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FRATURAS POR ESTRESSEEM MILITARES

REVISAO DA LITERATURA FRATURAS POR ESTRESSE EM MILITARES

Marcos Port Schirmer


Luiz Alberto de Almeida Braga -TC
RESUMO

Militares so populagao de risco para desenvolverfraturas por estresse. O estudo dessa


Patologia pelo médico militar, em Ambito tropa ou hospitalar, é importante para realizar o diagndstico
Precoce de formaracionale tratar adequadamente, dessa forma prevenindo sequelas, otimizando os
recursos do sistema de salide e permitindo o retorno expedito para suas funcées habituais.

Palavras-chave: Fraturas por estresse. Militares. Fraturas por fadiga. Fraturas por repeticao.

ABSTRACT
Military personnel are a population at risk to develop stress fractures. The study of this pathology by
the military doctor,at troopor at hospital level, is important to achieve early and rational diagnose and
to treatthis ilness accordingly, thus avoiding permanentdisability, optimizing resources of the military
health care system and allowing earlier return to their jobs

Keywords: Stress fractures. Military. Fatigue Fractures. Cycle Load Fractures.


1 INTRODUCAO
As fraturas por estresse foram primeiramente descritas em soldados da Prussia por
Breithaupt em 1855. Eram chamadas de “fraturas da marcha” e suas caracteristicas puderam
ser melhores observadas 40 anos aposatravés de radiografias. Em 1935, Devas fez o primeiro
relato dessa patologia em atletas.
Asfraturas por estresse conceitualmente sfo lesdes dsseas, de etiologia mecanica,
causadas por sobrecargaciclica de intensidade menor que a resisténcia maxima em um osso
previamente sadio.
Essa moléstia pode acometer qualquer osso do corpo humano, no entanto, s4o mais
frequentes nos membrosinferiores. A maioria é benigna e tera boa evolucdo no tratamento
com diagndstico precoce. Ha, todavia, fraturas que podem necessitar intervengdo cirtirgica
com risco de sequelas. Muitas possuem diagnéstico retardado em fungdo de os sintomas
poderem ser similares a tendinites e mialgias.
Patologia de interesse de estudo pela medicina militar por ser tipica a sua ocorréncia
no cotidiano de atividades castrenses. Cabe ao médico militar que apoia as atividades de
treinamento fisico conhecimento para um diagnéstico precoce com racionalidade evitando
tanto atraso no diagnéstico quanto a dependéncia excessiva de exames complementares
com
onerag¢ao dosistema.

1.1 PROBLEMA

Militares sao populaco de risco para desenvolverfraturas porestresse. O estudo dessa


patologia pelo médico militar, em Ambito tropa ou hospitalar, é importante para realizar
0
diagndstico precoce de forma racional e tratar adequadamente, dessa forma prevenindo
sequelas, otimizando os recursos do sistema de satide e permitindo 0 retorno expedito
para
suas funcdes habituais.

1.2 OBJETIVOS

AO presente estudo pretende integrar os conceitos basicos e a informagao cientifica


relevante e atualizada, a fim de verificar a epidemiologia, possibilidades diagnésticas
e
consideragdes sobre tratamento dasfraturas por estresse na populagao militar.

1.3 JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUICGOES

Com finalidade de delimitar e alcangar 0 desfecho esperado para o objetivo geral,


levantou-se objetivos especificos que conduzirao na consecugao do objetivo deste
estudo, os
quais sao transcritos abaixo:
Definir as fraturas porestresse

os p
Verificar quais as mais frequentes em militares
Classificar as fraturas por estresse quanto ao risco
ae

Estabelecerdiagnésticos diferenciais comuns


Outras formasdeclassificar fraturas porestresse
Discutir solicitag&o racional de exames complementares
rom om

