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ESCOLA DE ENGENHARIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
NITERÓI, RJ
2022
THIAGO FERREIRA DA CRUZ
VITOR IVENS GUIMARÃES
Orientador:
Profª. Stella Maris Pires Domingues
Niterói, RJ
2022.
THIAGO FERREIRA DA CRUZ
VITOR IVENS GUIMARÃES
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Profª. Stella Maris Pires Domingues – UFF
Orientadora
___________________________________________
Profª. Fabiana Rodrigues Leta – UFF
___________________________________________
Prof. Gabriel Mario Guerra Bernada – UFF
Dedico este trabalho à toda minha família e meus amigos. Principalmente aos meus pais,
Ricardo e Simone e ao meu irmão Matheus por sempre me apoiar e me fazer chegar até aqui.
Aos meus amigos que fiz durante o curso, incluindo o Vitor Ivens, pois sem eles a
trajetória até o final seria muito mais difícil. Todos são de grande relevância e importância, nos
momentos mais difíceis e nos de maior alegria.
Ressalto que essa conquista não é apenas minha, mas também de todos que acreditaram
em mim e me deram forças para perseverar e sempre encarar os desafios de cabeça erguida.
Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais, Wilson e Isabela, que
sempre me serviram de inspiração e me apoiaram com ensinamentos, amor e com todos os
recursos disponíveis para atenuarem os desafios desta jornada; às minhas irmãs Julia, Bianca e
Rebecca, por sempre me apoiarem e me darem clareza de pensamentos.
Dedico também aos meus amigos de infância Fernando Coelho, Arthur Bioza, Igor Paiva
e Vitor Moreira, e meus amigos da faculdade, inclusive ao próprio Thiago Ferreira, co-autor
deste trabalho, pois sem o apoio e a amizade de vocês eu não teria conseguido chegar até aqui.
Por fim, mas não menos importante, dedico este trabalho a minha namorada Ingrid Assis,
por todo amor, paciência e apoio ao longo destes últimos anos, talvez os mais desafiadores da
minha vida.
Vitor Ivens Guimarães
AGRADECIMENTOS
Agradecemos imensamente a todos aqueles que atravessaram nossas vidas durante esses
longos e proveitosos anos de formação, especialmente àqueles que sempre estiveram por aqui
e àqueles que vieram para ficar. Agradecemos a todos os que acreditaram em nós, que nos
deram forças, nos motivaram e nunca deixaram a gente se quer pensar em desistir. Essa vitória
é de todos nós.
Ao fim desta jornada, queremos enaltecer a nossa Professora e Orientadora Stella Maris,
por toda excelência, paciência e ensinamentos ao longo de nossa formação; os nossos pais, por
todo apoio e amor; os nossos irmãos, que sempre estiveram ao nosso lado defendendo nossas
causas; aos nossos amigos da faculdade e da vida, Dyhego Farias, Alex Thomaz, Bernardo
Nobrega, Frederico Aldecoa, Luiza Canellas, Marcelo Francisco, Giovane Rosa e João Vitor e
todos os demais que foram igualmente importantes embora não citados aqui.
RESUMO
Pontes rolantes são estruturas para movimentação e elevação de cargas, compostas,
geralmente, de duas colunas e uma viga instalada sobre o vão da faixa de rolamento e
acostamento, fixadas com blocos de fundação. Uma das grandes necessidades da indústria é o
manuseio e a movimentação de peças de grande porte em grandes áreas, sem prejudicar o
trânsito de veículos, estocagem de materiais e posicionamento de máquinas e equipamentos.
Isto coloca em destaque a ponte rolante, pois ela permite o aproveitamento de toda área útil
para transporte, com rapidez, segurança e versatilidade. Este trabalho analisa as cargas
presentes na utilização da ponte rolante apoiada biviga com empilhadeira. Através da utilização
do software SolidWorks 3D será possível visualizar e avaliar os níveis de tensão e
comportamento da estrutura, simulada em um depósito de estoque, onde o equipamento é
utilizado para o transporte de produtos entre duas prateleiras de difícil acesso.
Abstract ....................................................................................................................... v
Sumário .................................................................................................................... ix
1 Introdução ......................................................................................................... 1
8 Elementos Mecânicos...................................................................................... 84
1 INTRODUÇÃO
Com o avanço tecnológico industrial, deu-se início à mecanização dos meios de transporte
e elevação de cargas, antes realizados de forma manual. Esta otimização permite uma redução
dos custos de operação e, consequentemente, um aumento da produtividade nas fábricas. O alto
volume de produção demanda a expansão dos estoques e, portanto, se faz necessário o
aproveitamento total do espaço disponível para armazenagem, tanto na horizontal, quanto na
vertical.
Empilhadeiras móveis, correias transportadoras, pórticos rolantes, transportadores
pneumáticos, talhas, guindastes e pontes rolantes são exemplos de equipamentos que foram
desenvolvidos para possibilitar a movimentação de cargas pesadas de forma segura e eficaz nas
fábricas. Substitui-se, portanto, os custos com mão de obra pelas manutenções periódicas dos
equipamentos. Conforme dito por Passos (2011), isto possibilita que essa mão de obra seja
utilizada em outros serviços da empresa.
Dentre os equipamentos supracitados, o foco deste trabalho será na implantação de uma
ponte rolante empilhadeira em um depósito simulado que, após atingir a totalidade de sua
capacidade de armazenamento, terá seu estoque verticalizado em prateleiras. A intenção do
cliente é aproveitar ao máximo o volume do depósito, sendo a altura do pé direito da instalação
superior à capacidade de uma empilhadeira convencional (ordem de 3,5 metros). Devido
também às restrições de espaço plano disponível, não possui área para manobra do veículo
sobre rodas. A motivação por trás da seleção deste caso é, também, devido à escassez de artigos
e pesquisas relativos a este tipo específico de ponte rolante nos acervos bibliográficos e na
internet.
Segundo Passos (2011), o uso de pontes rolantes contribui aumentando a capacidade do
estoque devido à possibilidade de exploração de locais restritos e intensificando a qualidade de
trabalho, permitindo uma capacidade de carga que, ao depender do equipamento dimensionado,
pode variar entre 0,5 a 300 toneladas. Sordi (2016) complementa alegando que as pontes
rolantes são equipamentos robustos e versáteis que operam com altos ciclos de trabalho. Sua
principal característica é a movimentação de materiais em locais onde outros maquinários e o
trabalho braçal se tornam limitados. Na Figura 1 pode ser observada uma ponte rolante
empilhadeira em um depósito de estoque, transportando pneus.
Para projetar esta ponte rolante empilhadeira foi utilizada a norma NBR 8400, que possui
similaridade com as normas reconhecidas mundialmente, como a norteamericana Crane
2
Fonte: <https://www.ferroindustria.com.br/ponte-rolante-empilhadeira>.
3
1.1 OBJETIVOS
Este projeto de pesquisa tem como objetivo principal a análise dimensional de uma ponte
rolante empilhadeira. Os seguintes objetivos específicos podem ser listados:
● Avaliar a revisão bibliográfica sobre equipamentos de movimentação de cargas
pesadas, em especial, pontes rolantes.
● Elaborar o desenho do equipamento 2D e 3D.
● Realizar análise estática da estrutura da ponte rolante empilhadeira.
● Realizar cálculos analíticos e simulação numérica necessários ao dimensionamento
● Dimensionar e selecionar os mecanismos.
● Unir as partes que compõem o equipamento.
● Apresentar e analisar os resultados.
● Discorrer sobre dispositivos de segurança.
● Elaborar uma análise de custos de implantação do equipamento.
4
Fonte: <https://www.kito.co.jp/en/products_en/region/usa/cr/ccs/_id_33/>.
A ponte rolante de viga única (Figura 3) pode ser instalada em trilhos nos suportes dos
pilares do edifício. Este tipo de guindaste tem uma capacidade relativamente maior e pode
utilizar o espaço abaixo do teto, e assim uma faixa de levantamento mais ampla é garantida.
Guiando o caminho, usando roldanas laterais, proporcionam um deslocamento suave e as vigas
podem ser projetadas de acordo com a carga nominal e amplitude. Além disso, o comprimento
6
total mais curto do carro final e da instalação do motor na posição ideal permite um
funcionamento mais eficaz no uso do espaço de trabalho (KITO, 2000).
Rolamento lateral
Viga Principal
Motor
Cabeceira
Trolley Viga Lateral
Talha
A ponte rolante de duas vigas (Figura 4) pode ser instalada em trilhos nos suportes dos
pilares do edifício. O tipo de carro trolley duplo corre ao longo de vigas paralelas adequadas
para maior capacidade de carga, e pode utilizar o espaço abaixo das vigas do teto. Com isso,
um maior alcance de levantamento é garantido. Um deslocamento suave é obtido usando um
mecanismo de guia com rolos laterais e a construção da viga pode ser projetada de acordo com
a carga nominal e amplitude. Além disso, o comprimento total mais curto do carro final permite
uma utilização mais eficaz do espaço de trabalho (KITO, 2000).
7
Este tipo de ponte rolante é suspenso no trilho móvel que é fixado nas vigas do teto do
edifício (Figura 5). A viga principal desse tipo de ponte rolante se desloca por baixo do caminho
de rolamento se transladando pela aba da viga do caminho. Devido à localização do trilho de
viagem e extensão serem livremente escolhidos, o guindaste pode ser projetado para se adequar
aos processos da linha de produção. O design destacável para a roda da esteira e seu eixo
reduzem o tempo de instalação e manutenção.
A ponte rolante empilhadeira (Figura 6) se caracteriza por uma estrutura metálica robusta
capaz de movimentar, elevar e organizar cargas que não podem ser transportadas de forma
manual por possuírem elevado peso. Diferentemente das empilhadeiras convencionais, a ponte
rolante empilhadeira possui a vantagem de ter um intervalo maior entre as manutenções,
segundo a Rovela (2022), empresa especializada em fornecer estes equipamentos.
