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competência legislativa complementar do Governo”

Blanco de morais defende:


O professor Carlos Blnco de Morais entende, com base legal no artigo 198 nº1 al. a) e C) que
está previsto implicitamente e explicitamente uma competência complementar que concede ao
governo a faculdade de concretizar e desenvolver leis de bases , leis de enquadramento e
regimes gerais, mediante decreto leis de conteúdo sub-primário aos quais se encontram
subordinados às leis de bases que detêm valor reforçado.
Importa referir em matéria concorrencial que os Decretos-Leis só vinculam nos termos do
artigo 112º CRP – Desde que as mesmas invoquem as leis bases como seu parâmetro de
desenvolvimento, se tal não suceder um decreto lei simples à luz do critério cronológico, pode
derrogar ou revogar um acto legislativo de bases concorrencial que vê o seu caracter reforçado
diminuído pois dependerá de ato de auto-vinculação do governo.

Pelo supra exposto considera-se que existe uma reserva de desenvolvimento de leis de bases a
favor do governo?
O Professor Carlos Banco entende positivamente a existência de uma reserva complementar do
governo na concretização de leis de base, expondo:

Conforme o exposto no artigo 161 ( Competências da A.R) alínea c) esta pode legislar sobre
todas as matérias salvo as reservadas ao governo, conjugado com artigo 198º que apenas
revela a reserva governamental na esfera auto organizativa do executivo, revela o primeiro
indicio do espirito do legislador, pois ao referir matérias e não apenas matéria abre um
espectro alargado que permite indiciar esta competência complementar do governo.
Pois então há que aferir à luz do artigo 110\2 CRP, quais outras matérias poderão estar
implícitas.
Nesta sequência o professor defende a existência da faculdade, por parte do governo, de
desenvolver bases de acordo com exposto no artigo 198 da Constituição da república
Portuguesa
Na alínea a) do supra exposto artigo, reporta-se à edição de atos às bases de esfera
concorrencial, concorrendo neste aspeto com competências da AR; já na alínea c) do mesmo
artigo confere ao governo a capacidade de desenvolver as leis base de reserva da AR
confirmando a exigência da evocação das mesmas bases pelo nº 3 do artigo aqui em questão.
Conclui-se assim que de acordo com previsto nos artigos 194 e 195 da CRP cabe ao parlamento
a edição das bases , para depois as mesmas serem desenvolvidas posteriormente pelo
Executivo.

O professor também aponta o procedente histórico para corroborar a sua posição, pois já na
constituição de 1933 a assembleia Nacional limitava-se a disciplinas as bases gerais cabendo ao
governo concretizá-las essa tradição, expõe o professor manteve-se.
Em terceiro lugar o professor apoia-se em argumentos teleológicos, afirmando que esta
abstenção por parte da AR em termos de concretização das bases é uma praxis que constitui
uma marca muito própria do “Estado Social” Português. A “AR não é um órgão vocacionado
para regular questões de pormenor que envolvam grande detalhe técnico” tal perceito pode
ser verificado na revisão constitucional de 1989 e 2004.

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