Cubo Mágico - 10

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CENTRAL SATELLITE DE PRODUÇÃO

CAPÍTULO 10
CUBO MÁGICO
Novela de
JOÃO PEDRO TUSSET
Escrita por
João Pedro Tusset
Direção
Ary Coslov
Marcelo Travesso
Direção geral
Ricardo Waddington
Personagens deste capítulo

ANTÔNIA LEANDRO
ARMANDO LIA
BRANCA LORENA
CAMILA LUÍSA
DANIEL MARIANA
EVA MAURÍCIO
FERNANDA NICOLE
GUSTAVO RENATO
HELENA RODRIGO
INÁCIO RUTH
Participação especial
ACIONISTAS
Atenção
“Este texto é de propriedade intelectual exclusiva da WEB-SATELLITE LTDA. e por conter informações
confidenciais, não poderá ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer
meio, sem o prévio e expresso consentimento da mesma. No caso de violação do sigilo, a parte infratora
estará sujeita às penalidades previstas em lei e/ou contrato.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 10 PÁG.: 2
CENA 0/INTRODUÇÃO:
INSERIR LEGENDA: NO CAPÍTULO ANTERIOR DE CUBO MÁGICO... ESTA

CENA FUNCIONA COMO UM COMPACTO QUE INICIA OS CAPÍTULOS,
CONTENDO A ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR, DANDO O CLIMAX
PARA A CONTINUAÇÃO DO ACONTECIMENTO.
EVA — Falta a Camila, mas ela disse que ia jantar com o

Edgar.
HELENA — Bom, vou falar sem ela mesmo. Sua irmã é uma
avoada!
DANIEL — Mamãe, a sua cara está péssima. Aconteceu algo de

ruim?
HELENA — Não meu filho, não aconteceu nada de grave. Só

queria apresentar pra vocês a nossa nova governanta.
RENATO — Você foi rápida hein mãe? A cama da Dalva mal

esfriou a senhora contrata outra.
HELENA — Quero que vocês recebam bem ela, por favor. É

gente da minha confiança! (ALTO) Pode vir.
LIA VEM DA COZINHA, VESTIDA DE PRETO, BEM DISCRETA, COM O CABELO

PARA TRÁS. LIA FICA AO LADO DE HELENA. TODOS SE OLHAM, SURPRESOS.
CÂMERA DÁ UM SUPERCLOSE NO ROSTO ANGELICAL DE LIA.
CORTA PARA:
CENA 1/MANSÃO DOS CASTANHO/SALA – INT/NOITE:
CONTINUAÇÃO DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR. LIA AO LADO

DE HELENA SENDO APRESENTADA À FAMÍLIA.
HELENA — Essa é a Lia, e a partir de hoje ela vai trabalhar

como governanta dessa casa.
DANIEL — Uma mulher tão jovem ser governanta de uma casa?

HELENA — Lia é uma pessoa muito competente, podem apostar.

E creio que a idade não vá mudar nada.
RENATO — Bonita desse jeito devia estar fazendo outro tipo de

coisa.
LIA — (SORRI) Se isso foi um elogio senhor, muito

obrigada.
HELENA — Bom Lia, esse aqui é o meu filho Renato.

(MOSTRA) E a esposa dele, a Branca.
LIA — Muito prazer.
BRANCA — Prazer é todo nosso querida.
HELENA — Essa moça aqui do lado é a minha outra filha, a Eva.

Uma mulher bastante competente.
EVA — Seja bem vinda Lia.
HELENA — E esse do lado da Eva é meu filho Daniel, presidente

da nossa empresa. (DEBOCHADA) Não é tão
importante, mas não tem como ignorar então vai... No
lado do Daniel é a esposa dele, Fernanda.
FERNANDA FAZ CARA DE DESGOSTO. DANIEL SE LEVANTA E

CUMPRIMENTA A MÃO DE LIA.
DANIEL — Muito prazer Lia, e boa sorte aqui com a casa. De

coração.
LIA — Eu é que agradeço essa oportunidade dada pela dona

Helena. Vou fazer o meu melhor.
HELENA — Tem ainda a minha filha Camila, mas aquela você

vai acabar vendo só amanhã. Pode ir pra cozinha Lia.
LIA CONCORDA E SAI. DANIEL SE SENTA NOVAMENTE E NOTA A CARA DE

NERVOSA DE FERNANDA.
DANIEL — Que carinha é essa hein meu amor? Não gostou da

Lia?
FERNANDA — Não sei Daniel, me deu uma sensação ruim quando

essa moça entrou aqui. (PÕE A MÃO NO PEITO)
DANIEL — Isso é impressão sua, deve ser essas coisas de TPM

e hormônio feminino.
FERNANDA — Daniel, é sério! Foi a mesma sensação que tive um

dia antes de recebermos a notícia da morte do seu pai.
DANIEL OLHA ESTRANHANDO. CAMILA ENTRA EM CASA, COM UMAS 5

