O dirigente sindical tem direito a estabilidade empregatícia de
caráter provisório, indo desde seu registro de candidatura e se eleito até um ano após o término de seu mandato, salvo se cometer falta grave e apurado por inquérito judicial (art. 543 § 3º da CLT c/c art 8º, VIII, da CF88 e a Súmula 379 do TST).
Os membros do conselho administrativo também gozam da
estabilidade, já do conselho fiscal não gozam de estabilidade, pois não atua diretamente nos interesses dos sindicalizados da categoria, este é um entendimento na forma da OJ nº 365 da SDI-1 do TST.
Já com relação aos dirigentes de confederações e federações
também tem direito a estabilidade, mas a matéria não é pacífica.
Como também se o dirigente for eleito e estiver em cargo de
confiança, a estabilidade somente é para o emprego originário e não para a função de confiança exercida.
Assim temos alguns requisitos para que a estabilidade exista:
a) Ser eleito tem que haver eleição da categoria para que este seja eleito como seu representante;
b) Ser representante eleito e exercer sua função na mesma base
territorial da categoria. Assim, se eleito pra presidente do Sindicato dos Motoristas de Aracaju, somente terá direito a estabilidade se exercer a função de motorista, no município de Aracaju, caso ele seja cobrador, no município de São Cristóvão não terá direito a estabilidade, pois não constitui ameaça ao empregador. Súmula 369 III do TST.
c) Comunicar o empregado no prazo de 24 horas ao empregador
sob sua candidatura a cargo de dirigente sindical, e após a eleição se eleito em igual prazo. d) Defesa dos interesses da categoria profissional que representa e também exerce mesma função, não fazendo jus a estabilidade o presidente do sindicato dos empregadores.
EXCEÇÕES AO DIREITO DE ESTABILIDADE SINDICAL:
A) Não tem direito a estabilidade sindical o empregado que
registra sua candidatura, no curso do aviso prévio, na forma da Súmula 369 V. Já para Godinho, tem direito a estabilidade, pois o aviso prévio integra o contrato de trabalho para todos os efeitos na forma do art. 487 § 2º da CLT, é nosso entendimento.
B) Perde a estabilidade se o dirigente aceitar a transferência do
local de trabalho, diversa da base territorial do sindicato que representa art. 543 § 1º da CLT.
C) Extinção da atividade empresarial no âmbito da base
territorial, aonde o dirigente representa a categoria, perde a estabilidade, pois não há razão de ser já que a atividade profissional da categoria não mais existe naquela base territorial, na forma da Súmula 369 IV do TST.
D) Quando o empregado dirigente sindical deixa de exercer a
atividade ou profissão, da categoria que representa, perde a estabilidade na forma do art. 540 § 1º da CLT.
E) A estabilidade sindical, somente se prorroga por mais um ano,
se somente o dirigente sindical concluir seu mandato, se por outro motivo não fizer não terá direito.
b) Estabilidade Gestante:
Tem direito a estabilidade gestante, aquela empregada que dentro
do curso do contrato de trabalho ficar grávida, não podendo ser dispensada sem justa causa durante este período.
O período compreende os 9 meses de gestação e mais cinco
meses obrigatórios e recentemente podendo ser facultativo ao empregador conceder mais um mês. Com relação a base legal está inserida no art. 10, II, b do ADCT, da CF 88.
Com relação ao conhecimento ou não do empregador da qualidade
de gestante da obreira, a Súmula 244 do TST, entende esta ser objetiva, não importando ou não o conhecimento do patrão da situação de gestante da obreira, não impedindo seu direito a estabilidade empregatícia.
Com relação a reintegração ao emprego da gestante, após a
dispensa sem justa causa isto é possível, mas o cerne da questão é se a obreira entrar com uma reclamação trabalhista, após o período estabilitário, receberá as vantagens pecuniárias dos 14 meses de salário ou não?
A corrente majoritária entende que sim, mas os pedidos devem ser
alternativos na reclamatória, ou seja, de reintegração ao emprego pelo período de estabilidade ou pagamento de indenização equivalente, quando o juiz perceber não ser mais vantajoso ao empregado retornar ao emprego.
Nos contratos de prazo determinado, não há que se falar em
estabilidade gestante, pelo período de 14 meses, pois o contrato já tem data definida para seu término não ficando o empregador a ter que manter a empregada por 14 meses se o contrato é de 5 meses.
No entanto, pelo período que durar o contrato deve a empregada
gestante ficar estável não podendo haver a dispensa sem justa causa neste período, na forma do art. 479 da CLT.
Outra celeuma é com relação a estabilidade gestante dentro do
aviso prévio indenizado, na forma do art. 487 da CLT, o aviso prévio integra o contrato de trabalho para todos seus efeitos, e caso haja a gravidez dentro do aviso mesmo que indenizado, terá direito a estabilidade gestante, este é nosso entendimento, feito em monografia de especialização.
Com relação a empregada doméstica, após o advento da lei nº
11.324/2006, passou a ter direito a estabilidade gestante, pois acrescentou a lei nº 5859/72, esta estabilidade. No entanto, a obrigatoriedade de reintegração caso haja a dispensa sem justa causa no período gravídico, deve ser apenas dos 9 meses de gravidez, pois os outros cinco meses são pagos pelo INSS e não pelo empregador, como nas demais profissões onde após isto é feito um encontro de contas de imposto a pagar.
Com relação a reintegração somente pode ser feita com
autorização do empregador, pois a casa é asilo inviolável, não podendo nela o Judiciário impor a entrada de alguém, no caso a doméstica reintegrada, assim deve o juiz converter os noves meses em indenização equivalente.
A ESTABILIDADE GESTENTE EM GERAL, NECESSITA DE
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL PARA A DISPENSA DA GESTANTE, NÃO HAVENDO NECESSIDADE DE INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE.