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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Igno Gustavo de Paula

Dimensionamento da estrutura de um Guindaste para


Movimentação de Pequenas Cargas

NITERÓI, RJ
2021
IGNO GUSTAVO DE PAULA

DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA DE UM GUINDASTE


PARA MOVIMENTAÇÃO DE PEQUENAS CARGAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Engenharia Mecânica da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Orientadora:
Stella Maris Pires Domingues

Niterói, RJ
2021
IGNO GUSTAVO DE PAULA

DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA DE UM GUINDASTE


PARA MOVIMENTAÇÃO DE PEQUENAS CARGAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial para obtenção do grau de Engenheiro
Mecânico.

Grau:

Aprovado em 28 de Abril de 2021.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________
Profa. DSc Stella Maris Pires Domingues – UFF
Orientador

___________________________________________
Profa. DSc Fabiana Rodrigues Leta – UFF

___________________________________________
Prof. DSc Raul Bernardo Vidal Pessolani – UFF

Niterói, RJ, 2021.


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A GRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus todo poderoso pelo dom da minha vida e por todas
as graças derramadas durante toda a graduação. Não foram poucos os momentos de tribulação,
porém sempre senti Sua mão a me sustentar e acolher.

Agradeço a Nossa Senhora, Maria Santíssima, que sempre me cobriu com o seu manto
protetor. Principalmente em várias avaliações que eu estava completamente desesperançoso.
“Totus Tuus Ego Sum Mariae Et Omnia Mea Tua Sunt”.

Agradeço a minha amada esposa, Andressa, que foi uma peça primordial para eu
concluir essa graduação. Em todos os momentos de incertezas, você estava lá para me dar todo
o suporte para seguir em frente, sendo sempre a minha maior incentivadora.

Agradeço aos meus pais, que foram sempre as principais pessoas a quem eu queria
orgulhar. Vocês foram a base de toda a minha história e dos meus objetivos. Em especial,
agradeço ao meu pai, que tinha dificuldade de acreditar que o filho do operário se tornaria
engenheiro e, infelizmente, faleceu em 2016 deixando um enorme vazio em nossas vidas. Sinto-
me triste do senhor não ver esse sonho se concretizar.

Agradeço a minhas filhas, Manuela e Alice, que foram as maiores bençãos de Deus em
minha vida. Sem sombra de dúvidas, vocês são os maiores combustíveis para eu superar todas
as dificuldades e lutar para ser uma pessoa melhor a cada dia.

Agradeço a todo corpo docente da UFF. Não foram poucos professores importantes
nessa caminhada, porém não posso deixar de destacar, de maneira muito especial a professora
Stella, que aceitou ser minha orientadora, em um momento que eu estava totalmente sem
horizonte. E que com toda certeza, levarei em meu coração por toda a minha vida.

Por fim, agradeço aos meus sogros, Solange e Rafael, que sempre me apoiaram e me
trataram, verdadeiramente, como um filho. Ressalto em particular a importância da minha sogra,
que sonhava com o meu baile de formatura, mas infelizmente nos deixou em 2018. A senhora
foi uma das peças-chave para essa conclusão de curso.
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“Jesus respondeu: ‘As coisas impossíveis aos homens são possíveis a Deus’”

Lucas 18, 27
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R ESUMO
Equipamentos de movimentação de carga são essenciais para a logística da maioria das
empresas, sendo um diferencial competitivo. Eles são utilizados para movimentar cargas
intermitentes de forma automatizada ou manual, com distância variada, e sua principal função
é transportar e/ou manejar. Existem diferentes tipos de equipamentos para movimentação de
cargas e a escolha do mais adequado deve levar em conta as necessidades das empresas e suas
limitações. Esta tomada de decisão pode trazer benefícios como redução de custos, aumento da
produtividade e consequentemente aumento dos lucros. Dentre estes equipamentos, destaca-se
o guindaste de coluna giratório, pelo seu fácil manuseio, não necessitando de mão de obra
especializada, máxima precisão, possibilidade de uso em locais com obstáculos, segurança,
elevada capacidade de carga, fácil instalação, uso em ambientes internos e externos, além de
ampla aplicabilidade em diversos ramos industriais. Ademais, é um equipamento com excelente
custo-benefício, tendo em vista a redução tanto do número de operadores para movimentação
das cargas quanto do risco de acidente inerentes ao processo. O presente trabalho tem como
objetivo principal desenvolver um modelo de guindaste de coluna para içamento de cargas de
até uma tonelada. Para isso, os seguintes passos foram realizados: revisão da literatura a fim de
verificar o estado da arte e a fundamentação teórica, dimensionamento da estrutura do guindaste,
análise dos elementos do equipamento, análise de tensões, seleção dos materiais utilizados para
a fabricação e análise pelo Método de Elementos Finitos através do software SolidWorks,
análise de custo e logística de montagem e transporte. O guindaste desenvolvido pode ser
considerado adequado, com bom custo-benefício, além de ter o transporte, montagem e
operação facilitados.

Palavras-chave: Guindaste, Estrutura de Aço, Resistência dos Materiais.


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A BSTRACT
Cargo handling equipment is essential for the logistics of most companies, being a specific
differential. They are used to move intermittent loads automatically or manually, with varying
distances, and their main function is to transport and / or handle. There are different types of
equipment for handling loads and the choice of the most appropriate should take into account
the needs of companies and their limitations. This decision-making can bring benefits such as
reduced costs, increased productivity and, consequently, increased profits. Among these
equipments, the rotating column crane stands out, for its easy handling, requiring no specialized
labor, maximum precision, possibility of use in qualified locations, safety, high load capacity,
easy installation, use in indoor environments. and external, besides wide applicability in several
industrial branches. Furthermore, it is an equipment with excellent cost-benefit, with a view to
reducing both the number of operators for handling loads and the risk of accidents inherent to
the process. The present work has as main objective to develop a model of column crane for
lifting loads of up to one ton. For this, the following steps were carried out: literature review in
order to verify the state of the art and the theoretical foundation, dimensioning of the crane
structure, analysis of the equipment elements, stress analysis, selection of materials used for
manufacturing and analysis by the Finite Element Method through the SolidWorks software,
cost analysis and logistics of assembly and transportation. The developed crane can be
considered adequate, with good cost-benefit, besides having transportation, assembly and
operation facilitated.

Keywords: Crane, Steel Structure, Strength of materials


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L ISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Tipos de máquinas de elevação e transporte, Rudenko (1976) .................... 6
Figura 2. Classificação por tipo de projeto, Brasil (1985) ........................................... 8
Figura 3. Guindaste de Coluna Giratório, o autor (2021) .......................................... 18
Figura 4. Dimensões do guindaste giratório de coluna, o autor (2021) ..................... 19
Figura 5. Alturas máxima e mínima da articulação do guindaste (mm), o autor (2021)
.................................................................................................................................................. 20
Figura 6. Base do guindaste, o autor (2021) .............................................................. 21
Figura 7. Conexão da base à coluna vertical, o autor (2021)..................................... 21
Figura 8. Coluna vertical, o autor (2021)................................................................... 22
Figura 9. Bomba hidráulica tipo garrafa 6 toneladas Bonevau, Loja do Mecânico
(2021) ....................................................................................................................................... 23
Figura 10. Lança, o autor (2021) ............................................................................... 23
Figura 11. Guincho de coluna elétrico monofásico Motomil, Loja do Mecânico (2021)
.................................................................................................................................................. 24
Figura 12. Rolamento agulha SKF, Loja Brafer (2021) ............................................ 24
Figura 13. Análise de tensões na posição média (mm), o autor (2021) ..................... 25
Figura 14. Análise de tensões na posição da altura máxima (mm), o autor (2021) ... 27
Figura 15. Análise de tensões sobre a lança na posição da altura mínima (mm), o autor
(2021) ....................................................................................................................................... 28
Figura 16. Seção transversal da Coluna Vertical em milímetros (mm), o autor (2021)
.................................................................................................................................................. 30
Figura 17. Momento de inércia de um tubo retangular .............................................. 31
Figura 18. Seção transversal da Lança horizontal em milímetros (mm), o autor (2021)
.................................................................................................................................................. 33
Figura 19.Diagrama Esforço Cortante e Momento Fletor, o autor (2021) ................ 34
Figura 20. Vista lateral do guindaste de coluna giratório, o autor (2021) ................. 40
Figura 21. Vista em perspectiva do guindaste de coluna giratório, o autor ............... 41
Figura 22. Mapa de Calor da análise de tensões de von Mises sobre o conjunto do
guindaste, o autor (2021) ......................................................................................................... 42
Figura 23. Mapa de calor de deslocamento resultante do conjunto guindaste, o autor
(2021) ....................................................................................................................................... 43
xi

Figura 24. Mapa de calor da deformação equivalente do conjunto guindaste, o autor


(2021)........................................................................................................................................ 44
xii

