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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAXUPÉ

SÍLVIO CÉSAR DE ALMEIDA

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO: UM ESTUDO DE CASO DO


MUNICÍPIO DE GUAXUPÉ- MG

GUAXUPÉ
2011
SILVIO CÉSAR DE ALMEIDA

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO: UM ESTUDO DE CASO DO


MUNICÍPIO DE GUAXUPÉ- MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé como requisito para obtenção do título
de Pós-Graduado no MBA – Gestão Empresarial.
Orientador: Profª. Ms. Solange Maria Ribeiro
Flório

GUAXUPÉ
2011
Dedico este trabalho primeiramente a Deus por
nos dar tantas oportunidades de conhecimento e
realizações. Também dedico a minha mãe que
desde muito cedo me incentivou a leitura que me
moldou meu perfil para gostar de pesquisa. Este
perfil é o que tem me motivado e me dado várias
oportunidade na vida.
Agradeço,

À Prefeitura de Cabo Verde que me concedeu o direito de divulgar as fotos da visita que fiz nas
instalações da ETE daquela cidade;
À Cooxupé – Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé Ltda, por me conceder o
direito de divulgação de fotos e descritivo das instalações da ECTC;
À Câmara Municipal de Guaxupé por me fornecer dados importantes para a composição deste
trabalho;
Finalmente agradeço aos meus colegas e professores do curso MBA – Gestão Empresarial pelo
ótimo tempo que passamos juntos e pelo compartilhamento de experiências.
“A natureza tem uma estrutura feminina: não sabe se defender, mas
sabe se vingar como ninguém.”
Marina da Silva – Ex-Ministra do Meio Ambiente
RESUMO

ALMEIDA, Sílvio César. Estação de Tratamento de Esgoto: Estudo de Caso do


Município de Guaxupé- MG, 2011, 62p. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé para obtenção do título de Pós-
Graduado em MBA – Gestão Empresarial, 2011.

Em fase a Lei Federal nº 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento


onde os municípios estão definitivamente obrigados a tratar seu esgoto. Com isto há de se
preocupar com a tecnologia adotada considerando o custo que deve ser acessível aos usuários.
Entre outros fatores, devemos lembrar o que será mais viável, várias unidades (ETE)
espalhadas por vários locais no município ou uma solução centralizada o que dependerá da
estrutura de rede de esgoto do município e do relevo. Desta forma o objetivo é demonstrar e
orientar as prefeituras o grau de dificuldade em implantar um sistema de tratamento de esgoto,
além de problemas de ordem administrativa, como a cobrança. Além destes esclareceremos
sobre como funciona um tratamento de esgoto eficiente, destacaremos problemas na
implantação como população flutuante, relevo, captação, mau cheiro, tipos de rede (material
empregado na fabricação da tubulação) e suas conseqüências, custos, trabalhos diários
(manutenção do sistema) e finalmente licenciamento ambiental e destino dos resíduos.

Palavras-chave: ETE, Esgoto, Prefeitura, Tubulação, Resíduos.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Isométrico do processo combinado – UASB+ lodos ativados+desinfeccção –


Flipper tecnologia ambiental.............................................................................................................
16
Figura 2 – Disposição de esgoto em solo..........................................................................................
22
Figura 3 – Lagoa facultativa - esquema.............................................................................................
24
Figura 4 – Lagoa facultativa..............................................................................................................
25
Figura 5 – Lagoa de maturação..........................................................................................................
27
Figura 6 – Desenho Esquemático de uma lagoa de maturação..........................................................
28
Figura 7 – Sistemas de lodos ativados convencionais.......................................................................
30
Figura 8 – Placa ETE – Estação de Tratamento de Esgoto...............................................................
31
Figura 9 – Vista aérea da ETC a partir da rodovia............................................................................
32
Figura 10 – Vista da ETE..................................................................................................................
32
Figura 11 – Caixa de entrada de esgoto com gradeamento...............................................................
33
Figura 12 – Entrada no tanque...........................................................................................................
33
Figura 13 – Descarga de lodo para tanque de secagem.....................................................................
34
Figura 14 – Leito de secagem............................................................................................................
34
Figura 15 – Esgoto final após tratamento..........................................................................................
35
Figura 16 – Fluxograma do sistema combinado................................................................................
36
Figura 17 – Placa Projeto ECTE – Estação Compacta de Tratamento de Esgotos...........................
37
Figura 18 – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé – ECTE......................................
37
Figura 19 – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé – ECTE......................................
38
Figura 20 - Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé – ECTE.......................................
38
Figura 21 – Recalque do armazém de café........................................................................................
39
Figura 22 – Recalque do armazém de café – parte interior...............................................................
39
Figura 23 – Estação de Tratamento de Esgoto da Bacia do Piçarrão................................................
50
Figura 24 – Área de Campinas atendida pela Estação Piçarrão........................................................
51
Figura 25 – ETE Piçarrão – Unidades de Tratamento.......................................................................
52
Figura 26 – ETE Piçarrão – Como funciona......................................................................................
53
Figura 27 – Mapa de Guaxupé...........................................................................................................
55
Figura 28 – Guaxupé..........................................................................................................................
55