A ponte empilhadeira é a união de uma ponte rolante com uma empilhadeira, o que
possibilita que uma determinada carga seja armazenada em estantes elevadas, acima do nível
do solo, otimizando a estocagem e expandindo o espaço de armazenamento. A ponte
empilhadeira possibilita de forma inteligente a mobilidade dos objetos, sem a necessidade de
realização de manobras complexas ou de um operador capacitado a dirigir um veículo sobre
rodas, permitindo um aproveitamento melhor do espaço e um ganho de produtividade. Por esse
motivo, é comumente utilizada nas indústrias automobilísticas, agrícolas, mecânicas,
metalúrgicas e siderúrgicas.
O dimensionamento destes equipamentos está vinculado diretamente às normas de
fabricação e de segurança vigentes, portanto, pontes rolantes empilhadeiras também são muito
seguras e fáceis de serem manipuladas. Por fim, o peso máximo que a ponte é capaz de suportar
é a informação fundamental para evitar a sobrecarga do equipamento.
Fonte: <https://www.mfrural.com.br/detalhe/267060/ponte-rolante-capacidade-de-5-toneladas-schwanke/>.
9
Distintos componentes constituem uma ponte rolante, onde cada qual desempenha uma
função única e específica, os principais são: viga principal, cabeceira, caminho de rolamento,
carro, talha e rodas.
1.3
1.1
1.2
1.4
2.5.2 CABECEIRAS
As cabeceiras estão localizadas nos extremos da viga principal. Nelas estão as rodas e
motores, responsáveis pelo movimento da viga principal da ponte rolante, que por sua vez
deslizam sobre o caminho de rolamento. Na Figura 7 a cabeceira é representada por 1.2.
Fonte: <http://www.modularcranes.com.au/images/big_images/DSC03298.jpg.
12
3 DESCRIÇÃO DO ESCOPO
Projeto do Sistema de
Sinalização de Projeto do Carro (Trolley)
Transporte de Cargas
Segurança e Análise e Rodas Motoras
(Empilhadeira)
de Custos Norma NBR 8400
Norma NBR 8400
14
Nesta simulação o armazém atingiu sua limitação máxima de capacidade e precisa ser
expandido verticalmente para comportar maior quantidade de mercadorias em porta-paletes. As
medidas do armazém são as consideradas nesta representação do layout (Figura 10).
Para determinar a duração total do ciclo realizado pelo equipamento é necessário estimar
a duração de cada deslocamento realizado por este. Como o equipamento ainda está em sua fase
de projeto, não é possível a medição in loco, e, portanto, é necessária uma estimativa. Com base
na Norma NBR 8400, é possível determinar, para fins de projeto, as velocidades adequadas de
deslocamento para cada etapa do ciclo. Por se tratar de uma ponte empilhadeira para depósito
de estoque, o equipamento deve ser lento como pode ser observado na Tabela 3.
16
Para fins de projeto, foi considerado o maior percurso, realizado do ponto A ao ponto
B, conforme apresentado na Figura 12.
A
B
Movimentação do Trolley
• 63,92 segundos
(Deslocamento Horizonal em X)
Movimentação da Empilhadeira
• 26 segundos
(Deslocamento Vertical em Z)
Com base na duração teórica total de utilização, determinou-se o número de ciclos que o
equipamento realizará em 20 anos e, portanto, definiu-se sua Classe de Funcionamento.
Com dados acima delineados, por fim, resume-se na Tabela 6 todos os dados relevantes
para o pré-dimensionamento e projeto da ponte rolante empilhadeira:
4 CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA
Desta forma, considerando uma operação portuária de 24 horas, ficou definido para este
projeto que os mecanismos serão da Classe de Funcionamento V4.
0 (muito leve)
1 2 3 4
P=0
1 (leve)
2 3 4 5
P = 1/3
2 (médio)
3 4 5 6
P = 2/3
3 (pesado)
4 5 6 6
P=1
Grupos 1 2 3 4 5
𝑀𝑥 1 1 1 1,06 1,12
Com isso, os mecanismos a serem utilizados no projeto devem ser do grupo 4m.
24
6 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA
6.1 SOLICITAÇÕES
Entende-se por solicitação todo esforço a que um equipamento ou corpo está submetido.
Estas solicitações são base para a determinação das tensões atuantes na estrutura. Para o cálculo
destas tensões utilizou-se parâmetros críticos de operação, que são apresentados ao longo deste
projeto.
As solicitações principais podem ser definidas por ocorrerem devido ao peso próprio dos
elementos (𝑆𝑔 ) e devido à carga de serviço (𝑆𝑙 ). Foi considerada a situação mais crítica que cada
componente poderá experimentar durante sua vida útil.
Faixa de velocidade de
Equipamento Coeficiente Dinâmico ψ
elevação de carga (m/s)
1,15 0 < vL ≤ 0,25
Pontes e Pórticos Rolantes 1 + 0,6 vL 0,25 < vL < 1
1,6 vL ≥ 1
Fonte: NBR8400
𝜓 = 1,15
Fonte: NBR8400
ao movimento pendular da carga para pontes rolantes convencionais, entretanto, para este
projeto, as forças pendulares podem ser desconsideradas por serem substancialmente baixas
devido ao fato de a estrutura da empilhadeira, acoplada à ponte rolante, ser rígida.
Para esta análise foi necessária a verificação dos esforços para posterior definição dos
freios utilizados. Conforme a NBR 8400, a tabela Tabela 15 de “tempos de aceleração e
acelerações” define a aceleração máxima atingida pela ponte rolante para uma dada velocidade
a ser atingida.
O projeto da ponte rolante prevê a instalação de rodas sobre trilhos, estas que serão
responsáveis pelo deslocamento horizontal da ponte, tanto na direção 𝑥, quanto na direção 𝑦.
Estão previstas 4 rodas para o carro trolley e mais 2 rodas em cada cabeceira. De um total de 8
rodas, 4 serão motoras, 2 no carro trolley e 1 em cada cabeceira.
Com essa configuração é possível determinar a Força Normal suportada pelas rodas
motoras na frenagem (𝑁𝑟 ) em Newtons, dada pela Equação 1.
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑅𝑜𝑑𝑎𝑠
𝑁𝑟 = ∙ (𝑃𝑒𝑠𝑡 + 𝑃𝑒 + 𝑃𝑐 + 𝑃𝑡 ) (1)
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑅𝑜𝑑𝑎𝑠𝑀𝑜𝑡𝑜𝑟𝑎𝑠
𝑃𝑒𝑠𝑡 = Pesodaestrutura(N)
𝑃𝑒 + 𝑃𝑐 + 𝑃𝑡 = Somatóriodopesodaempilhadeira, dacargaedotrolley(N)
𝐹ℎ = 𝑁𝑟 ∙ 𝜇𝑎𝑡 (2)
𝜇𝑎𝑡 = Coeficientedeatrito(trilho × roda)
Por fim, é determinado a Aceleração / Desaceleração Média (𝐽𝑚 ) em m/s², dada por:
27
𝐹ℎ
𝐽𝑚 = (3)
(𝑃𝑒𝑠𝑡 + 𝑃𝑒 + 𝑃𝑐 + 𝑃𝑡 )/9,8
Como ainda não se determinou o Peso da estrutura (𝑃𝑒𝑠𝑡 ), esta equação será preservada
para um segundo momento, quando este trabalho abordar a frenagem das rodas.
Este projeto considera Caso I pois trata-se de uma ponte rolante instalada dentro de um
armazém, sem a influência de vento. Para este caso de solicitação levam-se em conta
carregamentos devidos a carga, peso próprio da estrutura e mecanismos, movimento pendular
da carga e efeitos do vento. Ressalta-se aqui a necessidade de multiplicar as solicitações devido
à carga pelo coeficiente dinâmico. Adicionalmente, todas as tensões devem ser multiplicadas
pelo coeficiente de majoração. A Tabela 16 determina as tensões admissíveis para cada caso de
solicitação.
O aço estrutural utilizado no projeto é determinado através da norma NBR 8400. A Tabela
17 determina a qualidade mínima do aço estrutural através da soma dos valores 𝑍𝑎 , 𝑍𝑏 e 𝑍𝑐 .
𝜎𝑙 𝑀𝑙 𝑀𝑙 𝜎𝑎 1
𝑍𝑎 = → 𝜎𝑙 = = = 𝜎𝑎 → 𝑍𝑎 = = (5)
0,5 ∙ (𝜎𝑎 ) 𝑊𝑥 𝑀𝑙 /𝜎𝑎 0,5𝜎𝑎 0,5
𝑍𝑎 = 2
Determina-se então uma espessura com base na chapa que será utilizada para fabricação
da viga. Neste caso, utilizou-se 𝑒 = 15,88 mm. Com isso é possível determinar a influência do
índice 𝑍𝑏 pela norma NBR 8400:
9
𝑍𝑏 (5𝑚𝑚 ≤ 𝑒 ≤ 20 𝑚𝑚) = 𝑒2 (6)
2500
𝑒 = espessuradachapa
𝑍𝑏 = 0,9078
No caso dimensionado, o 𝑍𝑐 não tem influência, pois este se aplica apenas a casos em que
o equipamento estará exposto a temperaturas abaixo de zero; que não é o caso, pois o
equipamento está sendo projetado para local cujas temperaturas oscilam entre 10 e 50℃.
𝑍 = 𝑍𝑎 + 𝑍𝑏 + 𝑍𝑐 (7)
𝑍 = 2,9078
30
Logo, de acordo com a Tabela 18, o grupo de qualidade seria o 2 (𝑍 ≤ 4). Portanto, o aço
selecionado, por reunir propriedades mecânicas adequadas ao projeto e ser facilmente
encontrado no mercado, foi o ASTM A-36. Este aço será utilizado em toda estrutura da ponte
rolante. As propriedades do aço ASTM A-36 estão descritas na Tabela 18 abaixo.
