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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios

Aluno/a: LUIS ANDRE ALVES CAVALCANTE

Disciplina: ECONOMIA EMPRESARIAL

Turma: 1121-1_28

INTRODUÇÃO
Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais.

Nesse trabalho, apresentaremos informações importantes sobre o setor de veículos automotores,


identificando alguns resultados, mostrando os defafios enfrentados e as suas projeções para o período
pós pandemia da covid 19.

CONTEXTO DO SETOR
Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores
necessários à contextualização.

Não é nenhuma novidade que o mercado de veículos automotores vem passando por
grandes dificuldades nos últimos 2 anos devido a pandemia de covid 19. As medidas
preventivas para combate ao vírus resultaram em uma queda expressiva dos
consumidores nos showrooms físicos em todo o Brasil. Tiveram que ser cancelados ou
adiados eventos importantes para o setor como o salão do automóvel, feirões de vendas e
outras estratégias de marketing que poderia acelerar as vendas de veículos nas lojas. As
equipes nas redes de concessionárias precisaram ter o seu trabalho modificado para o
trabalho remoto, além de ter férias antecipadas ou ficaram de licença medica por serem
de grupo de risco. Outro fator importante foi a modificação no planejamento de compra
dos consumidores, que diante de um cenário de incertezas, inflação acelerada de vários
itens essenciais do seu dia a dia, preferiram esperar o mercado se estabilizar para então
decidir comprar. Uma pesquisa realizada até o mês de dezembro de 2019 com mais de
1000 proprietários de veículos apontava que 60% deles tinham o interesse de trocar de
carro no ano seguinte, demonstrando um otimismo no setor para 2020 que foi frustrado
pela pandemia. Outra pesquisa feita pelo Facebook e a Mckinsey também indicou o
impacto do covid 19 no setor automotivo de outros países, conforme descrito na imagem
abaixo:

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Fonte: Facebook Latam

Outro fator que foi bem visível nos últimos anos foi a queda na produção de veículos
novos, devido a falta de matéria prima. Um dos principais componentes que ficaram
escassos foram os chips e semicondutores. As grandes fabricantes estão produzindo
menos automóveis porque não existem semicondutores suficientes no mercado, uma
peça essencial em sua produção. A isso se soma uma grande demanda por chips por parte
de empresas de tecnologia, que fabricam de eletrodomésticos, computadores e telefones
celulares até consoles de videogames. Quando a cadeia de produção e distribuição de
automóveis funcionava como uma engrenagem perfeitamente lubrificada, antes da
pandemia de Covid-19, os consumidores podiam escolher a marca e o modelo que
quisessem. Agora, quando há uma inédita escassez de veículos a nível mundial, os
compradores estão colocando seus nomes em listas de espera e podem ter de aguardar
meses até que possam adquirir seus carros. Isso fez com que mais pessoas deixassem de
esperar os veículos novos e fossem procurar cada vez mais veículos seminovos. De acordo
com a Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores
(Fenauto), só até os primeiros sete meses do ano, o setor já havia apresentado
crescimento de 54,7% em relação ao período anterior. Foi o melhor resultado desde o
início da série histórica da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave), em 2003. Os números da entidade vão além: em 2021 foram vendidos, em
média, cerca de 54.802 veículos usados por dia, registrando um aumento de 7,8% em
comparação a 2019, antes da pandemia.
Tem sido meses de inúmeros desafios desde a covid. Espera-se que em 2022 o mercado
caminhe para um cenário mais previsível e de regularização da questão oferta x demanda.

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ANÁLISE MACROECONÔMICA
Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise.

Após a confirmação da OMS dos primeiros casos de covid já no final de 2019, o ano seguinte foi de
muita dificuldade para a economia mundial. Segundo o mais recente relatório do Departamento de
Assuntos Económicos e Sociais da ONU – World Economic Situation and Prospects – em 2020, a
economia mundial recuou 4,3%, uma queda duas vezes e meia superior à registada durante a crise
financeira de 2009. A recuperação econômica prevista para 2021, de 4.7%, dificilmente
compensará as perdas acumuladas de 2020. Segundo este relatório, a perda significativa de
empregos foi o impacto económico mais visível e doloroso da pandemia. O confinamento afetou
direta e indiretamente 2,7 mil milhões de trabalhadores. Para além disso, a pandemia afetou
desproporcionalmente as pessoas com baixo nível de qualificação e de rendimentos, especialmente
aqueles que não puderam trabalhar remotamente. No Brasil, o desemprego chegou a bater 14,2%
em 2020, e até o 3º trimestre de 2021 acumulou 12,6%, uma redução de 1,6% em comparação ao
ano de 2020.

