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Florianópolis, 2013.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Evolução da produção de moluscos de Santa Catarina entre 1990 e 2010. .............. 11
Figura 2: Evolução da produção de ostras em Santa Catarina entre 1991 e 2010. ................... 12
Figura 3: Evolução da produção de mariscos em Santa Catarina entre 1990 e 2010. .............. 12
Figura 4: Fluxograma do processo de defumação de ostras. .................................................... 20
Figura 5: Esquema do tanque de depuração das ostras. ........................................................... 21
Figura 6: Planta da câmara de congelamento e disposição dos carrinhos contendo os
moluscos. .......................................................................................................................... 22
Figura 7: Esquema do carrinho de transporte dos moluscos da área de embalagem até a
câmara de congelamento. ................................................................................................. 23
Figura 8: Defumador Inox de 750L (150 – 200kg) .................................................................. 27
Figura 11: Autoclave vertical AV/AVP-150 ............................................................................ 29
Figura 5: Desidratador/Defumador 750K - Inox (carga média 150 - 200Kg) .......................... 30
Figura 6: Autoclave verticial AV/AVP-150 ............................................................................. 31
Figura 7: Custo e margens dos produtos. ................................................................................. 41
Figura 8: FCL em função das vendas e ponto de equilíbrio. .................................................... 42
Figura 9: Vestiário da empresa. ................................................................................................ 44
Figura 10: Área de recebimento, depuração e pré cozimento das ostras e de controle. ........... 45
Figura 11: Área de desconche, análise em lupa para contagem de parasitas e embalagem para
congelamento da carne. .................................................................................................... 46
Figura 12: Área limpa da indústria (defumação, embalagem e esterilização).......................... 47
Figura 13: Estoque refrigerado dos produtos embalados. ........................................................ 47
Figura 14: Layout da indústria Iguarias do Mar. ..................................................................... 48
Figura 15: Mapa do sul da Ilha de Florianópolis e Palhoça. .................................................... 49
LISTA DE TABELAS
1.1. HISTÓRICO
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pescadores locais, o suporte intelectual da universidade e financeiro da assistência pesqueira
este projeto pode ser considerado como o início do cultivo que se manteve até hoje,
culminando na fundação do primeiro Condomínio de Maricultura do Brasil, que foi
denominado Condomínio de Pesca e Maricultura Baia Norte.
A partir de então, já nos anos 90, a atividade já era explorada economicamente em todo
o litoral catarinense, e a UFSC já possuía um laboratório onde eram produzidas sementes que
fomentavam os pescadores do Estado, ajudando a desenvolver a cadeia de suprimentos deste
setor em Santa Catarina.
O Estado de Santa Catarina, assim como o Brasil, enfrentaram um crescimento
exponencial tanto da produção de moluscos como no número de produtores e associações nos
anos 90. Este foi um marco para a atividade, pois se pode considerar um sinal claro por parte
da demanda de que com a evolução da cadeia produtiva e do desenvolvimento das técnicas de
produção existiria uma resposta por parte dos consumidores.
Já no ano de 2007, o Sebrae lançou um selo de certificação para os produtores de
ostras. O apoio desta instituição - em parceria com Epagri, governo local, UFSC e Univali -
distribuiu para produtores da região da Grande Florianópolis um Caderno de Normas
“Melhores Práticas para Produção de Ostras de Florianópolis” juntamente de um software
para a de Gestão para Produção, contendo os métodos de implementação e suporte para os
maricultores.
Com isso as propriedades certificadas – que utilizam o selo em notas fiscais, catálogos,
folders e placas indicativas dos produtos – ganham qualidade com implantação de boas
práticas no processo produtivo, com respeito ao meio ambiente e em adequadas condições de
trabalho e o setor de maricultura da região ganha em profissionalização e desenvolvimento.
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Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) que possui
um acompanhamento mais próximo desta atividade em Santa Catarina.