𝑀𝑚 = 𝜌𝐴36 ∙ 𝐴𝑡 (9)
𝑀𝑚 = MassaporMetro
𝜌𝐴36 = MassaEspecíficadoaçoA36|𝐴𝑡 = ÁreadaSeçãoTransversal
Devido às restrições do escopo deste projeto, visto que o espaço livre entre a altura
máxima do porta-paletes e o teto é de 2.200 mm, foi separado um espaço de 400 mm, abaixo,
para as cabeceiras e 500 mm, acima, para os mecanismos, da viga principal, logo, estabelece-
se que ℎ2 < ℎ1 < 1300mm.
As chapas comerciais, que serão utilizadas para fabricação das vigas principais, podem
ser encontradas nas seguintes espessuras: 6,35 mm, 7,94 mm, 9,53 mm, 11,11 mm, 12,70 mm,
15,88 mm, 19,50 mm, 22,23 mm, 25,40 mm, 31,75 mm, 44,45 mm, 50,80 mm, 63,50 mm e
76,20 mm (podendo variar em 0,20 mm para mais ou para menos, dependendo do fornecedor).
O vão livre entre os porta paletes do armazém possui 3 metros, para translação da
empilhadeira. Logo, o vão entre ambas as vigas, somado a espessura das vigas principais (𝑏1 e
𝑏2 ), não pode ser superior a 3 metros. Foi constatado que o espaço entre vigas tem 1.500 mm,
portanto, 𝑏1 tem que ser menor que metade de 1500 mm (750 mm). Estabelece-se então que
𝑏1 = 𝑏2 = 400 mm.
O Momento de Inércia em X (em milímetro) é então estabelecido pela Equação 10:
1 1
𝐼𝑥 = ∙ (𝑏1 ∙ 𝑒1 3 + 𝑒2 ∙ ℎ23 ) + (𝑏1 ∙ 𝑒1 ) ∙ (𝑒1 + ℎ2 )2 (10)
6 2
A NBR 8400 define 3 critérios de aprovação para as vigas projetadas, cujas medidas
devem ser definidas de forma que as tensões incidentes não resultem em uma deflexão vertical
superior a 1/2000 do seu comprimento (𝐿), não ultrapassem a tensão máxima admissível (𝜎𝑎 )
e nem a tensão de cisalhamento máxima (𝜏𝑎 ).
A deflexão vertical será dada pela Equação 14:
𝐿 (11)
𝛿𝑚á𝑥 =
2000
Portanto,
1
𝛿 < 𝛿𝑚á𝑥 = ∙ 23000 = 11.5mm
2000
Portanto,
Por fim, a tensão de cisalhamento máxima será dada pela Equação 16:
𝜎𝑎
𝜏𝑚á𝑥 = (13)
√3
Portanto,
A partir das vigas encontradas na Seção 6.3.2, a decisão final considerou a viga que, além
de representar o menor custo de fabricação, respeitaria as limitações de espaço do depósito.
Portanto, as vigas com ℎ2 ≥ 1.300 mm (ver Seção 6.3.2) não são aplicáveis ao projeto,
logo, desconsiderasse as vigas 1, 2 e 3 da Tabela 19.
35
Ainda que as vigas 4 e 5 fossem maiores que 1.300 mm, a folga restante tampouco
permitiria a instalação do equipamento, visto que existe um risco de projeto das medidas
realizadas serem maiores ou menores que as projetadas. Portanto, desconsiderou-se estas duas,
devido a folga ser de apenas 17,78 mm e 44,60 mm respectivamente.
Por fim, determina-se que a viga mais qualificada para este projeto seria a viga com ℎ2 =
1.180mm. Esta viga possui 9.331,50 kg, logo, como a ponte rolante é composta por duas vigas,
o peso total das vigas principais será de 18.663,00 kg; significa dizer que esta ponte rolante será
capaz de suportar cerca de 10% de seu peso próprio. Ela também é feita em chapas de 15,88
mm que é a 6ª menor chapa comercial (dentre 14 opções) e permite uma folga de 88,24 mm em
relação ao teto do armazém. A Figura 17 e Tabela 20 possuem os dados da nova viga.
Após a seleção das vigas-caixões mais adequadas para o projeto, pode-se finalmente obter
as solicitações diversas que atuam nestas vigas. Para o cálculo analítico, aborda-se apenas uma
única viga e analisa-se individualmente a solicitação devido ao peso próprio, e a solicitação
devido ao somatório dos pesos dos componentes, dos mecanismos e da carga, dividido por 2
(entende-se que a carga é distribuída entre cada viga).
Agora que o peso próprio da viga é conhecido, e sabe-se como é a distribuição da Massa
por Metro (Figura 18) como sendo de 𝑤1 = 3.815,01 N/m, conseguiu-se definir o cortante
máximo (𝑉𝑔 ) e o momento máximo (𝑀𝑔 ) neste elemento quando submetido ao próprio peso.
Portanto, obtém-se os valores, em módulo:
37
𝑉𝑔 = 44,44kN
𝑀𝑔 = 255,53kNm
𝑀𝑔
𝑆𝑔 = (14)
𝑊𝑥−𝑥
𝑆𝑔 = Solicitaçãomáximadevidoaopesoprópriodavigaprincipal
255,53kNm 2,56 ∙ 108 Nmm
𝑆𝑔 = = = 0,1745 ∙ 102 N⁄mm2
14.674 ∙ 103 mm3 14,67 ∙ 106 mm3
𝑆𝑔 = 17,45MPa
𝑉𝑔 𝑄 (15)
𝜏𝑔 =
𝐼𝑥𝑥 𝑡
𝜏𝑔 = Tensãodecisalhamentomáximadevidoaopesoprópriodaviga
44,44 ∙ 103 N ∙ 932,59 ∙ 104 mm3
𝜏𝑔 = = 1,47MPa
8,89 ∙ 109 mm4 ∙ 2 ∙ 15,88mm
𝜏𝑔 = 1,47MPa
38
𝑡 = 2 × espessura = 2𝑒 = 2 ∙ 15,88mm
𝑉𝑙 = 12,50kN
𝑀𝑙 = 143,75kNm
Portanto, agora é possível determinar a solicitação devido às cargas que incidem sobre a
ponte rolante (peso do trolley, peso da empilhadeira, etc).
𝑀𝑙
𝑆𝑙 = (16)
𝑊𝑥−𝑥
𝑆𝑙 = Solicitaçãomáximadevidoàcargaconcentradanavigaprincipal.
𝑆𝑙 = 9,82MPa
𝑉𝑙 𝑄 (17)
𝜏𝑙 =
𝐼𝑥𝑥 𝑡
𝜏𝑙 = Tensãodecisalhamentomáximadevidoàcargaconcentradanavigaprincipal
𝜏𝑙 = 0,41MPa
Agora que as informações que eram faltantes foram dimensionadas, logo, pode-se aferir
qual a solicitação que incide sobre a ponte rolante quando a mesma se desloca horizontalmente.
Assim como foi visto em 6.1.3, e pela Equação 19, tem-se que:
4
𝑁𝑟 = (177.767N + 50.000N) = 2 ∙ (227.767N) (19)
2
𝑁𝑟 = 455.534N
𝐹 (21)
𝐽𝑚 =
𝑚 + 𝑚1
40
𝑚 = massatotaldaponterolantepropriamentedita|𝑚1 = massadacargasuspensa.
68.330N 68.330N
𝐽𝑚 = = = 2,94m/s²
(207.767 + 20.000)/9,81 23.217,84kg
De acordo com a Tabela 15 o valor 𝐽𝑜𝑝 = 0,098 m/s² é menor que o valor 𝐽𝑚 , logo, deve-
se utilizar o valor de𝐽𝑚, no dimensionamento. Pode-se determinar então o tempo médio de
duração da aceleração (ou desaceleração):
𝑉 0,40m/s (22)
𝑇𝑚 = = = 0,14segundos
𝐽𝑚 2,94m/s²
𝐹𝑐𝑚 = 𝑚2 ∙ 𝐽𝑚 (23)
𝑚2 = massadacarga
20.000N
𝐹𝑐𝑚 = ∙ 2,94m/s² = 5.993,88N → 𝐹𝑐𝑚 = 6kN
9.81m/s2
𝑃𝑐 20.000N (24)
𝜇= = = 0.088
𝑃 227.676N
De acordo com a norma o esforço horizontal a considerar deve ser no mínimo 1/30 da
carga sobre as rodas motoras (225.490 N) e no máximo 1/4 desta carga, como 7,51 kN < 12 kN
< 56,37 kN, o valor encontrado pode ser utilizado.
𝑉ℎ = 6kN
𝑀ℎ = 69kNm
𝑀ℎ
𝑆ℎ = (26)
𝑊𝑦−𝑦
𝑆ℎ = Solicitaçãomáximadevidoàforçahorizontalnavigaprincipal
69kNm 69 ∙ 106 Nmm
𝑆ℎ = = = 13,61N/mm2
5,07 ∙ 106 mm3 5,07 ∙ 106 mm³
𝑆ℎ = 13,61MPa
𝑉ℎ ∙ 𝑄
𝜏ℎ = (27)
𝐼𝑥𝑥 ∙ 𝑡
𝜏ℎ = Tensãodecisalhamentomáximadevidoàforçahorizontalnavigaprincipal
6 ∙ 103 N ∙ 932,59 ∙ 104 mm3
𝜏ℎ = = 0,20N/mm²
8,89 ∙ 109 mm4 ∙ 2 ∙ 15,88mm
𝜏ℎ = 0,20MPa
42
6.6.2 VERIFICAÇÕES
a) As tensões verticais:
- Tensão devido ao próprio peso: 𝑆𝑔 = 17,45MPa < 166MPa → APROVADO.
- Tensão devido a carga concentrada: 𝑆𝑙 = 9,82MPa < 166MPa → APROVADO.