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.............................................................................................................................
08
1.1 Histórico ......................................................................................................................................
08
1.2 Saúde e saneamento.....................................................................................................................
12
2.OBJETIVOS..................................................................................................................................
13
2.1 Objetivos Gerais .........................................................................................................................
13
2.2 Objetivos Especificos..................................................................................................................
13
3.METODOLOGIA.........................................................................................................................
14
4.ETAPAS.........................................................................................................................................
15
5. FUNÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E SEUS TIPOS........
15
6.ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO..............................................................................
18
6.1 Alternativas..................................................................................................................................
19
6.2 Descrição sucinta de alternativas para tratamento de esgotos sanitários.....................................
21
6.2.1 Disposição de esgotos no solo..................................................................................................
21
6.2.2 Lagoa facultativa.......................................................................................................................
23
6.2.3 Lagoa anaeróbia + lagoa facultativa.........................................................................................
25
6.2.4 Lagoas de maturação................................................................................................................
26
6.2.4 Sistemas de lodos ativados convencionais................................................................................
29
7. VISITA ÀS ETES – CABO VERDE - COOXUPÉ..................................................................
31
8. DIFICULDADES QUE GUAXUPÉ TERÁ PARA IMPLANTAR UM SISTEMA..............
43
8.1 Informações para dimensionar o sistema físico e financeiro.......................................................
44
8.2 Formas de pagamento..................................................................................................................
45
8.3 Exigências FEAM e problemas com águas pluviais e instalações clandestinas..........................
45
8.4 Tipo de tratamento a ser adotado.................................................................................................
46
8.5 Mão de obra especializada...........................................................................................................
47
8.6 Dimensionamento do sistema......................................................................................................
48
8.7 Dificuldades com o relevo...........................................................................................................
48
8.7.1 Sistema de afastamento e tratamento dos esgotos do Ribeirão Piçarrão em Campinas...........
48
8.8 Algumas características de Guaxupé...........................................................................................
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................
57
ANEXOS...........................................................................................................................................
60
APENDICES....................................................................................................................................
61
8

1. INTRODUÇÃO

Em fase, a Lei Federal nº 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento


onde os municípios estão definitivamente obrigados a tratar seu esgoto. Com isto há de se
preocupar com a tecnologia adotada considerando o custo que deve ser acessível aos usuários.
Entre outros fatores, deve-se considerar o que será mais viável: várias unidades Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) espalhadas por vários locais no município ou uma solução
centralizada, o que dependerá da estrutura de rede de esgoto do município e do relevo.
No município de Guaxupé deveria haver sistema de tratamento de esgoto desde 2009, ano em
que se tornou obrigatório a todos os municípios do Brasil. No período de 1998 ao final de
2007, a Prefeitura Municipal vem cobrando Taxa de Esgoto na conta de água, com o objetivo
de implantar tal sistema.
Até o momento isto não ocorreu e mais recentemente, de julho 2010 a novembro 2010, houve
várias reuniões na Câmara Municipal, inclusive com a participação da população para discutir
o assunto. O ponto chave da discussão foi à implantação de um Sistema de Tratamento de
Esgotos por meio de uma autarquia ou renovação do contrato de abastecimento de água com a
Copasa, ao qual seria incluído o serviço de tratamento de esgoto.
Em meio a tanta discussão, priorizou-se a questão financeira e depois a técnica. Diante desta
situação, acredita-se ser necessário discorrer sobre o assunto, no intento de informar a
população sobre este importante recurso de preservação ambiental.

1.1. Histórico1

A importância do saneamento e sua associação à saúde humana remontam às mais


antigas culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas
civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o aparecimento
de outras. Os poucos meios de comunicação do passado podem ser responsabilizados, em
grande parte, pela descontinuidade da evolução dos processos de saneamento e retrocessos
havidos. Conquistas alcançadas em épocas remotas ficaram esquecidas durante séculos
porque não chegaram a fazer parte do saber do povo em geral, uma vez que seu conhecimento
era privilégio de poucos homens de maior cultura. Por exemplo, foram encontradas ruínas de
uma civilização na Índia que se desenvolveu a cerca de 4.000 anos, onde foram encontrados
banheiros, redes de esgoto nas construções e drenagem nas ruas. O antigo testamento da
Bíblia apresenta diversas abordagens vinculadas às práticas sanitárias do povo judeu como,
9

por exemplo, o uso da água para limpeza de roupas sujas que favoreciam o aparecimento de
doenças (escabiose). Desta forma os poços para abastecimento eram mantidos tampados,
limpos e longe de possíveis fontes de poluição.

Existem relatos do ano 2000 a.C., de tradições médicas, na Índia, recomendando que
a água impura devesse ser purificada pela fervura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol,
mergulhando um ferro em brasa dentro dela ou podia ainda ser purificada por filtração em
areia ou cascalho, e então resfriada. Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na
antigüidade destacam-se a construção de aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos
romanos, tendo como símbolo histórico a conhecida Cloaca Máxima de Roma.

Havia em Roma nove aquedutos para abastecimento, com extensão que variavam de
16 a 80 km e seção transversal de 0,65 a 4,65 m2.

Alguns autores estimaram a capacidade total de todos estes aquedutos e chegaram a


uma vazão de 221,9 m3.d-1 → 2,57 m3.s-1, suficiente hoje para abastecer uma cidade de
600.000 habitantes, admitindo-se uma demanda per capta de aproximadamente 300 L.d -1.
Entretanto, a falta de difusão dos conhecimentos de saneamento levou os povos a um
retrocesso, originando o pouco uso da água durante a Idade Média, quando o consumo per
capita de certas cidades européias chegou a 1 L por habitante por dia. Nessa época, houve
uma queda nas conquistas sanitárias e consequentemente sucessivas epidemias. O quadro
característico desse período é o lançamento de dejetos na rua. Nessa ocasião, a construção de
aquedutos pelos mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em 1235, a construção de aqueduto
de Londres com o emprego de alvenaria e chumbo e, em 1183, o abastecimento inicial de
água em Paris, são obras que podem ser citadas.