SACOLAS DE LOJAS. HELENA SE VIRA PARA A FILHA.
CAMILA — Gente, me desculpem. Eu estava com o Edgar no

shopping, e acabei comprando horrores.
HELENA — Edgar, sempre esse tal de Edgar.
EVA — Comprou horrores mesmo hein maninha? Não

estamos com a situação financeira maravilhosa pra ficar
gastando assim.
CAMILA — Assim parece que nós estamos ficando pobres. Me

deixa vai Eva.
DANIEL — A Eva tá certa Camila. E não é nem por ficar pobre,

você realmente gasta demais.
HELENA — (ALTO) Pelo amor de Deus, deixem de ser

hipócritas! Como se todos aqui levassem uma vida
simples.
RENATO — Que tal a gente mudar de assunto hein? Vai dar

indigestão na hora do jantar. Agora nessa casa é assim,
os jantares são horríveis.
CAMILA — Tem razão Renato, eu tenho uma notícia boa para

dar. E tem relação ao Edgar.
HELENA — Olha aqui garota se você estiver grávida...
CAMILA — Calma mamãe, não é gravidez. Eu e o Edgar

resolvemos adiantar nosso casamento pra daqui a 2
meses.
HELENA — (GRITA) O que você disse? Repete que eu acho que

é mentira.
CAMILA — Você ouviu mamãe. O meu casamento com o Edgar

foi adiantado.
HELENA — Não Camila, isso é uma afronta! Ter um sujeito

daquela estirpe dentro da nossa família.
CAMILA — Não vejo nada de errado com o Edgar. Nós nos

amamos, isso importa, independente da família não ser
de classe média alta.
EVA — Nisso eu concordo, o amor é maior que qualquer

barreira social.
HELENA — Amor? E o que você entende de amor Eva? (PARA

CAMILA) Esse Edgar não vai te fazer feliz como você
merece Camila.
CAMILA — O Edgar vai me fazer muito feliz sim.
HELENA — (EXALTADA) Acorda, Alice no País das

Maravilhas! Você acha o que, que esse playboyzinho
do subúrbio vai te fazer feliz? Não vai Camila! Ele só
quer teu dinheiro!
CAMILA — Mas eu amo o Edgar, pra ele o dinheiro não faz

diferença.
HELENA — Amor, que amor! O amor é uma merda, não existe.

Foi o amor que fez Julieta se matar, que destrói
famílias! Entre amar e ter dinheiro, eu acho que você
vai preferir ser rica. Eu pelo menos prefiro. Amor a
gente compra em qualquer lugar, pelo dinheiro que
você quiser.
CAMILA — Mamãe, a sua palavra não significa nada pra mim.

Nem que você mande, eu vou largar do Edgar. Se a
senhora é uma mal amada e sem coração, eu não posso
fazer nada. Eu sou de carne e osso!
CAMILA PEGA AS BOLSAS E SAI, SUBINDO A ESCADA. HELENA FICA SEM

RESPOSTA, CHOCADA.
CORTA PARA:
CENA 2/CASA DE NICOLE/SALA DE JANTAR – INT/NOITE:
NICOLE E LUÍSA ESTÃO JANTANDO NA COMPANHIA DE GUSTAVO E

ARMANDO.
NICOLE — Gustavo, eu fiquei tão feliz em saber que você tava

de volta. Tão feliz, você nem imagina.
GUSTAVO — Eu também tô muito feliz em reencontrar todos

vocês.
LUÍSA — Você faz muita falta na família primo. Eu senti

muita falta sua.
GUSTAVO — Estou de volta e agora pra ficar. Não quero mais

voltar pra Inglaterra.
ARMANDO — Isso aí filho, melhor assim. Quero você perto do

paizão.
NICOLE — Se eu fosse o Gustavo morreria na Inglaterra pra não

ter de te agüentar.
ARMANDO — Como você é sem graça Nicole, adora estragar os

jantares.
NICOLE — Cala a boca e come Armando. Aproveita que hoje a

bocada é livre.
GUSTAVO — Nem que se passem vinte anos esses dois continuam

brigando não é Luísa.
LUÍSA — (ALEGRE) É verdade.
GUSTAVO COME, FELIZ. LUÍSA SEMPRE OLHANDO PRA ELE, E SORRINDO.
NICOLE — Arrumou alguma namorada lá na Inglaterra,

Gustavo? Bonito desse jeito deve ter tido várias.
ARMANDO — É claro que sim, se puxar ao pai.

