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(1) Estudante de Engenharia Civil, Centro Universitário Cesmac; (2) Professora Doutora em Geotecnia,
Docente do Centro Universitário Cesmac; (3) Professor Mestre em Estruturas, Docente do Centro
Universitário Cesmac; (4) Professor Mestre em Estruturas, Docente da UNIVASF.
Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (Facet)/Centro Universitário Cesmac, Rua Cônego Machado,
918, Farol. CEP: 57051-160 Fone (82) 3215-5000.
Resumo
O desenvolvimento de uma argamassa que utilize resíduos cerâmicos gerados na própria obra é muito bem
visto no meio da construção civil, pois pode solucionar, ou ao menos ajudar, em situações como o
descolamento do revestimento cerâmico que, quando ocorre, pode causar danos de ordem material ou
física. Assim, o objetivo principal desta pesquisa é avaliar as propriedades da argamassa de assentamento
de revestimento cerâmico confeccionada com resíduos provenientes de materiais cerâmicos aplicados
como substituição do agregado miúdo. Para tanto, estudos comparativos analisaram os aspectos de
trabalhabilidade das argamassas produzidas com finos de resíduo de material cerâmico com as
argamassas convencionais. No laboratório avaliou-se a resistência à compressão das argamassas
produzidas, bem como sua resistência de aderência à tração. As análises preliminares mostram o quanto
pode ser útil para a construção civil aprimorar os meios de reutilizar aquilo que teoricamente não teria mais
serventia dentro de uma obra. Deste modo estaria contribuindo não só para o meio em que vive e trabalha,
mas até enriquecendo a força e utilidade dos materiais utilizados no dia a dia das construções.
Palavras-chave: Argamassa, Resíduos cerâmicos, Assentamento cerâmico.
Abstract
The development of a mortar using waste ceramic generated in their own work is highly regarded in the
middle of construction, it can solve, or at least help in situations like the detachment of the ceramic coating
that, when it occurs, can cause damage in order material or physical. The objective of this research is to
evaluate the properties of mortar setting of ceramic made of residues from ceramic materials used as
substitutes for aggregate. Therefore, comparative studies have analyzed aspects of workability of mortars
produced with fine ceramic residue material with conventional mortars. In the laboratory tested the
compressive strength of mortars produced, and its tensile strength. Trials of the mortar without residue
(conventional) with 5% ceramic waste and 10% of ceramic waste, showed that the mortar absorption by
capillarity and immersion with ceramic waste absorbs large amounts of water, which can interfere with the
same characteristics. Testing tensile strength showed that the specimens of the samples with 5% of ceramic
waste reached the highest tensile strength. This means that the ideal percentage of ceramic waste in laying
mortar between 5% and 10% for passing that its strength will fall, and they are not profitable use. The
analysis results show how much can be useful for the construction industry to improve the means of reusing
what theoretically would have no usefulness within a work. Thus would be contributing not only to the
environment they live and work, but to enrich the strength and usefulness of the materials used in everyday
life of the buildings.
Keywords: Mortar, Ceramic residue, Ceramic coatin.
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ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0350
1 Introdução
Este estudo aborda o uso do resíduo cerâmico adicionado a argamassa convencional,
substituindo determinadas porcentagens do agregado miúdo, apresentando
características muito importantes desta argamassa modificada.
Ensaios como os de resistência a compressão e a tração, capacidade de absorção de
água por imersão e por capilaridade, foram feitos para determinar a melhor aplicação para
essa argamassa.
1.1.1 Histórico
Diante do quadro de necessidade desenvolveram-se estudos e pesquisas de modo que o
resíduo cerâmico descartado pudesse ser utilizado na própria obra civil. Realizado alguns
testes práticos foi possível obter resultados satisfatórios, aprimorando a capacidade de
resistência a tração e compressão da argamassa de assentamento, utilizada para
assentar as placas cerâmicas. Enriquecendo assim os dados relativos a um dos materiais
mais usados em uma construção ou reforma, no caso a argamassa.
Com esses estudos se torna possível tentar solucionar ou ao menos ajudar em situações
como o descolamento do revestimento cerâmico que quando ocorre pode causar danos
de ordem material ou física.
Cimento:
O cimento utilizado foi o CP II Z 32. Vale ressaltar que todos cimentos usados foram do
mesmo lote, para garantir uma boa seqüencia de resultados.
Areia:
Para esta pesquisa foi utilizada areia lavada com um módulo de finura médio de 2,24 e
dimensão máxima característica de 2,40mm.
