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Adaime - A Clínica Experimental - Programas para Máquinas Desejantes (Tese)
Adaime - A Clínica Experimental - Programas para Máquinas Desejantes (Tese)
PUC-SP
CLÍNICA EXPERIMENTAL:
SÃO PAULO
2007
2
PUC-SP
CLÍNICA EXPERIMENTAL:
SÃO PAULO
2007
3
Banca Examinadora
________________________________
________________________________
________________________________
Agradecimentos
Fabiana Faleiros.
Anderson Borba.
Luiz B. L. Orlandi.
Júlio York, Juliana Dorneles, Damian Kraus, Silvia Mecozzi, Cristiane Mesquita,
Prado, Alex Kazuo, Gabriel Kolyniak, Flávio Fraschetti, Daniel Ávila, Daniel
Fagundes, Eduardo Moraes, Vitor Freire, Guilherme Oliveira, César Rosa, Luiz
Fuganti, Marcos Medeiros, Kaloan, Igor, Aline, Tati, Mari, Hugo, Juliano Reis,
Scherer, Anderson Barbosa, Renata Bessi, Milena Durante, João Vitor, Alice,
Resum o
Abstract
psycho the r apy, in w hich I inte nd to give visib il ity thr o ugh so me
clinic thr o ugh expe r ime ntatio n , by the influe nce of the wo r k o f
Sumário
Bibliografia {113}
8
PARTE I
PARTIR
9
Programa
{ Félix Gua tt a r i 1 }
1
Revolução Molecular, Brasiliense, p. 142.
10
Esquizos
2
Conf. Deleuze, Gilles; Guattari., Félix. O Anti édipo: capitalismo e esquizofrenia, Subcapítulo
“O processo”, item “Partir”, Assirio e Alvim, p. 136.
3
Idem. Experimentação em colagem. Os textos em colchete são intersecções de outros autores,
em conexão maquínica com o Anti Édipo, também da passagem sobre Partir.
4
Antonin Artaud, Tarahumaras, Relógio d'água, p.38. 1985.
5
Jack Kerouac. On the road, L&PM, pp. 216-217
12
“e do e nças.
{Es to u re sfr iado há duas se manas . Impo ssí ve l curar um re sfr iado
numa si tuação de cao s ps ico ló gico, de alime nt ação paupé rr i ma,
de co nfl ito fr ívo lo co m L ila; e o e sfo r ço físico so b este so l to r na
qual que r me dicame n to ine ficaz . As per spe ct ivas eco nô micas
co ntin uam ine xiste n te s .} 6
{Es tranha se nsação de não e star vivo. C ansaço e fad iga ge ral .
Exce ssiva me nte fraco para qua lque r de se jo. E pr o ssi go ne sta
cor r ida pe la ta ça.. . O co r po vai se guin do a sua vida
inde pe nde n te . E e u vo u se guin do minha vida de pe nde nte do
cor po . }
7
Ele vi ve sua vi da co mo su bli me doe nça que não mais o at ing ir á”.
* * *
9
Idem. Zaratustra. p. 230.
10
José Agrippino de Paula, Lugar Público, Papagaio, p. 32.
14
11
Antonin Artaud, Escritos de Antonin Artaud, L&PM.