NICOLE — Ai amado, como se você tivesse uma super

experiência no tal do romance né? Você só pegou a
minha irmã e ainda matou ela.
ARMANDO — Eu e a Carmen passamos bons momentos juntos.
NICOLE — Na miséria você quer dizer, sustentei os dois e

continuo te sustentando até hoje.
GUSTAVO — Coitada da minha mãe, morreu sem aproveitar a

vida.
NICOLE — Sua mãe? Amado, aquela lá era muito piriguete.

Falavam que a piriguete era eu, mas a Carmen arrasava
nas boates ao som do ABBA. Teve uma vez que
acabamos nuas no meio da pista e ela deu pro
segurança no fim da festa.
TODOS SE OLHAM, SURPRESOS.
NICOLE — (SÉRIA) Ouh, falei bosta né? Ah eu sei, já tô

acostumada. Isso é mentirinha gente, imagina que a
Carmen ia fazer isso, a minha santa irmãzinha.
GUSTAVO — (MUDA DE ASSUNTO) Vocês duas nem sabem,

atropelei uma moça hoje.
NICOLE — Isso você herdou da sua mãe. Uma vez ela feriu um
cara com um copo quebrado numa danceteria só porque
ele tava me paquerando. Quer dizer, inveja reinava ali.
LUÍSA — Mamãe, que tal a gente não falar mais na tia Carmen
e continuar sobre o assunto do atropelamento?
NICOLE — Tudo bem. E então Gustavo, a moça já foi

enterrada? Não vão te processar é?
GUSTAVO — Ela não morreu tia Nicole, tá viva. E muito viva.
ARMANDO — O Gustavo tá caidinho pela tal Mariana, que ele

atropelou. É só ver nos olhos dele.
NICOLE — Que coisa mais curiosa. A última pessoa que eu

atropelei foi um mendigo, e foi sem querer. Eu tava
bêbada voltando de uma festa. Imagina se eu me
apaixonava por ele?
GUSTAVO — Não tô apaixonado por ela não, mas a mina é

interessante. Pegável até. Vai que a gente se conhece
melhor, pode até rolar.
LUÍSA SE RETRAI NA MESA, AO VER GUSTAVO FALAR DE MARIANA.

CONTINUA A CONVERSA EM OFF.
CORTA PARA:
CENA 3/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE RENATO –

INT/NOITE:
RENATO ESTÁ ANDANDO DE UM LADO PRO OUTRO, PREOCUPADO.

BRANCA ESTÁ DEITADA NA CAMA.
BRANCA — Aconteceu alguma coisa lá na delegacia Renato?

Você tá assim, nervoso desde que chegou.
RENATO — Óbvio que não aconteceu nada Branca, que

pergunta.
BRANCA — Ah bom, se você diz, eu acredito.
RENATO — Você tá desconfiando de mim é ordinária?
BRANCA — Olha Renato, é muito estranho. Você se diz

inocente, mas volta nervoso do depoimento. Você
realmente não tem nada a ver com a morte do Alberto?
RENATO — Claro que não, sua inútil. Pare de desconfiar de

mim, ou eu me separo.
BRANCA — Não tô desconfiando de você, apenas levantei uma

questão.
RENATO — Socialites, quando não se ocupam indo ao shopping,

se ocupam fazendo artesanato. Vá fazer os seus.
BRANCA — Ok, eu já entendi que você não quer falar disso.
RENATO — Eu não quero falar porque eu não tenho nada para

falar, entendeu? (GRITA) Nada!
E RENATO SAI DO QUARTO, EXALTADO. CLOSE EM BRANCA,

DESCONFIADA.
CORTA PARA:
CENA 4/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE DANIEL –

INT/NOITE:
FERNANDA ESTÁ DEITADA NA CAMA, PENSATIVA. INSERIR FLASHBACK:

FERNANDA NO RESTAURANTE COM O DONO DA EMPRESA CONCORRENTE
DO CUBO MÁGICO. FERNANDA RESPIRA FUNDO, TENTANDO TOMAR
CORAGEM.
FERNANDA — Coragem Fernanda... Você é uma Moretti. E um

Moretti nunca deixa barato.
EM FERNANDA.
CORTA PARA:
CENA 5/GARAGEM DA MANSÃO DOS CASTANHO –

INT/NOITE:
HELENA E MAURÍCIO ESTÃO DENTRO DO CARRO, ESCONDIDOS. HELENA

COM O NOTEBOOK ABERTO.
MAURÍCIO — O que você tem pra me mostrar de tão importante?
HELENA — Eu estou desesperada Maurício. Olha esse e-mail

que eu recebi hoje.
MAURÍCIO — Deixa eu ver.
MAURÍCIO PEGA O NOTEBOOK E LÊ O E-MAIL AMEAÇADOR QUE HELENA

RECEBEU.
MAURÍCIO — (SURPRESO) “-A”? Mas como podem ter

descoberto do nosso romance?
HELENA — Eu fiquei tão assustada quando recebi isso. Tem

alguém que sabe de tudo!
MAURÍCIO — Quem Helena, e pra que ter ameaçar com isso?
HELENA — Olha a inicial da assinatura... A... A de Alberto. Não

é estranho?
MAURÍCIO — Não vem com palhaçada agora, o Alberto tá morto.