Discutir principios para o tratamento de fraturas porestresse


Aferéncia sobre prognéstico de fraturas por estresse
2 METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado dentro de um Pprocesso cientifico e calcado em procedimentos


metodolégicos. Assim, nesta segéio, serd apresentada de formaclara e detalha
da como o
problema elencado noitem 1.1 pode ser solucionado, bem como quais critérios, estratég
ias e
instrumentos foram utilizados no decorrer deste processo de solucao e as formaspelas
quais
foram utilizados.
A trajetoria desenvolvida pela presente pesquisa teve seu inicio na revisdo tedrica do assunto,
através da consulta bibliografica a trabalhos cientificos (artigos cientificos),
a qual prosseguiu
até a fase de andlise dos dados coletados neste processo (discussao de resultad
os).

3.1 TIPO E NATUREZA DA PESQUISA

Quanto a natureza, o presente estudo caracteriza-se porser uma pesquisa dotipo


revisao da
literatura, por ter por objetivo gerar conhecimentos para aplicagao pratica dirigido
s a solugao
de problemas especificos relacionados ao estudo das fraturas por estresse na
populacgao
militar,
Trata-se de estudo bibliografico que, para sua consecugdo, tera por
método a leitura
exploratoria e seletiva do material de pesquisa, bem como sua revisdo
integrativa,
contribuindo para o processo desintese e analise dos resultados de varios estudos,
de forma a
consubstanciar um corpode literatura atualizado e compreensivel.
A selegdo das fontes de pesquisa sera baseada em artigos veiculados em
periddicos indexados
na base de dados Pubmede Scielo.

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento de pesquisa contemplard as fases de levantamentoe seleg


ao da bibliografia;
coleta dos dados, critica dos dados,leitura analitica e fichamento das fontes
, argumentagao e
discussao dosresultados.

3.3 PROCEDIMENTOSPARA A REVISAO DE LITERATURA

Para a definigdo de termos, levantamento das informagées de interes


se e estruturagdo de um
modelo tedrico de andlise sera realizada umarevisao deliteratura nos seguintes moldes:

a. Fontes de busca

= Artigos cientificos das bases de dados do PubMede Scielo.

b. Estratégia de busca para as bases de dadoseletrénicas

A fimderealizar a busca a respeito do assunto sera utilizada a localizagdo dados eletrénicos,


por meio de sites de busca na internet. A fim otimizar a busca, serao utilizados os seguintes

termosdescritores: “stress” “fractures” “military”

¢. Critérios de inclusao:

- Estudoscientificos sobre fraturas por estresse

d. Critérios de exclusao:

Estudos quenaosejam relativosa fraturas por estresse

2.1 REVISAO DE LITERATURA

A revisao de literatura foi realizada com pesquisa no banco de dados


“Pubmed” “Scielo” com as palavras-chave “stress”“fractures” “military”

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3 RESULTADOSE DISCUSSAO
Defini¢io de Fraturas por Estresse

As fraturas por estresse sao lesdes ésseas, de etiologia mecanica, causadas por

sobrecargaciclica de intensidade menor que a resistencia maxima em um osso previamente


sadio.

2.2 Histérico de Fraturas por Estresse

Asfraturas por estresse foram primeiramente descritas em soldados da Prussia por


Breithaupt em 1855. Eram chamadasde “fraturas da marcha”e suas caracteristicas puderam
ser melhor observadas 40 anos apés através de radiografias. Em 1935, Devas fez o primeiro
relato dessa patologia ematletas.

2.3 Epidemiologia

Corredores, soldados e dangarinos sdo as principais vitimas de fraturas por estresse.


Em estudo da IDFrealizado em 2013 foi encontrada incidéncia de quatro fraturas por estresse
a cada 100 soldadosporano.

