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Caracterização Mecanica Do Gesso
Caracterização Mecanica Do Gesso
Abstract
Plaster is a widely used material in the construction industry, mainly as
plaster paste for coating. The biggest producer of plaster in Brazil is the
Araripe Gypsum Production Complex. There is an evident need to know the
¹Fernanda Cavalcanti Ferreira properties and characteristics of this material, focusing particularly on the
¹Universidade Federal de Pernambuco finished product as coating for internal walls. Hence, this research project
Recife - PE - Brasil
http://orcid.org/0000-0003-4502-0198 consisted in a characterisation study of five gypsum samples from the Araripe
Complex, and an evaluation of the bond strength of the coatings made of
²José getulio Gomes de Sousa
gypsum plaster paste. The characterisation study was carried out in the
²Fundação Universidade Federal do anhydrous state, by means of granulometry, unit weight, specific gravity, free
Vale do São Francisco water and crystallisation content tests; in the fresh state, normal consistency,
Juazeiro - BA - Brasil
setting time and calorimetry tests were performed; and in the hardened state,
hardness and compressive strength were tested. The bond strength tests were
³Arnaldo Manoel Pereira Carneiro performed on gypsum plaster paste made on a ceramic base, with and without
³Universidade Federal de Pernambuco
Recife - PE – Brasil pre-wetting of the base. The results showed that the plaster pastes had
satisfactory and similar performances, regardless of the size of the
Recebido em 19/04/18
manufacturer, however, some normative requirements were not met.
Aceito em 26/11/18 Keywords: Gypsum plaster. Characterisation. Bond strength.
FERREIRA, F. C.; SOUSA, J. G. G. de; CARNEIRO, A. M. P. Caracterização mecânica do gesso para revestimento 207
produzido no Polo Gesseiro do Araripe. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 207-221, out./dez. 2019.
ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212019000400352
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 207-221, out./dez. 2019.
Introdução
O gesso é um dos ligantes mais antigos da Ensaios de granulometria são de grande
humanidade. Utiliza-se de uma única matéria- importância, pois é uma das formas de classificação
prima, o mineral gipsita (sulfato de cálcio di- do gesso, seja para fins de fundição ou revestimento
hidratado – CaSO4.2H2O) para sua produção. É por (ABNT, 2017e). Além disso, essa característica
meio da desidratação da gipsita, em função da influencia em diversas outras propriedades e
temperatura e pressão, que se formam as fases: características do gesso, como na microestrutura,
hemi-hidrato (CaSO4.0,5H2O), anidrita III consistência normal e resistência à compressão (YE
(CaSO4.eH2O), anidrita II (CaSO4), anidrita I et al., 2011). Para Cincotto, Agopyan e Florindo
(CaSO4). Esse material apresenta amplo uso na (1988), massa específica e unitária são grandezas
construção civil pelas suas propriedades físicas e que caracterizam a homogeneidade do material.
mecânicas e baixo custo energético de produção
A determinação do teor de água de cristalização é
(GARTNER, 2009; JOHN; CINCOTTO, 2007;
importante, pois demonstra a condição de
YU; BROUWERS, 2012), podendo ser utilizado
calcinação da gipsita, apresentando relação com a
como pasta ou argamassa (gesso + agregado miúdo)
composição do gesso, que pode variar entre a
(AMERICAN..., 2015; DIAS; CINCOTTO, 1995;
gipsita, hemi-hidrato e anidritas. Teores acima de
JOHN; ANTUNES, 2002). No Brasil, utiliza-se
6,2% podem indicar a presença de matéria-prima
correntemente como pasta (DIAS; CINCOTTO,
não calcinada e, abaixo de 4,2%, supercalcinada
1995; JOHN; ANTUNES, 2002; JOHN;
(JOHN; CINCOTTO, 2007). Outro fator importante
CINCOTTO, 2007).
é o teor de água livre, que diz respeito à umidade do
Vários fatores influenciam a qualidade do material, evidenciando as condições de
revestimento de gesso. Tydlitát, Medved e Cerný armazenamento.