Somente no século passado é que se começou a dispensar maior atenção à proteção da


qualidade de água, desde sua captação até sua entrega ao consumidor. Essa preocupação se
baseou nas descobertas que foram realizadas a partir de então, quando diversos cientistas
mostraram que havia uma relação entre a água e a transmissão de muitas doenças causadas
por agentes físicos, químicos e biológicos.
10

Ainda nos dias de hoje, mesmo com os diversos meios de comunicação existentes,
verifica-se a falta de divulgação desses conhecimentos. Em áreas rurais a população consome
recursos para construir suas casas sem incluir as facilidades sanitárias indispensáveis, como
poço protegido, fossa séptica, etc. Assim sendo, o processo saúde versus doença não deve ser
entendido como uma questão puramente individual e sim como um problema coletivo.

No Brasil, pesquisas realizadas no início dos anos 90 pela Associação Brasileira de


Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) possibilitam uma visualização do quadro sanitário do país, evidenciando as
condições precárias a que está exposta grande parte da população brasileira.

Em 1991, o Brasil possuía uma população de 152,3 milhões de habitantes, sendo que
77% destes viviam em áreas urbanas e apenas 23% em áreas rurais. Do total da população
brasileira, menos de 70% dos habitantes eram atendidos por sistemas coletivos de
abastecimento de água. Atualmente, estatísticas do Ministério da Saúde revelam que cerca de
90% da população urbana brasileira é atendida com água potável. O déficit, ainda existente,
está localizado, basicamente, nos bolsões de pobreza, ou seja, nas favelas, nas periferias das
cidades, na zona rural e no interior.

Problemas recorrentes nos sistemas são devidos ao não cumprimento dos padrões de
potabilidade pela água distribuída e a ocorrência de intermitência no abastecimento,
comprometendo a quantidade e a qualidade da água distribuída à população. Além disso, o
índice de perda é muito elevado principalmente em função de vazamentos e desperdícios.

Com relação ao esgotamento sanitário, os dados são ainda mais impressionantes,


uma vez que, em 1995, apenas 30% da população brasileira eram atendidas por redes
coletoras. Neste mesmo período, o volume de esgoto tratado era extremamente baixo, com
apenas 8% dos municípios apresentando unidades de tratamento.

Mesmo nessas situações, em geral as estações de tratamento atendiam apenas uma


parcela da população, as eficiências eram reduzidas e problemas operacionais eram bastante
freqüentes. Estatísticas atuais do Ministério da Saúde apresentam um número da ordem de
11

60% da população sendo atendida por redes coletoras de esgoto. As deficiências na coleta e a
disposição inadequada do lixo, que é lançado a céu aberto na maioria das cidades,
caracterizavam 1995, outro grande problema ambiental e de saúde pública. Além disso, em
geral no Brasil, carências graves podem ser verificadas na área de drenagem urbana,
submetendo diversos municípios a periódicas enchentes e inundações, além de problemas na
área de controle de vetores, os quais vêm provocando a ocorrências freqüentes de endemias
como o dengue, a leptospirose e a leishmaniose.

1.2. Saúde e Saneamento1

Sanear quer dizer tornar são, sadio, saudável. Pode-se concluir, portanto, que
Saneamento equivale à saúde. Entretanto, a saúde que o Saneamento proporciona difere
daquela que se procura nos hospitais e nas chamadas casas de saúde. É que para esses
estabelecimentos são encaminhadas as pessoas que já estão efetivamente doentes ou, no
mínimo, presumem que estejam. Ao contrário, o Saneamento promove a saúde pública
preventiva, reduzindo a necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque
elimina a chance de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há

Saneamento, são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável e os índices


de mortalidade - principalmente infantil - permanecem nos mais baixos patamares.

O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde


(OMS), desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das
ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, partese do pressuposto de que um dos mais
importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais.
O conceito de saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental
e social, não restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. Hoje, além das ações de
prevenção e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores
determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento

1
GUIMARÃES, Carvalho e Silva. SANEAMENTO BÁSICO, IT 179 – Saneamento Básico,
Agosto/2007. Disponível em:
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT
%20179/Cap%201.pdf - Acesso em 13/03/2011
12

principal da propostas da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de


Saúde (Opas).

A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde pressupõe a


superação dos entraves tecnológicos políticos e gerenciais que têm dificultado a extensão dos
benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte. A
maioria dos problemas sanitários que afetam a população mundial estão intrinsecamente
relacionados com o meio ambiente. Um exemplo disso é a diarréia que, com mais de quatro
bilhões de casos por ano, é uma das doenças que mais aflige a humanidade (causa de 30% das
mortes de crianças com menos de um ano de idade). Entre as causas dessa doença destacam-
se as condições inadequadas de saneamento. Mais de um bilhão dos habitantes da Terra não
têm acesso a habitação segura e a serviços básicos, embora todo ser humano tenha direito a
uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. No Brasil as doenças resultantes
da falta ou de um inadequado sistema de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm
agravado o quadro epidemiológico. Estudos do Banco Mundial (1993) estimam que o
ambiente doméstico inadequado seja responsável por quase 30% da ocorrência de doenças
nos países em desenvolvimento. O quadro a seguir ilustra a situação.

