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Quer os dados tenham sido colhidos por meio de observação pessoal, informação oral, fontes

escritas ou revelação direta, todas as informações chegaram ao escritor pela orientação do


Espírito Santo. Portanto, a inspiração divina na seleção dos materiais garante a plena
confiabilidade das Escrituras. A Bíblia revela o plano de Deus em Sua dinâmica interação com a
raça humana, não em uma coleção de doutrinas abstratas. Sua autorrevelação acha-se
intimamente entretecida com eventos reais que ocorreram em momentos de tempo e
localidades definidos. Isto quer dizer que a confiabilidade dos dados históricos é
extremamente importante, já que eles formam a infraestrutura de toda a compreensão
humana do caráter de Deus e Seu propósito para a humanidade. Uma visão adequada e
correta desses aspectos pode conduzir a pessoa à vida eterna, e, por outro lado, uma visão
incorreta pode levar à confusão e morte. Deus ordenou a certos homens que escrevessem a
história de Seu relacionamento com Israel (Nm 33:1, 2; Js 24:25, 26; Ez 24:2). Essas narrativas
proveem à humanidade uma história acurada e objetiva, baseada na perspectiva divina. O
Espírito Santo concedeu aos autores compreensão especial para que eles pudessem registrar
os eventos espiritualmente significativos, por meio dos quais ficasse demonstrado o caráter de
Deus ao longo da controvérsia entre o bem e o mal, tendo em vista guiar o povo em busca da
salvação. Os incidentes históricos foram registrados para o nosso benefício. Eles constituem
“tipos” e “exemplos”, e foram escritos “para advertência nossa, de nós outros sobre quem os
fins dos séculos têm chegado” (1Co 10:11). Paulo diz: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito
para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras,
tenhamos esperança” (Rm 15:4). Portanto, a destruição de Sodoma e Gomorra deveria servir
“como exemplo” ou advertência para nós (2Pe 2:6; Jd 7). A experiência de Abraão, no tocante
à justificação, deve constituir um exemplo para todo crente (Rm 4; Tg 2:14-22). Mesmo as leis
civis do Antigo Testamento se encontram repletas de profundo significado espiritual, e foram
escritas para nosso benefício hoje (1Co 9:8, 9). Lucas menciona que escreveu seu Evangelho
porque desejava oferecer um relato da vida de Jesus “para que tenhas plena certeza das
verdades em que foste instruído” (Lc 1:4). O critério adotado por João para a seleção de
incidentes da vida de Cristo, foi “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (Jo 20:31). Vemos, assim, que a inspiração divina
habilitou os autores bíblicos a apresentar a história de tal forma que fôssemos guiados à
salvação. As biografias das personalidades bíblicas constituem outra evidência de divina
inspiração. Esses relatos delineiam cuidadosamente o verdadeiro caráter das pessoas, pois
apresentam tanto suas virtudes quanto suas fraquezas. Seus pecados são registrados com
tanta fidelidade quanto seus sucessos. Nenhum encobrimento é feito da falta de autocontrole
de Noé ou dos enganos de Abraão. Os temperamentos de Moisés, Paulo, Tiago e João não são
passados por alto. Os trágicos fracassos do mais sábio rei de Israel são expostos plenamente,
bem como as fragilidades dos doze patriarcas ou dos doze apóstolos. Nenhuma escusa ou
tentativa de minimização dos erros é oferecida. Todos são retratados do modo como
realmente eram em seu íntimo, e aquilo que vieram a se tornar – ou deixaram de se tornar –
pela graça de Deus. A partir de tais evidências somos forçados a concluir que, sem a inspiração
divina, nenhum biógrafo teria sido capaz de prover tal análise. Todas as narrativas históricas
são vistas pelos autores bíblicos como eventos reais que efetivamente ocorreram, e não como
símbolos ou mitos. Muitas pessoas demonstram-se hoje totalmente céticas no tocante ao
relato de Adão e Eva, a experiência de Jonas e o dilúvio; Jesus, porém, aceitou esses registros
como historicamente verdadeiros e espiritualmente relevantes (Mt 12:39-41; 19:4-6; 24:37-
39).

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