15
N ie tz sche - G aia C iê nc ia
ine r cial, mas uma fo r ça inib ido r a ativa 1 5 ” . Par e ce uma de sco be r ta
muito simple s – co ntr a a me mó r ia da mor al, o e sque cime nto . Mas
co mo esque ce r? É cer to que não basta ape nas que re r . Se há no
cor po e ssa me mó r ia da mo r al co mo “ pano de fundo ” , co mo
ace ssá-la e co mo dilu í- la? Essa me mó r ia não te m uma for ma,
assim co mo as le mbr anças do no sso passado e mpír ico , e la está
dir e tame nte co lada no cor po . É e xatame nte po r isso que Ar taud
diz que de ve mo s de ixar de se r autô mato s , po r que a me mó r ia do
juíz o atua muito mais do que r e pre se nta , e la faz o co r po
re spo nde r ime diatame nte co m um sim ao s se us co mando s - o sim
do came lo e do asno , e m Zar atustr a 1 6 . Par a N ie tz sche , a fim de
se cr iar uma saúde num co r po mar cado pe lo s tr aço s de ssa
me mór ia, pr ime ir o se r ia ne ce ssár io e nco ntr ar um mo do de
“ fe char te mpo r ar iame nte as po r tas e jane las da co nsciê ncia;
per mane ce r impe r tur bado pe lo bar ulho e a luta do no sso
submundo de ó r gão s se r viçais a co o pe r ar e dive r gir ” ; dar um
pe que no passo par a fo r a das zo nas de se r vidão ; dize r não ao s
auto matismo s instala do s no co r po – o não afir mativo do le ão que
inte r ro mpe a e missão do s fluxo s de co mando . Co m isso , já dar ia
par a se ntir “ um po uco de so sse go , um po uco de tábula r asa da
co nsciê ncia, par a que no vame nte haja lugar par a o no vo (... ), e is
a utili dade do esque cime nto , ativo , co mo disse , e spé cie de
guar dião da po r ta, de z e lador da o r de m psíqu ica( .. .) 1 7 ” . Mas
ainda se r ia pr e ciso re aliz ar um o utr o mo vime nto , to r nar -se
cr iança: “ Ino cê ncia é a cr iança, e e sque cime nto , um co me çar -de -
no vo , um jo go , uma r o da r o dando po r si me sma, um pr ime ir o
mo vime nto , um sagr ado dize r - sim” (Z ar atustr a). E o que faz a
cr iança e m sua ino cê ncia ? Se de ixada livr e , e la não faz o utr a
co isa que não se ja to mar o mundo numa e xper ime ntação , se ntir
até onde po de andar , ve r co mo as co isas funcio nam , to car o
ro sto do s adulto s, se ntir o s o bje to s co m a bo ca. Po de r ia- se diz er
15
F. NIETZSCHE, Ecce Homo, Companhia das Letras, P. 47.
16
F. NIETZSCHE, Assim Falou Zaratustra, Civilização Brasileira, p. 51.
17
F. NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. São Paulo: Ed. Companhia das Letras. 1998. P. 47.
17
W innico tt 1 8 e xpe r ime nto u a inve nção de uma máquina de sse tipo
e m psico te r apia, chamo u- a de br incar . Ele inve nto u o br incar
co mo dispo sit ivo clínico e , e m to r no disso , co nstr uiu sua idé ia de
saúde e de singular idade .
18
Donald W. Winnicott, O brincar e a realidade, Imago.
19
Idem. P. 80.
20
Idem. P. 63.
21
Idem. P. 80.
18
Esquizoterapia
A e xpe r ime ntação co nside r ada ne ssa per spe ctiva no s co nduz às
po ssibili dade s de pr o dução de inco nscie nte , de pr o dução de
subje tivação , de mo vime nto s cr iativo s. Estamo s nas viz inhanças
22
A. Artaud, O teatro e seu duplo, Martins Fontes.
19
N uma clí nica fun cio nan do a par t ir da e squ izo análi se , po der ia -se
23
Músico americano, que criou o termo música experimental.
24
“Um dispositivo é qualquer conjunto de peças e mesmo de ações e também de normas
destinados a determinado fim; por isso, um dispositivo é sempre um dispositivo de algo, para
algo... São combinações tendo em vista tal ou qual finalidade, mesmo que a finalidade seja
apenas a de abrir a vida para melhores encontros “ (Luiz Orlandi).
20
25
Abreviação para Corpo sem Órgãos
26
Artista plástico brasileiro.
21
A ps ico te rapia é ape nas um mo do, um est ilo, uma co nfig uração
de clí nica , assi m co mo tan tas o utras co isas po de m ser – l istá -las
se r ia uma tare fa se m fim . Q uando a psico te rap ia é in je tada de
o utro s mo do s de cl ín ica, atravé s do s pr o ce sso s e xpe r ime ntai s,
e la é le vada a um li mi te em que a fu nção de inve ntar
e xpe r ime n taçõe s faz co m que a pr ó pr ia psico te rap ia se ja
re inve s tida ince ssante me nte pe lo s dis po sit ivo s que cr ia . Po r
exe mplo, Guat tar i diz ia, isso é mu ito co nhe ci do, que e m ce r to s
caso s de ver - se - ia r e ce i tar po e sias 2 8 . Te mo s aí do is mo do s de
clín ica func io nando e m inte r se cção – psico te rapi a/po e sia , duas
co nfigura çõe s clí nicas acio nando um pr o ce sso e xper i me ntal .
