Você está na página 1de 62

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Centro Multidisciplinar de Pau dos Ferros


Hidrologia – PAM0252

Introdução à Hidrologia e ao Ciclo


Hidrológico
Professora: Daniela de Freitas Lima

Pau dos Ferros/RN


Janeiro/2023
1
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Histórico da Hidrologia

A hidrologia é a ciência que se baseia na observação dos processos


envolvidos no meio físico natural.

Para analisar a sazonalidade da ocorrência de precipitações em


determinado local, utilizam-se observações realizadas no passado.

Filósofos gregos tentaram erroneamente explicar o ciclo hidrológico,


apenas Marcus Vitruvius Pollio 100 a. C. apresentou conceitos próximos
ao entendimento atual do ciclo hidrológico.

Projetos de irrigação, como Egito e Mesopotâmia; aquedutos


romanos; irrigação e controle de inundação pelos chineses.

2
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Histórico da Hidrologia

Século XV, com Leonardo da Vince e Bernard Palissy, o ciclo


hidrológico passou a ser melhor compreendido.

Século XVII – constatação que a vazão era apenas cerca de 16% da


precipitação.

Século XIX – iniciam-se as medições sistemáticas de precipitação e


vazão e, o desenvolvimento teórico e experimental da hidráulica.

Década de 1930 – elementos descritivos dos fenômenos naturais e


fórmulas empíricas de processos específicos. Métodos quantitativos.

3
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Histórico da Hidrologia

Até a Década de 1950 – indicadores estatísticos de processos


envolvidos.

Advento do computador, técnicas estatísticas e numéricas;

Modelos de precipitação x vazão;

Hidrologia moderna – uso da água, controle da água sobre a


população e ao impacto sobre a bacia e o globo terrestre.

4
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Algumas aplicações da Hidrologia:

Manejo de bacias hidrográficas;

Dimensionamento de obras hidráulicas;


https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-isometrica-de-estacao-
hidreletrica_4188543.htm#query=hidrel%C3%A9trica&position=2&from_view=search

Controle e previsão de enchentes;

Controle e previsão de secas;

Controle de poluição e geração de energia;


https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-de-elementos-de-conscientizacao-de-
poluicao_7439103.htm#query=polui%C3%A7%C3%A3o&position=3&from_view=search

5
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Algumas aplicações da Hidrologia:

Uso dos solos no meio rural;

Abastecimento urbano e industrial;


https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-de-um-campo-de-cultivo-ao-por-do-
sol_22884853.htm#query=irriga%C3%A7%C3%A3o&position=48&from_view=search

Irrigação;

Qualidade da água no meio ambiente;

Navegação.
https://br.freepik.com/vetores-gratis/quatro-cenas-de-barcos-no-
oceano_1471018.htm#query=navega%C3%A7%C3%A3o&position=24&from_view=sear
ch
6
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Manejo da Água em bacias hidrográficas:

Controle de cheias; Erosão e assoreamento;

Proteção contra enchentes; Tratamento de esgotos;

Drenagem urbana; Gestão de águas.

Proteção/restauração de recursos biológicos;

7
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Problemas da falta de conhecimento hidrológico:

Construções em áreas de risco; Problemas de drenagem urbana;

Reservatórios superdimensionados; Perfurações equivocadas de poços;

Dimensionamento de reservatórios Gestão ineficiente dos recursos hídricos.


rasos em regiões áridas e semiáridas;

8
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Importância dos dados hidrológicos:

Planejamento de obras de engenharia;

Previsão e acompanhamento de enchentes;

Zoneamento de áreas inundáveis;

Estudos - EIA/RIMA.

9
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados pluviométricos (chuvas)

• Conhecer períodos de secas;


• Estimar a precipitação máxima provável em uma bacia hidrográfica;
• Determinar o balanço hídrico de uma bacia hidrográfica;
• Dimensionamento de canais e galerias de drenagem pluvial;
• Período de realização das obras de engenharia;
• Informações para turismo.

10
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados fluviométricos (vazão)

• Prevenir inundações;
• Zoneamento de áreas inundáveis;
• Estudos para navegação;
• Controle de erosão e de sedimentos;
• Estimar o volume de água para abastecimento público, irrigação,
industrial, geração de energia, entre outros;

11
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados fluviométricos (vazão)

• Estimar vazão mínima e máxima que pode ocorrer sem prejuízos


ambientais;
• Determinar balanço hídrico de uma bacia hidrográfica;
• Determinar o coeficiente de escoamento superficial;
• Obter informações da disponibilidade hídrica de uma bacia
hidrográfica.

