Enem

Superguia ATUALIZADO
ATÉ O ENEM

2019
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experientes na área
Enem
Superguia
 Superguia Enem Química e Biologia - Edição 3 - 2018 – ISBN 978-85-8246-815-9
Editora-Chefe Viviane Campos Editor Ricardo Piccinato Redação Natália Negretti/Colaboradora
Design Josemara Nascimento Impressão MAR MAR Gráfica Distribuição Total Express Publicações
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Conteúdo produzido por

Edição de Conteúdo: Mara Magaña

Coordenação Editorial: Juliana Klein
Supervisão Geral: Angel Fragallo
Revisão: Adriana Giusti
Ilustrações: Bruno Castro
introdução
apresentação
O Exame Nacional do Ensino Médio, conhecido
popularmente como Enem, foi criado no ano de
1998 a fim de avaliar habilidades básicas dos
estudantes brasileiros. E, com o passar do tempo,
a prova acabou se tornando um dos principais
meios de se ingressar em uma universidade e,
assim, conquistar o diploma do Ensino Superior.
Para isso, os alunos que prestam a avaliação
podem, caso atinjam uma determinada nota,
optar por entrar em uma instituição pública
que aceite os resultados do Enem no processo
seletivo ou, ainda, uma faculdade particular pelo
Programa Universidade Para Todos, o ProUni.
Conforme informa o edital: “Os resultados
do Enem 2018 poderão ser utilizados como
mecanismo único, alternativo ou complementar
de acesso à educação superior, desde que exista
adesão por parte das Instituições de Educação
Superior (IES). A adesão não supre a faculdade
legal concedida a órgãos públicos e a
instituições de ensino de estabelecer regras
próprias de processo seletivo para ingresso na
educação superior”.
Para se ter uma ideia da importância
dessa alternativa para alcançar uma vaga
na universidade, 7.603.290 de pessoas se
inscreveram no Enem de 2017, superando a
estimativa do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
de 7,5 milhões de inscritos. Deste número,
59,3% já concluíram o Ensino Médio, 31,9%
completariam o nível escolar em 2017 e 7,8%
finalizariam posteriormente. Na edição de 2018,
segundo dados do Inep, mais de seis milhões de
estudantes se inscreveram para realizar a prova
nos dias quatro e 11 de novembro de 2018.
Números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, vinculado ao Ministério da Educação – MEC.
Com a reformulação da prova feita em 2009,
cresceu o número de faculdades que passaram
a aceitar o exame como meio de ingresso em
seus cursos. Por isso, quem prestou o Enem
2017, concorreu a 239.601 vagas referentes à
130 instituições públicas de Ensino Superior,
tanto federais quanto estaduais, para o primeiro
semestre de 2018. Lembrando que a relação de
quantidade de vagas e instituições disponíveis
é realizada pelo Sistema de Seleção Unificada
(Sisu), podendo ser acessada em sisu.mec.gov.br.
Nesta coleção SUPERGUIA ENEM, preparamos
o conteúdo necessário para o aluno que deseja
garantir uma das 239.601 vagas disponíveis,
buscando reforçar tudo aquilo que aprendeu em
sala de aula ou estudando em casa. Nas próximas
páginas, você poderá conferir uma seleção
das principais teorias explicadas e exercícios
comentados por professores especialistas.
Ao todo, são seis apostilas que abrangem os
temas trabalhados no Enem: Ciências Humanas
e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e
suas Tecnologias; Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.
Em cada edição você encontrará dicas especiais
e teorias bem explicadas que vão abrir caminho
para seu ingresso no Ensino Superior, garantindo
uma posição de destaque no mundo profissional.
Bons estudos!
SE Química e Biologia 2018 | 5
 dicas
para
revisão
1 Organize sua rotina de estudos e, se necessário, faça um cronograma para não deixar
passar nenhum conteúdo e conseguir dar conta das atividades cotidianas.

2 Livre-se de distrações na hora dos estudos. Celular, redes sociais, televisão ou

rádio podem ser empecilhos para a concentração e o foco.

3 Faça simulados ou provas de anos anteriores. Dessa forma, você ficará

habituado com o estilo da avaliação e não terá surpresas na hora.

4
Treine seu tempo, pois a prova é longa e o período para sua realização é curto. Em 2018, no
primeiro domingo de exame, os candidatos terão cinco horas e meia para a realização das 90
questões de linguagens e ciências humanas, além da redação. No segundo, serão 30 minutos a
mais do que em 2017: cinco horas para as 90 perguntas de matemática e ciências da natureza.

5 Foque no seu objetivo. Tenha consciência da nota necessária para ingressar na

universidade e curso desejados, assim poderá se esforçar visando sua meta.

6 Leia os enunciados com atenção. Interpretar aquilo que se pede na pergunta é

essencial para escolher a resposta certa.

7 Responda primeiro às perguntas mais fáceis, aquelas que você sabe a opção correta.

8 Leia. O hábito da leitura constrói um vocabulário melhor, auxilia a interpretação de

texto e desenvolve o raciocínio crítico.

9 Mantenha-se informado. Notícias atuais são temas de redação em potencial.

10 Descanse e durma bem. A mente precisa de um tempo para que os conteúdos

sejam assimilados.
 química Jorgênio Miranda Costa
Formado pela Faculdade Oswaldo Cruz, e físico pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ciências
com concentração em infectologia em Saúde Pública. Professor de cursinhos universitários e São Paulo.

SUMÁRIO
1. Química ambiental............................... ..8
2. Matéria................................................... ..8
3. Tabela periódica.................................. 11
4. Leis ponderais...................................... 13
5. Função química.................................... 15
6. Funções orgânicas.............................. 18
7. Reações orgânicas.............................. 20
8. Eletroquímica....................................... 22
9. Termoquímica...................................... 24
10. Ligações intermoleculares............. 25
11. Equilíbrios químicos........................ 25
12. Propriedades coligativas................ 29
Referências bibliográficas....................... 30
Exercícios de Química............................... 31
Gabarito e comentários............................ 41

1. Química ambiental
Dentro dos assuntos de Química Ambiental, os mais co-
brados nas provas do Enem referem-se aos problemas am-
bientais provocados por atividades humanas: aquecimento
global, chuva ácida e lixo.
1.1 Chuva ácida
É considerada ácida qualquer qualquer precipitação de
chuva mais ácida que a precipitação natural provocada por CO2.
O maior responsável pelo aumento na acidez da chuva é
o dióxido de enxofre (SO2). A queima de subprodutos como
o carvão e óleo diesel, que são muito impuros, e que têm em
sua composição enorme quantidade de enxofre, é respon-
sável por boa parte da emissão do dióxido de enxofre (SO2).
SO2 (g) + ½ O2 (g) →  SO3 (g)
SO3 (g) +  H2O (l)  →  H2SO4 (aq)
H2SO4 (aq)  →  2H+ (aq) + SO42- (aq)
Uma reação que não é espontânea e precisa de bastante
energia para ocorrer é a do nitrogênio gasoso (N2) e do oxi-
gênio molecular (02) da atmosfera. Quando reagem, formam
o nitrogênio (NO).
N2 (g) + O2 (g) → 2 NO(g) (em altas temperaturas)
Monóxido de nitrogênio, quando oxidado na atmosfera,
forma dióxido de oxigênio (NO2). Esse, ao sofrer novas rea-
ções, transforma-se no ácido nítrico (HNO3). Isso faz com que
aumente a acidez da água da chuva.
2NO2(g) + H2O(l) → HNO2(aq) + HNO3(aq)
A chuva ácida pode provocar:
• o aumento da acidez do solo inviabilizando o cultivo;
• desgaste das estátuas de mármores e objetos metálicos;
• morte de formas biológicas que habitam rios e lagos;
• doenças respiratórias em animais e humanos.
1.2 Lixo
Pode ser definido como lixo todo material resultante de
atividades humanas. Quanto às atividades que o originou, o
lixo pode ser classificado em: domiciliar, comercial, hospita-
lar, industrial e público. O lixo hospitalar é aquele resultante
de atividades médicas e veterinárias e o lixo público provém
de atividades de varrição e limpeza urbana. Quanto à com-
posição química, é considerado lixo orgânico aquele de ori-
gem animal e vegetal (flores, partes de plantas, cascas, etc.) e
lixo inorgânico aqueles que são derivados de plásticos, vidros,
cerâmicas etc. Alguns procedimentos estão sendo implan-
tados para tratamento do lixo: descarte correto de pilhas e
baterias, coleta seletiva, reciclagens de materiais como vidro,
plástico e papel; implantação de aterros controlados e aterros
sanitários em substituição aos lixões a céu aberto.
Os geradores que liberam resíduos poluidores durante
o seu funcionamento são aqueles que queimam gasolina e
carvão, recursos naturais não renováveis, pois após a com-
bustão produzem fuligem (C(s)), dióxido de carbono (CO2(g))
e monóxido de carbono (CO(g)).
2. Matéria
Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar
no espaço.
No estado gasoso: as partículas movem-se em todas as
direções, estão bem afastadas umas das outras. Isso explica
por que um gás ocupa todo o espaço do recipiente.
Esquematizando:
Três são os estados físicos em que a matéria se apresenta:
sólido, líquido e gasoso.
• Quando apresenta volume próprio, na forma do próprio
recipiente onde está, seu estado é líquido.
• Quando a forma e volume são próprios, seu estado é
sólido.
• Quando não tem forma nem volume próprios, seu es-
tado é gasoso.
A matéria é formada por minúsculas partículas. É assim
que se entende a vivência dos três estados da matéria. Em
função de sua agregação, explicam-se os diferentes estados
da matéria já citados.
Estado sólido: Tem forma própria, porque suas partícu-
las ficam ligadas umas às outras.
Estado líquido: Não tem forma própria, porque as
partículas se sobrepõem umas às outras e, assim, podem
deslizar.
Estado gasoso: o gás ocupa todo o espaço do recipien-
te, porque as partículas ficam bem longe umas das outras e,
com isso, podem mover-se em todas as direções.
Volume, densidade e forma apresentam características
próprias em cada um dos três estados acima descritos. Tam-
bém podem ser modificadas conforme varia a temperatura,
seja por aquecimento ou seja por resfriamento.
Ao mudar de estado, as substâncias sofrem mudanças
em suas características macroscópicas (podem ter alterações
tanto na forma como no volume), e também têm alterações
em suas características microscópicas, que é a ordenação
das partículas, mas não há mudanças em sua composição.
2.1 Mudanças de estado físico
Observe a figura abaixo. O diagrama ilustra as mudanças
de estado, nominando cada uma delas.
Fusão: Quando aquecemos um material que está em
estado sólido, ocorre a fusão, que é a mudança do estado
sólido para o líquido.
Solidifcação: Quando ocorre o processo contrário, isto é, a
mudança do estado líquido para o sólido, ocorre solidificação.
Para haver ponto de fusão (PF) é preciso que uma subs-
tância pura se funda a uma determinada temperatura, que
vai coincidir com o ponto de solidificação. Ocorre, então,
a solidificação da água a 0°C e, por sua vez, o gelo derrete a
0°C também.
Abaixo listamos alguns elementos com os pontos de fusão.
Mercúrio (Hg): 39°C
Alumínio (Al): 650°C
Cobre (Cu): 1083°C
Ferro (Fe): 1535°C
Cloreto de sódio (NaCl): 801°C
Vaporização: Quando um material passa do estado lí-
quido para o gasoso, há a vaporização, que ocorre de três
maneiras.
• evaporação: o líquido em temperatura ambiente, nes-
se caso, irá vaporizar lentamente.
• ebulição: o líquido, durante o aquecimento, irá formar
bolhas e vaporizar rapidamente. Isso é ebulição.
• calefação: quando a temperatura está acima da que
provoca a ebulição, irá permitir que o líquido vaporize muito
rapidamente, provocando a calefação.
Exemplo: Derrame água líquida em uma chapa metálica
superaquecida e observe. Cada substância pura irá ferver em
determinada substância, o chamado ponto de ebulição (PE).
Ao nível do mar (1 atm de pressão) a água ferve a 100°C e
o vapor d’água liquefaz a 100°C.
Abaixo, listamos alguns elementos em pontos de ebuli-
ção (PE), sofrendo pressão de 1 atm.
Cloreto de sódio (NaCl): – 1490°C
Nitrogênio (N2): – 196°C;
Etanol (álcool comum, C2H6O): – 78°C
Mercúrio (Hg): – 357°C;
Oxigênio (O2): – 183°C
Ferro (Fe): – 2750°C;
Condensação (ou liquefação): Quando os vapores são
resfriados, ocorre a condensação ou liquefação, que é a trans-
formação do estado gasoso de um material para o líquido.
Sublimação: Quando ocorre a transformação direta do
estado sólido para o gasoso ocorre sublimação.
Ressublimação: Quando ocorre a transformação direta
do estado gasoso para o sólido ocorre ressublimação.
Abaixo, alguns exemplos de sublimação:
Naftalina, iodo, gelo seco (CO2 sólido).
Observação: Como não há fusão que forme o CO2 líqui-
do, o gelo seco não vai molhar.
Atenção: as partículas sempre serão as mesmas, antes e
depois de acontecerem as mudanças de estado.
Quando ocorrem as mudanças de estado, haverá alterações
tanto no movimento quanto na organização das partículas.
2.2 Teoria Atômica de Dalton
Foi por meio dessa teoria que se criou o primeiro modelo
do átomo. Com isso, determinou-se:
1. Átomos são pequenas partículas esféricas, maciças e
que não se dividem, que constituem a matéria.
2. O elemento químico é constituído de um conjunto de
átomos, que apresentam o mesmo tamanho e as mesmas
massas.
3. Átomos com massas, tamanhos e propriedades dife-
rentes, representam diferentes elementos químicos.
4. Substâncias diferentes originam-se da combinação de
átomos de elementos diferentes, respeitando a proporção
de números inteiros.
 5. Não existe nem a criação de átomos, tampouco sua
destruição. Os átomos, na verdade, se rearranjam, o que ori-
gina novas substâncias.
Símbolos químicos já existiam com a alquimia. Dalton,
para que sua teoria fosse melhor compreendida e represen-
tada, criou novos símbolos e substitui os antigos da alqui-
mia. Também criou esses novos símbolos para os elementos
ainda não conhecidos pela alquimia.
A teoria atômica de Dalton ainda possibilitou explicar outras
leis químicas conhecidas: a lei da composição constante, divul-
gada pelo químico francês Joseph‑Louis Proust (1754 ‑ 1826),
estabelecia que a composição elementar de um composto era
sempre a mesma, independentemente de sua origem; a lei da
conservação da massa, enunciada pelo químico Antoine Laurent
Lavoisier (1743 ‑1794), estabelecia que, na ocorrência de uma re-
ação química, em um recipiente fechado, a massa total dos rea-
gentes seria igual à massa total dos produtos.
Peso atômico de Dalton
Dalton determinou a massa dos átomos e a chamou de
peso atômico. Ele considerou o valor 1 para o peso atômico
do átomo de hidrogênio e, com base nesse valor, determi-
nou a massa dos outros átomos. Embora seus resultados te-
nham sido pouco exatos (o que prejudicou a aceitação da
teoria atômica por um bom tempo), suas ideias contribuí-
ram para determinações posteriores mais exatas.
2.3 Classificação da matéria
Substâncias
É sabido que as diversas substâncias são formadas por
elementos químicos distintos ou combinações entre eles.
O número de elementos químicos conhecidos atualmente
(114) sugere que existe grande variedade de substâncias
que podem ser formadas pela combinação deles.
As reações de decomposição permitiram aos cientistas
analisar a composição das substâncias formadas pela com-
binação desses elementos químicos e classificá-las em subs-
tâncias simples ou compostas.
Com o avanço dos estudos sobre a estrutura da matéria,
as antigas definições de substâncias simples e compostas
foram reformuladas. Atualmente, substâncias simples são
definidas como aquelas constituídas por um só tipo de ele-
mento químico, e substâncias compostas, como aquelas
formadas ao menos por dois elementos químicos diferentes.
Embora os modelos atômicos tenham sido aprimorados
com a evolução da Ciência, o modelo atômico de Dalton ain-
da é bastante utilizado. Ainda que esse modelo assuma que
os átomos são esferas indivisíveis o que não é mais compa-
tível com os conhecimentos científicos atuais, ele é útil para
identificar se uma substância é simples ou composta, indicar
a proporção entre átomos em uma substância e como eles
estão ligados entre si, além de servir para representar equa-
ções químicas mostrando como reagentes se rearranjam
para formar produtos em uma reação química. Tomando
como exemplo a reação de formação de água a partir de gás
hidrogênio e gás oxigênio, que pode ser representada por:
Gás hidrogênio + Gás oxigênio → Água
2.4 Misturas
Toda matéria é constituída de substâncias com proprie-
dades específicas. No entanto, as substâncias são encontra-
das impuras na natureza, ou seja, como misturas.
É muito comum, na linguagem informal, referir-se a
qualquer matéria como substância. No entanto, matéria é
tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço. Logo, a água,
o vidro de um copo, a margarina em um pote, o ferro usado
na fabricação de um prego ou o ar presente em um cilindro
para mergulho são exemplos de matéria. Porém, substância
pode ser definida como uma porção específica de matéria
com propriedades bem definidas e constituída de apenas um
componente. No entanto, produtos com aspecto uniforme,
na maioria das vezes, têm mais de um componente: a mar-
garina, por exemplo, é constituída de diferentes substâncias
e, portanto, apresenta diversos componentes misturados, os
quais variam em natureza e quantidade, dependendo do fa-
bricante. O ar também é composto de diferentes gases, e sua
composição varia de uma região para outra, de acordo com
diversos fatores, como a altitude ou a presença de indústrias.
 A água, por sua presença comum, e principalmente por O nome que se dá às misturas homogêneas é solução.
ser formada por um único componente, é frequentemente Misturas de gases diversos também são homogêneas. Al-
utilizada como modelo de substância. Mas ela não é encon- guns exemplos: água de torneira, vinagre, ar, álcool hidrata-
trada pura na natureza, ou seja, sempre existem outras subs- do, pinga, gasolina, soro caseiro, soro fisiológico e algumas
tâncias misturadas a ela. A água do mar, por exemplo, apre- ligas metálicas. Além dessas, todas as misturas de quaisquer
senta sais dissolvidos; já a água tratada, potável, tem em sua gases são sempre misturas homogêneas.
composição uma quantidade menor de sais, mas contém
flúor e cloro, entre outras substâncias adicionadas durante
seu tratamento. Substância pura:
um componente
Minerais também são substâncias, pois cada um deles é Sistema homogênio:
formado por um único componente. Assim como a água, a (uma fase) Mistura homogênea:
maioria dos minerais é encontrada na natureza combinada mais de um componente
com outras substâncias e materiais, como outros minerais,
rochas e terra. Esse é o caso da hematita, principal minério
de ferro explorado no Brasil.
Substância pura:
A hematita é um exemplo de substância composta,
um componente em
constituída de ferro e oxigênio, a partir da qual, por meio
Sistema heterogêneo: diferentes estados físicos
de transformações químicas, é possível obter ferro metálico,
uma substância simples. Para extrair a hematita, é necessá- (mais de uma fase)
Mistura homogênea:
rio separá-la de outros minerais, rochas e terra. Só após esse
mais de um componente
beneficiamento ela poderá ser empregada na produção do
ferro metálico.

3. Tabela periódica
Exemplo de misturas metálicas A maior parte dos elementos químicos conhecidos na
atualidade foi descoberta aos poucos ao longo da história,
fruto da busca pelos princípios (ou elementum, em latim)
que formam a matéria. Mas o ritmo das descobertas não
foi muito regular. Até 1700, só se conheciam 12 elementos
químicos, mas em 1830 já haviam sido identificados 55. A
maioria deles foi descoberta ao longo do século XIX, após
estudos sobre a eletricidade e sua aplicação no isolamento
de substâncias simples. Até 2014, 114 elementos químicos
eram reconhecidos oficialmente, diversos deles produzidos
artificialmente em laboratórios – às vezes em quantidades
tão pequenas e com tempo devida tão curto que sua aplica-
ção como material se torna impossível.

3.1 Tabela periódica de Mendeleev

Tipos de misturas Aproximadamente em 1870, o químico russo Dmitri I.
Mendeleev (1834 - 1907) e o químico alemão Lothar Meyer
Observe a figura abaixo: (1830 ‑ 1895) apresentaram, de forma independente, uma
nova maneira de organizar os elementos químicos, baseada
nas massas atômicas.
Eles mostraram que, ao organizar os elementos químicos
em ordem crescente de massa atômica, as propriedades va-
riavam gradativamente ao longo dessa ordem, e se observa-
va a repetição regular e periódica das propriedades.
Ambos fizeram tabelas com lacunas, sugerindo que havia
elementos químicos ainda não descobertos, mas os estudos
de Mendeleev foram além dos de Meyer ao prever proprie-
dades desses elementos químicos. Ele resumiu suas desco-
bertas em uma lei, que pode ser citada da seguinte forma:
“As propriedades físicas e químicas dos elementos químicos
variam periodicamente quando aumenta a massa atômica”.
3.2 A organização atual da tabela periódica
Embora constituísse grande avanço em relação aos outros
sistemas de organização dos elementos químicos, a tabela
periódica de Mendeleev apresentava algumas inconsistên-
cias, que ficavam evidentes à medida que novos elementos
Tabela periódica
(Massa atômica relativa ou número de
massa do isótopo mais estável)
3.3 A organização pelo número atômico
No início do século XX, as teorias atômicas haviam
avançado, e a definição de elemento químico em função
do número atômico já era bem aceita e aplicada no meio
científico. A organização dos elementos químicos na ta-
bela periódica passou a seguir a ordem crescente de nú-
mero atômico.
3.4 Representação do elemento químico na ta-
bela periódica
Embora a tabela periódica possa ser apresentada de di-
ferentes formas, existe uma simbologia comum para repre-
sentar os elementos químicos e suas características, o que
simplifica a consulta.
químicos eram descobertos e a Química se desenvolvia.
Por exemplo, a massa atômica do argônio (39,948 u) é
maior que a do potássio (39,093 u). Com os elementos quí-
micos organizados de acordo como aumento das massas
atômicas, o argônio, que forma um gás bem pouco reativo –
ou seja, que não se envolve facilmente em reações químicas
–, faria parte do grupo do lítio, sódio e rubídio, metais muito
reativos. Esse foi apenas um dos casos que mostraram a ne-
cessidade de estabelecer‑se um novo critério para organizar
a tabela periódica.
Todo elemento químico é representado em um quadro,
por seu símbolo. O nome do elemento químico é geralmen-
te inserido logo abaixo do símbolo. O valor encontrado no
topo do quadro é o número atômico (Z), ou seja, o número
de prótons presentes no núcleo de um átomo do elemento
químico. Esse número é exclusivo de cada elemento quími-
co e define sua posição na tabela periódica.
No lado oposto ao número atômico, podemos encontrar
a massa atômica, cujo cálculo é explicado a seguir.
3.5 A massa atômica
A massa atômica (MA) é calculada com base na existência
de diferentes isótopos dos elementos químicos, em diferen-
tes proporções na natureza. Para calcular a massa atômica,
utiliza‑se a média ponderada das massas atômicas dos isó- Grupo 16: formado pelos calcogênios, termo de ori-
topos, levando em consideração a distribuição desses isóto- gem grega que significa “geradores de cobre” (o oxigênio e
pos na natureza o enxofre fazem parte da composição de grande parte dos
minérios de cobre).
O boro, por exemplo, é encontrado na natureza na forma
de dois isótopos, como mostrado na tabela a seguir. Grupo 17: grupo dos halogênios, que significa “gerado-
res de sal”, já que os constituintes desse grupo são abundan-
Isótopos do boro na natureza tes em sais marinhos.
Elemento Massa atômica Proporção na Grupo 18: grupo dos gases nobres. Os elementos quí-
Químico (u) natureza (%) micos desse grupo são muito pouco reativos. Acreditava‑se
que não reagiam com nenhum outro elemento químico, até
B
5
10 19,9 que, na década de 1960, se descobriu que, em condições
B 11 80,1 muito específicas, isso pode ocorrer.
5

4. Leis ponderais
A massa atômica do boro é calculada da seguinte forma: Em qualquer sistema fechado, não é possível criar nem
eliminar a matéria, apenas é possível transformá-la de uma
forma em outra, ou seja, na natureza, nada se perde nada se
cria, tudo se transforma. A Lei da Conservação das Massas
ou Lei de Lavoisier (1777) pode ser enunciada da seguinte
forma: "Numa reação química que ocorre em ambiente fe-
Observe que o valor final é mais próximo de 11 que de
chado, a massa total antes da reação é igual à massa total
10, em razão da maior abundância do isótopo do boro de
após a reação".
massa 11.
Por exemplo, na reação de combustão completa do car-
vão num sistema fechado, a massa dos reagentes (mr) é igual
3.6 Grupos e períodos a massa dos produtos(mp).
A organização dos elementos químicos na tabela periódica
é basicamente a mesma desde a criação de Mendeleev. Os ele-
mentos químicos são organizados em grupos e em períodos,
de acordo com as semelhanças em suas propriedades. Grupos,
também conhecidos como famílias, são as linhas verticais da
tabela, enquanto os períodos são as linhas horizontais.
Atualmente, existem 18 grupos, numerados em ordem
crescente da esquerda para a direita na tabela periódica, e
7 períodos.
Podem ser destacados os seguintes grupos:
Grupo 1: grupo dos metais alcalinos (com exceção do
hidrogênio). São metais macios que apresentam baixas tem-
peraturas de fusão e ebulição. A denominação provém de al
kali, nome árabe para uma planta de cujas cinzas se obtêm
compostos de potássio e que era muito apreciada para a fa-
bricação de sabão. As propriedades desses compostos são
chamadas de alcalinas ou básicas
Grupo 2: grupo dos metais alcalinoterrosos. O nome
do grupo data da época dos alquimistas medievais, que
denominavam as substâncias que não se fundiam e não se Realizando-se vários experimentos é possível determinar
transformavam ao serem aquecidas (considerando os meios que exista uma proporção fixa de massas para os reagen-
de aquecimento disponíveis na época) como “terrosas” ou tes e produtos. A Lei das Proporções Constantes ou Lei de
“terras”. Esses metais são mais duros que os metais alcalinos Proust foi elaborada por Joseph Louis Proust (1754 - 1826)
e também têm propriedades alcalinas, embora menos acen- e estabelece que as substâncias que se combinam para for-
tuadas que as dos metais do grupo 1. Alguns autores não mar um composto, sempre o fazem numa relação de massas
consideram o berílio e o magnésio metais alcalinoterrosos. fixas, constantes e invariáveis.
 experimento C + O2 = CO2 Conclui-se que:
Cada 56g (2 × 28) de CO reagem com 32g de O2 forman-
I 12 g 32 g 44 g do 88g de CO2.
Quando são fornecidos os dados de mais de um reagen-
II 24 g 64 g 88g te, pode existir excesso de um deles, para se realizar os cál-
culos é necessário determinar qual dos reagentes está em
excesso. Na reação entre 3g de gás hidrogênio e 30g oxigê-
proporção 3 : 8 : 11 nio conforme reação:
2H2 + O2 → 2H2O
A proporção foi calculada simplesmente dividindo-se as
massas pelo maior número inteiro possível: Colocando-se em presença 3g de hidrogênio e 30g de
oxigênio, qual a massa de água formada?
Resolução:
a) Verificar qual a substância que está em excesso.
3g de H2 reagem com 24g de O
No recipiente existem 30g de O2, então sobram (30 – 24)
= 6g de O2 em excesso (sem reagir).
b) Cálculo da quantidade de água.

Utilizando-se as leis ponderais é possível determinar

quantitativamente as relações entre os reagentes e produtos
na reação química. O cálculo dessas quantidades (em massa
ou volume) recebe o nome de cálculo estequiométrico.
Para se resolver um problema de cálculo estequiométri-
Para realizar os cálculos devem-se utilizar as substâncias
co, via de regra, deve-se:
puras. Por exemplo, partindo-se de uma amostra de 200g de
a) conhecer a equação representativa da reação química; calcário (CaCO3) com 80% de pureza, qual a massa de óxido
de cálcio obtida?
b) balancear os coeficientes;
c) aplicar cálculos de proporções, como regra de três,
lembrando que a proporção entre os coeficientes é a pro- Resolução:
porção entre o número de moléculas e, consequentemente,
CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
é a proporção entre os números de mols que reagem ou que
se formam. (Ca = 40; C = 12; O = 16)
Exemplo: CaCO3 = 40 + 12 + (3 × 16) = 100g/mol
Considere a reação: CaO = 40 + 16 = 56g/mol
2CO + 1O2 → 2CO2
Amostra: m = 200g
Os coeficientes desta equação corretamente balanceada P = pureza = 80%
mostram que, para cada 2 mols de CO que reagem com 1
mol de CO2, obtêm-se 2 mols de CO2.
Calculando as massas molares:

CO → 12 + 16 = 28
O2 → 2×16 = 32
CO2 → 12 + (2 × 16) = 44
5. FUNÇÃO QUÍMICA
É o conjunto de substâncias com as mesmas propriedades
químicas, podemos ser agrupadas em funções orgânicas e
inorgânicas.
Substância orgânica tem origem nos organismos vivos.
Sua característica principal é a presença de carbono em suas
moléculas, combinando-se com outros elementos químicos.
Todos os ácidos apresentam sabor azedo são corrosivos,
por isso a sua manipulação requer cuidados e algumas téc-
nicas especiais.
Nomenclatura:
O nome de um ácido depende da terminação do seu ânion.

Substância inorgânica tem origem mineral. Não apresen-

ta átomos de carbono em suas estruturas, com exceção de Ácido _________________
algumas substâncias como o gás carbônico, carbonato de
nome do ânion com
cálcio, cianeto de potássio, pois suas propriedades químicas
são equivalentes às dos compostos inorgânicos. terminação mudada
As substâncias inorgânicas podem ser ácidos, bases, sais,
óxidos e hidretos.
Terminação do ânion Terminação do ácido
ato ico
5.1 Ácidos
Definição (conceito de Arrhenius): substâncias que em eto ídrico
solução aquosa sofrem ionização, liberando como cátions ito oso
somente H+.
Assim:
Formula geral: Hx Ânion, onde x = valência do ânion.
HCN → H+ + _CN- ácido cianídrico
HxA → xH+ + A-x
(cianeto)
Ionização de alguns ácidos:
HCl → H+ + Cl – (monoácido)
HClO3 → H+ + _ClO3-_ácido clórico
H2SO4 → 2H+ + SO4–2 (diácido)
(clorato)
H3BO3 → 3H + BO3
+ –3
(triácido)
Exceção: Os ácidos que possuem átomos de enxofre e
H4[Fe(CN)6] → 4H + Fe(CN)
+
6
–4
(tetrácido) fósforo acompanhados de oxigênio adicionamos ur e or an-
H3PO2 → H+ + H2PO2– (monoácido) tes da terminação.