Imagi ne mo s e ntão, que o te rape uta não ape nas re ce ite a poe sia
para se r li da pe lo pac ie nte e m o utr o mo me nto, mas que pr o po nha
que a le i tura se ja fe ita dura nte uma se ssão, se ja pe lo pacie nte ,
por e le pr ó pr io, o u po r ambo s num sis te ma de r e ve same n to. O s
27
DELEUZE, Giles & GUATTARI, Félix. Mil Platôs. V.3, Ed. 34, P. 22.
28
Conf. Félix Guattari e Suely Rolnik, Micropolitica: Cartografias do desejo, Vozes.
22
29
Gilles Deleuze e Félix Guattari, Mil Platôs v. 3, Ed. 34, p. 23.
30
Idem. p. 22.
23
esquiz o te r apia.
* * *
24
Caso Diego
31
Relatório sobre o aluno Diego , produzido por suas professoras.
25
32
Relatório sobre o aluno Diego
27
dife r e nte , po is mo stra que Die go, ape sar de tu do, co nse guiu
inve nt ar um mundo para si atravé s do br incar co m o lá pis e a
bor racha e do de se nho ; aí ve mo s co mo e le pro duz iu sua clín ica e
te mo s o ind icado r de po r o nde co me çar as e xper i me ntaçõ e s.
Talvez , alé m das in te r fe r ê ncias que a lu ta que a sua mãe e a
dir e to ra pro ta go niz avam , e le e stive sse te ntan do faze r uma
ne go ciação e ntr e o mundo que pr e fe r ia, br inca ndo e de se nhando,
e o mu ndo que a pr o fe sso ra lhe apre se nt ava co mo se ndo
re le vante . Pe lo que dize m e m o utro mo me nto do re lató r io, as
pro fe sso ras sabia m que Die go go st ava e spe cialme n te das
ativ ida de s pr o po stas nas au las de Ar te : “é mui to cr ia tivo qua ndo
se trat a de de se nvo lve r algo co mo : de se nho s, o bje to s co m sucata
e outr o s. (. ..) Apr e se nta muit a vo nta de de par ti cipar e f ica
apar e nte me nte ale gre quan do são pr o po sto s de se nho s li vre s e /o u
co m t int a” (sic ). A lé m de se r mu ito in ter e ssado ne ssas ativ idade s,
pare ce que Die go po ssu i algu mas vir tu de s e faci lida de s: “ Q uando
é pro po sto um de se nho o aluno é cuida do so no s de talhe s, co m
traço s suave s e fir me s. Faz le i turas de ilus traçõ e s, o bse r van do
de talhe s e m que as ve ze s a sala não pe r ce be . Sua per ce pção é
be m eficaz , no que se tra ta de de se nho s abstra to s e
geo mé tr ico s” (s ic) .
ape nas alguns, e stavam funcio nando agre gadame nte par a impe dir
que sua po tê ncia expe r ime ntal típica de cr iança, se u de vir - cr ian -
ça, vie sse a re aliz ar - se ple name nte . O utr o s dispo sit ivo s blo que a -
dor e s po der iam se r inse r ido s ne sse s mapas, po ré m, se jam quais
o u quanto s e le s fo sse m, não o to mar íamo s no se ntido de de sco -
br ir uma or ige m o u causa par a o s impasse s do me nino , par a daí
co nstr uir uma ar que o lo gia mo nume ntal /me mo r ial a ser analisada
e e labor ada. A e squiz o análise , a par tir da qual e stamo s pe squi -
sando mo do s e e fe ito s de uma psico te r apia e xper ime ntal , apo nta
no utr o se ntido . N o tr abalho car to gr áfico de um caso , se gundo
De le uz e , de ve -se faz er co m que o s mapas se supe r po nham de tal
mane ir a que cada um e nco ntr e no se guinte um re mane jame nto ,
e m ve z de e nco ntr ar no s pre ce de nte s uma o r ige m: de um mapa a
o utro , não se tr ata da busca de uma o r ige m, mas de uma avalia -
ção do s de slo came nto s 3 3 . De sse mo do , o s mapas na clínica são
co nstr uído s co mo distr ibu ição de impasse s e de aber tur as, se ndo
a função do psico te r ape uta, subsum indo - se ao caso 3 4 , ativar uma
espé cie de espr e ita clínica par a co br ir ambo s o s flanco s. N ão é
só uma inve r são de se ntido , mas uma mudança pr agmática. No
mo me nto em que co nstr uímo s o s mapas de um caso apo ntando
no se ntido do s de slo came nto s, to do s o s no vo s tr aje to s e as no vas
e xplo r açõ e s de me io s ir ão o pe r ar uma r e distr ibu ição co mple ta
do s plano s que co mpõe m o s ter r itó r io s e xiste nciais do indiv íduo
num dado mo me nto – numa multi plic ida de , basta inse r ir um e le -
me nto par a que tudo mude . A par tir disso , a e squiz o análise pro -
põe m o utro s me io s de inte r ve nção clínic a:
33
Cf. Gilles Deleuze, Critica e clínica, Ed. 34, p. 75.
