhos céticos, imaginando como diabos
nos reconheceríamos. Talvez eu deveria mencionar que era
grande e usava roupas de grife excêntricas. Não havia nada que
passasse pela minha jaqueta maluca.

Andei pelo bar e comecei a olhar para os rostos de pessoas,


pratos, telas de telefones, desesperado para reconhecer alguém
que parecesse comigo.

Três jovens de traje. Nop–

Dois estudantes tomando café com seus MacBooks. Seguindo.

Um cara de oitenta anos de idade em um terno de três peças.


Como o inferno. Ele não era do tipo de Nina.

Uma mulher de trinta e alguma coisa que me devolveu um


olhar e um sorriso vermelho vivo. Sinto muito amor. Felizmente
tomado.

Meus olhos estavam frenéticos, implorando para encontrar o


suspeito certo, e meu coração estava fazendo a mesma coisa que
ele fez quando Rosie tirou suas roupas antes de irmos para a
cama.

Então eu reconheci uma cabeça com grosso cabelo grisalho


que fez minhas sobrancelhas baixarem e um sorriso deixar
meus lábios.

– Papai? – Eu andei até uma pequena mesa no canto da sala.


Meu pai, Eli Cole, sentado ali, olhando para uma xícara de café.

– Jesus, você está na cidade? Porque você não me disse? É


por causa do caso do Farlon? – perguntei.

Ele levantou os olhos do café e ficou em pé, mas não disse


nada.

Nem uma maldita coisa.

Não, não, não, não, não, não.

Eu dei um passo para trás.

– Onde está a Nina? – Eu perguntei. Eu estava louco, certo? O


tipo de merda doente e distorcida que passou pela minha cabeça
quando assumi que Rosie estava me traindo quando estava
realmente no hospital. Meu pai estava feliz casado com minha
mãe quando Nina ficou grávida. Talvez meu pai biológico tenha
fugido no último minuto e Eli estivesse aqui para pegar os
pedaços.

– Sente–se –Ele disse.

– Não–. Eu não conseguia sentir meu rosto.

– Me diga por que merda você está aqui e onde está Nina.

– Linguagem, Dean.
– Foda–se a linguagem, papai–. Me apoiei usando as costas de
uma cadeira.

– O que está acontecendo?

O pânico correu no meu sangue. Isso não poderia significar o


que achava que significava. Papai chegou mais perto e colocou a
mão no meu ombro. Seu aperto não era tão firme como
normalmente era.

– Eu queria te contar quando estava em Sinners Saints para


Ação de Graças ...

– Não –Eu disse, envergonhado. Eu o empurro, sentindo


como se alguém tivesse me atingido no nariz de dentro da
minha cabeça. Sua cabeça bateu na parede e seu ombro
empurrou uma mulher para trás que nos deu uma olhada.

– Minha vida não é uma novela sangrenta, e não, você fodia


Nina enquanto era casado com mamãe – disse isso como uma
declaração, mas obviamente, isso também era uma ilusão.

Ele levantou as mãos em sinal de rendição.

– Há muito sobre o que temos que conversar, filho. Você


deveria se sentar.

– Pare de me dizer como me sinto!– Eu levantei minha voz,


batendo na mesa com as duas mãos.

Onze anos atrás, Donald Whittaker foi finalmente admitido


em Emergências depois de dois dias de dor excruciante para
ajudá–lo com um nariz quebrado, duas costelas fraturadas e
vários cortes que eu causei a ele. Ele não tinha seguro, então
Owl e Nina tiveram que pagar uma tonelada por sua estada no
hospital. O que ele não sabia era que a única coisa que o
separava da morte era a filha do Pregador, Tiffany.

Onze anos depois, fiquei me perguntando quem seria a


Tiffany designada para me impedir de fazer algo com meu pai.
Algo que eu não podería superar. Porque eu realmente queria
fodê–lo mal. E tenho certeza que não usaria o corpo da minha
namorada dessa vez.

– Existe uma explicação para tudo isso. Sua voz tão baixa que
quase sussurrou. As pessoas olhavam para nós sobre as bordas
de suas xícaras de café. Papai me agarrou pelo bíceps e tentou
me puxar para a cadeira na frente dele. Eu não me mexi.

– Diga–me que é um erro, Eli. – A frieza na minha voz enviou


arrepios pelo meu corpo.

– Não é um erro–. Eli estreitou os olhos, ainda sereno, ainda


firme, ainda o mesmo.

– Você nunca foi um erro.

Eu não sabia o que pensar. Eu não sabia o que sentir. Eu não


sabia por que minha mãe ainda era casada com ele quando ele
obviamente fodeu sua irmã mais velha.

E então me golpeou como um caminhão de carga. Eu era ele.


Eu era o idiota que fez isso. Quem ficou entre duas irmãs. Aquele
babaca, ligou o interruptor de ódio? Eu tenho todo o potencial
para ser ele.

– É assim que você conta para mim? – Eu cuspo

– Você se fecha toda vez que tento te alcançar. Jesus Cristo.

– Você está morto para mim.


E naquele momento, era a verdade.

– Fodidamente morto. Não me chame. Não fale comigo. Nem


pense em mim. Eu não vou pensar em você.

Entao saí, a porta chicoteando atrás de mim, me levando ao


bar mais próximo do quarteirão.

Bato meu punho três vezes no balcão.

– Barman! Conhaque.

E apaguei.

Meus olhos se abrem e eu rosno, alcançando com a mão para


tocar minha têmpora. Havia um som irritante zumbindo no meu
ouvido. Parecia um carro velho tentando fazer uma viagem que
não era para fazer. Foi quando meus olhos se arregalaram que
percebi que tinha tubos inseridos em minhas veias. Um
gotejamento intravenoso ao meu lado. O quarto luminoso. Luzes
fluorescentes. Todo o grande espetáculo do hospital.

A história da minha vida e estou me cansando desse enredo


angustiado.

– O que está acontecendo? –Tossi, embora eu não tenha


noção se há mais alguém aqui.

Minha visão turva clareia quando eu pisco. –A sala estava em


chamas, e eu estava imaginando quem manipularia o
termostato. Estava muito quente e úmido o suficiente para fritar
bacon na minha testa. Mmm, bacon. Eu estava com fome.
Certamente, foi um bom sinal.

A máquina. Continua fazendo aquele barulho que parecia me


abalar. Phhhhhhsttttt. Phhhhhhsttt. Phhhhhhsst.

Alguém seriamente precisava desligá–lo antes de eu virar


todo o Hulk com ele.

–Você está no hospital. – Eu ouvi a voz da minha irmã antes


de sentir sua mão quente na minha. Mesmo quando eu estava
suando, minha pele estava um pouco mais fria contra sua pele.

Eu deixo minha cabeça cair para o lado, apertando meus


olhos para fechá–los, e abri–los novamente para poder olhar
para ela. Meus pais estavam sentados ao lado dela, Três pares de
olhos arregalados, me inspecionando como um animal no
zoológico. Seus lábios vêm ao meu rosto, pairando sobre mim.

– Como se sente?

– Melhor do que eu pareço, – suponho que pela aparência


deles.

– Por que estou aqui?

Me lembro a maior parte do que aconteceu. Lembro–me de


bater à porta daquela casa nos Hamptons até a pele dos meus
dedos se abrir. Eu lembro de ligar e mandar mensagens para
Dean. Lembro–me de fazer uma parada de táxi enquanto
estremecia na chuva. Mas não me lembro o que aconteceu
depois. Meu ataque de ansiedade voltou com força total e devo
ter desmaiado ou algo assim.

– Quem me trouxe aqui? –Tossi cada palavra.


– O taxista.

Oh! Eu me senti como uma completa idiota por fazer a


próxima pergunta.

– Onde está Dean?

Millie olhou para a mamãe, a mamãe olhou para o papai e


papai olhou para a janela.

– Não sabemos–. Millie mordiscou seus lábios.

– Vicious está tentando localizá–lo. Nós voamos para cá no


momento em que soubemos.

Eu olhei em volta. Eu não reconheci o quarto, o que


significava que não era o Hospital Lenox Hill. Estávamos a mais
de duas horas de Manhattan. E em Manhattan, eu não tinha
aquela máquina, com aquele barulho terrível e terrível.

– Você tem uma infecção pulmonar grave.

Mamãe puxou Millie para o lado e sentou na minha cama.


Pegou minha mão na sua. E eu quase choraminguei com o gesto.
Eu pressionei meus dedos em sua palma, curtindo esse breve
momento de intimidade. Seu rosto permaneceu torturado.

– Sua infecção se espalhou e o fato de você ter pegado um


resfriado não melhorou as coisas. Seu sistema esta fraco.

Eu dei um tapinha na mão dela e consegui sorrir.

– Não se preocupe, mamãe. Eu tenho infecções pulmonares o


tempo todo.

– Desta vez seu fígado e pâncreas também foram afetados. –


Millie lambeu os lábios, piscando rapidamente. Papai foi até a
janela e encostou a testa no vidro. A chuva caía do outro lado e
talvez fosse porque ele não queria que o víssemos chorar.

– Dissemos a você que o menino era um problema–, suspirou


papai. Não estava mais com raiva. Exasperado, talvez. Exausto,
principalmente.

– Agora não é a hora–, repreendeu Millie.

– Simplesmente você deveria ter retornado a Sinners Saints.


Mamãe enxugou as lágrimas do rosto e me ocorreu que talvez o
meu maior problema não fosse que eu não soubesse onde Dean
estava. Porque mamãe raramente chorava e meu pai nunca
chorava. E Millie ... Eu dei outra olhada nela. Ela mordiscou a
pele morta ao redor do dedo, também lutando contra as
lágrimas.

– Alguém pode desligar essa máquina? – Mudei de assunto,


tentando aliviar a atmosfera.

– Vocês sabem? Aquela que faz sons como se explodissem a


qualquer segundo–, eu disse em uma risada desconfortável.

Millie ergueu os olhos da barriga arredondada e inalou antes


de abrir a boca.

– São seus pulmões, Rosie.

Fechei a boca e escutei atentamente. Merda. Eram meus


pulmões. Eles assobiavam cada vez que inalava uma terna
respiração.

Phhhssssstttt. Phhhhsssstttt. Phhhssstttt.

– Eu não entendo–, murmurei.

– Estou bem.
Seriamente. Eu estava. Tentei me sentar na cama, mas
minhas costas doeram e meus pulmões queimaram. Millie se
levantou rapidamente e me ajudou, ajeitando os travesseiros
nas minhas costas, enquanto mamãe me segurava pelos ombros
para evitar que eu caísse para trás. Meus olhos se focaram nos
meus pés e eu engoli, lembrando o que o Dr. Hasting me disse
em uma de nossas primeiras reuniões.

“Você pode viver uma vida plena e feliz, Rosie. Se você jogar
bem suas cartas e cuidar de si mesmo. A maioria dos pacientes
com fibrose cística morre de complicações pulmonares a longo
prazo e fica incapacitada com o passar do tempo, mas se você
fizer exercícios, fizer fisioterapia intensiva e tomar seus
medicamentos, tudo bem.”

Minha saúde estava tomando o caminho errado? Viajando o


caminho para complicações pulmonares, tomando a curva na
direção da incapacitação? Eu definitivamente não senti como se
tivesse algum poder sobre o meu corpo. Isso me assustou, mais
do que a ideia da morte.

Quando mamãe me soltou para sentar na cama com as costas


contra os travesseiros, meus olhos escureceram. Eu não tentei
tranquilizá–los mais. Era hora deles me tranquilizarem.

–Podemos trazer algo para você, Rosie–bug? Talvez um


pouco de chocolate?

O sorriso forçado de mamãe pareceu um insulto. Foi


doloroso vê–la tentar com tanta força. Não é de admirar que me
implorassem para voltar a Sinners Saints. Levei exatamente
quatro meses para me deteriorar desde que Dean e eu nos
encontramos batendo em portas fechadas no meio de uma
chuva torrencial, esperando que Ruckus abrisse seu coração.
Garota estúpida. As palavras flutuaram em minha mente,
assim como fizeram todos aqueles meses atrás, depois que
fizemos sexo pela primeira vez. Estúpida, estúpida, idiota.

– Estou bem, obrigada–, eu disse, justo quando Vicious


entrou na sala. O fato dele estar aqui em primeiro lugar me
pegou de surpresa. Minha saúde realmente estava na merda se
Vicious tivesse vindo se despedir. Ele colocou o telefone na calça
e se inclinou, beijando a testa de Millie. Meu coração se apertou.

– Dr. Hasting está a caminho. Ele vai interromper suas férias–


, disse ele a ninguém em particular, mas todos nós murmuramos
nossos agradecimentos. Eu pensei que estava fora da cidade por
causa de uma emergência da família, mas talvez a emergência
estivesse dando um tempo nas pessoas como eu. Vicious olhou
para cima e perguntou:

– Como você está, Rosie?

– Sobreviverei–. Eu ri amargamente.

– Quer dizer, você sabe. Ou talvez não.

– Dean está desaparecido–, ele admitiu, levantando uma


sobrancelha e olhando para Emilia, como se pedisse permissão
para continuar. Ela deu–lhe um leve aceno de cabeça.