L ISTA DE TABELAS
Tabela 1. Classes de utilização da estrutura de equipamentos .................................. 12
Tabela 2. Estados de carga ......................................................................................... 12
Tabela 3. Estados de tensões de um elemento ........................................................... 13
Tabela 4. Classificação da estrutura dos equipamentos (ou dos elementos da estrutura)
em grupos ................................................................................................................................. 14
Tabela 5. Valores do coeficiente dinâmico para Guindaste com lanças .................... 16
Tabela 6. Propriedades mecânicas do aço SAE 4340 normalizado ........................... 36
Tabela 7. Propriedades mecânicas do aço SAE 1040 laminado ................................ 37
Tabela 8. Orçamento dos principais componentes do guindaste ............................... 45
Tabela 9. Massa dos elementos do guindaste ............................................................ 46
xiii
xiv

L ISTA DE SÍMBOLOS

𝐴 Área da seção transversal, m²


𝐵 Base externa da seção transversal, m
b Base interna da seção transversal, m
𝐶 Distância da borda a linha neutra, m
𝐹 Carga, N
𝐹𝑚á𝑥 Carga máxima, N
𝑔⃗ Aceleração da gravidade, m/s²
H Altura externa da seção transversal, m
h Altura interna da seção transversal, m
ℎ Distância da base até a força aplicada pelo cilindro hidráulico, m
𝐼 Momento de inércia da seção transversal, 𝑚4
𝐼𝑥𝑥 Momento de inércia em relação ao eixo x, 𝑚4
𝐼𝑦𝑦 Momento de inércia em relação ao eixo y, 𝑚4
𝑚 Massa, kg
𝑀𝑜 Momento em relação ao ponto O, Nm
Mx Coeficiente de Majoração, adimensional
𝑛 Número de ciclos da máquina, h
𝑃 Peso, N
𝑃𝑐 Força peso, N
𝑄 Peso da carga viva, tf
𝑄ℎ Capacidade horária, tf/h
𝑅𝐴 Reação no ponto A, N
𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 Reação no cilindro, N
𝑅𝑜 Reação sobre a coluna vertical, N
SG Solicitações dos elementos do equipamento, N
SL Solicitações relativas às cargas de serviço, kg
VL Velocidade de elevação da carga, m/s
 Coeficiente dinâmico, adimensional
𝜎𝑎 Tensão admissível, Pa
𝜎𝑐 Tensão de compressão, Pa
𝜎𝑒 Tensão de escoamento, Pa
𝜎𝑚á𝑥 Tensão máxima, Pa
𝜎𝑟 Tensão de resistência à tração, Pa
𝜎 Tensão, Pa
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S UMÁRIO

Agradecimentos ............................................................................................................. i

Resumo ........................................................................................................................ vi

Abstract .....................................................................................................................viii

Lista de ilustrações ....................................................................................................... x

Lista de tabelas ........................................................................................................... xii

Lista de símbolos ....................................................................................................... xiv

Sumário ...................................................................................................................... xv

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

1.1 Objetivos ....................................................................................................... 3

1.2 Organização do texto..................................................................................... 3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 4

2.1 Critérios para a seleção de equipamentos ..................................................... 4

2.1.1 Fatores técnicos ........................................................................................ 4

2.1.2 Fatores econômicos .................................................................................. 5

2.2 Máquinas de elevação e transporte................................................................ 5

2.3 Máquinas de elevação ................................................................................... 7

2.4 Guindastes de coluna ou giratório ................................................................. 8

2.4.1 Vantagens e limitações do uso de guindaste de coluna ............................ 9

2.4.2 Fornecedores de Guindastes de Coluna: Nacionais e internacionais ........ 9

3 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA DO GUINDASTE DE COLUNA


GIRATÓRIO10

3.1 Serviço a ser executado ............................................................................... 10

3.2 Dimensionamento estrutural ....................................................................... 11

3.2.1 Classe de utilização da estrutura de equipamentos ................................. 11

3.2.2 Estado de Carga ...................................................................................... 12


xvi

3.2.3 Classificação dos elementos da estrutura do equipamento .................... 13

3.2.4 Classificação em grupos da estrutura dos equipamentos e seus elementos


14

3.2.5 Cálculo da estrutura do equipamento ..................................................... 15

3.2.6 Casos de solicitação ............................................................................... 17

4 ANÁLISE DO PROJETO DAS PEÇAS DO GUINDASTE............................. 18

5 ANÁLISE DE TENSÕES .................................................................................. 25

5.1 Diagrama de corpo livre para a determinação das tensões máximas .......... 25

5.1.1 Na Posição Média .................................................................................. 25

5.1.2 Na Posição da Altura Máxima ............................................................... 27

5.1.3 Na Posição da Altura Mínima ................................................................ 28

5.2 Coluna vertical ............................................................................................ 29

5.3 Lança........................................................................................................... 32

6 MATERIAIS UTILIZADOS PARA A FABRICAÇÃO ................................... 36

7 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS: SolidWorks ...................................... 39

7.1 Vistas do guindaste de coluna giratório ...................................................... 39

7.2 Análise de tensões sobre o conjunto do guindaste ...................................... 42

8 INFORMAÇÕES ADICIONAIS ....................................................................... 45

8.1 Análise de custo .......................................................................................... 45

8.2 Dimensões do local de operação................................................................. 45

8.3 Logística de transporte e montagem ........................................................... 46

8.4 Vida útil média ........................................................................................... 47

9 Conclusões ......................................................................................................... 48

10 Referências bibliográficas .................................................................................. 49


1

1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios o homem busca alternativas para a movimentar cargas com o


menor esforço. Isto tornou-se possível a partir do uso de alavancas, rodas, polias e do plano
inclinado, transformando o transporte e carregamento de materiais mais fácil, rápido e seguro
(MOURA, 2005).

Os primeiros registros do uso dessas técnicas são datados no Egito Antigo em diversas
aplicabilidades, abrangendo a construção de edifícios, mineração, transporte de água para as
obras, construção de navios e movimentação de pedras para as estátuas (MOURA, 2005).

Inicialmente, a movimentação vertical das cargas pesadas era realizada por meio de
rampas, mas este processo foi logo substituído após o desenvolvimento das alavancas e polias.
Ainda na Idade Média, começaram a ser utilizados guindastes portuários para manobras de
carga e na construção de embarcações. Já no fim da Idade Média, Leonardo Da Vinci projetou
Guindastes de Torre, um dos primeiros guindastes móveis (DOS SANTOS, 2014).

A priori os guindastes eram confeccionados em madeira e, mais tarde, com o advento


da Revolução Industrial, passaram a ser produzidos em aço e ferro fundido. Cabe ressaltar que
esses equipamentos necessitavam de mão-de-obra humana ou animal, e este cenário só foi
modificado após o desenvolvimento das máquinas a vapor (DOS SANTOS, 2014).

Atualmente, com a crescente competitividade no mercado, o investimento em logística


ganha destaque como forma de maximização dos lucros. A logística corresponde ao
gerenciamento estratégico da aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e
produtos (CHRISTOPHER, 1997). Neste contexto, o uso de equipamentos de movimentação
de cargas é essencial para a redução no desperdício do tempo na cadeia produtiva (MOURA,
2005).

Equipamentos de movimentação de carga são máquinas utilizadas para movimentar


cargas intermitentes de forma automatizada ou manual, com distância variada, e sua principal
função é transportar e/ou manejar. Existem diferentes tipos de equipamentos: empilhadeiras,
transpaletes, guindastes, transelevador, pontes rolantes, comboios e esteiras transportadoras. No
momento da escolha, as empresas devem levar em conta diversos fatores, dentre os principais:
demanda, layout do local, modo de armazenagem e espaço disponível. Esta tomada de decisão
pode trazer benefícios tanto na redução de custos como no aumento da produtividade.
2

Dentre os equipamentos citados, destaca-se o guindaste de coluna ou giratório, pelo seu


fácil manuseio, máxima precisão no transporte de cargas, possibilidade de uso em locais com
diversos obstáculos, segurança, elevada capacidade de carregamento, fácil instalação, uso em
ambientes internos e externos, além de ampla aplicabilidade no ramo industrial. Ademais, é um
equipamento com excelente custo-benefício, tendo em vista a redução tanto do número de
operadores para movimentação das cargas quanto do risco de acidente inerentes ao processo.

Cabe ressaltar que a construção deste tipo de equipamento necessita ser cuidadosamente
calculada e analisada a fim de minimizar os riscos durante as operações (GOMES, 2014). Uma
das formas de análise utilizada é o método dos elementos finitos por meio de softwares de
cálculo e modelagem como o SolidWorks, utilizado no presente trabalho.
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1.1 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal desenvolver um modelo de guindaste de


coluna para levantamento de cargas até 1000 kg. Como objetivos específicos pode-se listar:

• Análise do estado da arte relativos ao projeto de guindastes de coluna;


• Desenvolvimento de um modelo de guindaste de coluna para levantamento de motores
automotivos e pequenas cargas;
• Análise do modelo de guindaste por meio do software SolidWorks.

