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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL
DCEENG – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

MELHORIA DO PROCESSO LOGÍSTICO DE UMA DISTRIBUIDORA DE


BEBIDAS COM APLICAÇÃO DE DISPOSITIVO PARA EMPILHADEIRA

PAULO EDUARDO DE OLIVEIRA CABRAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Orientador: Patricia Carolina Pedrali

Panambi/RS, Maio de 2014


BIOGRAFIA DO AUTOR

Paulo Eduardo de Oliveira Cabral nascido em 1991 no município de Cruz Alta do


estado do Rio Grande do Sul. Completou sua formação de Segundo Grau em 2008 na Escola
de Ensino Médio de Cruz Alta – Unicruz, no município de Cruz Alta/RS. Atualmente reside a
cidade de Panambi/RS trabalhando na empresa Saur Equipamentos S/A no departamento
comercial.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por me proporcionar a oportunidade de cursar o tão


sonhado curso de Engenharia Mecânica.
Agradeço a Léo e Fátima Cabral, meus pais, por investirem em mim e acreditarem em
meu sucesso, apoiando meus sonhos e auxiliando durante todos os momentos.
À empresa que trabalho, Saur Equipamentos S.A. por apoiar, acreditar e incentivar
minha formação como Engenheiro Mecânico.
À Ingrid Saur por suas belas palavras de apoio e incentivo.
Aos Amigos Márcio Leandro Koch e Matheus Farias Taffarel pelo o incentivo
constante, ajuda na pesquisa bibliográfica desta obra e principalmente por ter despertado em
mim o interesse na área.
A professora Patrícia Carolina Pedrali pelo auxilio no desenvolvimento e orientação
deste trabalho.
Muito Obrigado!
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 14
1.1 Logística, Movimentação de Materiais e o Custo no Transporte ............................... 14
1.1.1 Importância da Logística .................................................................................... 15
1.1.2 Processos Logísticos ........................................................................................... 16
1.1.3 Armazenagem ...................................................................................................... 17
1.1.4 Estoque ................................................................................................................ 18
1.1.5 Embalagem .......................................................................................................... 19
1.1.6 Transporte ........................................................................................................... 19
1.1.7 Distribuição Física.............................................................................................. 20
1.1.8 Fluxo de Informações .......................................................................................... 20
1.1.9 Nível de Serviço ................................................................................................... 21
1.1.10 Características das Atividades Operacionais ..................................................... 21
1.2 Competitividade Industrial ......................................................................................... 22
1.3 Movimentação de Materiais ....................................................................................... 23
1.3.1 Equipamentos de Movimentação Manual ........................................................... 23
1.3.2 Veículos Industriais ............................................................................................. 25
1.3.3 Empilhadeiras ..................................................................................................... 26
1.3.4 Acessórios Para Empilhadeira............................................................................ 27
1.3.5 Selecionador de Camadas ................................................................................... 31
2 ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 33
2.1 O Gargalo da Operação .............................................................................................. 33
2.2 Escolha do Equipamento ............................................................................................ 33
2.3 Características da Operação ....................................................................................... 36
2.4 Aplicação do Equipamento ........................................................................................ 38
2.4.1 Alterações na Empilhadeira; .............................................................................. 38
2.4.2 Mudança de Layout ............................................................................................. 40
2.4.3 Mudança dos Fluxos ........................................................................................... 42
3.1 Resultados .................................................................................................................. 43
4 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 49
ANEXO A MANUAL DE OPERAÇÃO EQUIPAMENTO TYGARD ............................ 51
v

ANEXO B CATÁLOGO COMERCIAL EQUIPAMENTO TYGARD ............................ 52


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Transpaleteira Saur .................................................................................................... 24


Figura 2 – Highlifter Saur ......................................................................................................... 24
Figura 3 – Rebocador Still R 07 ............................................................................................... 25
Figura 4 – Autocarrinho AGV .................................................................................................. 25
Figura 5 – Empilhadeiras Diversas ........................................................................................... 26
Figura 6 – Garfos Cascade para empilhadeiras ........................................................................ 27
Figura 7 – (a) Aparalho Giratório, (b) Basculador Lateral, (c) Basculador Frontal ................. 28
Figura 8 – (a) Garra para Tambores; (b) Garra para Caixas; (c) Garra para Eletrodomésticos;
.......................................................................................................................................... 28
Figura 9 – (a, c) Posicionador de Garfos, (b) Posicionador Duplo de Garfos .......................... 29
Figura 10 – (a) Push Pull, (b) Empurrador Inversor de Carga, (c) Inversor de Carga ............. 29
Figura 11 – (a) Empilhador Frontal, (b) Empilhador Trilateral, (c) Selecionador de Camadas
.......................................................................................................................................... 29
Figura 12 – (a) Deslocador Vertical, (b) Torre de Elevação .................................................... 30
Figura 13 – (a) Lança Guindaste, (b) Alongador de Garfos, (c) Tarugo .................................. 30
Figura 14 – (a) Spreader, (b) Top Spreader .............................................................................. 30
Figura 15 – Selecionador de Camadas Cascade ....................................................................... 31
Figura 16 – Selecionador de Camadas Tygard ......................................................................... 32
Figura 17 – Selecionador de Camadas Cascade Série B modelo 30B...................................... 34
Figura 18 – Selecionador de Camadas Tygard ......................................................................... 35
Figura 19 – Selecionador de Camadas Tygard ......................................................................... 35
Figura 20 – Formação do Palete ............................................................................................... 36
Figura 21 – Quantidade de camadas fechadas em julho de 2012 ............................................. 37
Figura 22 – Quantidade de camadas fechadas de julho à dezembro ........................................ 37
Figura 23 – Kit Solenóide......................................................................................................... 38
Figura 24 – Kit Solenóide instalado ......................................................................................... 39
Figura 25 – Folder Kit Solenóide ............................................................................................. 39
Figura 26 – Sistema de Roletes ................................................................................................ 40
Figura 27 – Layout proposto pela Saur Equipamentos ............................................................ 40
Figura 28 – Sugestão de Layout para movimentação mais intensa .......................................... 41
Figura 29 – Layout escolhido proposto pela Empresa X ......................................................... 42
7

Figura 30 – Fluxo no picking ................................................................................................... 43


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparação dos equipamentos ..............................................................................35


Tabela 2 – Teste com tipo de carga 1........................................................................................44
Tabela 3 – Teste com tipo de carga 2........................................................................................44
Tabela 4 – Teste com tipo de carga 3........................................................................................44
Tabela 5 – Teste com tipo de carga 4........................................................................................44
Tabela 6 – Teste com tipo de carga 5........................................................................................45
Tabela 7 – Tomada de tempos usando o Selecionador de Camadas.........................................45
Tabela 6 – Tomada de tempos processo manual.......................................................................46
RESUMO

• A logística dentro das empresas, ganha continuamente sistemas tecnológicos com o


principal objetivo a otimização de seus processos. A movimentação dos materiais é uma
tarefa que necessita de um grande esforço que constantemente são deixados em segundo
plano, tornando os processos custosos e demorados. A melhoria no processo de logística,
começando pelo layout e fluxo de movimentação das mercadorias dentro de armazéns, se
reflete em rapidez, segurança, economia e diminuição das avarias nos produtos. Observando
as características de cada material a ser movimento junto à demanda, consegue-se uma gama
de equipamentos e/ou acessórios para agregar à operação solucionando os gargalos na
armazenagem, movimentação interna, e expedição de mercadoria. Um dos equipamentos mais
populares quando se fala em movimentação de materiais é a empilhadeira, que aumenta a
produtividade com o uso de acessórios acopláveis. Este trabalho tem como objetivo
demonstrar a utilização de um deles na indústria de bebidas, o Selecionador de Camadas. Os
dados e informações coletadas comprovam os benefícios do uso deste equipamento
aumentando a produtividade e sancionando o gargalo do picking na Empresa X.
Palavras-chave: Layer Picker, Logística de Materiais, Acessório para Empilhadeira,
Produtividade.
10