– Você pode me dizer. Eu sou uma garota grande.

Mesmo que não me veja como uma. Mesmo se não haja como
uma por estar descuidadamente na chuva esperando por Dean.

Vicious esfregou a nuca e expirou audivelmente.

– Ninguém ouviu falar dele desde sexta de manhã. Então, em


pouco mais de vinte e quatro horas.
Bom Espero que ele esteja morto. Não. Não, não espero.
Preocupação comeu meu interior. O que aconteceu com o pai
dele? O que aconteceu com Nina? Por que estava fora do radar e
em que ponto minha lealdade a ele era para me abalar e focar
em mim?

– Ninguém se importa com Dean–. Millie mostrou os dentes,


levantando–se e segurando as costas da cadeira.

– E se ele aparecer aqui, direi o que penso dele.

– Millie

tossi, e todos pararam e olharam para mim, esperando que


eu terminasse. Meu rosto inteiro ficou vermelho antes que eu
conseguisse parar o fluxo de tosse seca.

– Primeiro, certifique–se de que está tudo bem. Descubra se


ele está saudável e então diga a ele o que pensa dele.

– E se ele quiser te ver?– Perguntou.

– Se chegar aqui andando, não, obrigado. Em uma maca? Sim


por favor.

– Estou feliz que ainda tenha seu senso de humor–. Suas


narinas incharam.

–Agora pare de brincar e descanse um pouco.

Não precisou me pedir duas vezes. Dez minutos depois, eu


estava novamente dormindo, seguramente enfiada nos braços
da inconsciência e dos analgésicos. E mesmo que as vozes ao
meu redor fossem abafadas e a luz na sala não me mantivesse
acordada, o som da minha vida desaparecendo foi reproduzido
no fundo enquanto meus pulmões lutavam por ar.
Phhhhhhhsssttttt

Phhhssssssttttt.

Phhhhhssssssttttt.
O que demônios é esse cheiro ?

Levei cerca de um minuto quando reconheci que estava deitado de


barriga em algum lugar, em um quarto que não conhecia, até conseguir
abrir os olhos. Merda, eu me senti mais pesado do que carregando Trent
nas minhas costas, o que eu fiz uma vez quando ele se machucou
enquanto estávamos no ensino médio. Mas agora não era a hora de me
distrair com essa história, pensei.

Onde estava? Olhei em volta. Havia uma lâmpada branca à minha


direita, os lençóis estavam rosados, e o quarto estava limpo e cheirava a
flores ...

Puta merda, não.

Levantei–me rápido demais, tropeçando em uma pilha de roupas e me


endireitando em uma mesinha de cabeceira rosa e branca. Derrubei uma
série de produtos de beleza e ouvi o som de pratos do lado de fora do
quarto. Estava sem sapatos, mas minha calça e camisa estavam intactos ...
Graças a Deus ... e levei exatamente três segundos para me parar no
corredor desta mulher ... seu apartamento era o tamanho da minha
despensa ... e tentei não vomitar minha última refeição no seu chão.

A sala estava girando, minha cabeça estava batendo, e eu tinha


certeza que havia um buraco infinito no meu estômago esperando para
ser preenchido com pão macio que poderia absorver um pouco do álcool
que eu consumi ontem.
– Nós dormimos juntos ontem a noite?

Eu perguntei a mulher na cozinha. Ela se virou e olhou para mim


como se eu fosse uma criatura verde que caiu do céu com um macaco
prateado. Pisquei algumas vezes, tentando descobrir se estava
alucinando ou se isso era real.

– Primeiro, eu bateria em meu próprio rosto antes de dormir com


você.– Ela franziu os lábios e continuou lavando a louça.

– Não. Eu vi você ziguezagueando na rua e murmurando algo sobre


seu pai e Rosie. Tentei ligar para sua namorada, mas ela não respondeu,
então achei que tinha que te oferecer um lugar para ficar. Eu fiquei no
sofá. Você me deve um cartão de presente para uma massagem. É só
deixá–lo por aí–. Ela deu de ombros.

Rosie.

Agradeci a ela e saí correndo, sem sequer me importando em pegar


meu casaco. Meu telefone morreu ontem, e eu tive que conectá–lo ao
carregador para ler as mensagens. Tentei ligar para ela mil vezes, mas ela
não respondeu. Houve uma pilha de chamadas perdidas do resto dos
caras, mas eu os ignorei. Minha próxima ligação foi para Millie. Me enviou
diretamente para o correio de voz. Liguei para os pais de Rosie. Nada,
Finalmente, minha tela se acendeu quando eu estava prestes a ligar para
ela novamente e era Vicious. Eu coloquei o telefone no meu ouvido.

– Eu não sei onde ela está

Eu respondi, o terror apertando na minha garganta.

–Merda, Vic, ela não está em seu apartamento, e ela não tinha as
chaves da casa dos Hamptons, então não tenho ideia de onde ela foi.

– Ela está no hospital, seu idiota. Seus pulmões estão em colapso. Seu
fígado não está funcionando e mal consegue respirar. Parabéns, você
estragou seu grande momento.
Ele disse em uma voz seca. Eu desabei em um banquinho na minha
cozinha, agarrando a parte de trás do meu pescoço com tanta força que
me fez sangrar.

– Que hospital?

– Eu não vou te dizer nada, cara. Ninguém quer ver você aqui.

– Eu preciso vê–la.

–Isso não vai acontecer. Eu vou chutar sua bunda se você tentar, e se
de alguma forma você conseguir passar por mim, seu pai te arrebentará
sua cara. Fique longe.

– Vicious–. Eu rosnei.

– O que diabos você estava fazendo? O que era mais importante do


que abrir a porta para sua namorada doente?

Ficando bêbado, pensei amargamente.

Então percebi que isso era exatamente o que ela fez. Estava
desesperada contra a porta enquanto eu estava sentado em um bar perto
da lareira quente, bebendo bebidas destiladas. Infeliz, infeliz, infeliz.

– Está acordada?– Perguntei, pegando minhas chaves uma vez. Ele


ouviu o som me dizendo que era uma má ideia.

– Vem e vai.

– Eu preciso vê–la.– Era como um disco arranhando que não pararia


de girar para conseguir o que queria.

– Você já disse isso.

Vicious não pareceu muito impressionado co minha


persistência.

– Não parece bom para você, os LeBlanc estão loucos. Millie parece
um inferno. Não é um bom momento para vir aqui.
Eu não me importo. Bem, eu deveria. A voz de Vicious era grave. O
tempo é tudo. Era e nós sabíamos disso. O tempo colocou Mille e eu
juntos, embora nunca devêssemos ter estado. O tempo separou Rosie e
eu, embora devêssemos sempre ter estado. Então também o tempo foi o
que nos trouxe de volta juntos. Eu ia desafiar o tempo. Por ela.

– Diga-me onde está.

– Isso não vai acontecer.

– Vicious, eu vou arruinar sua bunda se você não me disser, e nós dois
sabemos que em algum momento eu vou descobrir.

Nenhuma resposta

– Vicious!

Nada

– Vicious!

A linha estava morta Eu tinha a sensação de que logo meu coração


estaria igual, se eu não a encontrasse.

****

Eu descobri onde foi hospitalizada uma hora depois. Mandei Elle ligar
para os pais de Rosie, prometendo a ela um fim de semana no Spa, onde
ela iria amar e eu fui lá. Peguei o Mercedes que estava estacionado por
meses e dirigi como se uma horda de demônios estivesse me caçando. E
eles fizeram isso. Aqueles demônios me fizeram beber. Eu era
responsável pelo fato de que minha namorada estava morrendo em uma
cama de hospital.

Ei, imbecil. Você merece morrer também.

Meu pai continuou ligando, terminando minha bateria no processo.


Centenas de vezes. Mamãe também. Minhas irmãs deixaram mensagens
de voz e textos que duraríam um século. Fodam–se. Bem, minhas irmãs
não. Primeiro, nojento. Segundo, elas provavelmente saberiam apenas o
que meus pais queriam que elas soubessem. Elas nunca perdoariam Eli.
Merda, como mamãe poderia tê–lo de volta depois do que ele fez com ela?
Eu fiz uma nota mental para perguntar a ela quando minha vida não
estivesse coberta de merda. Se alguma vez não esteve.

Eu estacionei no Hospital Bom Samaritano nos Hamptons e fui para a


recepcionista perguntando por Rose LeBlanc. Ela me disse para se foder,
mas com palavras mais agradáveis. A linha inferior era que a paciente
LeBlanc não estava recebendo visitas a não ser a família.

Eu não posso ter certeza de onde veio essa ordem ... dela ou dos pais
dela ... porém o resultado era o mesmo.

Andei pela sala de espera porque não havia mais nada que pudessem
fazer para me impedir. Liguei para Vicious, Millie e Rosie a cada dois
minutos. Eu chutei a máquina algumas vezes quando minha mente me
sufocou com culpa. Eu puxei meu cabelo. Eu fiz promessas para Rosie que
ela não podia ouvir. Eu quebrei essas promessas. Pensei em maneiras
criativas de entrar em seu quarto. Lembrando que eu nem sei qual era o
número do seu quarto. Eu amaldiçoei mais vezes. Em geral, agi como um
filho da puta maluco.

Eu a estava perdendo e não era legal.

Vícious saiu do elevador algumas horas depois e se aproximou de


mim, nem mesmo meio surpreso ao me ver lá. Ele agarrou atrás do meu
pescoço, quase pronto para me puxar para um abraço. Merda não. Esta
não foi a novela da manhã. embora eu tenha descoberto que meu amado
herói, Eli Cole, era de fato um mulherengo. Fodido saco de merda do pior
tipo.

– Você parece uma merda.– Seus lábios apenas se moveram.

– Fodida coincidência, você também não parece material para


Victoria´s Secrets.–Levantei uma sobrancelha.

Ele riu, o infeliz realmente riu na minha cara. Rosie estava lutando por
sua vida, e ele parecia não ter preocupações no mundo.
– Bem–. Seu sorriso morreu abruptamente.

–Você agiu como uma merda também.

– Como ela está?– Esfreguei os olhos, sentindo como se não tivesse


dormido há anos.

– Não está bem–, admitiu.

–Estável, eu acho. Dorme muito. E faz um som chocante quando


respira. Como se seus pulmões estivessem cheios de agulhas
enferrujadas.

Mate me. Agora.

Ele sabia disso. Ele sabia apenas me ver que não havia necessidade de
me fazer sentir culpado por tudo o que acontecera. Eu já estava no fundo
da minha vida, tentando arranhar meu caminho de volta para o universo
de Rosie com unhas sangrando.

– O que aconteceu? –Vicious começou a andar em direção ao


Starbucks do outro lado da rua e emparelhei meus passos com ele. Tanto
quanto eu odiava passear com o cachorro de Vicious, eu tive que recrutá–
lo para o meu lado. Isso, por si só, parecia impossível. Nós sempre
estivemos cara a cara. Eu acho que isso manteve nossa amizade viva. A
batalha constante

– A mãe de todas as tempestades de merda. – Passei a mão pelo meu


cabelo e bati na parede mais próxima. Porra, eu ia contar a ele. Porque eu
tive que fazer. Por Rosie. Atiro:

– sou adotado. Até agora eu pensei que meus pais me adotaram da


minha tia a raposa que ficou grávida de um pedaço de merda que
desapareceu. Acontece que o pedaço de merda que falta é de fato o
advogado de alto escalão Eli Cole. Ele dormiu com a irmã mais velha de
sua esposa quando eles já estavam casados e eles decidiram esconder
isso de mim por trinta anos. Então, você sabe, o resumo do caralho.

– Merda–, disse Vicious, parando para olhar nos meus olhos,


certificando–se de que não era uma grande, gorda e triste piada.
Depois disso, pegamos nossos cafés e nos sentamos perto da janela
para ver o hospital. O pensamento de que eu estava tão perto fisicamente,
mas mentalmente tão distante deixava minha mente um caos. Eu senti
como se tudo estivesse acabando. O mundo. Nós. Ela.

– Isso é um grande desastre. Eu não tinha ideia de que Eli seria capaz
de nos superar, disse Vicious, provavelmente referindo–se ao fato de ter
mergulhado seu pênis na irmã de sua esposa.

– Está nos genes, suponho. Eu acariciei meu queixo pensativamente,


tomando um gole da minha xícara de Joe.

– Quem diabos se importa com isso, Vic? Seriamente.Ela precisava de


mim e eu a deixei esperando. Ela precisava de mim e ficou na chuva
esperando por mim. Eu deveria queimar no inferno por isso. Na verdade,
aposto que você ficaria feliz em acender a maldita fogueira.

Vicious me deu de ombros sem compromisso, passando os dentes


pelo lábio inferior.

– O que?– Eu o cutuquei.

– Quero dizer, honestamente? Quem não estragou tudo? Eu fodi


muitas vezes com Emilia. Eu fiz coisas muito piores. Mas ela não estava
doente. Essa é a única diferença. Ela estava lá para me aceitar quando eu
finalmente puxei minha cabeça para fora da minha bunda e comecei a me
humilhar.