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Resíduo cerâmico
Neste processo de modificação da argamassa, que no caso é para revestimento
cerâmico, o principal material é o próprio resíduo descartado em obras. O resíduo
cerâmico foi obtido de tijolos quebrados durante a fase de acabamento de uma obra de
construção civil. A partir daí, o mesmo foi triturado e passou por um período de secagem,
ficando ao final com o aspecto de agregado miúdo. Uma vez triturados esses resíduos
foram peneirados em uma máquina conhecida por agitador de peneiras mecânico. Nela
existem várias peneiras com passagens de diferentes diâmetros, onde foi utilizado como
aditivo para a argamassa todo o resíduo que passou da peneira de 300 μm.
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golpes (figura 3). Cada moldagem foi iniciada e concluída pela mesma pessoa, de modo
que a intensidade da força aplicada fosse a mesma em cada corpo-de-prova.
Tendo feito vários testes com 5% de resíduo, e obtendo uma base de dados satisfatórios,
se avançam as pesquisas aumentando esta porcentagem para 10%, cujo traço base
passa a ser 2000 g de cimento, 3150 g de agregado miúdo, 350 g de resíduo cerâmico e
1 litro de água, ou seja,1000g. Determinados os novos traços, os corpos-de-prova
passaram pelos mesmos processos citados anteriormente.
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3 Determinação da absorção de água por imersão e por capilaridade
3.1 Imersão
Para a realização do ensaio de determinação da absorção de água por imersão, tomou-se
por referência a norma NBR 9778. Este ensaio começa com a moldagem dos corpos-de-
prova, onde um total de 9 corpos-de-prova, sendo 3 com cada porcentagem, são
moldados com base na norma NBR NM 101:1996, assim como os moldados no ensaio
para a determinação da resistência a compressão.
Passado esse período, os corpos-de-prova são mais uma vez pesados. É feita a pesagem
em uma balança convencional e em seguida é feita a pesagem em uma balança
hidrostática, que consiste em uma balança de alta precisão, apoiada na superfície do
tanque, com um ‘cesto’ preso a ela, de modo que este fique imerso em água para se obter
o peso hidrostático dos corpos-de-prova, conforme ilustrado (figuras 7 e 8).
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Figura 7: Balança hidrostática com cesto apoiado Figura 8: Detalhe do cesto
(ALMEIDA, 2009). (ALMEIDA, 2009).
3.2 Capilaridade
Para a realização do ensaio de determinação da absorção de água por capilaridade, usa-
se como referência a norma NBR 9779. Este ensaio também começa com a moldagem
dos corpos-de-prova, onde um total de 9, sendo 3 com cada porcentagem, são moldados
com base na norma NBR NM 101:1996.
Assim como para imersão, os corpos-de-prova passam 24 horas secando e depois são
colocados em um tanque para serem hidratados, onde permanecem por 28 dias. Uma vez
hidratados os corpos-de-prova passam mais 72h na estufa a uma temperatura média de
110ºC.
Figura 9: Corpo de prova com detalhe da marca dos 5mm (ALMEIDA, 2009).
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Figura 10: Ruptura do corpo-de-prova por compressão diametral (ALMEIDA, 2009).
Figuras 11 e 12:Paredes de alvenaria com aplicação de placa cerâmica, para ensaio de resistência a
tração. (ALMEIDA, 2009).
Uma vez assentadas as placas cerâmicas, partiu-se para a iniciação dos estudos de
resistência a tração, para isso foram coladas placas metálicas com dimensões de 10cm x
10cm, utilizando cola epóxi (Figura 13). Passadas 24h da colagem, foram feitos os
primeiros ensaios de arrancamento da placa cerâmica (Figura 14).
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Figura 13: Placas metálicas em parede Figura 14: Ensaio de arrancamento
(ALMEIDA,2009). (ALMEIDA, 2009).
Todos os ensaios de arrancamento foram feitos baseados na norma NBR 13528 que tem
por título: Revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânicas - Determinação da
resistência de aderência à tração.
Com base nas anotações que seguem um padrão descrito com detalhes na norma
diferenciando os possíveis resultados. Existem basicamente cinco possíveis resultados,
sendo eles:
5 Resultados e discussões
Vários resultados foram obtidos a partir dos estudos e experimentos realizados.
Esse ensaio é feito com base na norma NBR 5739 - Ensaio de compressão de corpos-de-
prova cilíndricos. Tal ensaio é feito para saber qual a resistência máxima que os corpos-
de-prova suportam até romper.
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Tabela 1 – Resistência à Compressão para as argamassas sem resíduo, com 5% de resíduo e com 10% de
resíduo. (ALMEIDA, 2009).