Fonte: ibge.gov.br/indicadores

O cenário econômico brasileiro não é positivo, mas, se permanecer como está, a notícia é boa. Na
verdade, a situação poderia ser até pior. Os dados de desempenho da indústria automobilística de
setembro, divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),
revelam que houve retração do setor automotivo em comparação ao começo de 2021. Nos cinco
primeiros meses do ano, a produção de carros se manteve entre 190 mil e 200 mil unidades por
mês. De junho a setembro, ficou entre 164 mil e 173 mil. Cerca de 30 mil a menos, por mês. Os
dados de produção mostram que a atividade mensal nacional ainda está abaixo do realizado em
2020. Foram 601 mil carros fabricados em julho, agosto e setembro. No período equivalente deste
ano, foram 501 mil unidades.

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Para 2021, a indústria esperava uma retomada dos trabalhos a todo vapor, mas isso não ocorreu.
Com tudo isso, a indústria automotiva caminha para mais um ano de crise. Os motivos são os
mesmos de 2020, sobretudo pela crise dos semicondutores que também segue atormentando
diversos setores da economia. “Temos muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas, à
espera de componentes eletrônicos. Esperamos que eles possam ser completados neste mês,
amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”, declarou Luiz Carlos Moraes,
presidente da Anfavea. O executivo acrescentou que a expectativa para o próximo ano é de uma
melhora gradual no fornecimento de semicondutores. Projeções feitas pela própria associação
indicam que a situação só deve ser normalizada no final do ano que vem. Até lá, o setor deve se
preparar para mais uma leva de notícias ruins.

ANÁLISE MICROECONÔMICA
Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual
pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional.

Crise dos chips, escassez de magnésio, defasagem na produção, alta dos preços e filas de até 300
dias: esse é o atual cenário da indústria automotiva no Brasil. O setor foi um dos mais prejudicados
pela pandemia da Covid-19 e enfrenta sucessivos percalços para se recuperar. “As iniciativas de
lockdown de cara acarretaram um prejuízo muito grande para a indústria porque, ao mesmo tempo
em que obrigaram que 95% das plantas no mundo inteiro fossem fechadas, também retiraram das
ruas o nosso consumidor”, explica o conselheiro da Sociedade de Engenheiros, SAE, do Brasil e ex-

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líder da KPMG para a divisão de indústria automobilística, Ricardo Bacellar. A produção parou e,
consequentemente, a receita também. No entanto, a demanda cresceu, fruto de uma tendência
invertida pela pandemia. “Antes, a gente discutia a perda de interesse dos consumidores em terem
o seu próprio carro por usarem serviços de mobilidade. A pandemia inverteu essa curva de maneira
muito forte por uma questão de percepção de risco sanitário. As pessoas começaram a ter aversão
a qualquer alternativa de transporte público ou serviço de mobilidade”, argumenta o especialista.
Os dados comprovam isso. De norte a sul do Brasil, foram registradas quedas nas demandas por
táxi e motoristas de aplicativo no início da pandemia. No Ceará, por exemplo, o Sindicato dos
Taxistas do estado, Sindtáxi, registrou baixa de até 95% na busca por viagens em março de 2020,
e o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre, Sintáxi, detectou redução de pelo menos 70% de
clientes em meados do mesmo ano. Além disso, a Uber registrou queda de 80% no número de
viagens em âmbito global, segundo a diretora-geral da companhia no Brasil, Claudia Woods,
durante evento do Valor Econômico em outubro de 2020. De acordo com Bacellar, a própria Uber
nunca imaginou faturar mais com seu serviço de delivery, o Uber Eats, do que com o transporte de
passageiros, mas foi justamente o que aconteceu. No primeiro trimestre de 2021, as viagens deram
prejuízo à empresa, ao passo que o faturamento com serviço de entrega de alimentos triplicou e
chegou a U$1,7 bilhão. Esse aumento da busca por automóveis particulares como meio de
transporte no dia a dia seguiu de 2020 para 2021, conforme apontado em uma pesquisa da
Anfavea com a startup Webmotors. O levantamento, que entrevistou 4.240 pessoas, mostra que
75% querem comprar ou trocar de carro ainda em 2021. De acordo com Bacellar, a situação atual
da indústria automobilística, com alta demanda, mas sem veículos para entregar, é sem
precedentes. “O problema sempre foi ao contrário, muitos veículos, mas sem compradores
suficientes”. Frente ao descompasso entre oferta e demanda, os consumidores observaram uma
alta nos preços dos carros e a falta dos automóveis zero km. A desorganização da cadeia produtiva
é responsável por filas de até 300 dias para comprar um veículo saído da fábrica, segundo
estimativa da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis, Abla. Essa janela levou muitos
consumidores ao mercado de carros usados e seminovos, o que explica a recuperação dos níveis de
venda pré-pandemia em setembro de 2020, segundo o conselheiro da SAE do Brasil. A pesquisa
Mobilidade 2021, realizada pela entidade em parceria com a KPMG Brasil e Autodata, mostrou que,
de 2019 a 2021, o percentual de pessoas que comprariam um carro novo caiu de 50% para 44%,
enquanto o das que vão buscar um usado subiu de 36% para 40%. No início de 2021, no entanto,
começaram a faltar até mesmo automóveis usados e seminovos, o que elevou ainda mais os
preços. “Hoje, é bem provável que você consiga encontrar carros seminovos custando mais do que
o seu par zero km porque não tem o zero km”, aponta Bacellar.