- Tensão a que a estrutura é submetida durante a subida da carga: 𝑆𝑔 + 𝜓𝑆𝑙 < 166MPa
Para este último caso, tem-se que:
𝑆𝑔 + 𝜓𝑆𝑙 = 17,45MPa + 1,15 ∙ 9,82MPa = 28,74MPa < 166MPa →APROVADO.
b) As tensões horizontais:
- Tensão devido ao deslocamento horizontal da estrutura: 𝑆ℎ = 13,61MPa <
166MPa → APROVADO.
43
2
𝜎𝑒𝑞 = Mx √(𝑆𝑔 + 𝜓𝑆𝑙 + 𝑆ℎ ) + 3𝜏𝑥𝑦
2
(28)
(𝜋 2 𝐸) 𝑒 2 (29)
𝜎𝑅𝐸 = ( )
12(1 − 𝜂2 ) 𝑏
𝐸 = MódulodeElasticidade|𝜂 = CoeficientedePoisson|𝑒 = EspessuradaChapa|
𝑏 = Dimensãodovãonosentidoperpendicularaosesforçosdecompressão
𝜋 2 ∙ 200GPa 15,88mm 2
𝜎𝑅𝐸 = ( ) = 0,2849GPa = 284,90MPa (30)
12(1 − 0,302 ) 400mm
Para determinação das tensões críticas, a norma NBR 8400 utiliza-se das tensões de
compressão e tração incidentes na parte superior e inferior, respectivamente:
𝐾𝜎 = 23,9
4 4
𝐾𝜏 = 5,34 + → 𝐾𝜏 = 5,34 + = 5,78 → 𝐾𝜏 = 5,78 (36)
𝛼 2 (3,03)2
𝑉
Agora é possível determinar as tensões críticas de flambagem 𝜎𝑐𝑟 e para casos de
𝑉
cisalhamento 𝜏𝑐𝑟 , conforme os valores obtidos na Equação 36:
a) Tensão crítica:
𝑉
𝜎𝑐𝑟 = 𝐾𝜎 ∙ 𝜎𝑅𝐸 ≥ 𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (37)
𝑉
𝜎𝑐𝑟 = 23,9 ∙ 284,90MPa = 6.809MPa ≥ 42,35MPa
b) Cisalhamento crítico:
𝑉
𝜏𝑐𝑟 = 𝐾𝜏 ∙ 𝜎𝑅𝐸 ≥ ∑𝜏 (38)
𝑉
𝜏𝑐𝑟 = 5,78 ∙ 284,90MPa = 1.646,72MPa ≥ 2,08MPa
Determina-se então a tensão crítica de comparação, que pela norma NBR 8400, é definida
como:
𝑉
√∑𝜎 2 + 3∑𝜏 2 (39)
𝜎𝑐𝑟,𝐶 =
1 + 𝜃 ∑𝜎 √ 3 − 𝜃 ∑𝜎 2 ∑𝜏 2
4 ∙ 𝑉 + ( 4 ∙ 𝑉 ) + ( 𝑉)
𝜎𝑐𝑟 𝜎𝑐𝑟 𝜏𝑐𝑟
𝑉
√42,352 + 3 ∙ 2,082
𝜎𝑐𝑟,𝐶 = = 6.694MPa
2
1 + (−1) 42,35 √ 3 − (−1) 42,35 2,08 2
∙ + ( ∙ ) +(
4 6.809 4 6.809 1.626,72)
Caso de
Solicitação Caso 1 Caso 2 Caso 3
Tipos de Solicitação
Painel
Flambagem 1,71 + 0,180(𝜃 − 1) 1,50 + 0,125(𝜃 − 1) 1,35 + 0,075(𝜃 − 1)
Inteiriço
localizada de
Painel
elementos planos 1,50 + 0,075(𝜃 − 1) 1,35 + 0,050(𝜃 − 1) 1,25 + 0,025(𝜃 − 1)
Parcial
Flambagem localizada de
1,70 1,50 1,35
elementos curvos
Fonte: NBR 8400.
47
Relembrando a Seção 6.2 deste trabalho, onde foi determinado o Caso 1 como sendo o
pertinente a este projeto, tem-se que, para painéis inteiriços, o coeficiente será dado por:
6.694MPa (42)
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 4.958,52MPa
1,35
Como 42,50 MPa < 4,96 GPa, tem-se que a viga está APROVADA neste critério.
A norma NBR 8400 afirma que as vigas principais deverão ser projetadas considerando
uma contra flecha de valor igual à deflexão causada pelo peso próprio do carro e mais 50% da
soma do peso próprio do carro e da carga máxima. Este requisito fica a critério do fabricante,
caso o valor da contra flecha calculado seja inferior a 5mm, ou L/2000, o que for maior. Neste
caso, para 𝐿 = 23.000 mm, 𝐿⁄2000 = 11,5mm.
A contra flecha foi um dos critérios bases para o dimensionamento desta viga-caixão e,
portanto, verifica-se novamente, agora com os valores já conhecidos:
5 ∙ 𝑃1 ∙ 𝐿3
𝛿𝑔 = (43)
384 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝛿𝑔 = Flechadevidoaopesoprópriodaviga(𝑃1 )
48
𝑃2 ∙ 𝐿3 (44)
𝛿𝑙 =
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝛿𝑙 = Flechadevidoaopesodacargaedotrolley(𝑃2 )
25kN ∙ 23.0003 mm³
𝛿𝑙 = = 3,56mm
48 ∙ 200GPa ∙ 2,64 ∙ 109 mm4
𝛿 = 𝛿𝑔 + 𝛿𝑙 = 11,48mm (45)
De modo a refinar os resultados obtidos no cálculo analítico, foram feitas análises para
ilustrar e confirmar a operacionalidade das vigas principais dimensionadas. Através dos
recursos de Elementos Finitos do software SolidWorks Simulation, as vigas puderam ser
modeladas a partir dos perfis calculados e submetidas aos mesmos esforços e condições de
contorno considerados no cálculo analítico. Na Figura 22 está apresentada a malha adotada para
a análise das vigas principais.
Figura 25 – Distribuição dos deslocamentos ao longo das vigas principais – resultado deformado
CABECEIRA
Agora que o peso próprio da viga é conhecido, e sabe-se a distribuição da Massa por
Metro da Cabeceira (𝑀𝑚𝑐 ) (Figura 28) como sendo de 1984,18 N/m, conseguimos definir o
cortante máximo (𝑉𝑔 ) e o momento máximo (𝑀𝑔 ) neste elemento quando submetido ao próprio
peso. Portanto, obtém-se os valores, em módulo:
𝑉𝑔𝑐 = 3,41kN
𝑀𝑔𝑐 = 3,01kNm
53
𝑀𝑔𝑐
𝑆𝑔𝑐 = (46)
𝑊𝑥−𝑥
𝑆𝑔𝑐 = Solicitaçãomáximadevidoaopesoprópriodacabeceira
3,01kNm 3,01 ∙ 106 Nmm
𝑆𝑔𝑐 = = = 1,44 N⁄mm2
2.089 ∙ 103 mm3 2,09 ∙ 106 mm3
𝑆𝑔𝑐 = 1,44MPa
𝑉𝑔 𝑄
𝜏𝑔𝑐 = (47)
𝐼𝑥𝑥 𝑡
𝜏𝑔𝑐 = Tensãodecisalhamentomáximadevidoaopesoprópriodacabeceira
3,41 ∙ 103 N ∙ 129,41 ∙ 104 mm3
𝜏𝑔𝑐 = = 0,28MPa
3,13 ∙ 108 mm4 ∙ 2 ∙ 25,4mm
𝜏𝑔𝑐 = 0,28MPa
𝑡 = 2 × espessura = 2𝑒 = 2 ∙ 25,4mm
Esta análise considerará o peso concentrado nos postos de engaste das vigas principais
nas vigas de cabeceira. Portanto, é preciso conhecer as cargas que estão incidindo nas
cabeceiras. As cargas consistem no somatório do peso das vigas, somando o peso do trolley, da
carga, da empilhadeira e dos demais mecanismos e componentes, considera-se um total de 50
kN dividido para 2 vigas e, então tem-se 25 kN distribuídos entre 4 pontos de apoio das
cabeceiras.
54
𝑉𝑙𝑐 = 56,94kN
𝑀𝑙𝑐 = 49,72kNm
Portanto, agora é possível determinar a solicitação devido às cargas que incidem sobre a
ponte rolante (peso do trolley, peso da empilhadeira, etc).
𝑀𝑙𝑐 (48)
𝑆𝑙𝑐 =
𝑊𝑥−𝑥
𝑆𝑙𝑐 = Solicitaçãomáximadevidoàscargasconcentradasnacabeceira.
49,72kNm 4,92 ∙ 107 Nmm
𝑆𝑙𝑐 = = = 0,2380 ∙ 102 N⁄mm2
2.089 ∙ 103 mm3 2,09 ∙ 106 mm3
𝑆𝑙𝑐 = 23,80MPa
𝑉𝑙𝑐 𝑄 (49)
𝜏𝑙𝑐 =
𝐼𝑥𝑥 𝑡
𝜏𝑙𝑐 = Tensãodecisalhamentomáximadevidoàcargaconcentradanavigaprincipal
49,22 ∙ 103 N ∙ 129,41 ∙ 104 mm3
𝜏𝑙𝑐 = 8 4
= 4,05N/mm2
3,13 ∙ 10 mm ∙ 2 ∙ 25,4mm
𝜏𝑙𝑐 = 4,05MPa
55
6.7.3 VERIFICAÇÕES
e) As tensões verticais:
- Tensão devido ao próprio peso: 𝑆𝑔𝑐 = 1,44MPa < 166MPa → APROVADO.
- Tensão devido a carga concentrada: 𝑆𝑙𝑐 = 23,80MPa < 166MPa → APROVADO.
- Tensão a que a estrutura é submetida na subida da carga: 𝑆𝑔𝑐 + 𝜓𝑆𝑙𝑐 < 166MPa
Para este último caso, tem-se que:
𝑆𝑔𝑐 + 𝜓𝑆𝑙𝑐 = 1,44MPa + 1,15 ∙ 23,80MPa = 28,82MPa < 166MPa →APROVADO.