Ao considerar que a produção catarinense de moluscos é hoje cerca de 90% da
produção nacional, estes dados são representativos para se quantificar o desempenho do setor
no Brasil.
De acordo com a Figura 1, pode-se perceber que em 2010 a produção de moluscos em Santa
Catarina bateu recorde histórico, alcançando o montante de 15.635 toneladas comercializadas.
Sendo um aumento de 25,5% em relação ao ano anterior.
Nota-se que o constante crescimento foi afetado por uma forte queda em 2007, tal fato
se deve ao fenômeno da maré vermelha que atingiu a Baia Sul de Florianópolis, uma grande
produtora de moluscos. Este fenômeno, que consiste na proliferação de algas tóxicas fez com
que órgãos do governo proibissem a comercialização dos produtos oriundos desta área,
afetando em cheio a disponibilidade e a reputação destes itens no mercado.
Apesar do ocorrido verificou-se em 2010 não apenas recuperação plena da atividade
como também um recorde de produção. Estes números mostram um crescimento médio nos
últimos 8 anos de 6,7% a.a. Crescimento significativo quando comparado aos 3,4% a.a. de
evolução do PIB brasileiro no mesmo período.
Abrindo um pouco estes números verifica-se que o efeito da contaminação de 2007 foi
mais rigoroso com as ostras, como é visto nos números descritos na Figura 2.
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Figura 2: Evolução da produção de ostras em Santa Catarina entre 1991 e 2010.
O comércio de mariscos, por sua vez, manteve um bom crescimento quantitativo nos
últimos anos, como mostra a Figura 3:
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Santa Catarina foi de 87,8% enquanto a de ostras foi de 12,2% da comercialização total.
Em termos econômicos, porém, o mercado de ostras se mostra bastante atraente, o
faturamento total deste artigo ficou próximo a 14 milhões ou pouco mais de 38% do
faturamento do setor. Os mariscos representaram um faturamento de cerca de 22 milhões ou
61% deste setor.
Isto ocorre devido ao preço médio praticado em 2010 no Estado da dúzia de ostras ser
valorada a R$ 7,42 ao passo que o de mariscos estava em R$ 1,64 o quilo. Para efeitos de
comparação a dúzia de ostra comercializada pesava aproximadamente 1 quilo.
É interessante observar que este custo mais elevado das ostras não necessariamente está
associado a um custo proporcionalmente mais elevado para a sua produção. Um estudo da
Epagri, de 2003, explorou a composição dos custos de produção de ostras e de mariscos,
chegando a conclusão de que cada dúzia de ostras custava aproximadamente R$ 1,66 para a
produção enquanto os mariscos custavam R$ 0,82. Fornecendo, portanto, uma margem maior
para o cultivo de ostras que está associada, em parte, a imagem do artigo no mercado.
A Tabela 1 apresenta um resumo dos dados econômicos das principais atividades do
setor em Santa Catarina.
Estimativa econômica da maricultura de Santa Catarina
Safra 2010
Quantidade (dz) 1.907.891
Ostras (R$/dz) R$ (unid) 7,42
Total (R$) 14.156.551,22
Quantidade (dz) 13.722.300
Mexilhões (R$/Kg) R$ (unid) 1,64
Total (R$) 22.504.572,00
Quantidade (dz) 5.365
Vieiras (R$/dz) R$ (unid) 41,5
Total (R$) 222.647,50
TOTAL (RS) 37.883.770,72
Tabela 1: Resultados econômicos do setor de cultivo de moluscos em 2010.
A maior dificuldade que os produtores tem para inserir o produto no cardápio nacional
é devido ao baixo tempo de conservação do produto in natura (aproximadamente 4 dias). Este
fato pode ser identificado como uma oportunidade para o beneficiamento deste insumo de
forma a aumentar sua validade e, desta forma, conquistar mercados onde é inviável o
consumo do produto in natura.
Outro ponto destacado como uma barreira ao setor é a pouca comunicação sobre o
produto, especialmente ligada questões sobre o esclarecimento dos critérios de qualidade.