– E você acha que Rosie não vai conseguir? – Limpei a garganta


porque não conseguia engolir, não havia ar suficiente na maldita sala
enquanto esperava pela sua resposta.

Ele olhou para mim.

– Não sou médico, mas estaria mentindo se dissesse que seu


prognóstico é bom.

– Tenho que falar com ela. – Acomodei meu corpo para enfrentá–lo,
agarrando seus ombros e forçando–o a olhar para mim ... para ver a
minha dor.
– Você tem que me ajudar, Vic. Eu não posso ficar sem vê–la agora.
Você percebe isso, certo?

Ele me mediu, silencioso e astuto. Seus lábios pressionados juntos. Ele


estava pensando.

– O que você quer? –Eu esfreguei meu rosto

– me dê seu preço.

Caramba, nós estávamos fazendo isso de novo. Isso.Negociando a


felicidade do outro. Bom o que seja. Tudo tem um preço. Especialmente
no mundo de Vicious.

– Quanto me custaria chegar a ela?

Nada era um limite difícil. Eu acho que sabia disso.

– Eu quero quinze por cento de suas ações na Fiscal Heights Holdigns.

Ele me deu uma colherada do meu próprio remédio e empurrou–o


para o fundo da minha maldita garganta. Eu nem sequer pensei sobre a
sua demanda antes que as palavras saíssem da minha boca.

– Tome–as. São suas. Agora me leve lá. Preciso vê–la

– Vinte. Quiz dizer. Imbecil.

Direto em seu rosto, eu disse

–É seu.

– Vinte e cinco. De todas as suas ações. Minhas. Assinado amanhã de


manhã.

– Tome todas as minhas ações. Leve minhas roupas e meu


apartamento, até meus órgãos internos. Deixa–me vê–la. Converse com o
LeBlanc.

Levantou–se, terminando o café de um só gole e baixou a voz.

–A coisa é essa. Senhor desgraçado. Não preciso de nada da sua


merda. Mas eu vou te ajudar. Esta é a parte difícil, a propósito. Mesmo
que seus pais concordem em deixá–lo vê–la, as irmãs LeBlanc não são
fáceis de passar.

Eu parei, deixando um sorriso finalmente aparecer no meu rosto.

–Bem, então é bom que eu seja um excelente atacante.


O que te faz sentir viva?

A luta. Respirar. Estar viva. Não deixar ir.

Os murmúrios atrás da porta fechada me acordaram. Quem


estava lá, perdeu a paciência rapidamente. Os fortes passos no
chão me alertaram. Então as vozes começaram a sangrar em
meus ouvidos e as peças do quebra–cabeça se encaixaram.

Mamãe levantou a voz.

– Eu realmente não me importo. Minha filha está muito


doente e você estava muito ciente disso. Você a conhece, afinal.
Agora vá embora, garoto, e não volte aqui. Rosie está lutando
por sua vida, e sem remorso, eu te culpo por isso. Você acha que
ela vai querer ver você?

– Sra. LeBlanc – sua voz tinha um canto que eu não conseguia


decodificar. Dean Cole não era do tipo humilhante.

– Peço desculpas. Deixe sua filha decidir por si mesma. Eu lhe


garanto que ela quer me ouvir. Pergunte a ela.
–Está dormindo.

Eu abri minha boca com a intenção de chamá–lo, mas nada


saiu. A transformação indesejada que meu corpo sofrera nas
últimas horas me deixou sem palavras. Literalmente. Incapaz de
mover minha cabeça, me encontrei lutando pela próxima
piscadela. Tudo doía. Eu tive que respirar fundo de propósito
para garantir que meus pulmões não quebrassem. Eu precisava
ligar para a enfermeira para administrar minha dose de
analgésico. Mas eu não reivindiquei. A morfina só me faria
dormir mais, havia muita coisa acontecendo ao meu redor, eu
não queria perder nada. A outra razão pela qual eu não queria
receber mais narcóticos era o medo cru e nu. E se eu dormisse
no meu sonho? Meus olhos estavam pesados, mas lutei para
ficar acordada.

Eu estava desesperada para ver Dean novamente.

Ele tinha estragado tudo? Sim, grandemente.

Estava com raiva dele? Claro. Furiosa.

Mas quando se está no seu leito de morte, não há tempo para


ficar com raiva. O espírito de vingança foi jogado pela janela
junto com qualquer outro traço negativo, devorador de alma,
que estava enraizado em nós. Quando você estava em seu leito
de morte, o tempo lhe lembrava como era realmente precioso.
Os sentimentos estavam expostos e abertos para o mundo ver,
remexer e cavar dentro.

– Charlene–. Vicious interferiu do corredor do hospital do


lado de fora da minha porta.
– Rosie ama Dean. Ele tem uma razão para não encontrá–la
nos Hamptons ontem, e posso dizer–lhe que a razão dele não
fede. Pelo menos, pergunte se ela quer vê–lo.

– Bem, mas não agora. – Mamãe bufou e a ouvi bater na coxa


dela.

– Como eu disse, ela está realmente dormindo agora, e eu


vou ser amaldiçoada se algo como esse sem noção a acordar
enquanto ela poderia estar descansando. Vai embora.Eu te ligo
quando ela acordar.

– Nova Iorque está a três horas de distância, minha senhora.


– Dean tentou argumentar com ela.

– E isso é uma longa viagem, é, Sr. Cole? Minha filha fez isso
para ver você aqui. Você nem se incomodou em aparecer.

Isso os calou. Alguns minutos depois, a porta se abriu e


mamãe entrou. Eu não sabia onde Millie e papai estavam, mas
percebi que eles estavam se revezando para me ver. Cada
momento de vigília foi gasto com outra pessoa. Isso fez com que
chegar a Dean por uma mensagem ou uma ligação se tornasse
impossível. Pedir espaço pessoal não era justo para as pessoas
que pararam suas vidas para fornecer–las para mim.

O colchão afundou quando minha irmã veio se sentar ao


meu lado.

– Como você está se sentindo, querida?

Eu abri minha boca e tentei falar, mas minhas palavras


saíram em um silvo desesperado.

– Melhor.
Ela riu e fungou, enxugando algumas lágrimas. Eu me
perguntava se todas as famílias eram desastres de proporções
épicas quando o mais novo estava morrendo, ou era apenas a
minha? Não era mais uma garota, mas costumava ser o bebê de
todos. Vicious me chamava de Pequena LeBlanc. Dean me
chamava de Baby LeBlanc. Todos os outros, Rosie–bug. E uma
parte de mim acreditava tolamente que eu tinha mais tempo.

– Todo o mundo está mantendo você em suas orações. Eu


vou à igreja sob a estrada todos os dias. Baron está chamando
um pneumologista fantástico da Inglaterra. Ele voará para cá se
as coisas não melhorarem. Mas elas vão, minha querida menina.
– Ela acariciou minha testa, lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Não estava tentando esconder ou limpá–los mais.

– Minha querida, você vai sair daqui andando. Eu sei que


você vai. – Sua testa encontrou a minha e eu fechei meus olhos,
sentindo as lágrimas quentes vazarem sob meus cílios. Eu não
queria chorar, especialmente na frente da minha mãe, mas não
me sentia mais forte. Ser forte cansava. Tentar ser independente
e forte foi o que me trouxe aqui em primeiro lugar. Ser forte me
deixou doente.

– Mãe, sussurrei

–Eu sei, vou ficar bem, ok? Me desculpe, eu não ouvi você
sobre Sinners Saints. Eu sei que você teve boas intenções. Eu só
queria parar de ser tratada como um bebê.

– Eu sei, querida, eu sei, eu sei–, ela repetiu, beijando minha


testa e minhas lágrimas uma e outra vez. Isso não me afastou de
não ter respondido a minha pergunta. Não me escapou nada.
Eu estava empoleirado na varanda do lado de fora da mansão
Hamptons que eu havia alugado, deixando a chuva bater na
porra da minha cara, porque eu merecia isso. Só para ter certeza
de que eu era um completo perdedor e um idiota incompetente
e miserável, eu bebi vodka direto da garrafa, tentando sentir
como ela se sentiu quando estava do lado de fora, porra sabe
quanto tempo.

Eu mereci isso. Cada um dos pedaços da vida que estava


recebendo. Apenas e fodidamente quadrado.

Eu não deveria ter bebido três garrafas de vodka em vinte e


quatro horas. Mas eu fiz isso. Porque essa merda com a qual te
alimentam tocando no fundo e vê a luz. É só isso. Uma carga de
merda. Na realidade, quando você bate no fundo, você fica lá por
um longo tempo, cochila estendido, porque o fundo ainda é chão
sólido. Especialmente quando o resto do mundo está pendurado
como pluma em uma balança.

Ser um viciado cuja vida cai diante dele é desgastante. Mais


do que ser o filho amado, o homem de negócios afiado, o homem
que lhe daria quatro orgasmos mesmo antes de ele tocar em
você. Eu descobri da maneira mais difícil. A verdade era que a
fraqueza convidava mais fraqueza. E saber que Rosie estava
morrendo não me fez um cavaleiro de armadura brilhante e
ajudou meu problema de bebida a desaparecer. Ele serviu como
o tijolo pesado que me mergulhou nas profundezas da miséria.
Deitado nos degraus da entrada da mansão com uma garrafa
nos lábios, olhei para as árvores frondosas tentando lutar contra
o vento e ri de como eu me tornara patético.

Era uma segunda feira. Meio–dia O resto do mundo estava


cheio de vida. Eu estava zumbindo de raiva. Eu precisava pensar
em uma maneira de recuperá–la. A conversa de Vicious com
seus pais não ajudou nem um pouco.

Não me incomodei em responder aos meus pais quando


ligaram. A única coisa que fiz foi ir ao hospital em horários
aleatórios, exigindo ver Rosie. No começo eles me chutaram
porque ela estava dormindo. Então foi porque eu estava muito
bêbado para funcionar. Pelo menos eu tinha um lugar para ficar
enquanto esperava Rosie me ver. Ah sim, karma não é o único
que é uma puta. A ironia também tinha um senso de humor
distorcido.

Vicious tentou estar lá para mim, mas eu o afastei. Trent


estava preocupado, mas ele não podia deixar Luna, e Jaime
estava chateado porque nem Vic nem eu dissemos a ele o que
me fez enlouquecer no mundo e resgatar minha namorada.

Nina parou de ligar agora que tinha o dinheiro, pelo menos


eu tenho isso para mim, embora eu não poderia mesmo notar a
sua ausência na minha vida, porque afinal de contas,
essencialmente, minha mãe biológica parou de me dar merda no
porra minuto que lhe paguei.

Merda, idiota. Sua vida é um desastre quente. Um carro


alugado parou em frente à porta da mansão e eu não precisei
ver os rostos dos ocupantes para saber quem eles eram. Volvo
Sempre com a porra do Volvo. A cerca branca jaz e três crianças
perfeitas tentando alimentar o mundo. Eu realmente comprei
essa merda. Até agora.

Fodido Vicious por dar–lhe o endereço. Ele deveria ter feito


isso, porque eu com certeza não fiz isso.

Minha mãe foi a primeira a sair do carro. Não abriu o


guarda–chuva na mão, apenas correu ligeiramente a pouca
distância do veículo até a varanda, esfregando as mãos, embora
estivesse usando um casaco rosa.

– Querido. – O rosto dela era artificial, o cabelo perfeito e não


parecia tão desanimada quanto eu pelo que meu pai fizera. O
mesmo pai que podia ver por trás do ombro, estacionando o
veículo e sentado no banco do motorista. Caralho covarde

– Temos que conversar querido. Nós não podemos continuar


assim.

– Podemos, e vamos. Vá embora–, eu lamentei. Eu parecia


uma merda. Agia como um pequeno também. E eu estava
bêbado, o que ela podia ver.

Minha mãe me ignorou, subiu as escadas até a porta e abriu.

– Eu vou fazer um chá. Você deveria se juntar a mim, querido.


Está frio lá fora.

Minha mãe ainda agia como a mãe amorosa que era, mesmo
quando eu a colocava no inferno. Mesmo quando ela era a
última pessoa com quem eu deveria estar zangado, porque toda
vez que ela me olhava na cara, via a infidelidade do marido com
sua irmã. Nos meus olhos, que eram da Nina. Meus lábios, que
eram dele. Minha existência deveria ser um espinho em seu
coração. Mas de alguma forma, ela sempre me fez sentir como
aquela batida do coração para mim. E foi isso que me fez tirar a
minha bunda da varanda e mover um dedo, apontando
diretamente para o meu pai.

– Fique onde você está.– Eu levantei minha voz.

– Ela tudo bem, mas você não é bem vindo aqui, pedaço de
merda infiel.

Dois minutos depois, ela enrolou um cobertor em volta dos


meus ombros e eu estava sentado na cozinha de um estranho
tomando chá forte pela primeira vez na vida. Que homem com
menos de sessenta bebe chá de bom grado? Eu suponho.

– Ouça–me, querido–. Mamãe se inclinou para frente em seu


assento na minha frente e pegou minha mão na dela. Ela ainda
estava quente. Como estava quente? Bem, não ficar sentado fora
por horas e horas tentando compensar seu comportamento
tinha algo a ver com isso.