ABSTRACT

The logistic within companies gain technological systems with the aim to optimize their
business processes. The movement of materials need a great effort that are left in background,
making the process costly and time consuming, The improvement in the logistic process,
starting from the layout and flow of movement of goods within warehouses, generating speed,
safety, economy and reduction of damage to the product. Observing the characteristics of
every material to be move with the demand, we can have a range of equipments and
accessories to aggregate to the operation solving the necks in storage, internal handling, and
shipping of merchandise. One of the most popular outfits when it comes to material handling
forklift truck is that increases productivity with the use of dock able accessories. This work
demonstrates the utilization of one of them in the beverage industry, the Layer Picker. The
collected data and information supporting the benefits of using this machine increasing
productivity and sanctioning the neck of picking in Company X.
Keywords: Layer Picker, Materials Logistics, Accessory for forklift truck, Productivity.
11

INTRODUÇÃO

Vendo os avanços tecnológicos, voltados à busca da automação que abrange todos os


setores industriais, busca-se estudar a implementação de um solução para movimentação de
materiais utilizando o equipamento Selecionador de Camadas acoplado à uma empilhadeira
para sancionar o gargalo da expedição de bebidas.
Um armazém tem como principal função o depósito dos materiais, resguardando-os de
perdas, avarias e prejuízos. Muitas empresas insistem em gerenciar seus armazéns e
movimentação de materiais sem nenhum critério.
A necessidade constante de atualizações no processo de armazenagem, movimentação e
expedição de materiais se dá, basicamente, como consequência da falta de mão de obra
qualificada, aumento de produtividade e redução de custos.
As atividades de movimentação que ocorrem dentro das empresas, são basicamente a
horizontal e vertical para a estocagem em estruturas de armazenagem. O fluxo de materiais
mostra uma sequência de atividades inter-relacionadas com as ciências humanas, tais como
administração, produção, contabilidade, estatística e marketing, envolvendo diversos recursos
de engenharia, produção, tecnologia em transporte e dos recursos humanos.
Para BALLOU (1993), existem dois tipos de logística, a Logística Principal, que é
composta por atividades como transportes, gerenciamento de estoque e processamento de
pedidos. A Logística Secundária agrega atividades de armazenamento, embalagem, compras,
programação de produtos, sistemas de informação e movimentação de materiais. Este último
sendo o enfoque do trabalho..
A Movimentação de Materiais tem como objetivo repor a matéria prima usada na
manufatura. As atividades são executadas em depósitos, fábricas e lojas, assim como o
transbordo entre os tipos de transporte.
As Empilhadeiras são o meio definido (mais comuns) para Movimentação de Materiais,
sendo usada para carregar/ descarregar mercadorias em paletes. São muitos os modelos,
voltados para os mais variados tipos de movimentação. Existe a possibilidade de agregar um
acessório a mesma, tornando-a um equipamento especifico para a movimentação de uma
determinada carga contribuindo para a melhor execução da tarefa.
Dentro desta gama de acessórios que singularizam a operação, segundo MOURA (2000)
os principais são: Porta-garfos giratório (fazem com que o conjunto de garfos gire até 360°
em qualquer direção no sentido vertical para o despejo das cargas), Deslocador Lateral
(permite deslocar lateralmente os porta-garfos em torno de 100 mm visando facilitar o
12

posicionamento de cargas, compensando pequenos erros de manobra), Garra para tambores


(os garfos se transformam em garras que, conforme seu projeto, podem levar de 1 a 6
tambores, mesmo sem concurso paletes), Empurrador/Puxador de carga (dispositivo provido
de um pantógrafo que desliza sobre uma plataforma de apoio), Garfo rotativo para bobinas de
papel (semelhante às garras de tambores, abraçam as bobinas podendo apanhá-las sem
concurso de palete); Garra de Fardos (duas placas verticais substituem os garfos, prensando os
fardos); Abraçador para caixas (semelhante à anterior, porém com placas maiores para abraçar
toda a pilha de caixas a ser movimentadas), Garra universal (dispositivo que permite girar os
garfos da empilhadeira, transformando-os em garra); Garra para lingotes (garfos mais curtos,
deslocáveis que abraçam as cargas); Deslocador rotativo (permite a inclinação vertical dos
garfos, facilitando a colocação de cargas em terrenos irregulares); Estabilizador de carga
(dispositivo que tem o movimento inverso do garfo, sujeitando a carga por cima),
Descarregador (provido de um contentor de fundo móvel acionado hidraulicamente);
Transportador de toras de madeira (acessório para empilhadeiras pesadas, torna possível o
transporte de toras com dimensões variáveis); Agarrador a vácuo (ao invés de garfos, tem
ventosas para transportar chapas de vidro); Garfos com movimento trilateral (os garfos giram
para os lados, permitindo o posicionamento da carga sem manobra da empilhadeira), Ariete
ou tarugo (os garfos são substituídos por um tubo único usado para movimentar bobinas);
Garfos ajustáveis (por um sistema hidráulico a distância entre os garfos é ajustada); Com
guindastes (os garfos são substituídos por uma viga em balanço com dispositivo de sujeição);
Caçamba basculante (os garfos são substituídos por uma caçamba que permite carga e
descarga de materiais). O Selecionador de Camadas, segundo a Saur Equipamentos S.A. é o
equipamento que ajuda a formar a camada de produtos sobre os paletes. É tratado no estudo
de caso deste trabalho.
A implementação destes equipamentos específicos para movimentação de cargas dentro
das empresas, deve ser visto como investimento que consegue agregar produção e otimização
dos processos produtivos. A utilização de um equipamento específico para o tipo de material
transportado contribui para uma melhor execução da tarefa, também diminuindo
significativamente os danos causados pela movimentação inadequada.

Objetivos
O objetivo principal deste trabalho é o estudo sobre o equipamento acoplado em
empilhadeira, denominado Selecionador de Camadas. Para isto serão abordados conceitos de
13

logística, competitividade empresarial, movimentação de materiais, veículos industriais,


empilhadeiras e equipamentos acoplados em empilhadeiras.

Objetivos específicos
Os objetivos específicos deste trabalho são:

 Desenvolvimento, à partir de estudos na área, melhorias no processo de movimentação


de materiais;
 Identificar as operações de movimentação existentes na expedição da matéria prima;
 Implementar um equipamento em empilhadeira específico para a movimentação da
carga, que satisfaça a necessidade;
 Encontrar soluções para aumentar a produtividade;
 Comparar os resultados de produtividade antes e depois da implementação do
equipamento;

Justificativa
Efetuando um estudo logístico de uma determinada empresa, denominada “Empresa X”
atuante no ramo de bebidas, observou-se a necessidade de uma consultoria para a organização
dos processos envolvidos no picking dos produtos (separação dos pedidos e montagem dos
mesmos sobre paletes). Aproximadamente 60% dos recursos financeiros de armazenagem são
gastos na atividade. Em função da necessidade de grande exatidão no processo, o sistema de
conferência é manual para evitar falhas operacionais, agregando não só tempo, mas problemas
ergonômicos aos trabalhadores, alto custo, exigência de grandes espaços de armazenagem e
falta de praticidade à operação.
Ainda existe a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, que é suprida com a
mecanização do processo de movimentação de materiais se reflete no aumento do volume de
produção da empresa. A implementação do equipamento Selecionador de Camadas dentro
deste processo logístico é evidenciado por demais benefícios: aumento da versatilidade,
aumento da capacidade da operação, extinção de riscos ergonômicos, diminuição do espaço
de armazenagem, dentre outros.
A funcionalidade do equipamento pode não estar explicitamente. É demonstrada no
trabalho, comprovando a eficácia e os pontos positivos do uso dele nesta operação.
14

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, será apresentada a fundamentação teoria que envolve os sistemas


tecnológicos de armazenagem e movimentação, com um enfoque logístico com o objetivo de
contextualizar a movimentação de materiais dentro de uma cadeia produtiva. Serão abordados
os mais comuns acessórios agregados à empilhadeiras, e considerações sobre o Selecionador
de Camadas.