(2012) explicam que há grande influência da
A consistência normal é um valor de referência para
tecnologia de produção de gesso, em particular pelo
produtores e laboratoristas para avaliação do gesso
método de aquecimento e pela temperatura
nos estados fresco e endurecido. No estado fresco,
escolhida do processo de calcinação.
a NBR 13207 (ABNT, 2017e) requisita que o tempo
Além desses fatores, a relação a/g, a temperatura da de pega, determinado por meio do aparelho de
água de amassamento, a matéria-prima, a energia de Vicat, apresente valores mínimos para permitir que
mistura, as impurezas, o tamanho das partículas e a se tenha tempo suficiente para manipulação da pasta
origem mineralógica têm relação com a qualidade e execução do revestimento pelo gesseiro. Contudo,
do material (ANTUNES; JOHN, 2000; essa metodologia apresenta limitações, uma vez que
CAMARINI et al., 2016; CAMARINI; o ensaio foi concebido por analogia ao ensaio
PIMENTEL; SÁ, 2011; CAUFIN; PAPO, 1983; empregado para cimento, que possui intervalo de
CLIFTON, 1973; KARNI; KARNI, 1995; utilização diferente (ANTUNES; JOHN, 2000).
LEWRY; WILLIAMSON, 1994; SCHMITZ; Assim sendo, determina-se o tempo de pega por
TAVARES, 2009; YE et al., 2011). meio de ensaios de calor de hidratação.
O estudo de caracterização e avaliação do gesso Acerca das propriedades no estado endurecido, Dias
para revestimento ocorre nos estados anidro, fresco e Cincotto (1995) afirmam que a importância da
e endurecido. No estado anidro, faz-se avaliação da determinação da dureza se justifica pela
granulometria e massa unitária (ABNT, 2017a); e necessidade de se avaliar as qualidades mecânicas
teores de água livre, de cristalização, de óxido de do revestimento e a sua capacidade de receber
cálcio e de anidrido sulfúrico (ABNT, 2017b). No acabamentos como pinturas especiais ou
estado fresco, orienta-se o estudo por meio da componentes colados.
consistência e dos tempos de início e fim de pega
Quanto ao desempenho do revestimento, é sabido
(ABNT, 2017c). No estado endurecido, por meio da
que a aderência é um dos requisitos fundamentais,
dureza e resistência à compressão (ABNT, 2017d);
uma vez que garante bom acabamento e segurança
e resistência de aderência. Essa última avaliação foi
(COSTA; CARASEK, 2009; DIAS; CINCOTTO,
realizada por meio de adaptação da NBR 13528
1995). Para Almeida (2014), a rigor, é possível
(ABNT, 2010), que é a norma indicada para a
conceber um revestimento com dureza e resistência
avaliação da resistência de aderência à tração de
à compressão satisfatórias, porém que apresentem
revestimento de argamassas inorgânicas, conforme
resistência de aderência à tração questionável, e
recomendação da NBR 13207 (ABNT, 2017e).
que, ainda assim, esteja dentro dos parâmetros
Esses ensaios são fundamentais para conhecimento
aceitáveis da normalização brasileira de gesso. De
do material e de sua qualidade, bem como pela
acordo com Dias e Cincotto (1995), a importância
possibilidade de utilizá-lo em aplicações de maior
dessa avaliação está relacionada a diagnósticos
valor agregado.
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Figura 1 – Ensaios realizados no gesso no estado anidro: a. granulometria; b. massa unitária; c. massa
específica
Figura 2 – Ensaios realizados no gesso no estado fresco: (a) tempo de pega; e (b) calor de hidratação
Figura 3 – Ensaios realizados no gesso no estado endurecido: (a) dureza; e (b) resistência à compressão
Figura 4 – Sequência do ensaio de resistência de aderência à tração: (a) cortes circulares a seco no
revestimento gesso para colagem das pastilhas; (b) pastilhas coladas nos corpos de prova; e (c) e (d)
dinamômetro acoplado na pastilha para aplicação de uma força de tração
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100
% Retida acumulada
80
60
40
20
0
0,85 0,425 0,21 0,105 Fundo
Abertura das peneiras (mm)
G1 G2 G3 G4 G5
0,8
Módulo de finura
0,6
0,4
0,2
0,0
G1 G2 G3 G4 G5
Gessos
0,80
0,70
2,63
Massa específica (g/cm³)
2,61
2,59
2,57
2,55
2,53
2,51
2,49
2,47
G1 G2 G3 G4 G5
Gesso
A água livre diz respeito à água disponível, não 1,30% de água livre. Sendo assim, todas as amostras
ligada, que está presente entre os grãos e é estudadas atendem a esse critério.
