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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CAC – CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

RELATÓRIO DA AULA

A partir do estudo dos textos “Indústria Cultural, Cultura Industrial”, presente


no livro “O que é Indústria Cultural” de Teixeira Coelho, publicado pela editora
Brasiliense, e “Abordagens Teóricas Para Estudos Sobre Cultura Pop” de Thiago
Soares, publicado pelo Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, juntamente com
a temática de “O pensamento sociológico da Escola de Frankfurt”, chegamos a uma
análise crítica sobre a Indústria Cultural, sua origem, seus aspectos, como afetavam
a sociedade dentro de seu contexto de origem e como afetam a sociedade na
atualidade.

Primeiramente, não devemos esquecer de como os meios de comunicação


foram um ponto de virada para a sociedade, que mudou completamente a dinâmica
de consumo e acesso à arte. Com a invenção da imprensa por Gutemberg, iniciou-
se um processo onde aos poucos a arte deixou de ser algo elitista, para ser algo
também popular. Obviamente, que esse processo durou décadas, pois até a escrita
e leitura deixar de ser algo inacessível a população de classes mais baixas, a arte
ainda era um luxo. Porém, após esse período de transição, começaram a surgir
elementos que introduziram a cultura para a sociedade mais popular (ainda que não
para todos), como por exemplo, as novelas de folhetim, logo, a arte, que imita a vida,
passou a reafirmar normas sociais.

Assim podemos ir passa as origens do termo Cultura de massas, o qual foi


criado pela Escola de Frankfurt, dentro do contexto da Alemanha no século XX, a
qual tinha o partido nazista em ascensão político-social. Dentro desse contexto, nós
temos um governo que começou a utilizar dos meios de comunicação como rádio,
jornais, e até o próprio cinema para manipular a população alemã, criando e
alimentando um movimento nacionalista e uma propagação de discurso de ódio

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antissemita. Visto que os meios comunicação estavam sendo a ferramenta utilizada
para estas ações desumanas e perigosas para a comunidade judaica, a Escola de
Frankfurt originou o termo Indústria Cultural que para eles sempre foi encarado com
completo pessimismo, pois, de acordo com eles, possui um teor manipulador sobre
as massas.

O texto de Teixeira Coelho ressalta como a Indústria Cultural padroniza os


indivíduos, criando um senso comum de gostos e manipula os desejos da
população, a partir da implantação de uma cultura de consumo, a qual retifica o
homem, tornando-o alienado a seu trabalho, sua vida e a ele mesmo. O valor de um
homem passa a estar inscrito no quanto ele pode consumir ou não, tornando-o um
escravo do sistema capitalista, no qual é necessário fazer dinheiro para gastar
dinheiro, em um ciclo vicioso. Um padrão que se repete até os dias de hoje. E quem
determina o que comprar e consumir é a Indústria e os meios de comunicação, que
passa a manipular a mentalidade do indivíduo, para que ele acredite que ele deve
seguir o fluxo de consumo dos produtos da Cultura de massa, produtos que
ironicamente são produzidos pela Indústria, mas consumidos pela massa, ou seja,
não possui um elo com a população em termos de origem, ao contrário da cultura
popular.

E como esses produtos são consumidos em massa, é uma questão simples


de formulação e padronização dos produtos, que são sempre pensados para que
atendam os gostos da grande maioria, sendo muito difícil sofrer de rejeição dos
consumidores. Além disso, os meios de comunicação são um ponto crucial, já que
são eles que vão influenciar a compra desses produtos. Uma vez que é criado um
padrão, um produto que faça com que um indivíduo se sinta como parte de algo
maior e que crie esse sentimento de identificação com uma massa, torna-se muito
fácil de despertar esse desejo de alienação do homem a esse produto. Vivendo em
uma sociedade, um dos maiores desejos do indivíduo é se sentir parte de algo e os
produtos da Indústria Cultural são perfeitos para gerar esse sentimento. Não só os
meios de comunicação são responsáveis por criar esse sentimento, como também
acabam por agir no contexto de movimentar o mercado, pois nunca deixam uma
“modinha” durar por muito tempo. De tempos em tempos, há essa atualização do
que é o novo padrão e com isso, há a criação de novos produtos, os quais são
sempre diferentes dos que eram populares antes, ou seja, eles forçam esse ciclo
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vicioso de sempre estar consumindo, já que tudo dentro da Cultura de Massa é
perecível.