1.1 Logística, Movimentação de Materiais e o Custo no Transporte

O termo “logística” é sinônimo de movimentação de materiais, estando diretamente


relacionado com o custo do produto final. Ao longo dos anos a definição se tornando ampla,
havendo diversas abordagens e definições.
Em 1901 foi publicado o primeiro texto sobre logística, como foco sobre os custos e
fatores que afetavam a distribuição de produtos agrícolas, descrito por JOHN F; CROWELL
apud (LAMBERT, STOCK E VANTINE, 1993). Mas fora apenas na II Guerra Mundial que a
logística ganhou importância. Segundo CHRISTOPHER (1992) a invasão da Europa pelas
forças aliadas ocorreu por meio de um exercício logístico altamente planejado e eficaz.
Segundo DAGANZO (1991) a logística estuda como levar os itens da produção para o
consumidor, com o menor custo. Outros conceitos, de outra visão sistêmica, se baseiam não
só a distribuição do produto acabado, mas englobando todo o fluxo de materiais, produtos e
informações desde a aquisição da matéria prima até o consumidor final. Sobre esse conceito,
BALLOU (1993) define a logística empresarial como todas as atividades de movimentação e
armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima
até o ponto do consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos
em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a
um custo razoável.
Conforme MOURA (2010) o termo “logística” também pode ser interpretado como uma
supervisão do fluxo de materiais, energia, informações e mão de obra numa empresa. A tarefa
de logística consiste em suprir a quantidade certa de recursos para as diversas necessidades de
uma empresa em um determinado momento, com o menor custo e maior qualidade,de forma a
tingir os objetivos propostos na operação. Também coloca que a movimentação de materiais
representa entre 15% e 20% do custo total de um produto fabricado. Assim é um dos
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primeiros campos onde procura-se melhorias de qualidade para a redução de custos. Cerca de
3% a 5% das cargas movimentadas são danificadas. Arranhões e riscos nas paredes e pisos
das instalações de manufatura são provas suficientes dos problemas de qualidade que surgem
da movimentação descuidada dos materiais.

1.1.1 Importância da Logística

A logística tem se tornado cada vez mais importante nos últimos anos, principalmente
a partir da década de 70. Segundo LAMBERT, STOCK E VANTINE (1993), os processos
logísticos são percebidos como três componentes necessários: uma atividade onde podem ser
geradas consideráveis economias de custos, uma atividade com enorme potencial para
impactar a satisfação do cliente e como consequência o aumento de vendas e uma ferramenta
de marketing, que pode ser efetivamente utilizada para o ganho de vantagens competitivas.
Uma prova da importância da logística, segundo CHRISTOPHER (1992), foi em 1991,
quando, na Guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tinham um tempo
extremamente pequeno para se transferir para o Oriente Médio. Nessa viagem eles levaram
meio milhão de pessoas, incluindo materiais e suprimentos, que tiveram que ser transportados
por 12.000 quilômetros via aérea, e mais de 2,3 milhões de toneladas de equipamentos
transportados pelo mar, tudo em questão de meses. Ainda para CHRISTOPHER (1992), “Ao
longo da história do homem guerras têm sido ganhas ou perdidas através do poder da
capacidade logística, ou da falta delas”.
Vendo como um diferencial competitivo, a logística pode ser administrada como uma
grande vantagem. Também segundo CHRISTOPHER (1992), “o gerenciamento logístico tem
potencial para auxiliar a organização e alcançar tanto vantagens em custo/ produtividade, com
a vantagem em valor”.
Traduzindo para uma linguagem mais direta, o gerenciamento logístico reduz o custo de
movimentação, agrega valor e oferecer um diferencial na qualidade do serviço ao cliente. Há
diversas possibilidades para o aumento da lucratividade, contribuindo de forma significativa a
melhoria da performance de empresa representando um resultado financeiro positivo.
Para LAMBERT, STOCK E VANTINE (1993), os custos logísticos de uma empresa
podem ser até dez vezes maiores do que os custos em propaganda. Com isso, todos os pontos
logísticos devem ser administrados de uma maneira eficiente para obter-se a redução dos
custos, ou uma maior satisfação dos clientes, em consequência maior lucratividade.
16

1.1.2 Processos Logísticos

Segundo BALLOU (1993) o sistema logístico é dividido em dois componentes básicos:

a) Componentes primários: constituídos pelo transporte, manutenção de estoques e pelo


processamento de pedidos;
b) Componentes secundários ou de apoio: constituídos pela armazenagem, manuseio de
materiais, embalagem de proteção e manutenção de informação.

De acordo com CHING (1999) os temas tratados na atividade logística são bastante
diversificados:

 Fluxo de compras de matérias-primas.


 Operações de produção;
 Controle de materiais e processos;
 Gerenciamento de transportes (movimentação de materiais internos e externos à
empresa);
 Distribuição para os clientes finais a partir da fábrica e/ ou depósitos intermediários;
 Recebimento de matéria-prima;
 Armazenagem;

As atividades logísticas segundo HALL (1985), são divididas em produção,


armazenagem e transporte. Dentro destas divisões, é enfatizada a dimensão temporal (quando)
e espacial (onde) através de três questionamentos:

1. Quando e onde os bens devem ser produzidos?


2. Quando e onde os bens devem ser armazenados?
3. Quando e onde os bens devem ser transportados?

Para KAIBARA (1999), a logística passa ser a integradora das várias funções ao longo
da cadeia produtiva. Sua base conceitual evolui de forma a considerar sistemicamente todas as
atividades que se relacionam diretamente ou indiretamente os fluxos físicos e de informações.
Dentro desse conceito moderno, para NOVAES (1999) a logística aparece como
gerenciamento da cadeia produtiva, como elemento chave de interligação.
17

Segundo RUSSO (2009) o sistema de distribuição depende pelo menos de quatro etapas
fundamentais para seu bom desempenho:

 Estoque de produtos acabados: constituído por produtos finais produzidos pela


empresa e que serão vendidos por ela;
 Embalagens de proteção: além das embalagens normais, são utilizados quando
necessárias as embalagens de proteção a fim de proteger os produtos durante o
transporte;
 Centros de distribuição: grandes armazéns utilizados pelas empresas para
comercializar a entrega/ recebimento de produtos em uma determinada região e,
depois, redistribuí-los para os destinos mais próximos;
 Sistemas de transporte: Tipo de modal transportador utilizado para o deslocamento do
produto até o seu destino final;

Dessa forma, a gestão de distribuição pode contribuir decisivamente para a


competitividade organizacional, concentrando esforços e minimizando os custos totais de
distribuição.

1.1.3 Armazenagem

A armazenagem de materiais tem assumido, uma grande importância na obtensão de


receita. Designado pela guarda da matéria-prima.
Na filosofia de BOWERSOX (1996), os armazéns são locais destinados à guarda
temporária de atividades, materiais ou produtos, em grande ou pequena escala de mercadorias.
Ou seja: um espaço físico para armazenamento do estoque.
Segundo BALLOU (1993), existem seis motivos para armazenar materiais:

1. Atuar como um pulmão entre o fornecimento e a demanda;


2. A armazenagem é necessária para a estocagem de matéria-prima, componentes,
subconjuntos, materiais em processo e produtos acabados de forma a obter-se
economia no processo de produção;
3. Fornecer uma instalação para combinar diversos produtos;
4. O armazém atua como um ponto de consolidação para puxar o produto dos
fornecedores para um local que consolida e então o movimenta ao cliente final;
18

5. A rede de armazéns permite que o produto seja empurrado do fabricante através da


rede ao usuário final;
6. Fornecer o nível de serviço desejado que, principalmente, será o tempo de entrega.