2.3.1 Regides Anatémicas

Todos os ossos do corpo humanoest&o sujejitos ao acometimento porfratura por


estresse. O estresse esta intimamente relacionado a pratica didria que atletas realizam
. A
predominancia de fraturas por estresse nos membros inferiores em relagdo aos membros
superiores reflete a sobrecarga ciclica que é tipicamente exercida nos ossos que suporta
m 0
peso do corpo em comparacao com osossos quenao tem essa fungao. Asfraturas por estresse
s40 mais tipicamente diagnosticadas na tibia, seguido pelos metatarsos (em particula
r o
segundo e terceiro metatarsais) e pela fibula. As fraturas por estresse do esqueleto axial sao
infrequentes e sdo na sua maior parte localizadas nas costela, pars articularis, vértebra
s
lombarese pelve. As regides anatémicas mais acometidas em estudo daIsrael Defense Force
(IDF) foram: Calcanhar e tornozelo (34%, sendo 95% destas natibia distal), regido do joelho
(22%) e coluna lombar (19%).

2.3.2 Tipos de Atividades Fisicas

Corrida apresenta a maior incidéncia de fraturas por estresse em ossos longos como a
tibia, femur e fibula e também pode ocasionar fraturas nos ossos dos pés e do sacro.
Atividades atléticas com uso intensivo dos membros superiores como gindastica olimpica e
treinamentos militares com atividades de suportar peso do corpo nos membros superiores
como escaladade cordas e pistas de treinamento com essacaracteristica. Mais afetada a ulna,
emespecial seguimento proximal mas também acomete extremidade distal do tmero ou seja,
proximidade da articulagéo do cotovelo. Fraturas por estresse de arcos costais afetam
majoritariamente remadores. Saltadores so os que apresentam maior risco de lesées na
coluna lombare pelve.

Em um estudo realizado com 20.000 soldados da IDF, 45% daslesdes foram ocasionadas em
corrida e 29% em marchasde longa distancia.

2.3.3 Género

Na populagao militar, as fraturas por estresse sao mais frequentes no segmento


feminino do que no masculino.

2.4 Fisiopatologia

Seis a oito semanas depois de um aumentorepentino e nao gradual na intensidade da


atividade fisica geram uma sobrecarga ciclica e repetitiva que pode levar ao surgimento de
microfraturas e pode ndo permitir temposuficiente para o tecido ésseo se remodelar e adaptar
para a nova condi¢ao e reparar essa microlesdo. A carga aplicada é consideradainsuficiente
para causar uma fratura aguda, porém a combinagdo de sobrecargas seriadas sem tempo
suficiente para recuperagéo torna esta uma lesdo crénica. Deformidade eldstica ocorre
inicialmente, esta entéo progride para deformidade plastica até que finalmente surgem as
microfraturas as quais, se nao tratadas, evoluirao para fratura completa do osso acometido
. O
processo de reparo dsseonas fraturas porestresse é diferente do processo observado nos casos
comunsde fratura aguda e somente acontece através da remodela¢ao Ossea, isto é, reabsor¢ao

dascélulas danificadas e sua substituigao por novo tecido dsseo.

2.5 Fatores de Risco

Osfatores associados com 0 risco elevado de fraturas por estresse podem ser divididos
em extrinsecos e intrinsecos. Isso torna as fraturas por estresse multifatoriais e dificeis de
controlar. Fatores extrinsecos sao as atividades fisicas, os habitos nutricionais, equipamento
utilizado e tipo de terreno.

Aumento abrupto na intensidade e quantidade de treinamento so comumente o


suficiente para desenvolver lesdes. Equipamentos como calgado que possui baixa absorgao de
impacto, esta desgastado (mais de seis meses de uso) ou possui tamanho inadequadopara 0 pé
do usudrio podem favorecer a ocorréncia destaslesdes.

A qualidade da pista de treino também pode ser um fator de risco, quando é


desnivelada, irregular ou muito rigida. Ademais, se 0 nivel de preparo for insuficiente para a
atividade em questdo podeocorrerles%io mesmo sem o numero de repeti¢des ser tao elevado.