Isso é alguém querendo nos assustar.
HELENA — Imagina se o nosso romance é revelado? Seria uma

vergonha pra minha família!
MAURÍCIO — (ABRAÇA ELA) Calma Helena. Ninguém vai

descobrir nada. Isso é uma piada de mau gosto.
HELENA — Tem uma coisa que você não sabe Maurício, que eu
tenho que te contar.
MAURÍCIO — Pode confiar em mim.
HELENA — No dia da festa, da morte do Alberto... Ele... Ele

tinha descoberto do nosso caso!
MAURÍCIO — (ASSUSTADO) Descoberto? Mas como isso foi

acontecer?
HELENA — Ele ouviu um telefonema meu pra você, marcando

um encontro pra depois da festa. Ficou irado, queria me
matar.
MAURÍCIO — E por que você nunca me disse isso Helena?
HELENA — Porque se souberem do nosso caso e que o Alberto

descobriu no dia da morte, vão achar que fomos nós
que matamos ele. Nós!
CLOSE EM HELENA, PREOCUPADA.
CORTA PARA:
CENA 6/MANSÃO DOS CASTANHO/COZINHA – INT/NOITE:

LIA E RUTH TERMINAM DE RECOLHER AS COISAS DO JANTAR E LAVAM,

ENQUANTO CONVERSAM.
RUTH — Então quer dizer que você é nova na cidade?
LIA — Sou nova aqui sim, cheguei a pouco tempo.
RUTH — E ficou hospedada na casa da mãe do Maurício?
LIA — Fiquei. O Maurício e a Solange são gente boa Ruth,

me trataram muito bem.
RUTH — Sabe que eu acho que vou gostar de você Lia? Você
parece ser boa gente.
LIA — (RI) E porque eu não seria Ruth? Tá desconfiada de

mim é?
RUTH — Capaz, claro que não. Mas é que tô tão acostumada

com a Dalva fazendo as exigências dela.
LIA — Por falar nessa Dalva, que se demitiu. Vocês já

sabem por que ela fez isso?
RUTH — Não, ninguém sabe. Simplesmente pegou as coisas

dela e sumiu do mapa.
LIA — Estranho né, ela desaparecer assim sem dar notícias,

largar o emprego de anos dela.
RUTH — Olha Lia, a Dalva sempre teve essas loucuras, acho

que se ela fez, deve ter sido por um motivo bom pra
ela.
LIA — (SARCÁSTICA) Com certeza, o motivo deve ter

sido ótimo pra ela.
RUTH SAI DA COZINHA. LIA OLHA EM VOLTA E SORRI.
CORTA PARA:
CENA 7/CASA DE LORENA/QUARTO DE MARIANA –

INT/NOITE:
MARIANA ESTÁ DEITADA NA CAMA, REPOUSANDO. LORENA SERVE SOPA

PARA A FILHA NUMA BANDEJA.
LORENA — Ainda bem que foi só um susto fiá, e que ocê não se
machucou tão gravemente.
MARIANA — Só mais uns dias de repouso e eu volto ao batente

mãe.
LORENA — Nem precisa se apressar Mariana. Ocê tá acidentada,

imagina
MARIANA — Ai mãe, e aquele moço lá, o Gustavo, que me

atropelou. Ele não ligou pra saber como que eu tava?
LORENA — Não ligou não fiá. O que, pra que ocê quer saber
disso?
MARIANA — (RI) Pode parecer curioso mãe, mas... eu gostei do

cara que me atropelou.
LORENA — Gostou como, de paixão ou só “ah como esse rapaz

é bonito”?
MARIANA — Não sei. (SEM GRAÇA)
LORENA — Uma coisa a gente tem que concordar né fiá... o

capaz é uma coisa de doido de tão lindo.
MARIANA — (SORRI) Isso é verdade.
LORENA — Mas ocê pensa bem hein, em gostar desse rapaz ai, o
Gustavo. Não sei se o Augustinho tá preparado pra ter
um padrasto.
MARIANA — Mamãe, eu só disse que achei ele interessante, não

que vou casar com ele.
LORENA — Mas “mermo” assim fiá. Se ele te procurar, ocê já

sabe minha opinião.
MARIANA TOMA A SOPA, TODA FELIZ.
CORTA PARA:
CENA 8/CASA DE NICOLE/QUARTO DE LUÍSA – INT/NOITE:
SONOPLASTIA: DANÇA DA SOLIDÃO – MARISA MONTE E GILBERTO GIL.