1.2 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

O presente trabalho foi organizado em capítulos com as seguintes temáticas:

O Capítulo 1 apresenta um texto introdutório sobre as máquinas de levantamento, seu


breve histórico, motivação do estudo, justificativa e seus objetivos.

No Capítulo 2 apresenta-se a Fundamentação teórica abordando os critérios de seleção


de equipamentos, conceito e classificações de Máquinas de Elevação e Transporte, enfatizando
os guindastes giratórios de coluna

No Capítulo 3 é realizado o dimensionamento da estrutura do guindaste de coluna,


com base na NBR 8400.

O Capítulo 4 apresenta uma análise detalhada do projeto de cada uma das peças do
guindaste giratório de coluno proposto no presente trabalho.

Já no Capítulo 5 são apresentados os cálculos de análise de tensões nos componentes


principais do guindaste projetado.

O Capítulo 6 apresenta os materiais selecionados para fabricação do guindaste.

No Capítulo 7 apresenta-se a análise do guindaste projetado por meio do Método de


Elementos Finitos (SolidWorks).

No Capítulo 8 são apresentadas informações adicionais, como análise de custo, vida útil
média, logística de transporte e montagem, além das dimensões mínimas do local de operação.

Por fim, as Conclusões apresentam os principais resultados deste estudo e propostas


para trabalhos futuros.
4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Diante da ampla diversidade de equipamentos para a movimentação de cargas, as


empresas devem se atentar para muitos critérios de seleção, que incluem fatores técnicos e
econômicos. Esta tomada de decisão é essencial, pois pode trazer benefícios tanto na redução
de custos quanto no aumento da produtividade.

2.1.1 Fatores técnicos


As Máquinas de Elevação e Transporte (METs) apresentam uma grande variedade de
modelos e, com frequência, as mesmas operações podem ser desempenhadas por diferentes
aparelhos (RUDENKO, 1976). Dessa maneira, torna-se essencial considerar os fatores técnicos
a seguir a fim de selecionar o equipamento mais adequado a demanda da operação desejada
pela empresa.

Espécie e propriedades de cargas a serem manuseadas. Primeiramente, as cargas pode


ser classificadas como: unitária ou a granel. Para a carga unitária, devem ser observadas as suas
características quanto a forma, peso, fragilidade, temperatura etc. Por outro lado, para as cargas
a granel, que são compostos de um grande número de partículas homogêneas, é interessante
atentar para outras características, dentre elas: peso específico, propriedades químicas e
tendência a amassar (RUDENKO, 1976).

Capacidade horária requerida por unidade. Este tópico está relacionado a eficiência do
equipamento transportar carga durante o processo. Podendo ser dividido em capacidade horária
ilimitada ou limitada. No primeiro caso, o equipamento transporta cargas continuamente, como
pode ser observado em transportadores de ação contínua. Enquanto no segundo caso, as
máquinas possuem um ciclo com equipamento vazio, por exemplo: os carrinhos motorizados
ou pontes rolantes (RUDENKO, 1976).

Direção e distância do percurso. Nesse quesito há de se considerar os movimentos


necessários para a operação e os equipamentos que irão atender a estas demandas. A direção
pode ser: vertical, horizontal ou em ângulo com o horizonte. Quanto ao percurso, deve-se
5

atentar quanto a sua forma (retilíneos ou necessitar a realização de curvas), comprimento,


posição dos pontos de abastecimento de cargas, ramificação dos postos de descargas
(RUDENKO, 1976).

Métodos de empilhar cargas nos pontos iniciais, intermediários e finais. Estes estão
diretamente relacionados com o tipo de carga (unitária ou a granel), devendo-se pensar de forma
serão removidas para outros locais. Por exemplo: as cargas podem ser descarregadas
diretamente sobre veículos ou em tablados, pelos quais serão removidas por outros aparelhos
de elevação e transporte (RUDENKO, 1976).

Características dos processos de produção relacionados com a movimentação de


cargas. Os movimentos dos equipamentos são diretamentes dependentes do processos de
fabricação e ainda podem estar relacionados com o desempenho de certas operações no
processo (RUDENKO, 1976).

Condições específicas do local. Este tema apresenta pontos bastante variados, que
incluem desde a dimensão e forma da área, projeto e solo do edifício, condições de poeira e
umidade, presença de vapor ou gases, até mesmo a possível expansão da empresa, espécie de
energia disponível e segurança.

2.1.2 Fatores econômicos


A avaliação econômica abrange o capital total dispendido e os custos operacionais. O
capital total dispendido inclui os custos com o equipamento, montagem, transporte, construção
para instalação e operação. Enquanto os custos operacionais são relativos a: contratação de
pessoal e custos com energia elétrica, lubrificação, limpezas, reparos e manutenções. Outro
fator a ser considerado são as perdas relacionadas a depreciação da carga durante o transporte.

2.2 MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO E TRANSPORTE

As máquinas de elevação e transporte são equipamentos cuja a finalidade é a


movimentação de cargas em estabelecimentos ou áreas, geralmente em distâncias limitadas,
permitindo uma constante transferência de carga entre dois ou mais pontos (RUDENKO, 1976).
De forma mais simplificada, pode-se dizer que elas têm a finalidade de movimentação
horizontal e vertical de equipamentos e materiais das mais diversas áreas da indústria.
6

A transferência de cargas podem ser onshore ou offshore. No primeiro caso, o processo


ocorre em terra, sendo um procedimento mais simples, com menos riscos e custo mais baixo
(DOS SANTOS, 2014). Por outro lado, o offshore é a transferência realizada em mar aberto,
possuindo alta complexidade e elevado risco de acidentes (DOS SANTOS, 2014).

Os principais tipos de equipamentos de elevação e transporte, agrupadas de acordos com


as suas características, são apresentados na Figura 1.

Figura 1. Tipos de máquinas de elevação e transporte, Rudenko (1976)


7

2.3 MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO

Existem diversas nomenclaturas para as máquinas de elevação. Sendo assim, é


necessário evidenciar que, no presente trabalho, são utilizados como sinônimos: máquinas de
elevação, meios de elevação e máquinas de levantamento.

“Equipamento de elevação é o grupo de máquinas com mecanismo de elevação,


destinado a movimentar cargas, principalmente em lotes” (RUDENKO, 1976, p. 5). Da mesma
forma como existe uma ampla gama de equipamentos de elevação, encontra-se na literatura
uma variedade muito grande de classificações. No presente trabalho, são apresentadas as
classificações propostas por Rudenko (1976).

As máquinas de levantamento podem ser classificadas de acordo com a sua finalidade,


os tipos de movimentos realizados ou a característica do projeto de fabricação, como pode ser
observado a seguir.

A classificação pela Finalidade considera a aplicação do equipamento, ou seja, as


condições específicas de sua operação. Por exemplo: os guindastes podem ser subdivididos em
metalúrgicos, de construção, portuários, entre outros. (RUDENKO, 1976).

A classificação pelo Tipo de movimento considera as características cinemáticas dos


equipamentos. “A carga é considerada como concentrada em seu centro de gravidade e o grupo
de máquina é determinado pelo caminho feito pela carga, movimentando-se num plano
horizontal” (RUDENKO, 1976, p.9).

Enquanto a organização pelo Tipo de projeto tem base no processo de fabricação,


considerando, se o equipamento é fabricado de forma seriada ou especial e específica para a
aplicação industrial (BRASIL, 1988). Esta organização pode ser observada na Figura 2
apresentada a seguir.

Uma outra classificação proposta por Rudenko (1976), bem mais generalizada, leva em
conta a aplicação dos equipamentos dividindo-os em: Maquinário de Elevação, Elevadores e
Guindastes. No presente trabalho, serão enfatizados apenas os guindastes de coluna, devido ao
projeto de equipamento proposto. A descrição desta classificação será apresentada no próximo
tópico.
8

Figura 2. Classificação por tipo de projeto, Brasil (1985)

2.4 GUINDASTES DE COLUNA OU GIRATÓRIO

Guindastes são um tipo de máquinas de elevação que “combinam mecanismos de


elevação, separados por uma estrutura para, apenas, levantar ou elevar e mover cargas, que
podem estar livremente suspensas ou presas por eles” (RUDENKO, 1976, p. 9). De forma mais
simplificada, pode-se definir como qualquer máquina de levantamento que possui lança, cuja
peça básica é um guincho (BRASIL, 1985).
9

Mais especificamente, os Guindastes giratórios de coluna são aqueles que possuem uma
coluna que possui dois mancais: um inferior e outro de escora superior. O mancal inferior
absorve impactos verticais e horizontais. Por outro lado, o mancal de escora superior é projetado
para receber somente esforços horizontais (BRASIL, 1985). Este tipo de guindaste, além de
realizar o levantamento de cargas, realiza um movimento de varredura horizontal.