2
𝜎𝑒𝑞 = Mx √(𝑆𝑔𝑐 + 𝜓𝑆𝑙𝑐 + 𝑆ℎ𝑐 ) + 3𝜏𝑥𝑦
2 (50)
𝑐
Assim como foi feito para a flambagem localizada nas vigas principais, repetem-se os
mesmos cálculos nas cabeceiras para averiguar a flambagem localizada neste componente da
Ponte Rolante Empilhadeira.
(𝜋 2 𝐸) 𝑒 2 (51)
𝜎𝑅𝐸 = ( )
12(1 − 𝜂2 ) 𝑏
𝐸 = MódulodeElasticidade|𝜂 = CoeficientedePoisson|𝑒 = EspessuradaChapa|
𝑏 = Dimensãodovãonosentidoperpendicularaosesforçosdecompressão
𝜋 2 ∙ 200GPa 25,4mm 2
𝜎𝑅𝐸 = ( ) = 1,752GPa = 1.752,00MPa
12(1 − 0,302 ) 258mm
a) Relação para 𝜃:
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜
𝜃= (55)
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜
28,82
𝜃= = −1
−28,82
b) Relação para 𝛼:
𝑎
𝛼= (56)
𝑏
57
𝑎 = Alturadaviga
300mm
α= = 1,1628
258mm
Conforme foi determinado antes, tem-se para este mesmo caso a flexão pura, com 𝜃 <
−1, caso 3; e cisalhamento puro, 5.
Logo, a tensão de referência de Euler será multiplicada pelos coeficientes de
flambagem localizada, 𝐾𝜎 e 𝐾𝜏 , determinados abaixo:
𝐾𝜎 = 23,9
4 4 (57)
𝐾𝜏 = 5,34 + 2
→ 𝐾𝑡 = 5,34 + = 8,2984 → 𝐾𝑡 = 8,30
𝛼 (1,1628)2
𝑉
Agora é possível determinar as tensões críticas de flambagem 𝜎𝑐𝑟 e para casos de
𝑉
cisalhamento 𝜏𝑐𝑟 , conforme os valores obtidos acima:
c) Tensão crítica:
𝑉
𝜎𝑐𝑟 = 𝐾𝜎 ∙ 𝜎𝑅𝐸 ≥ 𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (58)
𝑉
𝜎𝑐𝑟 = 23,9 ∙ 1.752MPa = 41.872MPa ≥ 28,82MPa
d) Cisalhamento crítico:
𝑉
𝜏𝑐𝑟 = 𝐾𝜏 ∙ 𝜎𝑅𝐸 ≥ ∑𝜏 (59)
𝑉
𝜏𝑐𝑟 = 8,30 ∙ 1.752MPa = 14.541,60MPa ≥ 4,33MPa
Determina-se então a tensão crítica de comparação, pela Equação 42, vista anteriormente.
𝑉
√28,822 + 3 ∙ 4,332
𝜎𝑐𝑟,𝐶 = = 39.709,80MPa
2 2
1 + (−1) 28,82 √ 3 − (−1) 28,82 4,33
∙ 41.872 + ( ∙ 41.872) + ( )
4 4 14.541,60
(60)
𝜎𝑐𝑝 = √28,822 + 3(4,33)2 = 29,78MPa
39.598,17MPa (61)
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 29.415MPa
1,35
Como 29,78 MPa < 29,41 GPa, tem-se que a viga está APROVADA neste critério.
A norma NBR 8400 afirma que as vigas principais deverão ser projetadas considerando
uma contra flecha de valor igual à deflexão causada pelo peso próprio do carro e mais 50% da
soma do peso próprio do carro e da carga máxima. Este requisito fica a critério do fabricante,
caso o valor da contra flecha calculado seja inferior a 5 mm, ou L/2000, o que for maior. Neste
caso, para 𝐿 = 3.956,40 mm, 𝐿⁄2000 = 1,98mm,logo, 𝛿 < 5 mm.
A contra flecha foi um dos critérios bases para o dimensionamento desta viga-caixão e,
portanto, verifica-se abaixo novamente, agora com os valores já conhecidos:
5 ∙ 𝑃𝑐1 ∙ 𝐿3
𝛿𝑔𝑐 = (62)
384 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝛿𝑔𝑐 = Flechadevidoaopesoprópriodacabeceira(𝑃𝑐1 )
5 ∙ 7,85kN ∙ 3.956,403 mm3
𝛿𝑔𝑐 = = 0,10mm
384 ∙ 200GPa ∙ 3,13 ∙ 108 mm4
𝑃2 ∙ 𝐿3 (63)
𝛿𝑙 =
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝛿𝑙 = Flechadevidoaopesodacargaedotrolley(𝑃2 )
113,88kN ∙ 3.956,403 mm³
𝛿𝑙 = = 2,34mm
48 ∙ 200GPa ∙ 3,13 ∙ 108 mm4
(64)
59
𝛿 = 𝛿𝑔 + 𝛿𝑙 = 2,44mm
Portanto, não há necessidade de contraflecha, visto que 2,44mm < 5mm, então, a
viga está APROVADA pelo critério da deflexão.
Novamente, foram feitas análises da estrutura, através dos recursos de Elementos Finitos
do software SolidWorks Simulation. As vigas foram modeladas a partir dos perfis acima, e
submetidas aos mesmos esforços e condições de contorno considerados no cálculo analítico.
Importante notar que, os modelos analisados numericamente são “corpos de prova”, que
representam uma versão simplificada do modelo verdadeiro, mas que preservam todas as suas
características estruturais e físicas.
A Figura 30 mostra a distribuição das tensões ao longo da cabeceira, para uma análise
considerando apenas o peso próprio da viga. Conforme esperado, o peso próprio da viga não
tem grande impacto na estrutura e o resultado nos permite enxergar que o centro da viga, que
representa o ponto mais crítico, é submetido a uma tensão entre 1,29 MPa e 0,65 MPa,
correspondente à faixa azul clara, resultando em uma deformação de apenas 0,0023 mm
conforme visto na escala 10.000:1 na Figura 31.
Uma análise numérica mais fiel a realidade consiste na aplicação do peso das vigas
principais, da capacidade de carga máxima e do peso do trolley sobre a cabeceira. Para isso, foi
necessário dimensionar os parafusos adequados para união entre a cabeceira e as vigas
principais, de modo que fosse possível determinar a relação entre elas. É o que será apresentado
na Seção 6.8 adiante.
Para estudo e análise numérica do conjunto formado entre vigas principais e cabeceiras,
foi vital a determinação dos estojos que deverão conectar ambas as partes. A cabeceira
desenvolvida inspirada em um modelo comercial teve seus padrões de parafusos alterados para
atender adequadamente a este projeto. As soldas necessárias foram brevemente analisadas.
Como não se optou por utilizar vigas pré-fabricadas, é fundamental avaliar-se quais as
soldas devem ser aplicadas nas vigas dimensionadas. Neste trabalho é feita uma breve
abordagem sobre as soldas utilizadas para fabricação das vigas dimensionadas.
62
Para o aço ASTM A36 que compõe toda a estrutura, utilizam-se eletrodos E60 e E70, do
tipo comum ou baixo hidrogênio. Estes tipos de eletrodos possuem valores elevados de
resistência a ruptura, optou-se pela utilização do E60 devido à resistência a ruptura de 415 MPa,
segundo PFEIL, (1995).
A norma 8400 aponta que, para as vigas dimensionada neste projeto, a classificação é a
𝐾0 , que corresponde aos de elementos com pouco risco de ruptura, conforme Tabela 23:
Dentre os biseis padrões da indústria, optou-se pelo ângulo de 37,5° ± 3° com uma
abertura de raiz com 3 mm e tamanho de 3 mm. O formato característico para solda desta viga
é o “meio V”, conforme Figura 34. A solda se classifica como Qualidade Comum (Q.C.).
A montagem da viga caixão consistirá na solda da base horizontal com a chapa vertical,
sendo a segunda possuinte do bisel. A distância da extremidade lateral da base até a região de
solda é de 50 mm (𝑟1). Opta-se pelo uso de polaridade inversa, pois tem maior taxa de deposição
e menor penetração, uma vez que existe acesso pelos dois lados da viga para solda. Desta forma
serão montadas 2 peças que serão soldadas entre si, no formato da viga-caixão final.
63
Nesta montagem final, das duas peças, será necessário alterar a corrente contínua de
inversa para direta. Deste modo, aumenta-se a taxa de penetração, uma vez que não tem-se mais
acesso ao lado interno da viga. Os procedimentos de soldagem adotados são baseados na norma
AWS-1.
Isto significa dizer que 𝑟1 da viga-caixão (ver 6.5) deve ter, pelo menos, 9,12 mm.
Nesta próxima etapa, deve-se determinar o fator R que servirá para determinação do valor
da tensão que a solda resistirá. Como vimos nos Itens 6.6.1.1 e 6.6.1.2, a tensão máxima devido
ao peso próprio é de 𝑆𝑔 = 17,45 MPa e devido a carga máxima é de 𝑆𝑙 = 9,82 MPa. Portanto,
as soldas devem resistir a tensão mínima 𝜎𝑚í𝑛 e máxima 𝜎𝑚á𝑥 de:
𝜎𝑚í𝑛 = 𝑀𝑥 ∙ 𝑆𝑔 (66)
(67)
𝜎𝑚á𝑥 = 𝑀𝑥 (𝑆𝑔 + 𝜓 ∙ 𝑆𝑙 )
𝜎𝑚á𝑥 = 1,06 ∙ (17,45MPa + 1,15 ∙ 9,82MPa) = 28,74MPa
𝜎𝑚í𝑛
𝑅= (68)
𝜎𝑚á𝑥
18,50MPa
𝑅= = 0,6437
28,74MPa
64
Logo, a tensão de solda será dada por 𝜎𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 = 175MPa e, portanto, é suficiente para
suportar a maior tensão exercida sobre a viga principal (𝜎𝑚á𝑥 =28,74 MPa). Isso é constatado
através do coeficiente de segurança, dado pela Equação 69. Como 𝐶𝑆𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 > 1 a solda
dimensionada foi APROVADA.