Estimativa do impacto da doença devido à precariedade do ambiente doméstico


nos países em desenvolvimento
Principais doenças ligadas à precariedade
Problema ambienta
do ambiente doméstico
Tuberculose Superlotação
Falta de Saneamento, de abastecimento
Diarréia d’água, de higiene

Falta de saneamento, má disposição do


Doenças tropicais lixo, foco de vetores de doenças na
redondeza

Falta de saneamento, de abastecimento


Verminoses d’água, de higiene

Poluição do ar em recinto fechado,


Infecções respiratórias
superlotado

Doenças respiratórias crônicas Poluição do ar em recinto fechado


Câncer do aparelho respiratório Poluição do ar em recinto fechado
13

Investir em saneamento é a única forma de se reverter o quadro existente. Dados divulgados


pelo Ministério da Saúde afirmam que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento,
economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curativa. Entretanto, é preciso que se veja o outro
lado da moeda, pois o homem não pode ver a natureza como uma fonte inesgotável de
recursos, que pode ser depredada em ritmo ascendente para bancar necessidades de consumo
que poderiam ser atendidas de maneira racional, evitando a devastação da fauna, da flora, da
água e de fontes preciosas de matérias-primas.
Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat
numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem
transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos. Para isso, é necessário que se construa
um novo modelo de desenvolvimento em que se harmonizem a melhoria da qualidade de vida
das suas populações, a preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para
atender aos anseios de seus cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade moderna.

2. OBJETIVOS
2.1. Objetivos Gerais

Pesquisar sobre as alternativas de Estações de Tratamento de Esgoto e peculiaridades


encontradas no município de Guaxupé, objetivando orientar futuras implementações tanto no
setor público como no privado.

2.2. Objetivos Específicos

2.2.1. Orientar Prefeituras e outras entidades sobre a implantação de Sistema de


Tratamento de Esgoto;
2.2.2. Informar dobre as formas de cobrança de taxa de esgoto e possíveis distorções
de cálculo;
2.2.3. Esclarecer sobre o funcionamento de uma ETE;
2.2.4. Destacar os problemas na implantação, como erros em não calcular a
população flutuante, o que implicará diretamente no funcionamento;
14

2.2.5. Revelar considerações a respeito do relevo que dificultam a captação do esgoto


e até mesmo no local escolhido para a o tratamento que poderá requerer um grande espaço
físico;
2.2.6. Relacionar os tipos de rede disponíveis;
2.2.7. Relatar sobre a manutenção da ETE.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um Estudo de Caso (MARTINS) que se iniciou com levantamento


bibliográfico na Internet, utilizando-se das palavras-chave: ETE, Estações de Tratamento de
Esgoto e Empresas
Especializadas em Tratamento de Esgoto. A partir destas palavras foram
selecionadas algumas empresas as quais se estabeleceu contato por telefone e e-mail.
As empresas com respostas mais rápidas, com os sites onde foi possível explorar
mais informações, e que demonstraram maior conhecimento, foram escolhidos para dar
andamento ao estudo.
Na sequencia foram agendadas visitas aos locais onde foi possível entender melhor o
funcionamento da ETE. Durante as visitas foi possível tirar fotografias as quais foram
utilizadas nesta pesquisa.
Como dado empírico, inseriu-se informações coletadas a partir da implantação de
uma ETE na empresa Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda (COOXUPÉ),
localizada a Rua Manoel Joaquim Magalhães Gomes, 400 – Vila Santa Barbara, Guaxupé-
MG.
Para sustentação do trabalho, foram solicitadas informações à Prefeitura Municipal
de Guaxupé e à Copasa, conforme consta nos apêndices. Foram também emitidas
autorizações que permitem a divulgação das fotografias retiradas durante as visitas de campo.
Outras informações a respeito do que estava sendo tramitando na Câmara de
Vereadores foram obtidas por meio de entrevistas com vereadores e acompanhamento de
reuniões divulgadas nos jornais locais, entrevistas na Rádio Comunitária de Guaxupé
(Comunitária 87 FM), e ainda reuniões da Câmara transmitidas pela Internet.
15

4. ETAPAS

 Pesquisa em Sites
 Visitas às Empresas
 Visita às Estações do Setor Publico e Privado
 Solicitação Informações
 Pedido de Autorização de Uso do Material
 Confecção do Material

5. FUNÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E SEUS TIPOS

A eficiência e a capacidade nominal de uma estação de tratamento de esgotos são


definidas a partir de uma série complexa de fatores específicos a cada caso estudado.
O tratamento pode atingir diferentes níveis denominados tecnicamente de tratamento
primário, secundário ou terciário. A Figura 1 mostra esquematicamente a composição de uma
estação de tratamento completo, até a desinfecção final.
16

Figura 1. Isométrico do processo combinado – UASB+lodos ativados+desinfecção – Flipper tecnologia


ambiental

Fonte: FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO: Disponível em http://www.flipper.ind.br/new.


Acesso em 20 de março de 2010.

O tratamento primário envolve a remoção de sólidos grosseiros através de grades,


geralmente, e a sedimentação (caixa retentora de areia e decantadoras) ou flotação de
materiais constituídos principalmente de partículas em suspensão. Em alguns casos também
se pode usar unidades separadora de gordura a exemplo de restaurantes. (CAMPOS)
Essa fase produz quantidade de sólidos que devem ser dispostos adequadamente. De
maneira geral, os sólidos retirados em caixas retentoras de areia são enterrados, e aqueles
retirados de em decantadores devem ser adensados e digeridos adequadamente para posterior
secagem e disposição em locais apropriados. As formas de tratamento desse lodo variam de
maneira bastante ampla. (CAMPOS)
O tratamento secundário, por sua vez, destina-se a degradação biológica de
compostos carbonáceos. Quando é feita essa degradação, naturalmente ocorre a
decomposição de carboidratos, óleos e graxas e proteínas a compostos mais simples, tais
17