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O que as montadoras imaginavam para 2021, era se recuperar totalmente das paralisações da
Covid-19 de 2020, que pegaram em cheio as suas linhas fabris. Mas, os problemas na cadeia de
suprimentos, causados pelas ondas persistentes do Covid-19, escassez de material (faltou até
papelão, para embalar as peças), chips e outros fatores, levou grande parte das fábricas à
paralisações e corte de produções. Além disso, a intenção de consumo dos brasileiros em 2021 é a
menor da história, aponta CNC. Pressionado pela inflação, os juros altos e as incertas políticas, o
indicador atingiu 71,6 pontos em 2021, com uma queda de 9,9% em comparação com 2020. O
valor máximo para o índice é de 200 pontos. Nos 12 meses que vão de agosto de 2020 a agosto de
2021, o IPCA acumulou 9,68% de aumento nos preços, bem acima da meta estabelecida de 3,75%
pelo Comitê de Política Monetária para 2021. Outro índice de inflação relevante para o mercado é o
IGP-M, calculado pela FGV, que acumulou 35,75% entre junho de 2020 e junho de 2021, afetando
bastante o reajuste dos contratos de aluguéis. Para piorar o poder aquisitivo dos brasileiros, os
rendimentos médios também decresceram no período. Pelos dados da PNAD Contínua, ao
compararmos o trimestre móvel entre abril e junho de 2021 comparado ao mesmo período em
2020, a renda média do trabalho caiu 6,6% em termos nominais. E embora o nível de ocupados
tenha crescido 5,3% no mesmo período, tal aumento não foi suficiente para aumentar a massa
salarial, que caiu 1,7%. Ou seja, a quantidade total de dinheiro para o brasileiro gastar diminuiu.
Tudo isso compromete a expectativa do setor automotivo e prejudica a retomada dos resultados
positivos pré pandemia.

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CONCLUSÃO
Apresente uma conclusão justificando a sua análise.

Apresentamos um cenário desafiador para a indústria automotiva brasileira, em que os resultados


mostram um desempenho ainda abaixo do período pré pandemia. A falta de matéria prima, aliada a
altos índices de inflação e deterioração do poder de compra dos consumidores, são fatores que
prejudicam esse crescimento. Sem falar nas novas variantes da Covid 19 que continuam
aparecendo. Apesar disso, a indústria automotiva se prepara para uma melhora nos cenários
econômicos mesmo em ano de eleição, projetando retomar os níveis pré pandemia a partir do
segundo semestre de 2022.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cite as fontes de consulta utilizadas de acordo com a ABNT.

STOCKER, Fabricio. Economia Empresarial. FGV. 2021.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em https://ibge.gov.br/indicadores.


Acesso realizado em 03 de Janeiro de 2021.

DE PIERI, Renan Gomes. Pandemia e a queda do poder aquisitivo dos brasileiros. FGV, 2021.
Disponível em https://portal.fgv.br/artigos/pandemia-e-queda-poder-aquisitivo-brasileiros. Acesso
em 03 de Janeiro de 2021.

MATSUBARA, Vitor. Produção em baixa e preços em alta: indústria automotiva sofreu em 2021.
Invest News, 2021. Disponível em https://investnews.com.br/colunistas/primeira-marcha/producao-
em-baixa-e-precos-em-alta-industria-automotiva-sofreu-em-2021. Acesso em 03 de Janeiro de
2021.

ANFAVEA, ssociação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Disponível em


https://anfavea.com.br/site/. Acesso em 03 de Janeiro de 2021.

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