H3PO3 → 2H+ + HPO3–2 (diácido) Exemplos:

H2SO4 → 2H+ + SO4-2 ácido sulfúrico

Os hidrogênios ionizáveis são somente aqueles ligados a (sulfato)

átomos de oxigênio. Por essa razão nos dois últimos exem- H3PO4 → 3H+ + PO4-3 ácido fosfórico
plos anteriores nem todos os hidrogênios estão ligados a
(fosfato)
oxigênios.
Podemos encontrar em casa, em nosso organismo, na
Arrhenius constatou a passagem de corrente elétrica em
rua essas substancias familiares chamadas ácidos.
alguns ácidos diluídos em água, e associou à existência de
íons livres nas soluções. Todos os ácidos em solução aquosa Alguns exemplos:
conduzem corrente elétrica, alguns fracos, outros fortes. Ácido sulfúrico (H2SO4): indústria de fertilizante, bateria
de automóvel, fabricação de sulfatos, etc.
Hoje sabemos que não existe íon H+ em solução aquosa,
Ácido clorídrico (HCl): acido muriático, suco gástrico,
pois este se liga à molécula de água, originando o íon H3O+
limpezas pesadas.
(hidroxônio ou hidrônio). A reação de ionização do HCl pode
ser assim representada:
Ácido cítrico (C6H8O7): laranja, limão, caju (orgânicos).
Ácido acético (C2H4O2): acetatos, vinagre (orgânicos).
HCl + H2O → H3O+ + Cl– Ácido bórico (H3BO3): água boricada.
Ácido nítrico (HNO3): nitratos, explosivos.
5.2 Bases Mn(OH)2 → Mn+2 + 2OH - hidróxido de manganês II
Definição (conceito de Arrhenius): Substâncias que em
ou hidróxido manganoso
solução aquosa sofrem ionização, liberando como ânions
somente OH-. Mn(OH)4 → Mn+4 + 4OH - hidróxido de manganês IV
ou hidróxido mangânico
Formula geral: Cátion (OH)x, onde x = valência do cátion
B(OH)x → A-x + xOH-
As bases são substâncias que podem ser encontradas ao
nosso redor, no nosso cotidiano.
Ionização de algumas bases:
NaOH → Na+ + OH – (monobase)
Alguns exemplos:
Ca(OH)2 → Ca+2 + 2OH – (dibase)
Hidróxido de sódio (NaOH): Soda cáustica, produção de
Al(OH)3 → Al+3 + 3OH – (tribase)
sabão, limpeza pesada, desentupimento de tubulações.
Pt(OH)4 → Pt+4 + 4OH – (tetrabase)
Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2): Cal hidratada, extinta ou
apagada, argamassa e pintura.
Como ocorreu em ácidos, Arrhenius constatou a passa- Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2): antiácido e laxante,
gem de corrente elétrica também em algumas bases diluídas leite de magnésia.
em água, e associou à existência de íons livres nas soluções.
Hidróxido de amônio (NH4OH): amoníaco, fertilizante.
Nas bases, quanto menor a solubilidade em água mais
fraca é a sua atividade básica, e menor a condução de cor-
rente elétrica. 5.3 Indicadores
São substâncias que têm a propriedade de apresentar
Todas as bases apresentam sabor adstringente (amarren-
colorações diferentes em solução ácida e em solução básica.
to), são corrosivas, por isso a sua manipulação requer cuida-
dos e algumas técnicas especiais. Indicador Solução ácida Solução básica
Nomenclatura: Alaranjado de metila vermelho amarelo
O nome de uma base é dado da seguinte maneira: Azul de bromotimol amarelo azul
Fenolftaleína incolor róseo
Hidróxido de ______________ Tornassol vermelho azul
nome do ânion nome do cátion Vermelho de amarelo vermelho
cresol
Quando o cátion apresenta mais de uma valência, sua
Repolho roxo vermelho verde
identificação é através do algarismo romano que correspon-
de à sua valência, ou às terminações oso (menor valência) e Beterraba vermelho vinho
ico (maior valência). Flor de hibisco alaranjado verde

Assim:
AgOH → Ag+ + OH - hidróxido de prata Reação de neutralização: Íons H+ dão caráter ácido a
Ba(OH)2 → Ba+2 + 2OH - hidróxido de bário uma solução e são neutralizados pelos íons OH – das bases.

Fe(OH)2 → Fe+2 + 2OH - hidróxido de ferro II Mecanismo da neutralização da soda cáustica (NaOH)
pelo ácido clorídrico (HCl):
ou hidróxido ferroso
Fe(OH)3 → Fe+3 + 3OH - hidróxido de ferro III
NaOH + HCl → NaCl + H2O
ou hidróxido férrico
Base Ácido Sal Água
5.4 Sais Fluoreto de sódio (NaF): Creme dental.
Substâncias que em solução aquosa se ionizam, liberan- Sulfato de cálcio (CaSO4): Gesso.
do pelo menos um cátion diferente de H+ e um ânion dife- Sulfato de magnésio (MgSO4): Sal amargo, usado como laxante.
rente de OH -. Cloreto de sódio (NaCl): Sal de cozinha.
Bicarbonato de Sódio (NaHCO3): Antiácido, fermento químico.
Fórmula geral: CátionX ÂnionY, Carbonato de cálcio (CaCO3): Fabricação de vidro, mármore.
onde
X = valência do ânion e 5.5 Óxidos
Y = valência do cátion Definição: Compostos binários onde o oxigênio é o ele-
mento mais eletronegativo (O-2).
BXA Y → XB-Y + YA-X
CaO, SO3, NO, Fe3O4
dissociação de alguns sais (em presença de água):
Fórmula geral: CátionX OY, onde X = valência do ânion
NaCl → Na+ + Cl– (– 2) e Y = valência do cátion.
CaF2 → Ca+2 + 2F– BXOY→ XB-Y + YO-2
Al2(SO4)3 → 2Al+3 + 3SO4–2 Nomenclatura:
Pt(C2O4)2 → Pt+4 + 2C2O4–2 O nome de um óxido é dado da seguinte maneira:
________________ de ________________
Nos sais quanto menor a solubilidade em água menor a nome do ânion nome do cátion
condução de corrente elétrica. A maioria apresenta sabor sal-
gado; não são corrosivos.
Como já vimos nas bases e sais, se o cátion tiver mais de
uma valência, deveremos identificá-lo fazendo uso do alga-
Nomenclatura rismo romano correspondente à valência ou das termina-
O nome de um sal é dado da seguinte maneira: ções oso (para menor valência) e ico (para maior valência).

Assim:
_______________ de ________________
nome do ânion nome do cátion Na2O → 2K+ + O-2 óxido de sódio
trióxido de dialumínio ou
Al2O3→ 2Al+3 + 3O-2
óxido de alumínio
Como já vimos nas bases, se o cátion tiver mais de uma óxido de ferro II ou
valência, deveremos identificá-lo fazendo uso do algarismo FeO → Fe+2 + O-2
óxido ferroso
romano correspondente à valência ou das terminações oso
(para menor valência) e ico (para maior valência). óxido de ferro III ou
Fe2O3→ Fe+3 + 3O-2
óxido férrico
Assim:

K2S → 2 K+ + S-2 sulfeto de potássio Alguns exemplos de óxidos do nosso cotidiano:

Al2(SO4)3→ 2Al+3 + 3SO4-2 sulfato de alumínio Óxido de cálcio (CaO): cal virgem ou viva, usado em
nitrato de ouro I ou construção e diminui a acidez do solo.
AuNO3→ Au+ + NO3-
nitrato auroso
Dióxido de carbono (CO2): refrigerantes, gelo-seco.
nitrato de ouro III ou
Au(NO3)3→ Au+3 + 3NO3- Peróxido de hidrogênio (H2O2): água oxigenada, antis-
ou nitrato áurico
séptico e alvejante.
cloreto de níquel II ou
NiCl2 → Ni+2 + 2Cl- Monóxido de carbono (CO) e Dióxido de nitrogênio
cloreto niqueloso
(NO2): gases poluentes eliminados nos escapamentos de au-
cloreto de níquel III ou
NiCl3 → Ni+3 + 3Cl- tomóveis.
cloreto niquélico
Dióxido de enxofre (SO2) e Trióxido de enxofre (SO3): po-
luição a partir da combustão de derivados de petróleo e um
Alguns exemplos de sais do nosso cotidiano: dos responsáveis pela chuva ácida.
5.6 Hidretos 6.2. Fenóis
Fenóis são compostos orgânicos que possuem hidroxi-
la (-OH) ligada diretamente a átomo de carbono de núcleo
Compostos binários nos quais apresentam como ânion aromático.
o hidrogênio (H–).
Fórmula geral: MetalHx: onde X é a valência do metal.
Nomenclatura:
___hidreto____ de ____________
Propriedades
nome do ânion nome do cátion
Os fenóis são, em geral, sólidos à temperatura ambiente. São
pouco solúveis em água, possuindo cheiro forte e característico.
Exemplos:
NaH – hidreto de sódio 6.3 Cetona
CaH2 – hidreto de cálcio Cetonas são compostos orgânicos que possuem o gru-
po funcional carbonila, com duas valências ligadas a outros
MgH2 – hidreto de magnésio carbonos.
AlH2 – hidreto de alumínio
Esses hidretos são chamados de iônicos, instáveis e,
ao reagir com a água, formam uma base e liberam gás
hidrogênio.
NaH + H2O → NaOH + H2 A nomenclatura oficial de uma cetona é caracterizada
pelo sufixo “ona”.
hidreto água hidróxido gás
de sódio de sódio hidrogênio

6. FUNÇÕES ORGÂNICAS
A parte da química que estuda os compostos que têm
carbono, as suas reações e propriedades é a química orgâni-
ca. Vale lembrar que os compostos orgânicos que apresen-
tam um comportamento químico parecido, graças ao grupo
funcional a que pertencem, têm a mesma função orgânica.

6.1. Álcoois
São compostos orgânicos, que podem apresentar um ou mais
grupos hidroxila (-OH). São ligados a átomos de carbono saturado.

A propanona (nome vulgar dimetil-cetona), conhecida

como acetona, é um líquido inflamável, solúvel em água e
muito usada como solvente orgânico.

6.4 Aldeidos
Aldeídos são compostos orgânicos que apresentam o se-
O nome oficial de um álcool é caracterizado pelo sufixo “ol”.
guinte grupo funcional:
 O nome oficial de um aldeído é caracterizado pelo sufixo “ai”. em que se indicam os radicais que estão ligados ao oxigê-
nio, antecedidos do prenome éter e seguidos do sufixo “ico”.
Embora os aldeídos com poucos carbonos possuam odor
Quando os dois radicais são os mesmos, não é obrigatório
frequentemente desagradável, certos aldeídos de alto peso
usar a expressão di.
molecular são usados na fabricação de perfumes e aromas.

6.5 Ácidos Carboxílicos

Ácido carboxílico ou são compostos orgânicos que
apresentam o seguinte grupo funcional:

Os éteres são muito mais voláteis que os álcoois como

Na nomenclatura oficial os ácidos carboxílicos recebem os mesmos números de carbonos, uma vez que não for-
o sufixo "oico". mam pontes de hidrogênio. Os éteres são solúveis em água
e são bons solventes para uma grande variedade de com-
O ácido etanoico é conhecido como ácido acético por ser
postos orgânicos.
o principal componente do vinagre (acetum = vinagre). Em
condições ambientais, é um líquido incolor, de cheiro pene-
trante e sabor azedo. Quando puro, congela com certa facili-
6.8 Amina
dade (16,7 °C). Ficando com aspecto de gelo; daí a expressão
Aminas são derivadas do amoníaco (NH3) e resultam da
ácido acético glacial dado ao ácido acético puro.
substituição total ou parcial dos átomos de hidrogênio. O
nome oficial (IUPAC) de uma amina é formado adicionando-
-se o sufixo "amina" ao nome do radical ou radical orgânico
6.6 Éster
presente.
Os ésteres podem ser obtidos pela reação entre um áci-
do carboxílico e um álcool. Os ésteres possuem a seguinte
fórmula geral:

Na nomenclatura oficial usa-se o sufixo “oato” seguido

pelo nome do radical orgânico que substituiu o hidrogênio.

Uma amina pode ser primária, secundária ou terciária,

dependendo se existem um, dois ou três radicais orgânicos
ligados ao átomo de nitrogênio.
Existem ésteres distribuídos abundantemente pela natu-
reza. Muitos deles são responsáveis pelos perfumes naturais
e pelos odores de fruta. O butanoato de butila emita a es-
sência de morango. Gorduras animais e vegetais são consti-
tuídas de ésteres de grande massa molecular.

6.7 Éter
Éteres são compostos orgânicos que apresentam oxigê-
nio ligado diretamente a dois radicais orgânicos.
Na nomenclatura usual, são mais frequentes os nomes
As aminas têm cheiros variados. As aminas de baixa mas-
sa molecular têm cheiro semelhante à amônia. Com o au-
mento da cadeia carbônica, os odores vão se tornando pú-
tridos. Aminas alifáticas de 3 a 12 carbonos são responsáveis
pelo mau cheiro dos peixes em decomposição. Putrescina,
H2N(CH2)4NH2, e cadaverina, H2N(CH2)5NH2, são nomes
adequados para duas aminas.
6.9 Amida Tiocompostos constituem um grupo de funções que
Amidas são considerados compostos derivados da NH3 pode ser considerado como derivado das funções oxigena-
pela substituição de hidrogênio por um radical acila. das pela substituição de oxigênio por enxofre.
Função tiol

Função tioéter
Os nomes das amidas possuem sufixo amida.

etanamina
As amidas não são encontradas na natureza, são sinteti-
zadas em laboratório. Elas são empregadas em sínteses or-
gânicas de compostos como o náilon.
7. REAÇÕES ORGÂNICAS
7.1 Reações de adição
6.10 Haletos orgânicos Nas reações de adição adiciona-se um reagente à molé-
Haletos orgânicos ou derivados halogenados são com- cula orgânica. A adição ocorre onde existem insaturações,
postos que resultam da substituição de um ou mais hidro- ou seja, duplas e triplas ligações que são instáveis e facil-
gênios de um hidrocarboneto por átomos de halogênio (F, mente podem ser quebradas.
CI, Br, I).
Hidrogenação do propeno
Na nomenclatura oficial (IUPAC), o halogênio é conside-
rado como um radical preso à cadeia principal.
Na nomenclatura usual, empregam-se os pré-nomes clo-
reto, brometo, etc., seguidos do nome do radical orgânico
ligado ao halogênio.
Adição do HCl ao propino

Observe a Regra de Markovnikov, que nas reações de

adição o hidrogênio liga-se ao carbono insaturado mais hi-
Entre os haletos orgânicos de importância prática, desta- drogenado.
cam-se o clorofórmio (CHCl3), que é um líquido incolor, de
cheiro agradável e insolúvel em água; é muito empregado
como solvente e anestésico. Outros derivados halogenados 7.2 Reações de substituição
de aplicação prática são os gases freons (CHCIF2 J CCI2F2J Nas reações orgânicas de substituição um átomo ou gru-
CCI2F - CCIF2, etc). O uso dos aerossóis não é recomendado po de átomos da molécula orgânica é substituído por ou-
devido os danos sobre a camada de ozônio. tro átomo ou grupo de átomos. Elas ocorrem em moléculas
saturadas que possuem somente ligações simples as quais
dificilmente podem ser quebradas.
6.11 Compostos do Enxofre Cloração do metano
Ácidos sulfônicos são compostos que apresentam o grupo
— S03H
Nomenclatura
Sulfonação do metano
Na nomenclatura oficial (IUPAC), usa-se o pré-nome áci-
do e o sufixo sulfônico após o nome da cadeia carbônica.
7.3 Reações de eliminação Polímeros naturais
As reações de eliminação consistem em tirar átomos ou
grupos de átomos das moléculas orgânicas. Elas são opostas São os que já existem na natureza.
a reação de adição. Exemplos:
Desidratação do etanol
Carboidratos Proteínas Ácidos nucleicos

Celulose, amido, Existentes Existentes no núcleo

etc. em todos os das células vivas e
7.4 Esterificação e Hidrólise seres vivos. responsáveis pelas
A reação que ocorre entre um ácido carboxílico e um ál- características
cool para formar éster e água é chamada de esterificação. A genéticas dos seres
reação oposta que leva a quebra da molécula de éster pela vivos.
água com a formação de ácido carboxílico e éster é chamada
Polímeros sintéticos (resinas sintéticas)
de hidrólise.
São os polímeros fabricados pelo homem a partir de mo-
Ácido Carboxílico + Álcool → Éster + Água
léculas simples, como o nylon, poliéster, PVC, etc.

7.7 Oxidação de álcoois e aldeídos

A oxidação de álcoois primários produzem aldeídos
que oxidados fornecem ácidos carboxílicos. A redução dos
ácidos carboxílicos produzem aldeídos e álcoois primários.
7.5 Saponificação Álcoois secundários quando oxidados produzem cetonas,
É a reação de glicídios (óleos e gorduras naturais) com que se reduzem novamente a álcoois secundários.
NaOH (hidróxido de sódio ou soda cáustica) ou KOH (hi-
dróxido de potássio). Por exemplo, o álcool etílico (etanol) presente nos vinhos
quando exposto ao oxigênio do ar pode ser oxidado a ácido
Estas reações são utilizadas na fabricação do sabão co- acético (ácido etanoico).
mum.
Por exemplo:
[O] [O]
H3C – CH2 – OH → H3C – C = O → H3C– C = O
H OH
etanol etanal ácido etanoico

7.8 Oxidação de Alcenos

7.6 Polimerização
É a reação que provoca a combinação de um grande
número de pequenas moléculas denominadas monômeros
para formar uma macromolécula denominada polímero.
A formação do polietileno (PET) a partir do eteno (etileno).
Alcenos, alquenos ou olefinas são hidrocarbonetos insa-
turados que apresentam uma dupla ligação entre os átomos
de carbono.
Oxidação Branda
É uma reação de um alceno na presença de KMnO4 (per-
manganato de potássio), em solução diluída neutra ou leve-
mente básica. Produz diálcoois vicinais (com OH’s em carbo-
nos adjacentes)
Exemplo:
H3C – HC = CH2 + [O] + H2O → H3C – HC – CH2
OH OH
 Oxidação Enérgica
É a reação de um alceno com KMnO4 em solução ácida
concentrada. Produz cetonas e ácidos carboxílicos.
Exemplo:
Aminoácidos e Proteínas
Os aminoácidos são compostos que apresentam as fun-
ções amina (–NH2) e ácido , podendo ou não conter
outras funções.
As proteínas são macromoléculas que surgem da conden-
sação dos aminoácidos encontrados nos animais e vegetais.
Juntamente com os lipídios e glicídios são alimentos es-
senciais para os seres humanos.

7.9 Ozonólise Estas macromoléculas possuem pesos moleculares

É a reação de um alceno com O3 (ozônio), seguida de que variam de milhares a milhões de unidades de massa
uma hidrólise (reação com água) em presença de zinco. Pro- atômica.
duz cetonas e aldeídos.
Exemplo:
Proteína Origem Peso molecular
(u)
Exemplos Ovo 4200
Albumina

Hemoglobina Sangue 65 000

7.10 Combustão Caseína Leite 375 000
A combustão pode ser completa se formar CO2 (dióxido
de carbono ou gás carbônico), ou incompleta se formar CO
Vírus ––– 250 000 000
(monóxido de carbono) ou fuligem (C em pó).
Exemplos:
Combustão do Metano
CH4 + 2 O2 → CO2 + 2 H2O (completa)
8. ELETROQUÍMICA
O estudo dos processos de transferência de elétrons, que
CH4 + 3/2 O2 → CO + 2 H2O (incompleta) propicia transmutar energia química em elétrica e elétrica
em química é a eletroquímica. Oxirredução ou ainda redox
são as reações que reúnem transferências de elétrons.
7.10 Ligação peptídica
Por exemplo, uma placa de zinco (Zn0) em uma solução
Os aminoácidos podem condensar-se, ou ligar-se. Na
de sulfato de cobre (CuSO4) que apresenta coloração azul,
molécula de um aminoácido, a carboxila de uma molécula
própria dos cátions Cu+2. Após certo tempo, observamos
liga-se ao grupo amino da outra molécula.
que a parte mergulhada da placa fica recoberta por um sóli-
Exemplo: do de cor castanhoavermelhada e a cor azul da solução per-
de sua intensidade.

O zinco metálico sofre oxidação perdendo dois elétrons

por átomo:
Zn0 → Zn+2 + 2 e–
Esta ligação entre duas moléculas é chamada ligação
peptídica ou amídica, podendo-se ligar assim indefinida- Os cátions Cu+2 sofrem redução recebendo dois elétrons
mente para formar as proteínas. cada um:
Cu+2 + 2 e–→ Cu0
Os ânions sulfato (SO4–2) permanecem inalterados de for-
ma que a equação global da reação pode ser representada
por
Zn0(s) + Cu+2(aq)→ Zn+2(aq) + Cu0(s)
 A reação de óxido-redução é dita espontânea porque os
elétrons fluem naturalmente do Zn0 para o Cu+2 .
Se a d.d.p. da reação for positiva, então a reação é espon-
tânea, caso contrário, não. Neste caso, calcularemos a d.d.p.
como:
∆E0 = E0(maior) – E0(menor)
Sendo dados os potenciais de redução:
Semirreação E0 (V)
Zn2+ + 2 e– → Zn – 0,76
Cu2+ + 2 e–→ Cu + 0,34
∆E = 0,34V – (-0,76V) = 1,10V
0 sitivo (ânodo), que sofre oxidação para o eletrodo negativo
8.1 Pilha
Na pilha há uma reação espontânea com fluxo de elétrons
do eletrodo negativo (ânodo) para o eletrodo positivo (cáto-
do). No ânodo ocorre uma semirreação de oxidação e no cáto-
do uma semirreação de redução
A equação global da pilha pode ser dada por: Zn0(s) +
Cu+2(aq)→ Zn+2(aq) + Cu0(s)
8.2 Eletrólise
Na eletrólise o processo químico não é espontâneo e a
energia é fornecida por um gerador externo. São produzidas
substâncias químicas utilizando-se energia elétrica. O proces-
so de eletrólise é oposto ao que ocorre nas pilhas.
O fluxo de elétrons na cuba eletrolítica é do eletrodo po-
(cátodo) que sofre redução.
Eletrólise Ígnea
Essa eletrólise é realizada com a substância fundida e em
ausência de água. Ao serem fundidas, as substâncias iônicas
sofrem dissociação, o que dá aos íons condições de se movi-
mentarem livremente e se deslocarem até os eletrodos onde
serão descarregados.
Por exemplo, na eletrólise ígnea do NaCl são produzidos
sódio metálico no cátodo e gás cloro no ânodo.
Cátodo = pólo negativo (redução): 2 Na+ + 2 e–→ 2 Na0
Ânodo = pólo positivo (oxidação): 2 Cl–→ Cl2 + 2 e–
__________________________
Reação Global: 2 Na+ + 2 Cl–→ 2 Na0 + Cl2
Eletrólise em Solução Aquosa
A eletrólise feita em meio aquoso apresenta o eletrólito
dissociado ou ionizado, mas além dos íons provenientes do
eletrólito há também cátions H+ e ânions OH– provenientes
da água.
Fazendo-se passar uma corrente pela solução, haverá
uma competição entre os íons presentes para a ocorrência
das reações de oxidação e de redução. As previsões de quais
reações ocorrerão no cátodo e no ânodo deve ser feita base-
ada na prioridade de descarga, em relação aos íons H+ e OH,
sempre presentes em solução aquosa.
Exemplo: Eletrólise aquosa do cloreto de sódio (NaCl):
Dissolução do NaCl: NaCl → Na+ + Cl–
Ionização da Água: H2O D H+ + OH–
Para descarga do cátion e ânion temos:
– entre Na+, metal alcalino, e H+, sofrerá redução o H+
 –entre Cl–, ânion não-oxigenado, e OH–, sofrerá oxidação Processos exotérmicos: ∆H<O
o Cl–
Assim:
Cátodo (pólo negativo) redução: 2 H+ + 2 e– → H2
Ânodo (pólo positivo) oxidação: 2 Cl– → Cl2 + 2 e–
___________________
Reação Global: 2 H+ + 2 Cl– → H2 + Cl2

O diagrama mostra que houve perda (liberação) de calor,

Portanto, na eletrólise aquosa do cloreto de sódio são
produzidos gás hidrogênio no cátodo e gás cloro no ânodo.
9. TERMOQUÍMICA
O calor é absorvido ou liberado nas reações químicas
e em quaisquer transformações físicas envolvendo as mu-
danças de estado físico. A termoquímica explica a troca de
energia que ocorre em transformações, como misturas, rea-
ções químicas, e cálculos de grandezas tais como o calor de
combustão, o calor de formação, a entalpia e a energia livre.
Em termoquímica, a quantidade de calor pode ser medi-
da em calorias (cal), que é uma unidade usual, ou em joules
(J), que é a unidade de medida para qualquer tipo de ener-
gia no Sistema Internacional de Unidades (SI). É importante
lembrar que: 1 cal = 4,18 J, 1 kcal = 1000 cal, 1 kJ = 1000 J. É
comum se utilizar múltiplos dessas unidades como a quilo-
caloria (kcal) e o quilo joule (kJ).
A quantidade de calor ou energia de um corpo é cha-
mada de entalpia (H). Não é possível medir a energia de um
corpo, mas pode-se mensurar a variação de entalpia que o
sistema sofre. Esta variação de entalpia, representada como
∆H, corresponde ao calor liberado ou absorvido nas reações
químicas, isto é, o calor da reação.
∆H=Hfinal-Hinicial
Onde:
∆H é a variação de entalpia,
Hfinal é a entalpia de estado final,
Hinicial a entalpia do estado inicial
9.1 Reações exotérmicas
Nas reações exotérmicas ocorre liberação de calor, logo
a energia final do sistema será menor que a inicial. Assim, a
entalpia final será menor que a inicial.
pois ocorreu diminuição da entalpia, já que HP< HR, ou seja,
∆H < 0.
A respiração, a combustão dos combustíveis fósseis são
exemplos de processos exotérmicos.
9.2 Reações endotérmicas
Nas reações endotérmicas há absorção de energia e sem-
pre se tem ∆H positivo, porque houve aumento do conteú-
do de calor do sistema.
Processos endotérmicos:
O diagrama revela que houve ganho (absorção) de calor, pois
a entalpia aumentou, uma vez que Hp > HR, ou seja, ∆H > O.
São exemplos de processos endotérmicos: a fotossínte-
se, a fundição do aço, a dissolução do NaCl em água.
9.3 Energia de Ligação
A energia de ligação pode ser definida como a entalpia
que ocorre na quebra de um mol de determinada ligação
química, supondo-se todas as substâncias no estado gasoso,
a 25ºC e 1 atm.
Pode-se caracterizar a energia de ligação como sendo a
diferença de entalpia que se manifesta quando um mol de
uma substância no estado gasoso se separa em seus átomos
constituintes. A exigência de moléculas no estado gasoso
garante não ter havido utilização de calor em mudanças de
estado, mas seu total emprego no rompimento de ligações.
 Exemplo: Vejamos as energias de ligação nas moléculas
H-Cl, H-H e Cl-Cl:
HCl(g) → H(g) + Cl(g) ∆H = + 103,0 kcal/mol
H2(g) → 2H(g) ∆H = + 104,2 kcal/mol
Cl(g) → 2Cl(g) ∆H = + 57,8 kcal/mol
Os valores 103,0, 104,2 e 57,8 kcal correspondem às
energias de ligação necessárias para romper respectivamen-
te, um mol de ligações de H-Cl, H-H e Cl-Cl. Quando há o
Rompimento de Ligações, há absorção de energia (∆H > O);
se houver formação de ligações Rompimento de Ligações,
ocorre liberação de energia(∆H < O).
Assim, para uma reação química, a variação de Entalpia
será dada por:
∆Hreação = Hentra - Hsai
= [EH-H + ECl-Cl] - [2. EH -CI]
= [104,2 + 57,8] - [2 × 103,0]
= [162,0] - [206]
= - 44 kcal/mol
Como ∆H = - 44 kcal/mol < 0, a reação é exotérmica.
10. LIGAÇÕES INTERMOLECULARES
As ligações intermoleculares são as forças responsáveis
por unir duas ou mais moléculas. A interação intermolecular
depende do grau de polaridade das substâncias. O estado
físico dos compostos é função da força de atração entre as
moléculas.
10.1 Ligação entre dipolos induzidos (Ligação
de Van der Waals)
Moléculas apolares sofrem atração intermolecular quan-
do são solidificadas ou liquefeitas. Por exemplo, variando-
-se a pressão dos gases dados por moléculas apolares pode
ocorrer o deslocamento de elétrons para o átomo do ele-
mento mais eletronegativo, com a formação de um dipolo
induzido. A ligação de Van der Waals pode ocorrer entre mo-
léculas apolares formadas por ligações covalentes polares
ou apolares (N2 e CO2).
O iodo no estado sólido (I2 (s)), o nitrogênio líquido (N2(l)) e
o gelo seco (CO2(s)), são exemplos de substâncias unidas por
ligações de dipolos induzidos.
10.2 Ligação entre dipolos permanentes
As moléculas polares possuem dipolos permanentes que
se atraem, sendo que os polos positivos de algumas molécu-
las atraem os polos negativos de outras. Esse efeito de orien-
tação é tanto maior quanto maior é o momento dipolar das
moléculas.
Exemplo:
HCl no estado líquido
10.3 Ligações de hidrogênio
Nas ligações intermoleculares, ligações de hidrogênio, o
polo positivo é sempre o hidrogênio, e o polo negativo pode
ser o flúor, o oxigênio ou o nitrogênio, pois esses elemen-
tos são bastante eletronegativos. Elas são as mais intensas
forças intermoleculares. Deve-se às ligações de hidrogênio o
alto ponto de ebulição da água a 100°C, se formos comparar
aos pontos de ebulição de outros compostos, como o H2E
(onde E = elemento calcogênio).
Elas também explicam a expansão da água quando se
congela, uma vez que nos cristais de gelo há muitos espaços
vazios entre as moléculas.
11. EQUILÍBRIOS QUÍMICOS
Ocorrem para reações reversíveis nas quais as reações
diretas e inversas ocorrem simultaneamente. O equilíbrio
químico apresenta as seguintes características:
- é um processo espontâneo, ou seja, todo sistema que
contém uma reação reversível caminha espontaneamente
para o equilíbrio, e a situação de equilíbrio só é alterada me-
diante a ação de uma força externa;
- as velocidades das reações diretas (Vd) e inversas (Vi)
são iguais;
- as concentrações de reagentes e produtos permane-
cem constantes durante o equilíbrio;
- as características macroscópicas do sistema (cor, tem-
peratura, pressão, etc) não mudam, porém o equilíbrio quí-
mico é dinâmico e as reações diretas e inversas ocorrem si-
multaneamente.
Para a seguinte reação química reversível ocorrendo em
um sistema fechado e em determinada temperatura:
a·A + b·B c·C + d·D
Na qual nenhuma das espécies se encontra no estado só-
lido. A concentração de um sólido em termos de velocidade
é considerada constante, porque a reação se dá na superfí-
cie do sólido.
 As velocidades das reações diretas e inversas podem ser
dadas pela lei de Guldberg – Waage:
Vd = k1 · [A]a · [B]b reação direta
Vi = k2 · [C]c · [D]d reação inversa
No início as concentrações dos reagentes são máximas,
enquanto que as dos produtos são nulas, pois a reação está
na iminência de começar. Com isso, a velocidade da reação
direta é máxima, enquanto a da reação inversa é nula. Assim:

