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ECOLOGIA DA PAISAGEM
Dentro de uma paisagem conseguimos detectar diferenças e vamos sendo cada vez mais
detalhados. Os diferentes tipos de vegetação não aparecem de forma aleatória, estão presentes de
acordo com o biótopo, as condições que oferecem (climáticas, relevo ou declive que influencia o
regime de insolação e propriedades do solo). Ao longo de uma encosta estabelecem-se gradientes,
gradientes de quantidade de água causados pela precipitação por exemplo. Se há variações das
condições ambientais à escala local podemos prever que as espécies se distribuam mediante esses
gradientes.
Gradientes edáficos/ catenais: variações cartográficas, em baixo as que mais necessitam de água e
em cima as que são mais resistentes à sua falta. A diferentes altitudes há diferentes espécies porque
as condições são diferentes.
Há um processo direccional que começa com espécies menos exigentes e continua com
espécies cada vez mais exigentes → sucessão ecológica.
Níveis:
População
Meta-população
Comunidade
Meta-comunidade: não competem entre si mas estão ligadas por fenómenos de migração ou
dispersão
Ecossistema: agrupamento do biótipo e meta-comunidade, comunidade biológica mais o biótopo
(factores climáticos)
Parcela
Classe
Paisagem: conjunto ou mosaico de meta-comunidades, há espécies exclusivas de cada meta-
comunidade e outras que são partilhadas pelas meta-comunidades. As espécies com maior vínculo a
um determinado tipo de meta-comunidade vão estar representadas nessa paisagem no sítio onde
estiver a meta-comunidade. Uma paisagem pode ser definida de várias maneiras: pelas bacias
visuais, aquilo que se vê ou pelo ponto de vista ecológico, em base no seu funcionamento, nos
processos que lhe estão associados uma vez que tem de haver coerência ecológica. Podemos definir
a paisagem com base nas linhas de festo que permitem um ciclo hidrológico neste local. A paisagem
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Conceitos
Ecologia da Paisagem
Para definir a paisagem com várias comunidades temos de as fazer corresponder a várias classes.
Classe florestal
Classe urbana
Classe agrícola
Classe Matos
O elemento predominante
depende do espaço que estamos a
analisar, temos de definir a
fronteira da nossa paisagem.
Em qualquer paisagem podemos ter mais que uma classe a que chamar matriz e temos
também as classes não matriz que ocorrem de uma forma mais ou menos dispersa e fragmentada na
paisagem, um conceito importante na conservação. Os seres vivos podem ter o seu habitat
fragmentado.
Padrões e Processos
O aspecto das classes pode depender da época do ano sendo que as condições abióticas
alteram também a sua disposição. Podemos inferir sobre os processos através da visualização da
paisagem:
Os espaços para agricultura devem ser ricos em água e ter solos férteis que permitem uma
vegetação vigorosa. Haverá baixo nível de stress ambiental mas há um alto nível de perturbação
causada pela gestão Humana.
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No espaço vegetal as árvores crescem lentamente, de 5 em 5 anos são cortadas pelo Homem, há
uma dinâmica diferente no espaço e no tempo. A floresta está mais presente nas áreas convexas, de
distribuição de nutrientes. Há níveis de stress mais elevado mas níveis de perturbação mais baixos.
Estrutura
Configuração
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Estrutura = Composição (riqueza específica Diversidade) + configuração (arranjo espacial composição aliada à distribuição)
Caracteriza-se por termos de andar pouco para estar numa parcela diferente. Esta paisagem
tem uma elevada diversidade de classes e um arranjo espacial/configuração complexo, chamando-se
paisagens de grão fino por haver variação a pequenas distâncias.
Caracteriza-se por temos poucas mas muito grandes parcelas. Para visitar parcelas
correspondentes a várias classes temos de percorrer grandes distâncias. A diversidade é menor e a
configuração é mais simples.
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Há todo um conjunto de atributos que variam de acordo com a paisagem. Podemos ter para a
mesma classe talhões com idade diferente: pinheiros com 5 anos e outros com 50. Mas
cartografamos aquilo como uma mesma classe. Aqui há variações.
Dentro de uma mesma classe há também diferentes parcelas, a composição específica não
há-de ser exactamente a mesma. Nas meta-comunidades as comunidades não são iguais, variam na
riqueza específica.
Se considerarmos a estrutura da paisagem e acrescentarmos as restantes variações mais finas
temos um conceito mais abrangente – heterogeneidade. É um conceito mais abrangente que
podemos usar para descrever as variações da paisagem. Inclui as variações de natureza ambiental ou
biótica, a configuração, a estrutura, a diversidade, tudo.
2. Perturbações: que podem ser causadas pelo Homem (colheitas, carros), por incêndios
naturais ou Humanos, secas extremas ou cheias extremas. As características da perturbação decidem
como será a paisagem depois da mesma passar. O impacto da perturbação depende da sua
frequência, da sua severidade e da extensão dos danos causados. A perturbação é um fenómeno
discreto no tempo que destrói a biomassa existente. Dependendo do padrão de ocorrência da
perturbação, frequência de ocorrência e severidade, o que acontece em cada espaço pode ser
bastante diferente. Numa primeira fase a perturbação pode reduzir a heterogeneidade e no momento
a seguir favorecê-la.
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Abordagens Estruturais:
A ecologia da paisagem tem aplicações práticas. Juntamente com as fotografias tem sempre
de ser feita uma verificação do terreno – validar a cartografia e recolher informação sobre o coberto
vegetal da parcela. Com isto produzem-se cartografias com legenda variável em função dos
objectivos.
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Abordagens Funcionais:
Em vez de inferirem sobre os processos a partir dos padrões, vão diretamente aos processos.
Partem de uma cartografia e inferem sobre o padrão da produtividade I. Ou a partir de uma imagem
de satélite é possível vermos quais as zonas mais produtivas, estimando índices de processos.
Resultados:
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Abordagem Estrutural:
Abordagem Funcional:
Conservação da Natureza
Permite ver se um determinado habitat está mais ou menos concentrado, se está fragmentado
ou não, a conectividade das parcelas ajuda as meta-comunidades para que as espécies se distribuam
de uma forma melhor evitando a sua extinção. A ecologia da paisagem explica e prevê a diversidade
geral de plantas e animas nos diferentes ecossistemas, estima níveis de redundância, se uma espécie
está em várias classes ou em apenas uma. Permite antecipar quais os impactos de transformações na
paisagem, de uma desflorestação, de um incêndio ou de um novo campo agrícola.
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Avaliação Ambiental
O que é a biogeografia?
(Da ecologia a biogeografia)
Filogeografia: Estudo dos padrões passados e como evoluíram em escalas de centenas ou dezenas
de milhões de anos. (filogenia – relação entre organismos vivos, evolução a uma escala mais curta)
Conceito de Biogeografia: é uma disciplina com uma forte componente cartográfica intervindo
também a informação corológica – relativa à distribuição dos organismos vivos e suas comunidades
/ecossistemas.