Para BALLOU (1993), os custos de armazenagem devem ser atentamente calculados.


Junto ao custo de manuseio de materiais, são justificáveis, pois eles podem ser compensados
pela redução dos custos de transporte e de produção. Pode-se dizer que principal objetivo da
armazenagem é realizar o equilíbrio entre os custos operacionais e a demanda de venda.

1.1.4 Estoque

Segundo BALLOU (1993), a administração de estoque tem como tarefa amortecer o


investimento em inventário, ao mesmo tempo em que providencia os níveis de disponibilidade
almejados.
Os estoques são necessidade para uma empresa, visto o alto porcentual de matérias-
primas importadas e produtos exportados. Apesar dos custos, é uma parte fundamental para
manter o bom serviço logístico, atendendo atentamente as mudanças de mercado. O ponto de
equilíbrio é a palavra fundamental para a gestão de estoque.
Para CHING (1999), existem muitos motivos para manter produtos em estoque, tais
como: a variação das demandas (seja para produzir lotes ou para não perder vendas). Porém,
para as empresas, esbarramos nas seguintes consequências:

 Custo mais alto para a manutenção de estoque;


 Falta de tempo na resposta ao mercado;
 Risco de o inventário tornar-se obsoleto;

Ainda segundo CHING (1999), a formação de estoque acumula um capital que poderia
estar sendo investido de outra maneira, redirecionando então o uso destas verbas de
investimentos da empresa. O certo até então é o aumento da rotatividade do estoque,
garantindo que o mesmo não fique obsoleto, podendo economizar em manutenção de estoque.
Sabe-se que é de fundamental importância atender o cliente em termos de tempo, no
lugar e na hora certa.
19

Assim que o produto sai do estoque, deve já estar devidamente embalado para que possa
ser movimentado, manuseado e embarcado para entrega no cliente. Aí faz-se necessária a
abordagem da importância das embalagens.

1.1.5 Embalagem

A movimentação dos materiais é um dos principais pontos geradores de custos nas


atividades logísticas. Deve-se assim, se atentar aos benefícios das embalagens, como
movimentação de materiais, armazenagem e projeto de embalagens.
Para BALLOU (1993), alguns dos objetivos do uso das embalagens é: proteger o
produto de eventuais acidentes de movimentação ou batidas, facilitar o manuseio e
armazenagem, prover o melhor aproveitamento do equipamentos de transporte; auxiliar na
venda do produto, alterar a densidade do produto, usar o valor da reutilização da mesma para
o consumidor.
Para determinadas empresas, a embalagem é vista como um custo adicional.
Observando o ponto de vista sistêmico de toda a cadeia, nota-se que este custo é compensado
na forma de fretes, custos de estoques menores além da melhoria no número de avarias ou
perdas.
Sempre antes de desenvolver uma embalagem para um determinado produto, procura-se
saber qual é o meio de transporte pelo qual será movimentada, para isso têm-se a análise do
transporte.

1.1.6 Transporte

Sabe-se que nenhuma empresa de manufatura pode trabalhar sem a movimentação de


seus produtos de alguma maneira. Ultimamente a indústria e o comércio passaram a dar
grandes ênfases à qualidade do serviço do transporte.
É a atividade logística de maior importância (transporte de materiais). Absorve em
média de um a dois terços do custo logístico total da empresa.
Para NOVAES (2001), o objetivo explícito da movimentação pelo transporte é o
deslocamento de bens de um uma localização até outra, respeitando o produto que está sendo
movimentado com suas características e restrições, sempre dentro do prazo. O transporte
internacional usa estruturas de frentes diferentes das do transporte nacional.
20

Segundo BALLOU (1995), o sistema de transporte adequado para manter, contribuir e


aumentar a competitividade de mercado, garante a economia de escala de produção e redução
direta dos custos das mercadorias, promovendo maior competitividade perante o mercado.
Para que seja possível o planejamento de transporte da maneira mais eficiente, também
é necessário discutir o conceito de distribuição física.

1.1.7 Distribuição Física

Tem como conceito a logística responsável pela a movimentação e processamento dos


pedidos. Segundo BALLOU (1993), a distribuição física agrega o planejamento da entrega da
mercadoria aos clientes, junto ao fluxo de informações e materiais que passam por diversas
empresas que atuam, ao mesmo tempo, como compradores e fornecedores. O enfoque está no
transporte do produto da maneira mais adequada, na quantidade certa, até o local combinado
com menor custo agregado para atender às necessidades do consumidor e do mercado em
tempo hábil com qualidade total. Assim três estratégias básicas para a distribuição física, são:

 Entrega direta a partir de estoques da fábrica;


 Entrega direta a partir de vendedores ou da linha de produção;
 Entrega feita utilizando o sistema de depósito;

Para que o processo de distribuição física seja eficiente, necessário possuir as informações
corretas no tempo adequado para atender a demanda.

1.1.8 Fluxo de Informações

Ainda dentro do contexto logístico, o fluxo de informações providencia os dados


necessários para a administração logística dos processos envolvidos. Sem elas, o custo dos
processos aumenta com um desempenho operacional ineficiente. É a essência do correto
planejamento e controle logístico.
Os embarques feitos nos momentos certos trazem benefícios à imagem do fornecedor,
da mesma maneira que permitem que o cliente realize seu planejamento de compras/ vendas
corretamente.
21

O correto fluxo de informações influencia, segundo BALLOU (1993), diretamente no


nível de serviço logístico fornecido ao cliente. Tudo está relacionado também ao fluxo de
pedidos, armazenagem, transporte e estoque.
É um gargalo comum dentro das empresas o rompimento dos fluxos de informações,
causando como consequência os distúrbios logísticos e não cumprimento dos prazos
propostos.

1.1.9 Nível de Serviço

Segundo BALLOU (1993), o elemento-chave no desenvolvimento de estratégias


logísticas é o nível do serviço logístico. Esse fator é o principal para a empresa assegure a
satisfação de seus clientes, agregando fidelidade e comprometimento.
Observando que o nível do serviço logístico está associado aos custos de prover esse
serviço e o monitoramento o planejamento do mesmo, deve-se iniciar com as necessidades de
bom desempenho e atendimento dos pedidos.
Um serviço logístico eficiente, acima de tudo dá competitividade de mercado à empresa.
A qualidade do mesmo, junto à outros aspectos, garante a fidelidade do cliente.

