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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 04

1. O QUE É ENSILAGEM?................................................................................................... 05

1.1 POR QUE ENSILAR?............................................................................................. 06

2. A IMPORTÂNCIA DO VOLUMOSO NA NUTRIÇÃO ANIMAL.......................................... 07

3. A UTILIZAÇÃO DE INOCULANTES NA PRODUÇÃO DE ENSILAGEM.............................. 09

4. TRANSFORMAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DA SILAGEM.................................................. 11

4.1 POR QUE O SILO CONSERVA?............................................................................. 11

4.2 QUAIS TRANSFORMAÇÕES OCORREM NA SILAGEM?....................................... 12

5. PONTO DE COLHEITA.................................................................................................... 18

5.1 MILHO................................................................................................................. 19

5.2 SORGO................................................................................................................ 21

5.3 GRÃOS ÚMIDOS.................................................................................................. 22

5.4 FORRAGEIRAS DE INVERNO .............................................................................. 22

5.5 CAPIM-ELEFANTE ............................................................................................... 23

5.6 CANA-DE-AÇÚCAR ............................................................................................. 24

5.7 FALHAS NA DEFINIÇÃO DO INÍCIO DA COLHEITA ............................................. 25

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6. ASPECTOS MECÂNICOS................................................................................................. 26

6.1 TIPOS DE SILO..................................................................................................... 26

6.1.1 SILO TIPO TRINCHEIRA............................................................................... 27

6.1.2 SILO TIPO DE ENCOSTA............................................................................... 28

6.1.3 SILO TIPO CISTERNA OU POÇO.................................................................. 29

6.1.4 SILO TIPO AÉREO........................................................................................ 30

6.1.5 SILO TIPO SUPERFÍCIE................................................................................ 31

6.1.6 SILO TIPO BOLA / FARDOS.......................................................................... 33

6.1.7 SILO TIPO BAG............................................................................................ 34

6.2 TAMANHO DA PARTÍCULA.................................................................................. 35

6.3 COMO INOCULAR ADEQUADAMENTE............................................................... 37

6.4 TRANSPORTE E ENCHIMENTO DO SILO COM O MATERIAL COLHIDO............... 37

6.5 O PROCESSO DE COMPACTAÇÃO DA MASSA DE FORRAGEM..... ...................... 39

6.5.1 DEVE-SE TER OS SEGUINTES CUIDADOS:................................................... 39

7. VEDAÇÃO................................................................................................ ...................... 40

7.1 RETIRADA DO MATERIAL DO SILO............................................... ...................... 40

7.2 INTERPRETANDO ANÁLISES DA FORRAGEM............................... ...................... 42

7.3 INTERPRETANDO ANÁLISES DE SILAGEM.................................... ...................... 43

7.4 INTERPRETANDO ANÁLISES MICROBIANAS................................ ...................... 44

7.5 PARTICULARIDADES DE ALGUMAS SILAGENS............................. ...................... 45

7.5.1 GRÃO ÚMIDO....................................................................... ...................... 45

7.5.2 AVEIA E CEVADA CERVEJEIRA GRÃO PASTOSO.................... ...................... 48

7.5.2.1 SILAGEM DE CEVADA CERVEJEIRA............................... ...................... 49

8. MONITORAMENTO APÓS A ENSILAGEM............................................... ...................... 51

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Introdução
INTRODUÇÃO

As pastagens são a base da alimentação dos ruminantes e fornecem a fibra


fundamental para o bom funcionamento do trato gastrintestinal. Constituem
as opções de alimentação de menor custo e mão de obra. Logo, manter os
animais a pasto, durante todo o ano, seria a melhor opção para o produtor.
Infelizmente, as variações climáticas, como temperatura e pluviosidade,
impedem a produção de forragem em quantidades e qualidades adequadas,
o que causa sazonalidade produtiva. A alternativa mais usada pelo produtor
de leite, e em algumas situações, na pecuária de corte, é o fornecimento de
alimentação volumosa suplementar.

Em situações com variações na disponibilidade de alimentos para o gado,


ao longo do ano, o planejamento alimentar ganha importância, por prever
a quantidade de alimentos suplementares necessários com o objetivo de
garantir que a produção terá continuidade. Dentre os diversos alimentos
fornecidos ao gado, a silagem se destaca, contanto que seja produzida com
as mais diversas espécies forrageiras, a baixo custo e utilizada corretamente.

Nesse E-book Completo sobre Ensilagem, pretendemos esclarecer


alguns pontos cruciais no processo de ensilagem para ajudá-lo a garantir
uma alimentação de qualidade a seu rebanho e maximizar os lucros de sua
fazenda.

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Introdução

1 O QUE É ENSILAGEM
A ensilagem é um método de produção de alimentação animal no qual ocorre
a fermentação láctica da matéria vegetal, o que causa a diminuição do pH até
valores inferiores a 5. A acidificação e a anaerobiose interrompem o processo
de degradação da matéria orgânica, que fica conservada e retém as qualidades
nutritivas do material original melhor que o feno.

A matéria orgânica utilizada é proveniente da colheita de plantações


comerciais, usualmente leguminosas ou gramíneas, as quais são cortadas
em pequenos fragmentos, armazenados em silos verticais ou trincheiras
revestidas com plástico, ou compactados em fardos revestidos com filme
de plástico hermético.

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Para que a ensilagem dê certo é necessário:

....... Conseguir e manter condições de anaerobiose (ausência de O2),


para limitar a atividade oxidativa das enzimas da planta e da flora
aeróbica, pois produzem perdas consideráveis;

....... Impedir o desenvolvimento da flora butírica, que causa putrefação


e decomposição dos A.A. em gás carbônico, NH3 e compostos
azotados, que podem ser tóxicos. Esta flora não sobrevive a pH
baixo e o modo mais natural de inibir é favorecer o desenvolvimento
da flora láctica, pois esta conduz a redução baixa do pH do meio.

1.1 POR QUE ENSILAR?

Ensilar é a forma mais eficiente e barata que conhecemos para garantir o


suprimento de volumoso para o rebanho durante o período de entressafra. Além
disso, a ensilagem é a fonte mais adequada de volumoso para os sistemas
modernos de produção, que visam maximizar o uso da terra, do trabalho e do
tempo.

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Introdução

A IMPORTÂNCIA DO
2 VOLUMOSO NA NUTRIÇÃO
ANIMAL

A produção de volumoso, de maneira estratégica e com tecnologia adequada,


pode proporcionar segurança e eficiência em qualquer sistema de exploração
animal em regime de pasto e/ou confinamento.

As forrageiras são fontes de diversos nutrientes em uma dieta, mas


fundamentalmente são ricas em fibra. A ingestão de material fibroso é de suma
importância para os ruminantes. Pois a natureza dotou o ruminante de uma
flora ruminal capaz de transformar a fibra bruta em alimento. Tal alimento, na
verdade, é o obtido a partir de subprodutos da fermentação, que são liberados
no rúmen.

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Qualquer que seja a exigência do animal a ser alimentado, em situações


típicas do Brasil, a proposta de melhor resultado econômico sempre envolverá
o mínimo uso de concentrados e o máximo uso de volumosos capazes de
atender à exigência proposta.

Assim pode haver um animal em que essa solução ideal tenha 10% de
concentrados na dieta e outro em que essa solução tenha 50% de concentrado
na dieta. Ambos podem estar corretamente balanceados mas não se pode
dizer qual é o melhor animal, sob o ponto de vista de retorno econômico,
pois essa avaliação estará influenciada por outros fatores, como nível de
produção de leite.