como: CO2, H2O, NH3, CH4, H2S, etc, dependendo do tipo de processo predominante. As
bactérias que efetuam o tratamento, por outro lado, se reproduzem e têm sua massa total
aumentada em função da quantidade de matéria degradada. (CAMPOS)
Caso se empregue o processo aeróbio, para cada quilograma de DBO removida
ocorre à formação de cerca de 0,4 a 0,7 quilogramas de bactérias (matéria seca) e, caso se
opte pelo processo anaeróbico, tem-se para cada quilograma de DBO removida a formação de
0,2 a 0,20 quilogramas de bactérias aproximadamente. (CAMPOS)
A pequena formação de biomassa do processo anaeróbio em relação ao aeróbio é
uma das grandes vantagens ao uso das bactérias que proliferam em ambiente anaeróbio pelo
tratamento de efluentes, pois o custo e a dificuldade para tratamento, transporte e disposição
final do lodo biológico são bastante reduzidos, no caso. (CAMPOS)
Geralmente, o volume de lodo no processo anaeróbio, em termos práticos é menor
que 30% do volume produzido no processo aeróbio, para um mesmo efluente líquido.
(CAMPOS)
Após a fase em que é feita a degradação biológica, os sólidos produzidos devem ser
removidas em unidades específicas para esse fim (lagoas de sedimentação, decantadores,
flotadores, etc) e, posteriormente são submetidos a adensamento, digestão, secagem e
disposição adequada. (CAMPOS)
Dependendo do tipo de processo adotado pode-se recircular uma parcela da massa de
bactérias ativas, de volta ao reator biológico. Conforme mostrado na Figura 1, essa alternativa
permite o aumento da produtividade do sistema e maior estabilidade no seu desempenho.
(CAMPOS)
De maneira geral, as maiorias das estações construídas alcançam apenas o nível de
tratamento secundário, aqui descrito, porém, em muitas situações, é obrigatório que esse
tratamento alcance o nível denominado terciário. (CAMPOS)
O efluente do tratamento secundário ainda possui Nitrogênio e Fósforo em
quantidade, concentração e formas que podem provocar problemas no corpo receptor,
dependendo de suas condições especificas, dando origem ao fenômeno conhecido como
eutrofização, que é sentido pela intensa proliferação de algas.(CAMPOS)
O Tratamento terciário tem por objetivo, no caso de esgotos sanitários, a redução das
concentrações de Nitrogênio e Fósforo, e é geralmente fundamentado em processos
biológicos realizados em duas fases subseqüentes denominadas nitrificação e desnitrificação.
18

A remoção de fósforo também pode ser efetuada através de tratamento químico, com sulfato
de alumínio, por exemplo. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé -
FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO).
Na nitrificação, o nitrogênio é levado á forma de nitrato e posteriormente, na
desnitrificação, é levado à produção de N2, principalmente, que é volatizado para o ar.
(Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES
COMPCTAS DE ESGOTO).
O tratamento terciário também produz lodo, que deve ser adensado, digerido, secado e
disposto corretamente. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER
– ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
Em essência, as operações e os processos descritos destinam-se a remoção de sólidos em
suspensão e da carga orgânica, restando agora, para completar o tratamento, que se cuide da
remoção de organismos patogênicos. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da
Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)

Sistemas de tratamento que envolve disposição no solo ou lagoas de estabilização,


em muitos casos, já têm a capacidade de efetuar redução considerável no número de
patogênicos, dispensando assim um sistema especifico para desinfecção.
Nos outros casos, ainda se faz necessária a previsão de instalações para a
desinfecção, que geralmente é efetuada através do uso do cloro, ozônio e, mais recentemente,
radiação ultravioleta. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER –
ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)

6. ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO

Antes de serem descritas as principais alternativas para tratamento de esgotos


sanitários é interessante que sejam destacadas algumas observações sobre o tratamento
primário e sobre alguns parâmetros utilizados para o dimensionamento.
Como já foi descrito anteriormente, o tratamento primário visa à remoção de sólidos
grosseiros, óleos e graxas, e de sólidos em suspensão, com eficiência tal que permita o bom
funcionamento das partes seguintes que compõem uma estação de tratamento. Dependendo do
tipo de tratamento adotado, os componentes do tratamento primário podem variar, conforme
19

as alternativas destacadas a seguir, sendo, porém, a caixa retentora de areia uma unidade que
raramente pode ser dispensada.

6.1. Alternativas

 Alternativa 1: Grade
Caixa retentora de areia
Medidor de vazão
Decantador primário
 Alternativa 2: Grade
Caixa retentora de areia
Medidor de vazão
Peneira elástica
 Alternativa 3: Grade
Caixa retentora de areia
Medidor de vazão

Certos casos em que se opta pelo tratamento por disposição no solo pode-se utilizar
como tratamento preliminar apenas o gradeamento, seguido de medidor de vazão.
A dispensa de decantador primário e peneira estática, geralmente só são admitidas
em sistemas de lagoas de estabilização e sistemas denominados de oxidação total ou aeração
prolongada. Mais recentemente, também se tem eliminado o decantador, quando se usam
reatores anaeróbicos de manta de lodo, porém, nesse caso, é obrigatório o uso de gradeamento
fino dos esgotos. (Manual Projeto Tratamento de Esgotos – Cooxupé)
Para facilitar e tornar mais objetiva a descrição sucinta de alternativas para
tratamento secundário conforme apresentadas, supor-se-á que o tratamento preliminar (ou
primário) já foi considerado adequadamente.
Ainda como esclarecimentos iniciais serão apresentados, a seguir, a simbologia de alguns
parâmetros fundamentais utilizados por projetistas para estudos e para dimensionamento de
unidades de tratamento de esgotos. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé
- FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
20