LUÍSA ESTÁ DEITADA NA CAMA, COM SEMBLANTE TRISTE. NICOLE BATE
NA PORTA E ENTRA, INDO EM DIREÇÃO À FILHA.
NICOLE — Ô minha filha, o que aconteceu com você? Você

saiu do jantar triste e se enfiou aqui.
LUÍSA — Porque ele não gosta de mim hein mãe?
NICOLE — Ele quem?
LUÍSA — O Gustavo. Por que ele não gosta de mim do jeito

que eu gosto dele?
NICOLE — Luísa, eu já te pedi pra tirar ele da cabeça. Vocês

são primos, ele te vê como uma irmã, praticamente.
LUÍSA — Mas eu não quero que ele me veja como prima,

irmã, sobrinha, nada. Quero que ele me veja como
mulher.
NICOLE — Eu sei que deve ser difícil pra você isso.
LUÍSA — Muito difícil mãe. Eu sempre fui apaixonada pelo

Gustavo, mas ele nunca sequer olhou pra mim.
NICOLE — E jamais vai olhar. Ele tem um sentimento fraternal

por você, não vai passar disso. Eu sei que é duro, mas é
a realidade.
LUÍSA — Porque a realidade sempre é tão dura assim?
NICOLE — Nem Freud explica. (PENSA) Mas sabe filha, é até

bom você estar apaixonada por um homem.
LUÍSA — (NÃO ENTENDE) Hã? Você acabou de me dizer

pra esquecer ele.
NICOLE — (CONFUSA) Ah, não esquece não. É que você

nunca costumou se envolver com homens. Achava que
você fosse sapata.
LUÍSA — Sapata? Que nojo mãe.
NICOLE — (SUSSURRA) Sua tia Carmen era bi, poderia acabar

vindo da genética.
LUÍSA E NICOLE ACABAM SE OLHANDO E RINDO DA SITUAÇÃO. NICOLE

ABRAÇA E BEIJA LUÍSA.
CORTA PARA:
CENA 9/MANSÃO DOS CASTANHO – EXT/DIA:
PLANO GERAL DA MANSÃO DOS CASTANHO ILUMINADA POR UM FEIXE

DE LUZ ENROLARADO.
CORTA PARA:
CENA 10/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE HELENA –

INT/DIA:
HELENA ESTÁ TOMANDO SEU CAFÉ DA MANHÃ NO QUARTO, QUANDO

SEU CELULAR TOCA. ELA ATENDE.
HELENA — (ATENDE) Pois não?
RODRIGO — (EM OFF) Dona Helena Castanho? Aqui é o

Rodrigo, da Chá com Pimenta.
HELENA — O que você quer de mim a essa hora da manhã?
RODRIGO — (EM OFF) É que eu liguei pra saber se a senhora

gostaria de dar uma entrevista pra gente.
HELENA — E pra que eu daria uma entrevista pra uma revistinha

chulé feito a do seu pai?
RODRIGO — (EM OFF) Para falar da sua vida, sobre a empresa,

seus projetos.
HELENA — (PENSA) Entrevista é?
CLOSE EM HELENA.
CORTA PARA:
CENA 11/VILA – EXT/DIA:

GUSTAVO E EVA ESTÃO CAMINHANDO EM DIREÇÃO À CASA DE INÁCIO.
GUSTAVO — Você vai adorar esse meu amigo que vai fazer as
fotos, Eva. Ele é muito bom.
EVA — Tô nervosa Gustavo, nunca fiz isso antes.
GUSTAVO — Fica calma, vai ficar tudo lindo.
ELES CHEGAM ATÉ A PORTA DA CASA DE INÁCIO. GUSTAVO TOCA A

CAMPAINHA. UNS SEGUNDOS E INÁCIO ABRE A PORTA. ELE LOGO DÁ DE
CARA COM EVA, E OS DOIS SE OLHAM, BEM FUNDO NOS OLHOS.
CORTA PARA:
CENA 12/CUBO MÁGICO/PRESIDÊNCIA – INT/DIA:
DANIEL ESTÁ VENDO ALGUMA COISA NO COMPUTADOR, COM SEUS

ÓCULOS DE GRAU. DE REPENTE ELE ABRE ALGUMA PÁGINA E ARREGALA
OS OLHOS, ESTRANHANDO O QUE VIU.
DANIEL — Mais que merda é essa aqui?
CORTA PARA A TELA DO COMPUTADOR, ONDE VEMOS UM ANUNCIO