O que deve estar claro é que para um mesmo animal, normalmente a opção
de dieta que com inclusão de volumosos que atendam à exigência nutricional
é a mais econômica.

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Introdução

A UTILIZAÇÃO DE INOCU-
3 LANTES NAPRODUÇÃO DE
ENSILAGEM

Os inoculantes são utilizados com o intuito de melhorar o processo de


fermentação e fazer com que o material ensilado tenha o mínimo de perdas.
Dentre os seus principais benefícios pode-se destacar rápida redução de pH,
redução na proliferação de fungos e leveduras maléficas para a fermentação,
diminuição da formação de gases e ácidos indesejáveis e estabilidade aeróbica
após a abertura do silo. Os aditivos que mais se destacam são aqueles que
promovem redução da umidade da massa ensilada (polpa cítrica peletizada,
farelo de trigo, fubá de milho) e os aditivos bacterianos, que possuem bactérias,
que promovem melhor qualidade e rapidez no processo fermentativo.

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Inoculantes de boa qualidade apresentam enzimas, que irão disponibilizar


os açúcares da planta para as bactérias produtoras de ácido láctico, Com
isso todo processo de fermentação ocorre mais rapidamente, o que reduz as
perdas que ocorrem processo normal. A diferença é tão grande que é possível
abrir um silo normal para consumo de, no mínimo 25-30 dias, enquanto uma
silagem inoculada corretamente pode ser aberta após 7 dias de ensilagem.

Vale ressaltar que o uso de inoculantes específicos para cada tipo de material
é necessário, pois cada material possui um tempo mínimo de abertura do
silo, já que algumas forragens apresentam alto teor de umidade, enquanto
outras têm mais ácidos indesejáveis ou mesmo produção de etanol (álcool).

Contudo, a utilização de inoculantes em silagens deve ser utilizada como


uma ferramenta complementar, e não corretiva, de forma a priorizar o manejo
adequado da ensilagem na colheita, na compactação, no armazenamento
e na vedação. Também é importante relacionar o custo/benefício, pois se
utilizado corretamente, o inoculante pode aumentar a taxa de recuperação
em até 5%, ou seja, de cada tonelada ensilada, a recuperação é de até 50 kg
a mais com o uso do inoculante.

No entanto, uma silagem com fermentação adequada terá seu valor nutricional
preservado. Dessa forma, os animais terão um alimento de ótima qualidade,
com melhora dos índices zootécnicos, e no final, com maior lucro ao produtor.

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TRANSFORMAÇÕES
4 FÍSICO-QUÍMICAS DA
SILAGEM

4.1 POR QUE O SILO CONSERVA?

A conservação do silo ocorre por dois motivos:

Fermentação Láctica: as bactérias lácticas nativas das plantas fermentam o


açúcar da forragem e produzem ácido láctico, o qual reduz o pH abaixo de 4,5
(ou seja, aumenta a acidez da forragem) impedindo que bactérias indesejáveis,
principalmente coliformes e clostrídios se desenvolvam e apodreçam a silagem.

Anaerobiose: significa ausência de oxigênio, graças e ela, em um silo bem


feito, não encontraremos fungos e mofos, já que estes necessitam de ar para
se multiplicarem.

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4.2 QUAIS TRANSFORMAÇÕES OCORREM NA SILAGEM?

A ensilagem é composta de 4 fases:

....... Fase 1

Aeróbica (logo após o fechamento do silo): Nessa fase, ocorrem dois tipos de
atividades:

Respiração:
Ela acontece enquanto houver oxigênio no silo, e produz água, gás carbônico
e calor, com consequente perda de energia, aumento da temperatura e
produção de chorume.

Açúcares + O2 → CO2 (perda de energia) + H2O (chorume) + Calor


(com perda de energia)

Reação de Maillard:
Açúcar + Proteína (alto pH e alta temperatura) → Caramelização

Otimização da Fase 1: Para uma boa compactação é importante picarmos


bem a forragem, no caso de silagens de planta inteira (0,5 - 2cm), com boa
umidade (no caso do milho planta inteira, 30-32% de matéria seca).

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....... Fase 2

Anaeróbica com pH maior que 4,5: Essa fase inicia com o desaparecimento do
oxigênio do silo e nela estão ativos os clostrídios, coliformes e bactérias lácticas
(heterofermentativas e homofermentativas). Como atuam estas bactérias?

Clostrídios:
Seu habitat natural é a terra, e estão presentes na planta. Eles ocasionam
perdas de energia e proteínas e produzem substâncias tóxicas, como a
histamina, com gosto e cheiro ruins, como a amônia, o ácido acético e o ácido
butírico. Os clostrídios podem ser de dois tipos:

Clostrídios Sacarolíticos (fermentação butírica


O ácido butírico produzido é o principal responsável pelo mau cheiro da
silagem.

2 Ácido Láctico → 1 Ácido Butírico (mau cheiro) + 2 CO2 (perda de energia)


+ 2 H2O (chorume)

Nota-se que os clostrídios sacarolíticos se alimentam do ácido láctico produzido


pelas bactérias lácticas, o que tende a um aumento do pH.

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Clostrídios Proteolíticos (fermentações amoniacais):


Essa espécie de clostrídio é a principal responsável pela produção de
substâncias tóxicas e gosto ruim. Eles consomem proteínas e produzem:
ácido acético, NH4, CO2, ácido isobutírico, histamina, cadaverina, triptamina e
outras aminas tóxicas.

Coliformes Fecais:
Seu habitat é o intestino e são levados para o silo pela terra.

Açúcares → ácido Acético + CO2 (com perda de energia)


Proteínas → NH4* + Ácido Graxos Voláteis (com perda de proteínas)
O cheiro de amoníaco indica perda de proteínas.

Bactérias Lácticas:
Esses são os microrganismos que produzem o ácido láctico. A flora láctica é
dividida em homofermentativa e heterofermentativa.

*Bactérias Lácticas Heterfermentativas

1 Glicose → 1 Ácido Láctico + 1 Álcool + CO2 + Ácido Fórmico


3 Frutose → Ácido Láctico + 1 Ácido Acético + 2 Manitol+CO2 (causam
perda de energia)

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*Bactérias Lácticas Homofermentativas

1 Glicose ou 1 Frutose → 2 Ácido Láctico

Ao analisarmos a ação de cada uma, concluímos que há predominância da


flora láctica homofermentativa, pois esta produz exclusivamente ácido láctico,
enquanto que a heterofermentativa produz 50% de ácido láctico e 50% de
outras substâncias. Em outras palavras, as bactérias homofermentativas
reduzem mais rapidamente o pH (produzem mais ácido láctico) consumindo
menos açúcar. Portanto, preservam mais energia na silagem. Essa fase
terminará quando o pH chegar abaixo de 4,5. A partir daí, os coliformes fecais
e os clostrídios se inativam, as únicas bactérias a se desenvolverem serão as
lácticas.

Otimização da Fase 2: Não podemos evitar essa fase, mas podemos fazê-la
mais curta possível: Como? Com redução rápida do pH de 6,0 para menos
de 4,5; para que isso aconteça, necessitamos inocular com bactérias lácticas
homofermentativas, em alta concentração, por grama de silagem.