Os fatores intrinsecos se relacionam a_ possiveis variagdes anatémicas, condicao


muscular, estado hormonal, género, etnia ou idade.

Embora na populagao civil o género feminino nao foi considerado fator de risco
isoladamente mas sim 0 conjunto de fatores hormonais, nutricionais,
biomecanicos e
alteragdes anatémicas ha estudos que demonstram maior prevaléncia dessas lesdes
no género
feminino, na populagao militar, a despeito de condigdes de treino comparaveis ao masculi
no.
Ha estudos que sugerem haver maior prevaléncia de fraturas por estresse dentre
militares
brancos do que em negros,atribuido a maior densidade éssea e sua biomecanica.

Ha umarelacdo inversamente proporcional entre a densidade mineral dssea ¢ 0 risco


de fraturas porestresse. Ingesta inadequada nutricional pode alterar 0 metabolismo
6sseo e
predispora ocorréncia defraturas porestresse.

Baixosniveis de preparo fisico e condicionamento muscular so também importa


ntes fatores
de risco para essa doenga. Além disso, pé plano rigido, discrepancia de compri
mento de
membros inferiores, tibia curta, geno valgo, angulo Q elevado, indice de massa
corporal
inferior a 21 kg/m2 e baixa estatura também podem ser consideradosna analise
de fatores de
risco para fraturas porestresse.
Algunsestudos também sugeriram querigidez nos pés, alteragdes do arco plantar e limitagdes
da dorsiflexao devido ao encurtamento dotriceps sural podem serfatores de risco. Corredores
0s quais retropé apresenta eversdo, particularmente com prona¢ao excessiva,e atletas com um
arco alto pronunciado possuem um risco de desenvolver fraturas por estresse até 40%
superior. Além disso, hiperpronagao do antepé predispde a um elevado risco de fraturas por
estresse na fibula. Fraturas por estresse do segundo metatarsal foram correlacionadas com a
presenga de neuroma de Morton, hipermobilidade do primeiro metatarsal e um relativo
aumento do comprimento do segundo metatarsal. Embora 0 uso de ortoses e calgado que sao
mais apropriados teoricamente diminuam a incidéncia das fraturas por estresse o numero de
estudosnaliteratura permaneceinsuficiente para respaldaressateoria.

Outros autores consideraram também os seguintes como fatores de risco: Tabagismo,


frequéncia de atividadesfisicas inferiores a trés vezes por semana e consumo de mais que 10

doses de bebidas alcodlicas por semana.

2.6 Exames de Imagem

Exames de imagemsao fundamentais para diagnéstico, Pprognostico e seguimento das fraturas


porestresse.
Radiografias simples so os exames de imagem iniciais por conta de seu facil acesso e baixo
custo. Todavia este possui uma elevada taxa de falsos negativos visto que as alteracdes
causadaspelas fraturas de estresse somente aparecem nesses exames em um estagio tardio
(duas a quatro semanas apéso inicio da dor), 0 que poderetardar o diagnéstico. Inicialmente,
uma area radioluscente sutil pode ser observada diretamente no tecido dsseo afetado e/ou
esclerose, espessamento periostal, alteragdes corticais compreendo redugao da densidade
6ssea cortical e/ou aparéncia de um delicado traco de fratura. Finalmente, umatentativa do
organismo de formar um calo dsseo é observado, com espessamento endosteal e esclerose, os
quais sao os achados mais comuns.