𝜎𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 (69)
𝐶𝑆𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 =
𝜎𝑚á𝑥
175MPa
𝐶𝑆𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 = = 6,089 → APROVADA.
28,74MPa
A mesma abordagem e premissas que foram consideradas na Seção 6.8.1 serão adotadas
para solda das vigas-caixão das cabeceiras. Portanto, para não haver redundância, parte-se
diretamente para o cálculo do cordão de solda.
65
Portanto, concluímos que, de forma equivalente que a solda está aprovada, visto que:
Não é o objetivo deste trabalho abordar de forma aprofundada os ensaios não destrutíveis
a serem aplicados. Como breve citação, devido à relevância para a fabricação das vigas
soldadas, o processo de soldagem, após finalizado, deve ser verificado através de ensaios como
Líquido Penetrante e Ultrassom. Estes ensaios, quando executados pelo procedimento correto,
permitirão identificar defeitos como trincas, vazios e outros.
a) Forças paralelas aos planos de junção (𝐹𝑝 ) – tendem a fazer deslizar as peças em
contato. Identificadas pela Equação 71:
66
𝜇 ∙ 𝑇𝑝
𝐹𝑝𝑎 = ∙ 𝑛𝑎𝑡 (71)
𝐹𝑆𝑝
𝑇𝑝
𝑁𝑎 = (72)
𝐹𝑆𝑁
O esforço limite admissível (𝑁𝑎 ) será definido pela divisão entre o esforço de tração
(𝑇𝑝 ) exercido sobre o parafuso após o aperto e o coeficiente de segurança (𝐹𝑆𝑁 ), dado pela
Tabela 25.
Tabela 25 – Coeficientes de Segurança, 𝐹𝑆𝑁
(73)
67
𝜇(𝑇𝑝 − 𝑁)
𝐹𝑝𝑎 = ∙ 𝑛𝑎𝑡
𝐹𝑆𝑝
Para o cálculo analítico dos esforços atuantes nas juntas parafusadas, deve-se
compreender que as tensões que atuarão sobre a união parafusada serão dadas pelo Item b da
Seção 6.8.4, pois as vigas principais estão apoiadas sobre a viga de cabeceira, como pode ser
visto na Figura 36, portanto as forças são perpendiculares ao ponto de junção. Assim define-se
que seriam necessários 6 parafusos para cada ponto de fixação. Para cada viga principal, têm-
se 2 pontos de fixação, um em cada extremidade, um em cada cabeceira.
CargaMáxima + Trolley
PesodaVigaPrincipal + (74)
𝑁𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎 = 2
QuantidadedeApoios
88,88kN + 25kN
𝑁𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎 = = 56,94kN
2
𝑁𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎
𝑁 = 𝑁𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜𝑠 = (75)
QuantidadedeParafusos
56,94kN
𝑁𝑝𝑎𝑟𝑎𝑓𝑢𝑠𝑜𝑠 = = 9,49kN
6
esforço que configurará a tensão mínima necessária a ser aplicada no parafuso para suportar as
solicitações da ponte rolante empilhadeira:
𝑇𝑝 = 𝑁𝑎 ∙ 𝐹𝑆𝑁 (76)
𝑇𝑝 = 9,49kN ∙ 1,65 = 15,66kN
A norma NBR 8400 estabelece que a tensão admissível em parafusos de alta resistência:
𝜎𝑎 = 0,7𝜎𝑒 (77)
𝑇𝑝 (78)
𝐴𝑡 = ∴ 𝑆𝑝 = 𝜎𝑎 = 0,7𝜎𝑒
𝑆𝑝
15.660N
𝜎𝑒 𝑚í𝑛 = = 38,88MPa
0,7 ∙ 561mm2
Portanto,
𝜎𝑎 𝑚í𝑛 = 27,22MPa
A partir dos valores obtidos para 𝜎𝑒𝑚í𝑛 e 𝜎𝑎𝑚í𝑛 estabelece-se que o material mais
adequado para este caso é o ISO 3.6 com 𝜎𝑟 = 300MPa, 𝜎𝑒 = 180MPa e, logo, 𝜎𝑎 =
126MPa.
Figura 37 – Montagem entre viga cabeceira (modelo como “corpo de prova”) e vigas principais.
Figura 38 – Carga aplicada e dimensões dos parafusos de suporte das vigas principais.
As tensões que tangem 98,87 MPa na análise numérica são decorrentes de pontos de
concentração de tensões que surgem em virtude da simplificação do objeto de estudo em um
formato de “corpo de prova”. O modelo possui cantos vivos que não existem na realidade, pois
estas perpendicularidades, no objeto, seriam atenuadas por um raio de adoçamento. Uma análise
mais refinada seria considerando os raios de adoçamento entre as superfícies perpendiculares
ou considerando a aplicação de uma malha menor. Entretanto, ainda que alta a tensão
encontrada, ela é abaixo da tensão máxima admissível e, portanto, não representa um risco para
o projeto.
Esta Seção é exclusivamente para mostrar os resultados das análises numéricas sobre a
montagem final de ambas as vigas principais com as cabeceiras projetadas. Importante notar as
escalas adotadas para cada uma das imagens.
Figura 43 – Distribuição das deformações sobre o sistema montado – resultado deformado 200:1.
7 DETERMINAÇÃO DA EMPILHADEIRA
1. Polia.
2. Torre de Elevação.
3. Corrente / Cabo de elevação.
4. Alavanca de Controle.
5. Sistema Hidráulico.
6. Plataforma de Carregamento.
7. Garfos / Forquilha.
1 2
7
4
6
Fonte: <https://www.mfrural.com.br/detalhe/267060/ponte-rolante-capacidade-de-5-toneladas-schwanke/>,
adaptado pelos autores (2022).
Como visto no escopo do projeto, os garfos deverão ser tão longos quanto necessário para
transportar paletes com comprimento de até 1.000 mm e largura de 1.200 mm. As empilhadeiras
comerciais, utilizadas para estes mesmos fins, sugerem o projeto de pares de garfos de garra
com comprimentos entre 1.067 e 2.438 mm, conforme Tabela 26. Os garfos de garra são o tipo
de garfos mais comum para equipamentos de até 7 toneladas. A Figura 45 permite-nos ver as
principais partes que compõem os garfos deste tipo para uma empilhadeira. A seleção dos
garfos depende principalmente da carga a ser transportada e, portanto, deverão estar aptos a
suportar, pelo menos, a carga de projeto de 20 kN.
Os garfos da empilhadeira devem ser selecionados de forma que cada garfo consiga
suportar uma fração igual da carga máxima de projeto (20 kN) do equipamento. A empilhadeira
deste projeto possui apenas 2 garfos e, portanto, cada um individualmente deve conseguir
suportar, pelo menos, 10 kN de carga em seu centro de massa. Entretanto, não é intuitivo definir
onde está o centro de massa dos garfos da empilhadeira, uma vez que, os garfos de
empilhadeiras tradicionais são projetados com um chanfro para facilitar o acesso às cargas e
servir de alívio de massa. Portanto, o centro de massa do garfo da empilhadeira é levemente
deslocado em direção a plataforma de carregamento da empilhadeira, como na Figura 46.
𝐿𝑔𝑎𝑟𝑓𝑜
Fonte: Produzido pelos Autores.
A partir desta premissa, foi estipulado que o centro de massa da carga máxima de 20 kN
deverá ficar entre 500 mm e 600 mm da plataforma de carregamento do garfo, a depender da
posição do palete sobre a empilhadeira, pois corresponde ao ponto médio de cada lateral do
palete de 1.000 mm × 1.200 mm, respectivamente. Portanto, como a distância de 600 mm
configura-se mais crítica, devido aos esforços de flexão, o garfo deverá possuir um
77
comprimento de, pelo menos, 2 vezes 600 mm. Adota-se, portanto, um garfo com 1.372 mm de
comprimento, conforme catálogo da fabricante, representado na Tabela 26. Nota-se que a carga
mínima do catálogo da fabricante (2,5 ton) é superior ao peso máximo suportado para esta ponte
rolante empilhadeira (2 ton), logo, é necessário verificar se estas dimensões podem ser
melhoradas para a carga deste projeto, a fim de reduzir os custos com o material de fabricação
dos garfos.
Figura 47 – Objetos de teste e simulação da empilhadeira com carga de 2 toneladas sobre palete.
Como neste trabalho o objetivo é a seleção da empilhadeira mais adequada para a carga
máxima suportada (20 kN), optou-se pela simulação computacional através do software
SolidWorks Simulation dos esforços aplicados ao garfo selecionado na Seção 7.2.1, no intuito
de verificar se as medidas adotadas são de fato aplicáveis e se poderiam ser otimizadas sem
perder a operacionalidade dos garfos.
A simulação abaixo, representada pela Figura 48, foi o teste para verificar se os garfos
selecionados suportam uma carga projetada com cerca de 2 toneladas disposta sobre um palete.
O centro de massa da carga está sobre 𝐿𝑔𝑎𝑟𝑓𝑜 = 600 mm. Esta simulação permite concluir que
a viga atende as expectativas do projeto. Para o material dos garfos na simulação utilizou-se
liga de aço com 𝜎𝑒 = 620MPa.
78
Figura 48 – Simulação dos esforços nos garfos da empilhadeira quando submetida a carga nominal.
Figura 49 – Simulação das deformações reais nos garfos e resultado deformado (aumentado 10x).