eliminada com facilidade e depende das condições
A água de cristalização é a água que participa da
ambientes. O teor de água livre dos gessos variou estrutura cristalina do material. Verifica-se que esse
em um intervalo de 0,08% a 0,73%. De acordo com valor variou entre 6,5% e 7,4%. Conforme a NBR
a NBR 13207 (ABNT, 2017e), o gesso para
13207 (ABNT, 2017e), o gesso deve apresentar um
construção civil deve apresentar um máximo de
teor entre 4,2% a 6,2%; logo, todas as amostras
ultrapassam o limite normativo.
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Quadro 5 – Hipótese simplificada para determinação dos compostos constituintes do gesso por meio do
teor de água de cristalização
H2O combinada - água de cristalização Compostos constituintes do gesso
Se H2O < 6,2% Há anidrita e hemi-hidrato
Se H2O > 6,2% Há gipsita e hemi-hidrato
Se H2O = 6,2% Há somente hemi-hidrato
Fonte: John e Cincotto (2007).
1STAV, E.; BENTUR, A. Characterization of the Hydration Process Chemical and Physical Parameters. Advances in Cement
of Calcium Sulfate Hemihydrate by Simultaneous Evaluations of Research, v. 7, n. 27, p. 113-116, 1995.
35
Assim, os tempos de início e fim de pega consistência normal. A curva de hidratação está
determinados pela NBR 12128 (ABNT, 2017c) são apresentada na Figura 10. Entretanto, para valores
de pouca utilidade para o construtor, unicamente precisos de tempo e temperatura de hidratação,
aplicável para controle do processo de produção do deve-se utilizar calorimetria isotérmica.
gesso, pois, na prática, o gesseiro inicia a execução
As temperaturas máximas atingidas pelas pastas no
do revestimento antes do início de pega e termina
final do período de hidratação foram similares: em
antes do fim de pega.
torno de 55 °C.
Além disso, em canteiro de obras, a temperatura
Observa-se que todos os resultados apresentam um
ambiente vai ter influência nos tempos de início e
comportamento típico de curvas de calorimetria
fim de pega durante a execução dos revestimentos.
descrito por outros autores na literatura
Os resultados obtidos foram em temperatura
(ANTUNES; JOHN, 2000; BARDELLA, 2011;
ambiente controlada, aproximadamente 26 °C
CLIFTON, 1973). As curvas de evolução de
conforme solicitado pela NBR 12128 (ABNT,
temperatura praticamente se sobrepõem em cada
2017c).
caso. Logo, como afirma Bardella (2011), os
O que se verifica é que o tempo de pega dos gessos períodos de indução, nucleação e de endurecimento
é curto e variável. Esse tempo de pega curto e foram os mesmos quando comparados entre si.
variável, combinado com a ausência de critérios Além disso, isso é um indicativo de que a
objetivos para a definição de quantidades de água composição desses gessos também seja similar.
de amassamento e procedimentos de controle de
O início de pega pode ser identificado nas curvas de
qualidade de recebimento (FREITAS, 2015; JOHN;
calorimetria, sendo o instante em que a taxa de
CINCOTTO, 2007), tem levado a medidas de
elevação da temperatura ultrapassa 0,1 °C/min
perdas de gesso de 30% (AGOPYAN et al., 1998;
(CLIFTON, 1973), e o de fim de pega é o ponto
SOUZA, 1998).
máximo de incremento da temperatura que
corresponde à conclusão da hidratação
Calor de hidratação (ANTUNES; JOHN, 2000).