A biogeografia deve ser uma disciplina biológica porque se dedica ao estudo biótico, a parte
geográfica é relativa ao método usado uma vez que produz os resultados a que se propõe usando a
geografia. Ambas se encontram nos objectivos, produzir uma cartografia e é isso que nos dá a
posição de interface.
1º : A biogeografia faz uma lista de biomas que dão origem a uma legenda;
2º : representa os biomas cartograficamente utilizando a legenda;
3º : procura explicar o padrão relacionando-o com as variações climáticas à escala global.
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A biogeografia compila padrões. As cores mais quentes significam mais espécies. Não há
legenda, há uma rampa de valores. Representa-se a informação procurando descrever um padrão e
depois explica-lo.
Origens da Biogeografia
Começou a partir do momento em que um grupo de pessoas percebeu que um país não era
homogéneo. Esta percepção ganhou uma percepção global quando se começaram a fazer trocas
internacionais através do comércio, essencialmente ligado à agricultura. Todas as rotas de comércio
permitiram uma maior percepção das diferentes áreas. Com estas trocas começamos a ver plantas e
animais novos, que vieram de zonas afastadas por milhares de quilómetros. Esta é a informação pré-
corológica. As primeiras expedições com carácter científico aproveitaram inicialmente as rotas
comerciais. Se já havia a percepção de que em regiões afastadas havia espécies diferentes, agora
ganha-se a percepção que em zonas afastadas mas com climas semelhantes há espécies iguais.
gradientes a um gradiente climático. Desde logo percebeu que se para um mesmo intervalo
climático de altitude e latitude temos as mesmas espécies, se estiverem afastados por milhares de
Km e anos, vamos encontrar linhagens diferentes mas de evolução convergente.
Evolução da Biogeografia
Biogeografia e Fitossociologia
A Biogeografia em Portugal
Ao longo dos anos houve várias cartas biogeográficas produzidas para Portugal baseadas em
diferentes factores.
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Baseada na Fitossociologia:
Idiotaxonomia:
Sintaxonomia:
Espécie: o conceito de espécie tem de ser estável. Como não é, em cada publicação tem de se
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explicar qual o conceito de espécie utilizado. A emergência das ferramentas moleculares ajuda a
identificar espécies que antes não eram reconhecidas porque as variações morfológicas eram
pequenas. Agora há espécies emergentes pela genética.
Idiotaxonomia:
Sintaxonomia:
Áreas de Distribuição: é a área definida pelo mínimo polígono convexo, o polígono regular com a
menor área possível que une as ocorrências mais exteriores do conjunto e ocorrências da espécie. A
forma de limitar a área também tem de ser estável. Se a distância entre 2 pontos for demasiado
grande fazem-se 2 polígonos e a espécie passa a ter uma distribuição disjunta sendo a área central
da espécie a maior designando-a as outras por disjunções. Podemos estipular que a área de
distribuição de uma espécie será tanto maior quanto maior for o seu nicho ecológico, quanto mais
largos forem os intervalos de tolerância para os diferentes factores ecológicos.
Área de ocupação: é menor que a área de distribuição, é a soma dos pontos onde a espécie aparece.
A diferença é muito grande para espécies associadas a habitats específicos, lagos por exemplo.
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Compensação de Habitat:
Áreas de Distribuição
● Diversidade:
Espécies cosmopolitas: espécies de distribuição global mais ampla, traduzindo uma maior tolerância
às variações de factores ecológicos, são mais flexíveis em habitats. Não ocupam o globo na
totalidade mas ocorrem em todos os continentes habitualmente.
Espécies endémicas: distribuição mais restrita relacionada com um nicho ecológico estreito,
intervalos de tolerância estreitos, espécies com elevada especificidade de habitats com processos de
natureza histórica associada. Acontece com espécies de origem recente, cuja evolução se deu cedo
numa escala filogenética, há poucos milhões de anos. Surgiu há pouco tempo e teve pouco tempo
para expandir e com um nicho ecológico estreito, não é boa competidora e fica restrita a uma mais
pequena área de distribuição. Há vários graus de endemismo. Ao contrário das espécies
cosmopolitas em que consideramos expansão pela mão Humana, nas endémicas temos de pôr à
frente “com ocorrência natural” ou “com ocorrência espontânea” porque muitas vezes tem valor
ornamental. Um endemismo tem ocorrência natural.
Espécies pantropicais: nos trópicos, ocorrem ao longo de cinturas de latitude entre trópicos, climas
tropicais;
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Espécies com distribuição disjunta: as disjunções têm uma origem climática ou de natureza
geológica;
● Expansão e Regressão
Ao longo dos milhões de anos da Terra aconteceram fenómenos que eliminaram grande
parte da biomassa de organismos vivos. Depois destas regressões há novas expansões de espécies,
acontecendo passados alguns milhares de anos uma nova catástrofe que provoca uma nova
regressão. Exemplos disso são as alterações climáticas como as glaciações que ainda hoje se podem
comprovar com as marcas que deixou nos nossos relevos. São as relíquias paleoclimáticas.
BIOGEOGRAFIA GLOBAL II
3. ● Clima: insolação e redistribuição do calor: nas zonas tropicais temos um clima mais
quente mas também mais chuvoso e em função das características dos movimentos de rotação e
translação da Terra é a zona mais estável. O clima segue 2 vias principais: as correntes atmosféricas
e as correntes marinhas (quentes vindas dos trópicos e frias vindas dos pólos), e o seu efeito
conjugado redistribui globalmente a radiação recebida.
Clima: zonação climática global: A nível global com estes dois padrões temos a
heterogeneidade climática. Clima tropical apresenta-se perto do equador, caracterizado pela
estabilidade a nível climático e elevadas temperaturas, elevada precipitação e também
grande produtividade onde associamos os maiores níveis de biodiversidade. Nos trópicos de
Cancêr temos climas desérticos. Temos ainda os climas de temperaturas microtérmicas,
baixas ou muito baixas T.
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II – Distribuição da Biodiversidade
Distribuição global da biodiversidade: os seus efeitos são negligenciáveis porque não se vêem.
Descrição e caracterização do conteúdo biológico e como se distribuem. No que toca ao gradiente
latitudinal da biodiversidade à escala global as excepções a este gradiente são as áreas desérticas.
Um factor ambiental para caracterizar isto é a variação da temperatura, que tem uma variação linear
com a latitude.
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I: Efeito abiótico na biodiversidade. Os trópicos têm mais espécies que as regiões médias e estas
têm mais que as elevadas como resultado directo das respostas das espécies aos factores abióticos.
Mais espécies podem encontrar o seu nicho ecológico nos trópicos.
II: Defende que as condições abióticas são importantes mas os padrões resultam das interacções
bióticas mediadas pelas condições abiótica.
Sabe-se que para um mesmo regime de temperatura há mais espécies onde houver mais água.
Para a mesma faixa latitudinal há mais espécies em zonas de baixa altitude. As montanhas
determinam diminuição da biodiversidade. Regiões mais estáveis (ao longo do ano, baixa
sazonalidade) tendem a ter maior biodiversidade. À escala global, quanto mais diversa do ponto de
vista ambiental for uma determinada área, mais espécies terá uma vez que se há mais condições
diferentes pode albergar mais nichos.