Neste ponto ações como a Fenaostra além do processo de certificação da produção em Santa
Catarina, que se iniciou em 2007, vem garantindo uma expansão das vendas apesar de se
encontrar em uma etapa inicial.
O canal de distribuição ao consumidor final se dá basicamente em restaurantes, onde
cerca de dois terços dos consumidores degustam o produto. Apesar de conseguir agregar
valor ao produto, estas vendas, se consideradas exclusivas, tornam este mercado limitado.
Por fim, a Tabela 2 ilustra uma matriz baseada nos 4 P’s do marketing para resumir a
visão que existe hoje das ostras, e por similaridade dos moluscos, alertando sobre os pontos
que devem ser trabalhados para agregar valor ao produto e aumentar a sua penetração junto ao
mercado consumidor.
Chiavenato (2005 p. 201) explora o conceito do mix de marketing (4 P`s do marketing)
ao ressaltar a importância da estratégia do plano de marketing para uma empresa:
De nada adianta saber fabricar um bom produto ou prestar um bom serviço. É
preciso também saber colocá-lo no mercado e conseguir convencer as pessoas a
comprá-lo. O marketing constitui o principal elo entre o empreendedor e o cliente. É
por meio do marketing que o cliente recebe o produto/serviço no momento certo,
com características e preço adequados.
Para uma estratégia de marketing deve-se, portanto, explorar cada um dos elementos do
mix de marketing: produto, preço, praça, propaganda/comunicação.
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Produto: Preço:
- Excelente imagem no/para o - Aparentemente sem restrições;
distribuidor; - Qualidade sobrepõe este item;
- Associado a qualidade; - Serviço reconhecido.
- Conhecido pelo distribuidor;
- Desconhecido pelo
consumidor.
Promoção: Ponto de venda:
- Forte necessidade de - Forte dependência dos restaurants e ostras in
COMUNICAÇÃO; natura;
- Esclarecimentos técnicos e - Trabalho paralelo para abertura de novas
orientação de consumo; formas de distribuição e nos produtos –
- Penetração no Mercado já diferenciação.
consumidor;
- Agregar serviços.
Tabela 2: Imagem das ostras no Brasil sob a ótica dos 4P`s do Marketing.
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2. ANÁLISE DO MERCADO
2.1. CONCORRENTES
No mercado brasileiro apenas uma empresa possui uma proposta semelhante a
Iguarias do Mar. Diversas outras empresas do setor também podem ser classificadas
como concorrentes, apesar de seus produtos não alcançarem os atributos mais valorizados
da Iguarias do Mar. A seguir são analisados os concorrentes:
2.1.1. Marithimu’s
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Tabela 3 mostra a avaliação da empresa supracitada.
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3. DESCRIÇÃO DA EMPRESA
3.1. PRODUTOS
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processo é uma leve alteração do gosto e da propriedade dos produtos, que serão
monitorados para garantir um sabor agradável e um ganho nutricional superior quando
comparados com os produtos in natura.
Inicialmente as embalagens voltadas para os consumidores finais deverão conter
150g de carne, totalizando 200g quando adicionado o óleo. Para consumidores
comerciais haverá embalagens com 500g de carne, sendo 670g no total.
Espera-se que com o desenvolvimento das parcerias com os fornecedores se consiga
tamanho e peso dos moluscos com pouca variabilidade, como consequência da
padronização dos processos de cultivo.
Será desenvolvido um rótulo que atraia a atenção dos clientes, os produtos terão
uma exposição reduzida. Estas embalagens trarão dicas culinárias para a utilização dos
produtos contidos nele, informações culturais sobre os moluscos, servindo como uma
forma de comunicação e divulgação destes produtos junto aos consumidores, além das
informações requeridas pela RDC 259 de 2002.