A concentração molar dos reagentes e produtos pode

tempo : t = 0
ser expressa através do gráfico da concentração molar em
[A] , [B] máximas função do tempo.
[C] , [D] nulas
Vd máxima
Vi nula

À medida que a reação direta se processa, os reagentes

vão sendo consumidos e transformados em produtos. Isso
faz as concentrações dos reagentes diminuírem e as dos
produtos aumentarem com o tempo. Este fato provoca uma
diminuição da velocidade da reação direta e um aumento da
Importante observar: a concentração molar dos reagen-
velocidade da reação inversa. Então:
tes da reação direta diminui com o tempo até se atingir o
equilíbrio; a concentração molar dos produtos da reação di-
reta aumenta até se atingir o equilíbrio.
tempo: 0 < t < teq
A constante de equilíbrio (Kc) para a reação genérica, a ·
[A] , [B] diminuem
A + b·B c · C + d · D, pode ser determinada quantitati-
[C] , [D] aumentam vamente da seguinte forma:
Vd diminui
sentido direto: Vd = k1 [A]a [B]b
Vi aumenta sentido inverso: Vi = k2 [C]c [D]d

Durante o processo reativo em um sistema que apresen- No equilíbrio as velocidades se igualam, então:
ta uma reação reversível, há uma situação especial em que as Vd = Vi
velocidades das reações diretas e inversas se igualam. Nesse
instante o sistema atinge o estado de equilíbrio químico, e as k1 · [A]a · [B]b = k2 · [C]c · [D]d
concentrações de reagentes e produtos não mais se alteram, passando as constantes K1 e K2 para o mesmo lado.
pois cada transformação de reagentes em produtos é compen-
sada por uma transformação de produtos em reagentes. Assim:

Como a razão entre duas constantes resulta em uma ter-

tempo: t > teq ceira constante chamaremos k1 / k2 de Kc.
[A], [B], [C], [D] constantes
Vd = Vi

Para reação em que ocorrem participantes no estado ga-

As velocidades direta e inversa podem ser expressas em soso, pode-se expressar a constante de equilíbrio em função
um gráfico em função do tempo, e no instante (te) que o das pressões parciais (Kp). Se no caso acima descrito as subs-
equilíbrio químico for atingido teremos Vi = Vd. tâncias estiverem todas no estado gasoso teremos:

As unidades utilizadas para as pressões parciais podem ser
tanto atmosferas (atm) quanto milímetros de mercúrio (mmHg).
Exemplos de determinação das constantes Kc e Kp
1) Produção de amônia
2) Combustão de Carbono
3) Equilíbrio do Ácido Carbônico
11.1 Deslocamento de equilíbrio químico
Para se deslocar um equilíbrio é necessário se observar o
Princípio de Le Chatelier:
“Quando sobre um sistema em equilíbrio atua uma força
externa, o sistema se ajusta no sentido de minimizar esta força.”
Os fatores que provocam o deslocamento de um equilí-
brio químico são as alterações de:
- concentração de reagentes ou de produtos;
- temperatura;
- pressão.
Concentração
O deslocamento de equilíbrio provocado pela alteração da
concentração de um dos reagentes ou produtos é regido pela
lei de Guldberg-Waage que diz que a velocidade de uma rea-
ção é diretamente proporcional à concentração dos reagentes.
O aumento da concentração de reagentes ou diminuição
da concentração de produtos desloca o equilíbrio no senti-
do da formação dos produtos. A diminuição da concentra-
ção de reagentes ou aumento da concentração de produtos
desloca o equilíbrio favorecendo os reagentes.
Exemplo: Considere um sistema que em determinada
temperatura apresenta o seguinte equilíbrio:
2 SO3 (g) 2 SO2 (g) + O2 (g)
As alterações provocadas pela variação das concentra-
ções serão:
- Se adicionarmos SO3 ao sistema, a velocidade da reação
direta se torna maior, e o equilíbrio se desloca para a direita
produzindo mais SO2 e O2.
- Se retirarmos SO2 ou O2 do sistema, a velocidade da rea-
ção direta também se torna maior, provocando um desloca-
mento do equilíbrio para a direita.
- Se adicionarmos SO2 ou O2 ao sistema, a velocidade da
reação inversa se torna maior, deslocando o equilíbrio para
a esquerda.
- Finalmente, se retirarmos parte do SO3, o deslocamento
do equilíbrio também será no sentido inverso, pois a veloci-
dade da reação inversa ficaria instantaneamente maior.
Pressão
Num sistema em equilíbrio, à temperatura constante,
o aumento de pressão desloca o equilíbrio no sentido em
que há contração volumétrica, enquanto a diminuição de
pressão desloca o equilíbrio no sentido em que há expansão
volumétrica.
Importante: a variação de pressão é aplicada apenas
para sistemas que apresentem substâncias no estado gaso-
so, pois apenas os gases sofrem uma variação volumétrica
significativa com a pressão.
Exemplo: Seja a seguinte reação ocorrendo em um siste-
ma fechado a dada temperatura:
PCl5 (g) PCl3 (g)+ Cl2 (g)
Vamos avaliar o que ocorre com este equilíbrio quando
variamos a pressão.
Todas as substâncias participam da reação nas mesmas
proporções molares, ou seja, 1:1:1, o que indica que para de-
terminada temperatura a proporção entre os volumes será
de V:V:V. Isso faz com que tenhamos do lado dos reagentes
um volume total V e do lado dos produtos um volume de 2 V.
Concluí-se, então, que a reação direta ocorre com expan-
são volumétrica, enquanto a inversa ocorre com contração
volumétrica.
Desta forma, um aumento de pressão provocaria um
deslocamento deste equilíbrio para a esquerda (diminuição
de volume) e a diminuição de pressão deslocaria o equilíbrio
para a direita (aumento do volume).
Para o caso em que a soma dos coeficientes estequiomé-
tricos dos gases reagentes for igual à dos produtos gasosos,
a variação de pressão não exercerá qualquer influência so-
bre o equilíbrio.
Temperatura
Num sistema em equilíbrio à pressão constante, um au-
mento de temperatura favorece a reação endotérmica (que
absorve calor) e a diminuição de temperatura favorece a re-
ação exotérmica (que libera calor).
Exemplo: A formação de gás amoníaco é uma reação re-
presentada por:
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) ∆H = – 22 kcal
[H+] · [OH–] = 10-14
11.3 Potencial Hidrogeniônico (pH)
O potencial hidrogeniônico (pH), é uma escala logarítmi-
ca que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade
de uma determinada solução. A escala varia de 0 a 14, sendo
7 o pH neutro, valores menores que 7 são ácidos e valores de
pH maior que 7 são básicos ou alcalinos.
pH 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Pela equação, observamos que a reação direta é exotér-
mica (∆H < 0), enquanto que a reação inversa é endotérmica.
Então:
- a diminuição da temperatura implicaria em um deslo-
camento do equilíbrio no sentido exotérmico, isto é, para a
direita, aumentando a quantidade de NH3;
- o aumento da temperatura provocaria um deslocamen-
to do equilíbrio no sentido endotérmico, ou seja, para a es-
querda, favorecendo os reagentes, N2 e H2.
11.2 Equilíbrio iônico da água
A água é uma substância molecular, mas que apresenta
um equilíbrio de autoionização muito pouco pronunciado:
H2O + H2O H3O+ + OH–
Pode-se escrever esta equação de maneira simplificada
como:
H2O H+ + OH–
A constante de ionização deste equilíbrio é dada por:
MEIO ÁCIDO MEIO BÁSICO
MEIO NEUTRO
A expressão matemática que representa o potencial hi-
drogeniônico pode ser dada por: pH = – log [H+]
São substâncias ácidas: suco gástrico, pH=2,0; suco de
limão pH=2,9; cerveja pH=4,5; café pH= 5,0, leite pH=6,5.
São substâncias neutras: lágrima, água pura pH=7,0;
São substâncias básicas: sangue pH= 7,5; água do mar,
pH=8,0; sabonete de mão, pH= 9,5; solução de soda cáusti-
ca, pH=14.
11.4 Potencial Hidroxiliônico (pOH)
O potencial hidroxiliônico (pOH), é uma escala logarítmi-
ca que mede o grau de alcalinidade, neutralidade ou acidez
de uma determinada solução. A escala varia de 0 a 14, sendo
7 o pH neutro, valores menores que 7 são básicos ou alcali-
nos e valores de pH maior que 7 são ácidos.

pOH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Como [H2O] é praticamente constante, chamaremos o
produto Ki. [H2O] de Kw, produto iônico da água.
Então: MEIO ÁCIDO MEIO BÁSICO
Kw = [H+] · [OH–] MEIO NEUTRO
A 25 ºC o valor da constante de ionização da água é de
1,82.10-16, e o número de moléculas de água não ionizadas
é praticamente constante.
Sabendo-se que: [H+] · [OH–] = 10-14, temos pH + pOH = 14.
Kw = 1,82 · 10-16 · 55,6 → Kw = 1,0 · 10-14
Onde [ ] indica concentração em mol por litro:
mol/L = molar = M
Desta forma, a 25 ºC temos:
 Em vista da definição de pH e pOH temos, a 25 ºC:
• Meio neutro
[H+] = [OH–] = 10–7 M, então
pH = pOH = – log 10–7 = 7
• Meio ácido
[H+] > [OH–], então
[H+] > 10–7 M ➩ pH < 7
[OH–] < 10–7 M ➩ pOH > 7
• Meio básico
[H+] < [OH–], então
[H+] < 10–7 M ➩ pH > 7
[OH–] > 10–7 M ➩ pOH < 7
12. PROPRIEDADES COLIGATIVAS
São alterações provocadas no solvente devido à adição
de um soluto. Modificam-se as temperaturas de congela-
mento e ebulição, a pressão de vapor do solvente e a pressão
osmótica. Para se verificar as propriedades coligativas como
a temperatura de ebulição e pressão de vapor, o soluto não
pode ser volátil, ou seja, ele não poderá ser gás ou estar na
forma de vapor na temperatura ambiente.
Efeito Tonoscópico: como o liquido formará menos va-
por, haverá diminuição da pressão de vapor do líquido.
Efeito Ebulioscópico: o líquido terá de ser aquecido a
uma temperatura maior, para passar para o estado de vapor,
ou seja, haverá um aumento na temperatura de ebulição.
Exemplos:
- A água do mar, rica em sais dissolvidos (solutos não vo-
láteis) evapora mais dificilmente que a água pura.
- O etilenoglicol é adicionado à água de resfriamento do
radiador de automóveis para evitar que ela entre em ebulição.
- A adição de sal à água onde se cozinham batatas, au-
menta a temperatura de ebulição e, assim, o tempo de cozi-
mento diminui.
Efeito Crioscópico: assim como as interações entre sol-
vente e soluto não volátil dificultam a vaporização, também
tornam mais difícil o congelamento (solidificação) dos líqui-
dos. Assim, para congelar um líquido que contém soluto não
volátil, será necessário que ele seja resfriado até uma tempe-
ratura mais baixa, ou seja, haverá um abaixamento da tem-
peratura de congelamento (fusão).
Exemplos:
- A água do mar não congela mesmo nas regiões polares
(Ártico e Antártida).
- O sangue de peixes de mares gelados não congela de-
vido à presença de substâncias dissolvidas no seu sangue.
- A seiva de coníferas (pinheiros) contém açúcares que
não permitem o congelamento das folhas.
- Nos países de inverno muito rigoroso, o etilenoglicol im-
pede o congelamento da água do radiador dos automóveis.
- Costuma-se jogar sal de cozinha (NaCl) e cloreto de cál-
cio (CaCl2) sobre a neve e o gelo acumulados sobre ruas e
calçadas para abaixar o ponto de congelamento da água e,
assim, derretê-los.
Osmose e Osmoscopia
Ao se colocar uma uva passa ou uma ameixa seca den-
tro de água destilada (água pura), nota-se que, após certo
tempo, elas “incham”, ou seja, absorvem água. Isso ocorre
por que a membrana plasmática das células pode funcionar
como uma membrana semipermeável: permite a passagem
apenas do solvente (no caso, a água) através dela.
O fluxo de solvente através de uma membrana semiper-
meável (MSP) é chamado osmose. A osmose ocorre sempre
num único sentido: da solução menos concentrada (ou en-
tão do líquido puro) para a solução mais concentrada. É um
fenômeno que tende a “equilibrar” a diferença de concentra-
ção entre duas soluções. No exemplo acima, temos o fluxo
de água pura para dentro das células das frutas secas cujo
citoplasma contém uma grande quantidade de sais minerais
e açúcares (é uma “solução” concentrada).
Assim, sempre que se colocam em contato duas soluções
com concentrações diferentes, uma delas sempre perderá sol-
vente para a outra, se a membrana que as separar for uma MSP.
Exemplos de MSP: papel celofane, membranas celulares de
seres vivos (plasmalema), papel pergaminho, bexiga de porco.
Se colocarmos, por exemplo, hemácias (células do san-
gue) em água destilada, após certo tempo haverá tanto fluxo
de água para dentro delas que elas se romperão. Por outro
lado, se elas forem postas em salmoura (solução concentra-
da de NaCl) ou na água do mar, murcharão pois perderão
água. Se as hemácias forem colocadas em soro fisiológico
(solução com concentração de NaCl igual a 0,9% em massa)
que tem concentração igual à do citoplasma das células, não
haverá alteração na quantidade de água no seu interior.
 Duas soluções que possuam a mesma concentração de Linhas de equilíbrio
certo soluto são chamadas isotônicas. Se tiverem concentra- ESL => Equilíbrio SÓLIDO-LÍQUIDO
ções diferentes, a mais concentrada será chamada hipertô- ELV => Equilíbrio LÍQUIDO-VAPOR
nica e a menos concentrada (mais diluída) será a hipotônica. ESV => Equilíbrio SÓLIDO-VAPOR
A osmose pode ser impedida através da aplicação de
uma pressão externa sobre a solução mais concentrada, de Todos os pontos que pertencem a uma linha de equilí-
forma a impedir o fluxo de solvente em direção a ela. brio representam sistemas em equilíbrio.
A pressão necessária para impedir a osmose é chamada
pressão osmótica. Quanto mais concentrada uma solução,
maior é a pressão osmótica correspondente. Costuma-se di-
zer simplesmente que quanto mais concentrada uma solu-
ção, maior é sua pressão osmótica.
Alguns exemplos dos efeitos osmóticos:
- Ao se ficar muito tempo dentro do mar, a pele das mãos
fica murcha, pois há perda de água das células epiteliais para o
mar (a água do mar é uma solução concentrada de vários sais) Considere um recipiente rígido (indeformável) fechado
onde inicialmente havia somente vácuo no seu interior (todo
- A conservação de alimentos tais como frutas cristaliza-
o ar retirado). Se colocarmos um líquido neste recipiente, ele
das (cobertas com açúcar, um soluto não volátil), frutas em
começará a se vaporizar espontaneamente até certo limite.
calda (solução concentrada de açúcar em água), bacalhau
Neste limite, a quantidade de vapor não mais aumentará e
seco salgado, carne-seca (charque, jabá) e outros alimentos
dizemos então que o vapor está saturado e que o líquido e o
conservados em sal ou açúcar são explicados pelo fenôme-
vapor estão em equilíbrio (ELV).
no da osmose: em meios tão concentrados de soluto (sal ou
açúcar) os microorganismos decompositores (fungos, bac-
térias) não conseguem sobreviver devido à perda de água
para o meio externo às suas células. anotações
- Um peixe marinho não pode viver em água doce (con-
tém relativamente pouca quantidade sais minerais dissolvi-
dos) assim como um peixe de rio não sobreviveria no mar
(solução concentrada de vários sais).
As injeções endovenosas devem sempre ser isotônicas
em relação ao sangue, para não afetar o equilíbrio sanguí-
neo. As chamadas bebidas isotônicas têm também concen-
tração igual à das células de forma que a absorção da água
se torna mais eficiente ("matam a sede mais rápido"). É por
isso que essas bebidas costumam ser "aguadas": se fossem
concentradas, não seriam tão eficientes na reposição da
água perdida durante as atividades físicas.

Diagrama de fases de uma substância

No diagrama de
fases varia-se a pres-
são e a temperatura e
são representadas as
mudanças dos estados
físicos das substâncias. Referências Bibliográficas
É possível no diagrama BRUNI, Aline Thais. Box Química – Vol Único –São Paulo – SP: Edições
SM, s/d.
de fases o ponto triplo, SARDELLA, Antônio. Curso de química: Química geral, São Paulo –
no qual coexistem os SP: Editora Ática, 2002. 25ª Edição, 2ª impressão.
estados: sólido, líquido USBERCO, Joao / SALVADOR, Edgard. Química - Vol. Único – São
Paulo –SP: Editora Saraiva, 2013, 9ª ed.
e gasoso.
 Exercícios
de química

1. (Enem 2017) Zinco

O dióxido de nitrogênio é um gás tóxico produzido por Parâmetros
O2 dissolvido DBO*
dissolvido
Coliformes
motores de combustão interna e, para a sua detecção, (mg/L) (mg/L)
(mg/L)
fecais/L
foram construídos alguns sensores elétricos. Os desem-
penhos dos sensores foram investigados por meio de me- Região 1 9 4 0 10
dições de resistência elétrica do ar na presença e ausência
dos poluentes NO2 e CO, cujos resultados estão organiza-
Região 2 8,5 5 3,2 1,9 mil
dos no quadro. Selecionou-se apenas um dos sensores,
por ter apresentado o melhor desempenho na detecção 2,5
do dióxido de nitrogênio. Região 3 0,5 33 0,10
milhões
45
Região 4 0 89 0,04
R (W) milhões

Sensor Ar em Região 5 0 29 0,01 600 mil

Somente Ar em presença
presença de
ar de NO2
CO
I 4,0 x 102 3,2 x 103 1,2 x 103 * Demanda bioquímica de oxigênio. Quantidade de
II 5,2 x 102 3,8 x 105 7,3 x 104 oxigênio consumido pelas bactérias para decompor a
matéria orgânica.
III 8,3 x 102 5,6 x 103 2,5 x 105
IV 1,5 x 103 8,2 x 105 1,7 x 103 Na tentativa de adotar medidas para despoluir o rio, as auto-
V 7,8 x 10 4
9,3 x 105
8,1 x 104
ridades devem concentrar esforços em ampliar o saneamen-
to básico e as estações de tratamento de esgoto principal-
mente na região:
Qual sensor foi selecionado?
a) 1
a) I
b) 2
b) II
c) 3
c) III
d) 4
d) IV
e) 5
e) V

2. (Enem 2017) 3. (Enem 2017)

Com o objetivo de avaliar os impactos ambientais causa-
dos pela ocupação urbana e industrial numa região às mar-
gens de um rio e adotar medidas para a sua despoluição,
uma equipe de técnicos analisou alguns parâmetros de uma
amostra de água desse rio.
O quadro mostra os resultados obtidos em cinco regiões
diferentes, desde a nascente até o local onde o rio desá-
gua no mar.
A Química Verde pode ser definida como criação, o desen-
volvimento e a aplicação de produtos e processos químicos
para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias
nocivas à saúde humana e ao meio ambiente.
Um recurso de geração de energia que obedeça a esses prin-
cípios é:
a) Petróleo bruto.
b) Carvão mineral.
c) Biocombustível.
d) Usinas nucleares.
e) Usinas termoelétricas.
4. (Enem 2017)
O polietileno é formado pela polimerização do eteno, sendo
usualmente obtido pelo craqueamento da nafta, uma fração
do petróleo. O “plástico verde” é um polímero produzido a
partir da cana-de-açúcar, da qual se obtém o etanol, que é
desidratado a eteno, e este é empregado para a produção
do polietileno. A degradação do polietileno produz gás car-
bônico (CO2) cujo aumento da concentração na atmosfera
contribui para o efeito estufa.
Qual a vantagem de se utilizar eteno da cana-de-açúcar para
produzir plástico?
a) As fontes utilizadas são renováveis.
b) Os produtos gerados são biodegradáveis.
c) Os produtos gerados são de melhor qualidade.
d) Os gases gerados na decomposição estão em menor
quantidade.
e) Os gases gerados na decomposição são menos agressivos
ao ambiente
5. (Enem 2016)
A minimização do tempo e custo de uma reação química,
bem como o aumento na sua taxa de conversão, caracteriza
a eficiência de um processo químico. Como consequência,
produtos podem chegar ao consumidor mais baratos. Um
dos parâmetros que mede a eficiência de uma reação quími-
ca é o seu rendimento molar (R em %) definido como:
Em que n corresponde ao número de mols. O metanol pode
ser obtido pela reação entre brometo de metila e hidróxido
de sódio, conforme a equação química:
CH3Br + NaOH → CH3OH + NaBr
As massas molares (em g/mol) desses alimentos são:
H = 1; C = 12; O = 16; Na = 23; Br = 80
O rendimento molar da reação, em que 32g de metanol fo-
ram obtidos a partir de 142,5g de brometo de metila e 80g
de hidróxido de sódio, é mais próximo de:
a) 22%
b) 40%
c) 50%
d) 67%
e) 75%
6. (Enem 2017)
No Brasil, os postos de combustíveis comercializavam uma
gasolina com cerca de 22% de álcool anidro. Na queima
de 1 litro desse combustível são liberados cerce de 2kg de
CO2 na atmosfera. O plantio de árvores pode atenuar os efei-
tos dessa emissão de CO2. A quantidade de carbono fixada
por uma árvore corresponde a aproximadamente 50% de
sua biomassa seca, e para cada 12g de carbono fixados, 44g
de CO2 são retirados da atmosfera. No Brasil, o plantio de
eucalipto (Eucalyptus grandis) é bem difundido, sendo que
após 11 anos essa árvore pode ter a massa de 106kg, dos
quais 29kg são água.
Uma única árvore de Eucalyptus grandis, com as característi-
cas descritas, é capaz de fixar a quantidade de CO2 liberada
na queima de um volume dessa gasolina mais próximo de:
a) 19 L
b) 39 L
c) 71 L
d) 97 L
e) 141 L
7. (Enem 2016)
As emissões de dióxido de carbono (CO2) por veículos são
dependentes da constituição de cada tipo de combustível.
Sabe-se que é possível determinar a quantidade emitida de
CO2, a partir das massas molares do carbono e do oxigênio,
iguais a 12g/mol e 16g/mol, respectivamente. Em uma via-
gem de férias, um indivíduo percorreu 600km em um veículo
que consome um litro de gasolina a cada 15km de percurso.
Considerando que o conteúdo de carbono em um litro dessa
gasolina é igual a 0,6kg, a massa de CO2 emitida pelo veículo
no ambiente, durante a viagem de férias descrita, é igual a:
a) 24kg
b) 33kg
c) 40kg
d) 88kg
e) 147kg
8. (Enem 2016)
Climatério é o nome de um estágio no processo de amadure-
cimento de determinados frutos, caracterizado pelo aumento
do nível da respiração celular e do gás etileno (C2H4). Como
consequência, há o escurecimento do fruto, o que representa
a perda de muitas toneladas de alimentos a cada ano.
É possível prolongar a vida de um fruto climatérico pela
eliminação do etileno produzido. Na indústria, utiliza-se o
permanganato de potássio (KMnO4) para oxidar o etileno a
etilenoglicol (HOCH2CH2OH), sendo o processo representa-
do de forma simplificada na equação:
2 KMnO4 + 3 C2H4 + 4 H2O → 2 MnO2 + 3 HOCH2CH2OH + 2 KOH
O processo de amadurecimento começa quando a concentra-
ção de etileno no ar está em cerca de 1,0mg de C2H4 por kg de ar.
As massas molares dos elementos H, C, O, K e Mn são, respectiva-
mente, iguais a 1g/mol, 12g/mol, 16g/mol, 39g/mol e 55g/mol.
10. (Enem 2017)
Em algumas regiões brasileiras, é comum se encontrar um ani-
mal com odor característico, o zorrilho. Esse odor serve para
proteção desse animal, afastando seus predadores. Um dos
feromônios responsáveis por esse odor é uma substância que
apresenta isomeria trans e um grupo tiol ligado à sua cadeia.
A estrutura desse feromônio, que ajuda na proteção do zor-
rilho, é:

A fim de diminuir essas perdas, sem desperdício de reagentes,

a massa mínima de KMnO4 por kg de ar é mais próxima de:
a) 0,7mg
b) 1,0mg
c) 3,8mg
d) 5,6mg
e) 8,5mg

9. (Enem 2017)
Plantas apresentam substâncias utilizadas para diversos fins.
A morfina, por exemplo, extraída da flor da papoula, é uti-
lizada como medicamento para aliviar dores intensas. Já a
coniina é um dos componentes da cicuta, considerada uma
planta venenosa. Suas estruturas moleculares são apresen-
tadas na figura.

11. (Enem 2017)

O biodiesel é um biocombustível obtido a partir de fontes
renováveis, que surgiu como alternativa ao uso do diesel de
petróleo para motores de combustão interna. Ele pode ser
obtido pela reação entre triglicerídeos, presentes em óleos
vegetais e gorduras animais, entre outros, e álcoois de baixa
massa molar, como o metanol ou etanol, na presença de um
catalisador, de acordo com a equação química:

O grupo funcional comum a esses fitoquímicos é o(a):

a) Éter
b) Éster
c) Fenol
d) Álcool
e) Amina
A função química presente no produto que representa o 14. (Enem 2017)
biodiesel é:
Quando se abre uma garrafa de vinho, recomenda-se que
a) Éter seu consumo não demande muito tempo. À medida que os
b) Éster dias ou semanas se passam, o vinho pode se tornar azedo,
c) Álcool pois o etanol presente sofre oxidação e se transforma em
d) Cetona ácido acético.
e) Ácido carboxílico
Para conservar as propriedades originais do vinho, depois de
aberto, é recomendável:
12. (Enem 2016)
a) Colocar a garrafa ao abrigo de luz e umidade.
O esquema representa, de maneira simplificada, o processo
de produção de etanol utilizando milho como matéria-prima. b) Aquecer a garrafa e guardá-la aberta na geladeira.
c) Verter o vinho para uma garrafa maior e esterilizada.
d) Fechar a garrafa, envolvê-la em papel alumínio e guardá-
-la na geladeira.
e) Transferir o vinho para uma garrafa menor, tampá-la e
guardá-la na geladeira.

15. (Enem 2017)

A etapa de hidrólise na produção de etanol a partir do milho
é fundamental para que:
a) A glicose seja convertida em sacarose.
b) As enzimas dessa planta sejam ativadas.
c) A maceração favorece a solubilização em água.
d) O amido seja transformado em substratos utilizáveis pela
levedura.
e) Os grãos com diferentes composições químicas sejam pa-
dronizados.
13. (Enem 2016)
Nucleófilos (Nu–) são bases de Lewis que reagem com hale-
tos de alquila, por meio de uma reação chamada substitui-
ção nucleofílica (SN), como mostrado no esquema:
R - X+Nu–→ R - Nu+X– (R = grupo alquila e X= halogênio)
A maioria dos alimentos contém substâncias orgânicas,
que possuem grupos funcionais e/ou ligações duplas, que
podem ser alteradas pelo contato com o ar atmosférico,
resultando na mudança do sabor, aroma e aspecto do ali-
mento, podendo também produzir substâncias tóxicas ao
organismo. Essas alterações são conhecidas rancificação do
alimento.
Essas modificações são resultantes de ocorrência de rea-
ções de:
a) Oxidação
b) Hidratação
c) Neutralização
d) Hidrogenação
e) Tautomerização
16. (Enem 2017)
O trinitrotolueno (TNT) é um poderoso explosivo obtido a par-
tir da reação de nitração do tolueno, como esquematizado.

A reação de SN entre metóxido de sódio (Nu– = CH3O–) e bro-

meto de metila fornece um composto orgânico pertencente
à função:
a) Éter
b) Éster
c) Álcool A síntese do TNT é um exemplo de reação de:
d) Haleto a) Neutralização
e) Hidrocarboneto b) Desidratação
c) Substituição
d) Eliminação
19. (Enem 2017)
e) Oxidação
O quadro é um esquema da via de produção de biocombustí-
vel com base no cultivo de uma cianobactéria geneticamente
17. (Enem 2016) modificada com a inserção do gene DGAT. Além da introdu-
A descoberta dos organismos extremófilos foi uma surpresa ção desse gene, os pesquisadores interromperam as vias de
para os pesquisadores. Alguns desses organismos, chama- síntese de outros compostos orgânicos, visando aumentar a
dos de acidófilos, são capazes de sobreviver em ambientes eficiência na produção do biocombustível (triacilglicerol).
extremamente ácidos. Uma característica desses organis-
mos é a capacidade de produzir membranas celulares com-
postas de lipídeos feitos de éteres em vez dos ésteres de
glicerol, comuns nos outros seres vivos (mesófilos), o que
preserva a membrana celular desses organismos mesmo em
condições extremas de acidez.
A degradação das membranas celulares de organismos não
extremófilos em meio ácido é classificada como:
a) Hidrólise
b) Termólise
c) Eterificação
d) Condensação
e) Saponificação

18. (Enem 2017) Considerando as vias mostradas, uma fonte de matéria-pri-

Pesquisadores avaliaram a qualidade da água potável dis-
tribuída em cidades brasileiras. Entre as várias substâncias
encontradas, destacam-se as apresentadas no esquema. A
presença dessas substâncias pode ser verificada por análises
químicas, como uma reação ácido-base, mediante a adição
de hidróxido de sódio.
ma primária desse biocombustível é o(a):
a) Ácido graxo, produzido a partir da sacarose.
b) Gás carbônico, adquirido via fotossíntese.
c) Sacarose, um dissacarídeo rico em energia.
d) Gene DGAT, introduzido por engenharia genética.
e) Glicogênio, reserva energética das cianobactérias.

20. (Enem 2016)

Na preparação da massa do pão, presente na mesa do café da
maioria dos brasileiros, utiliza-se o fungo Saccharomyces ce-
revisiae vivo, contido no fermento. Sua finalidade é fazer com
que a massa cresça por meio da produção de gás carbônico.

Esse processo químico de liberação de gás é causado pela:

a) Glicogênese lática.
b) Fermentação alcoólica.
c) Produção de ácido lático.
d) Produção de lactobacilos.
Apesar de não ser perceptível visualmente, por casa das con-
e) Formação do ácido pirúvico.
dições de diluição, essa análise apresentará resultado positi-
vo para o(a):
a) Cafeína 21. (Enem 2017)
b) Atrazina A eletrólise é um processo não espontâneo de grande im-
portância para a indústria química. Uma de suas aplicações
c) Triclosan
é a obtenção do gás cloro e do hidróxido de sódio, a partir
d) Benzo[a]pireno de uma solução aquosa de cloreto de sódio. Nesse procedi-
e) Dipirona sódica mento, utiliza-se uma célula eletroquímica, como ilustrado.
No processo eletrolítico ilustrado, o produto secundário obtido é o:
a) Vapor de água. b) Oxigênio molecular. c) Hipoclorito de sódio. d) Hidrogênio molecular. e) Cloreto de hidrogênio.