– Eu sei que você está com raiva e confuso. Você tem todo o
direito de estar. E se você pensa por um segundo que eu aceitei
na hora o que aconteceu ou eu deixei isso acontecer, você está
completamente errado. Eu pedi o divórcio, Dean. Eu não queria
seu pai depois de descobrir o que ele fez. E, francamente, eu
também não te quiz.

Oh

– Entretanto está aqui. – Eu zombei, meus olhos estavam


mortos.

–Eu estou.– Ela sorriu.

– Graças a você. Você valeu a pena. Quando percebi que você


era meu para cuidar, eu te amei. Tanto que estava disposta a dar
a Eli outra chance, mesmo que ele não merecesse. Seu pai estava
errado. Grande momento.Mas as coisas nem sempre são o que
parecem. Você deveria saber melhor que ninguém.

Ela queria dizer Millie e Rosie. E ela estava certa. Embora eu


não gostasse muito de Millie, e ela realmente não me amava,
isso ainda acontecia.

– Foi ideia sua que eu me juntasse a ela. Passei os verões em


sua fazenda – eu disse suavemente. Mamãe sacudiu a cabeça.

–Dean, você me pediu para ir. Você disse que amava isso lá.
Do meu ponto de vista, ela tinha parado de usar drogas e
morava em uma fazenda. Nos vendeu mentiras. Eu pensei que
você iria nos dizer se não gostasse de lá. Eu estava sempre
perguntando a você, Dean. Todo verão, eu perguntava se você
gostava de lá. Você sempre disse sim.

Queria que você me amasse. – Eu engoli, a escuridão


nublando minha expressão. Jesus, sonho patético. Mesmo para
meus próprios ouvidos. Os olhos da minha mãe brilhavam com
lágrimas não derramadas. Eu sofri por ela tanto quanto ela
sofreu por mim, mas eu não estava nem perto do que estava por
Rosie.

A porta da frente abriu e fechou, e minha mãe se levantou e


olhou para trás do ombro, o rosto sereno.

– Tem muito o que falar, você e seu pai, mas eu vou dizer
uma coisa, Dean. O amor não é perfeito. A vida não é perfeita. No
entanto, são coisas extremamente bonitas que você deve
valorizar todos os dias. Estou feliz com seu pai. E o que
aconteceu no passado pertence ao mesmo ... o passado.

Eli entrou na cozinha amarela e tomou o assento que minha


mãe ocupou um segundo atrás. Eu tirei a máscara que coloquei
pra mamãe e dei a ele meu rosto idiota. Aquele que eu agora
sabia que recebi dele.

– Eu pensei que tivesse dito para não sair do carro.

– Eu pensei que você sabia que não deveria dar ordens ao


seu pai, Dean Leonard Cole.

Eu abri meus braços e reclinei na minha cadeira, sorrindo.

–Suponho que lhe devo um obrigado por finalmente me dizer


que sou seu filho biológico. Se eu incluir algumas centenas de
dólares a mais, você me dará mais detalhes? Talvez onde fui
concebido? E, claro, se Nina é escandalosa. – Não foi como se eu
não soubesse a resposta para aquela última. Nina tinha uma
coisa que me fez sentir desconfortável. Realmente
desconfortável. Não me lembro de um verão em que eu não a
peguei e / ou escutei ela e Owl fazendo isso. Isso me fez
engasgar, mas eu não podia fazer nada sobre isso. Paredes finas
Além disso, às vezes eu costumava andar até a cozinha ou a sala
de estar e eles iriam estar fodendo e sorrindo para mim. Não
admira que eu amei tanto ficar deitado no feno lá fora.

– Eu posso te ajudar. –Meu pai ignorou minha merda, o que


foi estranho para ele. Ele nunca me deixou sair como sendo um
imbecil. Nem aos trinta anos.

–Com que? – Eu rí.

– Com sua espiral autodestrutiva. E com o melhor


entendimento da verdade.

– Sua verdade me custou seiscentos mil dólares.

–Você sabe que o dinheiro não é o problema aqui. Nunca foi,


Dean. Eu não tinha nenhuma indicação de que você estava
pronto para a verdade aparecer, então deixei você decidir. Filho.
– Ele colocou os óculos sobre a mesa, pressionando os polegares
nas órbitas de seus olhos.

–Sua mãe e eu sentimos sua falta. Nós queremos fazer isso


direito.

Eu olhei para o telefone na mesa. Vicious me enviou uma


mensagem de texto naquela manhã dizendo que ainda não
conseguira descongelar os LeBlancs e convencê–los a permitir
que eu visse Rosie. Eu não tinha mais nada para fazer, de
qualquer maneira. Eu poderia gastar tempo ouvindo o
personagem do meu pai.

– Espere, seu idiota–, eu murmurei quando me livrei da


colcha e liguei o aquecedor. Papai me viu colocar um baseado na
minha boca e soprar uma nuvem de fumaça, apertando seus
lábios. Não gostava. Mas desta vez, teria que aturar isso.

– Que diabos você está olhando? – Eu perguntei quando ele


olhou para mim por um minuto. O que diabos estava errado com
ele? Parecia que estava chorando, o que me fez sentir
desconfortável. Não que pensava que homens eram maricas
chorando (ok, eu falo em outras palavras: isso depende da
quantidade de choro, a situação e as circunstâncias) mas parecia
estranho pensar que Eli Cole produziu lágrimas humanas reais.
Normalmente, ele parecia tão indiferente para o mundo.
Enquanto ele podia ser sentimental, ele estava sempre calmo.
Extremamente, até o menor osso do seu corpo. E agora ele
parecia muito, muito disperso. Papai sacudiu a cabeça.

– Nada.– Ele bateu na mesa redonda de carvalho, ignorando a


quantidade saudável de bombas–J que eu ofereci a ele. Tratava
de manter minha linguagem quando estava com meus pais, mas
não me sentia muito respeitoso com meu pai neste momento.

– Sempre me surpreende como somos semelhantes.

Ele apertou os lábios juntos.

– Você também tem algum problema com erva e álcool? – Eu


ri, derramando as cinzas em uma garrafa de vodka vazia e
tomando uma lata de cerveja meio vazia.

– Eu tive,– ele disse.

Meu queixo quase caiu nessa revelação. Isso foi


definitivamente novo para mim.

– Explique–. Eu peguei outra tragada do baseado, antes que


ele o arrancasse da minha mão e o apagasse.

– Ei. – Minhas sobrancelhas se juntaram.

– Que porra é essa?

– A porra é que eu sou seu pai, e você vai agir de acordo com
os códigos sociais que nós enraizamos em você desde cedo, pelo
menos ao nosso redor. Isso significa que você não bebe ou fuma
maconha na minha frente e corta a palavra com F Dean. Isso não
torna você mais difícil. Isso faz você parecer um maldito bruto, e
eu gastei muito dinheiro em sua educação. O suficiente para ter
certeza de que você não é um bruto. Então, embora eu concorde
em seguir o jogo quando você e seus amigos ricos com um fundo
fiduciário se gabarem a portas fechadas, você será educado e
tradicional comigo. Entendido?

Olá, balde de gelo na cara, obrigado por espalhar minha


bunda. Papai se levantou, pegou uma lata de cerveja da mesa e
começou a andar pela cozinha, tirando uma pequena lata de lixo
e jogando todas as garrafas de vodca, bitucas de cigarro e
cerveja enquanto falava.

– De volta ao nosso tema principal: vício. Sim, Dean, eu era


um viciado como você. Não de erva. Onde eu cresci no Alabama,
a erva não era o vício de um homem rico. Mas depois que me
formei na faculdade de direito e casei com sua mãe, eu tinha
muitas coisas em jogo. Tive que impressionar meu pai e ele era
muito menos compreensivo do que eu. A única maneira de
aliviar a pressão era beber. Então eu fiz isso.
Excessivamente.Todos. Os. Dias.

Fechei meus lábios e olhei para ele, tentando descobrir se ele


estava de ressaca, bêbado ou naquele espaço doentio no meio.
Eu bebi tanto neste fim de semana que eu sempre sentia
vontade de vomitar. Eu não me lembrava de quando tinha sido
minha último comida, mas eu tinha certeza de que não ficara no
meu estômago depois de todo o festival noturno de vômitos que
eu estava jogando para mim.

– Estava bêbado noventa por cento do tempo. A alta


performance bêbado, mas eu lembro de um dia entre as idades
de vinte e dois a vinte e oito anos de idade quando não estava
tão ocupado. Mesmo no trabalho, quando não podia me arriscar
a cheirar uísque, fui ao banheiro e tomei Listerine antes de
reuniões importantes. Eu era muito pior que você, Dean. Muito
pior.

– Bem, agora você está bem– , eu murmurei. Maduro como


um maldito garotinho. Ele era um cara de classe ou o quê? Papai
levou o lixo, jogou–o através da merda da janela como uma
estrela do rock, então se adiantou e tomou outro do banheiro,
enchendo mais com garrafas e latas de álcool.
– Estou bem, porque eu tive uma chamada de atenção, Dean.
Você sabe quando?

– Ilumina–me, mestre. – Eu respondi pelo simples fato de


responder, e não foi engraçado ou adorável na porra dos trinta.
Papai deve ter compartilhado o sentimento, porque ele
balançou a cabeça e continuou.

– Aconteceu uma vez, quando eu cheguei em casa tarde do


trabalho, eu fui para a cama bêbado e desorientado, e fiz amor
com minha esposa. Porque quando acordei no dia seguinte,
lembrei que Helen não deveria estar em Birmingham. Ela tinha
ido visitar a mãe em Fairhope. Então olhei para a direita e vi a
irmã dela. Olhei para a mulher que estava dormindo ao meu
lado e sabia que tinha fodido toda a minha vida, como você
gosta de chamar. Isso me fez sentar em linha reta.

– Ela te enganou?

–Bem, acho que nós dois sabemos que Nina não era o tipo de
mulher que me atraia–. Papai pareceu incrédulo.

– Suponho que não. – Nina era exatamente o oposto de


Helen, minha mãe. Ela usava roupas minúsculas, fumava em
cadencia e flertava com todo mundo. Minha mãe era do tipo
country e hippie , seu cabelo sempre parecia ter saído de uma
revista de moda, era reservada e educada, mas nunca muito
gentil com os homens.

– Mas mamãe.– Eu agarrei minha cabeça e neguei em


descrença. Minha mãe não suportava o absurdo de ninguém.
Essa foi a razão pela qual minhas irmãs e eu nos comportamos
bem. Ela sabia como insistir em casa, tudo bem, quando ela
queria.
– Ela me disse que queria se divorciar de você. Como diabos
você fez isso?

Papai balançou a cabeça, jogando a segunda lata de lixo cheia


de bebidas pela janela também, antes de virar a cabeça para
olhar para mim.

– Baron está pegando tudo o que estou jogando, e assim você


não tem acesso a ele, eu vou pegar sua carteira e ter certeza que
sua geladeira está cheia de comida. Você está desintoxicando a
partir de hoje, Dean.

Vicious aqui? Que diabos? Eu realmente bati fundo desta vez.

– Sobre sua mãe, não, ela não me perdoou. Não no começo,


de qualquer maneira. Quando eu vi Nina na minha cama e ela
me contou o que aconteceu, eu me senti mortificado. Eu a
coloquei para fora e liguei para Helen. Ela cortou a viagem e
voltou para casa. Eu disse a verdade imediatamente. Ele fez uma
mala e me colocou para fora. Apesar das minhas melhores
intenções,– um sorriso se formou no meu rosto.

– Bom para a mamãe.

Eu era o filho bastardo que estava encorajando a mulher


enganada.

– Ela me fez pagar, com certeza. Eu dormi no meu escritório


durante esses nove meses. Helen me enviou tantas formas de
divórcio que minha caixa de correio ficou presa pela metade.
Nina escapou. Tentei encontrar, mas não consegui. Ela passou
despercebida, e foi um momento diferente. Mais fácil de
desaparecer. Sem internet ou coisas assim. – Papai colocou as
mãos nos bolsos e olhou pela janela, franzindo a testa.
– Sua mãe pediu o divórcio dois meses antes de você nascer.
Não foi mesmo trapaça. – Ele riu amargamente.

– Porque acredite em mim, eu não tinha ideia do que estava


fazendo quando dormi com Nina. Não me lembro de um
segundo disso, graças a Deus. Ela estava cansada do meu
problema e da minha falta de motivação para resolvê–lo. Ela
merecia algo melhor e sabia disso.

– E então o que aconteceu? Por que você mudou de ideia? –


Eu ainda estava sentado à mesa. As coisas se tornam mais claras
de alguma forma. A história começou a ter significado Não
muito, e não completamente, mas não me sentia tão perdido
quanto nos últimos anos em relação ao sofrimento de Nina.

– Você nasceu– Ele se virou e sorriu para mim como se ele


fosse Sirius, o que não poderia estar certo, porque Rosie era
Sirius. Mas eu acho que cada pessoa tem seu próprio Sirius em
sua vida. Aquele que brilha mais que o resto.

– Você nasceu, Dean. Nós descobrimos sobre você pelas


notícias.