Em um silo bem feito, sem inoculantes, o tempo necessário para baixar o pH


para 4,5 é de pelo menos 30 dias, o que significa que as reações da fase 2
estarão ocorrendo em todo este tempo. Os silos inoculados são abertos entre
48 e 72 horas após o seu fechamento, com o pH 3,9. Há uma diferença de, pelo
menos, 27 dias quando coliformes e clostrídios estarão consumindo nutrientes
da silagem e diminuindo sua qualidade no silo que não foi inoculado.

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....... Fase 3

Anaeróbica com pH menor que 4,5: Essa fase inicia-se quando atingimos o
pH de estabilidade, ou seja, pH < 4,5; somente temos atividade das bactérias
lácticas.

Otimização da Fase 3: Para otimizar essa fase, tudo o que podemos fazer é
utilizar um inoculante que possua alta concentração bacteriana e composto de
bactérias lácticas homofermentativas de alta eficiência.

....... Fase 4

Essa fase inicia-se com a abertura do silo para alimentação. Ela é caracterizada
pela parte frontal do silo em contato com o ar, o que torna possível a multiplicação
de fungos, leveduras e mofos. Esses organismos estão presentes no ar, mas
também estão na silagem; a única razão pela qual eles ainda não haviam se
desenvolvido é porque não havia oxigênio no meio.

Otimização da Fase 4: Existem quatro procedimentos para otimizar essa fase:

I Compactar muito bem: a compactação é uma das operações mais


importantes para se obter uma silagem de boa qualidade, pois é assim que
expulsamos o máximo de ar de dentro do silo. Para uma boa compactação,
a largura do silo deve ser uma vez e meia a largura do tratores utilizados.
Os pneus do tratores devem ser bem finos e a forragem deve ser picada
em pedaços pequenos. No caso de silagens de grão úmido, é essencial,
para uma boa compactação, termos uma umidade de 35-42%, e que o
grão seja moído fino.

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II FEEDOUT 1: a alimentação do rebanho deverá ser de 20 cm da frente do
silo por dia. Com isso, a silagem oferecida aos animais teve, no máximo, 24
horas de silo por dia.

III FEEDOUT 2: a retirada de silagem deverá ser feita de maneira mais próxima
do ideal, como se pudéssemos cortar uma fatia perfeita da frente do silo.

IV Inoculação Específica: existem inoculantes no mercado para melhorar a


estabilidade aeróbica da silagem. Esses inoculantes têm em sua formulação,
além de bactérias lácticas, bactérias propiônicas que transformam o ácido
láctico em ácido propiônico, substância com propriedades fungistáticas, que
impede o desenvolvimento de fungos, leveduras e mofos. Esses inoculantes
foram formulados para silagens de grão úmido, cana e sempre que a
compactação de outras silagens for difícil (MS muito alta, por exemplo).

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5 PONTO DE COLHEITA

A colheita é a última etapa do processo de cultivo, quando o produto final


é retirado da lavoura para ser ensilado. Logo, realizar bem a colheita é
fundamental e requer alguns aspectos básicos: escolher o momento certo de
colher e utilizar equipamentos adequados e bem regulados.

Em relação ao ponto ideal de colheita, deve-se levar em conta o momento em


que a planta está em seu estágio fisiológico ideal, em termos de qualidade
nutricional e fermentativa. Dois fatores devem ser levados em consideração,
para que a colheita se realize no momento ideal: a maturidade fisiológica da
planta e o teor de umidade dos grãos.

Colher no ponto ideal assegura que a quantidade de carboidratos solúveis,


depositados nos grãos, será suficiente para possibilitar uma boa fermentação
no interior do silo e garantir bom potencial nutricional do material ensilado. A
presença de umidade aumenta as perdas no processo.

Alta umidade significa perdas na forma de efluentes, que são lixiviados do


silo, o que reduz a compactação, bem como a qualidade fermentativa.

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5.1 MILHO

Silagens de milho colhidas com baixos teores de matéria seca, ou seja, com
alta umidade presente nos grãos, apresentam elevada produção do gênero
Clostridium, responsável pela quebra de proteína. Os clostridios tendem a
se desenvolver em materiais com aproximadamente 72% de umidade e pH
próximo a 5,5.

Para evitar esse tipo de problema, épreciso definir, entre 32% e 35%, a faixa
de teor de matéria seca ideal para a colheita. Esse teor pode ser medido
em laboratório, com material colhido em campo por meio de amostragem.
Entretanto, alguns indicadores podem ser usados, na própria plantação, para
verificar o ponto ideal de colheita quanto ao teor de matéria seca.

Os melhores resultados na produção de silagem são obtidos com 2/3 da linha


do leite, ou seja, quando a maior parte dos grãos estiver com 2/3 de porção
farinácea. Nesse ponto, a planta acumula maior quantidade de nutrientes

Vale destacar que a janela de colheita, tempo no qual a planta se apresenta


em estágio ideal, é bastante estreita. Dessa forma assim que os 2/3 da linha
do leite forem alcançados, a colheita deverá ser feita o mais rápido possível.

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Na figura abaixo, são apresentadas as características dos grãos leitosos,


duros e no ponto ideal.

Para verificar a linha do leite, faça o seguinte (recomendação da Embrapa –


CNPMS):

....... Colha entre 7 e 10 espigas;

....... Retire a palha das espigas;

....... Quebre as espigas ao meio;

....... Observe a coroa dos grãos;

....... Dê uma nota para cada espiga: 1 para grão leitoso (bom para milho
cozido); 2 para pastoso (bom para pamonha); 3 para grãos farináceo
(quando ele começa a endurecer); 4 para grão com 25% ou um quarto
da linha de leite; 5 quando a linha de leite estiver com 50% ou dois
quartos do grão; 6 quando o grão estiver com 5% ou três quartos da
linha do leite; 7 quando grão já estiver completamente duro.

....... Some as notas e tire a média; e

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....... Avalie o seguinte: média 3 equivale ao grão no estágio farináceo (teor
de 30% de matéria seca); média 4, ou seja, linha de leite na metade do
grão (teor de 35% de matéria seca). A colheita deverá ser feita quando
a nota média estiver entre “três” e “cinco”.Essa avaliação mostra que o
ponto ideal da colheita é aquele em que os grãos de milho estão entre
o estágio farináceo ou duros pela metade. Isso pode ser percebido com
o corte do grão ao pressionar a unha.

5.2 SORGO

Para o sorgo, a colheita ideal deve ocorrer com teor de matéria seca entre
30% e 33%, o que ocorre mais ou menos aos 105 dias. No ponto de colheita,
os grãos do sorgo se encontram farináceos. Da mesma maneira que o milho,
a alta umidade natural altera o padrão fermentativo no interior do silo, o que
aumenta as perdas reduz a qualidade do produto final. Entretanto é preciso
dar atenção a possíveis variações no teor de umidade viável, conforme o tipo
de sorgo cultivado.

É o caso das cultivares graníferas, de porte mais baixo, cujos grãos têm maior
proporção na massa de silagem, (o teor de MS deve ser superior a 30%).
Já nas cultivares de sorgo forrageiros, o teor de matéria seca total tenderá a
ser um pouco mais baixo, por causa da menor presença de grãos na massa
ensilada.