Tempo de detenção hidráulico (td): é o tempo médio (geralmente expresso em dias) em que
os despejos líquidos permanecem em uma unidade ou sistema.
td = volume do reator (m3) = dia
vazão media diária (m3/dia)
ou
td = altura ou comprimento de uma unidade (m) = dia
Velocidade média do liquido (m/dia)
Taxa de carregamento orgânico (tco): é a quantidade de DBO, DQO ou de outro parâmetro,
expressa em Kg, que é aplica por dia por unidade de volume ou de área de uma unidade.
Tco = Kg DQO/ m3 dia
ou
Tco = Kg DQO/ m2 dia
ou
Tco = Kg DQO/ha dia
ha. = hectare = 10.000 m2

Quando a tco é referida por unidade de área (m ou ha), esse parâmetro costuma ser
chamado por taxa de aplicação superficial.

Taxa de escoamento superficial (tes): é q quantidade de efluente liquido que é aplicada por
unidade de área de uma unidade durante um dia. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto
da Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
tes = vazão dos esgotos (m3/dia) = m3/ m2. dia = m/dia
Área da unidade (m2)
Tempo de retenção celular (idade do lodo): é o tempo médio que os organismos que
promovem o tratamento, permanecem em uma unidade (dia). (Manual do Projeto de
Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO).
Após esses esclarecimentos básicos, essenciais para o entendimento dos critérios
fundamentais para projeto, são apresentadas, descrições sucintas sobre as seguintes
alternativas para tratamento:
21

TIPO PROCESSO PREDOMINANTE


Disposição no solo Aeróbio e Anaeróbio
Lagoa facultativa Aeróbio e Anaeróbio
Sistemas de lagoas tipo australiano Aeróbio e Anaeróbio
Lagoa aerada + lagoa de sedimentação Aeróbio e Anaeróbio
Lodos ativados convencional Aeróbio
Lodos ativados (mistura completa) Aeróbio
Valo de oxidação Aeróbio
Lodos ativados em reator do tipo batelada Aeróbio
Poço profundo aerado (Deep Shaft) Aeróbio
Filtro biológico aeróbio Aeróbio
Filtro anaeróbio Anaeróbio
Tanque séptico + filtro anaeróbio Anaeróbio
Reator Anaeróbio de manta de lodo Anaeróbio
Reator anaeróbio compartimentado (com chicanas) Anaeróbio
Reator anaeróbio de leito fluidificado Anaeróbio
Reator aeróbio de leito fluidificado Anaeróbio
Reator aeróbio de leito fluidificado Aeróbio
Processo eletrolítico Físico-Químico
(CAMPOS)
No item seguinte é apresentada uma abordagem sintética e objetiva sobre cada uma
das alternativas mencionadas.

6.2 Descrição sucinta de alternativas para tratamento de esgotos sanitários.

6.2.1 Disposição de esgotos no solo

A primeira evidência do uso de tratamento de esgotos no solo foi constatada na


antiga Atenas. Atualmente existem muitos sistemas funcionando, mesmo em países
desenvolvidos; talvez o mais antigo possa ser atribuído à cidade de Bunzlau (Alemanha), que
está sendo operado há mais de 300 anos (FEIGIN et al., 1991).
22

O tratamento do solo, de maneira geral, é conhecido por ações biológicas e físico-


químicas, que ocorrem através de fenômenos atribuídos ao solo, plantas, bactérias, fungos,
protozoários, vermes (FEIGIN et al., 1991).
Trata-se de solução muito interessante quando se dispõe de área suficiente, com
topografia adequada e a custos acessíveis, desde que se tomem todos os cuidados relativos à
segurança dos trabalhadores e das comunidades vizinhas e também se respeite a capacidade
do solo e das plantas que crescem na área utilizada para esse fim. Quando se adota essa
alternativa deve-se previamente efetuar um estudo profundo sobre o impacto que esse sistema
provocará no ar, água e solo (FEIGIN et al., 1991).
De maneira geral, são três as formas mais usuais para a disposição de esgotos no
solo, a saber: irrigação, infiltração rápida e escoamento superficial. No primeiro caso usam-se
aspersores e é possível explorar a ação das plantas (consumo de nutrientes e
evapotranspiração) para melhorar o tratamento (FEIGIN et al., 1991).
No caso de infiltração rápida ocupam-se áreas enormes, porém o problema de
contaminação do lençol subterrâneo fica agravado.
Quando se emprega a técnica de escoamento superficial, também conta-se com a
colaboração de ações de plantas e, nesse caso, à jusante da área utilizada, deve-se dispor de
um canal para a coleta do excesso não infiltrado (PAGANINI).
Sempre que se utilizar a disposição no solo deve-se prever um amplo cinturão de
proteção e área adicional de segurança.