Um sinal temido é linha negranacortical anterior éssea datibia que sugere a presenga
de fratura com prognéstico reservadoe alta probabilidade de evoluir para fratura completa por
conta de sua localizacao em umaregiao de tensdo éssea e vasculizagao pobre.
Tomografia computadorizada (TC) é usada principalmente quandoha contraindicagao
ao uso da ressonancia magnética. Lesdes crénicas e quiescentes podem ser mais evidentes
neste exame que na ressonancia magnética ou cintilografia dssea porque eles apresentam
baixo turnover dsseo. SPECT (TC por emissao de féton tinico) é particularmente util na
investigagéo de fraturas por estresse envolvendo a coluna dorsal, e especialmente na pars
interarticularis(espondildlise).
Medicina nuclear utilizando cintilografia de fase-tripla (tecnécio-99) apresenta alta
sensibilidade (74-100%) para remodelamento dsseo e mostra alteragdes de imagem trés a
cinco dias apés0inicio dos sintomas. O radiofarmaco se concentra nas regides acometidas e
detecta areas de remodelamento osseo, microfraturas do osso trabecular, reagdesperiosteais e
formagao de calo ésseo.
Ressonancia magnética (RM) é 0 exame de imagem mais sensivele especifico para diandstico
de fraturas porestresse. E recomendado pela American College of Radiology como 0 exame
de preferéncia na auséncia de alteragdes radiograficas. As anormalidades causadas pelas
fraturas podemser identificadas um ou dois dias apés0 inicio dos sintomas com deteccéo
precoce do edema no tecido Osseo e areas adjacentes. Este exame torna possivel diferenciar
dano medular do dano cortical, dano endosteal do periosteal, permite graduar as lesdes em
considerando sua severidade e progndstico. Edema endosteal intramedular é um dos primeiros
sinais de remodelamento 6sseo e pode continuarpresente por até seis meses aposa fratura ter
sido diagnosticada e tratada, enquanto a matura¢do cortical e remodelamento ocorrem. Edema
medular ousinais de estresse 6sseo podem também estar presentes em pacientes fisicamente
ativos e assintomaticos, sem nenhumacorrelag’o com incidéncia aumentada defraturas por
estresse, especialmente natibia de maratonistas.
A linhadefratura é menos comumente visivel. Apresenta sensibilidade levemente superior ou
igual do que a cintilografia, mas é considerada exame de maior especificidade.

2.7 Classificagao
Fraturas podem e devem ser classificadas de forma que 0 prognéstico e tratamento
possa ser mensurado e entao obtido melhorresultado clinico para o paciente.
Arendt and Griffiths apud Royeret al. utilizaram parametros de imagens obtidas
através de RM para dividir as fraturas por estresse em quatro estagios. O objetivo dessa
classificagao é definir 0 periodo de repouso que é necessdrio para retornar a atividadefisica de
acordo com o estagio do paciente. Esses estagios também podem ser utilizados para
reavaliagdo durante seguimento dalesio.
O tratamento de lesdes em estagio 1 requerem em média 3,3 semanas de repouso,
enquanto lesdes de estagio 4 requerem 14,3 semanas(tabela 1).
Estagios de Arendt e Griffiths para lesdes ésseas devido ao estresse, baseado nos
achados de Ressonancia Magnética

Grauda lesio Duragao do periodo de repouso


. Achados na RM =
devidoao estresse necessario para a cura (semanas)
1 STIR-positivo 3
2 STIR ¢ T2-pesadas imagens positivas 3-6
a Tl e T2-positivos sem defini¢ao de rupturacortical 12-16

j TI e T2-positivo com definigao de ruptura cortical,


¢ linha visivel de fratura

Fraturas por estresse podem também serclassificadas comofraturas de alto risco ou


baixorisco. A localizagao dssea, 0 progndstico para consolidagao e tracos aferidos através de
exames de imagem sao algumasdascaracteristicas que definem se ha alto risco que uma
fratura porestresse possa no evoluirsatisfatoriamente durante o tratamento.