– O bebê Walmart. Sua mãe soube instantaneamente que era


Nina. Não foi difícil perceber. Ela me ligou e fomos para o
hospital onde eles tinham levado você. Sua mãe queria tanto
você que ela estava disposta a me dar uma segunda chance. Ela
disse que você merecia tudo, embora a mulher que trouxe você
para este mundo não o fizesse.

–Não entendo. Eu balancei a cabeça.

–Você me fez passar tempo com Nina e Owl. Quase todo


verão. Todo o verão. Porra pai. – Eu me levantei, andando de um
lado para o outro.
–Owl foi quem me deu meu primeiro baseado aos doze anos.
Nina me deu meu primeiro gole de cerveja quando eu estava
com nove porra.

– Linguagem–, meu pai disse, e revirei os olhos, me sentindo


um pouco mais parecido com o filho dele do que quando saí
daquele café.

– Chegamos a um pequeno acordo com Nina. Principalmente


porque dar a você uma vida segura e estável era nossa principal
preocupação. Ela queria ver você nos verões e nós concordamos
enquanto ela estava sóbria. Essa foi a condição. Paguei a Nina
pelo tempo que você passou em casa. O dinheiro deveria ser
usado para viajens, roupas, coisas assim. Nós não éramos
estúpidos. Sabíamos que ela embolsou o dinheiro e o manteve.
Mas esperamos que o tempo com você pudesse inspirá–la a
melhorar. Como eu, que me fez ficar sóbrio e crescer como ser
humano.

– Só que Nina não é um ser humano – terminei por ele. Ele


balançou a cabeça e não tinha certeza se concordava ou
discordava dessa afirmação.

– Somos todos humanos. Algumas pessoas são mais humanas


que outras. Nina cometeu muitos erros ao longo do caminho,
mas eu fiz um deles com ela. E você também comete erros. Erros
que terão penalidades graves se você continuar nesse caminho.

Eu não tinha nada a dizer sobre isso. Não era mais Nina.

– Por que você não me disse mais cedo? – Passei a mão pelo
meu cabelo. – Por que você me deixou pagar? Por que você me
procurou em seus termos? Não tem um maldito sentido.
–Mas tem, Dean. Faz todo o sentido.– Ele deu um passo mais
perto de mim e agora estávamos cara a cara. Mesma
altura.Mesmo cabelo Mesma cor dos olhos. Merda, como não
poderia ter visto isso antes? Meu pai e eu nos parecíamos. Isso
porque as pessoas nunca perguntaram se fui adotado. Porque
não fui. Não completamente, de qualquer maneira.

– Eu não sabia se você queria conhecer seu pai ou não, e


deixei você decidir. Eu sabia que se você realmente quisesse me
ver, você pagaria o dinheiro. Não é um grande problema para
você, o dinheiro, você tem mais do que poderia gastar. Então
não era algo que eu estava preocupado. Mas se você não
quisesse saber, se você não estivesse preparado para enfrentar
esta verdade, e eu tivesse dado a você, eu não teria lhe dado
nada. Eu teria tirado algo de você. Sua escolha

Eu olhei para os meus pés.

– Eu queria que você escolhesse me conhecer, Dean. Mas


enquanto isso, eu tentei, filho. Toda vez que nos encontramos
desde que você se tornou um adulto, eu tentei avisá–lo. Eu até
queria dizer a verdade na noite de Ação de Graças, mas você
nunca apareceu.

Meu queixo trancou e senti algo que não tive o prazer de


experimentar em muito tempo. Alívio As coisas fazem sentido
agora. Eu ainda estava bravo como a merda com meu pai, e
ainda odiava Nina com ódio o suficiente para durar algumas
gerações. Nada foi resolvido. Mas, ao mesmo tempo, pelo menos
eu tive minhas respostas. E em certo sentido ... minha paz. Nina
não tinha mais influência em mim. Meu pai biológico acabou por
não ser um viciado ou um criminoso ou um imbecil. Ele era um
homem que conhecia e amava. Ele me machucou e eu precisava
fugir até perdoá–lo. E eu gostaria Mas não agora.
– Então isso me leva à verdadeira razão pela qual vim para
cá. – Papai colocou a mão no meu ombro e eu olhei para ele
como se ele fosse uma barata gigante.

– Derrame e vai embora–, eu disse.

– Rosie–, ele disse.

– O que há com ela? – Eu perguntei, meu coração batendo


mais rápido só para ouvir o nome dela novamente. Estar longe
dela era como rasgar a carne do meu corpo. O tipo de desejo que
não era doce e romântico, mas ameaçava arrancar minha porra
de coragem.

– Não me escapou que você e eu tivéssemos o mesmo


problema de irmã–, disse Eli, levando–me para a janela, com a
mão nas minhas costas. Eu o deixei, esperando para ver onde ele
iria chegar com isso.

– Minha bebida quase matou meu relacionamento, mas,


ironicamente, também o salvou. E ele também me deu uma das
coisas mais importantes que tenho em minha vida. Meu filho.
Temo que você não seja tão sortudo quanto eu. Rosie está
doente. Muito doente, pelo que estou ouvindo. O tempo não está
do seu lado e você não pode arcar com a autopiedade. Essa é a
única coisa que o dinheiro não pode comprar, Dean. Tempo,
então eu sugiro que você vá para o hospital agora e comece a se
arrastar, porque há um longo caminho a percorrer.

– Eles não vão me deixar vê–la.

eu disse, assim como Eli apontou para o estacionamento.


Vicious estava parado ali, apoiando–se no seu Audi alugado com
os braços cruzados, olhando diretamente para a minha janela.
Bem ao lado do Volvo dos meus pais. Maldito idiota adorável.
– Seus amigos querem que você pegue a garota. Seu pai quer
que você pegue a garota. Sua mãe provavelmente vai te matar se
você não pegar a garota. Então ... você vai pegar a garota?

– Eu vou procurá–la–, eu murmurei, paralisado pela visão de


Vicious fazendo algo de bom pela primeira vez em sua maldita
vida.

– Mesmo que isso signifique que eu preciso parar de viver

Eu corrigi, respirando com dificuldade.

– Sim, vou ficar com a garota.

Peguei meu casaco no cabide e saí correndo pela porta,


deixando meu pai sentado ali, cercado por um silêncio oracular.

Eu estou indo para você, Rosie.


O que te faz sentir viva?

Beep Beep Beep Beep Beeeeeeeeeeeeeeeep.

TUDO DOI.

Eu não podia nem dizer o que doía menos e que queimava


mais. Meu corpo inteiro era um nó de agonia. Havia uma
máscara de oxigênio no meu rosto. Eu olhei na mesinha ao lado
da minha cama de hospital e vi um pequeno espelho que mamãe
deveria ter esquecido. Levantando–o com os restos de minha
energia, sentindo seu pensamento em meus dedos e verificando
meu reflexo com olhos sonolentos...

Eu parecia amarela. Meu fígado parou de funcionar? Eu


queria chorar, mas estava muito cansada fisicamente. Eu queria
gritar, mas parecia errado fazer algo tão vívido quando me
sentia tão sem vida. E eu queria Dean, mas ele não estava aqui.
Ele fez os últimos meses o melhor da minha vida, então foi justo
que ele ajudou a terminar.

Não havia ninguém na sala, mas ouvi vozes abafadas atrás da


porta, no corredor. Eu não sabia há quanto tempo eles estavam
lá, mas sempre havia alguém comigo cuidando de mim. Se não
fosse a mamãe, era papai ou Millie. Ninguém disse nada sobre
retornar a Sinners Saints, e pela primeira vez na minha vida. Eu
me senti triste com isso. Não porque eu quisesse voltar, mas
porque sabia que eles não acreditavam que sobreviveria o
suficiente para ter essa opção.

Elle chegou para duas visitas, mas era difícil para ela fazer a
viagem de Nova York para os Hamptons, então ela nunca ficou
por muito tempo. Eu esperei. Impacientemente. Batendo meus
dedos em minhas coxas no que deveria ser uma pausa, mas
nenhum ar saiu dos meus pulmões. Olhando para a TV, eu não
sabia quanto tempo tinha passado, mas percebi que era noite.
As noites nos Hamptons eram muito diferentes das de Nova
York, pensei enquanto olhava pela janela. Menos poluição. Mais
estrelas.

Onde diabos você está, Terra, e você está se dando bem? Foi
chato. Sentar–me aqui e esperar que alguém me tire da minha
miséria e do tédio. Sentada sozinha não me fez sentir bem. Na
verdade, abri uma porta para a escuridão dentro da minha
cabeça. Minha ansiedade atacar em pleno andamento. Quero
dizer ... porque não? Meu namorado estava me ignorando, onde
diabos ele estava. Eu estava claramente fazendo errado. Os
médicos disseram muito pouco, e o dr. Hasting continuava me
pedindo para descansar, como se eu estivesse planejando correr
uma maratona no Natal.

Você vai morrer.Desaparecer. Afogar em um túmulo. Ele


continuará. E encontrará outra garota. Ele continuará. E não
será você. Ele continuará mas isso não vai te machucar. Nada
mais fará isso. Porque você vai embora.

Um toque agudo na porta parou os pensamentos rodando na


minha cabeça. A intensidade sugeria que quem estava atrás da
porta tentava chamar minha atenção por vários minutos. Eu
sabia que eles não eram meu pai ou Emilia, porque eles nunca
bateram na porta antes de entrar. Eu não queria estar cheia de
esperança, mas não pude deixar de senti–la.

– Sim

Eu limpei minha garganta, mordendo meu lábio para parar


a tosse. Meus olhos estão fixos na porta, desesperados,
implorando para que fosse ele. A porta se abriu e alguém entrou.
Não era ele ... mas era a segunda opção.

Eu não disse uma palavra a Vicious enquanto manobrava o


veículo através da chuva em nosso caminho para o hospital. Ele
estacionou, deu a volta, abriu a porta para mim, me agarrou pelo
pescoço e me jogou contra a parede mais próxima, rosnando na
minha cara.

– Que diabos, Cole? Eu pensei que você tivesse dito que


terminou com toda a merda. Ela está morrendo.

– Eu sei. – sussurei, recopondo–me.

O peso das minhas ações ameaçou esmagar o pouco da


minha sanidade. Fechei meus pulmões, evitando todo o ar que
ela não conseguia respirar.

– Eu sei, fodidamente sei. Estou tentando fazer a coisa certa.

– Pare de beber– Gritou.


Mas não era necessário que ele me dissesse isso. Eu já sabia
que minha aventura romântica com o álcool tinha acabado. Foi
durante o minuto em que Rosie me disse que cuidaria de mim.
Tudo o que eu tinha desde então eram apenas recaídas devido
às circunstâncias.

Porém não mais recaídas

Sem mais merda

De agora em diante eu ia ser bom. Se houvesse alguma coisa


de mim para ficar bem depois de tudo isso acabar.

– Deixe-me dizer-lhe o que vai acontecer agora, Ruckus–,


Vicious usou o meu apelido de infância, sua respiração
abanando meu rosto quando ele apertou meu pescoço. Eu deixei
ele ter o seu momento. Chutei sua bunda quase semanalmente
quando éramos adolescentes. Eu fiz. O fodia. A expiação estava
certa.

– Vou te ajudar. Um tempo, e você não me faça me


arrepender.

– Não.

– Você vai subir lá e vai se desculpar. Com ela, seus pais, com
Millie. Com as malditas enfermeiras, a recepcionista e o garoto
que limpa as janelas. Com todo mundo. Porque você. Você fodeu
tudo. Você a fodeu tanto que outras pessoas tiveram que
atravessar o país para limpar toda a sua bagunça. Entendido?

– Chega dessa merda, Oprah. – Eu o empurro de lado, andei


dentro do hospital

– Eu sei exatamente o quanto arruinei as coisas. E ainda


aprecio que esteja do meu lado, sei como acertar as coisas.
Passamos por Millie, que estava pegando seu chá de ervas
no Starbucks no hospital. Vicious parou e apontou o queixo em
sua direção.

– Faça as pazes com ela.

– Nós nunca estivemos em guerra.

Meus olhos estavam afundados, cansados. Eu não tive tempo


para Millie. Eu estava na fase em que queria fazer as coisas da
maneira certa, não ficar no passado.

– Isso é indiscutível, Dean. Rosie nunca aceitará você de volta


sem a bênção de Millie, de qualquer forma. Apenas faça.

Relutantemente, eu me aproximei da minha namorada do


ensino médio, que parecia muito grávida e muito chateada,
sentada na mesa da Starbucks, tomando seu chá. Vicious
esperou do lado de fora e fingiu brincar com o celular. Imbecil

– Ei –, eu disse.

– Olá–, ela disse.

Nós nunca conversamos, Millie e eu. Não havia rancor, eu


acho. Apenas indiferença. Tivemos uma conversa fiada quando
passamos juntos a ação de graças, até ajudamos com os pratos,
mas ficamos longe um do outro.

– Diga–me uma coisa, Dean. Você ama minha irmã?


Seus olhos azuis procuraram os meus. Eu engoli minha raiva,
me impedindo de perder todas as minhas merdas.

– Ela é toda a porra do meu mundo.– Eu admiti.

– Então porque você a desapontou?