22. (Enem 2017)

A invenção do LED azul, que permite a geração de outras
cores para compor a luz branca, permitiu a construção de
lâmpadas energeticamente mais eficientes e mais duráveis
do que as incandescentes e fluorescentes. Em um experi-
mento de laboratório, pretende-se associar duas pilhas em
série para acender um LED azul que requer 3,6 volts para o
seu funcionamento.

Considere as semirreações de redução e seus respectivos

potenciais mostrados no quadro.

Qual associação em série de pilhas fornece diferença de po-

tencial, nas condições-padrão, suficiente para acender o LED
azul?

23. (Enem 2016)
Texto I
Biocélulas combustíveis são uma alternativa tecnológica
para substituição das baterias convencionais. Em uma bio-
célula microbiológica, bactérias catalisam reações de oxida-
ção de substratos orgânicos. Liberam elétrons produzidos
na respiração celular para um eletrodo, onde fluem por um
circuito externo até o cátodo do sistema, produzindo cor-
rente elétrica. Uma reação típica que ocorre em biocélulas
microbiológicas utiliza o acetato como substrato.
AQUINO NETO. S. Preparação e caracterização de bioano-
dos para biocélula e combustível etanol/O2. Disponível
em: www.teses.usp.br. Acesso em: 23 jun. 2015 (adaptado).
Texto II
Em sistemas bioeletroquímicos, os potenciais padrão (E0')
apresentam valores característicos. Para as biocélulas de
acetato, considere as seguintes semirreações de redução e
seus respectivos potenciais:
2 CO2 + 7 H+ + 8e–→ CH3OO– + 2 H2O Eº’ = - 0,3 V
O2 + 4 H+ + 4e–→ 2 H2O Eº’ = + 0,8 V
SCOTT, K.; YU, E. H. Microbial electrochemical and fuel cells:
fundamentals and applications. Woodhead Publishing
Series in Energy. n. 88, 2016 (adaptado).
Nessas condições, qual é o número mínimo de biocélulas de
acetato, ligadas em série, necessárias para se obter uma di-
ferença de potencial de 4,4 V?
a) 3
b) 4
c) 6
d) 9
e) 15
24. (Enem 2016)
A obtenção do alumínio dá-se a partir da bauxita (Al2O3 . 3
H2O), que é purificada e eletrolisada numa temperatura de
1.000ºC. Na célula eletrolítica, o ânodo é formado por barras
de grafita ou carvão, que são consumidas no processo de
eletrólise, com formação de gás carbônico, e o cátodo é uma
caixa de aço coberta de grafita.
A etapa de obtenção do alumínio ocorre no:
a) Ânodo, com formação de gás carbônico.
b) Cátodo, com redução do carvão na caixa de aço.
c) Cátodo, com oxidação do alumínio na caixa de aço.
d) Ânodo, com depósito de alumínio nas barras de grafita.
e) Cátodo, com fluxo de elétrons das barras de grafita para
a caixa de aço.
25. (Enem 2017)
Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamen-
to de parte da água de cozimento sobre a chama azul do
fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança
de cor pode suscitar interpretações diversas, relacionadas às
substâncias presentes na água de cozimento. Além do sal de
cozinha (NaCl), nela se encontram carboidratos, proteínas e
sais minerais.
Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da cha-
ma ocorre pela:
a) Reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás clo-
ro.
b) Emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da cha-
ma.
c) Produção de derivado amarelo, pela reação com o carboi-
drato.
d) Reação do gás de cozinha com a água, formando gás hi-
drogênio.
e) Excitação das moléculas de proteínas, com formação de
luz amarela.
26. (Enem 2017)
Partículas microscópicas existentes na atmosfera funcionam
como núcleos de condensação de vapor de água que, sob
condições adequadas de temperatura e pressão, propiciam
a formação das nuvens e consequentemente das chuvas. No
ar atmosférico, tais partículas são formadas pela reação de
ácidos (HX) com a base NH3, de forma natural ou antropogê-
nica, dando origem a sais de amônio (NH4X), de acordo com
a equação química genérica:
HX(g) + NH3(g) → NH4X(s)
c) Solubilização das substâncias de interesse pelo orvalho.
d) Oxidação do óleo pelo oxigênio produzido na fotossín-
tese.
e) Liberação das moléculas de óleo durante o processo de
fotossíntese.
28. (Enem 2017)
A cromatografia em papel é um método de separação que
se baseia na migração diferencial dos componentes de uma
mistura entre duas fases imiscíveis. Os componentes da
amostra são separados entre a fase estacionária e a fase mó-
vel em movimento no papel. A fase estacionária consiste de
celulose praticamente pura, que pode absorver até 22% de
água. É a água absorvida que funciona como fase estacioná-
ria líquida e que interage com a fase móvel, também líquida
(partição líquido-líquido). Os componentes capazes de for-
mar interações intermoleculares mais fortes com a fase esta-
cionária migram mais lentamente.
Uma mistura de hexano com 5% (v/v) de acetona foi utiliza-
da como fase móvel na separação dos componentes de um
extrato vegetal obtido a partir de pimentões. Considere que
esse extrato contém as substâncias representadas.

RIBEIRO, N. M.; NUNES, C. R. Análise de pigmentos de pimen-

FELIX. E. P.; CARDOSO, A. A. Fatores ambientais que afetam
tões por cromatografia em papel. Química Nova na Escola,
a precipitação úmida. Química Nova na Escola, n. 21, maio
n. 29, ago. 2008 (adaptado).
2005 (adaptado).

A fixação de moléculas de vapor de água pelos núcleos de

condensação ocorre por:
a) Ligações iônicas.
b) Interações dipolo-dipolo.
c) Interações dipolo-dipolo induzido.
d) Interações íon-dipolo.
e) Ligações covalentes.

27. (Enem 2017)

Na Idade Média, para elaborar preparados a partir de plantas
produtoras de óleos essenciais, as coletas das espécies eram
realizadas ao raiar do dia. Naquela época, essa prática era
fundamentada misticamente pelo efeito mágico dos raios
lunares, que seria anulado pela emissão dos raios solares.
Com a evolução da ciência, foi comprovado que a coleta de
algumas espécies ao raiar do dia garante a obtenção de ma-
terial com maiores quantidades de óleos essenciais.

A explicação científica que justifica essa prática se baseia na:

a) Volatilização das substâncias de interesse.
b) Polimerização dos óleos catalisada pela radiação solar.
A substância presente na mistura que migra mais lentamen- dra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se
te é o(a): bafo e ar; o ar, quando é queimado, torna-se fogo; e, inver-
samente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa a
a) Licopeno
forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, tor-
b) α – caroteno na-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir destes estados, se for
c) γ – caroteno ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água
d) Capsorubina torna-se novamente terra e pedras; e deste modo, como nos
parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica.
e) α – criptoxantina

PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECH, 2011.

29. (Enem 2016)
O carvão ativado é um material que possui elevado teor de
carbono, sendo muito utilizado para a remoção de com-
postos orgânicos voláteis do meio, como o benzeno. Para a
remoção desses compostos, utiliza-se a adsorção. Esse fenô-
meno ocorre por meio de interações do tipo intermolecu-
lares entre a superfície do carvão (adsorvente) e o benzeno
(adsorvato, substância adsorvida).
No caso apresentado, entre o adsorvente e a substância ad-
sorvida ocorre a formação de:
a) Ligações dissulfeto.
b) Ligações covalentes.
c) Ligações de hidrogênio.
d) Interações dipolo induzido-dipolo induzido.
e) Interações dipolo permanente-dipolo permanente.
30. (Enem 2016)
Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando
congela, parece-nos estar a olhar para algo que se tornou pe-
Do ponto de vista da ciência moderna, os “quatro elementos”
descritos por Platão correspondem, na verdade, às fases sólida,
líquida, gasosa e plasma da matéria. As transições entre elas são
hoje entendidas como consequências macroscópicas de trans-
formações sofridas pela matéria em escala microscópica.
Excetuando-se a fase de plasma, essas transformações sofri-
das pela matéria, em nível microscópico, estão associadas a
uma:
a) Troca de átomos entre as diferentes moléculas do mate-
rial.
b) Transmutação nuclear dos elementos químicos do mate-
rial.
c) Redistribuição de prótons entre os diferentes átomos do
material.
d) Mudança na estrutura espacial formada pelos diferentes
constituintes do material.
e) Alteração nas proporções dos diferentes isótopos de cada
elemento presente no material.

31. (Enem 2016)

Os tensoativos são compostos capazes de interagir com substâncias polares e apolares. A parte iônica dos tensoativos inte-
rage com substâncias polares, e a parte lipofílica interage com as apolares. A estrutura orgânica de um tensoativo pede ser
representada por:

Ao adicionar um tensoativo sobre a água, suas moléculas formam um arranjo ordenado.

Esse arranjo é representado esquematicamente por: c) Permeabilidade da água na pele é muito alta, não permi-
tindo a remoção do princípio ativo.
d) Solubilização do óleo em água causa um maior espalha-
mento além das áreas atingidas.
e) Ardência faz evaporar rapidamente a água, não permitin-
do que haja contato entre o óleo e o solvente.

33. (Enem 2017)

As centrífugas são equipamentos utilizados em laboratórios,
clínicas e indústrias. Seu funcionamento faz uso da acelera-
ção centrífuga obtida pela rotação de um recipiente e que
serve para a separação de sólidos em suspensão em líquidos
ou de líquidos misturados entre si.
RODITI. I. Dicionário Houaiss de física. Rio de Janeiro: Obje-
tiva, 2005 (adaptado).

Nesse aparelho, a separação das substâncias ocorre em fun-

ção:
a) Das diferentes densidades.
b) Dos diferentes raios de rotação.
c) Das diferentes velocidades angulares.
d) Das diferentes quantidades de cada substância.
e) Da diferente coesão molecular de cada substância.

32. (Enem 2016)

Em sua formulação, o spray de pimenta contém porcenta-
gens variadas de oleorresina de Capsicum, cujo princípio ati-
vo é a capsaicina, e um solvente (um álcool como etanol ou
isopropanol). Em contato com os olhos, pele ou vias respi-
ratórias, a capsaicina causa um efeito inflamatório que gera
uma sensação de dor e ardor, levando à cegueira temporá-
ria. O processo é desencadeado pela liberação de neuropep-
tídios das terminações nervosas.

Como funciona o gás de pimenta.Disponível em: http://

pessoas.hsw.uol.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).

Quando uma pessoa é atingida com o spray de pimenta nos

olhos ou na pele, a lavagem da região atingida com água é
ineficaz porque a:
a) Reação entre etanol e água libera calor, intensificando o
ardor.
b) Solubilidade do princípio ativo em água é muito baixa,
dificultando a sua remoção.
 gabarito
e comentários
Resposta 1: D
Deve-se procurar o sensor com a maior relação entre o NO2
e CO:

Resposta 6: C

Resposta 2: D
Onde se encontra uma enorme quantidade de bactérias é na
região 4. E também 0 mg/L de oxigênio dissolvido, além da
maior quantidade de coliformes fecais por litro (45 milhões).

Resposta 3: C
A utilização de biocombustíveis propicia geração de energia
que agride menos o meio ambiente.

Resposta 4: A
Já que a cana-de-açúcar pode ser replantada e isso auxilia na
absorção do gás carbônico, graças à fotossíntese, podemos
dizer que as fontes são renováveis.

Resposta 5: D

Resposta 7: D
 Resposta 9: E

Resposta 8: C Resposta 10: B

Resposta 11: B

Resposta 12: D Resposta 13: A

Temos o amido ((C6H10O5)n), que
está presente no milho, e ao so-
frer hidrólise que forma carboi-
dratos (C6H12O6), vão fermentar
na presença de leveduras e irão
produzir gás carbônico (CO2), eta-
nol (C2H6O) e água (H2O).
(C6H10O5)n + n H2O → n C6H12O6
Resposta 14: E Resposta 15: A
Para evitar a oxidação e diminuir a velocidade das reações A reações de oxidação promovem as seguintes modifica-
envolvidas no processo, deve-se colocar o vinho em um gar- ções:
rafa menor, tampá-la e guardá-la em lugar de baixa tempe-
ratura, como a geladeira.

Resposta 16: C

Portanto temos que a síntese do TNT é um exemplo de reação de substituição.

Resposta 17: A
Ésteres sofrem hidrólise em meio ácido.

Resposta 18: C
Apresenta resultado positivo para o triclosan, porque esse composto tem a função fenol, com caráter ácido, mesmo não sendo
perceptível visualmente.
Resposta 19: B
Analisando a fórmula, vemos que o gás carbônico é uma
fonte de matéria-prima primária desse biocombustível, den-
tre as vias apresentadas.

Resposta 20: B
Esse processo químico de liberação de gás é causado pela
fermentação alcoólica.

Pilha 1:

Resposta 21: D

Pilha 2:

Resposta 22: C
O que se pede é que se procure a maior diferença de poten-
cial, levando em consideração as semirreações de redução e
seus potenciais respectivos.
 Portanto:

Resposta 23: B
Resposta 24: E Por tudo isso conclui-se que a capsorubina é mais lenta em
É no cátodo, que apresenta fluxo de elétrons das barras de sua migração graças às fortes interações intermoleculares
grafia conhecida como ânodo, para a caixa de aço, que é que mantem na fase estacionária, por essa ser formada de
justamente o cátodo, que ocorre a obtenção do alumínio. celulosa praticamente pura.

Resposta 29: D
Substâncias apolares (R = 0). = carvão (C(s)) e benzeno (C6H6).
Portanto, as forças atrativas são do tipo dipolo induzido-di-
polo induzido, devido às forças atrativas que estão envolvi-
das na atração entre o adsorvente e o adsorvato.

Resposta 25: B
É uma questão que exige raciocínio: tem-se que associar o
sódio com o único metal citado. Preste atenção, pois outras
associações não são citadas.
Portanto, entende-se que os cátions Na+ dissociados a partir
do NaCl estão presentes na água do cozimento. Com isso,
mesmo na forma iônica, o elemento metálico sólido irá libe-
rar fótons ao excitar-se devido a uma fonte de energia exter-
na, sendo que a cor apresentada será a amarela.
Resposta 30: D
Em nível microscópico, as transformações sofridas pela ma-
téria associam-se à mudança da estrutura espacial compos-
ta por diferentes constituições do material. Isso acontece
graças a distância que há entre as moléculas de água e a
intensidade das forças atrativas quando no estado sólido,
líquido e gasoso. Mas tudo isso acontece somente se a fase
de plasma for anulada.
Resposta 31: C
Tem-se um tensoativo com uma região apolar e outra apolar:

Resposta 26: D
Essa representação geral de um processo de neutralização
está descrita no enunciado.

HX(g) + NH3(g) NH4X(s) NH+4(aq) + X–(aq)

Esquematizando: Se somarmos um tensoativo sobre a água, o arranjo que será ob-

tido irá se ordenar com a região polar voltada para a água (polar).

Resposta 27: A
Os fatores que irão interferir
na volatização dos óleos es-
sências explica-se pela vola-
tilização das substâncias de
interesse. Isso acontece por-
que a temperatura, quando
o dia nasce, se comparar- Resposta 32: B
mos a outros horários de Por princípio ativo, a capsaicina, apresentar baixa polaridade,
coletas é menor, assim tam- torna-se ineficaz a lavagem da região atingida com água (polar).
bém como a intensidade da
luz do sol.

Resposta 28: D
Essa questão exige raciocínio. Sabe-se que a capsorubina
tem como característica atrair a água. Isso acontece porque,
em sua molécula, há dois grupos hidroxila (OH) e dois grupos
carbonila (C = O). Por isso a dedução, se comparar-se com as Resposta 33: A
outras estruturas, de que suas interações intermoleculares com Apresenta-se a separação dos componentes de uma mistu-
a água, por causa das ligaçoes de hidrogênio, são mais intensas. ra, graças à diferença entre suas densidades e solubilidades.
 Biologia Patrícia Lopes Moura
Formada em Biologia pela Universidade Mackenzie e em Nutrição pela Universidade
Cruzeiro do Sul. Professora em cursinhos universitários em São Paulo.
SUMÁRIO
1. Vida e ciência.........................................48
2. Energia e matéria nos ecossistemas......49
3. Dinâmica das populações e das
comunidades biológicas............................49
4. Componentes da matéria viva...........50
5. Membrana celular, citoplasma e
processos energéticos...............................52
6. Núcleo e divisão celular......................53
7. Desenvolvimento dos animais...........55
8. Reprodução humana............................56
9. Sistemática e classificação biológica......58
10. Vírus e bactérias................................60
11. Algas, protozoários e fungos..........61
12. Doenças parasitárias humanas.....62
13. Reino Plantae......................................62
14. Animais invertebrados.....................63
15. Animais cordados..............................64
16. Nutrição, circulação sanguínea e
sistema imunitário......................................65
17. Respiração, excreção, revestimento e
sustentação...................................................67
18. Sistemas de integração e controle
corporal..........................................................68
19. Fundamentos da genética...............69
20. Fundamentos da evolução e teoria
evolucionista.................................................71
Referências bibliográficas.........................72
Exercícios......................................................73
Gabarito e comentários..............................80
1. VIDA E CIÊNCIA
O conhecimento científico é arquitetado, destruído e re-
formulado de maneira constante e tem por objetivo sempre
a busca por explicações para compreender a vida.
O planeta Terra é formado por quatro grandes domínios:
a atmosfera, composta pelas camadas de gases que circun-
dam nossos corpos; a hidrosfera, formada pelas massas de
água do planeta (rios, lagos, mares e oceanos); a litosfera,
que compreende a camada externa sólida da Terra constitu-
ída pelas rochas e pelo solo; e por fim a biosfera.
A biosfera é a porção biologicamente habitável do plane-
ta Terra; em outras palavras: são as regiões que os seres vivos
habitam no planeta. Ela compreende todos os ecossistemas
do planeta, as fossas abissais nos oceanos até os desertos
mais áridos do mundo. Comparativamente, a biosfera é mi-
núscula em relação ao tamanho do planeta Terra.
Os seres vivos habitam uma camada de 17km de espes-
sura, sendo que o diâmetro da Terra é de aproximadamen-
te 13000km.
A ciência tem como um de seus objetivos principais expli-
car os fenômenos da natureza, estabelecendo relações entre
os fatos de maneira clara e desenvolver ideias para que, cada
vez mais, sejam compreendidos os fenômenos naturais.
Foi no início do século XIX que os cientistas passaram a
utilizar o termo biologia.
Características dos seres vivos
Todos os seres vivos do planeta têm uma série de carac-
terísticas em comum, não importa se estamos falando de
uma bactéria minúscula, uma baleia azul enorme ou uma
árvore no seu jardim. Todos eles:
• possuem uma complexa composição química (prote-
ínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e íons);
• os elementos químicos que mais são característicos da
matéria viva são: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O),
nitrogênio (N) e, em uma proporção menor, fósforo (P) e en-
xofre (S);
• são formados por uma ou mais células;
• apresentam metabolismo;
• precisam se alimentar (nutrição);
• nascem, crescem, se reproduzem e morrem;
• apresentam hereditariedade;
• podem sofrer mutações;
• se adaptam às mudanças do meio ambiente.
A organização biológica vai possuir diferentes níveis
hierárquicos:
Átomos → moléculas → organelas celulares → tecidos
→ órgãos → sistema de órgãos → organismo → população
biológica → comunidade biológica → ecossistema →
biosfera
Origem do Universo e da vida na Terra
A teoria do big bang pretende explicar a origem do Uni-
verso que, de acordo com alguns estudiosos, teria ocorrido
há cerca de 13,7 bilhões de anos.
Já em relação ao surgimento da vida no planeta Terra,
além do criacionismo, existem outras teorias que foram pro-
postas, como a teoria da abiogênese, da biogênese, da pans-
permia e da evolução molecular.
Para exemplificar, Francesco Redi utilizou potes com ani-
mais mortos. Ele manteve um dos potes tampado com uma
gaze fina e o outro pote deixou aberto. Com isso, conseguiu
mostrar que as larvas nasciam dos ovos depositados por
moscas.
Experimento de Redi
Spallanzani foi além e, em suas pesquisas, observou que
um recipiente fechado podia se manter livre de vermes se
tivesse, em seu interior, líquido quente.
Pasteur, por sua vez, colocou caldo nutritivo em frascos
com formato de pescoço de cisne. Com isso, conseguiu pro-
var que havia proliferação de vermes só depois de quebrar-
-se o gargalho do recipiente, permitindo que o caldo ficasse
em contato com o ar.
Biogênese é a teoria aceita nos dias de hoje pela maioria
dos pesquisadores. De acordo com essa ideia, os seres vivos
se originam a partir de outro ser vivo e não podem surgir por
outros mecanismos que não a reprodução.
Existe uma teoria, chamada de panspermia que, segun-
do a qual, a vida não surgiu na terra, mas foi trazida por me-
teoros. No entanto, segundo a teoria da evolução molecular,
a vida surgiu na terra por meio de um processo de evolução
química, através da combinação de compostos inorgânicos,
que originaram moléculas mais complexas, partindo daí os
seres vivos.
Em 1953, Miller e Urey realizaram um experimento onde
simularam a atmosfera primitiva e por conta de compostos
inorgânicos obtiveram aminoácidos e outras moléculas or-
gânicas simples.
O “mundo de RNA” trata-se de uma hipótese que sugere
que os primeiros seres vivos possuíam como material gené-
tico o RNA. Os que defendiam essa ideia consideram que a
molécula inicial teria que cumprir dois papéis: controlar rea-
ções químicas e também ter “instruções” para que se produ-
zisse outras moléculas.
Mas o que mais se aceita hoje é que os primeiros seres
vivos seriam quimiolitoautotróficos, ou seja, seriam eles que
produziriam suas próprias substâncias orgânicas diante da
energia liberada por reações químicas dos compostos inor-
gânicos.
2. ENERGIA E MATÉRIA NOS
ECOSSISTEMAS
Os seres vivos necessitam de energia para realizar suas
atividades vitais e de moléculas orgânicas para construir o
próprio corpo. A disponibilidade de recursos como lumino-
sidade e temperatura define as características dos ecossiste-
mas no planeta.
Energia
Uma cadeia alimentar é um esquema linear de organis-
mos pelo qual flui a energia inicialmente captada pelos seres
autotróficos.
Uma teia alimentar, por sua vez, é formada por diferentes
cadeias alimentares interligadas. Os organismos podem ser
classificados de acordo com a posição que ocupam nesses
esquemas.
• Produtores: seres autotróficos, ou seja, que produzem
o próprio alimento a partir da energia proveniente de uma
fonte não orgânica; os produtores são os primeiros compo-
nentes de uma cadeia alimentar. Exemplos: as plantas, as al-
gas e as bactérias fotossintetizantes e quimiossintetizantes.
• Consumidores: seres heterotróficos, ou seja, que ob-
têm moléculas orgânicas a partir de outros seres vivos.
Exemplos: herbívoros, carnívoros e onívoros. Podem ser
classificados em consumidores primários, secundários e
assim por diante.
• Decompositores: grupo particular de consumidores
capaz de obter moléculas orgânicas a partir de organismos
mortos e excretas; os decompositores transformam a maté-
ria orgânica em moléculas inorgânicas, auxiliando na recicla-
gem dos elementos químicos nos ecossistemas. Exemplos:
bactérias e fungos.
A energia é transmitida em uma única direção nas cadeias
alimentares e diminui a cada elo da cadeia (nível trófico). Essa
redução acontece porque parte da energia obtida é utilizada
pelo próprio organismo para a realização de suas atividades e
na manutenção de seu metabolismo. Além disso, o organis-
mo não consegue utilizar toda a biomassa capturada.
Matéria
As moléculas orgânicas que formam a biomassa dos
seres vivos são formadas, principalmente, por átomos de
carbono, nitrogênio, oxigênio e hidrogênio. Os átomos pro-
venientes de fontes inorgânicas são incorporados nos ecos-
sistemas por alguns grupos de seres vivos e devolvidos para
o ambiente por outros grupos. Essa circulação de átomos de
diversos elementos químicos entre a biosfera e o ambiente
constitui os chamados ciclos biogeoquímicos da matéria.
Os combustíveis fósseis são formados a partir de lentas
transformações de restos de cadáveres de organismos que
viveram há muito tempo e que, sob certas condições am-
bientais, não sofreram decomposição, preservando parte da
energia química potencial originalmente captada do sol.
O gás carbônico (CO2) é a molécula inorgânica absorvida
pelos seres fotossintetizantes e liberada durante a respira-
ção e a fermentação. Na atmosfera, junto a outros gases, o
gás carbônico ajuda a manter o calor proveniente do Sol no
planeta. O aumento recente da concentração desse gás na
atmosfera, porém, resulta em problemas ambientais, como
a chuva ácida e o aquecimento global.
O gás nitrogênio (N2) pode ser fixado por meio de pro-
cessos industriais, como a fabricação de compostos nitroge-
nados que atuam como fertilizantes na agricultura. Na na-
tureza, certas bactérias participam da fixação do nitrogênio
atmosférico, na transformação e na devolução dos átomos
de nitrogênio ao ambiente.
O aumento da concentração de compostos nitrogenados
provenientes da utilização de fertilizantes ou da decomposição
de matéria orgânica (esgoto) em ecossistemas aquáticos pode
levá-los à eutroficação, que ocasiona a multiplicação de bacté-
rias aeróbias em decorrência do excesso de matéria orgânica
disponível no ambiente. Em consequência, a quantidade de
gás oxigênio disponível é drasticamente reduzida. A eutrofi-
cação também pode levar à maré vermelha, a proliferação de
dinoflagelados que produzem substâncias tóxicas para outras
populações, causando a morte de peixes, por exemplo.
Biomas terrestres
Algumas regiões do planeta apresentam vegetações
com características semelhantes por terem características
climáticas também semelhantes. O Brasil apresenta diversos
tipos de bioma. Os mais importantes, pela área que ocupam
e pela biodiversidade, são: floresta amazônica (hileia), flores-
ta pluvial costeira (floresta atlântica), floresta de araucárias,
cerrado, pampa, caatinga, floresta de cocais (babaçuais),
pantanal mato-grossense e manguezais.
3. DINÂMICA DAS POPULAÇÕES E DAS
COMUNIDADES BIOLÓGICAS
O estabelecimento de comunidades biológicas em um
ambiente depende da interação das populações entre si e
com os fatores abióticos do ecossistema.
Populações
Os indivíduos de uma mesma espécie que convivem em
uma determinada área geográfica formam uma população
biológica. As populações biológicas podem ser estudadas
por meio da análise da densidade populacional e das taxas
de crescimento.
Número de indivíduos da população (N)
Densidade (D) =
Unidade de área ou de volume (A)
N
D=
A tema ao longo do tempo é conhecido como sucessão eco-
Fórmula da densidade
O conjunto de relações e de atividades características da
espécie no local onde vive – como tipos de alimento, hábi-
tos, inimigos naturais, tipos de moradia, entre outros – cons-
titui seu nicho ecológico.
Cada espécie apresenta um potencial biótico, ou seja,
uma capacidade máxima de crescimento populacional em
certo período. Entre as características que determinam o
potencial biótico de uma espécie, podemos citar: tempo de
eclosão de ovos, número de filhotes por gestação etc.
O crescimento de uma população em determinado in-
tervalo de tempo resulta, fundamentalmente, da interação
de dois aspectos populacionais: a natalidade (número de
indivíduos que nascem) e a mortalidade (número de indiví-
duos que morrem) no período considerado.
Comunidades ecológicas
O ambiente em que vive determinada espécie ou comu-
nidade, com suas características físicas e biológicas, consti-
tui o hábitat. Por exemplo, quando dizemos que certa espé-
cie vive na praia e outra vive na copa das árvores, estamos
nos referindo aos habitats dessas espécies.
Toda espécie viva está adaptada ao seu habitat, man-
tendo relações com outras espécies e realizando uma série
de atividades características no local. Esse conjunto de in-
terações adaptativas de cada espécie no habitat constitui
seu nicho ecológico, que inclui desde os tipos de alimento
utilizados até as condições de reprodução, tipo de moradia,
hábitos, inimigos naturais, estratégias de sobrevivência etc.
Relações ecológicas
Uma comunidade biológica é formada pela interação de
duas ou mais populações biológicas. As interações existen-
tes entre populações de espécies diferentes (relação interes-
pecífica) e as existentes entre indivíduos de uma mesma es-
pécie (relação intraespecífica) podem ser classificadas como
harmônicas ou desarmônicas.
Nas relações harmônicas não há prejuízo para nenhum
dos envolvidos, ao passo que nas relações desarmônicas al-
guns indivíduos são prejudicados. Já as relações desarmô-
nicas, as interações vão influenciar no controle do tamanho
das populações biológicas.
Espécies invasoras são aquelas introduzidas em ecossis-
temas pela ação humana de modo voluntário (para fins co-
merciais, por exemplo) ou involuntário (presentes em lastro
de navios, por exemplo). Nesse novo ambiente, as espécies
invasoras estabelecem relações ecológicas desarmônicas
com as espécies nativas, podendo levá-las à extinção.
Sucessão ecológica
O processo de formação ou restauração de um ecossis-
lógica. As espécies pioneiras iniciam o processo de sucessão
ecológica. Elas possuem algumas características que vão
permitir seu desenvolvimento em ambientes menos favorá-
veis como ambientes com elevadas variações de temperatu-
ra e umidade.
Geralmente, indivíduos de espécies pioneiras apresen-
tam algumas características em comum: são autotróficos,
têm ciclo de vida curto, elevado número de filhotes e siste-
ma de absorção de água eficiente, entre outras.
A presença das espécies pioneiras modifica os fatores
abióticos do ecossistema. Isso favorece a sobrevivência de
outras espécies menos tolerantes no ambiente. Modifica-
ções sucessivas na comunidade biológica e nos fatores abi-
óticos de um ecossistema resultam em uma comunidade
estável, chamada comunidade clímax. Uma comunidade
clímax apresenta maior biodiversidade, a máxima biomassa
suportada pelo ecossistema e homeostase, isto é, a capaci-
dade de se manter estável apesar das variações ambientais.
Quando o processo de sucessão ecológica se inicia em um
ambiente sem nenhuma forma de vida prévia, fala-se em
sucessão primária. A colonização de ilhas vulcânicas pelos
seres vivos é um exemplo desse tipo de sucessão.
Atenção
Conceito de espécie
Os seres vivos são classificados em unidades chama-
das de espécies. O que diferencia, por exemplo, a espécie
do cachorro da espécie do gato? A primeira coisa que vem
em mente é a diferença física, mas o principal motivo é a ca-
pacidade de reprodução. Dois seres são da mesma espécie
quando eles são capazes de se reproduzirem e gerarem
descendentes férteis através de gerações.
Assim, podemos dizer que dois lobos pertencem a mes-
ma espécie se eles são capazes de se reproduzirem e gerar
filhotes férteis. E por sua vez seus filhotes, quando adultos,
se reproduzirem e gerarem mais descendentes.
4. COMPONENTES DA MATÉRIA VIVA
O avanço da microscopia permitiu conhecer um mundo
até então desconhecido: o mundo microscópico. As células
são as unidades morfológicas, fisiológicas e funcionais dos
seres vivos.
 A água desempenha diversas funções nos seres vivos.
Além de ser solvente universal, a água participa das reações
de hidrólise (exemplo: digestão dos alimentos), da transpira-
ção e da eliminação de excretas.
Sais minerais são moléculas inorgânicas, formadas por
íons. Dentre as várias funções, participam da coagulação do
sangue, da contração muscular, da condução do impulso
nervoso e do controle da pressão osmótica dos tecidos.
Proteínas são moléculas orgânicas formadas por amino-
ácidos. Existem 20 tipos de aminoácidos na natureza. Alguns
deles, o organismo humano é capaz de sintetizar (aminoáci-
dos naturais); outros devem ser captados pela alimentação
(aminoácidos essenciais).
Fórmula geral de um aminoácido
As proteínas podem diferir umas das outras nos seguin-
tes aspectos:
• pela quantidade de aminoácidos da cadeia polipeptí-
dica;
• pelos tipos de aminoácido presentes na ca-
deia;
• pela sequência em que os aminoácidos se
dispõem na cadeia.
Os tipos de aminoácido e sua sequência na
cadeia polipeptídica definem a estrutura primá-
ria da proteína, fundamental para a função que
a proteína vai desempenhar. A substituição de
um único aminoácido na estrutura primária de
certas proteínas pode prejudicar seu funciona-
mento.
Enzimas são proteínas que atuam como ca-
talisadores biológicos. Na definição dos quími-
cos, catalisador é uma substância que participa
de uma reação química, acelerando-a, porém
sem se desgastar ou se alterar no curso da reação, podendo
ser reutilizada.
Desnaturação é a perda da configuração tridimensional–
e, consequentemente, de função – da molécula proteica, por
alteração de temperatura e pH. As enzimas são altamente
específicas. Determinada enzima catalisa, em geral, um úni-
co tipo de reação. A especificidade enzimática pode ser ex-
plicada pelo modelo da chave-fechadura.
As proteínas, além do papel enzimático, desempenham
outras funções, como a de transporte (exemplo: hemoglo-
bina), estrutural (exemplo: colágeno e queratina), defesa
(exemplo: anticorpos), hormonal (exemplo: insulina), con-
tração (exemplo: actina e miosina) e reserva energética
(exemplo: ovoalbumina e caseína).
Lipídios são substâncias orgânicas cuja principal carac-
terística é a insolubilidade em água e a solubilidade em cer-
tos solventes orgânicos. A razão dessa insolubilidade é que
as moléculas de lipídio são apolares, isto é, destituídas de
carga elétrica e, por isso, não têm afinidade pelas moléculas
polarizadas da água.
São classificados de acordo com o tamanho da molécula:
os monossacarídeos são os mais simples (exemplo: glicose,
frutose e ribose); os dissacarídeos são formados por dois
monossacarídeos (exemplo: sacarose 5 glicose 1 frutose,
maltose 5 glicose1 glicose); e os polissacarídeos são cons-
tituídos por vários monossacarídeos (exemplo: amido, celu-
lose e quitina).
Glicídios, também chamados de carboidratos, hidratos
de carbono ou açúcares, são moléculas orgânicas constituí-
das fundamentalmente de átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio. A denominação hidrato de carbono ou carboidra-
to, hoje em desuso, deve-se ao fato de muitos glicídios apre-
sentarem átomos de hidrogênio e de oxigênio na proporção
de 2 4 1, tendo fórmula geral C(H2O).
Ácidos nucleicos recebem esse nome por seu caráter
ácido e por terem sido originalmente descobertos no núcleo
das células. A partir da década de 1940, são intensamente
estudados, uma vez que constituem os genes, responsáveis
pela herança biológica. Os nucleotídeos são encontrados no
núcleo celular, na mitocôndria, no cloroplasto, nos ribosso-
mos e também livres no citoplasma.
Há dois tipos de ácido nucleico: o ácido desoxirribonu-
cleico, conhecido pela sigla DNA (do inglês, desoxirribonu-
cleic acid), e o ácido ribonucleico, conhecido pela sigla RNA
(do inglês, ribonucleic acid).
O DNA é uma molécula formada por duas cadeias de
nucleotídeos (dupla-hélice). A ligação entre as duas cadeias
se faz pelo pareamento das bases nitrogenadas: adenina e
timina, citosina e guanina.
Nas células, a energia proveniente das moléculas orgâni-
cas do alimento é armazenada em moléculas de uma subs-
tância chamada trifosfato de adenosina. Essa substância,
abreviadamente denominada ATP (do inglês, adenosine tri-
phosphate), tem por função:
• captar a energia liberada nas reações exergônicas (ou
seja, aquelas que liberam energia) da degradação de ali-
mento;
• armazenar a energia em ligações moleculares de alto
poder energético;
• transferir energia para processos endergônicos (isto é,
que absorvem energia).
5. MEMBRANA CELULAR, CITOPLASMA
E PROCESSOS ENERGÉTICOS
A célula é uma entidade tridimensional. Internamente há
diferentes organelas, que agem integradamente para o fun-
cionamento do metabolismo celular.
Envoltório celular
A composição da membrana lipoproteica: duas camadas
de fosfolipídios com proteínas associadas (modelomosaico-
-fluido). Está presente em toda célula viva.
O glicocálix é um revestimento externo da membrana plas-
mática formado por glicolipídios e glicoproteínas, encontrado
em células animais e em alguns protozoários. Está envolvido
com a adesão celular e desempenha função imunogênica. A
parede celular localiza-se externamente à membrana plasmá-
tica e está relacionada principalmente à sustentação da célula
de vegetais, algas, fungos e bactérias. Em vegetais e em algas
é composta essencialmente por celulose.
Permeabilidade celular
A membrana plasmática apresenta permeabilidade sele-
tiva: controla a troca de substâncias entre os meios extra e
intracelular. Algumas substâncias entram livremente no ci-
toplasma e saem dele da mesma maneira, dependendo do
gradiente de concentração.
O transporte passivo é o deslocamento de substâncias a
favor do gradiente de concentração, sem gasto energético;
o transporte ativo é feito contra o gradiente de concentra-
ção e, por isso, utiliza energia (ATP).
Átomos, moléculas e íons, as partículas materiais,
movimentam-se constantemente, especialmente em
soluções líquidas e gasosas. Com isso, a partículas se espa-
lham, indo da região onde se encontram mais concentradas
(em quantidade relativamente maior) para regiões em que
sua concentração é menor. A isso dá-se o nome de difusão.
A difusão facilitada faz o processo passivo, ocorrendo a
favor do gradiente de concentração, mas depende da par-
ticipação de proteínas transportadoras localizadas na mem-
brana plasmática.
A osmose é um caso particular de difusão, no qual ape-
nas o solvente (água) se desloca através da membrana, uma
vez que ela é impermeável ao soluto (membrana semiper-
meável). Por exemplo, hemácias murcham quando coloca-
das em solução hipertônica.
A bomba de sódio-potássio mantém uma diferença de
concentração entre os meios extra e intracelular, com gasto
de energia (transporte ativo). Também depende de trans-
portadores proteicos da membrana plasmática. Por exem-
plo, a polarização de um neurônio.
Fagocitose é o englobamento de moléculas grandes ou
sólidas por meio da formação de pseudópodes (expansões
da membrana plasmática). Pinocitose é a captura de molé-
culas menores ou líquidas por meio de uma invaginação da
membrana, denominada canal de pinocitose.
Organização do citoplasma
As células eucariontes (encontradas em animais, vege-
tais, fungos e protoctistas) apresentam núcleo organizado
(envolto por carioteca), citoesqueleto e organelas membra-
nosas no citoplasma. Os seres procariontes (bactérias, princi-
palmente) não apresentam essas estruturas membranosas.
O citoesqueleto é uma rede citoplasmática de filamen-
tos proteicos, responsáveis pela organização e sustentação
interna da célula, além de atuar na adesão entre células vizi-
nhas e na movimentação celular.
Cílios e flagelos são estruturas derivadas dos centríolos,
envolvidas principalmente com a locomoção celular. Pela
hipótese endossimbiótica, mitocôndrias e cloroplastos ori-
ginaram-se de seres procariontes que estabeleceram uma
relação de mutualismo com células eucarióticas primitivas.
Respiração celular aeróbica
É um processo de produção de ATP que utiliza o gás
oxigênio, promovendo a degradação completa da glicose;
o rendimento energético é de cerca de 30 ATp/glicosecon-
sumida.
A equação geral do processo é:
C6H12O6 1 6O2 1 30ADP 1 30Pi → 6 CO2 1 6H2O 1 30 ATP
A respiração aeróbica é dividida em três etapas: glicó-
lise (ocorre no citosol), ciclo de Krebs (ocorre na matriz da
mitocôndria) e cadeia respiratória (ocorre na membrana
interna da mitocôndria).
Fermentação
É um processo anaeróbico de produção de ATP, promovendo
a degradação incompleta da glicose; o rendimento energético
é de 2 ATP/glicose consumida. Ocorre no citosol.
A fermentação láctica faz a transformação do ácido pi-
rúvico em ácido láctico. Quando se apresenta em estado de
exercício forte, promove o acúmulo de ácido láctico, causan-
do fadiga da fibra muscular.
Fermentação alcoólica: transforma o ácido pirúvico em
etanol e gás carbônico.
Fotossíntese
O processo de produção de matéria orgânica (glicose)
com a utilização da energia luminosa. Sua equação geral é:
A fotossíntese é dividida em duas etapas: a etapa foto-
química, que ocorre nos tilacoides, e a etapa química (ciclo
de Calvin-Benson), que ocorre no estroma do cloroplasto.
6. NÚCLEO E DIVISÃO CELULAR
Quando analisada ao nível microscópico, a divisão ce-
lular é um empreendimento fantástico. No núcleo de cada
uma de nossas células há 46 cromossomos, estruturas lon-
gas e finas nas quais se localizam os genes.
O núcleo celular é uma estrutura exclusiva de células
eucarióticas e possui alguns componentes básicos durante
a interfase (período sem divisão celular): a carioteca (enve-
lope nuclear), a cromatina (conjunto de cromossomos des-
condensados) e o nucléolo (região nuclear envolvida com a
síntese de ribossomos).
O núcleo celular é delimitado pela carioteca, também
chamada de envelope nuclear. A expressão “membrana nu-
clear” está em desuso, uma vez que a carioteca é uma estrutura
complexa, constituída por duas membranas lipoproteicas
justapostas. Em determinados pontos da carioteca, as duas
membranas unem-se em torno de poros, através dos quais
ocorrem trocas entre o núcleo e o citoplasma
Cromossomos eucarióticos
Em certos momentos do ciclo celular, os cromossomos
estão duplicados, sendo formados por duas cromátides-
-irmãs, unidas pelo centrômero. A posição do centrômero
identifica os diferentes tipos de cromossomos.
Os cromossomos das células eucarióticas têm a seguinte
estrutura básica: uma longa molécula de DNA que, em es-
paços regulares, dá duas voltas sobre um glóbulo constituí-
do por oito moléculas de proteínas denominadas histonas.
Cada glóbulo de histona com DNA enrolado ao redor é um
nucleossomo.
Nucleossomos vizinhos associam-se de tal maneira que
o fio cromossômico se enrola como uma mola helicoidal
altamente compacta. O fio cromossômico nesse grau de
enrolamento tem cerca de 30mg de espessura e é denomi-
nado fibra cromossômica, ou solenoide. Ao longo de seu
comprimento, a fibra cromossômica tem regiões especiais,
associadas a proteínas que dão sustentação “esquelética” ao
cromossomo. A fibra cromossômica associada a esse esque-
leto proteico chega a atingir cerca de 300mg de espessura.
Células diploides (2n) apresentam pares de cromosso-
mos homólogos; células haploides (n) têm apenas um re-
presentante de cada par (apenas um lote cromossômico).
O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie é
denominado genoma.
De modo geral, as células somáticas são diploides e os
gametas (células sexuais), haploides.
Tipos de cromossomos
Meiose
A meiose é um processo reducional de divisão celular:
as quatro células-filhas formadas têm a metade do número
de cromossomos da célula-mãe inicial. Isso ocorre porque
o processo meiótico envolve uma única duplicação cromos-
sômica (na fase S da interfase) com duas divisões nucleares
consecutivas (meiose I e meiose II).
A fase mais longa da meiose é a prófase I, que se divi-
de leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
A permutação, chamada de crossing-over ocorre entre os
cromossomos homólogos no paquíteno, sendo os quiasmas
visualizados no diplóteno, que é a fase seguinte.
Nos animais, a meiose é responsável pela formação dos
gametas; nos vegetais, pela formação dos esporos.
Fases da meiose