Os projetos de guindastes giratório de coluna devem seguir as normas técnicas, que


muitas vezes padronizam tanto as cargas úteis quanto o tamanho dos vãos (BRASIL, 1985).
Por exemplo, o Instituto Alemão para Normatização (Deutsches Institut für Normung, DIN)
padroniza as cargas úteis de 0,25-0,50-1,00-2,00-3,20-5,00-8,00-12,5 e 20,00 t e vãos de 4,5-
6,3-8,0-10,0 e 12,5 m (BRASIL, 1985).

2.4.1 Vantagens e limitações do uso de guindaste de coluna


Os guindastes giratórios de coluna possuem muitas vantagens, que incluem desde a
versatilidade até a facilidade de montagem e instalação. Além disso, são equipamentos
resistentes, com alta durabilidade e não necessitam de mão-de-obra especializada para
manuseá-los. Estes equipamentos permitem uma máxima precisão no transporte de cargas, com
segurança, elevada capacidade de carregamento e alta aplicabilidade no ramo industrial. Ainda
podem ser utilizados em locais com diversos obstáculos, ambientes internos e externos, além e
não ocuparem área de piso. Ademais, é um equipamento com excelente custo-benefício, tendo
em vista a redução tanto do número de operadores para movimentação das cargas quanto do
risco de acidente inerentes ao processo.

São poucas as limitações dos guindastes giratórios de coluna, sendo a mais evidente o
fato se ser fixo, com raio de ação limitado pelo comprimento de sua lança.

2.4.2 Fornecedores de Guindastes de Coluna: Nacionais e internacionais


Tanto no mercado nacional quanto no internacional existe uma infinita gama de
empresas na indústria que fornecem guindastes de coluna. Dentre os fornecedores nacionais e
internacionais destacam-se: ESAB, Movomech, Demag, Ingersoll Rand, Abus Kransysteme,
Conductix Wampfler, Haancon e Tawi.
10

3 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA DO GUINDASTE


DE COLUNA GIRATÓRIO

No capítulo 3 será realizado o dimensionamento da estrutura do guindaste de coluna


do atual projeto com base na NBR8400. Para isso, inicialmente, apresenta-se o serviço
executado pelo equipamento a fim de nortear os cálculos realizados.

De acordo com esta norma técnica, primeiramente é necessário determinar o grupo ao


qual pertence o equipamento, dessa forma, é necessário atentar para dois fatores: classe de
utilização e estado de carga. Após a determinação do grupo do equipamento, encontra-se o
coeficiente de majoração Mx, que caracteriza o dimensionamento da estrutura (NBR8400).

É importante destacar que os elementos da estrutura do equipamento devem ser avaliados


individualmente e agrupados em conjuntos, de acordo com os estados de tensões. Pois as
demandas de cada elemento da estrutura podem ser diferentes durante a execução do serviço.

Sendo assim, este capítulo apresenta os conceitos de cada item necessário para o
dimensionamento da estrutura a saber:

• Classe de utilização da estrutura de equipamentos


• Estados de carga
• Classificação dos elementos da estrutura do equipamento
• Classificação da estrutura dos equipamentos (ou dos elementos da estrutura) em grupos

Posteriormente, apresenta-se as solicitações necessárias para o cálculo da estrutura do


equipamento (solicitações principais, efeitos climáticos, movimentos verticais e horizontais)
aplicadas ao projeto atual de guindaste de coluna giratório. Finaliza-se este capítulo com a
apresentação dos conceitos do caso de solicitação do Tipo I, no qual o atual projeto se enquadra.

3.1 SERVIÇO A SER EXECUTADO

O guindaste giratório de coluna, desenvolvido no presente trabalho, tem como


principal propósito o levantamento de objetos de até 1000 kg, podendo ser utilizado no
içamento de motores automotivos, além de carga e descarga de caminhões. Cabe ressaltar que
este serviço será executado em ambientes internos, como oficinas mecânicas e galpões. Dessa
forma, não sofre influência das ações climáticas, como o vento e a temperatura.
11

Um ciclo de levantamento pode ser definido como o tempo decorrente entre o instante em que
a carga é içada até o momento no qual o equipamento está pronto para o próximo içamento
(NBR 8400). O presente guindaste possui um ciclo de levantamento de aproximadamente 5 min,
entretanto, dificilmente executará diversos ciclos seguidos. Isto ocorre devido às peculiaridades
do serviço a ser executado, como a demanda intermitente e turno de serviço menor que 24h.

Considerando que os guindastes de coluna giratórios são classificados como máquinas


de elevação periódica, a sua capacidade horária pode ser calculada por Eq. 1:

𝑄ℎ = 𝑛𝑄 (tf/h) (1)

Onde:

𝑛 = número de ciclos da máquina (por hora)

𝑄 = peso da carga viva (em tf)

Portanto, o presente guindaste possui capacidade horária de:

𝑄ℎ = 12 ∗ 1 = 12 tf/h

3.2 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

As máquinas de elevação apresentam demandas repetidas e, por isso, suas peças


precisam ser dimensionadas considerando a fadiga (BRASIL, 1988). Um mesmo equipamento
pode ter exigências de repetições diversas de acordo com a sua finalidade e frequência de
utilização.

3.2.1 Classe de utilização da estrutura de equipamentos


Esta classificação leva em conta a frequência de uso do movimento de levantamento
dos equipamentos e pode ser definida em quatro classes, conforme apresentado na Tabela 1.
Cada uma destas classes apresenta uma quantidade total de ciclos de levantamento que o
equipamento deverá efetuar durante a sua vida (NBR 8400).
12

Tabela 1. Classes de utilização da estrutura de equipamentos

Classe de Frequência de utilização do movimento de Número convencional de ciclos


utilização levantamento de levantamento
Utilização ocasional não regular, seguida de longos 6,3 × 104
A
períodos de repouso
2,0 × 105
B Utilização regular em serviço intermitente

6,3 × 105
C Utilização regular em serviço intensivo

Utilização em serviço intensivo severo, efetuado, por 2,0 × 106


D
exemplo, em mais de um turno
Fonte: NBR 8400

No atual projeto, espera-se que o uso seja ocasional, seguido por longos períodos de
repouso. Isto porque a proposta é que o equipamento execute o içamento de motores em oficinas
mecânicas ou a carga e descargas de objetos com até 1000 kg. Neste cenário, o equipamento
não é utilizado de maneira contínua e depende da demanda de serviços da empresa. Nesse
sentido, o atual projeto de guindaste se enquadra na classe de utilização A, conforme
apresentado na Tabela 1.

3.2.2 Estado de Carga

Tabela 2. Estados de carga

Fração mínima da
Estado de carga Definição
carga máxima

0 Equipamentos levantando excepcionalmente a carga nominal e


P=0
(muito leve) comumente cargas muito reduzidas

1 Equipamentos que raramente levantam a carga nominal e


P=1/3
(leve) comumente cargas de ordem de 1/3 da carga nominal

Equipamento que frequentemente levantam a carga nominal e


2
comumente cargas compreendidas entre 1/3 e 2/3 da carga P=2/3
(médio)
nominal

3
Equipamentos regularmente carregados com a carga nominal P=1
(pesado)

Fonte: NBR 8400


13

O Estado de Carga (Tabela 2) está relacionado a severidade do serviço, por meio da


representação da proporção que o equipamento levanta a carga máxima ao longo de sua vida
útil (NBR8400). As informações são dadas através do número de ciclos para os quais uma
fração p da carga máxima será igual ou excedida ao longo da vida útil do equipamento (Eq 2).

𝐹
𝑃=𝐹 (2)
𝑚á𝑥

Tendo em vista o serviço a ser executado pelo atual projeto de guindaste, o Estado de
carga seria classificado como 2 (médio), pois o equipamento frequentemente realizaria o
içamento de objetos com cargas entre 1/3 e 2/3 da carga nominal.

3.2.3 Classificação dos elementos da estrutura do equipamento


Esta classificação é importante para se determinar as tensões a serem consideradas no
projeto dos elementos das estruturas. Os fatores a serem considerados são: Classe de utilização
e Estado de tensões (NBR 8400).

Tabela 3. Estados de tensões de um elemento

Estado de Fração mínima de


Definição
tensões tensão máxima

0 Elemento submetido excepcionalmente à sua tensão máxima e


P=0
(muito leve) comumente a tensões muito reduzidas

1 Elemento submetido raramente à sua tensão máxima, mas


P=1/3
(leve) comumente a tensões da ordem de 1/3 de tensão máxima

Elemento frequentemente submetido à sua tensão máxima e


2
comumente tensões compreendidas entre 1/3 e 2/3 da tensão P=2/3
(médio)
máxima

3
Elemento regularmente submetido à sua tensão máxima P=1
(pesado)

Fonte: NBR 8400


14

A Classe de utilização é idêntica a apresentada na Tabela 1 da seção anterior. Entretanto,


apesar do Estado de tensão ser apresentado de forma análoga aos Estados de carga (Tabela 3),
os valores não são correspondentes em todos os elementos da estrutura do equipamento e os
valores de p representam uma fração da tensão máxima (Eq. 3).