03 dias 07 dias 14 dias 28 dias
Data Data Data Data
1º Ensaio 15/08/08 19/08/08 26/08/08 09/09/08
Resíduo
Corpo de prova 01 7,1 MPa 14,14 MPa 22,66 MPa 30,89MPa
Sem
Corpo de prova 02 7,4 MPa 14,14 MPa 23,93 MPa 28,2MPa
Corpo de prova 03 - - - -
2º Ensaio 29/08/08 02/09/08 09/09/08 23/09/08
Corpo de prova 01 25,13 MPa - 36,27 MPa 36,5 7Mpa
Corpo de prova 02 24,98 MPa - 37,47 MPa 40,61 MPa
Corpo de prova 03 23,19 MPa - 37,99 MPa 43,00 MPa
3º Ensaio 15/09/08 19/09/08 26/09/08 10/10/08
Com 5%
Corpo de prova 01 22,49 MPa 31,79 MPa - 37,87 MPa
Corpo de prova 02 21,69 MPa 28,95 MPa - 39,64 MPa
Corpo de prova 03 22,29 MPa 28,72MPa - 40,00 MPa
4º Ensaio 17/10/08 21/10/08 28/10/08 11/10/08
Corpo de prova 01 - 21,65 MPa - 28,90 MPa
Corpo de prova 02 - 18,80 MPa - 31,50 MPa
Corpo de prova 03 - 18,80 MPa - 30,50 MPa
Com 10%
5º Ensaio 14/11/08 18/11/08 25/11/08 09/12/08
Corpo de prova 01 - 30,50 MPa 31,30MPa 35,40 MPa
Corpo de prova 02 - 29,00 MPa 33,30 MPa 33,90 MPa
Corpo de prova 03 - 28,70 MPa 34,10 MPa 33,80 MPa
Alguns resultados não foram obtidos devido a defeito na prensa hidráulica. Já o número
de corpos-de-prova com 10% de resíduo é menor, pois a resistência com uma
porcentagem maior que 5% começa a reduzir. Porém, não influencia os resultados dessa
pesquisa.
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5.2 Absorção por imersão e por capilaridade
Esse ensaio é feito para determinar a capacidade que a argamassa tem de absorver
água, por imersão ou por capilaridade.
1º Ensaio
Tabela 2- Massa específica dos corpos-de-prova em ensaio de absorção por imersão segundo a NBR 9778
(ALMEIDA, 2009).
Massa específica real
Sem resíduo Com 5% de resíduo Com 10% de resíduo
1 1,199 g 2 1,269 g 1 1,322 g
2 1,180 g 5 1,149 g 2 1,163 g
3 1,216 g 6 1,224 g 3 1,207 g
4 1,335 g 7 1,176 g 4 1,191 g
Obs: Os números a frente dos resultados referem-se a numeração de identificação dos corpos-de-prova
Tabela4 – Resultado do ensaio de absorção por capilaridade segundo a NBR 9779 (ALMEIDA,
2009).
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2º Ensaio
Tabela 7 - Resultado do ensaio de absorção por capilaridade com base na NBR 9779
(ALMEIDA, 2009)
Absorção por capilaridade
Obs: Os números a frente dos resultados referem-se a numeração de identificação dos corpos-de-prova.
Resistência a tração
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Tabela 10 - Resultado de resistência de aderência a tração com 10% de resíduos segundo a
NBR13528 (ALMEIDA, 2009)
Corpo P A Ra Forma de ruptura (%) Espessura do
de Carga Seção Tensão revestimento
prova (N) (mm²) (MPa) a b c d e (mm)
1 2805,66 10000 0,281 x 5+-1
2 4669,56 10000 0,467 x 5+-1
x x
3 5248,35 10000 0,525 5+-1
90% 10%
x x
4 5807,52 10000 0,581 5+-1
10% 90%
Obs: Os números a frente dos resultados referem-se a numeração de identificação dos corpos-de-prova.
Pode-se observar também que esta resistência não se mantém constante, isso
pode ser observado levando em consideração que as resistências dos corpos-
de-prova com 10% são menores que as dos corpos-de-prova com 5%.
6 Conclusões
7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
___________ NBR NM 101 - Concreto - Ensaio De Compressão De Corpos-
De-Prova Cilíndricos
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GRIGOLI, A. S. Molhagem dos agregados de entulhos de obra para a
execução de argamassa – melhora do desempenho. IV Seminário
Desenvolvimento sustentável e a Reciclagem na Construção Civil – Materiais
Reciclados e suas aplicações, São Paulo – SP, 2001a.
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