– Eu fui egoísta.

– Minha irmã não pode estar com um homem egoísta.

– Eu vou mudar.

– E se você não conseguir mudar?

– Vicious fez isso, –sussurrei

– Vicious mudou para você. Olha, Millie, eu gosto de você, na


verdade. Sempre fiz isso. Mas Rosie ... Rosie é ela. Tudo o que
você acha que Vicious é capaz de fazer com você ... Eu posso
fazer isso, provavelmente mais, para estar com Rosie. Isso foi
uma merda. Eu aprendi minha lição.

Foi a vez dela de ser honesta e piscar as lágrimas.

– Estou com medo–, ela admitiu, mordendo os lábios.

‘Tão aterrorizada.

– Eu também–, eu disse.

Nós nos abraçamos forte e por um tempo. Contei os


segundos, os segundo que estava longe de Rosie. Mas quando
Millie finalmente me deixou ir, eu sabia que tinha ganhado sua
bênção. Eu limpei as lágrimas do rosto dela

– Eu realmente a amo–, eu disse.

– Eu sei–. Ela assentiu e riu–chorou.


– Deus, como podemos ter estado juntos?

– Eu não sei–, eu disse.

– Eu acho que todos querem um pedaço de mim. – Eu cruzei


meu braço.

– Demonstre que você a ama, Dean.

Eu ia fazer isso, mesmo que fosse a última coisa que eu faria.

Era a oitava vez que caminhava para o quarto desde que fora
admitida no hospital há três dias, esperando que estivesse
acordada e que seus pais se sentissem generosos o suficiente
para me deixar vê–la.

As máquinas soaram preguiçosamente


dos quartos ao longo do corredor.

Enfermeiras em seus uniformes passaram correndo por mim,


seus ombros roçando os meus enquanto liam seus relatórios.
Vicious estava ao meu lado. Nós viramos a esquina. Quatro
portas do seu quarto parei. Vicious parou comigo.

– O que foi?– Ele perguntou, seus olhos ainda no telefone.

– Diga-me que a ressaca está afetando minha visão.

Apontei para a porta dela. Ele passou os dentes pelo lábio,


tentando descobrir o que diabos estava acontecendo.
– Darren. – Eu cuspo.

– Droga Darren, o doutor Imbecil acabou de entrar em seu


quarto.

Naquele momento, uma descarga de adrenalina percorreu


minhas veias, cada terminação nervosa em meu corpo chiou, o
que ele estava fazendo lá, e quem lhe deu a chamada cortesia
que eu nunca tive? Não poderia ter sido ela. Não puderia.

Retomando meus passos, percebi que Vicious estava me


seguindo.

– Que porra você está fazendo, cara? Deixe–o ir

Nem fodendo que eu iria deixar isso.

– Charlenne!– Eu gritei para a mãe dela, que estava do outro


lado do corredor, a cabeça erguida do celular que ela estava
concentrando, e se levantou da cadeira. Sua expressão grave
indicava que vira o próprio Lúcifer e, naquele momento, não
estava completamente errado. Já tive o bastante dessa merda.
Parei a alguns passos dela e apertei o dedo na direção da porta.

– Seu ex–namorado acabou de entrar lá?

Eu juro que estava espumando pela boca.

– Isso fodidamente acabou de acontecer?

– Darren

ela forneceu, os olhos e o rosto inchados de alguma forma


tentando dar sorte com um sorriso tímido.

– Bom menino–, disse. Porque aparentemente eu não era..

– Quem o convidou?– Eu exigi.


– Paul. O pai de Rosie. Darren sempre esteve lá por ela. Foi
justo que o deixássemos saber.

– Eu estava sempre lá para ela–, eu insisti, batendo na parede


e sentindo nada, nem dor nem queimadura, nada.

– Não quando ela precisava de você. – A voz de Charlene era


triste demais para ficar chocada com o meu ato espontâneo de
violência.

– Quando ela precisou de você, Dean, você desapareceu.

– Eu vou estar–. Eu fui até a porta. Rosie estava obviamente


acordada se eles o deixaram entrar. Havia uma pequena janela
quadrada na porta, mas eu sabia que não deveria olhar.

Ele pegou a mão dela?

Eu estava feliz em ver isso?

Ela ia me expulsar? Minha cabeça girou com as


possibilidades. Vicious agarrou meu braço, apertando uma vez.

– Homem.

– Vá a Merda. Você.

Entrei como um furacão. Darren estava encostado em uma


cadeira ao lado da cama de Rosie. Ela estava acordada. E parecia
horrível. Eu nunca a tinha visto assim antes. Tão ... não ela
mesma. Seus olhos estavam escuros e profundos círculos que
emolduravam sua cor azul clara. 4,5 quilos mais magra,
exaustos e tristes. Foi então que percebi que Nina nunca partiu
meu coração.

Rosie fez isso, onze anos atrás.


Ela fez isso quando me empurrou para os braços da irmã.

E ela fez isso agora, naquela cama de hospital. Porque se ela


fosse morrer, eu também iria.

– Saia –, eu pedi, meus olhos focados na minha namorada.


Minha namorada. Paul e Charlene apareceram, gritando para
mim em decibéis que os ouvidos humanos não deveriam conter.
Não escute. Porra, eu não me importei. Eu daria a Darren uma
boa razão para ficar no hospital se ele não saísse daqui.

– Ela me quer aqui

relatou o menino branco Darren, com uma voz suave de


Connecticut. Deus, aposto que ele nunca disse "foda" e usou a
palavra "merda" esporadicamente.

– Darren–. Rosie se inclinou para acariciar sua mão, seus


pulmões bufando como um balão que estava perdendo ar.

– Sinto muito que meu pai tenha lhe pedido para passar por
todos esses problemas. Muitas coisas estão acontecendo na
minha vida agora. Por favor, não tome o caminho errado. Estou
muito grata por você ter vindo aqui, mas é hora de você ir
embora.

Ouvir isso acalmou parte da minha raiva. Eu respirei o


pequeno ar do hospital e fui mais fundo na sala. Darren olhou
entre Rosie e seu pai. Paul sacudiu a cabeça, lábios franzidos.
Sua mãe deu a volta na cama e a abraçou. Millie provavelmente
estava descansando em algum lugar no hospital. Os pais de
Rosie estavam prestes a se juntar a ela, então poderia
finalmente ter algum tempo sozinho com a minha namorada.

– Bem–, disse Darren, finalmente.


– Como quiser, Rosie–bug. Se você precisa de alguma coisa,
sabe onde me encontrar.

Um silêncio de confronto pairou entre nós depois que Darren


saiu da sala. Todos os olhos estavam em mim.

– Todos para fora–eu disse.

– Até eu?– Rosie arqueou uma sobrancelha e tentou sorrir. E


falhou. Parecendo dolorida até de tentar.

– Não. Você fica comigo. Ninguém mais pode te controlar, de


qualquer forma.

– Por que estamos permitindo que isso aconteça?

Charlene LeBlanc jogou as mãos no ar.

– Ele a deixou na chuva, pelo amor de Deus! Ele fez. Isso

e apontou para Rosie, seu dedo se movendo.

– Paul, faça alguma coisa.

– Mamãe ... – disse Rosie.

– Querida, eu sei, mas ...– Paul tentou tranquilizar sua esposa.

– Jesus Cristo, calem a boca.– Vicious bateu a palma da mão


contra a cama e todos ficaram em silêncio. Provavelmente
surpreendido que ele lhes disse para fechar suas bocas.

– Quero dizer, realmente? Dean a pegou. Uma vez. Depois de


persegui–la por um longo tempo. Eu nunca vi um homem
aguentar tanta bobagem quando se trata de uma garota antes de
ver Dean Cole.
– Charlene, Paul, amo sua filha. Muito Eu morreria por ela se
precisasse, mas até tenho que admitir que fiz coisas terríveis
com ela. Coisas que eu pensei que nunca poderia consertar. O
fato de ela ter concordado em se casar comigo é um pequeno
milagre. O fato de ela saber quem eu sou e ainda escolher ter um
bebê comigo é um milagre ainda maior. Mas Dean ... Dean não
sou eu. Dean cometeu um erro, não uma decisão consciente de
machucá–la. E merece ser ouvido.

Ele virou a cabeça, intimidando Rosie com o olhar. Eu parei


de respirar, esperando que ela dissesse alguma coisa. Ela tossiu,
moveu–se no lugar para consertar os travesseiros atrás dela e
então assentiu levemente.

– Mamãe, papai, preciso ouvir o que Dean tem a dizer.

Os pais de Rosie trocaram olhares preocupados.

Charlene exalou.

– Estamos do lado de fora.

A porta se fechou. Nossos olhos se encontraram. Ela não


estava bem, ela sabia. Agora era hora de dizer a ela que
finalmente entendi. Por que me empurrou para os braços da
irmã. Por que nos deixou sofrer por essa merda. O amor faz você
fazer coisas loucas e irracionais. O amor e a morte estão ligados
por um cordão invisível. Puxe muito e você está acabado. Eu não
poderia viver sem Rosie. Foi, talvez, a única coisa que ficou clara
para mim neste momento.

Eu desabei em sua cama, sentando ao lado de suas coxas,


peguei sua mão e coloquei sobre o meu coração. Me desculpe,
não seria o suficiente. Eu tinha que ir grande. Eu tinha que ir
todo o caminho dessa vez.
– Você colocou minha vida de cabeça para baixo e eu nunca
mais fui o mesmo–

eu disse, sentindo que minhas palavras eram algo vivo. Não


só disse, as sentia.

Ela sorriu e encolheu os ombros. Parecendo seu antigo eu


jovem por um segundo. Além daquele tom amarelo em sua pele.

– Não é minha culpa se você se apaixonou por uma garota


que está morrendo.

– Não é minha culpa que você torne impossível não fazer


isso.

–Onde estava?– Sua voz morreu em sua garganta.

Ela quis dizer o dia que esperou por mim nos Hamptons ou
durante sua permanência no hospital?

– Eu estava bem aqui, Baby LeBlanc. Todo o tempo. No


momento em que descobri onde você estava, praticamente voei
para cá. Eles não me deixaram ver você, então eu fiquei no lugar
que aluguei para nós. E eu bebi. E eu senti pena de mim mesmo.
E eu mantive a tocha do perdedor imbecil queimando
brilhantemente, obrigado por perguntar

Ela bufou.

– Sexta–feira?– Eu solto um suspiro, coçando a barba.

– Dean ? Como foi o encontro com seu pai?

As palavras saíram de mim como uma escotilha quebrada. Eu


disse à minha namorada enfraquecida exatamente o que
aconteceu, sem me poupar de um detalhe. Ela derramou
algumas lágrimas silenciosas, segurando meu rosto com as
mãos frias, mas eu nunca me senti mais quente em toda a minha
vida. Eu beijei seus lábios e pedi perdão, de novo e de novo e de
novo.

– Sinto muito–. Meus lábios deslizaram para sua testa.

– Porra, Rosie, me desculpe, me desculpe. Eu não posso te


dizer o que isso faz para mim, te ver assim, por saber que fui eu
quem causou isso.

– Não pode acabar assim. Não pode. – Beijei–a novamente.


Ela me abraçou e senti suas lágrimas queimando pelo meu
pescoço.

– De certa forma estou esperando que termine assim. Você


me fez feliz, muito feliz. Mas você merece tudo. Esposa, filhos,
uma cerca branca.

– E eu vou ter tudo. Com você.

– Você sabe que não pode acontecer comigo.

– Então isso não pode acontecer com ninguém. Não haverá


próxima Rosie. E não haverá outra história como a nossa. É isso
aí, Rose LeBlanc. E isso somos nós. Se não há você, então não há
eu.

– Sabe, eu sempre odiei Romeu e Julieta. A obra. O filme. A


ideia em si. Era trágico, esta bem. Tragicamente estúpido Quero
dizer, eles tinham quanto? Treze? Dezesseis? Que desperdício
de vida suicidarem–se porque sua família não permitiria que se
casasse. Mas Romeu e Julieta estavam certos. Eu era idiota,
imbecil. Olha o que aconteceu comigo. Eu conheci meu
verdadeiro amor com a idade de dezoito anos e passei os
próximos onze anos me matando lentamente enquanto eu
lamentava por você. Então você voltou e ainda achava que era
apenas um fascínio. Mas agora que eu sei ...

Eu me afastei para poder olhar para o rosto dela. Ela estava


desaparecendo. Vi. Seus pulmões não estavam funcionando
bem. Seus médicos disseram que a infecção se espalhou para o
resto de seus órgãos. Ela estava queimando com febre. Apesar
de suas freqüentes viagens ao hospital, desta vez foi diferente. E
tudo isso poderia ter sido evitado se não fosse um bastardo
alcoólatra. Eu pressionei minha bochecha contra sua palma,
beijando seu pulso.

– Agora que eu sei que só pode ser você, você vai melhorar
para mim, para que a Terra não exploda. Você pode fazer isso,
Sirius? Prometo não deixar este quarto até você sair. Nem
mesmo para um banho. Nem mesmo para pegar seus biscoitos
de chocolate. Vou mandar alguém dirigir até Nova York e trazê–
lo para você.