𝜎
𝑃= (3)
𝜎𝑚á𝑥

3.2.4 Classificação em grupos da estrutura dos equipamentos e seus elementos


A classificação da Tabela 4 é baseada nas classes de utilização e dos estados de cargas
levantadas, ou dos estados de tensão quando se trata de elementos. Os elementos são agrupados
em conjunto e determinam o coeficiente de majoração M x, que caracteriza o dimensionamento
da estrutura (NBR8400).

Tabela 4. Classificação da estrutura dos equipamentos (ou dos elementos da estrutura) em grupos

Classe de utilização e número convencional de ciclos de levantamento


Estado de carga (ou de tensões para um elemento)
(ou estado de tensões
para um elemento) A B C D
6,3 × 104 2,0 × 105 6,3 × 105 2,0 × 106

0 (muito leve)
1 2 3 4
P=0

1 (leve)
2 3 4 5
P=1/3

2 (médio)
3 4 5 6
P=2/3

3 (pesado)
4 5 6 6
P=1

Fonte: NBR8400

No caso do atual projeto, determinou-se anteriormente a Classificação de Utilização


como “A” e o Estado de Carga como 2 (médio). Logo, o equipamento pertence ao grupo “3”
cujo resultado é utilizado para o cálculo do coeficiente de Majoração Mx.
15

É importante ressaltar que o uso dos grupos apresentados no Quadro 4 é insuficiente para
os cálculos de fadiga de todos os elementos da estrutura. Isto se dá pelo fato de que a quantidade
de ciclos de uso e estados de carga pode variar entre cada elemento. Sendo assim, deve-se
determinar para cada elemento o grupo a ser verificado quanto à fadiga (NBR 8400).

3.2.5 Cálculo da estrutura do equipamento


É realizado por meio da análise das tensões atuantes na estrutura do equipamento
durante o seu funcionamento, com base nas seguintes solicitações (NBR 8400):

• Solicitações principais;
• Efeitos climáticos;
• Movimentos verticais;
• Movimentos horizontais;

As principais solicitações compreendem às solicitações relativas ao peso dos


elementos do equipamento (SG) e às cargas de serviço (SL). O cálculo se dá, primeiramente,
através da suposição da posição mais desfavorável para os elementos móveis da estrutura. Em
seguida, cada elemento da estrutura é calculado para esta posição, cujo valor da carga origina
as tensões máximas (NBR8400).

As solicitações decorrentes dos efeitos climáticos abrangem às ações do vento e da


variação de temperatura. No caso de equipamentos utilizados em ambientes internos (indoor),
o cálculo da ação do vento não é necessário. Já as solicitações referentes às variações de
temperatura só necessitam ser calculadas em condições nas quais os elementos não podem se
dilatar livremente. Assim, determina-se uma variação de temperatura de -10ºC a +50ºC
(NBR8400). Portanto, não é necessário calcular os efeitos climáticos no atual projeto de
guindaste.

As solicitações dos movimentos verticais estão relacionadas ao içamento brusco da


carga ou a choques verticais (NBR 8400). Nestas solicitações também são consideradas as
oscilações provocadas pelo levantamento, para isso, as solicitações devidas à carga de serviço
são multiplicadas pelo coeficiente dinâmico (), que pode ser consultado na Tabela 5. Este
coeficiente dinâmico determina o valor da amplitude máxima de oscilação no momento do
levantamento da carga (NBR 8400). Já para o momento em que ocorre o abaixamento da carga,
tem-se que a amplitude de oscilação da estrutura é metade do valor encontrado no momento do
16

içamento (NBR8400). No caso do presente projeto de guindaste, a velocidade de elevação da


carga (VL) está contida na faixa até 0,5 m/s. Portanto o Coeficiente dinâmico () é 1,15.

Tabela 5. Valores do coeficiente dinâmico para Guindaste com lanças

Coeficiente dinâmico () Faixa de velocidade de elevação da carga (m/s)


1,15 0 < VL ≤ 0,5
1 + 0,3 VL 0,5 < VL ≤ 1
1,3 VL ≥ 1

Fonte: Baseado em NBR84009

As solicitações pelos movimentos horizontais podem ocorrer devido a diversos fatores,


como:

a) Aceleração/desaceleração, translação, orientação e levantamento da lança: os efeitos de


acelerações e desacelerações nos elementos móveis do equipamento ocorrem por ocasião
de partidas ou frenagens. Os esforços devem ser calculados de acordo com o tempo de
aceleração/desaceleração, levando em conta também as massas a movimentar (NBR 8400).
No caso de não definirem os valores de velocidade e aceleração, pode-se eleger o tempo de
aceleração a partir das condições de utilização do equipamento:
• Velocidade lenta e média, mas longo percurso
• Velocidade média e alta, em aplicações comuns
• Velocidade alta e fortes acelerações
b) Forças centrífugas: no caso dos Guindastes, é calculada a partir da determinação do esforço
horizontal na ponta da lança, que resulta da inclinação do cabo que recebe a carga e as forças
centrífugas são desprezadas nos demais elementos do equipamento (NBR 8400).
c) Reações horizontais transversais: ocorrem quando duas rodam giram sobre um trilho,
gerando uma força horizontal perpendicular ao mesmo. No atual projeto, não está previsto
uso de trilhos, portanto, o cálculo desta variável é desnecessário.
d) Efeitos de choque (NBR 8400): os choques podem ocorrer tanto na carga suspensa, quanto
na estrutura. Nesta última, podem ocorrer duas situações, quando ocorre a oscilação da
carga suspensa ou no caso as guias impedem a oscilação. Em casos de oscilação da carga
suspensa com velocidade de deslocamento horizontal inferior a 0,7 m/s, não se considera
os efeitos de choque. Portanto, os efeitos de choque não serão considerados no atual projeto.
17

3.2.6 Casos de solicitação


Existem situações previstas:

• Caso I – serviço normal sem vento


• Caso II – serviço normal com vento limite de serviço
• Caso III – solicitações excepcionais

Tendo em vista que o projeto de guindaste desenvolvido no presente trabalho executa o


serviço em ambientes internos, portanto atendendo as características do Caso I, somente este
tópico é abordado.

No caso de equipamento em serviço normal sem vento, são consideradas as seguintes


solicitações:

• Decorrentes do próprio peso do equipamento (SG);


• Às cargas de serviço (SL) multiplicadas pelo coeficiente dinâmico ();
• Efeitos horizontais mais desfavoráveis, com exclusão dos efeitos de choque.

O conjunto destas solicitações deve ser multiplicado pelo coeficiente de majoração M x,


uma vez que a solicitação pode ser ultrapassada por imperfeições de cálculo ou por imprevistos.
O valor deste coeficiente é definido a partir classificação em grupos da estrutura do
equipamento (NBR 8400). Em seguida, deve-se considerar se os equipamentos são industriais
ou siderúrgicos, devido às condições ambientais nas quais serão submetidos.

Conforme apresentado anteriormente, o projeto atual de guindaste de coluna pertence


ao grupo 3 de classificação em grupos da estrutura do equipamento e é considerado um
equipamento industrial. Portanto, consultando a Tabela 6, tem-se que o Coeficiente de
majoração Mx é igual a 1.

Tabela 6. Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais

Grupos 1 2 3 4 5 6
Mx 1 1 1 1,06 1,12 1,20
Fonte: NBR 8400
18

4 ANÁLISE DO PROJETO DAS PEÇAS DO GUINDASTE

O capítulo 4 apresenta cada elemento da estrutura do guindaste por meio do


fornecimento de imagens bidimensionais e tridimensionais do projeto. Inicialmente apresenta-
se a configuração completa do guindaste, seguida pelo alcance de altura máximo e mínimo.
Posteriormente, apresenta-se cada componente do equipamento de maneira individualizada.

A configuração completa do guindaste giratório pode ser observada na Figura 3.

Figura 3. Guindaste de Coluna Giratório, o autor (2021)


19

Este guindaste, além de possuir uma lança que se articula, tem um motor elétrico que
realiza o levantamento de carga de até 1 tonelada. As suas dimensões podem ser observadas na
Figura 4.

Figura 4. Dimensões do guindaste giratório de coluna, o autor (2021)


20

Nota-se que a articulação do guindaste é de 30º para cima (CBC’’) e uma articulação
para o solo no ângulo de 50º (CBC’), tendo assim um alcance máximo de altura de 2960 mm e
alcance de cargas de 934 mm (Figura 5). Estas angulações são determinadas pelo curso do
êmbolo do levantador hidráulico. Vale lembrar que, como o presente guindaste de coluna ainda
possui um motor elétrico, possibilita o içamento de objetos em alturas inferiores ao curso
angular da lança.