Conforme Bardella (2011), o conhecimento do Assim sendo, adotando-se essa metodologia para
calor de hidratação e sua evolução em função do determinação dos tempos de pega, tem-se a
tempo são de interesse do ponto de vista científico comparação por calorimetria e aparelho de Vicat
e tecnológico. A curva obtida, temperatura x tempo, dada na Tabela 3.
mostra a velocidade de hidratação do material, e,
consequentemente, sua reatividade, sendo um É evidente que os tempos de pega obtidos pelos dois
importante parâmetro de controle da qualidade dos métodos são diferentes. Os resultados fornecidos
materiais (ANTUNES, 1999; BARDELLA, 2011). pelo Aparelho de Vicat podem apresentar variações
decorrentes do próprio mecanismo de realização do
No estudo, foram realizados ensaios de calorimetria ensaio e também por influência do operador do
térmica em pastas produzidas com todas as equipamento (BARDELLA, 2011).
amostras coletadas e relação água/gesso dadas pela
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60
Temperatura (°C)
50
40
30
20
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (minutos)
G1 G2 G3 G4 G5
Até o final do período de indução, não há elevação consistência normal, e não com relação a/g utilizada
da temperatura e ainda não há di-hidrato formado. em revestimentos.
A consistência da pasta começa a ser modificada
O ensaio de dureza (ABNT, 2017d) foi realizado
apenas no final desse período, ou seja, um pouco
com o método de penetração da esfera em corpos de
antes do início de pega dado por calorimetria prova cúbicos. A dureza não pode ser obtida, uma
(CLIFTON, 1973). vez que a alta quantidade de gesso para certa
No início da pega determinado pela calorimetria, a quantidade de água (baixa relação água/gesso)
quantidade de di-hidrato precipitado é levou à confecção de material excessivamente
aproximadamente igual a 0% (CLIFTON, 1973; rígido com alta resistência mecânica e baixa
MAGNAN, 1973 2 apud ANTUNES, 1999), resistência à deformação, que, durante o ensaio de
enquanto no início de pega determinado pelo penetração da esfera, resultou no rompimento dos
aparelho de Vicat (ABNT, 2017c) corpos de prova.
aproximadamente 10% de di-hidrato está formado
De acordo com a NBR 13207 (ABNT, 2017e), o
(STAV; BENTUR, 1995 3 apud ANTUNES;
gesso para construção civil deve apresentar dureza
JOHN, 2000), por isso, os tempos de pega pelos maior ou igual a 20 N/mm².
dois métodos resultam em valores distintos.
Resistência à compressão
Caracterização no estado
endurecido Os resultados de resistência à compressão das
pastas de gessos produzidos estão apresentados na
Dureza Figura 11.
A NBR 12129 (ABNT, 2017d) utiliza para
avaliação dessa propriedade pastas de gesso com a
2MAGNAN, M. Mecanisme et Cinétique de L'hydratation du Plâtre. Chemical and Physical Parameters. Advances in Cement
Revue des Matériaux de Construction, v. 671, p. 28-31, 1973. Research, v. 7, n. 27, p. 113-116, 1995.
3STAV, E.; BENTUR, A. Characterization of the Hydration Process
compressão (MPa)
20
Resistência à
10
0
G1 G2 G3 G4 G5
Gessos
Verifica-se que a resistência à compressão produzidas com a mesma relação água/gesso (0,8),
alcançada pelas pastas foi entre 16,97 MPa e 24,02 as suas trabalhabilidades foram distintas devido às
MPa. A NBR 13207 (ABNT, 2017e) não trata da diferenças dos materiais, como matéria-prima,
avaliação da resistência à compressão do gesso para finura e forma dos grãos.
revestimento; entretanto, a NBR 12129 (ABNT,
Observa-se que a aderência dos revestimentos,
2017d) aborda o método de ensaio para sua
independentemente do tratamento da base e do tipo
determinação.
de gesso, alcança o valor mínimo solicitado pela
A edição anterior da NBR 13207 (ABNT, 1994) NBR 13207 (ABNT, 2017e) de 0,2 MPa. De acordo
recomendava uma resistência à compressão mínima com os critérios da EN 13279-1 (BRITISH...,
de 8,40 MPa para um gesso de construção 2008), a resistência ao arrancamento do
produzido com a relação água/gesso da consistência revestimento de gesso deve ser igual ou superior a
normal. A C28/C28M-10 (AMERICAN..., 2015), 0,1 MPa.
norma americana que trata das especificações dos
As rupturas no ensaio se deram, majoritariamente,
gessos para revestimento, orienta que a resistência
na interface substrato/revestimento, ou seja, foram
à compressão seja igual ou superior a 5,2 MPa.
rupturas de natureza adesiva e não coesiva.
Assim sendo, todas as amostras estão em
conformidade com as duas normas. O ensaio de aderência demonstrou grande variação
dos resultados individuais dos corpos de prova.