Com isto identificamos as 3 condições transversais aos múltiplos factores. Há 3 regras
transversais que promovem a diversidade:
1. Benignidade das condições ambientais: quanto mais favoráveis forem as condições maior é
a diversidade;
2. Diversidade para áreas com superfície comparável, as mais diversas do ponto de vista
ecológico serão as mais diversas em termos biológicos;
3. Estabilidade, não só medida num ciclo intra-anual, inexistência de sazonalidade, quanto
menos acentuadas as variações ao longo do ano maior será a biodiversidade;
Outras hipóteses:
1. Área Geográfica: os trópicos albergam mais espécies porque possuem maior área.
2. Produtividade: os trópicos albergam mais espécies porque apresentam maiores níveis de
biomassa resultantes de maiores índices de produtividade.
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3. Energia Ambiental: os trópicos albergam mais espécies porque apresentam condições ambientais
mais benignas em resultado da maior quantidade de energia solar incidente.
4. Princípio de Rapoport: os trópicos albergam mais espécies porque neles as espécies tendem a
possuir menores áreas de distribuição. As dimensões com latitude à escala global servem de suporte
para a teoria que defende que nos trópicos as espécies estão mais ambientadas.
5. Taxa evolutiva: os trópicos albergam mais espécies porque apresentam maiores taxas de evolução
(especiação) em resultado das temperaturas mais elevadas.
6. Restrições geométricas: modelo probabilístico independente da existência de gradientes
ambientais ou mecanismos biológicos.
“…cada um destes tipos climáticos possui um conjunto de comunidades de plantas e animais cuja evolução os tornou bem adaptados
a tais factores ambientais; essas comunidades características são designadas por biomas”
“Bioma. Um tipo principal de vegetação natural que ocorre em locais em que prevalecem determinadas características climáticas e
edáficas, mas que pode incluir taxa diferentes em regiões distintas. “
“Unidade fundamental da geobiosfera. Um bioma, entendido como um ambiente, é uma área uniforme pertencente a um zonobioma,
orobioma ou pedobioma. “
Zonobioma: espaço ambiental onde está o bioma, caracterizado pelas suas condições ambientais.
Cada um é delimitado por um intervalo de temperatura e de precipitação. A cada zonobioma
associamos um clima particular, desde os de natureza tropical até aos de natureza boreal ou ártica,
aumentando do equador para os pólos.
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Pedobiomas: propriedades do solo, fazem com que o bioma real não seja o que se estava à espera.
Sem os classificar mas fazendo uma combinação das várias componentes principais, recorre
-se a centenas de centrais climatológicas, informação relativa a várias variáveis climáticas
relacionadas com os padrões de temperatura e precipitação. A temperatura pode ser expressa como
média anual, média mensal ou diária. A análise estatística de dados variados é feita para múltiplas
variáveis em n estações e n variáveis. A análise permite-nos identificar as grandes tendências de
variação e vão contribuir para zonar o globo do ponto de vista da diversidade climática. E há 3
fontes principais de variação do clima à escala global:
É preciso ver como varia a temperatura, a precipitação e como é a sazonalidade. Cada uma
das 3 correspondem a uma variável resultante de várias combinadas e identificam-se por uma cor,
fazendo variar do mais claro para o escuro (menores valores para maiores valores). Sobrepondo as
cores espacialmente temos várias cores que nos permitem reconhecer os grandes tipos de clima. As
zonas tropicais de menor sazonalidade e precipitação, zonas de áreas desérticas (escassez de
precipitação), nas latitudes médias no Hemisfério Norte são onde encontramos, em pequenas
distâncias, uma grande diversidade climática, ou seja, quer na América do Norte quer na Europa,
vamos encontrar uma grande diversidade de biomas, animais, condições, etc.
Esta diversidade climática está relacionada com um importante processo ecológico, a
produtividade I. Um volume de actividade fotossintética anual, uma determinada quantidade de E
fixada produz uma maior quantidade de nova biomassa.
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transição cujas variações estão ligadas a outros factores. Para os valores médios podemos encontrar
em zonas de transição o bioma A ou B de acordo com a sazonalidade. A redução a 2 variáveis é boa
mas há múltiplas variações que contribuem para a diversidade climática. Ainda assim conseguimos,
no diagrama, relacionar claramente substituições de biomas ao longo de gradientes de precipitação.
Para uma mesma faixa de precipitação vemos a substituição de biomas. Para precipitações baixas
podemos ter savanas, tundras, etc., latitudes médias com baixa precipitação.
O diagrama diz-nos que há combinações que não se verificam no espaço, precipitações
elevadas e temperaturas muito negativas não existem.
Por melhor que seja a classificação de biomas é fácil reconhecer a diversidade existente ao
longo destes 2 eixos.
Biomas:
1. Deserto Frio
2. Tundra
3. Taiga (floresta boreal)
4. Estepe (pradaria temperada)
5. Floresta temperada caducifólia
6. Floresta e Matagal esclerofilos mediterrâneos
7. Floresta Temperada Pluviosa (incluindo Laurissilva)
8. Florestas Tropicais (Perenifólias e Caducifólias)
9. Savana
10. Deserto Quente
A forma como são agrupados depende dos autores. Há uns que incluem todas as variações
regionais e criam biomas distintos e há outros mais agregadores. O clima mediterrâneo pode ocorrer
noutros continentes e a vegetação e fauna que encontrámos aqui ou na Austrália ou América são
distintas, apesar de responderem a climas semelhantes, mas têm uma história evolutiva diferente e
para os mesmos desafios encontraram diferentes respostas. Estas diferenças podem ser reconhecidas
como sub-tipos. Vamos usar esta classificação mais agregada que nos permite descrever 10 biomas
diferentes desde o deserto frio até ao deserto quente.
Maiores latitudes:
tundra de altitude. A Tundra faz parte do orobioma, um conjunto de intervalos altitudinais. Aqui as
temperaturas rondam os -15ºC e a precipitação é variável.
Latitudes médias:
elevada sazonalidade com verões muito quentes e invernos muito frios. As condições climáticas
condicionam o crescimento de árvores havendo alguma vegetação arbustiva, com gramíneas,
herbáceas vivazes e hemicriptófitas predominantes.
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7.Floresta Temperada Pluviosa (incluindo Laurissilva): elevada precipitação ao longo de todo o ano.
São semelhantes às florestas tropicais porque têm precipitações elevadas, regulares ao longo do ano
assim como a temperatura. Só as ilhas têm este clima, na Europa só existe nas ilhas portuguesas e
espanholas. Há arbustos e árvores grandes e pequenos. Designa-se de Laurissilva porque do ponto
de vista estrutural e de espécies de flora tem muitas lauráceas, loureiro por exemplo, e também
porque tem árvores e arbustos com adaptações a nível das folhas que as aproxima das folhas de
loureiro, laurifólias. As folhas são cobertas de ceras para escoar a água e de forma canaliculada para
fazer goteira para a água ir para o solo. As
temperaturas médias aqui estão abaixo dos
20ºC e nas zonas tropicais acima dos
20ºC. A pluviosidade é elevada,
mais de 2000 mm.