GIGANTE DA EMPRESA “TELEMANIA”. NO ANUNCIO TEM A DIVULGAÇÃO
DE UM CELULAR, LINDO E CHEIO DE FUNÇÕES, IGUALZINHO AO QUE
ALBERTO CRIOU, E QUE JÁ FOI CITADO NA HISTÓRIA. DANIEL COLOCA A
MÃO NA BOCA, NÃO ACREDITANDO.
DANIEL — Isso não pode ser verdade... (PEGA O

TELEFONE/DISCA) Alô? Nicole? Você tá na
empresa? Uma bomba acaba de cair sobre nossas
cabeças. (PENSA) Reúna todos os acionistas e
herdeiros pra uma reunião extraordinária aqui na
empresa pra agora! Por favor!
CORTA PARA:
CENA 13/CASA DE INÁCIO/SALA – INT/DIA:
GUSTAVO E EVA VÃO ENTRANDO E SENTANDO NO SOFÁ. INÁCIO

ACOMPANHA OS DOIS.
INÁCIO — Até que enfim conseguimos nos falar não é Gustavo.
GUSTAVO — É verdade. Da última vez que eu vim aqui falar com

você aconteceu aquele acidente.
EVA — Acidente? Que acidente?
GUSTAVO — Uma coisa meio chata, mas que já foi resolvida.
INÁCIO — Mas então, essa é a tal moça que vai fotografar para
a divulgação do Cubo Mágico?
GUSTAVO — Sim, essa aqui é a Eva. Ela trabalha lá na empresa

também.
INÁCIO — Muito bonita você Eva. A idéia que o Gustavo deu é

maravilhosa, combina demais com você.
GUSTAVO — Eu não disse Eva?
EVA — (ENVERGONHADA) Ah, obrigada.
INÁCIO — Não precisa ficar com vergonha, hoje a gente apenas

tá se conhecendo. Meu estúdio tá quase finalizado, em
breve a gente vai fotografar.
GUSTAVO — E a sua esposa, Inácio. Ainda está casado com a

Antônia?
INÁCIO — Claro. (ALTO) Antônia? Você tá em casa?
ANTÔNIA — (APARECE NA SALA) Claro meu amor.
ANTÔNIA ENCARA EVA, COM UMA CARA BEM DE DESGOSTO. EVA SORRI,
TENTANDO SER SIMPÁTICA. O CELULAR DE EVA TOCA.
EVA — Me desculpem, eu vou atender.
EVA SE LEVANTA E SE AFASTA, ATENDENDO O APARELHO. CONTINUA A

CONVERSA AGORA ENTRE INÁCIO, ANTÔNIA E GUSTAVO.
GUSTAVO — Como você vai Antônia?
ANTÔNIA — Vou muito bem, sempre tentando dobrar esse meu

marido.
ELES RIEM. ANTÔNIA SEMPRE OLHANDO TORTO PARA EVA. EVA DESLIGA
O TELEFONE E VOLTA.
EVA — Gustavo, acho melhor a gente ir embora. O Daniel

me ligou, marcando uma reunião urgente. Vamos?
GUSTAVO — Vamos, claro.
EVA — Foi um prazer conhecê-los.
INÁCIO — Prazer foi nosso.
COMEÇA SONOPLASTIA: CIGANO – ALEXANDRE PIRES. EVA E INÁCIO SE

CUMPRIMENTAM COM AS MÃOS. EVA FICA SEM GRAÇA. ANTÔNIA FICA
CHOCADA AO VER A APROXIMAÇÃO.
EVA — Tchau...
EVA E GUSTAVO VÃO EMBORA. ANTÔNIA BATE A PORTA COM TUDO E

ENCARA INÁCIO, QUE NÃO ENTENDE.
CORTA PARA:
CENA 14/VILA – EXT/DIA:
GUSTAVO E EVA SAEM DA CASA DE INÁCIO. EVA VAI ENTRANDO NO SEU

CARRO. QUANDO GUSTAVO VAI ENTRAR NO CARRO DELE, LEANDRO
APARECE NA SUA FRENTE, IMPEDINDO A PASSADA.
GUSTAVO — Qual é a sua cara?
LEANDRO — Nós vamos bater um lero, rapazote de merda.
TENSÃO ENTRE OS DOIS.
CORTA PARA:
CENA 15/MANSÃO DOS CASTANHO/CORREDOR – INT/DIA:
LIA ESTÁ ANDANDO PELO CORREDOR DOS QUARTOS COM UMA CESTA
DE ROUPAS. FERNANDA SAI DO SEU QUARTO E BATE EM LIA. AS ROUPAS
CAEM NOS PÉS DE FERNANDA.
FERNANDA — Sua incompetente, não olha por onde anda não?
LIA — Desculpa dona Fernanda, eu estava distraída.