34
Cf. Gilles Deleuze, O metodo de dramatização, Em A Ilha deserta, Iluminuras.
30
35
Gilles Deleuze e Félix Guattari. Mil Platôs: Capitalsimo e Esquizofrenia. V. 3, Ed. 34, p. 11.
36
Conf. Gilles Deleuze e Félix Guattari, O Anti-édipo, Assírio e Alvim, pp. 280-281.
37
Conf. O Anti-Édipo.
38
Félix Guattari, Inconsciente maquínico: ensaios de esquizoanálise, Papirus. P. 11.
39
Idem. P. 279.
31
* * *
Desenho 1
41
Cf. capítulo “O processo”, em O Anti-édipo, Assirio e Alvim.
33
42
Editora globo. 1980. 12 ed. Porto alegre.
34
Desenho 2
43
Donald Winnicott, O brincar e a realidade, Imago, p. 75.
35
Desenho 3
44
Gilles Deleuze, O que as crianças dizem, em Crítica e Clínica, Ed. 34, p. 73
37
que r ia falar co migo so bre isso , pe di- lhe que de se nhasse so z inho
esse e nco ntr o e ntr e e le e a dir e to r a:
Desenho 5
Co nside r e i, a par tir daí, que havia impe dime nto s na r e lação que
Die go tinha co m algumas pr o fe ssor as e que po de r ia ser
inte r e ssante cr iar um no vo tipo de e xper ime ntação par a que e le
e xpe r ime ntasse o falar . Assim, quando no s e nco ntr amo s no ano
se guin te , co mbine i co m e le alguns ho r ár io s em que e le
te le fo nar ia par a mim, de sua casa. Asso ciado a e ssas se ssõ e s
te le fô nicas, Die go ganho u de sua mãe um te le fo ne ce lular o que
inte nsifico u o ato da fala em sua expe r iê ncia diár ia
tr ansfo r mando significa tiva me nte a po ssibi lida de de se co municar
co m as pr o fe ssor as, se gundo disse r am- me .
Die go que e le não pr e cisar ia mais fre qüe ntar a psico te r apia,
se gundo avaliação da e sco la, o me nino e stava muito be m. Já
estavam quase pe dindo par a que o tr abalho to do fo sse de sfe ito ,
po is o me nino to r nar a-se quase hipe r ativo ; mas isso fo i co lo cado
e m to m de br incade ir a, de um mo do ge r al, a e sco la mo stro u- se
muito satisfe i ta co m a tr ansfo r mação . Se gundo a mãe , Die go
passe ava fre qüe nte me nte se m a sua co mpanhia, o que ante s e la
não pe r mitia, expe r ime ntava r o upas e mo chilas do s co le gas,
tinha me lho r ado sua ate nção nas aulas, e alé m disso , co me çar a a
namo r ar co m uma co le ga de e sco la.
Desenho 6
Desenho 7
* * *
44
Desenha nd o co m um jo v em
* * *
46
Replicantes
48
Henri Bergson, A evolução criadora, Delta, p. 42.
55
* * *
56
PARTE II
VIAJAR
57
49
p. 243.
58
* * *
54
Idem. p. 65.
55
Idem. p. 84.
56
Idem. p. 85.
60
Para não sub jugar um caso, tal vez se ja pre ciso inco r po rar algo
co mo a não - me nte Ze n, um e stado de te nsão máx ima t ípico da
espr e ita anima l, uma d imi nuição de si para não so bre po r-se ao
caso, assi m, ta lve z , algo disp arasse no se nti do de uma nova
pr ática , de uma nova e xper ime n tação.
57
Eugen Herrigel, A arte cavalheiresca do arqueiro zen, Pensamento, p. 63.