Figura 2 - Disposição de Esgoto em Solo

Fonte: Google imagens. Origem: http://www.google.com.br acessado em 18/01/2001


23

6.2.2 Lagoa Facultativa


Segundo Silva e Mara (1979), o termo facultativo é designado à dualidade ambiental
que caracteriza esse tipo de lagoa, apresentando condição aeróbia na superfície e condição
anaeróbia em camadas próximas ao fundo da lagoa. Deste modo, a estabilização da matéria
orgânica se dá através da oxidação aeróbia e pela redução fotossintética na camada superior, e
na camada inferior através de fenômenos típicos da fermentação anaeróbica (JORDÃO;
PESSOA, 2005).
Na zona aeróbica próxima à superfície da lagoa, a matéria orgânica é degradada por
bactérias aeróbias que são supridas de oxigênio por reações fotossintéticas realizadas pelas
algas e pela reaeração superficial. Nessa região, a influência da luz solar juntamente com os
nutrientes provenientes da mineralização da matéria orgânica pelas bactérias, propicia o
desenvolvimento de uma elevada biomassa de algas, responsáveis pela liberação do oxigênio
molecular que será utilizado posteriormente pela população bacteriana com formação de
novas células (VIEIRA, 2003).
Na zona intermediária prevalecem as bactérias facultativas que possuem os dois
mecanismos de respiração, que podem crescer tanto em meio aeróbio quanto em meio
anaeróbio (KELLENER; PIRES, 1998).
A zona anaeróbia, no fundo da lagoa, é constituída da matéria orgânica sedimentada
formando o lodo, onde se desencadeiam as reações bioquímicas por meio da digestão
anaeróbia, produzindo gases como o CO2, CH4 e H2S, os quais se deslocam para a superfície
podendo se desprender para a atmosfera.
Grau (1991) afirma que nas lagoas facultativas são encontrados quaisquer tipos de
microrganismos, desde os anaeróbios restritos, no lodo de fundo, até os aeróbios restritos na
zona intermediária adjacente da superfície. Entretanto, os seres mais adaptados ao meio são os
microrganismos facultativos, que podem sobreviver nas condições de oxigênio dissolvido,
típicas destas lagoas ao longo di dia e do ano.

As lagoas facultativas são dimensionadas com grandes áreas superficiais, pequenas alturas de
laminas de água (entre 1 m e 2 m) e períodos de detenção de aproximadademente 10 dias
(lagoas primárias) e 5 dias (lagoas secundárias) (MARA; PEARSON, 1986). Jordão e Pessoa
(2005) afirmam que para um melhor desempenho em regiões tropicais são mais indicadas
taxas de aplicação superficial variando de 100 a 350 kg DBO5/há. Dia.
24

A lagoa é denominada primária quando projetada para operar como única unidade e/ou
receber esgoto bruto. Quando projetada para operar como única unidade e/ou receber esgoto
bruto. Quando projetada para receber efluente de lagoa anaeróbia, aerada ou meso após uma
estação de tratamento é chamada de lagoa secundária (JORDÃO; PESSOA, 2005).
O efluente gerado por lagoas facultativas possui características bem peculiares, devido
aos processos que predominam no reator, a saber: cor verde, já que a proliferação de algas é
acentuada; elevado teor de oxigênio dissolvido, em virtude de reações fotossintéticas
realizadas pelas algas; e, concentrações elevadas de sólidos em suspensão, correspondendo à
biomassa algal (VON SPERLING, 2002).
Essas lagoas podem atingir boas eficiências quanto à remoção de carga orgânica,
microrganismos patogênicos e sólidos suspensos (RODRIGUES, 2004). Para Mendonça
(1960) a redução de DBO5 é da ordem de 70 a 90%. Segundo Von Sperling (2002) as lagoas
facultativas tem eficiência nas remoções de DBO variando entre 75% e 85%; coliformes
termotolerantes com valores percentuais entre 90 e 99%; nitrogênio inferior a 60% e fósforo
inferior a 35%.

Figura 3 – Lagoa Facultativa - Esquema

Fonte: Google imagens http://www.google.com.br. Acessado em 18/01/2011


25

Figura 4 – Lagoa Facultativa

Fonte: Google imagens http://www.google.com.br. Acessado em 18/01/2011

6.2.3 Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa

O uso de lagoa anaeróbia seguida de facultativa (sistema australiano) é uma das


melhores soluções técnicas que existem e também é uma das mais econômicas, quando se
dispõe de área adequada e de baixo custo. (BORGES)
As lagoas anaeróbias  é normalmente profunda,  variando entre  4 a 5 metros. A
profundidade tem a finalidade de impedir que o oxigênio produzido pela camada superficial
seja transmitido às camadas inferiores. Para garantir as condições de anaerobiose é lançada
uma grande quantidade de efluente por unidade de volume da lagoa. Com isto o consumo de
oxigênio será superior ao reposto pelas camadas superficiais. Como a superfície da lagoa é
pequena comparada com sua profundidade, o oxigênio produzido pelas algas e o  proveniente
da reaeração atmosférica são considerados desprezíveis. No processo anaeróbio a
decomposição da matéria orgânica gera subprodutos de alto poder energético (biogás) e, desta
26

forma, a disponibilidade de energia para a reprodução e metabolismo das bactérias é menor


que no processo aeróbio (FESMAN, 2008).
A eficiência de remoção de DBO por uma lagoa anaeróbia é da ordem de 50% a
60%. Como a DBO efluente é ainda elevada, existe a necessidade de outra unidade de
tratamento. Neste caso esta unidade constitui-se de uma lagoa facultativa, porém esta
necessitará de uma área menor devido ao pré-tratamento do esgoto na lagoa anaeróbia. O
sistema lagoa anaeróbia + lagoa facultativa representa uma economia de cerca de 1/3 da área
ocupada por uma lagoa facultativa trabalhando como unidade única para tratar a mesma
quantidade de esgoto. Devido à presença da lagoa anaeróbia, maus odores, provenientes da
liberação de gás sulfídrico,  podem ocorrer como conseqüência de problemas
operacionais. Por este motivo este sistema deve ser localizado em áreas afastadas, longe de
bairros residenciais. (SPERLING,1996).