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3.2.1. Fluxograma do processo
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Considerações:
- 1 ostra pesa o equivalente a 0,055Kg;
- 40% do peso total da ostra é proveniente da concha;
- 45% da massa da carne do molusco é água retirada no processo de defumação;
- Densidade do azeite de oliva é 0,920Kg/L;
- Densidade do oleo de canola é 0,891Kg/L;
- Conserva será feita com 35% de azeite de olive e 65% de oleo de canola (relação do peso);
- Utiliza-se 0,05Kg sal/1Kg de carne.
3.2.1.1. Depuração
3.2.1.2. Desconchamento
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3.2.1.3. Congelamento da carne
O congelamento da carne será feito para armazenar e estocar a principal matéria prima
para o perfeito funcionamento da indústria. Desta maneira não se terá problemas com a
sazonalidade da ostra – cada época do ano fornece ostras com características diferentes, como teor
de gordura, tamanho e peso, tornando o processo não homogêneo – além de garantir produção caso
haja problema no cultivo, seja da presença de parasitas ou contaminantes poluentes.
Durante o congelamento, primeiramente o calor sensível é removido para diminuir a
temperatura do alimento até o ponto de congelamento. Será utilizado o congelamento rápido, pois
este evita a formação de grandes cristais de gelo e a ruptura de membranas celulares, mantendo o
valor nutricional do alimento (CORREIA, FARAONI, PINHEIROSANT’ANA, 2008).
O tempo de congelamento é um parâmetro difícil de determinação experimental com
precisão devido às diferenças da temperatura inicial, no tamanho e forma das ostras, diferenças no
ponto de congelamento e na taxa de formação dos cristais de gelo entre diferentes pontos da carne,
além de mudanças na densidade, condutividade térmica, calor específico e na difusividade térmica
com a redução de temperatura (FELLOWS, 2006).
Para o congelamento será utilizada a câmara de congelamento de acordo com a Figura 6
com o auxílio de carrinhos de transporte, como mostra a Figura 7.
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Figura 7: Esquema do carrinho de transporte dos moluscos da área de embalagem até a câmara de
congelamento.
Fonte: Elaborado pelos autores do trabalho (2013).
Para determinarmos o tempo que a carne deverá ficar na câmara de congelamento para que
seja completo o processo, precisa-se das determinadas propriedades físico-químicas e características
termofísicas da ostra, as quais deverão ser mensuradas experimentalmente:
Teor de umidade (%);
Temperatura de congelamento - !!" (K);
Calor específico antes do congelamento - !!" (kJ/kg.K);
Calor específico depois do congelamento - !!" (kJ/kg.K);
Calor latente – L (kJ/kg);
Coeficiente de transferência de calor (W/m2.K);
Coeficiente convectivo interno – h2 (W/m2.K)
Massa específica:
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23
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Para determinar R:
24
1 !
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!
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2 !−1 !−1
1
+ . 2. !! + 2. !! − 1
72
Após este tempo, as ostras serão armazenadas em uma câmara fria com temperatura menor
que a temperatura de congelamento da carne da ostra.
A carga térmica total de refrigeração do túnel é a soma das cargas térmicas de transmissão
(ou condução), de infiltração, do produto e outras devidas aos equipamentos mecânicos, elétricos,
pessoas e demais elementos que possam constituir fonte de calor no interior da câmara.
• Devido ao produto
26
!! = !. !! . !!" . !!
3.2.1.5. Defumação
De acordo com o fabricante, este tem capacidade para 40 bandejas medindo 80 x 40 cm2
27
cada, totalizando em uma área total de 128.000 cm2. Assumindo que cada ostra possui uma área
aproximada de 10 cm2, pode-se defumar cerca de 12.800 ostras por batelada, sendo esta
quantidade bastante acima do planejado inicialmente para a empresa.
Esta grande diferença é planejada para que se possa aumentar a produção no momento
que desejar, sem necessitar de grandes investimentos para isto.
3.2.1.6. Embalagem
É necessário fazer o cálculo do F0 para determinar o tempo que o produto deverá ficar
exposto a temperatura de 121,1oC para que resulte na destruição de 99,9999999999% (12D) dos
microrganismos presentes inicialmente no alimento.