Figura 5. Alturas máxima e mínima da articulação do guindaste (mm), o autor (2021)


21

A seguir são apresentados os elementos do guindaste de coluna giratório: Base (Figura


6), Conexão da base à coluna vertical (Figura 7), Coluna vertical (Figura 8), Bomba hidráulica
(Figura 9) e Lança (Figura 10).

Figura 6. Base do guindaste, o autor (2021)

Figura 7. Conexão da base à coluna vertical, o autor (2021)


22

Figura 8. Coluna vertical, o autor (2021)


23

Figura 9. Bomba hidráulica tipo garrafa 6 toneladas Bonevau, Loja do Mecânico (2021)

Figura 10. Lança, o autor (2021)

O guindaste projetado possui acoplado um motor elétrico com capacidade para


levantamento de cargas de até uma tonelada. A seguir, um motor encontrado no mercado que
atenda estas a estas características é apresentado (Figura 11).
24

Figura 11. Guincho de coluna elétrico monofásico Motomil, Loja do Mecânico (2021)

Para possibilitar o movimento de giro do guindaste, é utilizado um rolamento do tipo


agulha (Figura 12), que fica localizado dentro da base (Figura 6) e em contato com a conexão
(Figura 7).

Figura 12. Rolamento agulha SKF, Loja Brafer (2021)


25

5 ANÁLISE DE TENSÕES

No capítulo 5 apresenta-se o diagrama de corpo livre para a determinação das tensões


máximas sobre os elementos do guindaste quando a lança está nas posições: média, máxima e
mínima. Em seguida, é realizado o cálculo das tensões máximas sobre cada elemento do
Guindaste de Coluna Giratório.

5.1 DIAGRAMA DE CORPO LIVRE PARA A DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES MÁXIMAS

A fim de determinar as tensões de tração, compressão e flexão máximas, é necessário


analisar os carregamentos sobre a lança, a coluna e o pistão hidráulico do guindaste. A partir
destes dados, é possível determinar qual o material mais apropriado para a sua construção.

5.1.1 Na Posição Média


Na Figura 13 apresentada abaixo, pode-se observar a análise de tensões sobre a lança
quando a mesma está na posição média.

• Na Posição Média
𝑦

𝐵
𝑥 𝑂 𝐴

𝑃𝑐⃗
𝑅𝑜⃗ ⃗
20º 𝑅𝐴

𝑅⃗𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜

Figura 13. Análise de tensões na posição média (mm), o autor (2021)

A força peso de carga máxima é calculada pela Equação 4:


26

𝑚
𝑃⃗𝑐 = 𝑚 ∙ 𝑔⃗ = 1000 𝑘𝑔 ∙ 9,807 𝑠 2 = 9807 𝑁 (4)

Calculando o momento em relação ao ponto O (Eq. 5):

∑ 𝑀𝑜 = 0 (5)
−9807 𝑁 ∙ 1600 𝑚𝑚 + 𝑅𝐴 ∗ 430 𝑚𝑚 = 0
𝑅𝐴 = 36491,16 𝑁

A reação na direção do cilindro do pistão é dada por (Eq. 6):

𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 𝑅𝐴 (cos(20º) = 36941,16 𝑁 ∙ cos(20º)) (6)

𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 34290,48 𝑁

A reação sobre a coluna vertical 𝑅𝑜 pode ser calculada pela Equação 7:

∑ 𝐹𝑦 = 0 (7)

𝑅𝑜 + 𝑅𝐴 − 𝑃𝑐 = 0
𝑅𝑜 + 36491,16 𝑁 − 9807 𝑁 = 0
𝑅𝑜 = −26684,16 𝑁

Observação: Como o valor da reação de 𝑅𝑜 foi negativo, significa que o sentido da


força foi estimado inicialmente de maneira errônea.
27

5.1.2 Na Posição da Altura Máxima


Na Figura 14, pode-se observar a análise de tensões sobre a lança quando a mesma se
encontra na posição da altura máxima.

𝑃𝑐⃗

𝑅𝐴⃗

𝑅𝑜⃗

Figura 14. Análise de tensões na posição da altura máxima (mm), o autor (2021)

Calculando o momento em relação ao ponto O (Eq. 8):

∑ 𝑀𝑜 = 0 (8)

−(9807 ∙ cos(30º)) 𝑁 ∙ 1600 𝑚𝑚 + 𝑅𝐴 ∙ 430 𝑚𝑚 = 0


𝑅𝐴 = 31602,27 𝑁

A reação na direção do cilindro do pistão é dada por (Eq. 9):

𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 𝑅𝐴 ∙ cos(50º) = 31602,27 𝑁 ∙ cos(50º)) (9)

𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 20313,55 𝑁
28

5.1.3 Na Posição da Altura Mínima


A Figura 15 apresenta a análise de tensões sobre a lança quando se encontra na posição
da altura mínima.

𝑅𝑜 𝑚 í𝑛𝑖𝑚𝑎⃗

𝑅𝐴⃗

C’

𝑃𝑐⃗

Figura 15. Análise de tensões sobre a lança na posição da altura mínima (mm), o autor (2021)

Calculando o momento em relação ao ponto O (Eq. 10):

∑ 𝑀𝑜 = 0 (10)

−(9807 ∙ cos(50º)) 𝑁 ∙ 1600 𝑚𝑚 + 𝑅𝐴 430 𝑚𝑚 = 0


𝑅𝐴 = 23456,08 𝑁
29

A reação na direção do cilindro do pistão no ponto mais alto (Eq. 11):

𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 𝑅𝐴 ∙ 𝑐𝑜𝑠(25º) = 23456,08 𝑁 ∙ 𝑐𝑜𝑠(25º)) (11)

𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 21258,42 𝑁

A reação sobre a coluna vertical 𝑅𝑜 é dada pela Equação 12:

∑ 𝐹𝑦 = 0 (12)

𝑅𝑜 + 𝑅𝐴 − 𝑃𝑐 ∙ cos (30º) = 0
𝑅𝑜𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎 + 23456,08 𝑁 − 9807 ∙ cos (50º) 𝑁 = 0

𝑅𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 = −17152,25 𝑁

5.2 COLUNA VERTICAL

Antes de efetuar os cálculos necessários para o dimensionamento da coluna vertical,


realizou-se uma pesquisa de mercado verificando tanto os perfis quanto as dimensões utilizadas
por equipamentos com demanda de serviço semelhante ao guindaste proposto. Após a seleção
do modelo, foram calculadas as tensões atuantes com a carga de serviço.

A coluna vertical pode ser projetada como uma escora ou um membro de tensão. Logo,
ela é exposta a uma componente de tensão de compressão e flexão (Eq. 13):

𝑃 𝑀𝐶 𝑅𝑜 (𝑅𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 ∙𝑠𝑒𝑛(70º))∙ℎ∙𝐶
𝜎𝑐 = 𝐴 + = + (13)
𝐼 𝐴 𝐼

Onde:

𝐼 = 𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐼𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙

𝐶 = 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑎𝑡é 𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛ê𝑢𝑡𝑟𝑎


ℎ = 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑎𝑡é 𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 ℎ𝑖𝑑𝑟á𝑢𝑙𝑖𝑐𝑜
30

Dessa maneira, a distância da borda até a linha pode ser calculada por Eq. 14:

0,16𝑚
𝐶= = 0,08 𝑚 , ℎ = 0,86518 𝑚 (14)
2

• Na Posição Média
𝑦

𝑥 𝑂 𝐴
Figura 16. Seção transversal da Coluna Vertical em milímetros (mm), o autor (2021)

𝑅𝑜⃗ 20º 𝑅𝐴⃗


A área da seção transversal (Figura 16) da coluna vertical é calculada por (Eq. 15):

𝑅⃗𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜
𝐴 = [(0,16 ∗ 0,08) − (0,148 ∗ 0,068)]𝑚2 = 2,736 ∗ 10−3 𝑚2 (15)

O momento de inércia de um tubo retangular é representado pela figura 17:


31

Figura 17. Momento de inércia de um tubo retangular, Hibbeler (2015)

Calculando o momento de inércia em relação ao eixo X (Eq. 16) com base nos valores
encontrados na Figura 16, tem-se:

𝐵𝐻 3 𝑏ℎ3
𝐼𝑥𝑥 = − (16)
12 12

0,08 ∗ 0,163 0,068 ∗ 0,1483


𝐼𝑥𝑥 = −
12 12

𝐼𝑥𝑥 = 8,936512 ∗ 10−6 𝑚4


32

Calculando o momento de inércia em relação ao eixo Y (Eq 17), com base nos valores
encontrados na Figura 16, tem-se:

𝐻𝐵3 ℎ𝑏3
𝐼𝑦𝑦 = − (17)
12 12

0,16 ∗ 0,083 0,148 ∗ 0,0683


𝐼𝑦𝑦 = −
12 12

𝐼𝑦𝑦 = 2,948672 ∗ 10−6 𝑚4

Observação: Como a força do cilindro hidráulico está sendo aplicado sobre plano
perpendicular ao eixo X, deve-se utilizar o momento de inércia sobre este eixo (𝐼𝑥𝑥 ), para assim
determinar a tensão máxima sobre a coluna vertical.