1.1.10 Características das Atividades Operacionais

As atividades de armazenagem, estoque, transporte e distribuição física, para MOURA


(2010), podem ser caracterizadas por atividades concretas e tangíveis. Lidam diretamente com
a transição dos produtos. Sendo assim afetam diretamente o resultado logístico em nível de
custo, de entrega no prazo e qualidade dos produtos.
Tangíveis, pois são mensuráveis e de fácil identificação. São analisadas a partir de
indicadores de desempenho explícitos, a fim de orientar a empresa em um contexto
generalizado. O fluxo de informações e serviço são caracterizados por serem atividades
gerenciais e virtuais, não lidando diretamente com o produto final ou matéria prima. Desta
maneira, pode-se comentar que são intangíveis e sua execução é de difícil avaliação até
mesmo de difícil identificação no processo.
22

1.2 Competitividade Industrial

Para SLACK (1999), os cinco fatores competitivos da indústria ou serviços são:

 Qualidade: para obter esta fator, a empresa deve efetuar corretamente seus serviços e
produtos satisfazendo seus clientes internos e externos. A vantagem em qualidade
reduz o custo de garantias, pós vendas e ainda aumenta a confiabilidade do produto, se
refletindo no aumento de vendas;
 Rapidez: fator importante é o tempo de atendimento ao cliente. Também agrega a
rapidez de movimentação interna e organização. Destaca-se também pelos processos
de fabricação, separação de pedidos, tomada de decisões e fluxo de informações. A
vantagem da rapidez reduz estoques (incluindo intermediários). Considerando uma
empresa é veloz em sua produção, dispensa-se o uso de estoques excessivos.
 Confiabilidade: é o cumprimento dos prazos. O mesmo só é percebido e monitorado
após a compra do serviço. Caso não seja cumprido o prometido, gera-se insatisfação
do cliente, obstruindo a possibilidade de futuros fornecimentos. A confiabilidade
economiza tempo na cadeia, pois o prometido sempre é cumprido, evitando horas-
extras, custos de transporte alternativos, etc. proporcionando assim estabilidade,
evitando problemas de qualidade, garantindo previsibilidade para o processo e
mantendo os custos baixos.
 Flexibilidade: capacidade de mudança para atender as novas necessidades do cliente.
Resume-se em atender uma entrega em tempo diferenciado, ou atendendo uma
mudança de quantidade do pedido, etc. A vantagem em flexibilidade agiliza o tempo
de resposta aos clientes, mantendo a rapidez em conjunto com a confiabilidade e
qualidade
 Custo: é o fator mais importante. Além de custos diretos (mão de obra, embalagem,
equipamento, instalações, etc.), cada fator competitivo abordado acima influencia de
maneira muito perspicaz o custo do equipamento, de alguma maneira sempre
mantendo-o, acima de tudo competitivo. A maior ferramenta para o melhor
aproveitamento do desempenho em custos, é o trabalho do desempenho e todos os
outros fatores analisados.

Todos os fatores acima são de fundamental importância para que a empresa seja bem
sucedida e bem estabelecida no mercado. Analisando de maneira mais detalhada, chega-se a
conclusão de que todos influenciam de maneira temporal ou financeira o produto final.
23

1.3 Movimentação de Materiais

A movimentação de materiais, segundo BALLOU (2001), adiciona valor de local e


tempo aos produtos, por torná-los disponíveis quando e onde se fizerem necessários e estão
associadas às seguintes atividades: recebimento, identificação e classificação, conferência,
endereçamento para o estoque, estocagem, remoção do estoque, acumulação de itens,
embalagem, expedição e registro de operações.
Para MOURA (1983), a classificação dos equipamentos de movimentação dos materiais
se dá em duas categorias:

 Equipamentos de movimentação manual ;


 Equipamentos de movimentação motorizados.

É grande a variedade de equipamentos no mercado voltados para movimentação de


materiais. A diferenciação de cada um se dá pelo grau de uso especializado e pela extensão
em que a energia manual é requerida para operá-lo. Segundo BALLOU (2001) existem três
grandes categorias de equipamentos que podem ser distinguidos.

1.3.1 Equipamentos de Movimentação Manual

Equipamentos de manuseio operados manualmente são os carrinhos de mão de duas rodas,


carrinhos plataforma com quatro rodas, etc. que fornecem alguma vantagem mecânica na
movimentação dos produtos, tendo com destaque o baixo investimento. Sua flexibilidade
aliada com modesto investimento, alem de não necessitar mão de obra especializada para o
manuseio, fazem deles uma escolha interessante quando o volume à ser movimentado pelo o
armazém não é elevado. Segundo BALLOU (2001), quando os investimentos em
equipamentos mecanizados não são viáveis ou desejados, os equipamentos de movimentação
manual se destacam.
Para MOURA (1983), algumas características favorecem a movimentação manual:
material unitário, pequeno, leve, frágil, seguro de manusear, caro, quando requer pequeno
tempo do operador, baixa frequência horária.
Um equipamento com baixo valor de investimento, quando comparado com outros
equipamentos de transporte são os carros elevadores manuais, conforme Figura 1. Eles são
24

utilizados para movimentações curtas e horizontais. Não conseguem realizar a movimentação


quando os paletes estão armazenados sobre as prateleiras.
Há ainda diversificações de modelos para atender a necessidades, como Figura 2. O carro
elevador manual pantográfico possibilita a elevação do palete, além da movimentação
horizontal.

Figura 1 Transpaleteira Saur

Fonte: Equipacenter Equipamentos Industriais

Figura 2 – Highlifter Saur

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Segundo BALLOU (2001), o manuseio mecanizado de materiais, pode ter sua


produtividade (horas/homem) aumentada, efetuando a movimentação de maneira mais veloz.
Geralmente, o equipamento utilizado para este fim é a empilhadeira ou AGV (autocarrinhos).
25

1.3.2 Veículos Industriais

São equipamentos motorizados ou não, que são usados para transportar ou manobrar as
cargas sobre diversas superfícies ou espaços. São exigidos principalmente nos processos de
armazenagem, não apenas para a movimentação dos materiais, mas para também colocá-los
em posição conveniente. Para MILAN (2011), a sua principal característica é a flexibilidade
de percursos e de carga e descarga.
Um dos tipos mais comuns de veículos industriais são os carrinhos industriais
representados na Figura 3. Ainda existem os autocarrinhos (Automatic Guided Vehicle –
AGV), visto na Figura 4. É um veículos que se movimentam de forma autônima e automática.

Figura 3 – Rebocador Still R 07

Fonte: Still

Figura 4 – Autocarrinho AGV

Fonte: JBT Corporation


26

Também designado como veículo industrial, as empilhadeiras merecem um capítulo à


parte. São o instrumento para movimentação de materiais mais popular, com grandes
designações e variações.

1.3.3 Empilhadeiras

As empilhadeiras são veículos industriais utilizados para a movimentação e transporte


de materiais. Possuem garfos ou outro dispositivo para a sustentação da carga. Tem o apoio da
carga fora da sua área de base. Segundo MILAN (2011), fora projetada de forma a permitir a
movimentação e o deslocamento de materiais tanto no sentido horizontal como no sentido
vertical, com variações de capacidade de 800 kg à 52.000 kg, vistas na Figura 5.
Existem máquinas para todos os tipos de atividades, desde pequeno porte, até modelos
para trabalhos portuários (capacidade superior a 30.000 kg). Podem ser acrescidos vários tipos
de acessórios adequados ao tipo de carga, sem a necessidade de adaptações ou improvisações
na instalação.
Figura 5 – Empilhadeiras Diversas

Fonte: Clark Empilhadeiras

Em função da grande quantidade de modelos no mercado quando características


construtivas e aplicações faz-se necessário uma classificação que se aplica a todos os
fabricantes. Pode-se classificar as empilhadeiras de várias maneiras, como pelo tipo de
combustível, tipo de forre, pela posição do operador, tipo de transmissão, etc.
Normalmente as empilhadeiras são fornecidas com garfos em aço, equipamento visto
na Figura 6 (a, b, c, f), para a movimentação de cargas gerais e/ou paletes (carga unitizada).
Podem ter diversas medidas e formas. Tem como finalidade facilitar a movimentação e
27

armazenagem, agilizando os processos de carga e descarga, podendo aproveitar de melhor


maneira a capacidade operacional dos equipamentos do sistema logístico. Podem ser usados
como espátulas (Figura 6e), para retirar a carga do solo sem o palete, e para movimentação de
tubos e cargas largas (Figura 6d).