Classificagao de Fraturas de Baixo Risco

Fraturas por Estresse de Baixo Risco


Membros
Clavicula, escépula, mero, olécrano, ulna, radio, escafoide, metacarpos
superiores
Membros - ; . -
Diafise Femoral, diafise tibial, fibula, calcaneo, diafises metatarsais
Inferiores
Torax Arcos costais
Colunadorsal Pars interarticularis, Sacro

Pelve Ramosisquiopabicos

ClassificacaodeFraturasde AltoRisco

Fraturas por Estresse de Alto


Risco

Colodo femur (superolateral)


Corticalanterior sseada tibia

Maléolo Medial

Osso navicular
Fraturaspor Estresse de Alto
Risco

Base dosegundometatarsal
Talus

Patela

Sesamoides(halux)

Quinto metatarsal

Fredericson propés umaclassificagao de fraturas por estresse através do uso de


alteragdes vistas na RM.Osestagios progressivos de gravidade da lesdio so avaliados de
acordo com envolvimento periosteal, seguidos pelo envolvimento medular e indo até 0 ponto
que a cortical dssea é afetada.

ClassificagSo de Fredericson
Achados na RM deacordo com Fredericson

Estagio da Lesdo
0 Normal

1 Edema periosteal
2. Edema periostesteal ¢ medular em imagens T2-pesadas
3. Edema periostesteal e medular em imagens Tl ¢ T2-pesadas
4 Edema periosteal ¢ medular comlinha de fratura visivel

2.8 Tratamento
Para tratar adequadamente asfraturas porestresse é essencialidentificar os fatores de
risco que levaram a doenga. Tratamentos para fraturas de estresse sao baseados na preven¢ao
de novos episédios e na recuperagao da area afetada.
Prevengao de novos episddios pode ser alcangado através da modificacéo de
atividades, corregdo de movimentos, troca do equipamento, troca do local de localizagdes que
possam favorecer a sobrecarga éssea, mudanga de habitos nutricionais, reconhecimento de
12

condigdes hormonais, anatémicas ou musculares, identificagdo de baixo condicionamento


cardiomuscular.
Nos diversos cursos operacionais identificar as atividades que possam representar
fatores de risco para 0 acometimento de lesdes ésseas porestresse.
O terreno utilizado para atividade de corrida no treinamento fisico militar pode ter
relevancia pois asfalto por ser terreno rigido pode aumentar a frequéncia de fraturas por
estresse em relacado a terrenos mais macios. O tratamento dessa patologia compreende
diminuigao da sobrecarga do local acometido, medicagao para controle da dore reabilitacao
fisioterapica.
Analgésicos sao utilizados para alivio da dor e anti-inflamatérios podem ser
associados por periodoscurtos.
O periodo que leva para consolidagdo da fratura é geralmente entre quatro e 12
Semanas quando a fratura é de baixo risco. Para os metatarsais, um periodo de trés a seis
semanas€ tipico. Para a regido posteromedial da didfise da tibia, para o femur e a pelve de
seis a doze semanas. Reavaliagdes a cada duas ou trés semanas devem ser feitas para
monitorar as mudangas dos sintomas e acompanhamento da reabilitacéo. Para manter a
flexibilidade, forga e condicionamento cardiovascular durante o periodo de repousoo paciente
deve estar engajado em um programa fisioterapico e programa de exercicios controlados.
Raramente é necessdrio imobilizar para tratar fraturas por estresse por conta de seus
efeitos deletérios nos musculos, tenddes, ligamentos e articulagdes. Se tratando de uma

patologia crénica a imobilizag&o costuma ser desnecessaria e prejudicial. Todavia ha alguns


tipos especificos de fratura nos quais a imobilizagao pode ser recomendada como para 0 osso

navicular, sesamdides, patela e regidio posteromedialdatibia.


