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Pindaré – Mirim
2017
SILVIA HELENA GOMES MELÔNIO
Pindaré – Mirim
2017
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RESUMO
Buscou-se com esta pesquisa, abordar sobre a avaliação formativa como parte
integrante no processo de ensino aprendizagem nas séries inicias do Ensino
Fundamental, tendo em vista que tal avaliação é de suma importância para o processo
de ensino-aprendizagem, uma vez que dá ao aluno o direito de perceber-se, tomando
este, conhecimento das dificuldades que encontra, tornando-se capaz de reconhecer
e corrigir seus próprios erros. Contudo, para que a avaliação seja tida como
ferramenta pedagógica, esta precisa contribuir para o desenvolvimento das
capacidades dos alunos, pois melhora a aprendizagem e a qualidade do ensino. O
objetivo geral dessa pesquisa é definir os critérios de avaliação formativa e os
aspectos estruturais, na busca de metas para alcançar melhores resultados no
processo de ensino aprendizagem de acordo com a realidade dos educandos. A
metodologia utilizada para desenvolver essa pesquisa foi a bibliográfica, onde
aportou-se em autores renomados, a saber: Esteban (2001); Carminati e Borges
(2012); Mendes (2002); Hoffman (2010); Buriasco (2002); Piaget e Vygotsky (2004);
Luckesi (2002); Perrenoud (1992); PCN’s (1997). Todavia, as pesquisas nos
mostraram que a avaliação formativa é também fator decisivo no processo de ensino-
aprendizagem, uma vez que contribui para o aprimoramento do mesmo. E que a
avaliação como um todo, serve para identificar as carências, erros dos alunos, levando
o professor a ajudá-lo a superar as dificuldades e não somente para classificar e
excluir ou incluir. Em suma, a avaliação formativa permite ao educando ter maiores
possibilidades de aprendizagem, e o educador, a satisfação de realizar um trabalho
com competência.
Palavras- Chave: Avaliação formativa, Processo ensino-aprendizagem, Ferramenta
pedagógica, Séries iniciais do Ensino Fundamental.
ABSTRACT
With this research, we sought to address the formative assessment as an integral part
of the teaching-learning process in the early grades of Elementary School, considering
that such assessment is of paramount importance for the teaching-learning process,
since it gives the student the right to perceive himself, taking this knowledge of the
difficulties he encounters, becoming capable of recognizing and correcting his own
mistakes. However, for assessment to be considered a pedagogical tool, it needs to
contribute to the development of students' capacities, as it improves learning and the
quality of teaching. The general objective is to define the formative evaluation criteria
and the structural aspects, in the search for goals to achieve better results in the
teaching-learning process according to the reality of the students. The methodology
used to develop this research was the bibliography, where it was based on renowned
authors, namely: Esteban (2001); Carminati and Borges (2012); Mendes (2002);
Hoffman (2010); Buriasco (2002); Piaget and Vygotsky (2004); Luckesi (2002);
Perrenoud (1992); PCN's (1997). However, research has shown us that formative
assessment is also a decisive factor in the teaching-learning process, as it contributes
to its improvement. And that the evaluation as a whole, serves to identify the
deficiencies, errors of the students, leading the teacher to help him to overcome the
difficulties and not only to classify and exclude or include. In short, formative
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assessment allows the student to have greater learning possibilities, and the educator,
the satisfaction of performing a job with competence.
1 INTRODUÇÃO
avaliação educacional auxilia o aluno no aprendizado. Pois desde que a escola existe,
professores rebelam-se contra as notas baixas e acabam por colocar a avaliação mais
a serviço do aluno do que do sistema.
Ainda é de grande valia saber bem antes de regular a aprendizagem, a
avaliação acondicionava o trabalho, as atividades, as relações de domínio e a
cooperação em aula e, de certa forma, as relações entre a família e a escola ou entre
os profissionais da educação.
É mais do que notório que a avaliação educacional quando voltada para o
processo de ensino, se propõe a avaliar consecutivamente a aprendizagem, impondo
valores em escala relacionados aos aspectos quantitativos e qualitativos. Apesar
disso, a avaliação educacional tem ainda como objetivo referir-se aos ensejos que
foram delineados no início do processo. E quem nos confirma o que acabou de ser
supracitado é Luckesi (2011, p. 108) quando nos afirma que:
Para saber avaliar é preciso conhecer os conceitos teóricos sobre avaliação,
e o mais importante, aprender a prática da avaliação, pois para saber
conceitos teóricos é só buscar as fontes e estudar. Mas a prática é algo mais
complexo, pois passar da teoria para a prática requer experimento, análise,
compreensão e acima de tudo, de novas formas e saber fazer.
A citação acima nos ostra que ao fazermos uso da avaliação com o intuito
de medir ou classificar, perde-se o princípio central de sua função, causando uma
forma de “descontinuidade, de fragmentação, de segmentação, ou seja, de
parcelarização do conhecimento” (CARMINATTI; BORGES, 2012, p 171).