Figura 6 – Garfos Cascade para empilhadeiras

Fonte: Cascade do Brasil

O uso de acessórios para as empilhadeira singulariza a operação e é direcionado para as


particularidades existentes em cada processo logístico. A aplicação de acessórios minimiza os
danos às cargas, aumentar a segurança nas operações tendo também um ganho de tempo
relativamente grande, possibilitando o aumento da produtividade.

1.3.4 Acessórios Para Empilhadeira

Os acessórios para empilhadeiras são dispositivos mecânicos, hidráulicos ou elétricos


instalados nas empilhadeiras com o objetivo de suprir as necessidade específicas da carga e de
movimentação para otimizar o transporte dos materiais.
Segundo MILAN (2011), diante de cada atividade, deve ser observada a necessidade,
permitindo a instalação de uma série de equipamentos que garantam a eficiência e a
segurança, sem improvisações.
A empresa Saur Equipamentos S.A. é a líder nesse mercado no Brasil, e com diversas
parceiras dividiu os acessórios de empilhadeiras em 8 grandes grupos, adotando a seguinte
classificação:

 Grupo 1: Deslocadores Laterais, Aparelhos Giratórios (Figura 7a), Basculador Lateral


(Figura 7b), Basculador Frontal (Figura 7c) e Caçambas;
28

 Grupo 2: Garras para Bobinas, Fardos, Tijolos, Rodas e Tambores (Figura 8a) , Caixas
(Figura 8b) , Eletrodomésticos (Figura 8c);
 Grupo 3: Posicionadores de Garfos (Figura 9 a, b , c);
 Grupo 4: Empurradores de Carga e Push Pull (Figura 10a), Inversores Empurradores
(Figura 10b), Inversores (Figura 10c);
 Grupo 5: Fixadores de Cargas, Empilhador Frontal (Figura 11a), Trilateral (Figura
11b), Garfos Telescópicos; Selecionador de Camadas (Figura 11c);
 Grupo 6: Deslocador Vertical (Figura 12a)Torres de elevação (Figura 12 b), e Suporte
de Garfos;
 Grupo 7: Lanças Guindastes (Figura 13a), Prolongadores de Garfos (Figura 13b),
Garfos e Tarugos (Figura 13c),
 Grupo 8: Spreader (Figura 14a) , Top Spreader (Figura 14b), Frame;

Figura 7 – (a) Aparalho Giratório, (b) Basculador Lateral, (c) Basculador Frontal

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Figura 8 – (a) Garra para Tambores; (b) Garra para Caixas; (c) Garra para Eletrodomésticos;

Fonte: Saur Equipamentos S.A.


29

Figura 9 – (a, c) Posicionador de Garfos, (b) Posicionador Duplo de Garfos

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Figura 10 – (a) Push Pull, (b) Empurrador Inversor de Carga, (c) Inversor de Carga

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Figura 11 – (a) Empilhador Frontal, (b) Empilhador Trilateral, (c) Selecionador de Camadas

Fonte: Saur Equipamentos S.A.


30

Figura 12 – (a) Deslocador Vertical, (b) Torre de Elevação

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Figura 13 – (a) Lança Guindaste, (b) Alongador de Garfos, (c) Tarugo

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Figura 14 – (a) Spreader, (b) Top Spreader

Fonte: Saur Equipamentos S.A.


31

1.3.5 Selecionador de Camadas

O Selecionador de Camadas, Layer Picker, é um acessório de empilhadeira aplicado


para cargas enlatadas, engarrafadas ou encaixotadas. É capaz de montar o palete com o
produto com variedade mista ou simples.
Segundo Cascade Corporation, o picking, separação dos pedidos, geralmente é feito de
maneira manual, até mesmo em grandes empresas. Um ser humano consegue separar em
média aproximadamente 250 cases (caixas/ embalagens de produtos) /hora, em regime de
trabalho normal. Com a aplicação do equipamento Selecionador de Camadas Cascade (Figura
15), esse número sobe para 1.250 cases/hora, com um operador de empilhadeira efetuando o
processo de picking.

Figura 15 – Selecionador de Camadas Cascade

Fonte: LogWeb – Portal de logística

A Saur Equipamentos S.A. é vendedora do equipamento fabricado pela Norte


Americana Tygard, o TC 600 S visto na Figura 16. Segundo a mesma, o equipamento
equivalente Cascade é capaz de movimentar 1.700 cases/hora. Para obter esta produtividade,
têm-se como opcional trilhos para guiar a empilhadeira, proporcionando maior produtividade,
pois máquina anda apenas para frente e para traz, aumentando a velocidade em
aproximadamente 20% sobre o concorrente. A Saur Equipamentos S.A. também frisa a
dispensa da necessidade da troca da torre original da empilhadeira por outra similar mais
reforçada, em função de seu equipamento ser mais leve e possuir um contrapeso para
equilíbrio das massas.
32

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a utilização de um deles na indústria de


bebidas, o Selecionador de Camadas. Os dados e informações coletadas comprovam os
benefícios do uso deste equipamento aumentando a produtividade e sancionando o gargalo do
picking na Empresa X.

Figura 16 – Selecionador de Camadas Tygard

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

O fornecedor disponibiliza dois modelos do equipamento:

 TC 600 S: o sistema manipulador projetado para ser usado em áreas especificas,


devidamente preparadas, em que a empilhadeira opera com o uso de guias montados
no chão. O equipamento é montado no lado direito da empilhadeira e pode erguer/
empilhar o produto que fica alinhado com o guia e com a empilhadeira. Oferece uma
produtividade de até 1.700 cases/hora. Equipamento para ser montado em
empilhadeira de capacidade 3.000 kg com quarta via e torre duplex.
 TC 600 F: equipamento pode ser montado na empilhadeira em menos de 2 minutos.
Ideal quando em pickings de menor fluxo, não necessitando de uma empilhadeira
exclusiva para a seleção dos pedidos. A produtividade deste modelo pode chegar a 900
cases/hora.
33

2 ESTUDO DE CASO

A Empresa X é uma industria do setor de bebidas que produz e distribui bebidas


refrigerantes, sucos, chás, cervejas, água e energéticos. O seu mercado atende todo o estado
de Paraná e São Paulo. Nos últimos 12 anos a mesma tem se tornado uma das empresas em
destaque deste setor, sendo referência em qualidade de seus produtos que reflete no
crescimento em relação ao mercado que atua.
No final do ano de 2012 a Empresa X previu um grande aumento de vendas para o
verão de 2013. Os estudos preliminares mostraram que a capacidade de expedição não
atenderia a demanda devido à complexidade da operação. A separação das cargas era feita de
maneira manual. O cenário perfeito para um estudo da Movimentação de Materiais,
agregando à operação um equipamento para a resolução do gargalo.

2.1 O Gargalo da Operação

Na véspera do feriadão de 07 e 08 de setembro de 2012, havia um grande volume de


vendas. A empresa não tinha problemas de distribuição ou de produção, haviam recursos de
distribuição, incremento de motoristas e caminhões para a realização das entregas. Porém a
maior dificuldade se dava em montar as cargas, trabalho que até então era feito de maneira
manual.
Previa-se um aumento nos meses de outubro de 2012 a março de 2013, devido a
demanda de verão. Sabendo do gargalo, o cenário estava cada vez mais desafiador devido ao
incremento de vendas. Segundo planejamento e estatísticas do departamento de vendas, os
fornecimentos chegariam até 140 mil caixas/ dia, superando os dados obtidos no ano anterior
que, quando pico, chegou a 112 mil caixas/ dia.
Foi então que o gerente de operações solicitou um estudo para os analistas de logística,
pesquisando no mercado alguma solução que atendesse a característica do negocio para
aumentar a produtividade no picking.