12
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados de qualidade das águas

• Determinar os índices e grau de poluição dos corpos d’água;


• Determinar a classe de enquadramento dos cursos d’água;
• Determinar o índice de qualidade das águas de uma bacia
hidrográfica ou de um trecho de um rio.

13
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados sedimentológicos

• Estimativa de deposição de materiais sólidos;


• Cálculo da vida útil de um reservatório;
• Previsão de assoreamento em reservatórios, rios e canais;
• Verificar a granulométrica de material em suspensão e de fundo dos
cursos d’água.

14
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados evaporimétricos

• Estimar o balanço hídrico de uma bacia hidrográfica;


• Calcular a evapotranspiração;
• Estimar o volume evaporado em lagos e reservatórios.

15
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Métodos de estudo da Hidrologia

Coleta de dados básicos (pluviométricos, fluviométricos, linimétricos...);

Análise dos dados básicos;

Entendimento do seu comportamento;

Estabelecimento de suas relações mútuas;

Aplicação dos conhecimentos para solução dos problemas.

16
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Hidrologia Paramétrica

• Análise das relações entre os parâmetros físicos e os processos


hidráulicos;
• Gerar ou sintetizar eventos hidrológicos;
• Exemplos:
• Obtenção de hidrogramas unitários sintéticos;
• Reconstituição de hidrogramas em função de dados climáticos e
parâmetros físicos da bacia;
• Estimativa da infiltração de água no solo.

17
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Hidrologia Paramétrica

Hietograma

Hidrograma

https://engenheiroplanilheiro.com.br/2020/08/16/19-principais-duvidas-hidrologia/
Collischonn e Dornelles, 2013.
18
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

conflitos entre usos e usuários –


Crescimento da demanda de água
escassez de água;

Alteração da Qualidade da Água escassez hídrica.

https://br.freepik.com/vetores-gratis/maos-com-cartazes-em-
branco_9470038.htm

19
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Disponibilidade de Água no Planeta

Água disponível no Planeta

97%
3% Água
Água
Doce
Salgada

Fonte: MMA, 2007. Adaptado.

Água Doce
50% em geleiras ou 1% é o mais acessível
bancadas de gelo (rios, lagos e aquíferos)

Fonte: Collischonn; Dornelles, 2013.


20
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Regiões Hidrográficas do Brasil

Fonte: ANA, 2017.

21
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Águas Superficiais
Rios Reservatórios/açudes

Em média, cerca de 255 mil m³/s de


água escoam pelo território brasileiro.
Apesar da abundância, quase 80%
desse total encontra-se na bacia <a

Amazônica (ANA, 2021). href='https://br.freepik.com/vetores/arvore'>Árvor https://br.freepik.com/fotos-gratis/imagem-da-represa-shasta-


e vetor criado por brgfx - br.freepik.com</a> cercada-por-estradas-e-arvores-com-um-lago-e-
montanhas_10185926.htm#page=1&query=barragem&position=0

Lagos/Lagoas
Aproximadamente 30% da vazão
média está disponível nos rios mais de
95% dos dias(ANA, 2020)

https://br.freepik.com/vetores-gratis/cena-com-agua-
escorrendo-da-
https://br.freepik.com/vetores-gratis/paisagem-natural-da-floresta-durante-o- barragem_6874056.htm#page=1&query=barragem&position=1
dia-com-um-longo-rio-fluindo-pelo-
prado_14802787.htm#page=1&query=rio&position=23

22
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Disponibilidade Hídrica no Brasil

23
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Disponibilidade Hídrica no Brasil

24
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Disponibilidade Hídrica Superficial no Brasil
Reservatórios – Massa Artificial

Fonte: ANA, 2020.


25
Massas D’água Rio Grande do Norte e Macaíba
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Dados: SEMARH, 2016; SUDENE, 2017; IBGE, 2020, ANA, 2020.