É sabido que a avaliação ultrapassa o campo escolar, estendendo-se para
o meio em que a pessoa vive, pois existe uma profunda integração entre as áreas
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afetiva, emocional e cognitiva. Por outro lado, o nosso grande desafio é avaliar a forma
de pensar subjacente ao conteúdo. Mas até que esse dia chegue, precisamos investir
em uma avaliação onde os resultados das provas e a forma de elaborá-las possam
ter um papel importante, uma vez que é através desses fatores que podemos levantar
hipóteses sobre a qualidade do ensino. Lembrando claro, que os instrumentos
utilizados nesse processo precisam ser confiáveis para que o resultado também seja.
A citação acima nos evidencia que a avaliação não surge do nada e muito
menos caminha com o nada. Para que esta aconteça é preciso traçar objetivos, saber
aonde se quer chegar, fazendo o uso de todos os instrumentos disponíveis para a
concretização desta caminhada.
Vale ressaltar que a avaliação é contínua porque num processo como o
educativo não se pode fazer avaliação em momentos isolados, a não ser ao longo do
seu próprio desenvolvimento. Isso significa aplicar sucessivos controles e provas às
crianças, além de uma cuidadosa observação e interpretação da avaliação do
processo de aprender. É por isso que Hoffman (2010, p. 172) nos afirma que “avaliar
e aprender são dois termos que precisam ser concebidos de forma mais ampla para
que se alcancem as metas de qualidade em educação”.
Por razões evidentes, a avaliação não se constitui apenas como um
instrumento para aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de
diagnóstico de uma situação, tendo em vista a definição de encaminhamento
adequado à sua aprendizagem. A mesma é praticada com total independência no
processo de ensino-aprendizagem, e vem ganhando foros de independência da
relação professor-aluno. “avaliar-se para cuidar que o aluno aprenda e para promover
melhores oportunidades de aprendizagem” (HOLFFMAN, 2010, p. 170).
Ainda para Hoffman (2010, p. 174),
A finalidade da avaliação não é apenas descrever, justificar, explicar o que o
aluno alcançou em termos de aprendizagem, mas a de desafiá-lo a todo
tempo ir à diante, a avançar, confiando em suas possibilidades e oferecendo-
lhes, sobretudo, o apoio pedagógico adequado a cada um.
O autor acima nos mostra que o objetivo da avaliação não é apenas saber
o quanto o aluno está ou não evoluindo, mas sim provoca-lo a ponto deste querer ir
em busca de mais conhecimento, não se acomodando somente no já aprendido. Pois
o aluno precisa desenvolver suas potencialidades e habilidades, uma vez que para
que isto aconteça, o mesmo precisa de apoio tanto pedagógico como familiar.
É preciso ainda dizer que avaliar é um processo que deve estar a serviço
das individualizações da aprendizagem, proporcionando a reflexão transformadora da
ação. Ação esta, que nos estimula anovas ideias, adequando ao educador inovações
permanentes sobre a realidade, acompanhando passo a passo o educando, e sua
trajetória de construção do conhecimento. E este conhecimento, segundo Piaget e
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Vygotsky (2004, p. 125) “é constituído ativamente pelo aluno e não apenas transmitido
pelo professor”.
Deste modo, a avaliação possibilita ao aluno reconstruir o objeto de
conhecimento, e tal construção permite que ele reformule hipóteses a partir de suas
descobertas. É um processo que permite tentativas, erros e acertos. Sendo assim, a
prática de avaliação deve ser discursiva, ou seja, o diálogo deve estar presente o
tempo todo.
A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma; está delimitada
por uma determinada teoria e por uma determinada prática pedagógica. Ela
não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um modelo
teórico de sociedade, de homem, de educação e, consequentemente, de
ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica
(CALDEIRA, 2000, p. 122).
também deverá possibilitar uma ação cada vez mais adequada em relação a si mesmo
e aos outros.
Deste modo, para que a avaliação da aprendizagem possa cumprir o seu
papel, como um dos componentes do ato pedagógico escolar, esta deve atuar a
serviço de uma concepção de desenvolvimento do ser humano; caso não seja esta a
concepção que norteie a ação pedagógica, a avaliação da aprendizagem não realizará
o seu papel de subsidiária a ação, uma vez que a sua função é retratar a qualidade
da realidade para intervenções adequadas, tendo em vista a construção dos melhores
resultados possíveis.
É preciso considerar igualmente que a avaliação da aprendizagem, é um
recurso pedagógico disponível ao educador para que auxilie o educando na busca de
sua autoconstrução e de seu modo de estar na vida mediante aprendizagens bem-
sucedidas. No entanto, também subsidia o educador, se necessário, em sua atividade
de gestor do ensino, visto que lhe permite reconhecer a eficácia ou ineficácia de seus
atos e dos recursos pedagógicos utilizados, assim como, se necessário, subsidia
ainda proceder a intervenções de correções dos rumos da atividade e dos seus
resultados.