79
Apesar das tensões máximas resultarem em cerca de 330 MPa, enquanto este valor seria
crítico para o aço A-36 com limite de escoamento de 250 MPa, para o aço liga as tensões
máximas resultantes são próximas da metade de seu limite de escoamento (620 MPa) e,
portanto, não sugerem um risco ao projeto. Por outro lado, as deformações são relativamente
altas, atingindo cerca de 6,196 mm no ponto mais crítico, a ponta do garfo. Entretanto, neste
caso não se aplica os critérios abordados na norma NBR 8400 ao longo deste trabalho, ficando
a cargo da norma ISO 2328 para dimensionamento de empilhadeiras. Como não é objetivo deste
trabalho aprofundar-se na norma ISO 2328, inferiu-se que os garfos, por estarem apresentados
em um catálogo comercial, este já respeite as normas vigentes e o componente seja
perfeitamente funcional para uma carga menor que a sua carga nominal (2,5 toneladas).
Optou-se assim por manter os garfos selecionados pelo catálogo comercial e não alterar
as suas medidas, pois não representariam um ganho efetivo no custo de fabricação da ponte
rolante como um todo e poderiam comprometer a eficiência do equipamento. Para todo fim,
este excesso de carga poderá ser visto como um fator de segurança ao projeto, uma redundância.
Visto pela Seção 4.3 – Tabela 9 que a empilhadeira será solicitada de forma recorrente para
transporte de cargas entre 1/3 e 2/3 da carga nominal, a redundância de suportar 500 kg acima
da carga nominal de 2 ton impactará na vida útil do equipamento (embora não deva haver, em
hipótese alguma, casos deste tipo de solicitação – acima de 2 toneladas – visto que os demais
componentes estruturais não foram projetados para esse excesso). Conclui-se, por fim, que, por
não comprometer a estrutura e nem a funcionalidade da ponte rolante empilhadeira, pode-se
seguir o projeto com os garfos selecionados comercialmente.
Entretanto, as verificações que competem à norma ISO 2328:1993, que rege o projeto dos
garfos de empilhadeiras, bem como da empilhadeira como um todo, devem ser levadas em
80
consideração para aprovar este componente. Como esta norma não será aprofundada neste
trabalho, estas verificações analíticas será deixada para os trabalhos futuros.
A torre da empilhadeira projetada para este projeto deve possuir altura suficiente para
transportar a carga com altura máxima de 1,2 metros até o último andar dos porta-paletes
situado a 6,5 metros acima do chão. Assim, considerando que as cabeceiras possuem cerca de
350 mm de altura e a ponte rolante mais 1.211,76 mm, logo, a empilhadeira deve ter uma
estrutura com altura total entre 8,05 e 9,26 metros de altura, a depender do ponto de fixação da
mesma no trolley da ponte rolante.
Com isso, e os conceitos já abordados nas seções anteriores deste trabalho, foi possível
simular uma estrutura próxima ao que seria utilizada na ponte rolante e visualizar como seriam
os esforços e as deformações em 2 casos críticos, no ponto de partida da torre, com altura = 0,
e na extremidade com altura = 6,5 metros. Considera-se para fins de simulação numérica a
estrutura como estando engastada no “teto”; equivalente dizer que o equipamento está acoplado
ao trolley da ponte rolante.
Para a simulação foram adotadas vigas do tipo C pré-fabricadas em Aço A-36, duas
vigas ISO CH 400 x 59 para estrutura principal e 11 vigas ISO CH 100 x 10 para união de
ambas. A estrutura foi testada com a ação do peso próprio, somado ao peso do garfo e ao peso
da carga nominal pelo acoplamento Classe 2 com 407 mm de distância entre os grampos nas
costas dos garfos, como pode ser visto na Figura 50.
Figura 50 – Malha utilizada para simulação – modelo de torre simplificada (sem mecanismos).
Figura 51 – Simulação das cargas atuantes na torre (corpo de prova simplificado e isolado) – altura = 0.
Figura 52 – Simulação das deformações na torre (com carga e lança) – escala real – altura = 0.
Figura 53 – Simulação dos deslocamentos (com carga e lança) – aumentado 50x– altura = 0.
Entretanto, não é possível aprovar o projeto em questão. Esta simulação permite extrair
os dados das tensões e deformações no projeto da torre da empilhadeira, bem como, sugere um
parâmetro para seleção da torre a ser utilizada no projeto. Porém, é necessário um projeto mais
detalhado de dimensionamento dos componentes desta empilhadeira para verificar os efeitos
dinâmicos do movimento das cargas sobre a estrutura, tal como de translação da própria ponte
rolante, além de verificar, de acordo com os critérios vigentes na norma ISO 2328, se a estrutura
está dentro dos critérios vigentes. Este assunto fica aberto para ser melhor abordado em
trabalhos futuros na área de Mecânica dos Sólidos.
83
Figura 54 – Simulação das cargas atuantes na torre (corpo de prova simplificado e isolado) – altura = 6,5 m.
Figura 55 – Simulação dos deslocamentos (com carga e lança) – escala real e aumentada 50x – altura = 6,5 m.
8 ELEMENTOS MECÂNICOS
8.1 RODAS
Para o cálculo das rodas contidas na ponte rolante, a norma NBR8400 determina que
sejam levados em consideração os seguintes parâmetros:
𝐹𝑟 (79)
𝐷𝑟 ≥
𝑏3 ∙ 𝑃𝑙𝑖𝑚 ∙ 𝑐1 ∙ 𝑐2
Onde 𝑏3 = 𝐵𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑑𝑜𝑡𝑟𝑖𝑙ℎ𝑜
Seleciona-se um valor para a largura do trilho de 50mm. Como a carga suportada pela
empilhadeira não é tão alta, seleciona-se uma largura de trilho relativamente pequena que fique
de acordo com o diâmetro esperado para o projeto das rodas.
85
Tabela 28 – Valores de 𝐶2
Grupo do mecanismo 𝑪𝟐
1 Bm - 1 Am 1,12
2m 1
3m 0,9
4m - 5m 0,8
Fonte: NBR 8400.
𝑃𝑡 30kN (81)
𝐹𝑚𝑖𝑛 = = = 7,5kN
nºderodas 4
Como o primeiro valor determinado para 𝐶1 foi um valor aleatório, pode-se a partir da
determinação do diâmetro mínimo com o auxílio da tabela abaixo determinar o valor mais
próximo ao 𝐶1 correto.
Com isso seleciona-se o diâmetro de 100 mm da roda do carro trolley, pois facilita na
hora de buscar no mercado as referidas especificações. Normalizando o valor de 𝐶1 para a
velocidade de translação de 15 m/min, o valor de 𝐶1 se mantém 1.
Mais uma vez com posse da norma NBR8400, o dimensionamento dos rolamentos
consiste em verificar se eles são capazes de suportar a carga estática 𝐶0 e a carga dinâmica 𝐶,
sob a solicitação média constante na roda 𝐹𝑟.
Com isso:
(85)
𝐶0 = 2 ∙ 𝑃0
1 (86)
𝐶 = 𝐿𝑛3 ∙ 𝐹𝑟
Onde;
(velocidadedetranslação) (87)
𝑛1 =
𝜋 ∙ 𝐷𝑟
𝐿𝑛 = duraçãoteórica ∙ 𝑛1
𝐹𝑎 = 0,2 ∙ 𝐹𝑟 (88)
Logo;
0,25m/s 3.600s (90)
𝑛1 = = 0,7958rps ∙ = 2864,8rph
𝜋 ∙ 0,100mm h
1
𝐶 = 71,63 ∙ 21,25kN = 88,24kN (95)
Logo,
57,06kN + 2 ∙ 67,06kN (98)
𝐹𝑟 = = 63,72kN
3
𝐹𝑟 63,72kN (99)
𝐷𝑟 ≥ = = 237,05mm
𝑏3 ∙ 𝑃𝑙𝑖𝑚 ∙ 𝑐1 ∙ 𝑐2 60mm ∙ 5,6MPa ∙ 1 ∙ 0,8
Normalizando o valor para o diâmetro mínimo da roda de acordo com a Tabela 30 acima,
utiliza-se uma roda com diâmetro de 250 mm onde 𝐶1 a 15 m/min é aproximadamente 1,06.
0,25m/s 3600s
𝑛1 = = 0,318rps ∙ = 1145,9rph (100)
𝜋 ∙ 0,250mm h
1
𝐶 = 28,63 ∙ 41,21kN = 126,03kN (105)
Para a escolha do motor elétrico, deve-se estabelecer o torque máximo necessário para
provocar o movimento no caso mais desfavorável e uma potência suficiente para executar o
serviço previsto sem aquecimento excessivo; esta condição pode ser caracterizada por uma
potência nominal ligada a um fator de duração do ciclo (intermitência) e, em certos casos, a
uma classe de partida (NBR 8400).
O dimensionamento do motor de translação inicia-se ao determinar a velocidade de
rotação da roda e do atrito de rolamento.
Para o atrito de rolamento:
90
2 ∙ 𝐹𝑚á𝑥 𝑑 (106)
𝐹𝑟𝑜𝑙 = ∙ (𝑓 ∙ 𝜇 ∙ )
𝐷𝑟 2
Onde,
𝑓 = 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜𝑎ç𝑜/𝑎ç𝑜
𝜇 = 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜𝑛𝑜𝑠𝑚𝑎𝑛𝑐𝑎𝑖𝑠𝑑𝑒𝑑𝑒𝑠𝑙𝑖𝑧𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑑 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑜𝑒𝑖𝑥𝑜𝑑𝑎𝑟𝑜𝑑𝑎 (catálogo GH)
Logo,
2 ∙ 17,5mm 49,9mm
𝐹𝑟𝑜𝑙 = ∙ (0,5 ∙ 0,02 ∙ ) = 873,25N (107)
100mm 2
𝑉 15m/min
𝑉𝑟𝑜𝑡 = = = 47,7rpm ≈ 48rpm (109)
𝜋𝐷𝑟 𝜋 ∙ 0,100m
𝐹𝑟𝑜𝑙 𝑉 (110)
𝑁𝑅 =
𝜂𝑇
Elemento Rendimento
Motor 90%
Rolamentos da esfera 99%
Engrenagens 98%
Acoplamentos flexíveis 98%
Fonte: Produzido pelos Autores
91
1,1 ∙ 𝑚 ∙ 𝑉 2 (113)
𝑁𝑖 =
𝑡𝑎 ∙ 𝜂𝑇
Em que,
𝑡𝑎 = 3,2s
𝑚 = 51020,05kg
Logo,
1,1 ∙ 51020,0 ∙ 0,252 (114)
𝑁𝑖 = = 1,55kW
3,2 ∙ 0,707
Com posse das potências de regime e de partida, é possível calcular o torque para cada um dos
casos. Adotando uma rotação do motor padrão de 900 rpm, pode-se obter:
𝑁𝑟 (115)
𝑇𝑟 =
𝑤
e
𝑁𝑖 (116)
𝑇𝑖 =
𝑤
Onde;
92
Com isso;
370 (118)
𝑇𝑟 = = 3,93Nm
94,2
1550 (119)
𝑇𝑖 = = 16,45Nm
94,2
93
9 MECANISMOS DE SEGURANÇA
Para a ponte rolante dimensionada, dois tipos de chaves de fim de curso são necessários.