Será utilizado, neste processo, a autoclave apresentada na Figura 11.
Após o término da batelada, os vidros serão resfriados com mangueira e água corrente para
que não ocorra a multiplicação de termófilos, o que acarretaria na perda da esterilização comercial.
28
Figura 9: Autoclave vertical AV/AVP-150
Fonte: Phoenix Luferco (2013).
3.2.1.8. Expedição
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4. ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
4.1 DEFUMADOR
O defumador foi dimensionado levando em conta não só o peso do produto mas também
a sua área, pois para uma padronização eficiente procuramos trabalhar com uma monocamada de
produtos em cada grelha.
O defumador escolhido é da marca DEFUMAX, modelo Desidratador/Defumador 750L -
INOX (Carga Média: 150 - 200 Kg), o qual tem a capacidade de acomodar 40 bandejas.
As medidas do defumador são: 2,30 x 0,98 x 0,98 m.
As bandejas medem 0,8 x 0,4 m, elas têm a capacidade de acomodar cerca de 160
moluscos. O defumador fica com uma capacidade de defumar cerca de 6400 ostras ou mariscos por
batelada, o que é o suficiente para a produção atual em apenas uma batelada.
4.2 AUTOCLAVE
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A autoclave é o equipamento responsável pela esterilização do produto final. Apesar da
defumação já ser um processo de conservação, a conserva desse produto apresenta riscos de
contaminação em sua vida de prateleira. Uma devida esterilização é de suma importância para a
qualidade e segurança do produto final.
A autoclave escolhida é o modelo Autoclave Vertical AV/AVP-150 da marca PHOENIX
LUFERCO, que possui uma capacidade de aproximadamente 150L, com dimensões internas de
50 x 80 (diam. x alt. cm) com 3 cestos, um medindo 48 x 28 cm e outros dois medindo 48 x 22
cm.
O tempo de processamento deve ser medido experimentalmente, pois necessita-se que o
ponto frio da lata que estará no ponto frio do equipamente alcance a temperatura mínima durante
o tempo necessário para o processo. Devido as particularidades do produto, deve ser realizado
ensaio para a determinação desse tempo.
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5. APROVEITAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS
O processo produtivo da indústria a ser projetada resultará em alguns resíduos, os quais são
descritos abaixo, assim como o tratamento que será dado a eles.
5.2. ÁGUA
5.3. EMBALAGENS
As embalagens das matérias primas do processo - por exemplo óleo, azeite, condimentos –
serão devidamente limpas e encaminhadas para coleta seletiva da cidade.
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6. CONTROLE DE QUALIDADE
A qualidade das matérias-primas é de suma importância para obter um produto final com
qualidade (SENAI, 2007).
6.1.1. Ostra
6.1.2. Lenha
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6.1.3. Água
A água que será utilizada no contato direto com o alimento – cozimento, lavagem – deverá
ser potável, conforme Portaria número 2914 de 14/12/2011 (BRASIL, 2011).
O abastecimento da mesma será proveniente da rede pública. Para garantir a qualidade da
mesma serão feitas análises mensais de Escherichia coli (ausência em 100 mL), turbidez (máximo
5,0 uT) e cloro residual livre/cloramina/ dióxido de cloro (mínimo 0,2 mg/L) (BRASIL, 2011).
A água será armazenada em reservatórios fechados, isentos de rachaduras ou vazamentos,
construídos em material atóxico, inerte, de fácil limpeza e desinfecção e higienizados a cada seis
meses (SENAI, 2007).
6.2. PROCESSAMENTO
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6.2.2. Defumação
O controle de qualidade aplicado ao produto acabado visa garantir que os produtos foram
processados e embalados de acordo com o padrão e em condições que não coloquem em risco a
saúde do consumidor ou que levem a sua rejeição.
A empresa deve possuir um programa de amostragem para análise laboratorial do produto
final que serão analisados, no primeiro momento, por laboratório credenciado como o LABCAL –
UFSC.