Ciclo celular e mitose

O ciclo celular é dividido em interfase e divisão celular. A
interfase representa cerca de 95% do tempo de vida de uma
célula, sendo subdividida nas fases S (fase de duplicação do
DNA), G1 e G2.
A divisão celular propriamente dita envolve processos
de divisão do núcleo (cario-
cinese) e do citoplasma (ci-
tocinese). A citocinese das
células animais é centrípeta
e a dos vegetais, centrífuga.
A mitose é um proces-
so equacional de divisão
celular: as duas células-fi-
lhas formadas têm a mesma
quantidade de cromosso-
mos que a célula-mãe inicial.
O processo mitótico com-
preende, essencialmente, as
fases de prófase, metáfase,
anáfase e telófase.
A mitose é relacionada
ao crescimento e à regene-
ração dos seres vivos. Além
disso, nos vegetais também
é o processo responsável
pela produção de gametas.

Não disjunção cromossômica na meiose
A não disjunção é a separação incorreta dos cromosso-
mos, podendo ocorrer tanto na anáfase da mitose como
nas anáfases (I e II) da meiose. Quando ocorre na meiose, é
responsável pela formação de gametas anormais, com falta
ou excesso de cromossomos: se ocorre na meiose I, todos os
gametas são anormais; se ocorre na meiose II, apenas meta-
de dos gametas fica comprometida.
Esses gametas anormais podem participar da fecunda-
ção, originando casos de alterações cromossômicas humanas,
como a síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), sín-
drome de Turner (perda de um cromossomo sexual – X0) e sín-
drome de Klinefelter (ganho de um cromossomo sexual – XXY).
Tipos de reprodução
A reprodução assexuada não envolve
mistura de material genético: um único in-
divíduo origina descendentes idênticos a si
mesmo. Exemplos: divisão binária (bipartição
ou cissiparidade), brotamento e estaquia.
A reprodução sexuada envolve a mistura
de material genético, com a fusão de gametas.
Se os gametas são provenientes de um mesmo indivíduo, fala-
-se em autofecundação; se foram produzidos por organismos
diferentes, é chamada fecundação cruzada. A reprodução se-
xuada é vantajosa evolutivamente, uma vez que gera variabi-
lidade genética.
A partenogênese é um processo no qual o óvulo sem
fecundação origina um novo indivíduo. Como não há fusão
de gametas, é considerada por muitos cientistas uma forma
assexuada de reprodução. Ocorre, por exemplo, em plantas,
peixes, insetos e répteis.
7. DESENVOLVIMENTO DOS ANIMAIS
Células embrionárias começam a multiplicar-se e a dife-
renciar-se a partir da formação do zigoto. Os diferentes tipos
de tecido, que fazem parte da composição do corpo dos ani-
mais, devem-se à especialização celular.
Gametogênese e fertilização
A gametogênese é o processo de formação dos game-
tas, que se dá por meiose de células germinativas 2n. Nos
machos, as células germinativas são denominadas esperma-
togônias e nas fêmeas, ovogônias.
A fertilização (ou fecundação) é a união do pronúcleo
masculino, proveniente do espermatozoide, como pronú-
cleo feminino, proveniente do óvulo. A união dos dois lotes
cromossômicos é denominada cariogamia e marca a forma-
ção do zigoto, a primeira célula do novo indivíduo.
Desenvolvimento embrionário animal
As fases principais do desenvolvimento embrionário são,
em sequência: zigoto, mórula, blástula, gástrula e nêurula.
Na fase de gástrula inicia-se o processo de diferenciação
celular, originando os folhetos germinativos. A maioria dos
animais é triblástica, ou seja, esses apresentam três folhetos
germinativos: ectoderme, endoderme e o mesoderme. Os
cnidários têm apenas dois folhetos (ectoderme e endoder-
me): são diblásticos. Na fase da gástrula, são formados tam-
bém o arquêntero e o blastóporo.
Quando o blastóporo embrionário origina a boca (pla-
telmintos, nematoides, moluscos, anelídeos e artrópodes),
temos os animais; já os animais deuterostômios são aqueles
cujo blastóporo originará o ânus (equinodermos e cordados).
O tubo nervoso e a notorcorda origina-se na fase de nêurula.
Tecido epitelial
O tecido epitelial, ou epitélio, caracteriza-se por apre-
sentar células intimamente unidas entre si, com pequena
quantidade de material intercelular. Os tecidos epiteliais não
são vascularizados, isto é, não apresentam vasos sanguíne-
os: eles recebem nutrição e oxigenação de tecidos conjunti-
vos vizinhos. Há dois tipos de tecido epitelial: de revestimen-
to e glandular.
O epitélio de revestimento é formado por células
firmemente unidas entre si e reveste a superfície externa do
corpo, órgãos e cavidades corporais internas. Graças a uma
grande união entre as células, os epitélios de revestimento
constituem barreiras eficientes à entrada de agentes invaso-
res e à perda de líquidos corporais.
Os epitélios de revestimento variam nos diferentes ór-
gãos e podem apresentar células de formas diversas (pris-
máticas, achatadas etc.). Além disso, podem ser formados
por uma ou mais camadas celulares.
Os epitélios glandulares surgem na fase embrionária
e dão origem às glândulas, que são conjuntos de células
especializadas em produzir e eliminar secreções, produtos
úteis ao organismo. Quanto à forma de eliminar a secreção,
as glândulas costumam ser classificadas em exócrinas e en-
dócrinas.
Glândulas exócrinas têm um canal para a saída das
secreções, que são eliminadas para fora do corpo ou em
cavidades internas de órgãos. Glândulas sudoríparas, por
exemplo, expelem sua secreção – o suor – para a superfície
externa da pele, ao passo que as glândulas salivares elimi-
nam sua secreção – a saliva – na cavidade bucal.
 Glândulas endócrinas não têm canal para a saída das
secreções, que são eliminadas diretamente no sangue. As
secreções das glândulas endócrinas são genericamente cha-
madas de hormônios. A glândula tireoidea (ou tireoide), por
exemplo, localizada na região do pescoço, produz e secreta
no sangue o hormônio tiroxina.
Tecido conjuntivo
Na verdade, não há um tipo específico de tecido conjun-
tivo, porque conhece-se por tecido conjuntivo uma gama
ampla de tecidos diferentes, que são agrupados nessa de-
nominação, como tecido conjuntivo frouxo, denso, adiposo,
cartilaginoso, ósseo e hematopoiético (formador das células
sanguíneas).
Os tecidos conjuntivos são formados por células (fibro-
blastos, adipócitos, osteócitos, macrófagos), fibras (coláge-
nas e elásticas) e matriz (também chamada substância fun-
damental amorfa).
Tecido muscular
O tecido muscular é constituído por células alongadas e
dotadas de alta capacidade de contração: são os miócitos,
ou fibras musculares. Miócitos contraem-se em razão do en-
curtamento de filamentos presentes em seu citoplasma − as
miofibrilas− constituídas principalmente pelas proteínas ac-
tina e miosina. Essas proteínas são moléculas filamentosas,
capazes de deslizar umas sobre as outras e encurtar as mio-
fibrilas, levando à contração da célula muscular.
O tecido muscular estriado cardíaco está presente em
apenas um local do corpo: o coração. As unidades que com-
põem esse tecido – as fibras estriadas cardíacas– são células
uninucleadas de formato alongado e com estrias transver-
sais, em virtude do padrão de organização dos filamentos de
actina e miosina em seu citoplasma.
Não há, porém, miofibrilas organizadas, como ocorre na
musculatura esquelética. A musculatura cardíaca tem con-
tração involuntária, contraindo-se independentemente de
nossa vontade.
O tecido muscular não estriado, também conhecido
como tecido muscular liso, ou ainda como tecido muscular
visceral, está presente em órgãos viscerais, como o estôma-
go, o intestino e o útero, em dutos de diversas glândulas e
nas paredes dos vasos sanguíneos, tanto das artérias quanto
das veias. Ele é formado por células uninucleadas, alonga-
das e com as extremidades afiladas, geralmente chamadas
de fibras musculares lisas, pois não apresentam a estriação
transversal característica de células musculares estriadas es-
queléticas e cardíacas.
Tecido nervoso
O tecido nervoso, presente no encéfalo, na medula es-
pinal, nos gânglios nervosos e nos nervos, é composto pe-
los neurônios, que representam cerca de 10% das células, e
pelos gliócitos, ou células gliais (antes denominadas neuró-
glias), que formam os outros 90%.
Neurônios são células especializadas na condução de
impulsos nervosos, que irão se propagar pela membrana
plasmática na forma de alterações elétricas. O neurônio tem
uma parte mais volumosa na qual se localizam o núcleo e
a maioria das estruturas citoplasmáticas – o corpo celular −
e prolongamentos citoplasmáticos finos que constituem as
neurofibras, ou fibras nervosas. Elas podem ser de dois tipos:
dendritos e axônio.
Os dendritos são prolongamentos ramificados do neurô-
nio que têm como principal função a recepção de estímulos
provenientes de outros neurônios ou de células sensoriais.
O axônio, na maioria dos neurônios, é mais longo que os
dendritos e pode ou não ser ramificado. Transmite impulsos
nervosos a outras células, principalmente para outros neu-
rônios e células musculares
8. REPRODUÇÃO HUMANA
Hormônios relacionados à reprodução
Os hormônios sexuais influenciam a formação da geni-
tália durante o desenvolvimento embrionário e, na puber-
dade, acentuam as diferenças entre homens e mulheres.
Os hormônios também induzem a formação dos gametas e
preparam o organismo para a reprodução.
O FSH (hormônio folículo-estimulante), na mulher, esti-
mula o crescimento do folículo ovariano; as células do folí-
culo produzem o estrógeno. No homem, o FSH estimula a
espermatogênese.
O LH (hormônio luteinizante), na mulher, é o princi-
pal hormônio responsável pela ovulação; também atua na
transformação do folículo ovariano rompido em corpo-lúteo
(corpo-amarelo). Além disso, o LH estimula o corpo-lúteo a
produzir progesterona. No homem, o LH estimula os testícu-
los a produzirem testosterona.
O FSH e o LH são gonadotrofinas secretadas pela hipó-
fise anterior (adeno-hipófise). A liberação dessas gonado-
trofinas é estimulada pela secreção hipotalâmica de GnRH
(hormônio liberador de gonadotrofinas).
Os ovários produzem o estrógeno e a progesterona. O
estrógeno estimula a proliferação das células do endomé-
trio uterino e é responsável pelas características sexuais
secundárias da mulher (desenvolvimento das mamas, alar-
gamento dos quadris e arredondamento das formas). A pro-
gesterona é o principal hormônio da gravidez, mantendo o
endométrio preparado para receber o embrião.
Os testículos produzem testosterona, que favorece a es-
permatogênese e controla as características sexuais secun-
dárias no homem (aparecimento da barba, espessamento
das pregas vocais, desenvolvimento da musculatura).
Ciclo menstrual
Na puberdade, a mulher entra na fase reprodutiva da
vida. O ciclo menstrual dura 28 dias, em média. O primeiro
dia do ciclo é o primeiro dia de menstruação, que pode du-
rar de três a sete dias.
Na primeira metade do ciclo, são notáveis os efeitos do
FSH e do estrógeno, responsáveis, respectivamente, pelo
crescimento e amadurecimento folicular e pelo espessa-
mento (proliferação) do endométrio.
Na metade do ciclo (aproximadamente no 14o dia), ocor-
re um pico de LH, o que ocasiona a ovulação (ruptura do folí-
culo ovariano maduro e liberação do ovócito secundário). O
folículo rompido se transforma em corpo-lúteo.
Na segunda metade do ciclo (14 dias restantes), o corpo-
-lúteo, estimulado pelo LH, mantém altos os níveis de proges-
terona, maior responsável pela manutenção do endométrio
Caso não ocorra a fecundação, a queda nos níveis de
progesterona (principalmente) ocasiona a descamação do
endométrio, processo chamado de menstruação.
Ciclo menstrual
Gravidez e parto
A fecundação normalmente ocorre na tuba uterina; o
zigotose desloca ao longo dela, sofrendo as primeiras cliva-
gens. No estágio de blastocisto (por volta do sétimo dia após
a fecundação), o embrião implanta-se na mucosa uterina,
caracterizando o processo de nidação.
O embrião recém-implantado produz o hormônio go-
nadotrofinacoriônica (HcG), que estimula o corpo-lúteo a
manter os níveis de progesterona e de estrógeno elevados,
impedindo a descamação do endométrio; não há, portan-
to, menstruação. O HCG pode ser detectado na urina, como
acontece nos testes de gravidez.
A partir do terceiro mês de gestação, aproximadamente,
a produção de HCG diminui de forma acentuada e a placen-
ta passa a produzir progesterona e estrógeno, garantindo a
manutenção do endométrio e permitindo a continuidade da
gravidez. A gestação (gravidez) dura, em média, nove meses.
A placenta é um órgão formado a partir das vilosidades
coriônicas do embrião, em associação com a mucosa uterina
materna. Está relacionada a várias funções, como nutrição,
troca gasosa, excreção, produção hormonal e defesa imuni-
tária. O feto se comunica com a placenta por meio do cordão
umbilical.
Na ocasião do parto, a musculatura uterina se contrai de
forma rítmica para expulsar o feto. Essas contrações são es-
timuladas pelo hormônio ocitocina, liberado pela hipófise
posterior (neuro-hipófise).
Gêmeos humanos
Os gêmeos monozigóticos (univitelinos) são formados a
partir de um único óvulo que foi fecundado por um único
espermatozoide. Ocorre, no entanto, uma divisão anormal
(separação de células) no embrião, originando dois indivídu-
os – ocasionalmente, mais de dois. Os gêmeos monozigóti-
cos são do mesmo sexo e geneticamente idênticos.
Os gêmeos dizigóticos (bivitelinos ou fra-
ternos) são formados quando a mulher, em
vez de liberar apenas um ovócito secundário,
como normalmente ocorre, libera dois ou
mais ovócitos no mesmo ciclo, sendo cada
um deles fecundado por um espermatozoide
diferente.
Esses gêmeos não são geneticamente
idênticos e podem ou não ser do mesmo
sexo.
Métodos contraceptivos
Prevenir-se da gravidez por meio de mé-
todos contraceptivos (ou anticoncepcionais)
é a forma mais difundida hoje para o plane-
jamento familiar.
Pílulas anticoncepcionais: combinação
adequada de hormônios progesterona e estrógeno sintéti-
cos, que inibem a secreção de FSH e LH pela hipófise, impe-
dindo a maturação do folículo e sua ovulação. São anovula-
tórios.
Diafragma: dispositivo colocado no fundo da vagina, im-
pedindo a entrada dos espermatozoides no colo do útero e,
consequentemente, na tuba uterina. Impede a fecundação.
• DIU: dispositivo intrauterino em formato de “T”, e impe-
de a nidação do embrião. Pode ser de material plástico ou
metálico.
• Vasectomia: processo cirúrgico de secção dos ductos
deferentes, impedindo a liberação de espermatozoides.
• Laqueadura: processo cirúrgico de secção das tubas
uterinas, o que impede a fecundação.
• Pílula do dia seguinte: contraceptivo de emergência,
devendo ser tomado até 72 horas depois da relação sexu-
al desprotegida. Os hormônios componentes da pílula atu-
am, basicamente, impedindo a ovulação (se esta ainda não
ocorreu), impedindo a implantação do embrião no útero e
afetando a mobilidade dos espermatozóides dentro do trato
reprodutor da mulher.
Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
Existem diferentes tipos de doenças sexualmente trans-
missíveis, mais conhecidas pela sigla DSTs. Como o nome
indica, todas elas se disseminam por meio do contato se-
xual. Há DSTs causadas por bactérias, como a sífilis e a go-
norreia; por vírus, como o herpes genital, a hepatite B, o
condiloma acuminado e a Aids; e por protozoários, como
a tricomoníase.
Algumas DSTs são difíceis de curar, mas, em todos os ca-
sos, há tratamentos que amenizam os sintomas ou podem
evitar a progressão da doença. Há DSTs curáveis, desde que
se procure rapidamente ajuda médica. O esclarecimento pú-
blico sobre os meios de prevenção e tratamento das DSTs é
fundamental para seu controle. Em alguns países há serviços
especializados em localizar e tratar portadores de doenças
sexualmente transmissíveis, de modo a evitar sua dissemi-
nação.
9. SISTEMÁTICA E CLASSIFICAÇÃO
BIOLÓGICA
Nos três últimos séculos, os biólogos vêm se empenhan-
do em desenvolver um sistema eficiente para organizar e
compreender a grande diversidade de formas de vida. Esse
sistema é chamado de classificação biológica, ou taxonomia,
e distribui os seres vivos em grupos hierárquicos, com gru-
pos menores incluídos em outros mais abrangentes.
O ramo da biologia que estuda a biodiversidade é cha-
mado sistemática e tem como objetivos descrever e batizar
os seres vivos com um nome científico; organizá-los de acor-
do com suas características e compreender os processos res-
ponsáveis pela existência da biodiversidade.
A sistemática apresenta seus resultados por meio da
classificação biológica, que é o sistema que organiza os se-
res vivos em categorias taxonômicas ou táxons. Esse sistema
de classificação baseia-se no grau de semelhança entre as
características estruturais e anatômicas dos seres vivos, e foi
proposto por Carl von Linée (Lineu).
Se um jovem estudante inglês imaginasse a figura de um
lobo, ele com certeza iria reconhecer o animal, mas ele não
o chamaria de lobo, mas sim de Wolf. E o mesmo se repetiria
se fosse um jovem francês, russo ou japonês; o lobo se tor-
naria loup, волк e , respectivamente. Como evitar
esse problema?
De acordo com Lineu, cada espécie de ser vivo deveria
ser nomeada com dois nomes, o primeiro em referência ao
seu gênero (que será explicado mais adiante) e o segundo
sendo uma característica daquele ser.
Existem algumas regras que devem ser obedecidas
quando utilizamos a nomenclatura binomial:
- sempre deve ser escrita em itálico ou sublinhado;
- os dois nomes devem ser escritos para corresponder
àquela espécie;
- a primeira letra do gênero sempre deve ser maiúscula e
a primeira letra do segundo nome geralmente é minúscula;
- caso o segundo nome seja uma homenagem ao cien-
tista que descobriu aquele ser vivo, a primeira letra pode ser
maiúscula.
Das espécies aos reinos
Para facilitar a classificação e os estudos dos seres vivos,
eles passaram a ser classificados em uma série de níveis que
vão os agrupando por semelhanças morfológicas, fisiológi-
cas e genéticas.
Como dito anteriormente, a unidade básica para classifi-
car um ser vivo é a espécie. No caso do lobo, ele é pertencen-
te à espécie Canis lupus. Se compararmos um cão (Canis fa-
miliaris) com um lobo, vamos observar muitas semelhanças,
no entanto eles não são capazes de se reproduzirem entre
si e gerarem descendentes férteis, por esse motivo eles não
são da mesma espécie. Mas são do mesmo gênero, no caso
o gênero Canis.
Se ainda continuarmos comparando o lobo e o cão com
uma raposa (Vulpes), novamente observaremos algumas se-
melhanças, mas menores comparadas entre as do lobo e do
cachorro. Assim a raposa não pertence ao mesmo gênero
Canis, mas sim ao gênero Vulpes, como evidenciado no seu
nome científico. Mas os três seres pertencem à mesma famí-
lia, Canidae.
Todos os cães, sejam eles domésticos ou selvagens per-
tencem à família Canidae. E se compararmos agora com um
urso (Ursus arctos), as semelhanças são menores, porque o
urso pertence à família Ursidae. No entanto, todos eles são
carnívoros, assim todos pertencem a ordem Carnívora.
E se compararmos agora todos com uma zebra (Equus
Burcelli) que é herbívora? Eles não pertencem a mesma or-
dem, no entanto todos eles apresentam pelos e glândulas
mamárias, sendo classificados na mesma classe, a dos Ma-
míferos.
E se junto a esse grupo de animais houver uma águia
(Haliaetus leucocephalus) pertencente à classe das aves e
um crocodilo (Crocodylus niloticus) pertencente à classe dos
répteis? Todos serão agrupados no filo dos cordados, que
são animais que apresentam notocorda, tubo neural dorsal
e fendas branquiais quando ainda são fetos.
Por fim, se diversos filos forem agrupados como os cor-
dados, artrópodes, equinodermos, anelídeos, moluscos, ne-
matelmintos, platelmintos, cnidários e poríferos obteremos
o reino Animal.
De acordo com essa classificação existem sete níveis
que partem de grupos mais específicos para grupos mais
abrangentes: espécie, gênero, família, ordem, classe, filo e
reino.