Fraturas de alto risco sio comuns de evoluirem para nao consolidacao do osso e
necessitar intervengao cirdrgica. Fraturas porestresse do ossocortical lateral do colo do fémur
(area de tens&o dssea) é associada com evolugio catastréfica como deslocamento completo da
cabega femoral e osteonecrose da mesma quando naotratado cirurgicamente. Fraturas
da
cortical anterior do tergo médio da diafise tibial s4o outro tipo de fratura que, se nao tratado
com cirurgia pode ter prognéstico reservado, Fraturas da base do quinto metatarso e do osso
navicular também podem ser citadas como tipos que comumente necessitam intervengao
cirirgica para obter evolugaosatisfatoria.
4 CONSIDERACOESFINAIS

Todosos anos, milhares de jovens prestam servico militar obrigatério. Muitos desses,
previamente 4 incorporagdo, sem 0 bom habito derealizar atividades fisicas. Essa mudanga,
em geral abrupta, favorece a ocorréncia de umafratura porestresse.
O aumento gradual do segmento feminino no Exército Brasileiro parece ser outro fator
de risco pois ha trabalhos que apontam que as fraturas por estresse séo mais prevalentes
dentre as mulheres militares.
Cursos operacionais que exigem alto performance atlético sao também ambientes
tipicos de ocorréncia de fraturasporestresse.
As escolas de formagao também sao locais propicios para ocorréncia de fraturas por
estresse tanto pela comum mudanga de rotina de atividades fisicas quanto pela
competitividade e busca pela exceléncia atlética.
Felizmente nossa realidade é de tempos de paz, contudo, em situagdes de campanha
,
atividades como longas marchasfiguram também como situagdestipicas de ocorréncia dessa
doenga.
As fraturas por estresse sao doengas emblematicas da atividade castrense e de atletas,
nao podendoser dissociadas visto que ocorrem na busca por atingir e aumentar seuslimites. E
uma moléstia comum, que possui apresentagdes diversas que demandam atencao do Servi¢o
de Satide para prevenir e tratar reduzindo tempo de afastamento dos profissio
nais e
evitando/minimizando eventuais sequelas.
E necessaria atuagdo nao somente do especialista em Ortopedia e Traumatologia mas
também do médico generalista da tropa que deve possuir conhecimento basico
para o manejo
desta patologia que estara presente com muito mais frequéncia no exercicio da medicina
no
meio militar do que 0 que poderia estar habituado a encontrar na sua formag¢4o
ou atuagao no
meiocivil.
14

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: ANEXO B
MODELO DE TERMO DE AUTORIZACAO PARA PUBLICACAODE TESES,
DISSERTAGOES, TRABALHOS DE CONCLUSAO DE CURSO E ARTIGOSCIENTIFICOS
ELETRONICOSNABIBLIOTECADIGITAL DE TRABALHOSCIENTIFICOS

REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


MINISTERIO DA DEFESA
EXERCITO BRASILEIRO
DECEx- DesMil
Escola de Aperfeigoamento de Oficiais

DIVISAO/SEGAO DE POS-GRADUACAO

TERMO DE AUTORIZACAO PARA PUBLICACAO DE TESES, DISSERTAC:‘OES,


_ TRABALHOS DE CONCLUSAO DE CURSO E ARTIGOS CIENTIFICOS ELETRONICOS NA
4 BIBLIOTECA DIGITAL DE TRABALHOSCIENTIFICOS

_ Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicacao, autorizo Escola de Aperfeigoamento de


Oficiais a disponibilizar através do site http://www.bdex.eb.mil.br, sem ressarcimento dos direitos
‘autorais, de acordo com a Lei n° 9610,de 19 de fevereiro de 1998, Lei de Direito Autoral, o texto integral
da obra abaixo citada, conforme permissdes assinaladas,para fins de leitura, impress&o e/ou download, a
titulo dedivulgagao da produciocientifica brasileira, a partir desta data.