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7. ANÁLISE FINANCEIRA
As receitas da Iguarias do Mar se dará exclusivamente pela venda dos quatro produtos. A
Tabela 4 resume o faturamento bruto da empresa para os cinco primeiros anos de acordo com o
estimado nas projeções de vendas.
FATURAMENTO
ANO TOTAL (R$)
1 R$ 771.590,00
2 R$ 822.365,00
3 R$ 876.510,00
4 R$ 934.130,00
5 R$ 995.640,00
Tabela 4: Faturamento bruto da Iguarias do Mar nos 5 primeiros anos.
36
Tabela 5: Investimentos iniciais necessários.
São custos fixos todos aqueles que a empresa incorrerá mensalmente independente da
quantidade produzida e vendida. Ressalta-se que os custos fixos diferem do conceito de custos
diretos, um exemplo é à conta de água, que pode reduzir à medida que se reduz a produção, mas
neste planejamento será considerado um custo fixo, pois para um determinado patamar de produção
não se espera variação muito grande destes itens.
Entre os principais podem-se destacar os salários, aluguel e manutenção. A discriminação
de cada um destes itens e sua estimativa de custos mensais estão destacados na Tabela 6.
Salários
Salários R$ 16.233,00
Marketing
Total Marketing R$ 2.416,67
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Transporte
Transporte R$ 3.000,00
Despesas Gerais
Análises laboratoriais
(LABCAL) R$ 250,00
Despesas Gerais
Aluguel terreno R$ 3.500,00
Manutenção dos equipamentos R$ 350,00
Água R$ 400,00
Energia Elétrica R$ 450,00
Contabilidade R$ 600,00
Telefone R$ 350,00
Internet R$ 100,00
Site R$ 200,00
Deslocamento R$ 500,00
Material de Limpeza R$ 100,00
Material de Escritório R$ 75,00
Reposição de utensílios R$ 75,00
Outras despesas R$ 300,00
TOTAL R$ 28.899,67
Tabela 6: Estimativa de custos fixos mensais da Iguarias do Mar.
38
7.4. PROJEÇÃO DOS RESULTADOS
Uma vez tendo sido abordado todos os aspectos que irão compor os faturamentos e
despesas da Iguarias do Mar, podemos compor a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício.
Na Tabela 8 segue a DRE para os cinco primeiros anos da Iguarias do Mar.
1 2 3 4 5
DRE
Receita Operacional Bruta (R$) 1.403.840,00 1.486.353,00 1.573.521,00 1.665.800,00 1.763.251,00
(-)Impostos (R$) -125.643,68 -133.028,59 -149.956,55 -158.750,74 -169.624,75
Receita Operacional Líquida (R$) 1.278.196,32 1.353.324,41 1.423.564,45 1.507.049,26 1.593.626,25
(-)Custo dos Insumos (R$) -491.344,00 -520.223,55 -550.732,35 -583.030,00 -617.137,85
(-)Comissão de Vendas (R$) -92.653,44 -98.099,30 -103.852,39 -109.942,80 -116.374,57
(-)Transporte (R$) -36.000,00 -36.000,00 -36.000,00 -36.000,00 -36.000,00
(-) Salários de Produção (R$) -71.550,00 -71.550,00 -71.550,00 -71.550,00 -71.550,00
Lucro Operacional Bruto (R$) 586.648,88 627.451,56 661.429,71 706.526,46 752.563,84
(-)Salários (R$) -68.868,00 -68.868,00 -68.868,00 -68.868,00 -68.868,00
(-)Marketing (R$) -29.000,00 -29.000,00 -29.000,00 -29.000,00 -29.000,00
(-) Despesas Gerais (R$) -84.000,00 -84.000,00 -84.000,00 -84.000,00 -84.000,00
Lucro Operacional (R$) 404.780,88 445.583,56 479.561,71 524.658,46 570.695,84
(-) Juros (R$) -11.185,98 -10.661,20 -9.964,98 -9.164,32 -8.243,56
(-) Depreciação (R$) -16.958,00 -16.958,00 -16.958,00 -16.958,00 -16.958,00
Lucro Líquido (R$) 376.636,90 417.964,36 452.638,74 498.536,14 545.494,28
Tabela 8: DRE para os primeiros 5 anos da Iguarias do Mar.