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5.3 GRÃOS ÚMIDOS


A colheita é feita com colhedora convencional de grão e deve ser realizada
quando o grão de milho apresentar 30 a 40% de umidade. Seu ponto ideal
de corte é verificado quando a planta atinge sua maturidade fisiológica. Isso
ocorre cerca de 50-55 dias, após o espigamento, quando já não há transição
de nutrientes das folhas e caule para os grãos.

Pode-se identificar esse estágio quando for observada uma camada preta na
ponta do grão. Para isso, o agricultor seleciona algumas espigas de diferentes
pontos da lavoura, quebra-as ao meio e observa esse ponto nos grãos centrais
da espiga. O ponto de colheita, quando comparado ao milho-grão, é antecipado
praticamente em 30 dias, o que possibilita um segundo cultivo em safrinha, se
as condições climáticas locais forem favoráveis.

5.4 FORRAGEIRAS DE INVERNO (AZAVÉM, AVEIA,


CEVADA, CENTEIO, TRICALE, TRIGO, ALFAFA)
O ponto ideal do corte é o estágio vegetativo, quando a forrageira atinge de
25 a 30 cm de altura. A altura do corte deve ficar a +/- 8 cm do solo, pois um
corte muito rente ao solo prejudicará o rebrote da cultura, além de levar terra
para dentro do silo. O corte proporciona um material com umidade elevada,
em torno de 85%. Pode-se ensilar a partir de 16% de MS.

Se o material cortado for colocado em silos de superfície ou trincheira, a planta


deve ser picada no tamanho de 2 a 3 cm. Silos plásticos (silopacks tubulares)
têm sido utilizados para ensilagem de material pré-seco, principalmente, pela
facilidade de comercialização de silagem. Nesses silos, a matéria seca deverá
estar entre 35% e 45%.

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5.5 CAPIM-ELEFANTE

O capim-elefante deverá ser colhido com idade entre 60 e 90 dias. Entretanto,


deve-se levar em conta que se trata de um volumoso com alta umidade, ou seja,
com um nível de matéria seca inferior ao do milho ou do sorgo. Uma forma de
corrigir esse problema seria fazer o corte e deixar a forragem exposta ao solo,
por cerca de seis a oito horas, antes da trituração. Essa prática, conhecida
como emurchecimento, é muito positiva para a produção de silagem de alta
qualidade. Porém, é inviável, em colheita mecanizada, normalmente adotada
para capineiras, com produção esperada superior a 100 t/ano.

A altura de corte recomendada é de 15-20 cm em relação ao solo. O rendimento


esperado varia de 50-80 t/ha por corte e é influenciado por diversos fatores
relacionados ao manejo da cultura.

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5.6 CANA-DE-AÇÚCAR

O momento ideal do corte da cana-de-açúcar para ensilagem é a época


seca. Durante essa época, o teor de umidade na planta está mínimo, com
concentrado de carboidratos solúveis presentes na planta.

Devido à grande quantidade de sacarose, faz-se necessária a utilização de


inoculantes para garantir a qualidade da fermentação no interior do silo. Os
inoculantes são substâncias que, adicionadas ao material ensilado, possuem
as funções de modular e estabilizar a fermentação anaeróbica.

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5.7 FALHAS NA DEFINIÇÃO DO INÍCIO DA COLHEITA

Falhas na determinação do ponto, no momento ideal ou na janela de colheita,


podem ser a causa do aumento dos custos produtivos e da redução da
qualidade da silagem para muitos produtores. Erros no planejamento da
colheita acarretam queda na produção de matéria seca por hectare, perda de
qualidade do alimento, redução da palatabilidade e queda no consumo.

É o caso da antecipação do ponto de colheita (matéria seca igual ou inferior a


25%) que diminuirá a porcentagem de matéria seca na silagem e participação
de grãos, o que aumentará a porcentagem de fibra e reduzirá o conteúdo
energético da silagem. Isso impedirá a rápida estabilização do pH do material
ensilado. Isso resultará em perda de qualidade pelo consumo de parte dos
carboidratos presentes e facilitará o desenvolvimento de bactérias produtoras
de ácido butírico (responsáveis pelo apodrecimento do material ensilado).

Por outro lado, o atraso da colheita leva a um alto teor de matéria seca no
material colhido, com perdas no teor de carboidratos solúveis, problemas na
compactação do material, redução da densidade da silagem, aumento da
retenção de oxigênioe surgimento de fungos. Outra desvantagem da colheita
do milho, com elevados teores de matéria seca (40% ou superior), é o aumento
do desgaste do maquinário e dos equipamentos utilizados na colheita, em
função da maior dureza do material.

Essa situação dificulta o trabalho dos equipamentos durante o corte e faz


com com que a picagem do material fique desuniforme. Além disso, há maior
desgaste das facas e contrafacas e um aumento da potência requerida pelo
trator para realizar o trabalho, com grande consumo de combustível.

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Algumas situações podem induzir erroneamente o produtor a antecipar o ponto


de colheita. Com isso a matéria seca contida na planta e diminui o índice de
umidade. As mais comuns são: maior facilidade de corte pela ensiladeira;
compactação mais rápida e menos trabalhosa do silo; maior consumo
voluntário pelos animais; e a menor visualização de grãos nas fezes.

O manejo para fertilidade, quando realizado de forma inadequada,


principalmente o relacionado a excessos na utilização de nitrogênio e enxofre,
pode levar a planta a um estado de clorose, ou seja, amarelamento ou queima
das folhas inferiores das plantas. Muitos produtores, ao se depararem com a
clorose, são induzidos a acreditar que as plantas estão morrendo e começam
a colheita.

6 ASPECTOS MECÂNICOS

6.1 TIPOS DE SILO

Existem diversos tipos de silo cuja escolha dependerá dos seguintes fatores:
disponibilidade de maquinários, mão de obra, topografia e material usado.
Os silos mais comuns são: tipo trincheira, tipo de encosta, tipo cisterna, tipo
aéreo, tipo superfície, tipo bola e tipo bags.

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6.1.1 SILO TIPO TRINCHEIRA

O tipo trincheira é caracterizado por uma vala feita no chão, preferencialmente


em lugar alto e contra um barranco, onde se deposita a silagem, compactada
com trator e fechada com tábuas e lona plástica recoberta por terra, areia ou
pneus. Para reduzir custos de construção, pode ser utilizado revestimento de
alvenaria; porém, há deterioração rápida das paredes laterais, mesmo que se
utilize lona plástica nas laterais e no fundo do silo.

As paredes laterais devem ser inclinadas para o meio do silo (25%), como
também deve haver uma inclinação das laterais para o meio do silo e do fundo
para a boca do silo. Esse procedimento facilita o escoamento de um possível
efluente. Quando revestidos com alvenaria ou tijolos em espelho, as perdas
são reduzidas significamente. Deve haver atenção redobrada com relação à
profundidade do lençol freático.

O formato do silo permite excelente compactação, o que permite atingir


valores médios de 500 a 660 kg de matéria verde por metro cúbico. Tudo
depende da umidade do material, do tamanho das partículas, bem como da
forma e da frequência de compactação. Possui características que facilitam a
desensilagem mecânica.

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6.1.2 SILO TIPO DE ENCOSTA

São construídos próximos às encostas dos morros ou em terreno de forte


declive, de forma a facilitar o trabalho de carregamento, que acontece pela
parte de cima.

Normalmente, são feitos em alvenaria e cobertos por telhas. As vantagens desse


silo são elevado grau de eficiência, facilidade de descarga e compactação,
menor custo e sem necessidade de usar máquinas com ventiladores para
carregamento.