– Eu te amo–. As lágrimas de Rosie cobriram sua visão. Seus


dedos trêmulos encontraram meus lábios quando queriam tocar
minhas bochechas, mas uma vez que seus dedos roçaram minha
boca, percebi que estava derramando algumas lágrimas
também. Eu não conseguia lembrar a última vez que chorei.
Definitivamente não é o tipo de soluço. Na verdade, foi
provavelmente na época em que Nina me deixou no Walmart
quando eu chorei pela última vez. Mas eu fiz isso agora, porque
a mulher que eu amava mais do que a própria vida estava
perdendo uma batalha para a qual eu a enviei pessoalmente.

– Eu te amo, baby LeBlanc–, eu disse.

–Fodidamente demais. Você me ensinou a amar.


– Quão bem eu fiz isso?– Ela sorriu, uma lágrima rolando por
sua bochecha.

–A +. – sussurrei.

– Você está aprovada.

– Você pode me prometer uma coisa?

– Qualquer coisa.

– Viva

– Não sem você.

– E tenha filhos muitos. Eles são divertidos.

– Rosie ...

– Eu não estou com medo. Eu consegui o que eu queria desta


vida. Você

–Rosie.

– Eu te amo, terra. Você foi bom para mim

– Rosie!

Seus olhos se fecharam, a porta se abriu, o som em seu


monitor disparou e meu coração se desintegrou.

Peça.

Por peça.
Três anos depois

– Cara, o que diabos o seu filho está fazendo?

–Não é meu filho.

– Oh, como o inferno existe, não é. Trent leva a garrafa de


cerveja aos lábios, tomando um gole longo.

– Está vestindo uma jaqueta multicolorida. É Knight, tudo


bem.

Semicerro meus olhos, porque é brilhante como o inferno à


tarde em Sinners Saints, e, de fato, é meu filho. Meu filho de
quatro anos é ... o que ele está fazendo exatamente? Eu não
estou completamente certo, mas conhecendo Knight, não pode
ser nada remotamente construtivo, e provavelmente ele
ganhará uma quantia de tempo indefinido no canto da punição.
Esta criança visitou mais paredes que um pintor de mural. É
meu mini–eu em esteróides. Confiança, atitude e malícia, tudo
embrulhado em um sorriso inocente.
– Acho que ele apenas desenhou um pênis grande na testa da
filha de Jaime

diz Vicious, olhando para o copo de uísque como se


contivesse a resposta para o mistério da vida. Eu bebo água. Nos
últimos três anos, foi apenas água para mim. Eu não vou te
enganar com ser um cristão que nasceu de novo como Donald
Whittaker. Sim, estou morrendo de vontade de beber. Ficar
sóbrio é um sacrifício, mas que estou disposto a fazer pela
minha família.

Vicious passa uma dose para Jaime, inclinando o queixo na


direção de Knight e Daria.

–Se isso não está marcando sua propriedade desde cedo, eu


não sei o que é. Sua filha está com problemas. Fique de olho
nisso.

– Eles são apenas crianças, cara de pau. Isso se chama


brincar.

– Brincar.– Vicious saboreia a palavra em sua língua.

– Você jogou o mesmo jogo com Mel, se a minha memória


não me falha. Mas com um pênis real, e não foi sua testa onde
você colocou.

Com Essa última afirmação Vicious ganha um soco no braço.


Eu viro meu anel de casamento em volta do meu dedo e vejo
nossos filhos correndo ao nosso redor, os raios do sol brilhando
entre eles.

–Knight!

Eu chamo, e ele olha para cima, o marcador preto agarrado


ao seu pequeno punho.
– Venha aqui por favor–. Eu aceno para o canto onde Jaime,
Vicious, Trent e eu estamos de pé. Luna está segurando a perna
de Trent como uma âncora. Seus olhos verde–acinzentados são
enormes e inquisitivos, e ela está vestindo uma camiseta preta,
jeans pretos e botas pretas.

Ela nunca abandona o lado do pai.

Knight caminha lentamente em nossa direção, balançando os


braços ao lado de seu corpo de maneira exagerada. Hoje
celebramos seu quarto aniversário e todos os seus amigos da
pré–escola estão aqui. Trent está virando bifes e hambúrgueres,
e há uma barraca de cachorro–quente ao lado da piscina
gigante, um palhaço, um mágico e uma máquina de algodão
doce. Apenas o melhor para o meu filho.

Eu sei, eu sei, é meu e eu sou parcial, blá, blá, blá, mas eu juro,
o garoto é algo especial. Minha esposa e eu descobrimos no
minuto que vimos.

– Ele nasceu em 18 de agosto – disse a mulher da agência de


adoção, enquanto tirava uma foto dele do outro lado da mesa há
três anos. Fomos vê–lo imediatamente depois do nosso
apressado casamento em Las Vegas. Minha esposa e eu
trocamos um olhar ilegível antes de rirmos. Esse foi o dia em
que dormimos juntos pela primeira vez. Dezoito de agosto. O
destino tem um senso de humor distorcido assim.

Knight parece comigo, mesmo que ele não tenha vindo de


mim. Mas seu cabelo é cinza marrom, seus olhos verdes jade. Ele
é duas vezes mais alto que as crianças da sua idade. Bem, além
de Vaughn, o filho de Vicious e Emilia.
Knight (minha alma gêmea o chamamos assim porque ele veio
para salvar o dia) está na minha frente, esperando pela
inevitável Inquisição Espanhola.

– O que você fez com a Daria?

Eu pergunto, ajoelhando–me ao nível dos olhos dele. Daria é


dois anos mais velha que Knight. Ela deveria ser a chefe, não o
contrário. Mas eu suponho que esteja no nosso sangue criar
pequenos provocadores e alfas e as meninas que lutam contra
eles até que cedam aos seus encantos.

– Eu a tatuei–, meu filho diz, sua voz calma. Ele está me


encarando nos olhos, e ele tem aquele olhar no rosto que diz "o
que você vai fazer sobre isso?"

– Você desenhou em sua testa–. Eu o corrigi.

– Porque você fez isso?

– Ela pediu para ser tatuada.– Deus Santo. Nada a ver com
assistir o Mestre da Tinta com esse menino quando a mãe dele
está ocupada demais para notar.

– Que tatu ... O que você pintou na testa, exatamente?

Não diga um pênis Não diga um pênis Não diga um pênis.

– Uma nave espacial–, ele responde. Ele se vira e chama


Daria, que trota a curta distância para nós. Knight continua a
explicar, seu dedo se movendo pela testa dela.

–Este é o tanque externo – aponta para a cabeça do pênis, e


eu mencionei que meu filho quer ser um astronauta e ama o
espaço tanto quanto eu – e esta é a órbita – aponta para as bolas.
– E o que está disparando o tanque externo, exatamente?–
interroga Jaime, sua voz rígida. Eu retiro minha risada e espero
Knight responder. Seus olhos ficam maiores.

– Balas, claro. Muitas e muitas balas.

Graças a Deus ele não disse sêmen. Eu coloquei a mão na


bochecha avermelhada do meu filho.

– Ouça com atenção, Knight, ok? Nós não desenhamos no


corpo de outras pessoas. Nunca. Especialmente nada de naves
espaciais. – Jaime é um amigo, mas não tenho certeza de como
me sinto sobre outros pais batendo na minha porta reclamando
que meu filho está desenhando pênis em suas filhas.

– Entendido. –Acente.

–Nenhuma espaçonave.

– E não faça tatuagens em outras crianças, ponto final. Agora,


por que você não brinca com Vaughn?

– Porque eu o odeio–Knight diz diretamente.

A próxima geração está, sem dúvida, seguindo os passos de


seus pais. Estou bagunçando seu cabelo.

–Vá checar sua mãe, amigo–. Eu o beijo no topo da cabeça.

– Ok, papai.

– E me dê o marcador

Daría continua olhando para o pai. Jaime a coloca em sua


perna com um abraço.

– Baby, você pode prometer ao papai algo? Sim? Nunca,


nunca, olhe, fale ou brinque com Knight novamente–.
Daria revira os olhos e caminha até a máquina de algodão
doce que minha mãe, Helen, está dirigindo. Jaime, Vicious e eu
rimos. Trent está virando hambúrgueres com uma cerveja na
mão, balançando a cabeça.

– Quem diabos são essas pessoas? Eu nem sequer conheço


metade deles.

– Eu asseno com minha água engarrafada para a multidão.


Agora que todos vivemos em Sinners Saints (a vida longe dos
outros parecia um pouco próxima dos mortos, percebemos, depois
do que aconteceu com Rosie) e moramos no mesmo bairro,
passamos juntos todos os dias.

– Convidou a maioria dos nossos colegas. – Jaime encolhe os


ombros.

– Eu fiz? – Eu coço a cabeça.

– Sua esposa fez isso–, interrompe Vic.

– E te digo mais, conexões e toda a merda. Ah, e olhe aqui


Nosso parceiro passou a acenar–. Ele inclina o queixo para um
homem que eu reconheço. Seu rosto estava colado na capa do
The Wall Street Journal. Jordan Van Der Zee. Em seus quase
sessenta para completar setenta. Parece uma versão malvada de
Putin. Ele comprou cinquenta por cento de nossas ações, nos
fazendo dividir o resto entre nós.

Um negócio de vários milhões de dólares que nos deixou com


mais dinheiro do que podemos gastar em dez vidas, mas menos
poder nas propriedades da Fiscal Heights. Agora temos tempo
para passar com nossas famílias. Junto Van Der Zee dispersou
sua própria equipe de gerenciamento sobre Chicago, Londres e
Nova York, e nenhum de nós está quebrado, porque levamos
nossas almas conosco quando assinamos o contrato.
Sue agora tem uma nova pessoa a quem ela pode chamar de Sr.

– Bastardo racista–

Trent sussurra em sua cerveja, e todos nós viramos nossas


cabeças em sua direção. Ele não amaldiçoa ao redor de Luna,
mas às vezes nos esquecemos que ela está perto. Trent olha
para baixo, beija a bochecha de sua filha e sussurra:

– Sinto muito. Papai disse uma palavra feia. Isso não


acontecerá novamente.

Ela concorda com a cabeça. Não responde. Ele só olha para


ele com os olhos sem expressão.

–Lá vem você de novo?

Vicious pergunta, voltando o assunto da conversa para águas


seguras. Os olhos de Trent queimam, a lembrança do que o faz
chamar Van Der Zee, um racista, piscando em sua mente.

– Guy é um racista. Eu tive um incidente com ele. Dizer que


ele não gostou seria a subestimação do mal ... – Seus olhos
descem para Luna, e ele limpa a garganta–, da época do
marshmallow.

– Bem, nenhum de nós vai comprar uma cerveja ou um


marshmallow para esse assunto. Mas talvez ele ignorasse você
pelo simples fato de ser ignorante. É um tipo de coisa desleal, eu
me refiro de dizer as palavras "pedaço de merda" e acrescento:

– É aquela sua garota?

Claro que a merda que eu espero que seja, porque senão,


passou do território de Velho Dotado e agora está na área de
Avô Dotado. É difícil não notar a garota ao seu lado porque ele
não a deixa se mexer. Literalmente está segurando o braço
magro com a mão e cospe quando fala com ela. Ela é muito
jovem para eu formar uma opinião sobre sua aparência. Dezoito
ou dezenove talvez. Sua pele é fantasmagoricamente bela, ela
tem cabelos compridos da cor do sol, dois anéis nasais, e
embora ela não queira, que seu pai saiba, quando ela tentou
empurrar o braço para longe, sua camisa foi levantada e uma
tatuagem apareceu em seu abdômen. Não é pequeno também.

– Edie Van Der Zee – confirma Vicious minha avaliação.

– Pobre menina

Jaime ri.

– Pobre, não é. E como Edie é um presente para os olhos,


aposto que ele está tentando garantir que ela não seja assediada
pelo harém de cretinos corporativos com quem trabalha.

Todos nós franzimos o cenho para Jaime.

– A pequena Edie parece ter doze anos–, Trent responde


horrorizado. Já se passaram três anos desde que Val saiu,
deixando–o, e ele nunca se deu ao trabalho de reivindicar seu
trono como o rei do sexo casual. Nenhum interesse no outro
sexo em tudo. É como se o sangue dele tivesse ficado azul ou
algo assim.

– Não doze–, diz Jaime calmamente.

– Parece vinte. Vinte e dois, talvez?

Completamente legal, mas ainda um tabu. Combinação letal


O perigo é meu sabor favorito.

– Ela tem dezoito anos.– Vicious tira Jaime do sofrimento,


estalando a língua com desaprovação.
– Seu pai acabou de comprar meu carro velho para o
aniversário dela. Jordan acredita em mostrar a Edie que o
dinheiro não cresce em árvores e todo esse jazz. Cara engraçado
E o que diabos está errado com você?– É a sua vez de acertar o
braço de Jaime. – Ou você vai para as mulheres velhas ou as
mulheres jovens. Não há termo médio para você.

– Que diabos há com você, minha esposa não é velha.

– Sua esposa não é uma mulher muito velha, mas ela está
aqui–, lembra Trent, e todos nós movemos nossos olhos para
observar Mel muito grávida.