58
Idem. p. 63
61
− E co mo fo i que isso co me ço u?
da clí nica pe nsan do que pu de sse m se r uti liz ado s por e sse
pacie nte , no se nti do do br in car de que fa lava , que para mi m
est ava na viz in hança do br incar W inni co tti ano. Pe nse i que a
cr iação de uma r e de de lin has, co r dõe s, fitas , po der ia ajudar a
mover o se u co r po para fora do maqu inis mo bur o cr ático que o
havi a to mado, faze n do -o co me çar a fugir para uma r e inve nção de
si. O cor po da cr ise de ver ia ser esq ue cido e m pr o l de um novo
que pre cisar i a se r cr ia do. Inic ial me nte , eu não sab ia co mo
po der ia uti liz ar o s gancho s, e e ntão, d urante as trê s se manas
po ste r ior e s à fi xação do s me smo s nas par e de s, eram do ze
gancho s, fiz al guns te ste s . Pe r ce bi que inst alar as lin has
for man do uma espé cie de te ia e de po is se gu í- las co m os o lho s
ve ndado s, e scapando da in te r pre tação visua l, pro duz ia , no
mín imo, a se nsação de se e star jo ga do no ine spe rado, pe la via do
tát il e do se nsíve l , inte r r o mpe ndo -se o fluxo in inte r r upto do
pe nsame nto. Alé m disso, pe nse i que lançar -se ao ine spe rado
de sse mo do, po der ia pr o duz ir se nsaçõe s mui to pare ci das co m o
pânico , que se gu ndo e le diz ia , pr e cisava se r vig iado a to do
inst a nte , po is a “ cr ise ine spe rada” po de r ia “ apare ce r a qua lque r
mo me nto ”. Esse e stado de vig ília co nstan te , ate nta a ir r upção
das cr ise s, po de r ia se r suti lme nte avar iado co m a
e xpe r ime n tação da insta la ção das li nhas .
60
Fernando Pessoa, O eu profundo e os outros eus, Nova Fronteira.
64
Duas se manas mais tar de , sur giu um ó timo in dica dor do s e fe ito s
disp arado s po r e ssa e xper i me ntação. Ele me d isse que e stava
per ce be ndo que o alar me ant i- cr ise , ante s in inte r r uptame n te
lig ado, ti nha passado lo ngo s pe r ío do s de sli gado no s últ imo s d ias.
66
61
On the road. Jack Kerouac. ed. L&PM. p. 29. 2004. 1ª ed. Norte americana: 1955.
62
Gilles Deleuze, Diferença e repetição, ed. Graal, 2ª ed., p. 18
63
Conf. Gilles Deleuze, Critica e Clínica, ed. 34, p. 9.
67
64
Henry Miller. Trópico de Câncer, Círculo do Livro, p. 7.
65
Idem.
66
Walter Franco. Apesar de tudo é leve. Álbum: Revolver.1976.
69
que são os aco nte cime nto s dispar ado s pe las e xper ime ntaçõ e s
inte nsivas que , po r e xe mplo , e m He nr y Mille r são acio nadas pe la
pro dução lite r ár ia.
Mas a lite r atur a não é só uma saúde par a aque le s que cr iam suas
o br as co mo única for ma de se mante r e m vivo s, sua po tê ncia
clínica també m afe ta aque le s que co m e la e nco ntr am- se atr avé s
da le itur a – um livr o po de mudar uma vida, co mo sabe mo s. Essa
maquinar ia lite r ár ia de faz er par tir e m pro ce sso s expe r ime ntais
de r e inve nção de si, també m pro duz algo e m que m ne la se
banhe , do nde um re ce ituá r io lite r ár io de sse tipo po de se r to mado
co mo dispo sit ivo de inte r ve nção e m psico te r apia, funcio nando
co mo po ssíve l expe r ime ntação pr o vo cado r a de disso luçõ e s do s
e difício s instala do s no co r po pe lo s pr o ce sso s de subje tivação
ho mo ge ne iz ante s, po de ndo co m isso de slo car um indiv íduo de
70
“ É co m uma ale gr ia tão pro funda. É uma tal ale luia. Ale luia, gr ito
e u, ale luia que se funde co m o mais escur o uivo humano da do r
de se par ação mas é gr ito de fe licidade diabó lica (.. .) Mas te nho
68
Henry Miller. Trópico de Câncer, Círculo do Livro, p. 12
69
Idem, p. 14
70
Idem, p. 21
72
71
Idem, p. 09
72
Idem, p. 96.