Os cinco grandes reinos

Existem cinco grandes reinos que abrangem todos os se-
res vivos no planeta.
• Reino Monera
São seres procariontes (células que não possuem núcleo Cogumelos do tipo champignon (Agaricus sp.), represen-
celular e organelas membranosas), unicelulares (compostos tante do reino Fungi
apenas por uma célula), autótrofos (capazes de produzir seu
próprio alimento) ou heterótrofos (devem obter seu alimento
• Reino Plantae
através da absorção ou digestão de nutrientes do ambiente)
Seres eucariontes, pluricelulares com tecidos organiza-
e seus principais exemplos são as bactérias e cianobactérias.
dos, autótrofos clorofilados e seus principais exemplos são
os musgos, samambaias, pinheiros e árvores frutíferas.

Bactéria Escherichia coli, representante do reino Monera

Lírio-d´água (Nymphae alba), representante aquático do
• Reino Protista reino Plantae
Seres eucariontes (células com núcleo organizado e de-
limitado por uma carioteca e presença de organelas mem-
• Reino Animalia
branosas), unicelulares ou pluricelulares (compostos por
Seres eucariontes, pluricelulares com tecidos organiza-
mais de uma célula) sem tecidos organizados, autótrofos
dos, heterótrofos por ingestão e é representado todos os
clorofilados ou heterótrofos e seus principais exemplos são
animais desde as esponjas do mar até o elefante africano.
os protozoários e algas.

Camaleão, pertencente à família Chamaeleonidade, do

Protozoário Amoeba proteus, representante do reino Pro-
reino animale
totista

• Reino Fungi Os vírus não estão incluídos em nenhum dos cinco rei-
Seres eucariontes, unicelulares ou pluricelulares sem te- nos, pois não apresentam células – são acelulares. São cons-
cidos organizados, heterótrofos por absorção e seus princi- tituídos por uma ou algumas moléculas de ácido nucleico
pais exemplos são os fungos, bolores e cogumelos. envoltas por um revestimento de proteínas.
10. VÍRUS E BACTÉRIAS
Vírus e bactérias são conhecidos por causar doenças no
ser humano e em outros seres vivos. O conhecimento acu-
mulado, entretanto, permitiu reconhecer que esses micro-
-organismos também podem ser usados em benefício da
humanidade.
Vírus
São seres extremamente pequenos e simples, constitu-
ídos principalmente por proteínas e ácidos nucleicos. Pelo
fato de só se reproduzirem no interior das células vivas e não
serem capazes de realizar nenhuma atividade quando estão
fora das células hospedeiras, são considerados parasitas in-
tracelulares obrigatórios.
Na partícula viral (vírion), o capsídio é um envoltório que
protege o ácido nucleico, que pode ser DNA ou RNA, depen-
dendo do tipo de vírus.
Qualquer vírus necessita da maquinaria bioquímica de
uma célula viva para conseguir se reproduzir. Após a infec-
ção viral (entrada do vírion na célula), a célula hospedeira
é usada para a multiplicação do material genético viral e
para a síntese de proteínas do capsídio. Os novos vírions são
expelidos da célula hospedeira, podendo ou não provocar
sua morte. O ciclo reprodutivo de um vírus em que a célula
hospedeira é rompida é chamado ciclo lítico. Quando o vírus
se multiplica sem causar a ruptura da célula hospedeira, o
ciclo recebe o nome de ciclo lisogênico.
Estrutura da partícula viral
O vírus HIV é o agente causador da Aids. Dentro do cap-
sídio desse vírus existem duas moléculas idênticas de RNA e
algumas moléculas da enzima transcriptase reversa, a qual
torna possível a produção de DNA viral a partir do RNA conti-
do no capsídio. Os vírus que possuem a transcriptase reversa
e, por isso, são capazes de produzir moléculas de DNA a partir
das moléculas de RNA, são conhecidos como retrovírus.
O vírus HIV usa algumas células do sistema imunitário,
principalmente as células CD4 (linfócitos T auxiliadores) para
sua reprodução. Os linfócitos T infectados perdem sua fun-
ção e a pessoa fica suscetível a infecções que não a atingi-
riam se estivesse sadia. Embora a Aids ainda não tenha cura,
um coquetel de drogas pode ser usado no tratamento das
pessoas portadoras de HIV. Essas drogas consistem em inibi-
dores da transcriptase reversa (impedindo ou interrompen-
do a síntese de DNA viral) ou das proteases virais (inibindo a
montagem de novos vírions).
que conferem resistência a antibióticos.
A célula bacteriana apresenta a maquinaria essencial
para a manutenção do metabolismo, como os ribossomos
– responsáveis pela síntese de proteínas bacterianas. Além
disso, apresenta um envoltório rígido – a parede bacteriana
– que define sua forma e a protege contra agentes externos.
Algumas bactérias podem apresentar cílios e flagelos – es-
truturas usadas para a movimentação celular.
As bactérias podem viver isoladas ou em agrupamentos
e as espécies diferem em relação ao metabolismo, ao forma-
to da célula e ao tipo de hábitat. Quanto à forma, as bacté-
rias são classificadas em coco, diplococo, sarcina, estrepto-
coco e estafilococo quando apresentam forma esférica; em
bacilo, diplobacilo, estreptobacilo e estafilobacilo quando
apresentam forma de bastonete; em vibrião quando apre-
sentam forma de vírgula e em espirilo se apresentam forma
espiralada.
Em virtude da fonte de energia e de átomos de carbo-
no para produção de moléculas orgânicas, as bactérias po-
dem ser classificadas em autotróficas – aquelas capazes de
alimento a partir do gás carbônico – e heterotróficas – que
necessitam de substâncias orgânicas captadas do ambiente
como fonte de átomos de carbono.
As bactérias fotoautotróficas são as autotróficas cuja
fonte de energia é a luz. As quimioautotróficas são as que
usam oxidações de compostos inorgânicos como fonte de
energia. As bactérias heterotróficas que utilizam a luz como
fonte de energia para a produção de seus compostos são
classificadas como foto-heterotróficas. As bactérias quimio-
eterotróficas obtêm energia e átomos de carbono a partir
dos compostos orgânicos que ingerem. A reprodução bac-
teriana pode ser assexuada por divisão binária, processo
no qual a bactéria duplica a matéria genética e se divide ao
meio, originando duas células idênticas. A esporulação é o
processo de formação de endósporos (estrutura de resistên-
cia a condições ambientais adversas, como calor intenso, fal-
ta de nutrientes essenciais ou água).
Classificação das bactérias

Bactérias
São unicelulares e procarióticas; dessa forma, o DNA bac-
teriano – conhecido como nucleoide – está imerso direta-
mente no citoplasma. Além do nucleoide, o citoplasma de
uma bactéria pode conter moléculas adicionais de DNA –
chamadas plasmídios –, que geralmente apresentam genes
 Embora as bactérias não apresentem reprodução sexua-
da, podem ocorrer recombinações gênicas, isto é, a mistura
de material genético entre indivíduos diferentes. A transfor-
mação bacteriana ocorre quando a bactéria absorve frag-
mentos de DNA dispersos no meio, e a transdução bacteria-
na, quando a bactéria recebe fragmentos de DNA de outra
bactéria por meio de vírus bacteriófagos.
A conjugação bacteriana consiste na transferência direta
de DNA entre duas bactérias por meio de uma estrutura de
conexão – o “pelo sexual”, ou pili.
Arqueas
Além das bactérias, existe outro grupo de seres unice-
lulares procarióticos: as arqueas. Esses seres vivem em am-
bientes inóspitos, como o tubo digestório de alguns animais
e lagos de água quente e ácida ou com grande concentra-
ção salina.
As arqueas eram conhecidas como arqueobactérias e
apenas recentemente foram diferenciadas das bactérias
por meio de técnicas de análise molecular. As bactérias e as
arqueas diferem quanto à constituição da parede celular e,
principalmente, na organização e funcionamento de seus
genes. As análises moleculares também indicaram que as
arqueas são evolutivamente mais relacionadas com os orga-
nismos eucarióticos do que com as bactérias.
Em propostas recentes de classificação, uma categoria
taxonômica acima dos reinos – os domínios – criaria três
agrupamentos: Bactéria, Archaea e Eukarya.
11. ALGAS, PROTOZOÁRIOS E FUNGOS
Esses grupos de seres vivos apresentam enorme diversi-
dade de formas e importância ecológica e econômica.
São seres vivos eucarióticos, que realizam fotossíntese
e vivem em ambientes aquáticos (água salgada, salobra ou
doce) ou em superfícies úmidas. Há espécies unicelulares e
multicelulares.
As algas multicelulares podem apresentar o corpo (cha-
mado talo) diferenciado ou não em estruturas que se asse-
melham a caules e folhas, mas, ainda assim, não apresentam
tecidos diferenciados, como ocorre nas plantas.
As algas reproduzem-se assexuada ou sexuadamente,
dependendo da espécie. Nas unicelulares, observa-se a divi-
são binária. Nas filamentosas, a reprodução assexuada pode
ocorrer por fragmentação do talo e desenvolvimento de no-
vos indivíduos a partir dos diversos fragmentos.
Existem, todavia, espécies unicelulares que podem se re-
produzir sexuadamente. Nesse caso, dois indivíduos madu-
ros e haploides se fundem, originando uma célula diploide
(zigoto). O zigoto, então, passa por uma divisão meiótica,
originando quatro novos indivíduos haploides.
O ciclo de alternância de gerações é observado em gran-
de parte das algas multicelulares e alterna gerações de in-
divíduos haploides (gametófitos) e indivíduos diploides (es-
porófitos).
Nos ambientes aquáticos, o fitoplâncton constituído pe-
las bactérias fotossintetizantes e pelas algas microscópicas,
é responsável pela maior parte do gás oxigênio na atmosfe-
ra do planeta.
Protozoários
São seres vivos unicelulares e heterótrofos que habitam
diferentes ambientes, como superfícies úmidas e ambientes
aquáticos ou parasitando organismos de animais inverte-
brados ou vertebrados.
As espécies de protozoários podem se reproduzir as-
sexuadamente por divisão binária ou por divisão múltipla,
caso em que a célula inicial multiplica seu núcleo inúmeras
vezes e depois origina várias células-filhas.
Com relação à reprodução sexuada, indivíduos haplói-
des maduros fundem-se formando um zigoto que, poste-
riormente, por meiose, origina novos indivíduos haploides,
aumentando a variabilidade genética de uma população da
espécie.
Algumas espécies de ciliados, como o paramécio, apre-
sentam um tipo de reprodução sexuada conhecido como
conjugação. Nesse processo, dois indivíduos fertilizam-se
reciprocamente, originando novas combinações genéticas.
Fungos
São seres vivos heterótrofos constituídos por filamen-
tos ramificados conhecidos como hifas. Dentro de uma hifa
existe o material celular do fungo e um ou dois núcleos, de-
pendendo do estágio do ciclo de vida. As paredes das hifas
são constituídas de quitina e um conjunto de hifas forma o
micélio. Algumas espécies de fungos produzem, durante a
reprodução sexuada, hifas especiais que recebem o nome
de corpo de frutificação.
A substância de reserva usada pelos fungos é o glico-
gênio. Existem espécies de fungos que são parasitas, mas a
maioria é saprofágica. No processo de nutrição, as hifas libe-
ram enzimas que digerem o material orgânico e, posterior-
mente, absorvem os produtos da digestão. Certas espécies
de fungos desenvolvem relações harmônicas mutualísticas
com outros organismos, como as micorrizas (associação en-
tre as raízes de algumas plantas e algumas espécies de fun-
gos) e os liquens (associações entre fungos e algas ou entre
fungos e cianobactérias).
A maneira mais simples de reprodução dos fungos é a
fragmentação do micélio (reprodução assexuada). Existe
também o processo de brotamento ou gemulação, em que
novos brotos formam-se e separam-se da célula original.
Muitas espécies ainda podem apresentar a esporulação,
que é a formação de esporos – células haploides e resistentes
que dão continuidade ao ciclo de vida quando encontram
ambientes com condições favoráveis. A reprodução sexuada
ocorre por um ciclo denominado haplobionte haplonte, no
qual os micélios vegetativos são haploides, a meiose é zigó-
tica e os esporos resultantes são haploides.
Os fungos, juntamente com as bactérias, são responsá-
veis pela decomposição da matéria orgânica, o que possibi-
lita a ciclagem dos nutrientes na natureza. Muitas espécies
servem de alimento para o ser humano ou são utilizadas na
fabricação de outros alimentos, graças ao processo de fer-
mentação que realizam.
Ciclo de vida de basiodimicetos
12. DOENÇAS PARASITÁRIAS HUMANAS
Há diversas espécies de parasitas, que causam doenças
em animais e em seres humanos. Os agentes envolvidos são:
O parasita, que é o agente causador de tal doença, e o
agente etiológico.
Quem carrega o parasita de um organismo para outro é
o vetor.
Quem abriga a fase assexuada/juvenil do parasita é o
hospedeiro.
Já quem abriga a fase sexuada/adulta do parasita é o
hospedeiro definitivo.
Doenças causadas por vírus
São de forma genérica chamadas de viroses. Certos ani-
mais são reservatórios naturais de alguns tipos de vírus e as
doenças transmitidas por eles são caracterizadas como zo-
onoses virais. Um exemplo de zoonose viral é a raiva, que é
transmitida, especialmente, pelos cães, gatos e também os
morcegos.
Outros exemplos de viroses são: Aids, catapora, caxum-
ba, dengue, febre amarela, gripe, hepatites A, B e C, polio-
mielite, rubéola, Sars, sarampo e varíola. Essas doenças
virais, muitas vezes, podem ser transmitidas pelo contato
entre uma pessoa ou animal infectados com um indivíduo
saudável, por meio de secreções (como o esperma, a saliva e
até mesmo o sangue).
Alguns vírus têm a capacidade de se manterem infec-
tantes mesmo depois de muito tempo fora do corpo de um
hospedeiro. Nesse caso, o reservatório é o ambiente. Mas
algumas doenças virais podem ser prevenidas através da
vacinação.
Doenças causadas por bactérias
Geralmente, as bactérias, ao penetrarem no hos-
pedeiro, instalam-se entre as células que estão nos
tecidos e nas superfícies e cavidades dos órgãos.
Mas também existem bactérias que são parasitas
intracelulares obrigatórios.
As bactérias oportunistas são aquelas que só
conseguem causar doença quando se encontra
o sistema de defesa do hospedeiro de forma de-
bilitada. São exemplos de doenças bacterianas:
botulismo, cólera, coqueluche, febre tifoide, febre
maculosa, gonorreia, leptospirose, meningite, me-
ningocócica, sífilis, tétano e também tuberculose.
O tratamento das infecções bacterianas é sem-
pre realizada com antibióticos. E a própria preven-
ção de doenças causadas por bactérias também é
feita através da vacinação.
Doenças causadas por protozoários
São de forma genérica chamadas protozooses. Como
exemplos, temos:
A doença de Chagas, também chamada tripanossomí-
ase americana. É causada pelo flagelado Trypanosoma cru-
zi, o tripanossomo. Foi o médico sanitarista brasileiro Carlos
Chagas (1878-1934) quem descreveu a doença, associou-a
ao parasita e desvendou seu ciclo de vida e modo de trans-
missão. Estima-se que 50 mil pessoas morram anualmente
no mundo em consequência da tripanossomíase.
Na malária, o próprio ser humano pode ser considerado
o hospedeiro intermediário além do mosquito, mas como o
hospedeiro que é definitivo no ciclo do protozoário.
Doenças causadas por vermes
São de forma genérica chamadas verminoses. Os consi-
derados principais vermes que podem infestar o organismo
humano são pertencentes ao filo Platyhelminthes (vermes
achatados) e Nemata (vermescilíndricos).
13. REINO PLANTAE
Os animais dependem direta ou indiretamente das plan-
tas, pois, para produzir suas substâncias orgânicas, neces-
sitam de matéria-prima e de energia captada por meio da
fotossíntese realizada pelos vegetais.
Briófitas
São plantas avasculares pequenas e de organização cor-
poral simples, que vivem em ambientes úmidos e sombrea-
dos. Estão divididas em três filos: Bryophyta (musgos), Hepa-
tophyta (hepáticas) e Anthocerophyta (antóceros). Possuem
órgãos primitivos que darão origem a raiz, caule e folha pre-
sentes nos outros grupos.
São avasculares, ou seja, não possuem vasos condutores
de seiva. Não possuem sementes, flores ou frutos (criptóga-
mas). Os principais exemplos são os musgos e as hepáticas.
Pteridófitas
Pteridófitas são plantas traqueófitas que não formam se-
mente e cujo gametófito se desenvolve independentemente
do esporófito. Alguns representantes de pteridófitas são as
samambaias e as avencas, utilizadas como plantas ornamen-
tais. Há espécies de grande porte, como os fetos arborescen-
tes comuns em matas úmidas, que atingem mais de 4m de
altura. Diversas pteridófitas são epífitas, ou seja, vivem sobre
outras plantas sem parasitá-las. Há poucas espécies aquáticas
de água doce, entre as quais a mais comum é a Salvinia molest.
Gmonospermas
São plantas que formam sementes – estruturas reprodu-
tivas que se constituem a partir do óvulo. As sementes das
gimnospermas não estão envolvidas por frutos (sementes
nuas). Essas plantas dividem-se em quatro filos: Conifero-
phyta (coníferas, como pinheiros e sequoias), Cycadophyta
(cicas), Gnetophyta (gnetófitas, como a efedra) e Ginkgo-
phyta (gincófitas, como a Ginkgo biloba).
Angiospermas
São as únicas plantas que apresentam flores e frutos.
Sendo a flor órgão sexual da planta. Quando um grão de pó-
len fecunda o óvulo que se localiza dentro do ovário na flor,
o óvulo fecundado se torna a semente e o ovário se desen-
volve e se torna o fruto.
O fruto e a semente permitem que as angiospermas se-
jam dispersadas por uma área bem maior que os outros gru-
pos de vegetais. Por possuírem flores, as angiospermas são
denominadas fanerógamas e por possuírem sementes são
classificadas como espermatófitas.
São vasculares ou traqueófitas, possuindo vasos condu-
tores de água e sais minerais (o xilema) e vasos que condu-
zem os açúcares produzidos pela fotossíntese (o floema).
Exemplos são a laranjeira, a rosa e o limoeiro.
Tipos de reprodução
Com reprodução assexuada temos o brotamento e a
fragmentação. Com reprodução sexuada, as samambaias e
as avencas que cultivamos como plantas ornamentais são
esporófitos, isto é, plantas produtoras de esporos. Quase
sempre é fácil identificar nas folhas de pteridófitas estru-
turas cor de ferrugem que constituem os esporângios, nas
quais os esporos se formam. As briófitas dependem da água
para completar seu ciclo de reprodução sexuada.
Nas giminospermas, a semente – estrutura reprodutiva
derivada do desenvolvimento do óvulo – foi a novidade
evolutiva das gimnospermas em relação às pteridófitas,
plantas que as antecederam no curso da evolução biológica.
Nas plantas, o termo óvulo designa a estrutura multicelu-
lar constituída de tecido diploide originário do esporófito
e pelo gametófito haploide, que se desenvolve a partir do
megásporo. Nos animais, o termo óvulo designa o gameta
feminino.
Em muitos aspectos, o ciclo de vida das angiospermas
assemelha-se ao das gimnospermas. Os órgãos reprodutores
das gimnospermas, entretanto, são os estróbilos, ao passo
que os das angiospermas são as flores. Nas gimnospermas,
as sementes encontram-se expostas sobre o esporofilo que
as produziu; nas angiospermas, as sementes desenvolvem-
-se dentro dos frutos.
Ciclo reprodutivo de uma samambaia
14. ANIMAIS INVERTEBRADOS
Os integrantes do reino Animal são seres pluricelulares,
eucariontes e heterótrofos.
São agrupados em diferentes filos: Porífera, Cnidária, Pla-
tyhelminthes, Nematelminthes, Mollusca, Annelida, Arthro-
poda e Echinodermata.
Animais diblásticos podem apresentar dois folhetos
germinativos (endoderme e o ectoderme); já os animais
triblásticos podem apresentar três folhetos germinativos
(ectoderme, endoderme e o mesoderme).
 Os animais triblásticos, de acordo com a sua organiza-
ção interna, podem ser acelomados (sem cavidade corporal,
onde se executa a cavidade digestória), pseudocelomados
(a cavidade corporal – pseudoceloma – situa-se entre a me-
soderme e a endoderme) e celomados (a cavidade corporal–
celoma – que é totalmente envolta pela mesoderme).
O sistema digestório em vários casos pode ser incom-
pleto (com uma única abertura) ou completo (com ânus e
boca). Alguns animais também são protostômios (o blastó-
poro do embrião que origina a boca); outros, porém, deute-
rostômios (o blastóporoque origina o ânus).
O sistema circulatório já pode ser aberto (quando o san-
gue sai dos vasos e cai nos espaços internos) ou também
fechado (quando o sangue sempre circula dentro de vasos).
O desenvolvimento dos animais também pode ser direto
(sem estágio larval) ou indireto (com estágio larval). Já no
caso dos insetos, os representantes são ametábolos (ou seja,
sem metamorfose. Por exemplo, a traça), ou também hemi-
metábolos (com metamorfose incompleta. Por exemplo, a
barata) e ainda holometábolos (metamorfose completa.
Exemplo: mosca e pernilongo).
Poríferos
Também chamados de esponjas, são animais sésseis
(ou seja, fixos) e dotados de poros. Ocupa, em sua maioria
ambientes aquáticos, principalmente o marinho. Não apre-
sentam tecidos verdadeiros e muito menos órgãos, porém
ainda assim apresentam divisão de trabalho entre as célu-
las. De acordo com a complexidade estrutural do porífero,
podemos dividi-lo em três tipos: áscon, sícon e lêucon. São
conhecidos como animais filtradores.
Organização do corpo de um porífero
Sua parede corporal é formada por poros (constituído
por porócitos), e seu interior possui uma cavidade chamada
de átrio e na extremidade oposta há uma abertura chamada
ósculo. A camada externa de revestimento é formada por pi-
nacócitos, que são células achatadas, e na camada interna as
células são os conócitos. O corpo dos poríferos são sustenta-
dos por espículas e entre as camadas internas e externas das
células fica o mesênquima.
A digestão é intracelular e a reprodução pode ser assexu-
ada (brotamento, regeneração ou gemulação) ou sexuada
(podendo ser monoicos ou dioicos). A fecundação é interna.
Cnidários
Também conhecido como celenterado, vivem em am-
bientes aquáticos (principalmente marinho). Na linha evo-
lutiva são os primeiros animais que apresentam cavidade
digestória e sistema nervoso. Outra característica marcante
deste grupo são as células urticantes (cnidócitos ou cnido-
blastos). Estão inclusos neste grupo as anêmonas-do-mar,
os corais, as hidras e as medusas.
Entre os cnidários, encontram-se as formas de pólipo e
medusa. O pólipo normalmente é fixo por uma extremidade,
tem aspecto cilíndrico e, na extremidade livre, uma boca ro-
deada de tentáculos. Medusa é livre-nadante e assemelha-se
a um guarda-chuva ou sino, tendo a boca em posição inferior.
Ao redor da boca, nas bordas do corpo pode ter tentáculos.
Se dividem em Hydrozoa (predomínio da forma pólipo - Hi-
dras), Scyphozoa (predomínio da medusa - Aurélia) e Anthozoa
(somente com pólipo - corais e anêmonas-do-mar).
Sua digestão é dividida em extracelular e intracelular, e
como a cavidade gastrovascular possui apenas um orifício,
o sistema digestório é incompleto ou sacular. O sistema ner-
voso é difuso. A reprodução pode ser assexuada ou sexuada,
com fecundação externa e desenvolvimento direto. Seu ci-
clo de vida é alternado, denominado metagênese.
15. ANIMAIS CORDADOS
Os cordados são animais triblásticos, celo-
mados e deuterostômios. O filo Chordata inclui
os protocordados e os vertebrados. São animais
que apresentam, pelo menos durante a fase em-
brionária, tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas
faringianas e cauda muscular pós-anal.
Protocordados
Há aqueles que não possuem crânio nem
vértebras. São os cordados primitivos, os
animais marinhos e filtradores. Fazem parte dos
protocordados os urocordados (ascídias) e os ce-
falocordados (anfioxos).
Os urocordados (também chamados tuni-
cados) são sésseis e têm o corpo revestido por uma túnica
protetora; podem formar colônias ou viver isoladamente.
A notocorda nesses animais se restringe à região caudal da
larva. Durante a metamorfose para a forma adulta, a cauda
regride e a notocorda desaparece completamente. A única
característica que assemelha os urocordados adultos aos
cordados é a presença de fendas branquiais. cas gasosas, sendo bastante fino e membranoso. Em aves e
Nos cefalocordados, a notocorda se estende da cabeça répteis, fica em contato direto com a casca porosa do ovo.
até a cauda. Seus representantes são os anfioxos, animais A placenta é uma estrutura exclusiva dos mamíferos, sendo
com estágio larval, que, quando adultos, vivem semienterra- constituída por vasos sanguíneos maternos e fetais.
dos no fundo oceânico, filtrando partículas alimentares pela Desempenha funções de nutrição, de excreção, de bar-
ação de numerosos cirros bucais. reira imunitária, de trocas gasosas e hormonal. É desenvol-
vida nos mamíferos placentários (exemplo: ser humano,
cão, cavalo), pouco desenvolvida ou ausente nos marsupiais
Vertebrados
(exemplo: canguru, coala, gambá) e ausente nos monotre-
São animais que apresentam crânio e vértebras. Esse gru-
mados (exemplo: ornitorrinco e equidna).
po inclui os ágnatos, os peixes cartilaginosos, os peixes ósse-
os, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos. Os ágnatos
são vertebrados desprovidos de mandíbula e têm a pele lisa, Relações filogenéticas dos vertebrados
sem escamas. São exemplos a lampreia e o peixe-bruxa. A partir de uma linhagem de peixes ósseos primitivos,
acredita-se que tenham surgido os primeiros tetrápodes
(animais com quatro membros). São tetrápodes os anfíbios,
Anexos embrionários dos vertebrados
os répteis, as aves e os mamíferos. Os primeiros tetrápodes
O desenvolvimento dos animais vertebrados caracteriza-
foram os anfíbios e com eles iniciou-se a conquistado am-
-se pela presença de anexos embrionários, que são estrutu-
biente terrestre.
ras associadas ao embrião. Os anexos embrionários podem
ser de quatro tipos: âmnio, saco vitelínico, alantoide e cório. Diagrama simplificado representando relações
O âmnio é uma bolsa embrionária que tem em seu in- filogenéticas entre alguns vertebrados
terior o líquido amniótico. Desempenha
papéis de proteção contra desidratação e
choques mecânicos. Os animais que apre-
sentam âmnio são denominados amniotas
e são os répteis, as aves e os mamíferos.
O saco vitelínico guarda a reserva nu-
tritiva do embrião (vitelo). É bastante de-
senvolvido em aves e répteis e pouco de-
senvolvido nos mamíferos. O alantoide é
o anexo relacionado à função excretora,
acumulando compostos nitrogenados re-
sultantes do metabolismo do embrião. Se-
cundariamente também tem função respi-
ratória (trocas gasosas).
No entanto, muitas características limitariam a inva-
são terrestre por esses animais, tais como pulmões pouco
Representação esquemática das partes de um ovo e desenvolvidos, tegumento pouco queratinizado e estágio
dos anexos embrionários larval aquático. A conquista definitiva do ambiente terres-
tre só ocorreu com o grupo de tetrápodes que teria surgido
depois dos anfíbios: os répteis. Entre as várias adaptações
ao ambiente terrestre, os reptilianos apresentam respiração
pulmonar eficiente, tegumento bastante queratinizado, fe-
cundação interna e, sobretudo, ovos protegidos por casca
calcária.
Acredita-se que, posteriormente, a irradiação adaptativa
dos répteis tenha originado a linhagem das aves e dos ma-
míferos.