Elaboração gráfica de Autoria Própria, 2021.
26
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Sistemas de Acompanhamento dos Reservatórios

Disponível em:
<http://sistemas.searh.rn.gov.br/monitoramentovolumetrico>. Acesso em: Disponível em:
21/07/2021 <http://sistemas.searh.rn.gov.br/monitoramentovolumetrico>.
Acesso em: 21/07/2021
27
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

O Brasil possui um quantitativo de


240.899 massas d’água mapeadas

As massas d’água classificadas


como artificiais somam 174.527 ou
72,4% do total

92%, possui área superficial menor


ou igual a 10 hectares (ha)

Semiárido: ampliar reserva hídrica

Sudeste: produção de energia


Fonte: ANA, 2020.

Fonte: ANA, 2021.


28
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Fonte: ANA, 2021. 29


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Águas Superficiais

A dominialidade das Águas Superficiais pode


ser dos Estados ou da União

Fonte: ANA, 2017.


30
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Águas Superficiais
Quais os rios presentes no Semiárido?
Corpos de água lóticos que naturalmente não apresentam
Rios intermitentes
escoamento superficial por períodos do ano.

Corpos de água lóticos que possuem escoamento


Rios efêmeros superficial apenas durante ou imediatamente após
períodos de precipitação.

Corpos de água lóticos que possuem naturalmente


Rios perenes
escoamento superficial durante todo o período do ano.

Trechos de rios intermitentes ou efêmeros cujo fluxo de água


Rios perenizados seja mantido a partir de intervenções na bacia hidrográfica,
inclusive obras de infraestrutura hídrica.
Fonte: CNRH, 2012. 31
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Águas Superficiais

Disponível em: <https://www.gov.br/ana/pt-br/todos-os-documentos-do-


portal/documentos-sre/resolucoes-e-normativos/regras-especiais-de-uso-da-
Fonte: ANA, 2020. agua/alocacao-de-agua/rn/termo-de-alocacao-de-agua-arg-mendubim-
2020-2021-assinado.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2021. 32
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Perfil do Solo
Águas Subterrâneas
Água Subterrânea
Define-se como água subterrânea aquela que
ocorre abaixo do nível de saturação ou nível
freático, presente nas formações geológicas
aflorantes e parcialmente saturadas, e nas
formações geológicas profundas totalmente
saturadas (Feitosa et al., 2008).

Característica do Meio Natural


A água subterrânea é:
Parte do ciclo hidrológico
(FEITOSA et al., 2008).

Gestão Integrada de Recursos Hídricos

A água é uma Só!!! Fonte: Collischonn; Dornelles, 2013. Adaptado.


33
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Águas Subterrâneas

Fonte: SIAGAS, 2021. Acesso em:


Estima-se que a disponibilidade de água

20/07/2021.
subterrânea no Brasil seja em torno de
14.650 m³/s

Distribuição, características
hidrogeológicas e produtividade dos
aquíferos são variáveis

Estimativa de 2,4 milhões de poços no


Brasil

Fonte: ANA, 2017.


Em 2020 apenas 326 mil poços estão
registrados no Sistema de
Informações de Águas Subterrâneas
(SIAGAS) da Companhia de Pesquisa
de Recursos Minerais (CPRM)..
Fonte: ANA, 2020.
34
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Problemas Hídricos

Tempo
Alteração da
Poluição
Qualidade
Má Distribuição
Espaço

Erosão
Usos múltiplos

Oferta e Alteração da
Assoreamento
Demanda Crescimento da Quantidade
demanda
Remoção da
Mata Ciliar

35
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Política Nacional de Recursos Hídricos
A Política Nacional de Recursos Hídricos é instituída pela Lei nº 9.433/1997.

Fundamentos (Art. 1º)

I A água é um bem de domínio público;

II A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;


Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo
III
humano e a dessedentação de animais;
A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das
IV
águas;
A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política
V Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
VI participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Fonte: PNRH, 1997.
36
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Política Nacional de Recursos Hídricos

Objetivos (art. 2º)

Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de


I
água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte
II
aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;

III A prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem


natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais;
Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de
IV
águas pluviais.

Fonte: PNRH, 1997.


37
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Política Nacional de Recursos Hídricos
Diretrizes (art. 3º)

A gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de


I
quantidade e qualidade;
A adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas,
II
demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;

III a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;

a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores


IV
usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;

V a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;


a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas
VI
estuarinos e zonas costeiras.

Fonte: PNRH, 1997.