Como desvantagens temos: necessidade de estar perto de um barranco bem


elevado (o que não existe em boa parte das propriedades), custo inicial com
a construção da estrutura, complexidade de manejo e demanda por máquinas
ensiladeiras.

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6.1.3 SILO TIPO CISTERNA OU POÇO

São silos com formato similar aos poços d'água, obrigatoriamente revestidos em
alvenaria. Devem apresentar uma drenagem inferior adequada, normalmente
realizada com um dreno ligado a uma caixa intermediária com fundo permeável
para drenagem do efluente no solo. São excelentes do ponto de vista da
fermentação, já que permitem que o ar quente suba rapidamente, criando
uma situação interna de anaerobiose mais rápida, mesmo em situações sem
intensa compactação.

A Profundidade e a largura destes silos são variáveis em função da


profundidade do lençol freático. São silos de construção difícil e onerosa, não
servindo para grandes volumes. Tanto o enchimento quanto a desensilagem
são mais complicados. Dependendo da largura do silo, o descarregamento só
é realizado manualmente com roldanas e balaios. Silos mais largos podem
ser desensilados com esteiras rolantes, que também estão em desuso. São
excelentes silos experimentais.

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6.1.4 SILO TIPO AÉREO

Possuem como vantagens o elevado grau de eficiência, com perdas mínimas


de 5%, e uma grande facilidade de compactação de descarga. Algumas
desvantagens: maior custo inicial, complexidade de manejo, mão de obra mais
eficiente, e demanda por máquinas ensiladeiras mais caras, com ventilador.
Podem ser de plástico ou metal.

O silo cilíndrico de plástico possui a vantagem (quando comparado ao de


metal) , de não apresentar problemas de oxidação e reagir melhor a alterações
climáticas.

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6.1.5 SILO TIPO SUPERFÍCIE

Consiste na armazenagem da silagem diretamente na superfície plana do


solo, sem o uso de paredes laterais, mas recoberto com lona plástica e terra.
Deve-se optar por solos com boa drenagem e em locais mais altos, sem risco
de encharcamento.

É a opção mais barata de silo, mas não permite boa compactação do material,
pela ausência de paredes laterais, o que aumenta as perdas. A utilização de
forragens com maior umidade (aproximadamente 25%) e bem picadas permite
uma fermentação com características aceitáveis. A ensilagem de material com
alto teor de matéria seca e mal picado pode levar a perda total da silagem.

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É uma excelente opção para armazenamento de excessos esporádicos de


forragens e como passo inicial no processo de modernização da propriedade.
Quanto maior for a altura e largura do silo, maior a possibilidade de compactação,
o que reduz percentualmente as perdas laterais e melhora a fermentação geral
do silo.

A vedação com lona, acrescida com terra, areia ou pneus, é de fundamental


importância para melhora do processo fermentativo e redução das perdas.
A desensilagem é facilitada por seu formato, tanto na forma manual como
mecânica. Entretanto, esta última, conforme as dimensões do silo e tipo de
silo, compromete o rendimento e com maior risco de mistura da silagem com
o solo.

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6.1.6 SILO TIPO BOLA / FARDOS

Silos fardos são bolas revestidas por plástico para armazenamento da


silagem. Diferentemente do silo bag, estes possuem dimensões pequenas,
independentes, sem a necessidade de máquinas especiais, já que a maioria
das máquinas utilizadas na produção de feno podem ser também utilizadas
com ele.

As desvantagens são: alto custo de investimento em equipamentos, para


quem não os possui, e uso de grande quantidade de plástico.

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6.1.7 SILO TIPO BAG

Nos silos bags, tubos (sacos) plásticos horizontais servem para empacotar e
estocar a silagem. Eles possuem diâmetro de 1,80 a 3,60 m e comprimento
de 30, 60 e 90 metros. Além disso comportam maior quantidade de silagem
armazenada por metro quadrado, sendo ideais para propriedades, que
conservam grande volume de silagem.

Outra vantagem é que apresentam menores perdas, pois a forragem sai direto
da máquina, compactada direto na saco, reduzindo o contato com o ambiente
e o fluxo de ar. Além disso há maior flexibilidade quanto ao lugar de instalação
e transporte.

Os silos bag podem ser colocados próximos ao local de produção da forragem


e posteriormente transferidos para o local mais próximo ao trato dos animais,
gerando economia na distribuição e no transporte. As desvantagens são:
custo elevado da máquina especial para ensacar a silagem, não reutilização
do plástico e lentidão no desabastecimento.

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6.2 TIPOS DE SILAGEM

Partículas extremamente pequenas ou extremamente grandes não são


indicadas para o corte de silagens quando pensamos na qualidade da
fermentação. Porém, o tamanho das partículas tem influência na digestão
dos ruminantes. Partículas excessivamente pequenas aumentam a taxa de
passagem do alimento no rúmen, o que reduz a digestão de carboidratos
fibrosos e, consequentemente, o desempenho dos animais. Já as partículas
excessivamente grandes, além de dificultarem a compactação do material
no silo, tornam mais expressivo o comportamento seletivo dos bovinos
durante a ingestão da silagem, o que prejudica a sua nutrição, e leva a um
desbalanceamento da ração.

Silagens diferentes, com tamanhos de partículas médios, podem conferir aos


animais desempenhos distintos, em função do desvio médio entre o tamanho
das partículas. Isso significa que um valor médio adequado, decorrente de uma
silagem com grandes percentuais, tanto de partículas muito grandes e quanto
de partículas muito pequenas, será prejudicial aos animais. Se a silagem é
fornecida como fonte complementar de volumoso, as recomendações indicam
valores 2% a 4% de partículas maiores que 19 mm; 40% a 50% de partículas
com granulometria entre 8 mm e 19 mm; e proporções entre 40% e 50% de
partículas menores que 8 mm. Caso seja fornecida como fonte exclusiva de
volumoso, as recomendações indicam proporções superiores a 10% e 15% de
partículas maiores que 19 mm, em detrimento da porcentagem de partículas
menores que 8 mm.

Os bovinos possuem hábito selecionador e tendem a evitar o consumo de


partículas grandes. Uma forma de o produtor avaliar se seus animais estão
conseguindo selecionar as partículas da dieta é por meio da medição das
partículas, no momento em que a dieta é colocada no cocho, e entre duas ou
três horas após seu fornecimento.

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Se a proporção de partículas maiores que 19 mm aumentar durante esse


intervalo de tempo, significa que os animais estão conseguindo selecionar
partículas menores e as partículas maiores estão se acumulando no cocho.

Devido à importância do tamanho das partículas no consumo, na digestibilidade


e no desempenho animal, os maquinários devem estar devidamente regulados,
para que o corte das partículas seja realizado de forma satisfatória. Para cada
tipo de material, devemos seguir as recomendações abaixo:

Silagens de sorgo e milho planta inteira: duas condições devem ser


consideradas: o tamanho das fibras e a quebra dos grãos. Tamanho de
partículas em torno de 0,5 é adequado para quebrar os grãos de milho. Vale
lembrar que, quando plantamos milho para utilizar a planta inteira, estamos
interessados em aproveitar o amido presente nos grãos.

Silagem de gramíneas: partículas grandes dificultam a compactação. Em


geral, partículas de 2 a 3 cm promovem boa compactação e ruminação eficiente
nos animais.