A primeira, utilizada para limitar o curso de translação do carro trolley e translação do
pórtico, podendo ser acionada em duas direções com retorno automático, através de alavanca
de posição ajustável. O modelo selecionado foi o FL-618, retirado do catálogo Elmec de chaves
de fim de curso. Com carcaça de ferro fundido, ideal para serviço pesado em ambientes
agressivos e instalações ao tempo.
Fonte: <elmec.com.br/site/?pag=produtos/chavesdefimdecurso/alavanca/fl618_fa618/fl_fa618>
Para a segunda chave mencionada, onde é utilizada para limitar a altura de elevação de
pórticos rolantes, modelo selecionado foi o FL-218 OS, retirado do catálogo Elmec de chaves
de fim de curso rotativa programável.
Com um acionamento através de contrapeso e rearme através de peso.
Tem como características atuar no circuito de comando, como proteção adicional aos limites de
fim de curso e é fornecida com uma robusta carcaça de ferro fundido, ideal para serviço pesado
em ambientes agressivos e instalações ao tempo.
Fonte: <https://elmec.com.br/site/?pag=produtos/chaveslimitesdeemergencia/fl218/fl218>
94
Fonte: <https://www.hovam.com.br/limitador-de-carga>
Este tipo de equipamento dedica-se a alertar sonora e visualmente que o pórtico está em
operação, alertando todos em volta sobre a necessidade de permanecerem distantes do
equipamento que está em operação. O modelo escolhido foi o SIR-E LED da ACR.
Fonte: <https://acr1.com.br/produtos_post/sinalizador-audiovisual-sir-e-led/>
95
Fonte: <https://acr1.com.br/produtos_post/sensor-de-distancia-laser-para-longas-distancias/>
Os Controles Remotos Industriais possibilitam uma operação muito mais segura, pois
permite que o operador realize a operação do equipamento à distância, mantendo-o longe de
possíveis riscos que uma operação muito próxima pode representar.
O equipamento selecionado foi o Rádio Controle HBC modelo Technos da ACR.
Fonte: <https://acr1.com.br/produtos_post/radio_controle_joystick/>
96
10 ANÁLISE DE CUSTOS
Com finalidade de otimizar o projeto, uma análise foi feita visando a viabilidade do
dimensionamento e construção da ponte rolante. Com isso, realizou-se uma estimativa dos
valores de mercado para os itens considerados mais importantes para a construção do pórtico.
Contudo, o valor final da análise de custos estimada pode divergir do valor final, pois
existem alguns pontos que não foram considerados, como o transporte de todo o material para
o local onde será construída a estrutura, os custos com encargos e impostos, e a obtenção de
alguns elementos.
Para o Aço A-36, utilizou um gerador de preços online para estimar o valor
correspondente ao quilograma no contexto do projeto.
Após finalizar o projeto da ponte rolante empilhadeira, foi necessário comparar e conclui-
se os ganhos efetivos da instalação da ponte rolante empilhadeira no depósito de estoque,
quando comparado ao uso de empilhadeiras convencionais. Para isso, avalia-se sob alguns
critérios (econômicos, operacionais e logísticos) se o projeto era viável, diante das alternativas
existentes no mercado. A avaliação principal a ser feita é se o projeto é viável economicamente,
ou seja, se o preço a ser investido está de acordo com o preço médio do mercado e se o projeto
“se paga” com o decorrer dos anos.
Compara-se os valores dos custos diretos da fabricação e instalação do equipamento com
os preços médios de empilhadeiras do mercado; enquanto uma empilhadeira convencional, com
características próximas, custaria em torno de R$ 185.000,00 (fornecedor NOWAK, 2022), o
projeto de instalação da ponte rolante empilhadeira custariam em torno de R$ 270.184,28, uma
diferença de cerca de 46% a mais.
Para verificar se essa diferença de 46% é justificável, avalia-se pela vida útil dos
equipamentos – quanto maior a vida útil, mais tempo há disponível para que o valor investido
seja revertido através de outros projetos. Empilhadeiras convencionais possuem uma vida útil
de 12.000 a 10.000 horas, enquanto a ponte rolante empilhadeira foi dimensionada para atuar
durante uma vida útil de 25.000 horas, mais que o dobro dos equipamentos convencionais. Isso
significa dizer que, no regime de trabalho previsto para este projeto, uma ponte rolante
empilhadeira poderia durar cerca de 20 anos, enquanto uma empilhadeira convencional apenas
9 anos. Este fator já evidencia que, ao invés de considerar a comparação 1 para 1, é necessário
comparar 2 empilhadeiras convencionais para 1 ponte rolante e, portanto, no longo prazo
(considerados os custos de manutenção como equivalentes no período) o valor a ser investido
em uma empilhadeira convencional seria supostamente de R$ 370.000,00, contra os mesmos
R$ 270.184,28 de antes; por este critério, a diferença vira em favor da ponte rolante
empilhadeira, com uma diferença de -27% do valor da empilhadeira convencional.
Analisando pelos ganhos operacionais, ambas as empilhadeiras trabalham em velocidades
semelhantes, entretanto, a ponte rolante empilhadeira faz “caminhos mais curtos” para se
deslocar do ponto A para o ponto B, pois não precisa realizar manobras para posicionar-se no
espaço. Em virtude também disto, o layout do depósito não precisa considerar espaço para
manobras e, portanto, a ponte rolante empilhadeira permite um aproveitamento melhor do
espaço do galpão, possibilitando mais área de armazenamento.
99
11 CONCLUSÃO
O desafio maior do projeto foi estabelecer o melhor perfil para as vigas principais da
ponte rolante, pois as dimensões para as vigas-caixão mais adequadas ao projeto não
correspondiam a nenhum padrão de viga comercial já existente e, portanto, tiveram de ser
101
Figura 63 – Projeto da ponte rolante empilhadeira instalado no galpão – vista em perspectiva 3D.
12 TRABALHOS FUTUROS
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACR, Catálogo de produtos. Disponível em: www.acr1.com.br. Acessado em: 19 jul. 2022.
SOLID WORKS, Solid Works Cad 3D. Dassault Systems, 2020. https://www.solidworks.com.
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000.
Este método não pode ser utilizado pois a viga selecionada não convergiu para a
aprovação da norma NBR 8400, que rege e impera sobre as demais normais quando tratando-
se do projeto de equipamentos de transporte de carga, tais como, pontes rolantes e similares.
Entretanto, o método é aplicável se caso o critério abordado seja equivalente a norma NBR
8400 de deflexão máxima sendo 𝐿/2000. Entretanto, optou-se por realizar outro método de
pré-dimensionamento, enquanto este fica em evidência para futuras discussões.
A deflexão máxima da viga principal da ponte rolante é determinada pela ABNT NBR
8800:2008 seção C. Esta norma possui critérios rigorosos quem devem ser aplicados em
estruturas de aço. Para o caso de pontes rolantes, a flecha máxima permitida é apresentada na
Tabela 19.
1 (A1)
δmáx = ∙ 23000 = 38.3mm
600
Na análise estática de corpos rígidos utiliza-se a Equação 9 abaixo para determinar a
flecha em uma viga simplesmente apoiada.
𝛿𝑔 + 𝛿𝑙 = 𝛿𝑚á𝑥 (A2)
5 ∙ 𝑃1 ∙ 𝐿3
𝛿𝑔 = ∴ 𝛿𝑔 = Flechadevidoaopesoprópriodaviga(𝑃1 ) (A3)
384 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝑃2 ∙ 𝐿3
𝛿𝑙 = ∴ 𝛿𝑙 = Flechadevidoaopesodacargaedotrolley(𝑃2 ) (A4)
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
107
Para esta análise primária foi descartado a massa distribuída correspondente ao peso
próprio da viga, pois ainda não foi definido o material e nem as dimensões da viga que serão
utilizados no projeto. Portanto, a equação reduzida ficará apenas:
𝑃2 ∙ 𝐿3 (A5)
< 𝛿𝑚á𝑥
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
5 ∙ 𝑃1 ∙ 𝐿3 (A7)
𝛿𝑔 =
384 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝛿𝑔 = Flechadevidoaopesoprópriodaviga(𝑃1 )
5 ∙ 87,75kN ∙ 23.0003 mm3
𝛿𝑔 = = 26,33mm
384 ∙ 200GPa ∙ 2,64 ∙ 109 mm4
𝑃2 ∙ 𝐿3 (A8)
𝛿𝑙 =
48 ∙ 𝐸 ∙ 𝐼
𝛿𝑙 = Flechadevidoaopesodacargaedotrolley(𝑃2 )
25kN ∙ 23.0003 mm³
𝛿𝑙 = = 12,00mm
48 ∙ 200GPa ∙ 2,64 ∙ 109 mm4
𝛿 = 𝛿𝑔 + 𝛿𝑙 = 38,33mm (A9)
Figura A.3 – Distribuição das deformações sobre o sistema montado (critério da deflexão não aprovado).
Figura A.4 – Distribuição das deformações sobre o sistema montado – resultado deformado
(critério da deflexão não aprovado).