39
ANO 0 1 2 3 4 5
ENTRADAS
SAÍDAS
ANO 0 1 2 3 4 5
TOTAL DE ENTRADAS
(R$) 0,00 711.325,73 753.158,04 791.887,96 838.263,04 886.348,83
ANO 0 1 2 3 4 5
TOTAL DE ENTRADAS
(R$) 0,00 1.422.651,46 1.506.267,09 1.583.676,95 1.676.448,08 1.772.685,10
40
Uma verificação importante para entender a capacidade da empresa de honrar seus
compromissos fixos mensais está em avaliar a diferença entre o preço de venda dos produtos e os
recursos gastos para produzir cada um destes produtos, ou seja, a margem de venda dos produtos.
Quanto maior for esta margem de venda, maior é o fôlego da empresa para cobrir seus
custos fixos, e dar o retorno do capital esperado pelos investidores da empresa. Os valores de
margem e custos para cada um dos produtos da Iguarias do Mar está ilustrado na Figura 7.
Verifica-se que as margens da Iguarias do Mar se encontram todas acima de 60% em todos
os produtos, um valor muito elevado quando consideramos uma indústria. Cabe inclusive relembrar
que o preço de venda foi fixado todos cerca de 40% abaixo do valor cobrado pela Maritimhu’s, o
principal concorrente direto da empresa.
Para sustentar a venda destes produtos a estes preços é necessário um volume de vendas
em um patamar mínimo onde a margem de vendas cubra todos os custos. Este é o conceito de ponto
de equilíbrio.
A Figura 8 destaca qual será o fluxo de caixa livre em função das vendas anuais, e
consequentemente, o ponto de equilíbrio estimado para a empresa.
41
Figura 13: FCL em função das vendas e ponto de equilíbrio.
Fonte: Elaborado pela autora do trabalho (2013)
Percebe-se que o ponto de equilíbrio se encontra com vendas de 6628Kg anuais, ou seja,
vendas abaixo de 6628Kg anuais a empresa não dará mais lucro algum. Este valor deverá ser,
portanto, a meta de vendas mínima da empresa.
A Figura acima disponibiliza também uma equação que corresponde o lucro em função das
vendas. Dela pode-se tirar que um aumento na variável “x” – vendas – num montante de 100 kg/ano
o fluxo de caixa livre da empresa aumenta em R$ 5.785,10. Esta é uma volatilidade considerável,
que ocorre em decorrência dos elevados custos fixos e grande margem dos produtos.
A empresa deve se preparar para, caso ocorra o cenário pessimista, cortar custos fixos e
aumentar os esforços de vendas, como forma de adequar a estrutura da empresa a uma realidade de
vendas menor.
Para se obter estes índices financeiros é necessário resgatar os FCL dos cenários
analisados.
Estes valores são apresentados na Tabela 12 apresentada a seguir.
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ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS
Pessimista Realista Otimista
TIR x 104,1% 136,8%
VPL (R$) R$ 4.198,31 R$ 853.815,23 R$ 1.278.616,80
Payback (anos) 7,93 3,86 2,28
IL 1,02 3,89 5,06
Tabela 12: Principais índices financeiros da Iguarias do Mar.
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8. DIMENSIONAMENTO
8.1. LAYOUT
Abaixo desta sala está a entrada dos moluscos e, consequentemente, a área suja da
indústria. Após a chegada desta matéria prima e a aceitação da mesma pelos padrões de qualidades
exigidos, a mesma vai para os tanque de depuração, onde ficarão por 48horas.