38
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Política Nacional de Recursos Hídricos
SINGREH

Fonte: ANA, 2022.


39
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Usos da Água
Usos Múltiplos

Navegação Abastecimento Humano Abastecimento Urbano

Irrigação Abastecimento Industrial Geração de Energia

Fonte Freepik. Acesso em: 2022. 40


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Usos da Água
Usos Múltiplos

Assimilação e Transporte de Poluentes Preservação de ecossistemas

https://acquablog.acquasolution.com/poluicao-da-
agua-causas-e-consequencias/

Aquicultura e Pesca Recreação e Turismo

Fonte: Embrapa. Disponível em:


https://www.canalrural.com.br/noticias/embrapa-
plataforma-aquicultura/ Fontes não especificadas nas imagens: Freepik. Acesso em: 2022. 41
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Usos da Água

Os tipos de uso da água podem ser:

Alteram significativamente a quantidade de água disponível


Consuntivos para outros usuários. Exemplos: Abastecimento urbano e
industrial, Irrigação, dessedentação animal.

Alteram pouco a quantidade de água, mas podem modificar


Não Consuntivos sua qualidade. Exemplos: Geração de energia elétrica,
navegação, recreação, paisagismo.

42
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Usos da Água

Fonte: ANA, 2022. 43


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Usos da Água

Fonte: ANA, 2017. 44


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Qualidade das Águas
A qualidade da água é resultado das atividades
humanas, do uso e ocupação do solo, bem como de
condições naturais da bacia hidrográfica;

A água subterrânea, em geral, tem melhor qualidade


do que a superficial;

O intenso uso ao redor dos reservatórios no semiárido


requer atenção;

A qualidade da água deve ser compatível com os


usos; https://br.freepik.com/vetores-gratis/pesquisa-de-qualidade-
da-
agua_12291355.htm#page=1&query=qualidade%20da%20%C3
%A1gua&position=27

Qualidade inadequada da água para consumo


humano pode gerar doenças.
Fonte: Feitosa et al., 2008; Instituto Trata Brasil, 2018; ANA, 2020.
45
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Fontes Poluidoras Qualidade da Água Superficial

• Esgoto doméstico;
• Efluentes industriais;
• Águas pluviais, carreando impurezas do solo ou
contendo esgotos lançados nas galerias;
• Resíduos sólidos (lixo);
• Pesticidas;
• Fertilizantes;
• Detergentes;
• Precipitação de poluentes atmosféricos (sobre o solo ou
a água);
• Alteração nas margens dos mananciais, provocando https://br.freepik.com/vetores-gratis/composicao-isometrica-
ecologica-de-tratamento-de-aguas-

carreamento do solo, como consequências da erosão.


residuais_6346024.htm#page=1&query=polui%C3%A7%C3%A3o%20d
as%20%C3%A1guas&position=2

Adaptado de Braga et al., 2005.


46
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Qualidade da Água Superficial

Resolução CONAMA 357/2005


Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, e dá outras providências.

Água Doce Água Salobra Água Salina

salinidade igual salinidade superior salinidade igual


ou inferior a 0,5 ‰ a 0,5 ‰ e inferior ou superior a 30 ‰
a 30 ‰
Classe especial, Classe especial,
1, 2, 3 e 4 Classe especial, 1, 2 e 3
1, 2 e 3

47
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Água Doce Qualidade da Água Superficial

Abastecimento para consumo humano, com desinfecção; preservação do


Classe Especial equilíbrio natural das comunidades aquáticas; preservação dos ambientes
aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

Abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;


proteção de comunidades aquáticas; recreação de contato primário;
Classe 1 irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e hortaliças rentes ao solo;
proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas.

Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;


proteção de comunidades aquáticas; recreação de contato primário;
Classe 2 irrigação de hortaliças, plantas e parques com contato direto, aquicultura e
pesca.

Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou


Classe 3 avançado; irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; pesca
amadora; recreação de contato secundário; dessedentação de animais.