16. NUTRIÇÃO, CIRCULAÇÃO

SANGUÍNEA E SISTEMA IMUNITÁRIO
Todo ser vivo precisa se alimentar para manutenção da
vida. Alguns conseguem produzir o próprio alimento, outros
O cório é o anexo mais estreitamente relacionado às tro- precisam ir buscá-lo, mas ambos necessitam de água, sais
minerais e alimentos para o bom funcionamento do orga-
nismo. Essa alimentação não deve ser realizada de forma de-
masiada, mas sim com consciência para que o metabolismo
não sofra alterações nocivas.
Alimentos são substâncias que, introduzidas no orga-
nismo, fornecem material para o crescimento e reparação
das perdas orgânicas ou energia para funcionamento dos
órgãos. Podem ser de origem mineral (inorgânica) ou de ori-
gem orgânica
Alimentos minerais
São alimentos provenientes da matéria bruta ou mineral:
água, sais minerais e oxigênio. A água é um alimento indis-
pensável à vida. No organismo, as funções são de grande
importância (composição dos tecidos; dissolver substâncias;
regular temperatura e eliminação de substâncias nocivas).
Os sais minerais são nutrientes inorgânicos que forne-
cem elementos químicos indispensáveis ao metabolismo.
Por exemplo, o ferro é utilizado na síntese de hemoglobina;
o cálcio e o fósforo participam da formação óssea.
mentos em substâncias assimiláveis pelas células. Há a di-
gestão mecânica e a química, da qual participam diversas
enzimas.
No duodeno também ocorre a ação da bile, produzida
no fígado. Os sais biliares emulsionam gorduras, facilitando
a ação da lipase pancreática.
No intestino delgado ocorre a absorção da maior parte
dos nutrientes digeridos. A presença de vilosidades aumen-
ta a capacidade de absorção dessa região. A formação das
fezes e a absorção de água e de sais minerais ocorrem, prin-
cipalmente, no intestino grosso.
Sistema digestório humano

Alimentos orgânicos
São provenientes dos animais ou das plantas. Compre-
endem: os glicídios, as proteínas, os lipídios e as vitaminas.
Carboidratos (Glicídios): alimentos de origem vegetal e
de grande valor energético, são representados pelos açúca-
res e os amidos.
Proteínas: alimentos de origem animal e vegetal, que
entram na formação de novas células e tecidos. As principais
fontes são: carne bovina, peixe, porco, ovos, leite, soja, feijão,
etc.
Gorduras: também chamados de lipídios, são alimentos
de origem animal e vegetal que tem grande utilidade no or-
ganismo como fornecimento de energia. Podem ser encon-
trado no leite, toucinho, manteiga, coco, amendoim, soja e
óleos de modo geral.
Sistema cardiovascular
O sangue é formado pelo plasma sanguíneo, que contém
Vitaminas água, gases, sais minerais e proteínas, e pelos elementos fi-
Para o bom funcionamento do organismo é necessário gurados, que são as células (glóbulos vermelhos e brancos)
que o indivíduo tenha em sua alimentação quantidades va- e os fragmentos celulares (plaquetas).
riadas de vitaminas. A falta das mesmas pode causar pertur-
As hemácias (glóbulos vermelhos) são anucleadas, ricas
bações graves no organismo, chamados de modo geral de
em hemoglobina e realizam o transporte de gases. Os leucó-
avitaminoses ou doença de carência.
citos (glóbulos brancos) são nucleados e responsáveis pela
As vitaminas são substâncias orgânicas que, embora se- defesa imunitária do organismo; as plaquetas (trombócitos)
jam requeridas em pequenas quantidades, são essenciais à são fragmentos celulares envolvidos na coagulação do san-
manutenção da saúde. O organismo humano não é capaz gue.
de produzi-las, de modo que devem ser obtidas por meio da
As artérias levam sangue do coração para o resto do
alimentação.
corpo. As veias levam sangue dos órgãos e tecidos para o
coração. As veias de maior calibre apresentam válvulas para
Sistema digestório evitar o refluxo sanguíneo. Os capilares são vasos muito fi-
Compõe-se do tubo digestório e de algumas glândulas nos que possibilitam a troca de materiais entre o sangue e
associadas. A digestão transforma os componentes dos ali- os tecidos.
Fisiologia da circulação
O sangue venoso é rico em gás carbônico e pobre em gás
oxigênio; o sangue arterial é rico em gás oxigênio e pobre
em gás carbônico. Os dois tipos de sangue passam pelo co-
ração humano, mas não se misturam – circulação completa.
O sangue venoso proveniente dos tecidos chega ao cora-
ção pelo átrio direito, passa para o ventrículo direito e é leva-
do aos pulmões, onde é oxigenado. Dos pulmões, o sangue,
agora arterial, retorna ao coração pelo átrio esquerdo, pas-
sando para o ventrículo esquerdo, de onde é impulsionado
de volta aos órgãos e tecidos.
A circulação humana é dupla, pois o sangue passa duas
vezes pelo coração: a pequena circulação ocorre entre o co-
ração e os pulmões e a grande circulação, entre os demais
órgãos e o coração. A movimentação do sangue pelo corpo
é mantida pelas contrações rítmicas do músculo cardíaco.
Sístole é a contração do miocárdio e diástole, seu relaxa-
mento.
Coagulação sanguínea
Quando ocorre uma lesão, o organismo promove uma
série de eventos que culminam na coagulação sanguínea,
que tem a função de conter a hemorragia.
Coagulação sanguínea
SOLÚVEL
INSOLÚVEL
INIBIÇÃO DA
HEPARTINA COM
VERSÃO
PROTROMSINA
RETIRA DOIS
AMINOÁCIDOS
Sistema imunitário
Qualquer substância (ou organismo) que desencadeie
uma resposta imunitária é chamada antígeno. Os macró-
fagos (monócitos) e os neutrófilos são as principais células
fagocitárias do sistema imunitário, constituindo a primeira
resposta a uma infecção.
Os linfócitos T são os leucócitos fundamentais para a
defesa, atuando diretamente no combate ao antígeno e
também coordenando e estimulando outros leucócitos. Os
linfócitos B (plasmócitos) são responsáveis pela produção de
anticorpos. A reação antígeno-anticorpo é altamente espe-
cífica.
A imunização pode ser ativa – quando o próprio organis-
mo é estimulado a produzir anticorpos – ou passiva– quan-
do o organismo recebe os anticorpos prontos, produzidos
por outro ser vivo.
17. RESPIRAÇÃO, EXCREÇÃO,
REVESTIMENTO E SUSTENTAÇÃO
Sistema respiratório
O sistema respiratório humano é constituído por um par
de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para
dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos
são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia,
os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos
localizados nos pulmões.
A respiração celular – processo que ocorre no interior das
mitocôndrias – é responsável pela obtenção de energia que
será utilizada pela célula em seus processos vitais. Para isso,
é necessária a captação do gás oxigênio feita pelo sistema
respiratório na respiração pulmonar.
O sistema respiratório humano compõe-se de um par
de pulmões e das vias respiratórias (cavidades nasais,
boca, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquío-
los). Os pulmões são formados por milhares de alvéolos
pulmonares, recobertos por capilares sanguíneos. A pro-
ximidade entre o sangue circulante e o ar
alveolar permite que ocorra a troca gasosa
entre eles, processo chamado hematose.
Nos alvéolos pulmonares, o sangue venoso
é transformado em sangue arterial. A venti-
lação pulmonar envolve a inspiração (entra-
da de ar nos pulmões) e a expiração (saída
de ar dos pulmões).
Na inspiração, os músculos intercostais e o
o diafragma se contraem; o diafragma desce
e as costelas sobem, aumentando o volume
torácico e diminuindo a pressão interna. Em
FIBRINA consequência, o ar entra nos pulmões. Na
expiração, os músculos intercostais e o dia-
fragma relaxam; o diafragma se eleva, dimi-
nuindo o volume torácico e aumentando a
pressão interna, o que força a saída de ar dos pulmões.
Os gases que participam da respiração são transporta-
dos pelo sangue. O gás oxigênio é transportado principal-
mente associado à hemoglobina, no interior das hemá-
cias. O gás carbônico é transportado, principalmente, na
forma de íons bicarbonato (HCO23) dissolvidos no plasma
sanguíneo.
Os movimentos respiratórios são controlados pelo bul-
boencefálico e pela medula espinal. Alterações, sobretudo
na concentração de gás carbônico do sangue, são detec-
tadas pelo sistema nervoso, que então regula a frequência
respiratória.
Sistema urinário
A degradação celular de compostos nitrogenados (ami-
noácidos e ácidos nucleicos, principalmente) origina amô-
nia, que é transformada em ureia pelo fígado. A ureia pre-
sente na circulação sanguínea é removida do organismo
pelos rins e eliminada na urina, com outros metabólitos.
O sistema urinário humano é composto por um par de rins
e pelas vias uriníferas (um par de bacinetes, um par de ure-
teres, bexiga urinária e uretra). A unidade filtradora dos rins
é o néfron. Os néfrons retiram do sangue substâncias tóxicas
(como a ureia) ou outras substâncias que estejam em exces-
so; ao mesmo tempo, reabsorvem substâncias úteis, que são
devolvidas à circulação sanguínea (como glicose, sais e água).
Em condições normais, toda glicose é reabsorvida e de-
volvida à circulação sanguínea. Em pacientes com diabete
mellitus, parte da glicose em excesso no sangue é eliminada
pela urina.
A regulação hormonal do volume urinário é feita, prin-
cipalmente, pelo hormônio antidiurético (ADH), produzido
pelo hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise. Esse hor-
mônio aumenta a reabsorção de água nos túbulos renais,
reduzindo a diurese (ou seja, leva à produção de um menor
volume urinário). Substâncias como bebidas alcoólicas blo-
queiam a ação do ADH, aumentando o volume urinário.
Sistema tegumentar
É responsável pelo revestimento corporal, garantindo
proteção e isolamento necessários ao funcionamento ade-
quado dos demais sistemas corporais internos. É responsá-
vel também pela manutenção da temperatura corporal e
tem função sensorial, captando estímulos mecânicos, térmi-
cos ou dolorosos por meio dos receptores cutâneos.
A pele humana é formada pela epiderme e pela derme,
associada à hipoderme (tecido conjuntivo frouxo rico em
células adiposas). Pelos, unhas e glândulas são anexos pre-
sentes na pele. A epiderme é um tecido epitelial formado
por várias camadas de células sobrepostas, sem vasculariza-
ção. A camada mais externa é constituída por células mortas
equeratinizadas.
A derme é formada por tecido conjuntivo, rica em vasos
sanguíneos, terminações nervosas (participam do sentido
do tato) e glândulas (sebáceas e sudoríparas, por exemplo).
Sistema muscular
No corpo humano há três tipos de músculo: liso (ou não
estriado), estriado cardíaco e estriado esquelético. Os mús-
culos estriados esqueléticos constituem a maior parte da
massa corporal humana.
No citoplasma de uma célula muscular há filamentos
contráteis, formados principalmente pelas proteínas actina
e miosina. Nas fibras estriadas, esses filamentos estão orga-
nizado sem unidades contráteis, denominadas sarcômeros
(ou miômeros).
A chegada de um impulso nervoso promove a libera-
ção de íons cálcio no citoplasma da célula muscular; com o
ATP, o cálcio induz o deslocamento dos filamentos de actina
sobre os de miosina, encurtando o sarcômero e levando à
contração muscular. Quando o estímulo nervoso cessa, os
íons cálcio são retirados do citoplasma, a actina se separa da
miosina e a fibra muscular relaxa.
As células musculares armazenam grande quantidade de
glicogênio (reserva energética) e gás oxigênio, associado à
mioglobina. Durante exercício físico intenso, o gás oxigênio
disponível para as fibras musculares pode não ser suficiente.
Nessas ocasiões, essas células produzem ATP por meio
da fermentação láctica, processo que gera ácido láctico,
responsável pela fadiga muscular. As fibras esqueléticas de
contração lenta (fibras do tipo I) são ricas em mitocôndrias
e mioglobina, apresentando metabolismo essencialmente
aeróbico e coloração avermelhada.
As fibras de contração rápida (fibras do tipo II) têm pou-
cas mitocôndrias e mioglobina, apresentando metabolismo
principalmente anaeróbico e coloração esbranquiçada.
Sistema esquelético
O esqueleto humano é essencialmente ósseo, desempe-
nhando funções como proteção, sustentação, movimenta-
ção, reserva de cálcio e fósforo e local de produção de célu-
las sanguíneas (a medula óssea hematopoiética se localiza
no interior de ossos humanos, como do esterno e do fêmur).
Uma pessoa adulta tem 206 ossos. O esqueleto humano
pode ser dividido em esqueleto axial (ossos da cabeça e da
coluna vertebral) e esqueleto apendicular (ossos dos braços
e das pernas). Esses dois esqueletos estão unidos pelos os-
sos dos cíngulos dos membros (ou cinturas articulares).
18. SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO E
CONTROLE CORPORAL
O sistema nervoso integra e coordena o organismo e,
aliado ao sistema endócrino, permite mudanças fisiológicas
rápidas, visando à adaptação do corpo ao ambiente e à ma-
nutenção da homeostase.
Impulso nervoso
É a propagação de um potencial de ação ao longo do
neurônio que, de modo geral, ocorre num único sentido:
dos dendritos ao axônio.
O neurônio é o principal componente do sistema nervo-
so. Em repouso, essa célula apresenta a face interna da mem-
brana eletricamente negativa em relação à sua face externa.
Essa diferença de potencial elétrico é chamada potencial de
repouso e, nesse caso, o neurônio encontra-se polarizado.
Quando o neurônio é estimulado, ocorre a inversão dessas
cargas (despolarização), o que gera um potencial de ação
(a face interna da membrana se torna momentaneamente
mais positiva que a face externa). Esse desequilíbrio é con-
trolado principalmente pelos íons de sódio e de potássio.
Sinapse nervosa
É a região de proximidade entre dois neurônios ou entre
um neurônio e um órgão efetuador (músculos, por exem-
plo), pela qual ocorre a transmissão do impulso nervoso.
Se a sinapse é entre dois neurônios, ocorre normalmente
entre o axônio de uma célula e o dendrito da outra. Na sinap-
se, não existe contato físico entre as partes: a “comunicação”
é feita por mediadores químicos, os neurotransmissores.
Acetilcolina, adrenalina e serotonina são exemplos de
neurotransmissores.
Sistema nervoso central
É formado pelo encéfalo e pela medula espinal. É
envolvido por membranas, denominadas meninges (dura-
-máter, aracnoide e pia-máter) e pelo líquido cefalorraqui-
diano (entre a aracnoide e a pia-máter). Estruturas ósseas,
como a caixa craniana e a coluna vertebral, protegem o en-
céfalo e a medula espinal, respectivamente.
O encéfalo pode ser subdividido em cérebro, cerebelo
e bulbo. O cérebro coordena a inteligência, as emoções e
os órgãos do sentido e está relacionado ao aprendizado e
à memória. O cerebelo está envolvido com a coordenação
dos movimentos, o tônus muscular e o equilíbrio do corpo;
o bulbo, também chamado medula oblonga, é o centro car-
diorrespiratório.
A medula espinal funciona como centro de transmissão
e integração de informações, intermediando a comunicação
entre o corpo e o encéfalo. Também é responsável por co-
mandar respostas nervosas rápidas e involuntárias, conheci-
das como reflexos medulares.
Sistema nervoso periférico
É formado por nervos (conjunto de axônios e/ou
dendritos) e gânglios (dilatações dos nervos, formadas por
um conjunto de corpos celulares de diferentes neurônios).
O aferente (nervo sensitivo), formado por fibras sensiti-
vas que transportam o sinal da periferia do corpo para os
órgãos de processamento (SNC). O nervo motor (eferente)
é formado apenas por fibras motoras, conduzindo sinais do
SNC para os órgãos efetores. Quando o nervo possui fibras
sensitivas e motoras, é denominado nervo misto.
O SNP pode ser somático (voluntário) ou autônomo (in-
voluntário). O SNP autônomo pode ser dividido em simpáti-
co e parassimpático, que têm ações antagônicas. O SNP au-
tônomo simpático tem como neurotransmissores principais
a adrenalina e a noradrenalina, ao passo que o SNP autôno-
mo parassimpático secreta, essencialmente, acetilcolina.
Sentidos
Os órgãos dos sentidos são, essencialmente, os olhos, as
orelhas, o nariz, a língua e a pele. Esses órgãos contêm re-
ceptores nervosos, que convertem estímulos como luz, som
e substâncias químicas em impulsos nervosos que são inter-
pretados pelo SNC.
Os sentidos são, basicamente, a visão, a audição, o olfato,
o paladar, o tato e o equilíbrio.
Sistema endócrino
É formado pelas glândulas endócrinas, responsáveis pela
produção e secreção dos hormônios. Apesar de os hormô-
nios serem transportados pelo sangue e atingirem todas as
células do corpo, essas substâncias químicas atuam somente
em determinadas células, chamadas células-alvo, que apre-
sentam, na superfície externa de sua membrana plasmática,
receptores hormonais específicos.
19. FUNDAMENTOS DA GENÉTICA
Conhecer os princípios da genética, benefícios e eventu-
ais riscos que podem advir desse conhecimento é importan-
te para o cidadão que deseja participar conscientemente da
discussão de temas relativos à cidadania, como a utilização
de alimentos geneticamente modificados e a terapia gênica,
entre outros.
Conceitos básicos
Genes são trechos da molécula de DNA com informa-
ções que, em geral, codificam uma proteína. Alelos são as
variações dos genes. Essas versões de um mesmo gene co-
dificam proteínas diferentes e, por isso, podem determinar
características diferentes. O indivíduo é homozigoto quando
seus alelos são iguais e heterozigoto quando seus alelos são
diferentes.
Fenótipo refere-se às características observáveis de um
ser vivo. São exemplos de fenótipos: cor das flores de uma
planta, tipo de suas folhas, cor da pelagem de um animal,
tipo sanguíneo de uma pessoa etc.
Genótipo designa a composição de alelos do indivíduo.
Uma planta tem alelos que determinam a flor vermelha ou
uma pessoa tem alelos para um dado tipo sanguíneo – esses
exemplos referem-se ao genótipo.
Princípios gerais da hereditariedade
Os princípios gerais da hereditariedade, estabelecidos
no início do século XX, podem ser resumidos nos seguintes
pontos:
a) os filhos herdam dos pais “instruções genéticas”, os ge-
nes, a partir das quais desenvolvem suas características;
b) os genes são transmitidos de geração a geração pelos
gametas;
c) cada gameta contém um conjunto completo de genes,
típico da espécie;
d) os genes ocorrem aos pares em indivíduos diploides,
originados pela fusão de dois gametas, um proveniente da
mãe e o outro, do pai;
e) as duas versões de cada gene, uma recebida do pai e
outra da mãe, podem ser iguais ou diferentes entre si. Elas
são denominadas alelos e não se misturam no filho, separan-
do-se quando ele forma gametas.
Gregor Mendel, em 1865, apresentou as ideias básicas
para o desenvolvimento da genética. O mérito de Mendel
foi ter descoberto que as características dos seres vivos são
herdadas segundo regras bem-definidas e ter proposto uma
explicação para a existência dessas regras, mesmo sem ter
informações sobre as bases citológicas e moleculares dos
alelos que, na época, eram chamados de fatores.
Em seu trabalho, Mendel observou padrões na transmis-
são das características ao analisar as proporções fenotípicas
obtidas por meio de cruzamentos de diferentes linhagens
de ervilhas.
Primeira lei de Mendel ou lei da segregação: ao cru-
zar duas linhagens puras de ervilhas (chamadas parentais),
todos os descendentes (F1) eram iguais a um dos parentais.
Essa característica foi chamada dominante, ao passo que
aquela que não foi expressada recebeu o nome de recessiva.
O cruzamento da geração F1 entre si (por autofecundação)
produzia descendência na proporção de três indivíduos de
fenótipo dominante para cada indivíduo com a característi-
ca recessiva.
Para explicar isso, Mendel sugeriu que cada uma dessas
características era determinada por um par de fatores herda-
dos em igual proporção do pai e da mãe (das plantas paren-
tais). Esses fatores se separavam na formação dos gametas
e, no processo de fecundação, a reunião desses fatores era
aleatória, podendo acontecer na mesma proporção.
Segunda lei de Mendel ou lei da segregação inde-
pendente: A segregação independente dos alelos de dois
ou mais genes é explicada pelo fato desses pares de alelos
em questão estarem localizados em diferentes pares de cro-
mossomos homólogos, que se separam com total indepen-
dência uns dos outros no processo da meiose.
Padrões de herança
Na herança dominante basta um alelo do gene (chama-
do dominante) para a manifestação da característica. Na
herança recessiva, a característica só se manifesta quando o
alelo (considerado recessivo em relação ao outro) se encon-
tra em homozigose (em dose dupla). No cruzamento de dois
indivíduos heterozigotos, a proporção fenotípica encontra-
da na descendência é de 341.
Na dominância incompleta, o fenótipo dos indivíduos
heterozigotos é intermediário, em termos quantitativos, en-
tre os fenótipos dos dois homozigotos. No cruzamento de
dois indivíduos heterozigotos, a proporção fenotípica en-
contrada é de 14241 (homozigoto dominante, heterozigoto
e homozigoto recessivo, respectivamente).
Na codominância, os dois alelos diferentes de um gene
se expressam fenotipicamente no indivíduo heterozigoto.
Nesse caso, o indivíduo apresenta as características presen-
tes nos indivíduos homozigotos para um alelo e para outro.
No cruzamento de dois indivíduos heterozigotos, a propor-
ção fenotípica obtida é 14241. A proporção é a mesma da
encontrada na dominância incompleta, sendo possível dife-
renciá-las apenas pelo fenótipo do heterozigoto.
Alelos letais são aqueles que afetam a sobrevivência ou
a capacidade reprodutiva de seus portadores. Em certos ca-
sos, basta um alelo letal no genótipo para causar a morte do
portador; em outros, a letalidade ocorre somente quando o
alelo se encontra em condição homozigótica.
No cruzamento de dois indivíduos heterozigotos, a leta-
lidade só deve acontecer em homozigose e, por isso, a pro-
porção fenotípica obtida desse cruzamento é 241.
Alelos múltiplos ocorrem quando um gene apresenta
mais de duas formas alélicas na população. No entanto, cada
indivíduo possui, no máximo, duas dessas versões. A propor-
ção fenotípica obtida do cruzamento de dois heterozigotos
depende das relações de dominância entre os alelos envol-
vidos. Algumas características podem ser determinadas por
dois ou mais genes. Isso acontece na interação gênica e na
herança quantitativa.
Genética molecular e biotecnologia
Os conhecimentos sobre o material hereditário permiti-
ram o avanço nas técnicas de biotecnologia, como melhora-
mento genético de plantas e animais, transgenia, clonagem
e identificação de pessoas pelo DNA.
O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula or-
gânica constituída por duas cadeias enroladas entre si, for-
mando uma estrutura helicoidal. Cada uma dessas cadeias é
formada por nucleotídeos ligados em sequência.
Os nucleotídeos são formados por uma base nitrogena-
da, um grupo fosfato e um açúcar (no caso do DNA, o açúcar
é a desoxirribose). A ligação entre as duas cadeias da molé-
cula de DNA se dá por meio de ligações de hidrogênio entre
as bases nitrogenadas. As cadeias tornam-se complementa-
res, pois a base nitrogenada adenina só pode se ligar à base
timina; a base citosina, apenas à guanina (A 5 T e C 5 G).
O DNA tem a capacidade de duplicação, isto é, de gerar
duas moléculas idênticas, cada uma delas com a mesma
sequência de bases nitrogenadas presente na molécula
original. Esse processo é conhecido como duplicação semi-
conservativa, pois cada uma das moléculas recém-formadas
conserva uma das cadeias da molécula inicial.
Cada molécula de DNA, associada às proteínas, forma
um cromossomo. Um cromossomo contém centenas de ge-
nes. Cada gene corresponde a um trecho do DNA com infor-
mações para a construção de outra molécula orgânica. Por
exemplo, um gene pode determinar a sequência de amino-
ácidos de uma proteína.
 Na produção de uma proteína há participação do RNA
(ácidoribonucleico). Ele também é uma molécula orgânica
formada por nucleotídeos e apresenta algumas semelhan-
ças como DNA.
Síntese de proteínas
Na produção de proteínas estão envolvidos três tipos de
RNA: O RNA ribossômico (RNAr) participa, junto com certas
proteínas, da estrutura dos ribossomos. O RNA transporta-
dor (RNAt) é responsável pelo transporte das moléculas de
aminoácidos que constituirão a proteína até os ribossomos
e contém uma região chamada anticódon, que permite ao
RNAt emparelhar-se temporariamente com uma trinca de
bases complementares do RNA mensageiro.
O RNA mensageiro (RNAm) tem a informação sobre a or-
dem em que devem ser unidos os aminoácidos constituin-
tes da proteína. Essa informação encontra-se codificada na
sequência de trincas de bases nitrogenadas; cada trinca re-
cebe o nome de códon e define um aminoácido da proteína.
No processo de transcrição gênica, uma molécula de RNA
mensageiro é produzida a partir de uma fita molde de DNA;
nas células eucariontes, vai para o citoplasma, no qual inicia
o processo de tradução, que é a síntese da proteína. O RNA
mensageiro se associa a um ribossomo e a um RNA trans-
portador. O anticódon presente no RNAt se liga ao códon do
RNA mensageiro. Essa ligação é facilitada pelo ribossomo.
O RNA mensageiro se associa a um ribossomo e a um
RNA transportador. O anticódon presente no RNAt se liga
ao códon do RNA mensageiro. Essa ligação é facilitada pelo
ribossomo. A sequência de nucleotídeos do DNA determina
a sequência de nucleotídeos do RNA mensageiro, e esta, por
sua vez, determina a sequência de aminoácidos da proteína.
Código genético é a correspondência entre os códons de
RNA mensageiro e os aminoácidos por eles determinados.
As quatro bases nitrogenadas presentes no RNAm (A, U, Ce
G), reunidas três a três, formam 64 códons distintos.
Mutações são alterações na sequência de nucleotídeos
do DNA que resultam na modificação da proteína codificada
por determinado gene. Os agentes mutagênicos podem ser
físicos (radiação, por exemplo), químicos (radicais livres, por
exemplo) e biológicos (vírus, por exemplo).
Em razão de o código genético ser degenerado, nem
toda mutação resulta em uma modificação na proteína co-
dificada.
Biotecnologia
Os avanços da biologia molecular têm permitido a mani-
pulação dos genes, por exemplo, em técnicas como o teste
de DNA, a transgenia e a clonagem.
O teste de DNA é usado para identificar os indivíduos ou
estabelecer relações de parentesco entre eles. Nesse proces-
so, a molécula de DNA é “quebrada” com enzimas de restri-
ção, que são proteínas que cortam o DNA em sequências
específicas. Os pedaços de DNA são organizados pelo tama-
nho por meio de uma técnica conhecida como eletroforese.
A clonagem é a produção de cópias idênticas. Na clona-
gem de trechos do DNA, por meio de enzimas específicas, é
possível clonar trechos de interesse e produzir inúmeras có-
pias da molécula. Já na clonagem de organismos por trans-
ferência nuclear, o núcleo do indivíduo é extraído de uma
célula somática e inserido em um óvulo sem material gené-
tico nuclear. Por meio de inseminação artificial, essa célula
poderá se desenvolver em um indivíduo da mesma espécie.
O filhote será idêntico ao doador do núcleo.
20. Fundamentos da evolução e
teoria evolucionista
Ideias evolucionistas
Explicações sobre as causas das transformações das es-
pécies ao longo do tempo foram propostas no decorrer da
história da biologia por diversos cientistas.
Lamarckismo: entre as diversas ideias apresentadas pelo
naturalista Lamarck, destacam-se a geração espontânea das
formas ancestrais e o aumento da complexidade de formas
de vida. Lamarck afirmava que as adaptações surgiam por
força do ambiente em função do uso ou do desuso das es-
truturas corporais. De acordo com ele, essas características
adquiridas seriam transmitidas aos descendentes
Darwinismo: o mecanismo para explicar as adaptações,
de acordo com Darwin, era a seleção natural. Os indivídu-
os mais adaptados a determinado ambiente apresentavam
maiores chances de reprodução e sobrevivência, ou seja, es-
ses indivíduos eram selecionados pelo ambiente e as carac-
terísticas adaptativas seriam herdadas pela prole.
Teoria sintética da evolução (neodarwinismo): os me-
canismos genéticos que explicam a origem das caracterís-
ticas adaptativas (mutação gênica e recombinação gênica)
são incorporados ao conceito de seleção natural proposto
por Darwin, resultando em uma teoria evolucionista mais
abrangente e consistente.
Evolução biológica
O documento fóssil, a adaptação evolutiva e as seme-
lhanças anatômicas, fisiológicas e moleculares entre as es-
pécies fornecem evidências da evolução biológica.
Documentário fóssil: os vestígios de seres que viveram
no passado demonstram que as formas de vida atuais são di-
ferentes das que existiram em outros momentos da história
da vida na Terra.
Adaptação evolutiva: os indivíduos de uma população
biológica apresentam características eficientes e adequadas
ao ambiente em que vivem, ao longo de sucessivas gera-
ções, aumentando as chances de sobrevivência e reprodu-
ção. A camuflagem e o mimetismo são exemplos de adapta-
ção evolutiva. Na camuflagem, uma espécie apresenta uma
ou mais características corporais que se assemelham ao
ambiente. Um exemplo de camuflagem é o bicho-pau. No
mimetismo, duas espécies diferentes apresentam alguma
semelhança reconhecida por outras espécies, conferindo
vantagens para uma ou ambas as espécies miméticas. Um
exemplo de mimetismo é encontrado nas serpentes conhe-
cidas como coral-verdadeira e falsa-coral.
Divergência evolutiva: organismos que vivem em am-
bientes diferentes podem apresentar estruturas corporais
embrionariamente semelhantes, mas anatomicamente dis-
tintas, pois são adaptadas aos diferentes habitats (ou seja,
mesma origem embrionária, mas funções diferentes). As
estruturas são chamadas órgãos homólogos. Um exemplo
é o caso das asas dos morcegos (adaptadas ao voo) e das
nadadeiras peitorais do golfinho (adaptadas à natação).
Convergência evolutiva: em ambientes semelhantes,
estruturas corporais embrionariamente distintas podem ser
anatômica ou funcionalmente semelhantes (ou seja, origens
embrionárias diferentes, mas funções semelhantes). As es-
truturas são chamadas órgãos análogos e um exemplo é a
forma hidrodinâmica do corpo de um atum (peixe ósseo) e
de um pinguim (ave).
Fatores evolutivos
A mutação gênica, a recombinação gênica e a seleção
natural são fatores evolutivos que permitem compreender
como as diversas adaptações surgem em uma espécie. A
mutação e a recombinação gênica são responsáveis pela va-
riabilidade genética entre os indivíduos de uma população.
Mutação gênica é uma alteração hereditária na sequên-
cia de nucleotídeos do DNA, originando novas versões ge-
néticas (novos alelos – alelos mutantes). Se a característica
determinada pelo novo alelo aumentaras chances de repro-
dução e sobrevivência dos indivíduos que o contém, o alelo
mutante tenderá a ser preservado e aumentará em frequên-
cia na população.

anotações

Referências Bibliográficas
AMABIS, J. M. e MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. 1ª edição, Editora Moderna. São Paulo-SP. 2000.
LINHARES, S. e GEWADSNAJDER, F. Biologia Hoje. Volumes I, II e III. Editora Ática, 2000.
LOPES, S. G. B. C. Bi Volume Único Completo e Atualizado. 5ª edição. Editora Saraiva. São Paulo-SP, 2001.
LOPES, S. G. B. C. Bio Volumes I, II e III. 1ª Edição. Editora Saraiva. São Paulo-SP, 2002.
LOPES, Sônia. Bio Volume único. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
MACHADO, S. Biologia de olho no mundo do trabalho. Volume único para o Ensino Médio. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2003.
PAULINO, W. R. Biologia atual. Volume 2. 19ª ed. São Paulo: Ática, 2002.
PAULINO, W. R. Biologia atual. Volumes I, II e II. 15ª Edição. São Paulo-SP. Editora Ática, 2002.
SOARES, J. L. Biologia no terceiro milênio. Vol. I, II e III. Editora Scipione, 1998.
SOARES, J. L. Biologia. Volume Único. 9ª edição. Editora Scipione. São Paulo-SP, 1999
 Exercícios
de biologia

e) Cria condições para o estabelecimento de espécies pio-

1. (Enem 2016) neiras com a diminuição da insolação sobre o solo.
A vegetação apresenta adaptações ao ambiente, como as
plantas arbóreas e arbustivas com raízes que se expandem
horizontalmente, permitindo forte ancoragem no substra- 3. (Enem 2016) 
to lamacento; raízes que se expandem verticalmente, por Um pesquisador investigou o papel da predação por peixes
causa da baixa oxigenação do substrato; folhas que têm na densidade e tamanho de suas presas, como possível con-
glândulas para eliminar o excesso de sais; folhas que podem trole de populações de espécies exóticas em costões rocho-
apresentar cutícula espessa para reduzir a perda de água por sos. No experimento, colocou uma tela sobre uma área da
evaporação. comunidade, impedindo o acesso dos peixes ao alimento,
e comparou o resultado com uma área adjacente na qual os
peixes tinham acesso livre. O quadro apresenta os resulta-
As características descritas referem-se a plantas adaptadas dos encontrados após 15 dias de experimento:
ao bioma:
a) Cerrado
b) Pampas
c) Pantanal
d) Manguezal
e) Mata de Cocais

2. (Enem 2016) 
Os ecossistemas degradados por intensa atividade agrícola
apresentam, geralmente, diminuição de sua diversidade e
perda de estabilidade.
Nesse contexto, o uso integrado de árvores aos sistemas
agrícolas (sistemas agroflorestais) pode cumprir um papel
inovador ao buscar a aceleração do processo sucessional e,
ao mesmo tempo, uma produção escalonada e diversificada.
O pesquisador concluiu corretamente que os peixes contro-
lam a população dos(as):
Essa é uma estratégia de conciliação entre recuperação am- a) Algas, estimulando o crescimento.
biental e produção agrícola, pois:
b) Cracas, predando especialmente animais pequenos.
a) Substitui gradativamente as espécies cultiváveis por es-
c) Mexilhões, predando especialmente animais pequenos.
pécies arbóreas.
d) Quatro espécies testadas, predando indivíduos pequenos.
b) Intensifica a fertilização do solo com o uso de técnicas
apropriadas e biocidas. e) Ascídias, apesar de não representares os menores indi-
víduos.
c) Promove maior diversidade de vida no solo com o aumen-
to da matéria orgânica.
d) Favorece a dispersão de sementes cultivadas pela fauna 4. (Enem 2016)
residente nas áreas florestais. Ao percorrer o trajeto de uma cadeia alimentar, o carbono,
elemento essencial e majoritário da matéria orgânica que
compõe os indivíduos, ora se encontra em sua forma inorgâ-
nica, ora se encontra em sua forma orgânica. Em uma cadeia
alimentar composta por fitoplâncton, zooplâncton, molus-
cos, crustáceos e peixes ocorre a transição desse elemento
da forma inorgânica para a orgânica.
Em qual grupo de organismos ocorre essa transição?
a) Fitopâncton
b) Zooplâncton
c) Moluscos
d) Crustáceos
e) Peixes
5. (Enem 2016)
As proteínas de uma célula eucariótica possuem peptídeos
sinais, que são sequências de aminoácidos responsáveis
pelo seu endereçamento para as diferentes organelas, de
acordo com suas funções. Um pesquisador desenvolveu
uma nanopartícula capaz de carregar proteínas para dentro
de tipos celulares específicos. Agora ele quer saber se uma
nanopartícula carregada com uma proteína bloqueadora do
ciclo de Krebs in vitro é capaz de exercer sua atividade em
uma célula cancerosa, podendo cortar o aporte genético e
destruir essas células.
Ao escolher essa proteína bloqueadora para carregar as na-
nopartículas, o pesquisador deve levar em conta um peptí-
deo sinal de endereçamento para qual organela?
a) Núcleo
b) Mitocôndria
c) Peroxissomo
d) Complexo golgiense
e) Retículo endoplasmático
6. (Enem 2016)  e) Desidratação.
A coleta das fezes dos animais domésticos em sacolas
plásticas e o seu descarte em lixeiras convencionais
podem cria condições de degradação que geram produtos
prejudiciais ao meio ambiente (Figura 1).
A Figura 2 ilustra o Projeto Park Spark, desenvolvido em
Cambridge, MA (EUA), em que as fezes dos animais domésti-
cos são recolhidas em sacolas biodegradáveis e jogadas em
um biodigestor instalado em parques públicos; e os produ-
tos são utilizados em equipamentos no próprio parque.
 