Silagem de grão úmido de milho: maior digestibilidade pode ser conseguida


reduzindo o tamanho da partícula e aumentando o tempo de abertura do silo
(60-70 dias). Consequentemente, a silagem de grão úmido deve apresentar
textura fina. Texturas mais finas propiciam melhor fermentação e compactação,
bem como maior digestibilidade.

Silagem de cana: embora a cana-de-açúcar não seja rica em fibra detergente


neutra, ela é muito rica em lignina, fibra de baixo valor nutricional. O melhor
aproveitamento do material é conseguido com partículas entre 0,5 a 1 cm.

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6.3 COMO INOCULAR ADEQUADAMENTE

O inoculante biológico deve ser pulverizado ou aspergido no material a ser


ensilado, sendo a aspersão a maneira de conseguir maior homogeneidade
na aplicação. Podemos aspergir usando uma bomba costal ou aplicador com
bomba dosadora acoplada à máquina de ensilar. Este último, sempre que
possível, deve ser o preferido por promover excelente homogeneidade de
aplicação, usando em média, 2 litros de calda por tonelada de material ensilado.
A concentração depende do inoculante utilizado, bem como da concentração
requerida no material a ser ensilado.

6.4

TRANSPORTE E ENCHIMENTO DO SILO COM O
MATERIAL COLHIDO

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A colheita e o enchimento mecânico do silo têm potencial para otimizar a


produção de silagens, por meio da melhor deposição e compactação do material
no silo, diminuindo a presença de ar em seu interior e, consequentemente,
colaborando para uma redução mais rápida de pH após seu fechamento.
Para as silagens de capim, uma alternativa à pré-secagem é a utilização de
aditivos, que reduzem a umidade e elevam os teores de matéria seca do
material, modulando a fermentação. Estão disponíveis no mercado inoculantes
biológicos, para a ensilagem das mais diversas culturas.

Os inoculantes têm sido amplamente difundidos entre os produtores brasileiros,


devido ao baixo custo de aquisição e à facilidade de utilização. Podem ser
aplicados ao material a ser ensilado no momento do carregamento ou durante
a compactação da forragem; são aplicados com o auxílio de pulverizadores
costais ou bombas acopladas à ensiladeira, com bico pulverizador.

O corte, o transporte e a compactação do material devem ser realizados


simultaneamente e o mais rápido possível. Por isso, é fundamental contar
com bons tratoristas e mão de obra experiente. O aluguel de máquina ou a
utilização de mão de obra amiga, como vizinhos, parentes e mutirões, podem
diminuir o tempo gasto com o processo de ensilagem e aumentar a qualidade
e a quantidade final da silagem. Pequenos produtores precisam trabalhar em
equipe, por isso a formação de cooperativas e associações é fundamental.
Produtores em pequena escala possuem pouco poder de barganha, mas,
quando unidos, possuem maior impacto econômico no mercado e maiores
margens para negociações.

O produtor deve se preocupar com a qualidade de vida de seus funcionários,


pois isso influenciará diretamente em sua postura no ambiente de trabalho. O
treinamento, a valorização e a bonificação por mérito são formas de estabelecer
parcerias duradouras e produtivas de trabalho.

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6.5

PROCESSO DE COMPACTAÇÃO DA MASSA DE
FORRAGEM
O processo de enchimento e compactação de um silo deve ser realizado o
mais rápido possível. O enchimento rápido diminui as alterações no material
ensilado, decorrentes de fatores como clima, umidade, entre outros.

A compactação, por sua vez, é fundamental, por ser o meio de remover o ar


contido entre as partículas do material ensilado, diminuir o tempo de respiração
das plantas e promover um ambiente propício à fermentação anaeróbica.
Maiores taxas de compactação permitem maiores quantidades de material
estocado por m³.

6.5.1

PARA SE UMA BOA COMPACTAÇÃO, DEVE-SE
TER OS SEGUINTES CUIDADOS:
....... Distribuir a silagem de maneira regular e em camadas finas.

....... Fazer picado adequado do material a ser ensilado. Forragens com


alto teor de matéria seca devem ser bem picadas para uma melhor
compactação.

O oxigênio presente no ar antes da compactação, é utilizado para respiração


da planta, com perda de energia. Uma boa compactação reduz em grande
parte a quantidade de oxigênio que permanece no silo.

A forragem ensilada em silo bunker, trincheira ou silo de superfície deve


ser compactada com trator. Não se deve usar rodado duplo, pois a força
de compactação é menor que o uso de rodado simples. O operador deve
conduzir o trator lentamente, para evitar que patine. Os silos trincheira devem
apresentar uma largura mínima de 1,5 vezes a largura do trator, para garantir
que os pneus atinjam toda a superfície.

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7 VEDAÇÃO

Cheio e compactado o silo, deve-se analisar a sua superfície e vedá-lo


completamente com lona plástica, de alta resistência. Sobre a lona, o ideal é
colocar terra ou material similar, para eliminar o ar entre a silagem e a lona.
Essa cobertura deve ultrapassar um metro a lateral do silo; um peso adicional
deve ser colocado, ao longo de toda a parede, para impedir a entrada de ar
ou de água.

A adição de uma camada de sal, sobre o silo, antes de colocar a lona, evita
perda por fungos (1 saco de sal por 5 m²). Deve-se fazer o acabamento do
silo, de forma abaulada, evitando achatamento e entrada de água.

7.1 RETIRADA DO MATERIAL DO SILO

A forma de retirada da silagem tem grande influência no aquecimento da


silagem exposta. A silagem deve ser retirada, em corte transversal, de cima
para baixo, deverá ser utilizada, no mínimo, uma fatia de 20 cm de espessura,
ao dia, para evitar perdas.

O processo é feito manualmente ou com a utilização de máquinas específicas de


corte. O uso de conchas no trator, para retirada de silagem, não é recomendável,
pois deixa o material solto, com maior possibilidade de aquecimento.

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O corte correto da fatia diária evita o crescimento de fungos e leveduras. O


que determinará a fatia é a quantidade de silagem necessária diariamente. O
cálculo da fatia é feito da seguinte forma:

Fatia (m³) = ((Base maior x Base menor) / 2 ) x altura x espessura


Quantidade diária de silagem (kg) = Fatia (m³) x densidade da silagem

Onde:

Fatia (m³) = volume da fatia em metros cúbicos;

Base maior = largura superior do silo em metros;

Base menor = largura inferior em metros;

Altura = altura média do silo em metros;

Espessura = comprimento da fatia em metros (mínimo 20 cm);

Densidade da silagem = kg de silagem por m³;

Quantidade diária de silagem (kg) = quantidade da silagem necessária, por


dia, para o rebanho (é importante dimensionar o silo conforme a
necessidade diária de silagem).

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7.2 INTERPRETANDO ANÁLISES DA FORRAGEM

MS - Matéria Seca: depende muito do tipo de forragem. Normalmente está


entre 15% e 50%.

Cinzas: o teor médio de cinzas está entre 6 e 9% da MS. Um teor de cinzas


maior que 10% indica terra na forragem. Silagens de leguminosas podem
apresentar valores de até 12%.

CS - Carboidratos Solúveis: o teor de CS deve ser de 2,0 – 2,5% do peso


fresco da forragem para evitar deficiência de açúcares na fermentação. Caso
contrário, utilizar 200 a 500 gramas de açúcar por tonelada de forragem a
ensilar. O açúcar, quando necessário, será dissolvido na solução de inoculante.