Dessa maneira, a tensão de compressão sobre a coluna é (Eq. 18):

26684,16 (34290,48∙𝑠𝑒𝑛(70º))∙0,86518∙0.08
𝜎𝑐 = 2,2736∙10−3 + (18)
8,936512∙10−6
𝜎𝑐 = 259,32 𝑀𝑃𝑎

5.3 LANÇA

Da mesma maneira que a coluna vertical, antes de se efetuar os cálculos necessários


para o dimensionamento da lança, realizou-se uma pesquisa de mercado verificando os perfis e
as dimensões comumente utilizadas por equipamentos com demanda de serviço semelhante ao
do presente trabalho. Em seguida, efetuou-se a análise de tensões sobre a lança com a carga de
serviço.

A lança articulável pode ser projetada como uma viga de tensão. Logo, ela é exposta
a uma componente de tensão de flexão (Eq. 18):
33

𝑀𝑐
𝜎𝑚á𝑥 = (19)
𝐼

Onde:

𝑀 = 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 "O" 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥ã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎 𝐿𝑎𝑛ç𝑎 𝑒 𝑎 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙


𝐶 = 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑎𝑡é 𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛ê𝑢𝑡𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑛ç𝑎
𝐼 = 𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛é𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑛ç𝑎

Assim, a distância da borda e a linha neutra pode ser calculada por (Eq. 20):

0,065
𝑐= (20)
2

𝑐 = 0,0325

• Na Posição Média
𝑦

𝑥 𝑂 𝐴
Figura 18. Seção transversal da Lança horizontal em milímetros (mm), o autor (2021)

𝑅𝑜⃗ 20º 𝑅𝐴

34

A área da seção transversal (Figura 18) da lança horizontal é obtida por (Eq. 21):

𝐴 = [(0,065 ∗ 0,065) − (0,055 ∗ 0,055)] 𝑚2 = 1,2 ∗ 10−3 𝑚2 (21)

Como representado anteriormente o momento de inércia do tubo quadrado é


representado por (Eq. 22):

𝐵𝐻 3 𝑏ℎ3
𝐼𝑥𝑥 = 𝐼𝑦𝑦 = −
12 12 (22)
0,065 ∗ 0,0653 0,055 ∗ 0,0553
𝐼𝑥𝑥 = 𝐼𝑦𝑦 = −
12 12
𝐼𝑥𝑥 = 𝐼𝑦𝑦 = 7,25 ∗ 10−7 𝑚4

• Na Posição Média
𝑦

𝐵
𝑥 𝑂 𝐴

𝑃𝑐⃗
𝑅𝑜⃗ ⃗
20º 𝑅𝐴

𝑅⃗𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜

Figura 19.Diagrama Esforço Cortante e Momento Fletor, o autor (2021)


35

Analisando o diagrama de esforço cortante e momento fletor (Figura 19), percebe-se


que o momento fletor máximo aplicado sobra a lança tem valor de -11,47 kN*m.

Assim, a tensão máxima sobre a lança é calculada por (Eq. 23):

(11,47 ∗ 103 ) ∗ 0,0325


𝜎𝑚á𝑥 = (23)
7,25 ∗ 10−7

𝜎𝑚á𝑥 = 514,17 𝑀𝑃𝑎


36

6 MATERIAIS UTILIZADOS PARA A FABRICAÇÃO

No Capítulo 6 são abordados os materiais utilizados na fabricação do presente Guindaste


de coluna giratório. Para isso, leva-se em conta as suas principais propriedades, tais como
tenacidade, dureza, usinabilidade, dutilidade entre outros.

Após determinar as tensões em diferentes elementos da estrutura e em suas junções,


verifica-se a existência de um coeficiente de segurança considerando possíveis falhas devido a
ultrapassagem dos limites de:

• Escoamento
• Cargas críticas de flambagem
• Resistência à fadiga

O limite de escoamento deve ser calculado nos elementos submetidos a tração ou


compressão. No caso de aços com 𝜎𝑒 /𝜎𝑟 <0,7, a tensão de tração calculada não deve ultrapassar
os valores de tensão admissível (𝜎𝑎 ). Para solicitações de Caso I é calculada por (Eq. 24)

𝜎𝑒
𝜎𝑎 = (24)
1,5

Selecionou-se o aço SAE 4340 normalizado para a fabricação da lança, por ser um
material comumente utilizado para vigas estruturais. Suas propriedades mecânicas estão
apresentadas na Tabela 6.

Tabela 6. Propriedades mecânicas do aço SAE 4340 normalizado

Propriedade Valor Unidades


Temperatura de austerização 870 ºC
Resistência à tração 1280 MPa
Limite de escoamento 860 MPa
Alongamento 12,2 %
Redução de área 36 %
Dureza 363 HB
Impacto 16 J
Fonte: http://lgsteel.com.br/propriedades-mecanicas-do-carbono.htm
37

Aplicando-se os dados fornecidos pela tabela 6 na Equação 25, pode-se calcular a tensão
de tração do aço SAE 4340 normalizado.

(25)
𝜎𝑒 860
= = 0,67
𝜎𝑟 1280

Tendo em vista que o valor calculado foi inferior a 0,70, pode-se utilizar a Equação 24
para verificar a tensão admissível do aço SAE 4340 normalizado.

860
𝜎𝑎 =
1,5
𝜎𝑎 = 573,33 𝑀𝑃𝑎

Considerando que a tensão máxima calculada para a lança foi de 514,17 Mpa, pode-se
afirmar que a escolha do material está adequada, uma vez que o valor da tensão máxima não
atinge a tensão admissível do aço SAE 4340 normalizado.

Para os demais elementos do guindaste (base, conexão da base à coluna vertical e coluna
vertical) selecionou-se o aço SAE 1040 laminado. Suas propriedades mecânicas estão
apresentadas na Tabela 7.

Tabela 7. Propriedades mecânicas do aço SAE 1040 laminado

Propriedade Valor Unidades


Temperatura de austerização - ºC
Resistência à tração 620 MPa
Limite de escoamento 415 MPa
Alongamento 25,0 %
Redução de área 50 %
Dureza 201 HB
Impacto 49 J
Fonte: http://lgsteel.com.br/propriedades-mecanicas-do-carbono.htm
38

Aplicando-se os dados fornecidos pela tabela 7 na Equação 25, pode-se calcular a tensão
de tração do aço SAE 1040 laminado.

𝜎𝑒 415
= = 0,66
𝜎𝑟 620

Novamente, tendo em vista que o valor calculado foi inferior a 0,70, pode-se utilizar a
Equação 24 para verificar a tensão admissível do aço SAE 1040 laminado.

415
𝜎𝑎 =
1,5
𝜎𝑎 = 276,66 𝑀𝑃𝑎

Considerando que a tensão máxima calculada para a coluna vertical foi de 259,32 MPa,
pode-se afirmar que a escolha do material está adequada, uma vez que o valor da tensão máxima
não atinge a tensão admissível do aço SAE 1040 laminado.
39

7 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS: SOLIDWORKS

A construção de máquinas de elevação necessita de cálculos e análises bastante precisas


a fim de reduzir os riscos durante a sua operação (GOMES, 2014). Inicialmente, essas análises
eram realizadas por meio da resolução direta dos sistemas de equações de derivadas parciais
que regem o fenômeno, sendo comumente utilizadas as séries de Fourier (GOMES, 2014).
Entretanto, isto só era possível de ser aplicado em meios contínuos homogêneos e de geometria
simples (ALVES FILHO, 2009).

A partir da década 60, houve um grande avanço tanto no desenvolvimento do Método


dos Elementos Finitos (MEF) quanto no uso de computadores. O MEF busca determinar os
estados de tensão e de deformação de um sólido de geometria arbitrária sujeito a ações
exteriores (ALVES FILHO, 2009).

Atualmente, existe uma ampla diversidade de softwares que utiliza o MEF para análise.
Eles reduzem o tempo e o custo do projeto, por permitir a otimização do conjunto antes da sua
fabricação, bem como a redução da probabilidade de falhas dos seus componentes (AZEVEDO,
2013 apud GOMES, 2014).

O presente trabalho utiliza o software SolidWorks para a análise do equipamento


desenvolvido. Inicialmente, as peças foram projetadas de maneira individual no referido
programa (Figuras 6, 7, 8, 9 e 10). Em seguida, montou-se no programa os elementos formando
o guindaste de coluna giratório. Por último, submeteu-se todo o conjunto às análises de tensões
de von Mises, deslocamento resultante e deformação equivalente. Além disso, o programa
fornece informações sobre a massa de cada elementos, o que é importante para planejar a
logística de transporte e instalação do equipamento.