Ao término da depuração os moluscos são transportados por guinchos até um caldeirão de
cozimento, que será responsável pelo pré aquecimento da matéria prima.
Ao lado direito desta área da indústria estará a sala de controle e administração. A mesma
será separada da área de produção apenas por vidros e terá uma porte de entrada para a área limpa.
Nesta saída terá pédiluvio para garantir a inocuidade da área.
Estes ambientes podem ser visto na Figura 10.
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Figura 15: Área de recebimento, depuração e pré cozimento das ostras e de controle.
Fonte: Elaborado pelos autores do trabalho (2013).
Depois de pré cozidos, os moluscos são novamente transportados por guinchos para uma
mesa com esteira onde serão desconchados. Nesta etapa será separada a concha (que irá para o
tratamento de resíduos determinado) da carne (seguirá para o processamento).
Na bancada superior da área de produção existem cubas com lupa, a qual será utilizada
para contar a infestação de parasitas e determinar se o lote continuará na linha de produção ou será
descartado.
Em sequência à bancada com esteira existe uma mesa na vertical que será utilizada para
embalar as carnes para o congelamento. Por questões de ergonomia, optou-se por colocar esta
bancada com uma abertura na parede para transportar estes produtos mais facilmente para a câmara
de congelamento.
Estas áreas podem ser vistas com maiores detalhes na Figura 11.
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Figura 16: Área de desconche, análise em lupa para contagem de parasitas e embalagem para
congelamento da carne.
Fonte: Elaborado pelos autores do trabalho (2013).
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Figura 17: Área limpa da indústria (defumação, embalagem e esterilização).
Fonte: Elaborado pelos autores do trabalho (2013).
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A Figura 14 mostra uma visão geral da distribuição das áreas acima descritas na indústria. Os círculos mostrados na planta baixa
representam os riscos de cada setor, sendo a coloração de cada um determinante de um tipo de perigo:
• Azul: perigo físico;
• Rosa: perigo ergonômico;
• Cinza: perigo de acidente.
Figura 19: Layout da indústria Iguarias do Mar.
Fonte: Elaborado pelos autores do trabalho (2013).
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A indústria deverá ser localizada em área com viabilidade de instalação de
empreencimentos comerciais e próximo aos produtores.
O local escolhido para isto é a cidade de Palhoça nas proximidades da Enseada do
Brito, visto que esta região fica em frente a região Sul da Ilha de Florianópolis, a qual
concentra os produtores de moluscos da região (Figura 15), além de possuir áreas permitidas
para a construção comercial e industrial.
Figura 20: Mapa do sul da Ilha de Florianópolis e Palhoça.
Fonte: Brasil Turismo (2013)
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8. LEGISLAÇÃO
8.1. ROTULAGEM
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• Sódio.
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8.3. CONTROLE DE QUALIDADE
Ementa não oficial: Aprova, na forma dos textos anexos, o "Regulamento Técnico
para Inspeção Sanitária de Alimentos", as "Diretrizes para o Estabelecimento de Boas Práticas
de Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos" e o "Regulamento Técnico
para o Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ´s) para Serviços e Produtos
na Área de Alimentos". Determina que os estabelecimentos relacionados à área de alimentos
adotem, sob responsabilidade técnica, as suas próprias Boas Práticas de Produção e/ou
Prestação de Serviços, seus Programas de Qualidade, e atendam aos PIQ\'s para Produtos e
Serviços na Área de Alimentos.
Objetivo geral: Estabelecer as orientações necessárias que permitam executar as
atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as Boas Práticas para a obtenção de
padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área de alimentos com vistas à
proteção da saúde da população.
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Objetivo: Estabelecer Procedimentos Operacionais Padronizados que contribuam
para a garantia das condições higiênico-sanitárias necessárias ao
processamento/industrializaçãoo de alimentos, complementando as Boas Práticas de
Fabricação.
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REFERÊNCIAS
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<http://www.especialidadesdomar.com.br/marithimus/ >. Acesso em: 23 de março de 2013.
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