2.2 Escolha do Equipamento

Observando os equipamentos disponíveis no mercado, consegue-se chegar a tal


comparação, apresentada na Tabela 1:
34

Tabela 1 – Comparação dos Equipamentos


Equip. / Caracter. Cases/ Necessidade Vantagens Valor do investimento
hora (R$)*
Cascade Séria B, 1.250 - Fornecimento da - Quantidade de opcionais
modelo 30B empilhadeira sem torre; para dedicar mais ainda a
(Figura 17) - 4ª via de comando na operação; 164.000,00** + 5%
empilhadeira; - Valor do investimento
- Empilhadeira de menor***;
capacidade mínima de
3.000 kg
Tygard TC 600 F 900 - Empilhadeira de - Dispensa troca da torre
(Figura 18) capacidade mínima de da empilhadeira; 105.000,00 + 5% IPI
2.500 kg; - Empilhadeira não fica
- 4ª via de comando dedicada à operação
hidráulico
Tygard TC 600 S 1.700 - Empilhadeira de - Maior produtividade;
(Figura 19) capacidade mínima de - Dispensa o uso de paletes
3.000 kg; vazios; 142.000,00 + 5% IPI
- 4ª via de comando - Dispensa a troca da torre
hidráulico; da empilhadeira
- Tipo de torre duplex
(dois estágios)
*Valor estimado;
** Para fornecimento de empilhadeira (considerando Hyster H60FT), valor da torre de aproximadamente R$
25.000,00;
*** A fins de comparativos, considerar o valor do equipamento R$ 139.000,00 (descontado o valor da torre da
empilhadeira)

Figura 17 – Selecionador de Camadas Cascade Série B modelo 30B

Fonte: THM Solutions at Work


35

Figura 18 – Selecionador de Camadas Tygard

Fonte: Fonte: Tygard Machine & Manufacturing Co.

Figura 19 – Selecionador de Camadas Tygard

Fonte: Fonte: Tygard Machine & Manufacturing Co.

Foram analisadas as opções de mercado disponibilizadas no momento. A Tabela 1


mostra os diferenciais decisivos equipamentos na hora da escolha. O equipamento escolhido
para foi da marca Tygard, modelo TC 600 S, pelos seguintes fatores:

 E empresa já possuia empilhadeiras para a operação, assim o valor do investimento


seria reduzido;
36

 Maior produtividade do equipamento;


 Dispensa necessidade de reforços estruturais na torre da empilhadeira por contar com
sistema de contrapeso;

2.3 Características da Operação

Após o processo de embalagem, os produtos são agrupados, com a finalidade de


construir um volume maior de uma mesma mercadoria, distribuída em camadas sobre um
palete para a armazenagem. Esse sistema de carga unitizada tem como finalidade facilitar os
processos de movimentação e armazenamento. São separados em caixas de produtos. Um
conjunto com determinado número de caixas (fator variável: o tamanho das embalagens do
produto, que influencia na formação da camada), é designado como camada. Na Figura 20
observa-se a formação do palete.

Figura 20 – Formação do Palete

Fonte: O Autor

Os pedidos chegam à expedição via sistema. Uma empilhadeira separa o palete vazio e
outros com as mercadorias constituintes do pedido. Um único pedido pode possuir várias
camadas, considerando mercadorias diferentes. A montagem do palete é feita manualmente
por um funcionário que está sujeito à riscos ergonômicos. Após a montagem das camadas, é
efetuada a conferência dos volumes por um funcionário dedicado à operação. O palete com as
diversas cargas é carregado e o processo com baixa produtividade finalizado.
O estudo de viabilidade teve como ponto de partida a identificação dos produtos que
podem ser movimentados pelo Selecionador de Camadas. Após a identificação dos 100
37

produtos com maior volume de venda, que poderiam ser utilizados, concluiu-se que para o
teste do equipamento seria selecionado apenas 13 deles, que representam 67% de todo o
volume de camadas vendidas. A Figura 21 demonstra o gráfico com as quantidades de
camadas fechadas em julho de 2012.

Figura 21 – Quantidade de camadas fechadas em julho de 2012

Fonte: Empresa X

O equipamento, tem sua produtividade demonstrada na formação de paletes com mais


de duas camadas. Considerando esses 13 produtos, foram excluídos os paletes com menos de
duas camadas. A Figura 22 mostra os números de camadas fechadas de julho à dezembro de
2011.

Figura 22 – Quantidade de camadas fechadas de julho à dezembro

Fonte: Empresa X
38

2.4 Aplicação do Equipamento

Para a aplicação do equipamento no picking da empresa, seria necessário algumas


mudanças;

 Instalação de um Kit Solenóide para derivar o fluxo hidráulico da máquina para o


acessório;
 Mudança de layout;
 Mudança dos fluxos da empresa;

2.4.1 Alterações na Empilhadeira;

Para que o acessório, Selecionador de Camadas da marca Tygard, modeo TC 600 S


fosse instalando na empilhadeira disponível da empresa, a fim de efetuar o trabalho de
maneira mais eficiente é necessário que a empilhadeira usada passe por uma série de alteações
paraa o recebimento do acessório e diversas adequações. A instalação de um Kit Solenóide,
cujo funcionamento está ilustrado na Figura 23, possibilita deriva-se o fluxo de óleo
hidráulico vindo do deslocador lateral para o acessório, já que a 4ª via da empilhadeira não se
fazia presente na empilhadeira.

Figura 23 – Kit Solenóide

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Na Figura 24, observa-se o sistema instalado em uma empilhadeira qualquer. A caixa


com o kit é instalada na parte frontal da máquina. O botão de acionamento é posicionado em
um local ergonômico à escolha do operador.
39

Figura 24 – Kit Solenóide instalado

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Ainda são instaladas as roldanas na torre da empilhadeira, que tem como função manter
as mangueiras hidráulicas sempre alongadas, sem formação de barrigas e/ou nós. O kit já
contempla as mangueiras de ligação, juntamente às conexões e terminais. Tudo está
representado na Figura 25.

Figura 25 – Folder Kit Solenóide

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Segundo a Saur Equipamentos S.A., para chegar à melhor produtividade, deve-se


instalar os roletes laterais, vistos na Figura 26, para que a empilhadeira ande em maior
velocidade maior apenas para frente e para traz (20% mais rápido que girar 180° e/ou
40

manobrar) e efetuar uma mudança de layout da operação, de modo a ficar mais próximo
possível da Figura 23.
Figura 26 – Sistema de Roletes

Fonte: Saur Equipamentos S.A.

Dessa maneira, a máquina fica adequada ao uso do acessório. Todas as adaptações


foram feitas pelos técnicos da Saur Equipamentos S.A.

2.4.2 Mudança de Layout

Para que o processo pudesse estar em forma para a obtenção do melhor desempenho,
necessário uma mudança do layout no picking dos produtos. A adequação se dá em função
que, a empilhadeira com o equipamento se movimentam dentro dos trilhos. Ao lado direito da
mesma estão os paletes dos produtos.
Como sugestão, a Saur Equipamentos S.A. forneceu um desenho do melhor layout pra
este processo primário de adequação (teste), que é visto na Figura 27.

Figura 27 – Layout proposto pela Saur Equipamentos

Fonte: Fonte: Tygard Machine & Manufacturing Co.


41

Este seria o primeiro passo para a mudança. Após a aprovação todo o fluxo do picking
seria adequado para o uso do equipamento. Para um fluxo maior de movimentação, a empresa
demonstrou uma segunda proposta de layout mais profunda, com a disponibilidade de mais
equipamentos para a mesma operação, otimizando o processo de expedição, como é visto na
Figura 28.

Figura 28 – Sugestão de Layout para movimentação mais intensa

Fonte: Tygard Machine & Manufacturing Co.