7.1 VISTAS DO GUINDASTE DE COLUNA GIRATÓRIO

A imagem da vista lateral é apresentada na Figura 20, enquanto a vista em perspectiva


do guindaste pode ser observada na Figura 21.
40

Figura 20. Vista lateral do guindaste de coluna giratório, o autor (2021)


41

Figura 21. Vista em perspectiva do guindaste de coluna giratório, o autor


42

7.2 ANÁLISE DE TENSÕES SOBRE O CONJUNTO DO GUINDASTE

Em seguida, analisando o conjunto do guindaste por meio dos mapas de calor da


análise de tensões (Figura 22), do deslocamento resultante (Figura 23) e da deformação
equivalente (Figura 24), percebe-se que o projeto está adequado para a execução do serviço
com a carga máxima.

Figura 22. Mapa de Calor da análise de tensões de von Mises sobre o conjunto do guindaste, o autor (2021)
43

Figura 23. Mapa de calor de deslocamento resultante do conjunto guindaste, o autor (2021)
44

Figura 24. Mapa de calor da deformação equivalente do conjunto guindaste, o autor (2021).

Nota-se que, mesmo diante do deslocamento causado pela carga máxima (Figura 23),
os parâmetros de tensões (Figura 22) e deformação equivalente (Figura 24) encontram-se dentro
do limite permitido para os materiais utilizados no equipamento. Portanto, o projeto pode ser
considerado adequado e seguro para executar a demanda de serviço proposta.
45

8 INFORMAÇÕES ADICIONAIS

8.1 ANÁLISE DE CUSTO

A análise de custo para a fabricação do guindaste do presente trabalho tem como base
orçamentos dos componentes através de fornecedores nacionais. Já os equipamentos adicionais
(macaco hidráulico, rolamento agulha e guincho elétrico) são obtidos por meio de lojas virtuais.
Os preços, marcas e respectivos fornecedores podem ser consultados na Tabela 8.

Tabela 8. Orçamento dos principais componentes do guindaste

Componente Marca Preço (R$) Fornecedor


Base, conexão e coluna vertical Delta aços 400,00 Delta Aços
Lança Terinox 600,00 Terinox
Macaco Hidráulico 6 t Tipo garrafa Bonevau 249,90 Loja do Mecânico
Rolamento Agulha HK 1616 Ina 38,58 Loja Brafer
Guincho de Coluna Elétrico Monofásico H-A107 Motomil 1899,90 Loja do Mecânico

Outros custos adicionais, como parafusos, pintura, furos, cortes e soldas, não estão
incluídos no orçamento detalhado, tendo em vista que não acrescentam substancialmente o
valor final do produto. Sendo assim, o orçamento total do guindaste do presente trabalho é de
aproximadamente R$ 3500,00.

Ao buscar equipamentos com execução de serviço similar ao projeto, ou seja, que


atendam a mesma capacidade de carga, executem giro de até 270º e possuam um guincho
elétrico, tem-se que estes equipamentos são vendidos por uma média de R$ 15000,00. Logo, o
guindaste do presente trabalho possui um custo bastante reduzido quando comparado aos
equipamentos da mesma categoria fornecidos no mercado atualmente.

8.2 DIMENSÕES DO LOCAL DE OPERAÇÃO

O local de operação deve comportar o tamanho da lança acrescido do tamanho da carga


que excede os limites da lança, além de distância para manuseio da alavanca de giro do
46

guindaste, bem como uma margem de segurança para manuseio da carga. Neste sentido, é
imprescindível a informação de qual tipo de carga será içada pelo guindaste, considerando que
as cargas unitárias podem ter dimensões bem distintas, mesmo dentro da capacidade máxima
do guindaste.

Se o guindaste for instalado permitindo um giro de até 270º, tem-se que o local deve
ter ao menos 5000 mm diâmetro livre, a depender da dimensão da carga. Já nos casos nos quais
o guindaste seja instalado de forma a permitir um giro de até 180º, é preciso um diâmetro livre
de ao menos 2600 mm, também a depender da dimensão da carga a ser içada.

8.3 LOGÍSTICA DE TRANSPORTE E MONTAGEM

Para pensar na logística de transporte e montagem do guindaste, é necessário elencar


informações sobre a massa de cada peça e suas dimensões. O relatório de análise do SolidWorks
fornece a massa dos principais componentes do guindaste de coluna giratório (Tabela 9). A
massa dos demais componentes, como o rolamento e parafusos de fixação, são considerados
irrelevantes para o cálculo da massa total do equipamento.

Tabela 9. Massa dos elementos do guindaste

Elemento Massa (kg)


Base 20,8
Conexão da base à coluna 20,9
Coluna vertical 60,5
Lança 31,1
Bomba hidráulica 4,5
Motor elétrico 37

A montagem do guindaste não necessita de mão de obra especializada. Os


componentes são fixados entre si e ao solo por meio de parafusos. É preciso destacar que o solo
precisa estar devidamente preparado com piso de concreto.
47

Para a montagem do equipamento, não é extremamente necessário o uso de outros


dispositivos, como guinchos. No entanto, é primordial a mão-de-obra de três pessoas, sendo
duas para erguer os elementos e a terceira com a função de posicionar e fixar os componentes
adequadamente.

Quanto ao transporte, sugere-se minimamente um caminhão de pequeno porte, devido


ao comprimento da lança (1600 mm) e da coluna vertical (1800 mm). Além disso, este tipo de
veículo precisa suportar a carga máxima correspondente ao guindaste (aproximadamente 175
kg).

8.4 VIDA ÚTIL MÉDIA

De acordo com a Instrução Normativa RFB Nº 1700, de 14 de março de 2017, o


guindaste do presente trabalho se enquadra em duas referências normativas:

• 8428: “Outras máquinas e aparelhos de elevação de carga, de descarga ou de movimentação


(por exemplo: elevadores ou ascensores, escadas rolantes, transportadores, teleféricos)”
(BRASIL, 2017).
• 8426: “Cábreas, guindastes, incluídos os de cabo; pontes rolantes, pórticos de descarga ou
de movimentação, pontes-guindastes, carros-pórticos e carros-guindastes” (BRASIL, 2017).

Ambas indicam que a vida útil média deste tipo de equipamento é de aproximadamente
10 anos, com uma taxa anual de depreciação do valor de 10%.
48

9 CONCLUSÕES

O presente trabalho desenvolveu um modelo de guindaste de coluna giratório com


capacidade de levantamento de cargas unitárias de até 1000 kg. Este modelo de equipamento
foi pensado para a realização de carga e descarga em galpões ou para içamento de motores em
oficinas mecânicas.

Após os cálculos dos elementos principais do guindaste (coluna vertical e lança),


foram selecionados os materiais utilizados para a fabricação (aços SAE 4340 normalizado e
SAE 1040 laminado). Por fim, o conjunto foi submetido a análise do MEF, por meio do
software SolidWorks. Após os cálculos realizados e as simulações de tensões efetuadas no
SolidWorks, pode-se afirmar que o equipamento desenvolvimento é considerado adequado e
seguro para o serviço a que foi proposto.

No ponto de visto econômico, o guindaste de coluna giratório também se mostrou


bastante satisfatório, considerando que o seu custo é de aproximadamente 30% do valor do
equipamento vendido no mercado. Além do mais, possui uma vida útil média de 10 anos,
gerando lucro a médio e longo prazo.

Outra vantagem do equipamento desenvolvido é que não necessita de mão-de-obra


especializada tanto para a montagem, quanto para a operação do serviço. A logística de
transporte também é facilitada e não necessita de amplo local para a sua operação.

Para trabalhos futuros pretende-se incluir a fixação das partes da estrutura, assim como
selecionar o motor elétrico a ser acoplado na lança e dimensionar a bomba hidráulica.
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10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES FILHO, Avelino. Elementos Finitos, A base da tecnologia CAE, 5ª Edição – Editora
Érica. 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8400: Cálculo de


equipamento para levantamento e movimentação de cargas. Rio de Janeiro, 1984.

BRASIL, Haroldo Vinagre. Máquinas de Levantamento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara


Dois S.A. 1985.

CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias


para a redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997.

DOS SANTOS, Marcelo Torres. Estudo do comportamento cinemático e dinâmico de um


guindaste comercial com três graus de liberdade/ Marcelo Torres dos Santos. – Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.

GOMES, Diego da Silva. Análise estática de um guindaste de torre, utilizando o método


dos elementos finitos / Diego da Silva Gomes – Guaratinguetá, 2014.

HIBBELER, R. C. Mechanics of materials, 10ª Edição. Editora Pearson. 2015.

Instrução Normativa RFB Nº 1700, de 14 de março de 2017.

MOURA, Reinaldo A. Sistemas e técnicas de movimentação e armazenagem de materiais,


5ª edição. São Paulo: IMAM, 2005.
50

PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS AÇOS. LG Steel, 2021. Disponível em:


<http://lgsteel.com.br/propriedades-mecanicas-do-carbono.htm>. Acesso em: 13 de abril de
2021.

RUDENKO, N. Máquinas de Elevação e Transporte. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, Editora S.A. Tradutor: João Plaza. 1976.

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