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Para cada bioma é importante saber as condições ambientais e climáticas que se associam a
espaços geográficos, zonobiomas e compreender e conhecer o tipo de vegetação e procurar relacio-
nar as características ambientais do espaço e as adaptações ao ecossistema.
Temos 10 biomas, 3 das maiores latitudes (Deserto frio, Tundra e Taiga), 4 das médias lati-
tudes (Estepe, Floresta temperada caducifólia, Floresta e Matagal e Floresta temperada pluviosa) e 3
de baixas latitudes (Florestas tropicais, Savana e Deserto quente).
Zonobiomas, Climas e Biomas
Há 3 tipos de organização dos biomas à escala global.
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Reinos Biogeográficos
Todo o Hemisfério Norte com excepção dos trópicos pode ser incluído no reino
Boreal/Holártico (“holo – tudo, ártico - norte”). A América do Norte esteve colada à Eurásia, então
partilham uma história evolutiva comum e têm uma diversidade interna que é depois reconhecida ao
nível das Regiões.
Nas zonas tropicais reconhecem-se 2 níveis, o Neotropical e o Paleotropical que incluem os
biomas dos zonobiomas tropicais.
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BIOGEOGRAFIA DA EUROPA
1. Caracterização Biofísica
2. VNP, Zonobiomas e Biomas
3. Sectorização biogeográfica
Geografia geral:
Características do Clima:
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2)Precipitação: aumentando o nível de detalhe passamos para uma escala de análise. As zonas mais
claras são zonas onde chove menos sendo que a fachada noroeste é onde há precipitações mais
elevadas. Há 3 zonas fundamentais onde chove muito pouco, no mediterrâneo, porque são zonas
que ficam a sul da faixa de circulação das depressões climatéricas de massas de ar. No oeste e no
sudeste as massas de ar chegam já com pouco humidade, são zonas de bioma Estepe. As nuances
prendem-se com o incremento das precipitações a sul onde há cadeias montanhosas, nos Alpes e
Balcãs. Todas as cadeias montanhosas provocam um aumento local e regional da precipitação. A
temperatura segue um gradiente norte → sul. Nas montanhas em pequenas distâncias temos
gradientes altitudinais de temperatura.
3) Climas: há 5 grandes tipos de clima à escala global que não obedecem apenas a variações de
temperatura mas que tentam considerar vários aspectos anuais e sazonais.
Clima Polar: tipicamente associados ao deserto frio, neve e gelo permanente não havendo uma
estação favorável.
Clima Boreal: climas de natureza microtérmica mas em que há já uma estação de crescimento
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durante poucos meses mas que permite o desenvolvimento de vegetação com ocorrência de alguma
diversidade de fauna.
Clima Temperado: de natureza mesotérmica, regularidade de precipitação em todo o ano.
Clima Mediterrânico: podemos ter precipitações elevadas mas apenas numa estação, e no verão não
chove. Pode haver uma estação seca durante o verão, cerca de 2 meses.
Clima Tropical: de temperaturas elevadas e constantes, entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio,
à volta do Equador. Podem ser mais ou menos chuvosos e mais ou menos sazonais.
No contexto Europeu só temos 4 destes 5 climas, não temos o tropical. Temos então ¾ dos
biomas à escala global.
Componentes principais:
1.Gradiente de Temperatura
2.Gradiente Oceânico: relação entre a sazonalidade das temperaturas e amplitude térmica anual, o
quão contrastante são o Inverno e o Verão. Os climas onde a amplitude térmica é elevada são os
continentais (verões muito quentes e invernos muito frios). Os climas onde a amplitude térmica é
menor são os climas oceânicos ou de influência oceânica. Essa menor variação está associada ao
efeito tamponante que as massas de água têm sobre a temperatura. A água resiste mais que a rocha
às variações de temperatura.
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3.Gradiente de Precipitação
Criar estes gradientes permite-nos isolar componentes principais que explicam a variação
precisando apenas de 2 ou 3 variáveis. Podemos também combinar as componentes descrevendo a
diversidade climática em função da temperatura, oceânidade e sazonalidade.
Estes gráficos demonstram as correlações entre os scores dos diferentes extractos climáticos.
Esta classificação climática ajuda-nos a compreender como se distribuem os biomas na Europa.
Muita da biogeografia europeia é feita com base num conjunto de espécies de Quercus sendo que
apenas 25 foram testados. Há uma relação entre a distribuição desta espécie, como se os diferentes
Quercus se arrumassem num espaço. Esta análise e a forma como se faz tem ligação com os
principais padrões da Europa.
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5) A história do continente: é também importante. O registo fóssil é importante para tentar fazer
datações para perceber as condições ambientais passadas. A outra fonte de informação é a
distribuição da diversidade genética actual, onde se refugiaram as espécies na glaciação e vias
migratórias quando o gelo desapareceu. Outras evidências de natureza geomorfológica são os vales
em U, cavados por glaciares.
Zonobiomas e Biomas
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Zonobiomas e Zonoecótonos
Regiões Biogeográficas:
Região Circum-Árctica
Região Eurossiberiana: incluindo as sub-regiões (SB) Euroasiática Boreal, Atlântico-
Centroeuropeia e Alpino-Caucásica.
Região Mediterrânica: incluindo as sub-regiões Mediterrânica Ocidental, Mediterrânica Oriental e
Canária.
Região Irano-turânica: Estepe, clima seco com certa regularidade de precipitação.
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c)Litologia e Solos (pH): a costa geológica é mais complexa que a biológica. A influência da
geologia é importante para o tipo de vegetação. Há 3 tipos de rocha-mãe predominantes em
Portugal: verde-granito e rochas ígneas (predominante no Norte e Centro Norte incluindo
montanhas), rochas metasedimentares (a roxo, em todo o país, xisto) e formações sedimentares de
orla marinha e fluvial (a verde, são menos predominantes existindo mais no centro oeste de Portuga,
centro litoral). Temos ainda calcário (a amarelo), que surge sob a forma de ilha. Cada uma destas
rochas tem diferentes características: textura, pH, teor em argilas, etc.
c)Clima:
temperatura, precipitação, geadas: as normas climatológicas são valores médios para
intervalos iguais ou superiores a 30 anos. O território português é mais quente a Sul e mais frio a
Norte, algo visível ao nível das linhas de costa sem variações altitudinais. As variações no centro do
país são mais acentuadas que ao longo da costa.As zonas com temperaturas mais baixas estão
associadas às montanhas. Os vales dos principais rios estão bem vincados a Norte, a Sul são as
montanhas que surgem com diferentes condições. É também mais seco a Sul e mais chuvoso a
Norte, estando também a maior precipitação associada às montanhas. Nas cartas de temperaturas,
sempre que há montanhas há descida da temperatura mas não temos sempre aumento da
precipitação, pois à medida que a massa de água vai avançando e passando as cadeias montanhosas
vai ficando mais seca (ex: Nordeste). As montanhas mais a Este estão na sombra das montanhas
mais a Oeste.