FERNANDA — Chegou agora e já quer arrumar confusão é? Te

enxerga, empregada.
LIA — Da próxima vez eu vou ser mais cuidadosa sim, fica

tranqüila.
LIA SE ABAIXA PARA PEGAR AS ROUPAS, FERNANDA CHUTA TUDO NA

CARA DELA.
FERNANDA — Recolhe essas merdas todas, e vá lavar. É pra isso

que meu marido paga você.
LIA — Sim senhora...
E FERNANDA DESCE A ESCADA. LIA RECOLHE AS ROUPAS. CLOSE EM LIA,

FURIOSA COM FERNANDA.
CORTA PARA:
CENA 16/CUBO MÁGICO/ANTE-SALA DA PRESIDÊNCIA –

INT/DIA:
HELENA SAI DO ELEVADOR E SE DIRIGE ATÉ A ANTE-SALA, MAS NÃO

TEM NINGUÉM LÁ, NEM MESMO JOYCE.
HELENA — Ué, todo mundo resolveu sumir dessa empresa hoje?
HELENA SE SENTA NUM SOFÁ E FICA ESPERANDO. NICOLE VEM VINDO

DE OUTRA DIREÇÃO E ENCONTRA HELENA.
NICOLE — Aí está você Helena.
HELENA — Aqui estou eu. Cadê a Joyce, que não tá

trabalhando?
NICOLE — A Joyce está doente, tirou folga hoje.
HELENA — É por isso que essa empresa está a bagunça que

está...
NICOLE — Tá todo mundo te esperando pra reunião, Marta

Helena.
HELENA — Que reunião é essa agora?

NICOLE — Daniel não adiantou nada, só pediu pra que eu

chamasse todos os acionistas e herdeiros.
HELENA — Olha só, você deve ter se enganado. Daniel jamais

mandaria uma ovelha reunir os pastores.
NICOLE — Me poupe de suas piadinhas Helena.
HELENA — Você é que poderia ter nos poupado de tanta coisa

Nicole. Sua existência, por exemplo.
NICOLE — Nem sei por que eu tô perdendo tempo aqui, sendo

que você nem acionista é. Muito menos herdeira.
HELENA — Eu posso ter levado esse golpe, mas o golpe maior

eu é que vou dar em todos vocês, querida.
NICOLE — Sonha linda, você jamais será a presidente disso

aqui tudo.
HELENA — Se eu fosse a presidente a única ordem que eu daria

pra você seria de quando eu derrubasse meu chocolate
quente no chão e mandasse você limpar com a língua.
NICOLE — Vá se fuder, Helena! (E SE RETIRA).
HELENA FICA RINDO SOZINHA.
CORTA PARA:
CENA 17/CUBO MÁGICO/SALA DE REUNIÃO – INT/DIA:
ESTÃO TODOS REUNIDOS PARA A REUNIÃO QUE DANIEL CONVOCOU:

DANIEL, HELENA, EVA, NICOLE, RENATO, FERNANDA, CAMILA E DENTRE
OUTROS ACIONISTAS DA EMPRESA.
HELENA — Já estamos aqui com cara de palhaço a bastante

tempo, pode começar essa reunião logo?
DANIEL — Acho que podemos começar sim.
RENATO — Pela urgência, deve vir bomba por aí.
DANIEL — Você disse certo Renato, é uma bomba.

CAMILA — Se até eu, que sou avulsa nesse meio de negócios

tive que vir, deve ser uma bomba mesmo.
EVA — Você é herdeira Camila, tem que participar

ativamente da empresa.
DANIEL — Hoje eu estava pesquisando algumas coisas no

Google, e resolvi passar no site da TeleMania, para ver
como é o site deles, já que eu não conhecia.
HELENA — O assunto é a TeleMania?
DANIEL — É a TeleMania sim. Eu me deparei com uma coisa

que eu fiquei chocado. Sabem o celular que o papai
criou, que iria ajudar a empresa a estabilizar a crise?
EVA — Claro que todo mundo aqui se lembra, mas o que

isso tem a ver?
DANIEL — A TeleMania estava divulgando um celular igual

àquele, com as mesmas funções, o mesmo design.
RENATO — Mas como isso é possível? Eles roubaram o nosso

projeto?
DANIEL — É disso que eu estou desconfiado. Mas se eles

conseguiram nosso projeto, alguém deve ter vendido
para eles.
NICOLE — Mas quem faria isso, Jesus?
DANIEL — É isso que eu quero saber. (DETERMINADO)

Quem aqui está traindo o Cubo Mágico?
CLIMA DE TENSÃO. TODOS SE OLHAM, CURIOSOS. CLOSE EM FERNANDA,

MUITO NERVOSA. A IMAGEM CONGELA E FORMA AS FACES DE UM CUBO
MÁGICO. UMA MÃO “PEGA” O CUBO DA TELA E COMEÇA A ORGANIZAR
OS LADOS.
CORTA.
(FINAL DO CAPÍTULO)
Os créditos sobem ao som de “10 Minutos – Ana Carolina”.