Classe 4 Navegação e harmonia paisagística


Fonte: CONAMA, 2005. 48
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Fontes Poluidoras Qualidade das Águas Subterrâneas

• Infiltração de:
o esgotos a partir de sumidouros ou valas de infiltração (fossas
sépticas);
o esgotos depositados em lagoas de estabilização ou em
outros sistemas de tratamento usando disposição no solo;
o esgotos aplicados no solo em sistemas de irrigação;
o águas contendo pesticidas, fertilizantes, detergentes e
poluentes atmosféricos depositados no solo;
o outras impurezas presentes no solo;
o águas superficiais poluídas;
• Vazamento de tubulações ou depósitos subterrâneos;
• Percolação do chorume resultante de depósitos de resíduos no
solo;
• Resíduos de outras fontes: cemitérios, minas, depósitos de https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-
abstrato-de-poluicao-de-aguas-subterraneas-contaminacao-

materiais radioativos.
da-agua-subterranea-poluicao-da-agua-subterranea-poluente-
quimico-no-solo-aterro-sistema-de-
purificacao_12145036.htm#page=1&query=polui%C3%A7%C3
%A3o%20das%20%C3%A1guas&position=4

Adaptado de Braga et al., 2005. 49


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Qualidade das Águas Subterrâneas

Resolução CONAMA 396/2008


Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das
águas subterrâneas e dá outras providências.

preservação de ecossistemas em unidades de conservação de


Classe Especial proteção integral e as que contribuam diretamente para os trechos
de corpos de água superficial enquadrados como classe especial;

Sem alteração de qualidade por atividades antrópicas, e que não


Classe 1 exigem tratamento para quaisquer usos preponderantes devido às
suas características hidrogeoquímicas naturais;

CNRH, 2008.
50
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Qualidade das Águas Subterrâneas

sem alteração de qualidade por atividades antrópicas, e que podem exigir


Classe 2 tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido às suas
características hidrogeoquímicas naturais;

com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as quais


não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que
Classe 3 podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante,
devido às suas características hidrogeoquímicas naturais;

com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que somente


Classe 4 possam ser utilizadas, sem tratamento, para o uso preponderante menos
restritivo;

Podem estar com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas,


Classe 5 destinadas a atividades que não têm requisitos de qualidade para uso.

CNRH, 2008.
51
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico

Portaria 888/2021 Ministério da Saúde


Estabelece os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água
para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Parâmetros físicos, químicos e biológicos monitorados.


Exemplo de Metodologia: Standard Methods for the Examination of Water
and Wastewater.
American Public Health Association (APHA, 1995), , American Water
Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF)
<a
href='https://br.freepik.com/vetores/terra'>Terr
a vetor criado por freepik - br.freepik.com</a>

Ministério da Saúde, 2021.


52
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico

O ciclo hidrológico é composto por diferentes etapas que originam as


águas superficiais e subterrâneas;

É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a


superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado pela energia solar;

É fechado a nível global.

É aberto em escala regional.

Fonte: Collischonn; Dornelles, 2013; Tucci, 2015.


53
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico

A água é o principal componente dos organismos vivos

É o grande regulador do ambiente

• Tem alto calor específico (1 g Cal/g)


• Elevado calor latente de fusão (80 g
Cal/g)
• Alto calor latente de vaporização (536 g
Cal/g)

A presença da água é fundamental para a


existência da vida no planeta, pois ela atua
como regulador térmico do ambiente.

https://br.freepik.com/vetores-gratis/quatro-cenas-de-floresta-
com-rios_1250805.htm#page=1&query=rios&position=28
Braga (2005) 54
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico
Formação das Chuvas

A água existente na atmosfera está, em sua maior


parte, na forma de vapor. A quantidade de vapor que
o ar pode conter é limitada e quando atinge o valor
máximo, condensa.

Em certas condições, as gotas das nuvens crescem,


atingindo tamanho e peso suficientes para vencer as
correntes de ar que as sustentam e, dessa forma,
precipitam para a superfície da Terra na forma de
chuva. <a href='https://br.freepik.com/vetores/neve'>Neve vetor criado
por freepik - br.freepik.com</a>. Adaptado

Collischonn e Dornelles, 2013. Adaptado.


55
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico
Fases do ciclo hidrológico

Principal forma de entrada de água em uma


bacia hidrográfica. Água da atmosfera que
Precipitação
atinge a superfície na forma de chuva, neve,
granizo, neblina.

Retenção da água da chuva antes que atinja


o solo. Pode ocorrer em cobertura vegetal,
Interceptação depressão de terrenos impermeáveis e
construções. Essa água fica disponível para a
evaporação.