Com a globalização e o surgimento da internet, as coisas tomaram escalas


ainda maiores. Agora temos figuras reais que trabalham com marketing, que
influenciam seus seguidores a comprarem produtos diversos nas redes sociais (não
é à toa que eles são chamados popularmente de influencers). Ao “unirmos” as
nações de uma forma global (que, embora seja colocado aqui de uma maneira
generalizada, é importante lembrar sobre as populações e culturas que não foram
afetadas pela globalização, tanto pelo escasso acesso a internet, quanto por motivos
político-sociais), as atividades da Indústria Cultural passam a agir de uma maneira
ainda mais forte.

Contudo, essa popularização da Cultura de massa que tem esse teor mais
superficial, essa arte com um teor de ser só para puro divertimento gerou muitas
tensões entre essa e a arte erudita. Para aqueles que veem a arte como algo que
deve ser apreciado, e apenas para teor intelectual, a cultura de massa pode parecer
algo superficial demais e sem nenhum agregamento, algo inútil e fútil para a
sociedade. Entretanto, não devemos esquecer que por muito tempo, a arte foi algo
que só aqueles de alta classe tinham acesso, isso até o momento que a cultura de
massa se instaurou dentro da sociedade, fazendo com que essa democratização da
arte (que em certos âmbitos, ainda é um pouco ilusória) incomodasse as pessoas de
alta classe que tomavam a arte como um “privilégio”. Por outro lado, há aqueles que
veem a cultura de massa como algo que realmente não tem nenhum propósito a
mais para agregar ao intelecto, porém é algo que pode servir como uma forma de
fuga da realidade, a qual sendo consumida em dose certa, não é tão prejudicial,
essa, embora seja uma visão considerada otimista, existe. Seja como for, não
podemos negar que ambos os lados (arte erudita e cultura de massa), são
potenciais criadores de bolhas fechadas, uma vez que quando nos fechamos para
aquilo que tomamos como unicamente certo, não deixamos o que é de fora entrar.
Os extremos, não importa de qual lado seja, pode ser prejudicial, ao limitar a
mentalidade do indivíduo. Quando alguém que diz apenas consumir arte erudita,
porque apenas ela é realmente arte, ele está fazendo exatamente o que a Cultura de
massa faz: está se padronizando e colocando-se dentro de uma caixinha fechada.

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Na atualidade, essa resistência a Cultura de massa, a qual foi criada por
alguns indivíduos foi tão forte que resultou em um comportamento de desprezar tudo
que é popularizado, sem nenhum motivo aparente, apenas por ele ter se tornado
algo popular na sociedade. Um caso que aconteceu com a cantora Olivia Rodrigo,
que tornou-se uma febre na internet e provocou muitas opiniões negativas que
afirmavam que ela não era boa cantora, era apenas uma “modinha” entre os
adolescentes, mesmo sendo bem avaliada pela crítica musical, pelo seu talento
vocal.

PRIMEIRO TEXTO

- Origem da discussão – Escola de Frankfurt: (contexto histórico da ascensão


do nazismo na Alemanha/Visão pessimista/ Uso dos meios de comunicação para
propaganda do regime nazista)

- Atualidade – Como a Indústria cultural se comporta nos dias de hoje:


(modelo de vida/capitalismo; carta coringa do mercado/ não produzida por quem a
consome/ caráter manipulador)

- Altas mudanças – Como os meios de comunicação foram importantes:


(rádio/ folhetins/ atualidade: internet/ globalização como meio de propagação rápida)

- Tensões – Erudito x Industria cultural: (elitismo dentro do erudito/ o cult da


atualidade/ os extremos e suas bolhas/banalização dos produtos populares)

SEGUNDO TEXTO

- Uma visão otimista – Coisas boas da cultura de massas: (unificação das


nações/ democratização da arte/ quebra de paradigmas)

- Contraste – O que ainda precisa mudar: (o acesso não é para todos/ a ilusão
da unificação/apropriação de debates para ganho de capital {pink Money})

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