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Duração da estação seca estival: quanto mais escura maior o nº de meses secos (verão, 1 mês,
menos de 30mm). As características mediterrânicas do clima vão de noroeste para sudeste. No
Noroeste o tempo é mais seco mas a estação seca é curta e quando avançamos há aumento do nº de
meses consecutivos de secas até aos 6 meses. Se houver mais de 2 meses de seca temos um clima
mediterrâneo, se tivermos menos de 1 mês temos um clima temperado. Com 2 meses de seca pode
ser um qualquer dependendo de outros factores. No quadrante Noroeste temos a floresta temperada
de caducifólias e no restante continente temos o bioma mediterrânico.
d)Bioclimatologia:
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Altura da Montanha
Fitogeografia Europeia
(Vegetação Natural Potencial – Biomas)
2.Conjuntos Fitocorológicos
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Ecologia e Biogeografia Mariana Trigo
Mas há outras:
Flora endémica: ocorre exclusivamente numa área, no nosso caso no litoral
Centro e Sul;
Flora exótica: flora introduzida, invasora ou não, podendo dominar a
paisagem. Não entra em linha de conta na flora biogeográfica, apenas interessam as espécies nativas.
3.Vegetação e Biogeografia
(Apenas inclui vegetação natural e
alguma semi- natural)
Diversidade: Naturalidade:
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Ecologia e Biogeografia Mariana Trigo
1.Florestas
2.Matagais
3.Matas
4.Prados Vivazes e Prados Anuais (Terófitas
Franco: permite distinguir 3 grandes zonas: Norte, Centro e Sul. Diferencia-as por espécies que
permite distinguir diferentes territórios, o território é mapeado através de linhas de precipitação ou
através da geologia do mesmo.
4.Tipologias Biogeográficas
5.
Aqui
BIOGEOGRAFIA MARINHA
A geografia funciona com a latitude e a longitude, está preparada para um meio
bidimensional. Mas o mar é um meio tridimensional, tem também profundidade. Outro problema é
não haver tanta informação sobre o meio marinho comparada à existente no meio terrestre. Mas os
seus objectivos são iguais.
Produtividade = nº de organismos
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Testa se a temperatura e a luz são factores importantes para explicar os padrões que
observamos de biodiversidade. E estes 2 factores geralmente determinam o território em que a
espécie está presente. Muitas vezes há modelações de existência de espécie que tentam explicar a
sua distribuição a nível global.
Zonas oceânicas
Batimetria Oceânica
Mapa em que o vermelho é os 0 m e o azul até aos 11 000 m para termos uma ideia das
profundidades do oceano.
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Correntes Oceânicas
Segue um padrão semelhante ao terrestre tendo a mesma explicação, a radiação solar. Mas
há anomalias, temperaturas baixas onde deveria ser alta, por fenómenos de correntes ou upwelling
que trás água do fundo à superfície.
Varia ao longo dos anos, como o fenómeno do El Niño.
Para observar padrões biogeográficos recorre-se a mapas e gradientes com latitude,
longitude e profundidade. Estes gradientes são tipicamente representados como riqueza de espécies
contra uma variável ambiental.
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Mostra que a produtividade não está dependente da T, pensava-se que quanto mais frio
menos produtivo. Mas basta alguma temperatura e nutrientes para haver produtividade. Mesmo nos
pólos há uma enorme produtividade.
Os recifes de coral formam habitats 3D para outros organismos, são muito importantes a
nível local para explicar a riqueza específica e a presença ou não de determinadas espécies.
Mangais e Sapais
Os habitats costeiros são os mais parecidos com os terrestres porque as espécies que ai
habitam são bênticas, podemos quase tratá-los de igual forma. Distribuem-se de uma forma definida.
2.Large Marine Ecossistem (LME): com base em dados costeiros mas não abrangendo todas as
costas, divisão centrada em interesses de gestão e utilização; tem uma base biológica mas foram
feitos com objectivos de utilização económica sendo que se basearam em estudos políticos e
económicos.
3.Ecorregiões marinhas do mundo (MEOW): global mas apenas costeiro; 12 reinos (realms),
grandes regiões definidas pelos biotas que têm (pelágicas e costeiras), 232 ecoregiões e 62
províncias, inclui os LME, ZEE (zonas económicas exclusivas) e outras.
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4.Glocal Open Oceans and Deep Sea-habitats bioregional classification (GOODS): divisão por
camadas, profundidade; classificação da UNESCO, define regiões pelágicas de oceanos profundos.
Define as regiões abissais e os hadais.
5.FAO areas: global, para pescas, questões políticas; regiões pelágicas de longhurst's definidas por
características físico-químicas, representam ecossistemas e não regiões biogeográficas, não são
definidas pela parte bêntica ou biológica.
8.Política (Zonas Económicas Exclusivas): global se as zonas não ZEE forem incluídas, não é uma
divisão ecológica nem biológica.
Para avançar é preciso mais dados na distribuição de espécies e seus respectivos padrões.
A produtividade pelágica pode ser detectada por satélite por exemplo, os blooms de algas.
Existem vários métodos para obtém estes tipos de informação
Sínteses Regionais: Atlântico NE (ArticSSM, Kiel Bay, MacroBel, MedOBIS, Schel Estuary, etc.) e
Atântico NW (ACCD, SE USA, EAISSNA, etc)
Por Grupos taxonómicos: mamíferos, répteis, aves, que são relativamente fáceis de observar.
Por profundidade: temos informação até 100m, entre 100 e 1000 temos pouca e a mais de 1000 m
de profundidade não há praticamente nada.
Riqueza específica baseada em amostras: baseada em mais de 65 000 espécies do OBIS de todos os
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taxa.
Riqueza de espécies com áreas de distribuição: baseada em modelos preditivos de mais de 10 000
mapas individuais de peixes e outros vertebrados marinhos, cerca de 2000 invertebrados e algumas
algas.
Riqueza específica/ Latitude: apesar de a produtividade não ser dependente da latitude, o número de
espécies parece ser. As variações são consideráveis, há mais espécies nos trópicos e menos espécies
no Ártico. Analisando por grupos de organismos, a baixas latitudes há maior número de espécies.
Riqueza específica/Abundância: quanto mais espécies maior riqueza específica, maior número de
organismos. Parecem estar relacionadas.
+1.7 Milhões de espécies com nome, +1 250 000 terrestres e +250 000 marinhas.
Estimam-se uns 12 milhões de espécies
Diversidade genética: variabilidade ou diversidade genética dentro das populações das espécies.
Diversidade específica: abundância de espécies numa área. Ter mais espécies não quer dizer que o
ecossistema funcione bem ou mal.
Geração da Biodiversidade
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Porque temos tantas espécies? Obra da evolução, mutações que passaram para as gerações seguintes.
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1º Argumento: Valor estético, ético, necessidade dos bens e serviços dos ecossistemas. Valorização
económica destes bens e serviços, conservação de parques e espécies.
Bens que usamos diretamente: agricultura, pescas, produção animal, produtos cosméticos e
farmacêuticos, produtos medicinais, enzimas e produtos industriais. Os bens são utilizados na
alimentação e na indústria.