PT - Poder Tampão: é a quantidade de ácido necessária para reduzir o pH


da forragem de 6,0 para 4,0. Quanto maior o PT de uma forragem, mais lenta
será a redução do pH e maior a inoculação de células de bactérias, por grama
de silagem. Com isso será necessário mais açúcar na forragem, para produzir
mais ácido.

PB - Proteína Bruta: é igual ao conteúdo de nitrogênio dividido por 0,16 (as


proteínas contêm aproximadamente 16% de nitrogênio).

FDN - Fibra Detergente Neutra: em geral, varia entre 9 e 70% da MS


dependendo do material utilizado. Para a interpretação da FDN, devemos
considerar não somente a FDN total, mas também a FDN efetiva responsável
pelo estímulo à ruminação.

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FDA - Fibra Detergente Ácida: representa aproximadamente 3 a 45% da


MS. São fibras de baixa digestibilidade. Seu teor aumenta com a maturidade
da planta. Quanto maior a FDA, maior o teor de lignina.

Nitrato: geralmente altos teores de nitrato são encontrados em gramíneas


com alta fertilização de nitrogênio, ou que passaram por períodos intensos de
frio seco no seu cultivo. O nitrato é inofensivo; no entanto, ele pode facilmente
ser transformado em nitrito tóxico e amônia. O nitrito inibe clostrídios, mas
altos níveis dessa substância podem intóxicar os animais. Para vacas, o
limite máximo de nitrato é 0,2 da MS.

7.3 INTERPRETANDO ANÁLISES DE SILAGEM

pH - Nível de Acidez Expresso em -log (H+): sua escala varia de 1 a 14,


(quanto menor o pH, mais ácido; e quanto maior, mais básico). Uma unidade
de pH mais baixa, significa 10 vezes mais ácido.

NH4 -N - Amônia: representa o teor de nitrogênio amoniacal na silagem (em %


de MS). Esse parâmetro dá uma ideia geral da qualidade da silagem, silagens
de boa qualidade, geralmente têm NH4 - N menor que 8%. Concentrações
maiores que 12% são típicas de silagens de má qualidade.

Ácido Lático: é um ácido com grande poder de redução do pH, produto de


fermentação do açúcar da forragem.

Ácido Acético: geralmente presente na proporção de 10 a 30% em relação


ao conteúdo do ácido lático. Via de regra, a formação de ácido acético
causa perdas nutricionais, uma vez que junto a ele, forma-se CO2 a partir de
açúcares. Entretanto tem efeito positivo na preservação da silagem, uma vez
que é fungistático.

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Ácido Propiônico: é um ácido formado a partir de bactérias propiônicas do


ácido láctico. Esse ácido tem alto poder fungistático.

Ácido Butírico: esse parâmetro serve como um indicativo geral da qualidade


da silagem. Valores abaixo de 0,1%, em relação a MS, indicam silagem de boa
qualidade. Valores acima de 0,3% são típicos de silagens de baixa qualidade.
Apresenta cheiro forte, mas não é tóxico para os animais. É produzido por
clostrídios.

Etanol: o alto teor de etanol (pesquisas mostram variações de 1 a 15%) é


devido à intensa atividade de leveduras e indica grande risco de aquecimento
na abertura do silo. A presença de leveduras é mais crítica em silagens com
altos teores de açúcares, como a de grão úmido e cana. Para essas silagens,
recomenda-se o uso de inoculantes específicos, com algum tipo de atividade
fungistática.

7.4 INTERPRETANDO ANÁLISES MICROBIANAS


UFC - Unidades Formadoras de Colônia: representa a quantidade mínima
de bactérias vivas de uma determinada bactéria em um determinado meio,
por grama de material ensilado, ou por grama de inoculante. Geralmente
expresso em potência de 10; por exemplo, 3 x 106, significa 3 vezes 1.000.000
= 3.000.000, ou seja, o expoente indica o número de zeros à direita do número
um.

UFC de Bactérias Lácticas: é a quantidade de células de bactérias lácticas


vivas.

UFC de Leveduras: é a quantidade de células de leveduras vivas.


Concentrações superiores a 3 x 106 UFC/g de silagem podem causar
aquecimento do silo e grandes perdas nutricionais.

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Mofos: sua presença em altas contagens é um indicativo de que a vedação


do silo não foi adequada, e a compactação não foi bem feita. O seu
desenvolvimento é a causa do aquecimento dos silos.

7.5 PARTICULARIDADES DE ALGUMAS SILAGENS

7.5.1 GRÃO ÚMIDO

Silagem de grãos úmidos é uma prática, que permite a armazenagem de sua


safra, da maneira mais econômica e eficaz, melhorando muito os rendimentos
da sua propriedade.

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....... Libera a terra mais cedo;

....... Evita problemas de grãos ardidos;

....... Não tem descontos de umidade, impurezas, ou transporte;

....... Não tem impostos;

....... Melhora o ganho de peso e a sanidade dos animais;

....... Aumenta a lucratividade da sua propriedade;

....... Aumenta a digestibilidade dos grãos.

Como fazer:
01 - O milho deve ser colhido com umidade entre 35% e 42%. A presença
de sabugo e outras impurezas deve ser evitada ao máximo; portanto, deve-
se escolher um híbrido que debulhe bem com alta umidade. Quando utilizar
milho seco, adiciona-se água até chegar a 35 - 42% de umidade.

02 - Após a colheita, o milho deve ser imediatamente moído e ensilado. Pode


ser utilizado o mesmo moedor de grãos secos. Observação: a moagem deve
ser fina, para diminuir a presença de ar dentro do silo. Para isso, os produtores
podem utilizar todos os tipos de moinhos existentes no mercado.

03 - À medida que vamos moendo os grãos de milho, devemos armazená-


los em silos, que permitam um corte mínimo de 15 cm por dia; essa regra
é importante, para não ocorrerem perdas (aquecimento da frente do silo).
Observação: o silo deve ser todo revestido com lona plástica; uma boa
compactação é fundamental, para obtermos uma silagem de alto valor
nutritivo.

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04 - Os grãos de milho jamais podem entrar em contato com a terra; todo


processo deve ser feito com o máximo de higiene possível.

05 - É necessário o uso de um bom inoculante, para evitar cheiro de


álcool ou vinagre, desenvolvimento de fungos e produção de micotoxinas,
altamente tóxicas. O inoculante deve ser pulverizado, em toda a massa, ou
seja devemos pulverizar o milho na saída do moedor. Bactérias lácticas,
somente, não são suficientes.

06 - O fechamento do silo deve ser feito de forma a não permitir a entrada


de ar. Coloque bastante peso em cima do silo, usando sacos com areia ou
terra. Cuidado: o maior inimigo da silagem é o ar; portanto, a lona não deve
ter perfurações. Use sal na superfície se necessário.

07 - O silo pode ser aberto, após alguns dias, ou permanecer fechado, por
vários meses; porém, ao abri-lo, devemos obedecer à regra da retirada de,
no mínimo, 20 cm por dia; ou seja, precisamos dimensionar o silo de acordo
com o consumo na propriedade. Um metro cúbico de silagem de grão úmido
tem aproximadamente 1.000 kg, dependendo da umidade. A silagem de
grão úmido substitui perfeitamente o grão seco, com uma economia de até
30% graças ao aumento da digestibilidade.

Observação: a compactação tem fundamental importância no resultado


final da silagem.