– Então, você pode querer parar de babar para uma


adolescente. E enquanto você está nisso, pare de xingar na
frente da minha filha.

– Merda, me desculpe, Luna–, diz Vicious. Jaime ri. Eu sacudo


minha cabeça. Nossos filhos vão falar como marinheiros
bêbados antes de completarem dez anos.

– Não parece um dia mais de dezesseis–, diz Trent sobre a


filha de Van Der Zee. No entanto, seus olhos estão fixos nela. Não
tenho certeza do que fazer. Por um lado, é um bom sinal que
está olhando para alguém. Por outro lado, ele está olhando para
a pessoa errada. A história de nossas vidas, suponho.

– Dezesseis hein? É por isso que você está olhando para ela?–
Eu sorrio através dos meus dentes. Trent olha para longe e
franze a testa antes de enfiar um hambúrguer em um pão,
espremer o ketchup e entregá–lo à filha.

–Nós estávamos conversando sobre ela, então eu trouxe


minha opinião.
– Você trouxe sua opinião, ou imaginou como seria se sentir
perdido?– Eu começo e Jaime se intromete em nossa conversa.

– Isso está ficando mais assustador a cada segundo. Faça–me


um também.

–Significa os hambúrgueres.

Papai anda em nossa direção, segurando um copo vermelho


com um ponche sem álcool. Todos eles lhe dão tapinhas nas
costas. Eu fico no lugar, mas quando ele vem me abraçar, eu
abro meus braços e o deixo entrar. Para os meus braços, meu
coração, minha vida. Merda, soa fingido, mas é verdade.

Há três anos, passei um mês e meio no hospital cuidando da


minha namorado agonizante.

Três anos atrás, ela voltou para mim.

Há três anos, uma noite, quando pensei que morreria,


acordei no meio da noite com o som das máquinas do hospital
gritando. Eu me enrolei ao seu lado todas as noites, uma mão
pressionada contra o seu coração não confiava em nenhuma
máquina do caralho, em vez do seu órgão batendo no peito e
notei que sua pele estava quente novamente. Minha Rachel
voltou para mim. Demorei quatorze anos, mas esse Jacó teve a
irmã que ele ansiava.

Eu amo meus amigos, mas eles não entendem isso. A mim.


Tenho que passar por tudo rapidamente para realmente
aproveitar a vida. É por isso que Rosie e eu fugimos quatro dias
depois que ela saiu do hospital para se casar. É por isso que não
consigo guardar rancor contra meus pais. É por isso que eu
finalmente abandonei o mal e permiti que tudo de bom entrasse,
mesmo que isso quebrasse a minha armadura bastarda
arrogante.

– Knight está tentando acender um fogo usando duas pedras


perto da fonte–, papai avisa, inclinando a cabeça para a
extremidade do jardim. – Acrescentando Vaughn está ajudando
ele. Vicious sorri.

– E você disse que nossos filhos não podem se tolerar.– Seu


ombro bate no meu.

– Claro que pode, quando há destruição suficiente envolvida.

–Quantos anos tem?

Trent pergunta do nada.

– Dezoito–, anuncia Vicious. – E você tem trinta e três, caso


precise que eu também te lembre disso.

– Estou ciente disso, idiota.

– Então tire os olhos do seu corpo, seu imbecil.

– Linguagem, meninos–, diz meu pai, e isso nunca sai de


moda, mesmo quando estamos com trinta e três.

Trent olha para longe, genuinamente sorri pela primeira vez


em anos, e acaricia a cabeça de Luna enquanto ela devora seu
hambúrguer. Eu me pergunto se ela entende alguma coisa da
conversa que acabamos de ter, e se entendeu, quanto foi. Seu
médico afirma que nada de ruim acontece com ela, que ela está
mentalmente em sintonia com as crianças de sua idade.

Mas ela não fala. Com ninguém. Nunca

Completamente muda.
–Eu vou me certificar de que eles não queimem minha casa.–
Eu aponto para a fonte com meu queixo, bem ao lado do assento
da pedra da cisne. Nós nos sentamos nelas todas as noites
quando olhamos para as estrelas. Eles são o lugar onde eu digo a
Rosie que a amo, que ela é a única, que ela sempre será a única,
não importa quando ela me deixar. É a verdade. Se os pulmões
de Rosie entrarem em colapso amanhã, e com eles, toda a minha
vida, não vou me incomodar em pegá–la novamente. Eu estarei
lá para o meu filho, em breve para ser crianças, e vou criá–las da
melhor maneira possível, mas a jornada terminará para mim.

–Knight! Vaughn!– Eu ando na direção deles, e ambos viram


suas cabeças, parecendo culpados como o diabo. Eu mexer o
dedo antes que eles façam algo estúpido.

– Parem de tentar atear fogo ai. Quantos problemas vão


enfrentar se é isso que fazem com quatro anos?

– Meu palpite é que tantos problemas quanto você nos deu.–


Papai ri atrás de mim. Todos voltamos para a casa, três homens
de diferentes gerações e Vaughn. Eu coloco as duas crianças
onde eu posso vê–las. A sala audiovisual que colocamos para
Knight e seu irmão mais novo.

– Você checou sua mãe?– Eu pergunto ao Knight.

– Sim. Ela disse que está bem. Também disse que me ama
mais do que você.

Eu olho seus olhos.

– Ela não disse isso.

– Ela disse.– Knight encolhe os ombros, enxugando o suor da


testa.
– Isso é uma mer ... mercadoria.– Eu limpo minha garganta.
Knight pula e aperta a mão de Vaughn.

– Eu te disse que eu faria ele dizer uma palavra feia! Eu sou


boooooommmm.

Ele é bom e eu sou abençoado.

E completo

E malditamente vivo.

Graças a ela.

O que te faz sentir viva?

Minha família. Meu Lar. Meus homens.Minha


barriga. Estou viva. E meu terapeuta estava
certo. Eu vou viver para sempre.

– Dean, pare.

– Por que?

– Porque eu odeio quando faz isso.

– O que estou fazendo?

– Cantando a música do "super esperma".


Uma risada sombria sai de sua boca. Eu reviro os olhos e me
torno deitada de costas na cama, minha barriga enorme saindo.
Eu tenho uma gravidez de alto risco. Eu não posso sair de casa
com freqüência. Eu vejo meu médico a cada três dias. Meu corpo
não foi projetado para transportar outra pessoa e enquanto meu
apetite rapidamente alcançou o plano, meus pulmões estão
lutando para funcionar por dois. Mas isso aconteceu. Eu
engravidei graças a...

–Superrrrrr espermaaaaaa – canta Dean com aquelas notas


altas, saindo do chuveiro e entrando em nosso quarto, seu
cabelo sexy ainda pingando água. Não que eu tenha feito sexo
recentemente. Que pena, porque a gravidez faz você
tremendamente quente. Meus hormônios assumiram o controle
oito meses atrás e me levaram aos braços de pornografia suave
e livros eróticos. O Dr. Bernstein disse nada gracinhas até eu
tirar essa criança.

– Faz o maldito trabalhoooooo!

Oh sim. A super canção de esperma tem ritmo e duplo


significado. Cuidado, Justin Timberlake.

– Papai, você disse outra palavra feia!– Knight diz do seu


quarto, eufórico.

– São dez horas da noite. O que você está fazendo acordado?

– Esta é a melhor aposta da vida. Vaughn vai me dever muito


doces.

Às vezes eu sinto que Dean nem tenta não amaldiçoar na


frente de Knight. Eu não me incomodo com ele sobre isso. É
quem é se as pessoas têm um problema com isso ... bem, foda–
se. Ele não diz isso, ele provavelmente não iria admitir isso, mas
eu sei que uma das razões pelas quais ele concordou em vender
todas essas ações para Jordan Van Der Zee é porque ele queria
passar mais tempo conosco. Ele não sabe o que vai acontecer
amanhã.

Eu também não sei. Mas sei que meus dois garotos vão estar
em boas mãos. Afinal, esse é o homem que me engravidou
depois que me disseram que havia apenas 0,0001% de chance
de eu conseguir engravidar. Ele pegou essa pequena
possibilidade e tornou isso possível. Como não possui o gene da
FC, meu filho será saudável e forte. Como ele.

– Coloque um dólar no pote para mim–, Dean grita para


Knight, sorrindo para mim e abrindo a toalha antes de amarrá–
la novamente.

– Eu te pagarei amanhã.

– Há um interesse de doze por cento nisso–, Knight grita de


volta. Dean ri baixinho.

– Tem certeza de que ele não é meu filho biológico?

– Ele me dá esse olhar. Você sabe, esse olhar, o que me faz


umedecer e implorar ao seu lado negro para me espancar.– Eu
dou de ombros, ignorando seu efeito em mim.

– É o mais parecido comigo. – Além do pequeno que está em


minha barriga.

Dean caminha em minha direção, achata a mão na minha


enorme barriga e se senta ao meu lado.

– Sirius?

– Sim, terra?
– Por que você está tão brilhante? Você torna muito difícil
para mim dormir perto de você.

– Mmmm – Ele pegou minha mão e beijou a palma, sorrindo.

– Obrigado pelo mel, mas isso me dá indigestão.

– Ok, o que estou realmente tentando dizer é que você


começou a roncar por cerca de dois meses e porra, estou
cansado.

– Isso também terminará, eu digo, brincando. Logo meu


ronco será substituído por um bebê que chora a noite toda
durante os próximos dois anos. – Beijou minha testa, então
minha barriga, então entre meus seios pesados, fazendo um som
de sucção.

O amo. Eu o amo tanto que não sei por que não fiz o que
deveria ter feito todos esses anos atrás. Passar a minha irmã
para um lado quando ela veio correr em seus braços e
reivindicá–lo como meu.

Porque sempre foi.

Cada parte dele.

Bom e o ruim, o feliz e o triste.

Meu.

Assim como eu era dele.

Nina morreu semanas depois de sair do hospital há três anos.


Overdose, na fazenda onde ela morava no Alabama. Seu marido
ao seu lado. Eu estava lá para pegar os pedaços de coração
quebrados de Dean. Finalmente assisti–lo terminar, finalmente
admitir que ele se importava. Que ele a amava e não queria nada
além de ser seu filho. Que seu coração nunca mais seria o
mesmo.

Lev significa coração em hebraico.

Lev também vai ser o nome do nosso filho.

Eu conto minhas bênçãos. Todos os dias. Eu digo a eles


quando dou a Knight o beijo de boa noite, quando vejo Dean a
partir da janela tentando ligar os sprinklers, chutando pedaços
de grama antes de lembrar que sprinklers são automáticos e
quando Millie e eu organizamos almoço e vejo as crianças
brincar e lutar e gritar.

– Você sabe o que eu acabei de perceber? – Dean se inclina e


agora beija meus lábios e fico tonta, sabendo que não podemos
ir mais longe. Não só por causa da gravidez. Knight é conhecido
por invadir nosso quarto e negociar seu tempo para ir dormir.
Ele está ficando muito bom nisso. Aos seis anos de idade, ele
está começando a conversar com seu pai quando se trata de
negociar.

– O que?– Eu sorrio.

– Baby LeBlanc vai ter um bebê. E ele é meu. Porra, eu te


amo. Eu amo seu rosto –Beija meu nariz.

– Eu amo seus seios.– Ela beija meu mamilo através da minha


regata, mordendo suavemente.

–A criança que você está trazendo pra nós. – Beija a minha


barriga e diz contra ele:

–Eu também te amo.

– Para o maldito sexo espetacular que teremos, estou


mantendo todo o meu esperma para o nosso encontro, então, já
te aviso, eu poderia engravida la novamente a qualquer
momento.– Beija entre minhas pernas.

– E até seus pés, que eu adoro todos os dias. – Afasto os


dedos dos pés. Eu respiro fundo. Eu não preciso do meu
inalador. Eu tenho ele.

–E eu percebi mais uma coisa. – Levanta seu corpo e me


tranca sob ele. Seus braços flexionados, seus músculos inchados,
tornando difícil para mim me concentrar no que ele está
dizendo e, de repente, a sala ficou quente demais para o meu
gosto.

– O que? Eu sussurro enquanto nossos lábios roçam.

– Jacó pegou sua maldita Rachel. E deu a ela um bebê. Eles


viverão felizes para sempre. Eles envelhecerão juntos. Está na
bíblia, Baby LeBlanc. Você não pode discutir isso.

– Eu te amo–, eu rio.

– Eu amo você –responde.

– Os amo! – Knight entra rapidamente na sala, abrindo a


porta, pulando na cama entre nós, abraçando minha barriga.

–Te amamos. – Dean coloca a mão na minha barriga e


agoram todos nós tocamos Lev.

– Deus, oh,– gemo.

– Sim, baby, eu sou um deus, mas nosso filho está aqui. Isso
terá que esperar.

– Não, Dean. Estourou a bolsa de água.

– Ah–, todos nós dissemos em uníssono.


– Deus.

E agora eu tenho meu feliz para sempre.

Pelo menos neste momento.

Agora é para sempre, pelo menos para mim.

Porque eu não sou uma rosa murcha, eu estou em plena


floração.

Graças a ele.

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