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INSERIR LEGENDA: NO CAPÍTULO ANTERIOR DE CUBO MÁGICO... ESTA

EVA — Falta a Camila, mas ela disse que ia jantar com o

DANIEL — Mamãe, a sua cara está péssima. Aconteceu algo de

HELENA — Não meu filho, não aconteceu nada de grave. Só

RENATO — Você foi rápida hein mãe? A cama da Dalva mal

HELENA — Quero que vocês recebam bem ela, por favor. É

LIA VEM DA COZINHA, VESTIDA DE PRETO, BEM DISCRETA, COM O CABELO

CENA 1/MANSÃO DOS CASTANHO/SALA – INT/NOITE:

CONTINUAÇÃO DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR. LIA AO LADO

HELENA — Essa é a Lia, e a partir de hoje ela vai trabalhar

DANIEL — Uma mulher tão jovem ser governanta de uma casa?

HELENA — Lia é uma pessoa muito competente, podem apostar.

RENATO — Bonita desse jeito devia estar fazendo outro tipo de

LIA — (SORRI) Se isso foi um elogio senhor, muito

HELENA — Bom Lia, esse aqui é o meu filho Renato.

LIA — Muito prazer.

BRANCA — Prazer é todo nosso querida.

HELENA — Essa moça aqui do lado é a minha outra filha, a Eva.

EVA — Seja bem vinda Lia.

HELENA — E esse do lado da Eva é meu filho Daniel, presidente

FERNANDA FAZ CARA DE DESGOSTO. DANIEL SE LEVANTA E

DANIEL — Muito prazer Lia, e boa sorte aqui com a casa. De

LIA — Eu é que agradeço essa oportunidade dada pela dona

HELENA — Tem ainda a minha filha Camila, mas aquela você

LIA CONCORDA E SAI. DANIEL SE SENTA NOVAMENTE E NOTA A CARA DE

DANIEL — Que carinha é essa hein meu amor? Não gostou da

FERNANDA — Não sei Daniel, me deu uma sensação ruim quando

DANIEL — Isso é impressão sua, deve ser essas coisas de TPM

FERNANDA — Daniel, é sério! Foi a mesma sensação que tive um

DANIEL OLHA ESTRANHANDO. CAMILA ENTRA EM CASA, COM UMAS 5

CAMILA — Gente, me desculpem. Eu estava com o Edgar no

HELENA — Edgar, sempre esse tal de Edgar.

EVA — Comprou horrores mesmo hein maninha? Não

CAMILA — Assim parece que nós estamos ficando pobres. Me

DANIEL — A Eva tá certa Camila. E não é nem por ficar pobre,

HELENA — (ALTO) Pelo amor de Deus, deixem de ser

RENATO — Que tal a gente mudar de assunto hein? Vai dar

CAMILA — Tem razão Renato, eu tenho uma notícia boa para

HELENA — Olha aqui garota se você estiver grávida...

CAMILA — Calma mamãe, não é gravidez. Eu e o Edgar

HELENA — (GRITA) O que você disse? Repete que eu acho que

CAMILA — Você ouviu mamãe. O meu casamento com o Edgar

HELENA — Não Camila, isso é uma afronta! Ter um sujeito

CAMILA — Não vejo nada de errado com o Edgar. Nós nos

EVA — Nisso eu concordo, o amor é maior que qualquer

HELENA — Amor? E o que você entende de amor Eva? (PARA

CAMILA — O Edgar vai me fazer muito feliz sim.

HELENA — (EXALTADA) Acorda, Alice no País das

CAMILA — Mas eu amo o Edgar, pra ele o dinheiro não faz

HELENA — Amor, que amor! O amor é uma merda, não existe.

CAMILA — Mamãe, a sua palavra não significa nada pra mim.

CAMILA PEGA AS BOLSAS E SAI, SUBINDO A ESCADA. HELENA FICA SEM

CENA 2/CASA DE NICOLE/SALA DE JANTAR – INT/NOITE:

NICOLE E LUÍSA ESTÃO JANTANDO NA COMPANHIA DE GUSTAVO E

NICOLE — Gustavo, eu fiquei tão feliz em saber que você tava

GUSTAVO — Eu também tô muito feliz em reencontrar todos

LUÍSA — Você faz muita falta na família primo. Eu senti

GUSTAVO — Estou de volta e agora pra ficar. Não quero mais

ARMANDO — Isso aí filho, melhor assim. Quero você perto do

NICOLE — Se eu fosse o Gustavo morreria na Inglaterra pra não