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7.5.2 AVEIA E CEVADA CERVEJEIRA GRÃO PASTOSO

A partir do estágio de grão leitoso e pastoso, o teor de matéria seca tanto na


silagem de aveia como na silagem de cevada cervejeira situa-se entre 25
a 30%, desde que sejam feitos tratamentos com fungicidas para doenças
foliares. Caso ocorra perda de área foliar por ocorrência de doenças fúngicas,
o teor de matéria seca fica em torno de 40%, o que dificulturá a compactação
do silo.

É importante que o pique da forragem seja de 1-3cm, para uma boa


compactação no silo, evitar instabilidade aeróbica e aquecimento na utilização
da silagem. Silagens de aveia e cevada no estágio de grão duro, apresentam
teor de matéria seca em torno de 50%.

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7.5.2.1 SILAGEM DE CEVADA CERVEJEIRA

1) Corte: para obter bons resultados com silagens pré-secadas é necessário


observar os seguintes pontos:

....... Regular bem o equipamento de corte para evitar perdas;

....... Afiar bem as facas;

....... Cortar em velocidade do trator menor que 10Km/hora;

....... Cortar de 6 a 8 cm de altura do solo para preservar o rebrote.

2) Recolhimento: O recolhimento deve ser feito quando o teor de matéria


seca atingir de 25 a 30%. O pique da silagem pré-secada deve ficar entre
2 a 4 cm, quando ensilarmos culturas de inverno, até o emborrachamento.
Teremos mantido um bom valor estrutural da forrageira, além de outras
vantagens:

....... Durante a ensilagem, o material pré-secado é melhor distribuído no


silo.

....... A silagem fica mais homogênea, principalmente, no que se refere à


umidade, evitando pontos de apodrecimento e consequente perda de
qualidade.

....... Material com pique reduzido compacta melhor, conserva melhor e


armazena mais silagem por metro cúbico.

....... Facilita a retirada da silagem, a mistura na dieta total e aumenta a


ingestão dos animais.

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3) Uso de Inoculante para Uma Boa Fermentação e Preservação da


Silagem Pré-secada: Tanto a fermentação como a preservação da silagem
pré-secada de azevém, ou outra gramínea de inverno, estão ligadas ao seu
teor de matéria seca e ao uso de inoculantes bacterianos, produtores de
ácido láctico e ácido propiônico, já que a compactação pode não ser ideal.

Em silos de superfície e silos trincheira, consideramos como ideal para


silagem pré-secada, uma matéria seca de 25% a 30%. Com esta matéria
seca teremos uma boa compactação no silo e estabilidade após a abertura.

Por outro lado, também teremos um ambiente favorável à proliferação de


bactérias do gênero clostridium, que são produtoras de ácido butírico, que
determinam perdas de energia e proteína, produzindo substâncias tóxicas,
palatabilidade ruim e mau cheiro na silagem.

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8 MONITORAMENTO
APÓS A ENSILAGEM

Depois de aplicados os inoculantes e realizada a compactação da massa


de forragem, tem início a última etapa do processo de ensilagem que é o
fechamento do silo. Este é o momento no qual é feita a colocação da lona
cobrindo todo o material. A partir daí, tem início o processo de fermentação,
que garantirá a conservação do alimento, em torno de 30 dias. Depois
disso, o silo poderá ser aberto e a qualidade da silagem produzida poderá
ser verificada. Quanto melhor for a qualidade de uma silagem, menor será
seu odor e mais clara será sua cor. Seu pH será inferior a 4,2, contendo
ácido lático, nas proporções mínimas de 2%; e ácido butírico na proporção
máxima de 0,1% da matéria seca.

Durante o processo fermentativo, grandes perdas de efluentes podem indicar


excessivo processamento das partículas ou ocorrência de fermentação
indesejada. Silos de superfície e tipo trincheira devem ser monitorados,
para que animais não removam a camada de terra e perfurem a lona. Caso
isso, ocorra, recomenda-se a retirada de 4 cm do material, que é a parte
exposta ao ar, e o fechamento do furo com plástico adesivo.

Todos os procedimentos de ensilagem, análise do teor de MS na colheita,


compactação e fechamento do silo devem ser realizados com atenção, para
que as perdas sejam minimizadas. Esses fatores determinarão a qualidade
da fermentação no silo e, consequentemente, as perdas e a qualidade final
da silagem.

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A ensilagem é um método de conservação da forragem; por isso, a


qualidade do material a ser ensilado é de fundamental importância.

Para a ensilagem de diferentes culturas, são utilizadas tecnologias


específicas, além do conhecimento de seus diferentes momentos ideais de
colheita. Dessa forma, garantiremos a qualidade da forragem e o correto
teor de matéria seca, no momento da ensilagem, produzindo silagem
de qualidade, com baixas perdas. A colheita, a picagem, o transporte, o
enchimento do silo, a compactação e a vedação são procedimentos, que
devem ser realizados o mais breve possível. Caso contrário, haverá perdas
quantitativas e qualitativas de silagem. O tempo aceito, até a vedação do
silo, é de três dias.

Aconselha-se que o processo de ensilagem ocorra com planejamento, pois


o material a ser ensilado não pode tomar chuva, o que eleva a umidade
do material. Devido ao tempo de enchimento e à vedação do silo estar em
diretamente relacionados à qualidade da silagem, ambos devem seguir
alguns critérios de suma importância para o sucesso da ensilagem.

As condições climáticas na colheita e ensilagem; o tempo necessário para


a correta execução de cada etapa; bem como as condições das máquinas
e dos equipamentos que serão demandados; e a prévia manutenção
destes são determinantes para uma silagem de qualidade.

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Fontes:

RESENDE, Juliano Ricardo; ANDRADE, Daniela Mello. Curso CPT Produção


e Utilização de Silagem para Alimentação Animal. Viçosa – MG; CPT – Centro
de Produções Técnicas, 2016. 274 p.

KERABRASIL. Manual de Ensilagem. Disponível em: <http://www.kerabrasil.


com.br/downloads/manual_ensilagem.pdf>. Acesso em 11 Jan. 2017.

WIKIPÉDIA. Silagem. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Silagem>.


Acesso em 11 Jan. 2017.

UEVORA. Conservação de Forragens de Ensilagem. Disponível


em: <https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/9440/1/
Conserva%C3%A7%C3%A3o%20de%20Forragens%20Ensilagem%20(2).
pdf>. Acesso em 11 Jan. 2017

REHAGRO. Noticias. Disponível em: <http://rehagro.com.br/plus/modulos/


noticias/ler.php?cdnoticia=1179>. Acesso em 11 Jan. 2017.

DIA DE CAMPO. Utilização de Inoculantes na Produção de Ensilagem.


Disponível em: <http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/
Newsletter.asp?id=29770&secao=Artigos%20Especiais>. Acesso em 11 Jan.
2017.

MILK POINT. Silagem de Grão Úmido – O Floculado Brasileiro – Parte 1 de 2.


Disponível em: <https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/
silagem-de-grao-umido-o-floculado-brasileiro-parte-1-de-2-67717n.aspx>.
Acesso em 13 Jan. 2017.

BEEF POINT. Estruturas para Armazenamento de Silagens – Parte 1 de 2.


Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/conservacao-
de-forragens/estruturas-para-armazenamento-de-silagens-parte-12-6515/>.
Acesso em 13 Jan. 2017.

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