Penetração da água no solo, a partir da


Infiltração superfície. O movimento descendente da água
da zona não saturada para a zona saturada é
denominado PERCOLAÇÃO. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ciclo-agua.htm

Braga, 2005; Collischonn e Dornelles, 2013. 56


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico
Fases do ciclo hidrológico

Infiltração

Ocorre em uma região mais próxima da


superfície, em que, na maior parte do tempo,
Água no
os poros estão ocupados parcialmente por ar
solo
e parcialmente por água (zona não
saturada).

Ocorre em uma zona mais profunda, onde,


Água
em geral, os poros do solo estão
subterrânea
completamente preenchidos por água (zona
saturada).

Fonte: Collischonn e Dornelles, 2013.


Adaptado.
Collischonn e Dornelles, 2013. 57
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico

O retorno da água para a atmosfera, fechando


o ciclo hidrológico, ocorre a partir da
Evapotranspiração evapotranspiração, que é a junção dos
processos de EVAPORAÇÃO e TRANSPIRAÇÃO.
Transferência da água líquida para vapor do ar
diretamente de superfícies líquidas, como
Evaporação lagos, rios, reservatórios, poças e gotas de
orvalho. A água que está no solo, em estado
líquido, também pode ser evaporada.
Envolve a retirada da água do solo pelas raízes
das plantas, o transporte da água através da
Transpiração planta até as folhas e a passagem da água
para a atmosfera por meio dos estômatos da https://escolakids.uol.com.br/ciencias/o-ciclo-da-agua.htm

folha.
Collischonn e Dornelles, 2013. 58
Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Ciclo Hidrológico

Caminho que a água que não


consegue infiltrar no solo faz sobre a
superfície. Esse escoamento pode ser
Escoamento
gerado pela intensidade da
Superficial
precipitação superior à capacidade de
infiltração ou pela precipitação sobre
solos saturados.

Escoamento da bacia hidrográfica


Escoamento mantido pela água subterrânea.
Subterrâneo Durante o período de estiagem, o http://waterdropess.blogspot.com/2016/03/escoamento.html
(Base) escoamento dos rios é mantido pelo
escoamento subterrâneo, também
denominado de base.

Collischonn e Dornelles, 2013. 59


Introdução à Hidrologia e ao Ciclo Hidrológico
Urbanização e Alterações do Ciclo Hidrológico

v
v
Disponível em: https://engenheiroplanilheiro.com.br/2020/08/16/19-principais-duvidas-hidrologia/.
60
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2017: relatório pleno. Brasília:
ANA, 2017.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO (ANA). (2020) Conjuntura dos recursos hídricos no
Brasil 2020: informe anual. Brasília: ANA.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO (ANA). (2021) Conjuntura dos recursos hídricos no
Brasil 2020: informe anual. Brasília: ANA.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO (ANA). (2022) Conjuntura dos recursos hídricos no
Brasil 2021: relatório pleno. Brasília: ANA.
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; BARROS, M. T. L.; SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO; N.;
EIGER; S. 2005. Introdução à engenharia ambiental. 2a Ed. São Paulo: Prentice Hall.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
BRASIL. Lei 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos ... Diário Oficial da
União, Brasília.
BRASIL. Ministério da saúde. Portaria nº 888, de 04 de maio de 2021. Altera o Anexo XX da Portaria de
Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos de controle e de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
COLLISCHONN, W.; DORNELLES, F. Hidrologia para engenharia e ciências ambientais. Porto Alegre: Associação
Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH), (2ª reimpressão), 2015.

61
Referências
CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre
a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece
as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução nº 396, de 3 de abril de 2008. Dispõe sobre a
classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.
CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (CNRH). Resolução nº 141, de 10 de julho de 2012. Estabelece
critérios e diretrizes para implementação dos instrumentos de outorga de direito de uso de recursos hídricos e
de enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, em rios
intermitentes e efêmeros, e dá outras providências.
FEITOSA, F. A. C.; MANOEL FILHO, J.; FEITOSA, E. C.; DEMETRIO, J. G. A. Hidrogeologia: conceitos e aplicações.
CPRM, 2008.
TUCCI, C.E.M. Hidrologia: ciência e aplicação. Editora da UFRGS, 4 ed. 2012. 943p.
Links indicados ao longo da apresentação.

62

Você também pode gostar