Serviços dos ecossistemas: reciclagem de nutrientes, produção de oxigénio, remoção de dióxido de
carbono, combate à erosão, estabilização de T, manutenção do ciclo da água, polinização e
dispersão de sementes, desintoxicação e despoluição e alimentação dos animais que comemos.
Ecossystem Services (TEEB 2010): estudo em “the economics of ecossistms and biodiversity”,
refere aa necessidade que temos da biodiversidade e para quê especificamente.
A falta de biodiversidade tem impacto socio-económico que por vezes tem de ser
compensado pela mão humana.
É preciso pensar se será ético extinguir para sempre organismos vivos mesmo que não
tenham valor para nós e ter noção da propriedade e dos direitos das gerações futuras. Os valores
éticos e culturais baseiam-se muitas vezes na beleza das plantas e animais, na beleza paisagística e
na identificação cultural.
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Foi um estudo que demonstrou qual a ligação entre a biodiversidade e o bem estar da
humanidade. Para obter os serviços temos de ter os ecossistemas a trabalhar, hoje já não se fala em
bens, apenas em serviços.
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Para um ecossistema funcionar bem não deve haver equilíbrios e temos de medir as funções
também.
Uma maior diversidade de espécies leva a um melhor uso dos recursos disponíveis. Em
alguns casos podemos atribuir o resultado ao efeito de amostragem ou à existência de uma espécie
dominante. Mas será que a nossa agricultura/produção animal tem sido feita segundo este princípio?
Desenho Experimental: cada ecossistema tem a mesma densidade, o mesmo nº de indivíduos por
área. As plantas herbáceas são de tamanho semelhante e com funções idênticas. Os terrenos diferem
na riqueza específica, nº de espécies, mas têm condições ambientais idênticas sendo medidos os
processos dos ecossistemas.
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Diferenciação de Nicho
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Estas alterações atacam a nível global destruindo habitats de outras espécies. Há uma
alteração profunda dos ecossistemas. Estas alterações são a principal razão para a perda de
biodiversidade.
A perda de habitat é hoje a causa nº1 de perda de biodiversidade.
→ A humidade é um factor que explica a distribuição dos seres vivos terrestres. E não está a
diminuir mas sim a ter variações cada vez maiores.
Alterações climáticas
Ouve-se falar em aquecimento global porque em média há um aquecimento mas tem muitos
outros efeitos. São perturbações a grande escada temporal e espacial provocando muitas outras
perturbações locais diferentes. O aumento da temperatura não é linear, há redução/desaparecimento
de gelo/neve, a água do mar sobe, há secas/chuvas intensas, mudanças de correntes/upwelling,
aumento de tempestades na frequência e intensidade e aumento de CO2 atmosférico que acidifica os
oceanos.
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O CO2, a T e o nível do mar continuam a aumentar mesmo depois das emissões serem
reduzidas.
Não se pode reverter de um dia para o outro o que estamos a fazer. Mas devemos reduzir as
emissões, tentar não piorar. Fazer esforços para adaptação às mudanças que serão inevitáveis. Para
proteger os ecossistemas temos de reduzir as outras pressões a que os sobrepomos, a sobre-
exploração dos seus habitats e deles mesmos.
Não está previsto que os ecossistemas migrem para sítios em que as condições ambientais
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são mais favoráveis. E se não deixarmos um espaço para eles se adaptarem eles não aguentam a
pressão.
Degelo dos Glaciares: o gelo, milenar, está a derreter. Prevê-se que até ao fim do século não haverá
gelo fixo, o que vai alterar as correntes marinhas, fazer desaparecer o habitat de muitos organismos.
Se medirmos o nº de espécies no Ártico vemos que está a aumentar. Aumenta a nível local mas a
nível global diminui. As cadeias alimentares estão instáveis aqui, não quer dizer que por ser grande
seja estável.
Impactos
Alterações de épocas de crescimento: floração mais cedo, alteração dos ciclos de vida podem levar
à extinção quando não têm alimento quando necessário.
Ecossistemas de Montanha: os ecossistemas começam a migrar cada vez mais para elevadas
altitudes. Os ecossistemas de altitude sao os principais em risco por causa das alterações climáticas.
Sobrevivência das Aves: aumento da sobrevivência das aves pelas medidas humanas. Na Europa,
neste momento, não parecem sofrer consequências negativas. Havia altas mortalidades de algumas
espécies durante o Inverno, com o aumento da T resistem mais.
Descargas dos rios: os rios têm uma dinâmica diferente da habitual mudando a biodiversidade dos
rios, das que está mais ameaçada, e afecta a parte marinha quando os rios descarregam no mar. Isto
tem impacto especialmente nos ecossistemas aquáticos nos rios e zonas costeiras. Maior pluma de
água doce e rica em nutrientes. No mar há um aumento de produtividade e no rio, com as alterações
de T haverá mais oxigenação. Há diminuição da T, oxigenação e habitats.
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Doenças: provocadas por carraças por exemplos, têm aumentado acredita-se devido ao aumento da
T.
As alterações climáticas têm efeito nas espécies, nos ecossistemas, nas comunidades, a nível
global. E actuam sinergicamente com outras alterações ambientais (espécies exóticas, poluição,
perda de habitat)
Impactos das AC nos ecossistemas: Depende do impacto nas espécies. Descincronização das
interacções entre espécies, aparecimento de novas espécies, perda de espécies, mudanças de ciclos
de vida/crescimento. Não há normalmente migração conjunta.
Perdas económicas
- Depende da intensidade e velocidade: ainda não sao conhecidas completamente e terao alguns
efeitos difíceis de contrariar;
- Depende da capacidade de adaptação: das comunidades humanas, especialmente as costeiras,
ordenamento do território e das actividades. E da capacidade de adaptação das comunidades
naturais, potencial próprio de adaptação, podem ser ajudadas com medidas apropriadas.
Espécies invasoras
Espécies exóticas, não nativas, introduzidas num determinado ecossistema. São muitas vezes
introduzidas voluntariamente para produção, ornamentação, como animais de estimação, para acção
ambiental. Ou podem ser introduzidas acidentalmente, vêm em cascos de navios e águas de lastro,
canais, aviões, carros, junto com organismos para a agricultura, aquacultura e floresta. Podem não
se estabelecer ou estabelecer-se sem causar problemas, ou ainda demorar anos a revelarem-se
invasoras.
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Não há características que sejam aplicadas a todas. Mas as gerais serão a boa capacidade de
dispersão, a boa produção de propágulos/juvenis, a resistência a condições adversas e serem boas
competidoras (podem não ser no seu habitat natural mas tornam-se boas quando estão longe dos
seus inimigos naturais).
Mecanismos de invasão
Fases de invasão
Das que chegam só uma pequena parte se estabelece e algumas têm um crescimento fora do
normal aumentando muito a sua biomassa causando problemas ao ecossistema. Em muitos cenários
a espécie reduz o seu efectivo a níveis não problemáticos.
Como explicamos a variação c)? Entretanto há uma interacção que se estabelece, predador, um
parasita.