Observa-se que a resistência à compressão
Entretanto, mesmo com essa variação, comentada
apresenta diferenças entre si mesmo para aquelas
por outros autores na bibliografia (COSTA;
produzidas com a mesma consistência. Esse
CARASEK, 2009; GONÇALVES, 2004), é o mais
comportamento é explicado pelas características
indicado para avaliação do desempenho de
específicas do material, além da possibilidade de
revestimentos. No geral, constatou-se também uma
variação inerente ao ensaio.
redução da resistência de aderência com o pré-
Karni e Karni (1995) afirmam que a resistência é umedecimento da base.
resultado dos seguintes fatores: a qualidade do
As características da base de aplicação do
material (gesso e aditivos); a relação água/gesso; a
revestimento têm influência na sua resistência de
idade do produto; e as condições de armazenamento
aderência. Um substrato de maior permeabilidade
do produto, também durante o endurecimento.
proporciona maior penetração de produtos de
Se a relação for inferior a 0,6, há dificuldades com hidratação, oferecendo a ancoragem do
a trabalhabilidade. Para razões maiores que 0,6, revestimento (CARASEK, 1996; COSTA, 2007;
tem-se um aumento da porosidade do produto final KAZMIERCZAK; BREZEZINSKI; COLLATTO,
endurecido perdendo resistência mecânica (SILVA, 2007; SOUSA; ALMEIDA; ALMEIDA, 2015).
2010).
Os blocos cerâmicos utilizados como base dos
revestimentos das pastas de gesso, por serem de
Resistência de aderência à tração cerâmica vermelha obtida por queima, apresentam
Os resultados de resistência de aderência à tração a face vidrada diminuindo a permeabilidade do
dos revestimentos produzidos e ensaiados conforme substrato cerâmico e dificultando assim a
a NBR 13528 (ABNT, 2010) se encontram na microancoragem (BARDELLA, 2011). Além disso,
Tabela 4. Embora as pastas de gessos tenham sido o pré-umedecimento, indicado pela NBR 13867
(ABNT, 1997) – Revestimento interno de paredes e
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tetos com pasta de gesso – Materiais, preparo, umedecimento da base a fim de se garantir níveis
aplicação e acabamento, reduz a capacidade de maiores de aderência.
sucção da base, tendo como resultado uma redução
A partir de uma análise estatística, por meio do
do material que penetra nos poros da base que
Teste de Tukey, pelo qual se faz confronto de
garante a ancoragem mecânica.
amostra em pares para verificação de diferenças
Entretanto, mesmo nessas situações, o revestimento significativas, verifica-se que a maioria dos valores
apresentou aderência satisfatória. Os resultados de de água de cristalização e de resistência de
aderência do revestimento estão coerentes com os aderência alcançados é semelhante entre si e não há
de Almeida (2014), Delgado e Pires Sobrinho diferenças estatisticamente significativas no grupo
(1997), Dias e Cincotto (1995) e Hincapie et al. de resistência à compressão, o que é um indício de
(1997). semelhança composicional de todos. Tais
informações podem ser verificadas nas Tabelas 5 e
Foi realizada também uma avaliação para verificar
6, respectivamente. Ou seja, independentemente do
se há diferença estatisticamente significativa entre
porte da empresa e do processo de produção, as
os tipos de tratamento: sem pré-umedecimento e
diferenças entre os gessos não foram significativas.
com pré-umedecimento da base. Os resultados
mostram que, para a maioria dos resultados obtidos, Isso é um indicativo de que a matéria-prima do Polo
há diferença entre os dois tipos de tratamento. Gesseiro do Araripe é de grande qualidade.
Assim, recomenda-se que não haja o pré-
Tabela 4 – Resistência de aderência à tração dos revestimentos executados com e sem pré-
umedecimento da base
Resistência de aderência (MPa)
Gesso Sem pré- Com pré-umedecimento
umedecimento da base da base
G1 0,43 ± 0,19 0,25 ± 0,07
G2 0,37 ± 0,14 0,23 ± 0,09
G3 0,54 ± 0,17 0,34 ± 0,12
G4 0,49 ± 0,11 0,25 ± 0,10
G5 0,51 ± 0,14 0,39 ± 0,10
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