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A Pirâmide de Maslow
“Se você planeia ser qualquer coisa inferior ao que você é capaz, provavelmente você
será infeliz todos os dias de sua vida”
(Maslow)
INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.
DELEGAÇÃO REGIONAL DO CENTRO
CENTRO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE LEIRIA
O que é ética?
A palavra “ética” é proveniente do grego “ethos”, que significa, literalmente,
“morada”, “habitat”, “refúgio”, ou seja, o lugar onde as pessoas habitam. No entanto,
para os filósofos, este termo se refere a “modo de ser”, “caráter”, “índole”,
“natureza”.
Neste sentido, pode-se considerar a ética como um tipo de postura e que se refere a
um modo de ser, à natureza da ação humana. Trata-se de uma maneira de lidar com as
situações da vida e do modo como estabelecemos relações com outra pessoa. Quais
são as nossas responsabilidades pessoais em uma relação com o outro? Como lidamos
com as outras pessoas em sociedade? Uma conduta ética pode ser um tipo de
comportamento mediado por princípios e valores morais.
Desta maneira, pode-se afirmar que a ética é a parte da filosofia que estuda a moral,
pois reflete e questiona sobre as regras morais.
Foto: Pixabay
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O que é moral?
A palavra “moral” é originária do termo latino “Morales”, que significa “relativo aos
costumes”, isto é, aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro do ponto de vista
da ação.
A moral pode ser definida como o conjunto de regras aplicados no quotidiano e que
são utilizadas constantemente por cada cidadão. Tais regras orientam cada indivíduo
que vive na sociedade, norteando os seus julgamentos sobre o que é certo ou errado,
moral ou imoral, e as suas ações.
Desta maneira, a moral é fruto do padrão cultural vigente e engloba as regras tidas
como necessárias para o bom convívio entre os membros que fazem parte de
determinada sociedade.
O problema filosófico que vai estudar pode ser formulado através da seguinte questão:
"Por que razão havemos de ser morais?" A resposta que intuitivamente dará é que
desse modo viveremos melhor. Talvez a razão que apresente seja que, se tivermos
todos os homens em conta nas nossas escolhas, isso será bom para todos; talvez ache
repugnante a ideia de que a sua capacidade de ser moral está confinada à sociedade
em que vive, ignorando todos os outros homens.
Mas será que de facto tem todos os outros em conta nas suas escolhas? Será que não
toma mais em consideração a gripe forte de uma amiga do que os milhares de crianças
que todos os dias morrem de subnutrição? Será que a sua inteligência e a sua
compaixão se ocupam tanto da tragédia coletiva que é a fome de milhões de seres
humanos como de uma vulgar depressão ligeira de uma amiga sua? James Rachels, um
importante filósofo moral, afirma que "infelizmente para os que têm fome, as
estatísticas não têm muito poder para nos comover."
Egoísmo ético
O egoísmo ético diz como devemos comportar-nos; nesse sentido, é uma teoria
normativa. Para o egoísmo ético, o nosso único dever primitivo é fazer o melhor para
nós mesmos. O interesse próprio é o princípio moral fundamental. Não é que o egoísta
não tenha outros deveres; o que se passa é que todos os outros deveres do egoísta
derivam do interesse próprio. Nada mais. Por isso, mesmo quando um defensor do
egoísmo ético ajuda os outros ou renuncia a fazer o que realmente quer, é no fundo a
promoção do seu interesse próprio a longo prazo que o move.
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O argumento mais forte a favor do egoísmo ético aceita a moralidade de senso comum
e retira a partir daí a conclusão surpreendente de que essa é a melhor maneira de
satisfazer o nosso interesse próprio. Considera então a seguinte formulação do
argumento:
O mais provável é que neste momento já esteja a ver que este tipo de raciocínio irá
conduzir surpreendentemente à Regra de Ouro: Faz aos outros aquilo que gostarias
que eles te fizessem a ti. A versão da mesma regra à maneira do egoísta ético será:
Ajuda os outros para que eles te ajudem a prosseguir o teu interesse próprio. E assim
uma teoria que no início era abertamente recusada pelas tuas intuições morais mais
profundas pode começar a parecer-lhe plausível. Mas será que é realmente plausível
ou terá de enfrentar uma objeção suficientemente forte para a derrotar? A resposta a
esta questão será submetida à sua avaliação no ponto seguinte.
nossas acções quando decidimos o que devemos fazer: ninguém deve ser ignorado,
ninguém deve ter um estatuto privilegiado.
Talvez seja esta a refutação mais forte do egoísmo ético. Se achar que sim, só lhe resta
rejeitá-lo. E a consequência que daí pode retirar é que há dois ingredientes básicos que
uma boa teoria normativa não pode dispensar: 1) não há diferenças factuais relevantes
entre os homens; 2) se não há diferenças factuais relevantes entre os homens, os seus
interesses têm de ser considerados de forma imparcial.
Faustino Vaz
Questões de revisão
1. Será que basta termos em conta a nossa sociedade para sermos morais? Ilustra
a tua resposta com exemplos.
2. "O egoísmo ético é uma teoria descritiva." Concordas? Porquê?
3. Qual é o princípio moral do egoísmo ético?
4. "O egoísmo ético está errado porque ninguém consegue viver uma vida inteira
sem ajudar os outros uma vez que seja." Que réplica daria a este argumento
um egoísta ético?
5. Que raciocínio segue o egoísmo ético para estar de acordo com a moralidade
de senso comum? A que regra conduz esse raciocínio? Como?
6. Que objeção pode ser feita ao egoísmo ético?
7. Que consequências resultam dessa objeção independentemente de a
considerares convincente ou não?
Questões de discussão
João não agiu de maneira realmente altruísta. Ele não arriscou a sua vida para
salvar a criança. João é antes o tipo de pessoa que tem prazer ao ajudar os
outros e o seu desejo de ter este prazer é tão grande que ultrapassa o desejo
de proteger a sua própria vida. Logo, João realmente agiu para ter esse prazer,
não para salvar a criança.
4. "O princípio moral do egoísmo ético é que o nosso dever básico é fazer o
melhor para nós mesmos. Nesse caso, é moralmente permissível praticar a
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