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O tema do amor de Deus, particularmente conforme visto na morte sacrificial de Cristo no

Calvário – e esta é a maior verdade do universo – representa o ponto central da Bíblia. Todas
as grandes verdades bíblicas, portanto, deveriam ser estudadas a partir dessa perspectiva. A
autoria das Escrituras A autoridade da Bíblia como regra de fé e prática decorre de sua origem.
Os escritores bíblicos viam as Escrituras como situando-se em uma categoria única, distinta e
separada de toda a literatura restante. Eles se referiram à Bíblia como as “Sagradas Escrituras”
(Rm 1:2), “sagradas letras” (2Tm 3:15) e os “oráculos de Deus” (Rm 3:2; Hb 5:12). A
singularidade das Escrituras se baseia em sua origem e fonte. Os autores bíblicos destacaram
frequentemente o fato de que não eram os originadores de suas mensagens. Eles as recebiam
das fontes divinas. Através da revelação divina, eles haviam sido habilitados a “ver” essas
verdades (Is 1:1; Am 1:1; Mq 1:1; Hc 1:1; Jr 38:21). Os escritores bíblicos indicaram o Espírito
Santo como sendo a fonte de suas revelações. Ele se comunicava com o povo por intermédio
dos profetas (Ne 9:30; cf. Zc 7:12). Davi declarou: “O Espírito do Senhor fala por meu
intermédio, e a sua palavra está na minha língua” (2Sm 23:2). Ezequiel escreveu: “Então,
entrou em mim o Espírito”, “caiu, pois, sobre mim o Espírito do Senhor”, “depois, o Espírito de
Deus me levantou” (Ez 2:2; 11:5, 24). E Miqueias testificou: “Eu, porém, estou cheio do poder
do Espírito do Senhor” (Mq 3:8). O Novo Testamento reconhece o papel desempenhado pelo
Espírito Santo na produção do Antigo Testamento. Jesus disse que Davi fora inspirado pelo
Santo Espírito (Mc 12:36). Semelhantemente, Paulo percebeu que o Espírito Santo falara
“através de Isaías” (At 28:25). Pedro salientou o fato de que o Espírito Santo não operara por
intermédio de umas poucas pessoas selecionadas, e sim por meio de todos os profetas (1Pe
1:10, 11; 2Pe 1:21). Por vezes, a figura do autor humano desaparece completamente, e apenas
o verdadeiro autor – o Santo Espírito – passa a falar: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo”;
“querendo com isto dar a entender o Espírito Santo...” (Hb 3:7; 9:8). Os autores do Novo
Testamento reconheceram o Espírito Santo como o autor de suas mensagens. Paulo se refere a
Ele como a fonte da revelação que recebeu, dizendo: “Ora, o Espírito afirma expressamente
que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé” (1Tm 4:1). João inicia o relato de sua visão
dizendo: “Achei-me em Espírito, no dia do Senhor”(Ap 1:10). E a comissão de Jesus a seus
apóstolos, veio-lhes através do agenciamento do Espírito Santo (At 1:2; Ef 3:3-5). Assim, Deus,
na pessoa do Espírito Santo, revelou-se a si mesmo ao longo das Sagradas Escrituras. Ele as
escreveu, não com sua própria mão, mas com o auxílio das mãos de outros – cerca de
quarenta pares – ao longo de um período de mais de 1.500 anos. E, no sentido de que Ele
inspirou os escritores, Deus é o autor da Bíblia. A inspiração das Escrituras Paulo diz que “toda
a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino” (2Tm 3:16). A palavra grega
theopneustos, aqui traduzida como “inspirada”, significa literalmente “proveniente do fôlego
de Deus”. Deus “inspirou” a verdade nas mentes dos homens, os quais expressaram estas
mesmas verdades em suas próprias palavras, que foram consolidadas nas Escrituras. Portanto,
inspiração é o processo pelo qual Deus comunica sua verdade eterna.

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