Não é conhecida à priori. Ecossistemas mais pobres em nº de espécie podem ser ou não mais
susceptíveis. Os ecossistemas mais degradados e mais isolados são normalmente mais susceptíveis.
A investigação está em curso. As espécies agrícolas dependem de nós. Mas há outras espécies que
introduzimos nos jardins por exemplo, e que podem alastrar-se para todo o lado. Temos também
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cada vez mais espécies exóticas como animais de estimação. Algo problemático é não sabermos
quais os ecossistemas mais susceptíveis.
Propostas a nível Europeu: mecanismos de alerta e resposta rápida coordenado a nível Europeu.
Responsabilidade dos estados membros.
Serviço de Alerta e Resposta Rápida: formado em parte pelos países membros e comissão
europeia para alertar quando há introdução de uma nova espécie. Cria bases de dados que permitem
saber que algo foi introduzido perto de nós e pode chegar aqui e causar os mesmos problemas.
Erradicação:
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Controlo
Acção: Controlo Biológico: introdução de organismos para controle da espécie invasora. Algumas
destas experiências foram catastróficas, mesmo tentando arranjar organismos específicos para a
espécie a erradicar, acabam por se expandir demasiado.
Experiências em Portugal: proposta para controlo de Acacia. Já foi feita muita investigação na
África do Sul com insectos mas até hoje ainda não conseguiram autorização.
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Esses factores podem actuar em múltiplas escalas relevantes para os processos ecológicos
Modelo ecológico: modelo que traduz a relação entre a distribuição da espécies e as condições
ambientais (abundância da espécie X x temperatura, condições do solo, etc). A partir de um
conjunto de vários pontos de observação (presentes e ausentes) podemos prever a distribuição do
resto do território se ocorrerem aumentos de temperatura e evitar que isso aconteça para manter o
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ecossistema equilibrado. Se tivermos variações topográficas não haverá grande alteração a nível do
microclima.
As alterações ambientais locais resultam em larga medida da acção humana sobre a paisagem
Se transformarmos uma floresta num campo agrícola vão haver alterações na biodiversidade.
Quando construídos uma barragem há destruição dos ecossistemas que ficam debaixo de água.
Todas as transformações do uso do solo modificam a paisagem e a sua ecologia modificando
a sua biodiversidade.
As mudanças dos usos do solo e da estrutura da paisagem são importantes alterações locais
Estas alterações podem ser abruptas ou não. A conversão consiste em trocar o uso (cortar
uma floresta para passar a ser um campo agrícola), alteração da intensidade do uso - de
extensificação (passa para menor uso, como a substituição de um campo agrícola por um pomar) ou
intensificação (passa para maior uso, como a agricultura intensiva).
Estas mudanças podem ser estudadas a partir de séries temporais de ocupação do solo.
Quanto mais diverso é o ecossistema melhor o seu funcionamento, por isso temos de estudar
e modelar várias espécies e ter em conta características funcionais.
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Ecologia e Biogeografia Mariana Trigo
Este esquema ilustra a forma como uma espécie reage ao stress ambiental, competição e/ou
perturbações. As perturbações e os seus padrões espácio-temporais influenciam também a
biodiversidade.
Os diferentes locais são classificados conforme têm elevado ou baixo nível de competição,
stress ou perturbação. Locais com menos competição têm mais stress.
As invasões biológicas (por espécies exóticas) são outro importante factor de alteração
Estas espécies ocupam espaços livres pois não têm espécies a crescer com este tipo de porte.
Levam à alteração as condições de sombra, deposição de nutrientes no solo, etc. A invasão depende
da espécie invasora, das suas características intrínsecas que vão determina o seu potencial invasor.
O próprio sistema pode ser também mais ou menos propício a invasão de acordo com as suas
características específicas como a estrutura da vegetação, necessidade de luz, grau de saturação da
comunidade, regime de perturbação. Nestes casos a fragmentação é positiva pois a probabilidade do
encontro das espécies invasoras é menor.
Quando o sistema entra em ruptura há perda de espécies havendo uma mistura das mesmas
em diferentes locas turnover utilizado como medida de estabilidade (é maior em situações
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estáveis).
Um perfil de erosão é mais curto que um perfil de estabilidade, o β é utilizado para calcular
a erosão e a biodiversidade para prever as condições.
Erosão Costeira
Direccionalidade
SERVIÇOS DE ECOSSISTEMAS
– Conceito de diversidade
– Factores determinantes da provisão de serviços de ecossistemas
– Os serviços de ecossistema na paisagem
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Diversidade de SE (MEA)
Aqui desenvolveu-se esta obra, obra do milénio, que juntou várias equipas de investigação
do mundo para avaliar aquilo que os ecossistemas davam à vida humana que permitia o seu bem-
estar.
→ Estamos a usar um conceito de ecossistema que é o mais geral, o mais abrangente que se pode
usar.
Serviços de ecossistemas:
Serviços de Regulação: benefícios “intangíveis” (em geral sem valor no mercado) resultantes dos
processos dos ecossistemas e intimamente associados à gestão de riscos naturais
Serviços Culturais (ou de informação): benefícios directos imateriais, ainda que por vezes com
valor de mercado, resultantes do contacto com os ecossistemas
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Serviços de Suporte: serviços fundamentais para a provisão de todos os restantes serviços, com
impactos indirectos (ou ocorrendo a longo prazo) sobre os seres humanos
Determinantes da provisão de SE
Tipo de ecossistema: floresta vs espaços abertos, por exemplo. Têm diferentes serviços e diferentes
valores económicos. Influenciam a passagem de seres vivos, as florestas providenciam muita
madeira, etc. Um dos ecossistemas é mais importante para um tipo de serviços e o outro para outros.
Podemos ver a estrutura horizontal, a capacidade de revestir o solo completamente. Mas também a
estrutura vertical, a nível da estratificação, dentro do espaço florestal podemos ter situações
complexas, com vários estratos, que podem fazer com que o somatório de cobetura de todas as
espécies ultrapassem os 200/300%. Isto influencia a água das chuvas que atinge o solo e a erosão do
mesmo.
Diversidade Funcional: para um mesmo tipo de ecossistema podemos ter niveis de diversidade
diferente e para um mesmo nivel de diversidade podemos ainda ter diferentes niveis de diversidade
funcional. Podemos ter 20 espécies de plantas, todas graminóides, e aqui a diversidade funcional é
baixa. Há uma relação direta que diz que ecossistemas mais diversos tendem a tratar os serviços que
providenciam de forma mais eficiente.
Composição e estrutura da paisagem: uma paisagem mais homogénea terá vários serviços a ser
desenvolvidos a uma taxa elevada e outros (geralmente os de regulação) que serão pobres. Esta
perda faz com que muitos serviços de regulação sejam perdidos porque está relacionada com a
transferência de energia na paisagem. Muitos serviços culturais serão também afectados, não há
uma relação directa aqui.