73
73
Idem. p. 96.
74
Idem. p. 97.
74
* * *
75
Idem
76
Idem. p. 99.
75
76
Q uando e xpe r ime ntamo s filmar as suas le itur as, e u o apr o xime i
da câme r a. N ão havia a pr e se nça do te le viso r . A câme r a fo i
77
Mil Platôs, v.3., Ed. 34, p. 11
78
Idem. P. 13.
80
81
Mil Platôs, v3, p. 32
86
Ele diz:
tipo teatro, fono, festa, casa, essa coisas todas
Ele diz:
que se moveram em mim graças aos nossos encontros”
* * *
82
http://mil971.wordpress.com/video-instalacao/
90
* **
91
PARTE III
MANTER
92
83
Carlos Castañeda, Porta para o infinito, Record, p. 100.
93
O te r ce iro livr o de Cast añe da, V iage m à Ixtla n, apr e se nta uma
impo r tan te dife re nça e m re lação ao s do is pr ime ir o s, dis parada
por uma que stão que e le me smo pr o pô s à Do m Juan : um amigo
se u e stava te ndo pr o ble mas co m o fil ho. O me nino de nove ano s
tin ha mo rado co m a mãe no s úl timo s quatr o ano s e ago ra est ava
mo rando co m o pai . O pe que no era de saj usta do na e sco la, não se
co nce n trava e não se inte r e ssava po r na da; e ra da do a cr ise s de
raiva, mal co mpo r tame nto e fu gia de casa. C astañe da apre se nto u
esse caso à Do m Juan e lhe pe diu uma suge stão so br e o que o
amigo po de r ia fazer. O índ io co ncl ui , dize ndo que algué m t inha
que aju dar o gar o to a par ar o mun do .
84
Antropólogo e escritor.
85
Carlos Castañeda, Viagem à Ixtlan, Record, p. 08.
94
86
Idem, p. 11
87
Idem, p. 12
95
{ José Agrippino88 }
92
Mil Platôs, v.3, p. 25
98
97
Em Mandala: A experiência alucinógena, Civilização Brasileira.
98
Charles Baudelaire, Paraísos artificiais, L&PM, p. 23.
99
Tymothy Leary, Flashbacks, Brasiliense, pp 52-53.
100
* * *
Minha idéia inicial era colocar seu corpo numa situação que
provocasse uma reação da vontade, que ele precisasse de
forças para respirar e de ação própria para querer escapar
de uma situação impeditiva. Isso porque as crises o
pegavam de surpresa, e o medo gerado por elas o deixava
sem reação; ele ficava paralisado e sentia tremenda
impotência em contar com o corpo, tanto para evitar as
crises como para sair delas. Outro pensamento ocorrera-me:
se o corpo está passando por suspensões de sentido,
facilidade em ter flutuações repentinas, o que aconteceria se
o fixássemos ao sofá, numa situação em que não pudesse
escapar, como se lhe fosse produzida uma ancoragem?
Me de slo que i para alé m da me tade da qua dra, o que sig nif icava
para alé m do s lim ite s do pré dio aban do nado, e co me ce i a chamá -
lo, co m o o bje ti vo de que e le me se guisse até a e squi na o nde
e xiste uma e sco la e m que vi ve m o utr o s gato s . Ele ando u um
te mpo na minha dir e ção e par o u no li mi te do pr é dio da fábr ica de
re fr ige rado re s. N ão se de slo cava ne m ma is um passo. Reso lvi
e ntão faze r uma e xpe r iê ncia . Fu i até e le , pe gue i -o no co lo e
le ve i-o co mi go até a e squ ina. Durante o traje to e le não par o u de
se co n tor ce r te ntan do e sc apar, me smo ass im, le ve i o pla no até o
fim .
* * *
diz Laing:
103
“O processo”, em O Anti Édipo, Assírio e Alvim.
104
Idem.
105
Mil Platôs, v. 3, ed. 34, p. 22.
109
106
José Agrippino. Lugar Público. Ed. Papagaio. p. 113.
107
Respiração, angustia e renascimento. José Angelo Gaiarsa. Ed. Ícone. 1994.
110
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112
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108
Ed. Circulo do Livro, p. 243.
113
Bibliografia