1. Identificacao do material bibliografico

(_)Tese ( )Dissertagao ( ) Trabalho de Conclusao de Curso YW Artigo Cientifico

2. Identificagao da Tese, Dissertacao, Trabalho de Conclusio de Curso ou Artigo Cientifico


Titulo: FInyypway fen P\Auyss Ph AjuTangs
Autor Mrnecy Pent ScjPiAn iA
Idt:Q90490 ( 152) _ CPE: Y 4.9% 5. \eo-4 Je-mail: NN Cit ANIAO GAnLL. CoM
Autoriza disponibilizar e-mail na Base de Dados de Teses, Dissertagdes, Trabalhos Cientificos e Artigos
Cientificos daBiblioteca Digital de Trabalhos Cientificos (X) SIM ( )NAO

Orientador; LUJ2 A) BANAT 16 ALME Jon DMiunTa: OX.OS5) VY C


CPF: as s E-mail:

Co-orientador: Idt:

oe ae E-mail:
Membro da Banca ou Comissao:

e-mail:
|BB60-IR-57.002

Membro da Banca ou Comissfio:

| CRE: _ e-mail:
_Membro da Banca ou Comi
ssao: jie

CPE: e-mail:

CPE: e-mail:

Idt: CPF: e-mail:

Datade Defesa (Apresentagao): Titulagao:


Instituigao de Ensino Superior de Defesa:

Programa de Pés Graduagao:

Area do Conhecimento:

Palavras-chave: / a ©
3. Agéncia de fomento:(sefor 0 caso)

i Informagiode acesso ao documento:

iberacao. para publicacao: (ATotal (_ ) Parcial


m Sande publicagao parcial, especifique 0(s)titulo(s) e/ou capitulo(s) restrito(s)

alloc :

api I (s):

testri¢ao (parcial ou total podera ser mantida por até um ano a partir da data de autorizacao da
iblicagao). A extensao deste prazo suscitajustificativa ao Instituto Brasileiro de Informagiio em Ciéncia
Tecnologia (IBICT). Todo 0 contetido, resumo e metadadosficardo sempre disponibilizados.

wendo concordéncia com a publicacao eletrénica do Trabalho Cientifico, torna-se imprescindivel o


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Porto Alegre, 27 de Setembro de 2019

5 fk UNS
MarcosPort Schirmer - Capitéo Médico
ANEXO A EB60-
B60-IR-57.002
MODELO DE TERMO DE CESSAO DE
DIREITOS SOBRE TRABALHO CIENTIFICO

REPUBLICA FEDERATIVADO BRASIL


MINISTERIO DA DEFESA
EXERCITO BRASILEIRO
DECEx - DesMil
Escola de Aperfeicoamento de Oficiais

DIVISAO/SECAO DE POS-GRADUACAO
TERMO DE CESSAO DE DIREITOS SOBRE TRABAL
HO CIENTIFICO

TITULO DO TRABALHO CIENTIFICO

ERATUDAS Pon ESN 5S Bee NDA RES

IDENTIFICACAO DO AUTOR

MaKccS Porp Saher


1, Este trabalho, nos termos dalegislago que resguarda osdireitos autorais, é
considerado de minh
propriedade.

2. Autorizo a Escola de Aperfeigoamento de Oficiais a utilizar meu trabalho para uso


especifico n
aperfeig¢oamento e evolugdo da ForgaTerrestre, bem comoa divulga-lo por publicacdo em revista técnic
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3. A Escola de Aperfeigoamento de Oficiais poderd fornecer copia do trabalho mediante ressarcimeni


das despesas de postagem e reproducdo. Casoseja de natureza sigilosa, a copia somente sera fornecida;
0 pedido for encaminhado por meio de umaorganizacao militar, fazendo-se a necessaria anotacao ¢
destino no Livro de Registro existente na Biblioteca.

4. E permitida a transcrig&o parcial de trechos do trabalho para comentarios e citagdes desde que seja
transcritos os dados bibliograficos dos mesmos,de acordo com legislacdio sobre direitos autorais.

5. A divulgacao do trabalho, em outros meios nao pertencentes ao Exército, somente pode ser fe
coma autorizagao do autor ou da Diregao de Ensino da Escola de Aperfeicoamento de Oficiais,

Porto Alegre, 27 de Setembro de 2019.

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Marcos Port Schirmer Capitio Médico

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