A operação contempla o uso de 03 empilhadeiras. Duas delas com o acessório para


seleção/ formação das camadas sobre os paletes e outra, que alimenta o processo com paletes
alimentados dos materiais. Essa mesma pode efetuar a expedição do palete após pronto e
adequado ao pedido.
Para não existir mudanças tão profundas na parte da armazenagem dos materiais e
expedição, a Empresa X propôs um outro layout, que pode ser visto na Figura 29. De um lado
42

estão os paletes com os cases dos 13 produtos diferentes e do outro estão os paletes para o
picking.

Figura 29 – Layout escolhido proposto pela Empresa X

Fonte: Empresa X

A empilhadeira com o equipamento coleta as caixas dos produtos, vai até o extremo do
armazém e efetua a manobra de 180°, largando as camadas sobre outros paletes, do outro lado
do trilho. Desta maneira, repedindo a operação diversas vezes, os pedidos com os cases
solicitados são completados e empilhados em camadas. O termo usando operação é o
“fechamento das camadas para o picking”.

2.4.3 Mudança dos Fluxos

Pensando ainda na maior produtividade, necessário também a mudança dos fluxos desta
operação, novos funcionários devidamente qualificados estariam sendo posicionados para o
picking. A Figura 30 mostra o novo fluxo que a empresa implementou para o uso do
equipamento.
43

Figura 30 – Fluxo no picking

Fonte: Empresa X

Em um primeiro momento, o software gera um resumo do pedido das cargas, que são
posicionadas próximas ao Layer Picker, que monta a carga dos pedidos, conforme mostrado
na Figura 28. Após a montagem das camadas um auxiliar retira o palete, faz o lançamento na
planilha de produtividade e procede com o picking manual das caixas restantes indicadas pelo
resumo de pedido.

3.1 Resultados

Após a preparação da empilhadeira para o recebimento do acessório, instalação do


mesmo, mudança do layout e definição dos fluxos no picking, pode-se iniciar os testes para a
obtenção dos resultados e o monitoramento da mudança da produtividade nesta operação.
Logo no primeiro momento que o equipamento entrou em funcionamento na operação,
percebeu-se um ganho de produtividade grande, mas ainda não era possível mensurá-lo em
função das variedades de pedidos e diferença dos processos. Para isso foram simulados 5 tipos
de pedidos diferentes, com camadas de produtos diferentes.
Para o monitoramento correto dos tempos, o processo manual passou pela mesma
adequação referente ao fluxo de movimentação dos pedidos.
A Tabela 2 mostra os resultados obtidos na montagem do palete com as camadas no Teste
1. Na sequência, a Tabela 3 para o Teste 2, Tabela 4 para o Teste 3, Tabela 5 para o Teste 4 e
Tabela 6 para o Teste 5.
44

Tabela 2 –Teste com tipo de carga 1

Fonte: Empresa X

Tabela 3 –Teste com tipo de carga 2

Fonte: Empresa X

Tabela 4 –Teste com tipo de carga 3

Fonte: Empresa X

Tabela 5 –Teste com tipo de carga 4

Fonte: Empresa X
45

Tabela 6 –Teste com tipo de carga 5

Fonte: Empresa X

Com os dados, vê-se primeiramente grande diferença dos tempos do primeiro para o
segundo turno, com processo manual ou com o uso do acessório. Essa diferença ocorreu em
função das excessivas paradas no processo, já que o primeiro turno da empresa possui um
grande fluxo, não podendo concentrar e a atividade com exclusividade.
Tomados os tempos, fez-se uma média deles primeiramente com o selecionador de
camadas, demonstrado na Tabela 7.

Tabela 7 –Tomada de tempo usando Selecionador de Camadas


Qtde. de caixas Tempo final

120 159 s

100 255 s

120 300 s

100 290 s

60 138 s

Σ 500 Σ 1.142 s

Fonte: Autor
Assim, chega-se a movimentação de 500 caixas, em um tempo de 1.142 segundos.
Dividindo esses valores, tem-se uma média de paletes com 100 caixas, com sua formação a
um tempo de 3 minutos mais 52 segundos. Fazendo a média, chegou-se ao valor de 15,51
palete/ hora com 100 caixa, total de 1.551 cases/hora com o uso do Selecionador de Camadas.
Segundo nessa mesma linha de cálculo, fora calculada a produtividade do homem
mostrado na Tabela 3.
46

Tabela 8 –Tomada de tempo processo manual


Qtde. de caixas Tempo final

120 665 s

100 517 s

120 926 s

100 435 s

60 343 s

Σ 500 Σ 2.886 s

Fonte: Autor

Assim, chega-se a movimentação de 500 caixas, em um tempo de 2.886 segundos.


Dividindo esses valores, temos uma média de paletes com 100 caixas, com sua formação a um
tempo de 7 minutos mais 37 segundos. Fazendo a média, chegou-se valor de 7,87 palete/ hora
com 100 caixa, total de 787 cases/hora com o uso do Selecionador de Camadas.
47

4 CONCLUSÕES

A logística dentro das empresas se tornou um diferencial competitivo. Usando as


melhores ferramentas é possível a movimentação dos materiais de maneira mais eficaz com
maior segurança. Os benefícios do uso de equipamentos que específico para a operação tem
como consequência a segurança, produtividade, redução de custos, etc.
Sabendo que a mão de obra está cada vez mais cara, e a qualidade de vida é uma
exigência, os serviços manuais têm sido automatizados ou mecanizados. Os empregadores são
qualificados para o trabalho nos equipamentos, resultando no aumento da qualidade do
produto final.
O gargalo do picking é algo comum na industria de bebidas. Usa-se como exemplo a
Empresa X, cujo o aumento da produção esbarrava na expedição dos produtos, criando uma
barreira cada vez maior para o atendimento dos pedidos nos prazos definidos. O problema foi
solucionado com a aplicação de um equipamento adequado à operação.
A implementação do acessório de empilhadeira chamado Selecionador de Camadas,
junto à algumas mudanças de layout, fluxos, dentro outros, solucionaram o problema do
estudo de caso tratado neste trabalho. A produtividade pulou de 7,87 paletes/hora para 15,51
paletes/ hora.
O aumento da produtividade foi de aproximadamente 100%. Considerando apenas uma
jornada de trabalho/ dia (8 horas), a produtividade passou de 62,48 paletes/ dia para 126,48
paletes/ dia. Nessa mesma linha, a produtividade mensal deste processo passou de 1.259,2
paletes/ mês para 2.529,6 paletes/ mês, sempre considerando uma média de 100 caixas por
palete.
O investimento inicial do acessório ainda é alto, porém amortizado pelo significativo
aumento da produtividade. Também pode-se abordar outros aspectos vistos na operação
como: singularização da operação, segurança, ergonomia, diminuição de acidentes de
trabalho, etc.
O equipamento não obteve a máxima produtividade em função do layout escolhido pela
Empresa X (a empilhadeira é obrigada a fazer uma manobra no fim do corredor, separando os
paletes de coleta dos de expedição, tomando mais tempo). Com melhorias contínuas nesse
processo, na parte da layout, armazenagem e processo, é possível ainda uma maximização
desta operação.
Como sugestões para próximos trabalhos, fica o cálculo da hora/ homem e da hora/
máquina com todos os fatores comparativos para definição do tempo de amortização da
empilhadeira com o acessório. Também existem outras melhorias e novas soluções de
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mecanização e automação. Junto à outros testes dentro da gama de equipamentos voltados à


esta operação, já que vive-se em um contexto de solução de problemas logísticos gerando um
ganho significativo em produtividade.
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ANEXO A MANUAL DE OPERAÇÃO EQUIPAMENTO TYGARD


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ANEXO B CATÁLOGO COMERCIAL EQUIPAMENTO TYGARD


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