Aquilo a que as diversas avaliações têm chegado é que em diversos horizontes temporais há
claramente um conjunto de serviços que são promovidos, tanto em áreas geográficas maiores como
com mais intensidade, essencialmente serviços de produção. As nossas exigências crescentes em
termos de consumo e a população em crescimento levam à necessidade de mais áreas territoriais e
de mais serviços dos ecossistemas. Assim as conclusões são de que o aumento da nossa capacidade
de promover serviços de produção se traduzem numa perda de capacidade de serviços de regulação
e de serviços culturais. Prevê-se também que estes processos de degradação podem também ser
potenciados pelas alterações climáticas.
Estas perdas de serviços dos ecossistemas têm sido identificadas para o futuro tanto nos
campos agrícolas como outros ecossistemas que podem ainda vir a ser afetados. As zonas costeiras
têm recebido particular atenção porque são extremamente sensíveis e porque uma fracção cada vez
maior da população humana se concentra nestas áreas em todo o mundo.
Soma-se uma forte presença humana a uma elevada exploração, elevada pressão directa
sobre os ecossistemas aplicadas a nível local pela nossa presença de várias formas, perda de
capacidade dos SE e alterações climáticas.
Haverá fenómenos de degradação bastante intensos.
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Ecologia e Biogeografia Mariana Trigo
Isto traduz uma pressão sobre o consumo dos serviços, exagerada, por parte dos
beneficiários dos SE, nós. Estes impactos produzem impactos adicionais sobre o nosso bem estar
humano como a nossa segurança. A resposta a estas alterações pode ser feita de duas formas:
através de uma adaptação directa dos nossos hábitos de consumo ou através de respostas de
natureza política que tentam mitigar os factores de pressão com determinadas estratégias e modelos.
Existem diversas formas de responder a estes impactos.
Os incêndios têm um impacto directo sobre os SE. Perde-se a capacidade de regulação mas
mais importante é afectada a capacidade intrínseca dos ecosssitemas de desempenharem os
processos ecológicos que lhes são intrínsecos, a produtividade primária, ficando a capacidade de
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Ecologia e Biogeografia Mariana Trigo
Zonas costeiras: são desinteressantes para a economia mas estão muito relacionadas com os
serviços culturais, serviços de regulação ambiental na defesa costeira, serviços de suporte na
formação de solo, fornecimento de habitat para uma biodiversidade especializada e para muitas
espécies com valor destacado na conservação e grau de raridade.
Rios: pesca desportiva - serviço cultural, serviços de regulação como o ciclo da água,
biorremediação, é também um espaço importante para a regulação climática mais local, as margens
são ambientais de elevada produtividade – serviços de suporte e indirectamente têm um papel nos
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Ecologia e Biogeografia Mariana Trigo
ECOLOGIA E SOCIEDADE
Será que a ecologia é necessária à nossa sociedade?
Será que a aplicação dos conhecimentos de ecologia podem ajudar a nossa sociedade?
A ecologia estuda interacções entre os seres vivos e com o seu meio natural.
Porque será que os ecossistemas e a biodiversidade não estão no centro das preocupações da
sociedade?
A parte económica é mais valiosa, mas os serviços dos ecossistemas são cada vez mais
importantes.
Ecologia e Sociedade
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Nenhuma das metas foi atingida tendo de se alterar a meta a cumprir para os objectivos.
Objetivos:
Principais discussões e acordos: Plano estratégico 2011- 2020, 20 metas para 2020 ou mais cedo,
Orçamento de funcionamento, distribuição dos custos e mecanismos de financiamento, ABS –
(Access and Benefit Sharing), IPBES e Programas de trabalho.
Problemas: Decisões por consenso, mas baseadas pouco no conhecimento pois os mecanismos de
obter melhor ciência são fracos (SBSSTA). Não há uma fonte com autoridade científica para
informar a CBD e outras convenções internacionais em biodiversidade
Nenhuma sub-meta foi completamente atingida. A maioria dos indicadores de progresso está
negativo. Nenhum governo diz que atingiu os objectivos. Pressões directas na biodiversidade estão
constantes ou a aumentar
Índices utilizados:
Living Planet Index (LPI) - monitorização de 7100 populações de 2300 espécies de mamíferos, aves,
répteis, anfíbios e peixes de todo o mundo
Wild bird index - Monitoriza populações selecionadas de aves selvagens
Red list index (RLI) - estima a percentagem de sobrevivência no futuro de grupos de espécies
seguidas por monitorização – determina se o risco de extinção está a diminuir ou a aumentar
Waterbird population status index - Populações de aves aquáticas
Em 2005, envolveu cerca de 13 000 cientistas de todo o mundo mas teve relativamente
pouco impacte a nível político. A avaliação (2007) tinha falta de modelos usados por políticos e
gestores e não chegou aos possíveis utilizadores.
ipBes: comissão para a biodiversidade com o objetivo de colher e tratar a informação necessária
para aplicar uma estratégia. Participantes não governamentais, painel científico com resultados
aceites pelo governo
Principais Relatórios
A missão do TEEB's é fazer a natureza economicamente visível
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Motivações
Podemos utilizar a cartografia de ocupação do solo de datas diferentes, separadas por vezes
por várias décadas e interpretar as alterações juntamente com momentos de incêndios, formação de
áreas protegidas, entre outros. Se repetirmos a aplicação de um protocolo na mesma área durante
vários anos temos uma avaliação distribuída ao longo do tempo avaliando os impactos.
A cartografia de ocupação do solo é reavaliada a cada 20 anos, monitorização de base
estratégica. Aqui não há nenhuma hipótese específica a avaliar.
O grande tipo de monitorização é o relacionado com o modelo de gestão, monitorizar na
área de influência de uma barragem sobre a agricultura. Esta é a monitorização dirigida à avaliação
de impactos. Aqui há uma hipótese colocada a avaliar.
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A monitorização tem indicadores comuns a vários países para poderem ser comparados.
Pressupostos
1. A biodiversidade da Paisagem
2. Os habitats e os serviços ecossistémicos: critérios relacionados com a biodiversidade,
determinados habitats e capacidade de prestar determinados serviços de ecossistemas. Directiva
habitats e Directiva Aves estabelecem os pilares de monitorização, espécies prioritárias na Europa
do ponto de vista da conservaç
3. O normativo (DH & PSRN2000): O normativo (DH e PSRN): oferecem regulamentos de
conservação e como deve ser gerido, lançam uma rede conservativa para proteger as espécies e
habitats estejam em perigo de extinção. Depois estes valores prioritários de conservação são listados.
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O sucesso depende da clarificação dos objectivos (que podem ser determinados através da %
de espécies exóticos com carácter invasor, riqueza específica, etc. ), das metodologias de avaliação
(a metodologia tem de ser estável para podermos comparar)e da competência das pessoas que fazem
a monitorização (devem ter competências semelhantes). A monitorização permite-nos assim obter
um conjunto de informação sobre o estado da população (diversidade, lista de espécies, etc).
Protocolos
Redes de Amostragem
É importante desenhar redes de amostragem pois esta define a qualidade dos dados e a
adequabilidade aos objectivos. Normalmente faz-se uma amostragem estratificada aleatória
distribuindo 100 pontos de forma a representar todo o território.
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