Desta forma, a avaliação da aprendizagem não é e nem pode continuar
sendo a prática pedagógica tirana que ameaça e submete a todos com um poder
discriminatório, pois tal avaliação se dá no âmbito restrito da aprendizagem no interior
de uma prática de ensino. A avaliação deve ser praticada tendo como pano de fundo
teórico a abordagem pedagógica do projeto ao qual ela serve.
Sendo assim, se por intermédio da avaliação, temos a possibilidade de
revelar os processos de aprendizagem e de anunciá-los, é por meio da comunicação
que o fazemos, via instrumentos e procedimentos, que são os marcos objetivos da
prática do professor. Os procedimentos se configuram nas ações pedagógicas do
professor, que seleciona o currículo e os instrumentos de avaliação com base em suas
concepções, crenças e em sua formação. Tais instrumentos são as atividades
variadas que se tornarão documento de avaliação. Como exemplos podemos citar: a
prova, um artigo, o registro de um seminário, etc.
Por outro lado, é importante ressaltar que a avaliação formativa recai sobre
suas ações. A primeira é a percepção dos estudantes sobre a lacuna entre objetivo a
atingir e a situação em quem sua aprendizagem se encontra em relação a ele. A
segunda é o que eles fazem para eliminar a lacuna e atingir o objetivo. Contudo, em
relação à primeira ação, a atividade fundamental para gerar a informação pode ser a
autoavaliação ou a ajuda de outra pessoa, como o professor, que, que identifica a
interpreta a lacuna e torna o aluno ciente de sua necessidade.
Assim sendo, a avaliação formativa possui contribuição extrema no
processo de ensino-aprendizagem, principalmente no ensino fundamental, tendo em
vista que, o professor ao praticar tal avaliação pode se deparar com dois caminhos. O
primeiro consiste em dar oportunidade ao estudante de desenvolver sua capacidade
de identificar e compreender as lacunas de aprendizagem, deixando que ele se
responsabilize por planejar e desenvolver as ações necessárias. Lembrando ainda
que neste caminho, o desenvolvimento da capacidade de autoavaliação e do processo
colaborativo de avaliação estão presentes. Contudo, no segundo caminho, o professor
toma para si a responsabilidade de direcionar atividades que promovam as
aprendizagens. Porém, isso não quer dizer que tais caminhos não podem ser
combinados, contudo, cabe ao professor decidir quando e como dar ênfase a cada
um deles. É por isso que Black e Wiliam (1998, p 25) nos dizem que, “a autoavaliação
merece atenção especial, porque não é uma prática comum entre professores, mesmo
entre aqueles que avaliam com seriedade”.
Evidentemente, a avaliação que ainda insistimos em praticar, voltada para
a atribuição de notas e para a promoção de uma série a outra, não é condizente com
a formação de cidadão com inserção social crítica.
Em síntese, a avaliação formativa é um processo planejado. Dele fazem
parte a postura do professor diante do trabalho pedagógico e do estudante, assim
como procedimentos e instrumentos diversos. E sendo um processo, não está pronto,
é construído pelo professor e por seus alunos. E quem dá mais veracidade ao que
acabamos de expor é Hadji (2001, p. 20), quando nos afirma que “a intenção
dominante do avaliador que torna a avaliação formativa”. Levando o professor e o
aluno a construírem e estabelecerem os seus objetivos.
finalidade exige que se efetive realmente para que cumpra o seu papel de produzir
conhecimento com o homem, e que ele possa interagir com o seu meio.
Frisa-se ainda que a avaliação formativa indica o que deve ser feito para
tornar a avaliação verdadeiramente útil em situação pedagógica, é elemento do
processo de ensino e de aprendizagem. Sendo assim, necessita ter características
que a tornem importante para melhorar a qualidade do referido processo.
Incontestavelmente, a avaliação formativa analisa as habilidades do
educando, os conhecimentos que pode construir como também as necessidades que
eles apresentam para aprender, efetivamente. Por outro lado, esta avaliação deve ser
colocada a serviço do fim que lhe dá sentido, inscrevendo-se na continuidade da ação
pedagógica, ao invés de exercer função de controle. Ou seja, a referida avaliação
deve ser utilizada com o intuito de conhecer e compreender a dinâmica existente entre
todas as variáveis em que se circunscrevem o aluno.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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professores que lecionam nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Senso assim,
tais tipos apresentam-se em três funções: a avaliação diagnóstica, a avaliação
formativa e a avaliação somativa. A primeira delas é utilizada no início do ano letivo,
uma vez que permite conhecer a realidade no qual o processo de ensino e
aprendizagem está inserido, levando o professor a verificar e valorizar os
conhecimentos prévios dos alunos. Sendo que para que esta seja possível, é
necessária a compreensão e realização comprometida com uma concepção
pedagógica.
REFERÊNCIAS
ESTEBAN, Maria Teresa. (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos.
3. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
LUCKESI. Cipriano C.O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Pátio, Rio
Grande do Sul, n.12, p. 6-11, fev/mar. 2000.
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