Uma inovação desse projeto é possibilitar a(o):
a) Queima de gás metano.
b) Armazenamento de gás carbônico.
c) Decomposição aeróbica das fezes.
d) Uso mais eficiente de combustíveis fósseis.
e) Fixação de carbono em moléculas orgânicas.
7. (Enem 2016) 
Portadores de diabetes insipidus reclamam da confusão fei-
ta pelos profissionais da saúde quanto aos dois tipos de dia-
betes: mellitus e insipidus. Enquanto o primeiro tipo está as-
sociado aos níveis ou à ação da insulina, o segundo não está
ligado à deficiência desse hormônio. O diabetes insipidus é
caracterizado por um distúrbio na produção ou no funciona-
mento do hormônio antidiurético (na sigla em inglês, ADH),
secretado pela neuro-hipófise para controlar a reabsorção
de água pelos túbulos renais.
Tendo em vista o papel funcional do ADH, qual é um sintoma
clássico de um paciente acometido por diabetes insipidus?
a) Alta taxa de glicose no sangue.
b) Aumento da pressão arterial.
c) Ganho de massa corporal.
d) Anemia crônica.
8. (Enem 2016) 
Apesar da grande diversidade biológica, a hipótese de que a
vida na Terra tenha tido uma única origem comum é aceita
pela comunidade científica. Uma evidência que apoia essa
hipótese é a observação de processor biológicos comuns a
todos os seres vivos atualmente existentes.
Um exemplo de tal processo é o (a):
a) Desenvolvimento embrionário.
b) Reprodução sexuada.
c) Respiração aeróbica.
d) Excreção urinária.
e) Síntese proteica.

9. (Enem 2016) 
O Brasil possui um grande número de espécies distintas
entre animais, vegetais e microrganismos, envoltos em
uma imensa complexidade e distribuídos em uma grande
variedade de ecossistemas.
SANDES. A. R. R.; BLASI. G. Biodiversidade e diversidade
química e genética. Disponível em: http://novastecnolo-
gias.com.br. Acesso em 22 det.2015 (adaptado).

O incremento da variabilidade ocorre em razão da permuta

genética, a qual propicia a troca de segmentos entre cromá-
tides não irmãs na meiose.
Essa toca é determinante na:
a) Produção de indivíduos mais férteis.
b) Transmissão de novas características adquiridas.
c) Recombinação genética na formação dos gametas.
d) Ocorrência de mutações somáticas nos descendentes.
e) Variação do número de cromossomos característico da
espécie.
10. (Enem 2016) 
A formação de coágulos em veias e artérias é um dos
fatores responsáveis pela ocorrência de doenças
cardiovasculares, como varizes, infarto e acidentes
vasculares cerebrais. A prevenção e o tratamento dessas
doenças podem ser feitos com drogas anticoagulantes.
A indústria farmacêutica estimula a pesquisa de toxinas
animais com essa propriedade.
Considerando as adaptações relacionadas aos hábitos ali-
mentares, os animais adequados ao propósito dessas pes-
quisas são o(as):
a) Moluscos fitófagos.
b) Moscas saprófagas.
c) Pássaros carnívoros.
d) Morcegos frugívoros.
e) Mosquitos hematófagos.
11. (Enem 2016)  a) Construção de usinas eólicas.
Vários métodos são empregados para prevenção de
infecções causadas por microrganismos. Dois desses
métodos utilizam organismos vivos e são eles: as vacinas
atenuadas, constituídas por patógenos avirulentos, e os
probióticos que contêm bactérias benéficas. Na figura são
representados cinco diferentes mecanismos de exclusão
de patógenos pela ação de probióticos no intestino de
um animal.
Qual mecanismo de ação desses probióticos promove um
efeito similar ao da vacina?
a) 5
b) 4
c) 3
d) 2
e) 1
12. (Enem 2016)
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (na
sigla em inglês, IPCC) prevê que nas próximas décadas
o planeta passará por mudanças climáticas e propõe
estratégias de mitigação e adaptação a elas. As estratégias
de mitigação são direcionadas à causa dessas mudanças,
procurando reduzir a concentração de gases de efeito estu-
fa na atmosfera. As estratégias de adaptação, por sua vez,
são direcionadas aos efeitos dessas mudanças, procurando
prepara os sistemas humanos às mudanças climáticas já em
andamento, de modo a reduzir seus efeitos negativos.
IPCC, 2014. Climate Change 2014: synthesis report.
Disponível em: http://ar5-syr.ipcc.ch. Acesso em 22 out.
2015(adaptado).
Considerando as informações do texto, qual ação representa
uma estratégia de adaptação?
b) Tratamento de resíduos sólidos.
c) Aumento da eficiência dos veículos.
d) Adoção de agricultura sustentável de baixo carbono.
e) Criação de diques de contenção em regiões costeiras.
13. (Enem 2016)
Recentemente um estudo feito em campos de trigo mostrou
que níveis elevados de dióxido de carbono na atmosfera
prejudicam a absorção de nitrato pelas plantas. Consequen-
temente, a qualidade nutricional desses alimentos pode
diminuir à medida que os níveis de dióxido de carbono na
atmosfera atingem as estimativas para as próximas décadas.
BLOOM, A.J. et al. Nitrate assimilation isinhibited by ele-
vated CO2, in field-grown wheat. Nature Climate Change,
n.4, abr,2014 (adaptado).
Neste contexto, a qualidade nutricional do grão de trigo será
modificada primariamente pela redução de:
a) Amido
b) Frutose
c) Lipídeos
d) Celulose
e) Proteínas
14. (Enem 2016)  ca a saída de água de dentro delas.
A figura ilustra o movimento da seiva xilêmica em uma planta.
Mesmo que essa planta viesse a sofrer ação contínua do ven-
to e sua copa crescesse voltada para baixo, essa seiva segui-
ria naturalmente seu percurso.
O que garante o transporte dessa seiva é a:
a) Gutação
b) Gravidade
c) Respiração
d) Fotossíntese
e) Transpiração
15. (ENEM 2017) 
Uma das estratégias para conservação de alimentos é o sal-
gamento, adição de cloreto de sódio (NaCl), historicamente
utilizado por tropeiros, vaqueiros e sertanejos para conser-
var carnes de boi, porco e peixe.
O que ocorre com as células presentes nos alimentos preser-
vados com essa técnica?
a) O sal adicionado diminui a concentração de solutos em
seu interior.
b) O sal adicionado desorganiza e destrói suas membranas
plasmáticas.
c) A adição de sal altera as propriedades de suas membranas
plasmáticas.
d) Os íons Na+  e Cl–  provenientes da dissociação do sal
entram livremente nelas.
e) A grande concentração de sal no meio extracelular provo-
 
16. (ENEM 2017) 
A terapia celular tem sido amplamente divulgada como re-
volucionária, por permitir a regeneração de tecidos a partir
de células novas. Entretanto, a técnica de se introduzirem
novas células em um tecido, para o tratamento de enfer-
midades em indivíduos, já era aplicada rotineiramente em
hospitais.
A que técnica refere-se o texto?
a) Vacina
b) Biópsia
c) Hemodiálise
d) Quimioterapia
e) Transfusão de sangue
17. (ENEM 2017)
A reação em cadeia da polimerase (PCR, na sigla em in-
glês) é uma técnica de biologia molecular que permite
replicação in vitro do DNA de forma rápida. Essa técnica
surgiu na década de 1980 e permitiu avanços científicos
em todas as áreas de investigação genômica. A dupla
hélice é estabilizada por ligações hidrogênio, duas entre
as bases adenina (A) e timina (T) e três entre as bases
guanina (G) e citosina (C). Inicialmente, para que o DNA
possa ser replicado, a dupla hélice precisa ser totalmen-
te desnaturada (desenrolada) pelo aumento da tempe-
ratura, quando são desfeitas as ligações hidrogênio en-
tre as diferentes bases nitrogenadas.
Qual dos segmentos de DNA será o primeiro a desnaturar total-
mente durante o aumento da temperatura na reação de PCR?

18. (ENEM 2017)
A retina é um tecido sensível à luz, localizado na parte pos-
terior do olho, onde ocorre o processo de formação de ima-
gem. Nesse tecido, encontram-se vários tipos celulares es-
pecíficos. Um desses tipos celulares são os cones, os quais
convertem os diferentes comprimentos de onda da luz visí-
vel em sinais elétricos, que são transmitidos pelo nervo óp-
tico até o cérebro.
Disponível em: www.portaldaretina.com.br. Acesso em: 13
jun. 2012 (adaptado).
Em relação à visão, a degeneração desse tipo celular irá:
a) Comprometer a capacidade de visão em cores.
b) Impedir a projeção dos raios luminosos na retina.
c) Provocar a formação de imagens invertidas na retina.
d) Causar dificuldade de visualização de objetos próximos.
e) Acarretar a perda da capacidade de alterar o diâmetro da
pupila.
19. (ENEM 2017)  outros animais da sua cadeia alimentar.
Uma grande virada na moderna história da agricultura ocor-
reu depois da Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, os
governos haviam se deparado com um enorme excedente
de nitrato de amônio, ingrediente usado na fabricação de
explosivos. A partir daí as fábricas de munição foram adapta-
das para começar a produzir fertilizantes tendo como com-
ponente principal os nitratos.
SOUZA, F. A.  Agricultura natural/orgânica como instru-
mento de fixação biológica e manutenção do nitrogênio
no solo: um modelo sustentável de MDL.
Disponível em: www.planetaorganico.com.br. Acesso em: 17
jul. 2015 (adaptado).
No ciclo natural do nitrogênio, o equivalente ao principal
componente desses fertilizantes industriais é produzido na
etapa de:
a) Nitratação
b) Nitrosação
d) Amonificação
d) Desnitrificação
e) Fixação biológica
20. (ENEM 2017) 
O fenômeno da piracema (subida do rio) é um importante
mecanismo que influencia a reprodução de algumas espé-
cies de peixes, pois induz o processo que estimula a quei-
ma de gordura e ativa mecanismos hormonais complexos,
preparando-os para a reprodução.
Intervenções antrópicas nos ambientes aquáticos, como a
construção de barragens, interferem na reprodução desses
animais.
MALTA, P.  Impacto ambiental das barragens hidrelétri-
cas.  Disponível em: http://futurambiental.com. Acesso em:
10 maio 2013 (adaptado).
Essa intervenção antrópica prejudica a piracema porque re-
duz o(a):
a) Percurso da migração.
b) Longevidade dos indivíduos.
c) Disponibilidade de alimentos.
d) Período de migração da espécie.
e) Número de espécies de peixes no local.
 
21. (ENEM 2017) 
Os botos-cinza (Sotalia guianensis), mamíferos da família dos
golfinhos, são excelentes indicadores da poluição das áreas
em que vivem, pois passam toda a sua vida – cerca de 30
anos – na mesma região. Além disso, a espécie acumula mais
contaminantes em seu organismo, como o mercúrio, do que
MARCOLINO, B.  Sentinelas do mar.  Disponível em: http://
cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
Os botos-cinza acumulam maior concentração dessas subs-
tâncias por que:
a) São animais herbívoros.
b) São animais detritívoros. cal. Entre esses materiais está o chamado concregrama ou
c) São animais de grande porte. pisograma, que é um tipo de revestimento composto por
d) Digerem o alimento lentamente. peças de concreto com áreas vazadas, preenchidas com solo
gramado. As figuras apresentam essas duas formas de piso
e) Estão no topo da cadeia alimentar.
feitos de concreto.
 
22. (ENEM 2017) 
A Mata Atlântica caracteriza-se por uma grande diversidade
de epífitas, como as bromélias. Essas plantas estão adapta-
das a esse ecossistema e conseguem captar luz, água e nu-
trientes mesmo vivendo sobre as árvores.
Disponível em: www.ib.usp.br. Acesso em: 23 fev.2013
(adaptado).

Essas espécies captam água do(a):

a) Organismo das plantas vizinhas.
b) Solo através de suas longas raízes.
c) Chuva acumulada entre suas folhas.
d) Seiva bruta das plantas hospedeiras.
e) Comunidade que vive em seu interior.
 
23. (ENEM 2017)  b) Diminuição da temperatura.
A Distrofia muscular Duchenne (DMD) é uma doença cau-
sada por uma mutação em um gene localizado no cromos-
somo X. Pesquisadores estudaram uma família na qual gê-
meas monozigóticas eram portadoras de um alelo mutante
recessivo para esse gene (heterozigóticas). O interessante é
que uma das gêmeas apresentava o fenótipo relacionado ao
alelo mutante, isto é, DMD, enquanto a sua irmã apresentava
fenótipo normal.
RICHARDS, C. S. et al. The American Journal of Human Ge-
netics, n. 4, 1990 (adaptado).
A diferença na manifestação da DMD entre as gêmeas pode
ser explicada pela:
a) Dominância incompleta do alelo mutante em relação ao
alelo normal.
b) Falha na separação dos cromossomos X no momento da
separação dos dois embriões.
c) Recombinação cromossômica em uma divisão celular em-
brionária anterior à separação dos dois embriões.
d) Inativação aleatória de um dos cromossomos X em fase
posterior à divisão que resulta nos dois embriões.
e) Origem paterna do cromossomo portador do alelo mu-
tanteem uma das gêmeas e origem materna na outra.
24. (ENEM 2017)  dos cloroplastos por uma montagem espontânea, através
Para se adequar às normas ambientais atuais, as constru-
toras precisam prever em suas obras a questão do uso de
materiais de modo a minimizar os impactos causados no lo-
A utilização desse tipo de piso em uma obra tem o objetivo
de evitar, no solo, a:
a) Impermeabilização.
c) Acumulação de matéria orgânica.
d) Alteração do pH.
e) Salinização.
25. (ENEM 2017) 
Os medicamentos são rotineiramente utilizados pelo ser hu-
mano com o intuito de diminuir ou, por muitas vezes, curar
possíveis transtornos de saúde. Os antibióticos são grupos
de fármacos inseridos no tratamento de doenças causadas
por bactérias.
Na terapêutica das doenças mencionadas, alguns desses fár-
macos atuam:
a) Ativando o sistema imunológico do hospedeiro.
b) Interferindo na cascata bioquímica da inflamação.
c) Removendo as toxinas sintetizadas pelas bactérias.
d) Combatendo as células hospedeiras das bactérias.
e) Danificando estruturas específicas da célula bacteriana.
26. (ENEM 2017) 
Pesquisadores conseguiram estimular a absorção de energia
luminosa em plantas graças ao uso de nanotubos de carbo-
no. Para isso, nanotubos de carbono “se inseriram” no interior
das membranas dos cloroplastos. Pigmentos da planta ab-
sorvem as radiações luminosas, os elétrons são “excitados” e
se deslocam no interior de membranas dos cloroplastos, e a
planta utiliza em seguida essa energia elétrica para fabrica-
ção de açúcares. Os nanotubos de carbono podem absorver
comprimentos de onda habitualmente não utilizados pelos
cloroplastos, e os pesquisadores tiveram a ideia de utilizá-los
como “antenas”, estimulando a conversão de energia solar pe-
los cloroplastos, com o aumento do transporte de elétrons.
Nanotubos de carbono incrementam a fotossíntese de
plantas. Disponível em: http://lqes.iqm.unicamp.br. Acesso
em 14 nov. 2014 (adaptado).
O aumento da eficiência fotossintética ocorreu pelo fato de
os nanotubos de carbono promoverem diretamente a:
a) Utilização de água.
b) Absorção de fótons.
c) Formação de gás oxigênio.
d) Proliferação dos cloroplastos.
e) Captação de dióxido de carbono.
27. (ENEM 2017) 
Visando explicar uma das propriedades da membrana plasmá-
tica, fusionou-se uma célula de camundongo com uma célula
humana, formando uma célula híbrida. Em seguida, com o in-
tuito de marcar as proteínas de membrana, dois anticorpos fo-
ram inseridos no experimento, um específico para as proteínas
de membrana do camundongo e outro para as proteínas de
membrana humana. Os anticorpos foram visualizados ao mi-
croscópio por meio de fluorescência de cores diferentes.
A mudança observada da etapa 3 para a etapa 4 do experi-
mento ocorre porque as proteínas:
a) Movimentam-se livremente no plano da bicamada lipídica.
b) Permanecem confinadas em determinadas regiões da bi-
camada.
c) Auxiliam o deslocamento dos fosfolipídios da membrana
plasmática.
d) São mobilizadas em razão da inserção de anticorpos.
e) São bloqueadas pelos anticorpos.
28. (ENEM 2017) 
A classificação biológica proposta por Whittaker permite
distinguir cinco grandes linhas evolutivas utilizando, como
critérios de classificação, a organização celular e o modo de
nutrição. Woese e seus colaboradores, com base na compa-
ração das sequências que codificam o RNA ribossômico dos
seres vivos, estabeleceram relações de ancestralidade entre
os grupos e concluíram que os procariontes do reino Mone-
ra não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo.
A diferença básica nas classificações citadas é que a mais re-
cente se baseia fundamentalmente em:
a) Tipos de células.
b) Aspectos ecológicos.
c) Relações filogenéticas.
d) Propriedades fisiológicas.
e) Características morfológicas.
29. (ENEM 2017) 
Pesquisadores criaram um tipo de plaqueta artificial, feita com
um polímero gelatinoso coberto de anticorpos, que promete
agilizar o processo de coagulação quando injetada no corpo.
Se houver sangramento, esses anticorpos fazem com que a
plaqueta mude sua forma e se transforme em uma espécie
de rede que gruda nas lesões dos vasos sanguíneos e da pele.
MOUTINHO, S. Coagulação acelerada. Disponível em: http://
cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 19 fev. 2013 (adaptado).
Qual a doença cujos pacientes teriam melhora de seu estado
de saúde com o uso desse material?
a) Filariose.
b) Hemofilia.
c) Aterosclerose.
d) Doença de Chagas.
e) Síndrome da imunodeficiência adquirida.
 gabarito
e comentários
1. D
Os pneumatóforos são adaptações de raízes dos mangues.
Eles possibilitam as trocas gasosas, já que o solo lamacento
dos manguezais possui baixa quantidade de oxigênio.
2. C
A grande ciclagem de matéria orgânica e o favorecimento
dos solos é a maior vantagem dos sistemas agroflorestais,
porque protege algumas espécies arbóreas. Com isso, man-
tém-se algumas espécies que vivem no solo associadas às
raízes dessas plantas, como fungos.
3. C
Ao analisarmos a tabela, vemos que após 15 dias de expe-
rimentos, o número de mexilhões diminui e os animais que
passam a fazer parte da população são maiores. Percebe-
mos também que os indivíduos que passaram a constituir
a população são maiores, fazendo-nos acreditar que os me-
xilhões menores foram os escolhidos para serem predados.
4. A
A fotossíntese é o processo mais abundante de fixação de
carbono na natureza. Ela faz com que o carbono, que está
presente no gás carbônico, em forma inorgânica, acabe fixa-
do na glicose, em forma orgânica, e quem faz essa fotossín-
tese é o fitoplâncton.
5. B
Esqueça o monte de termos difíceis do enunciado, o que
mais interessa é o ciclo de Krebs, responsável pela segunda
etapa da respiração aeróbia, que acontece dentro de uma
organela especializada na respiração: a mitocôndria.
6. A
No projeto que se vê na ilustração, vemos que o gás, libera-
do pela decomposição das fezes dos animais, vai ser reapro-
veitado na produção de energia elétrica, e com isso, apro-
veitada par a iluminação pública. O importante é observar
que a decomposição de matéria orgânica em geral, libera
gás metano.
7. E
O ADH é um hormônio que diminui a quantidade de
água na urina. Por isso, quando a pessoa não produz
na quantidade certa esse hormônio, acaba eliminando
muita água na urina e ficando desidratada.
8. E
Uma questão que se responde pela eliminação. O
enunciado pede que se assinale um processo comum
a todos os seres vivos atuais. Com isso, vê-se, rapida-
mente, que a única alternativa possível seria a síntese
protéica.
9. C
Crossing-over é o outro nome de permuta genética e
faz a permuta de partes entre cromossomos do mesmo
par durante a meiose, quando se produz as gametas,
gerando alta variabilidade. É isso que faz com que os
filhos, mesmo tendo os mesmos pais, sejam diferentes.
10. E
Aqui é preciso fazer algumas relações: os fitófagos
alimentam-se de fitoplâncton; os carnívoros, de ani-
mais; frugívoros vão de frutas; saprófagos de seres em
decomposição. E os hematófagos preferem sangue, isso
é, precisa que o sangue flua para o seu organismo. E é
por isso que têm elementos anticoagulantes em suas
salivas.
11. B
Apesar dos patógenos em forma de vacinas não causa-
rem doenças, quando entram em contato com nosso
organismo, o sistema imunológico dá um alerta, pro-
duzindo anticorpos, que são as imunoglobulinas.
12. E
A única alternativa que, de fato, propõe uma medi-
da de adaptação às consequências do aquecimento
global é a E, com a elevação dos níveis dos oceanos.
Todas as outras são paliativas.
13. E
A produção de proteínas será prejudicada porque apresenta
composto nitrogenados provenientes dos nitratos absorvi-
dos em sua composição.
14. E
A planta precisa eliminar água na forma de transpiração,
para que a seiva bruta seja transportada pela sucção-tensão.
15. E
A concentração de sal do lado de fora das células, por causa
do salgamento, torna-se muito maior que do lado de dentro
(onde não há mudança). Isso porque, a membrana plasmáti-
ca não permite que os íons Na+ e Cl–entrem livremente para
equilibrar as concentrações dentro e fora da célula. O que
acaba ocorrendo é que a água, presente no interior das célu-
las, sai pelo processo de osmose e aumenta a concentração
intracelular para tentar equilibrá-la com a concentração ex-
tracelular.
16. E
Questão que se responde no próprio enunciado, que fala da
técnica de introdução de células em um tecido. As vacinas
induzem produção de anticorpos, como se sabe; é através
da biópsia, com a retirada de um fragmento de tecido, que
se faz a análise; a hemodiálise tem a função de filtrar o san-
gue, fazendo o papel dos; a quimioterapia tem o papel de
células tumorais; e o que faz que um indivíduo receba célu-
las de outro para compor o seu tecido sanguíneo é a trans-
fusão de sangue. 
17. C
Questão de interpretação do enunciado. Para que o PCR se
realize é preciso romper as ligações descritas no enunciado.
Partindo desse princípio, o DNA que desnatura em primeiro lu-
gar será aquele com menor quantidade de C-G, porque as três
pontes de hidrogênio precisam de maior energia para serem
rompidas do que as 2 pontes de hidrogênio dos pares A-T.
18. A
Questão que exige conhecimento. É preciso saber qual é a
função dos cones presentes na retina: eles são responsáveis
pela recepção da energia luminosa e distinguem as cores,
enquanto os bastonetes fazem distinção apenas da inten-
sidade luminosa. De acordo com as cores recebidas, há três
tipos de cones que respondem a diferentes comprimentos
de onda de luz. Portanto, a alternativa correta só pode ser A.
19. A
Temos:
Fixação biológica: N2 à NH3
Nitrosação: NH3 à NO2–
Nitratação: NO2– à NO3–
Desnitrificação: NO3– à N2
Portanto, para obter-se o nitrato (NO3–), tem-se de partir
para a nitratação.
20. A
Questão de raciocínio: no período de piracema, os peixes
não podem continuar suas jornadas, tendo o percurso de
migração reduzido, porque o ser humano constrói as barra-
gens ao longo do rio.
21. E
Os compostos não biodegradáveis se acumulam nas cadeias
alimentares devido ao fenômeno magnificação trófica, per-
mitindo uma maior concentração nos níveis tróficos mais
altos. Segundo o enunciado, por estar no topo da cadeia
alimentar, a espécie acumula mais contaminantes do que
outros animais da sua cadeia.
22. C
Precisa-se lembrar que a relação ecológica epifitismo é +/0.
Isso permite que a epífita se beneficie enquanto a árvore
não se beneficia nem se prejudica. A epífita não extrai ne-
nhuma substância de si própria, mesmo fixando suas raízes
na árvore hospedeira. E por serem naturais e apresentarem
pluviosidade regular, a exemplo da Mata Atlântica, obtêm
água a partir da chuva acumulada em suas folhas.
23. D
O enunciado já traz a informação de que o gene mutante é re-
cessivo, portanto ele não terá como ter dominância incompleta
sobre o outro. A meiose também não ocorre porque quando os
dois embriões se separam, os cromossomos X não se separam.
Só se houvesse uma meiose no embrião antes da separação
dos embriões é que haveria a recombinação cromossômica.
Mas as gêmeas possuem o mesmo DNA e os mesmos cro-
mossomos de origem paterna e materna, porque são mo-
nozigóticas. Também temos de nos atentar o fato de que as
irmãs só terão a compensação da dupla carga genética, se
atribuída aos dois cromossomos X em mulheres tiver-se a
inativação aleatória de um deles em cada célula, formando
a chamada cromatina sexual ou corpúsculo de Barr. Por isso
uma delas não manifestará a síndrome.
 
24. A
Um dos graves problemas que a urbanização apresenta é a
impermeabilidade de seus solos, como acontece com o con-
creto, impedindo que água das chuvas penetre. Portanto,
um piso que apresente grama e concreto seria uma alterna-
tiva mais condizente com o meio ambiente, que facilitaria
ainda a troca de calor e o acúmulo de matéria orgânica.
25. E
Vamos por eliminação: as opções A e B devem ser descar-
tas porque falam do organismo do hospedeiro. Também se
descarta a remoção das toxinas, por ser uma ação indireta
e combater as células hospedeiras seria impensável, pelo
dano que causaria ao indivíduo infectado.
26. B
A resposta vem do próprio enunciado: sabemos que os na-
notubos estimulam a absorção de energia luminosa nos
cloroplastos, simulando o papel dos fotossistemas. Por isso,
promovem a absorção de fótons, ou seja, de energia lumi-
nosa.  deo e um protozoário; aterosclerose é o acúmulo de placas
27. A
As proteínas da membrana plasmática, da etapa 3 para a
etapa 4, dispõem-se uniformemente, demonstrando que
anotações
elas se movimentaram pela membrana. No modelo de mo-
saico-fluido acontece exatamente isso. A ação dos anticor-
pos apenas para marca as proteínas com uma substância flu-
orescente e isso faz com que sejam visíveis ao microscópio. 
28. C
Sabemos que Woese e seus colaboradores quiseram estabe-
lecer relações de ancestralidade entre os grupos. E que esse
é o propósito da filogenia – fazer com que os grupos de se-
res vivos agrupados, com essa base, sejam a representação
das relações evolutivas entre eles.
29. B
Questão objetiva, descomplicada, basta relacionar a função
das plaquetas a uma doença. Então, vamos lá: filariose e Do-
ença de Chagas são parasitoses causadas por um nemató-
de gordura nas artérias; Aids ou a Síndrome da imunodefi-
ciência adquirida diminui os linfócitos T (glóbulos brancos).
Portanto, sobra a hemofilia, doença genética recessiva liga-
da ao sexo e que atua sobre os fatores de coagulação san-
guínea. 
Enem
Superguia

Outros títulos da série

Superguia enem:

• Matemática e Física
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• Sociologia e Filosofia
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Superguia Enem Química e

Biologia - Edição 4 - 2018