Na primeira lagoa ocorre à retenção e a digestão anaeróbia do material sedimentável


e na segunda ocorre à degradação doas contaminantes solúveis e contidos em partículas
suspensas muito pequenas. O lodo retido e digerido na primeira lagoa tem de ser removido em
intervalos que geralmente variam de 2 a 5 anos (SPERLING,1996).
Na 1.ª lagoa predomina-se o processo anaeróbio e, na 2.ª lagoa o aeróbio, onde se
atribui as algas a função da produção e a introdução da maior parte do oxigênio consumido
pelas bactérias (SPERLING, 1996).
Nesse caso como em todas as situações em que se empregam lagoas, valem as
mesmas recomendações destacadas em 3.2.2, assim como, deve-se ter cuidado especial para
evitar grandes quantidades de líquidos infiltrados que podem degradar a qualidade da água do
lençol subterrâneo. Sugere-se o revestimento interno da lagoa com camada de argila, pintura
asfaltica, etc, para atenuar esses problemas (LINSLEY, 1964).

6.2.4 Lagoas de Maturação


A modalidade de lagoas de estabilização na qual a remoção de microorganismos
patogênicos apresenta-se como função principal denomina-se lagoas de maturação e são
empregadas como o último passo ou posteriores a qualquer outro sistema convencional de
tratamento de águas residuárias (FREITAS et al., 2002).
27

Para Kellner e Pires (1998) o termo lagoa de maturação é dado àquela lagoa em que a
matéria orgânica está praticamente estabilizada e o oxigênio dissolvido se faz presente em
toda a massa líquida.
São construídas com menores profundidades, entre 0,60 e 1,50 m (SILVA FILHO,
2007). Gloyna (1971) sugere a adoção de 1,0 m de profundidade.
Considera-se o tempo de detenção hidráulica de 7 dias para o seu dimensionamento
(KELLNER; PIRES, 1998). Em lagoas destinadas ao tratamento de efluentes domésticos, o
TDH situa-se entre 2 e 4 dias (JORDÃO; PESSOA, 2005).
Os raios ultravioletas da radiação solar apresentam um papel importante nestas lagoas
já que as baixas profundidades permitem que atuem em toda a massa de água (RODRIGUEZ;
CABRERA; VILLACRÉS, 2006). Além do mais, favorece a grande produtividade de algas e
cianobactérias que, através da fotossíntese, geram alta concentração de oxigênio, garantindo,
dessa maneira, a redução de patógenos (ARAÚJO, 1993).

Figura 5 – Lagoa de maturação

Fonte: http://www.o2engenharia.com.br/esgoto4.html - Acessado em 07/02/2011 as 08:15


28

Figura 6 – Desenho esquemático de uma lagoa de maturação

Fonte: Silva Filho (2007, p.33)

O pH é o principal responsável pela morte dos organismos patogênicos, acelerando o


decaimento de coliformes termotolerantes, bem como da remoção de nutrientes quando atinge
valores iguais ou superiores a 9,0 (VON SPERLING, 2002). O Fósforo é removido
principalmente através do mecanismo da precipitação química na forma de hidroxiapatita
desencadeado quando o pH supera valores de 8,2 (ARAÚJO, 1993). A amônia é removida
principalmente através da volatilização em faixas de pH superiores a 8,0 (SOARES et AL.,
1996).
A presença de luz também influencia bastante na eliminação de coliformes
termotolerantes. Segundo Curtis et al. (1992 apud KELLNER; PIRES 1998), a existência de
substâncias húmidas encontradas em todo o volume de líquido da lagoa provocaria a absorção
da luz solar e a utilização da energia para transformar o oxigênio dissolvido em formas
tóxicas, como peróxido de hidrogênio ou provavelmente superóxidos e radicais hidroxil,
danificando e matando os coliformes fecais presentes na lagoa.
Dependnedo das características climáticas do local e de projeto, a taxa de remoção de
coliformes termotolerantes, em uma série de lagoas de estabilização, pode alcançar valores da
ordem de 99,999%. Todavia, a eficiência de remoção de DBO e DQO é geralmente baixa.
As lagoas apresentam excelente eficiência de tratamento. Em termos de eficiência de
remoção de DBO, a faixa típica situa-se entre 75 e 85 mg/L. em relação à remoção de
nutrientes, pode-se encontrar uma razoável remoção de nitrogênio amoniacal nas lagoas de
maturação, rasas, através do processo de volatilização da amônia livre (NH3), com pH
29

elevado. É possível no caso de lagoas de maturação rasas obeter-se uma remoção de amônia
livre da ordem de 70 a 80% (JORDÃO; PESSOA, 2005).

6.2.5 Sistemas de lodos ativados convencionais


Lodos ativados baseiam-se em processo biológico aeróbio e parte do princípio que
deve ser evitada a fuga descontrolada de bactéria ativa, produzida no sistema e que, deve-se
recircular de modo a se manter a maior concentração possível de microrganismos ativos no
reator aerado. Os microrganismos produzem flocos que podem ser removidos facilmente por
sedimentação em decantador secundário (ou flotador por ar dissolvido). Parte do lodo
secundárioé descartada para tratamento e destino final. Nos sistemas de lodos ativados os
tanques são tipicamente de concreto, diferentemente das lagoas de estabilização. Para garantir
economia em termos de energia no processo de aeração, parte da matéria orgânica (em
suspensão, sedimentável) dos esgotos é retirada antes do tanque de aeração, através do
decantador primário. Assim este tipo de tratamento tem como parte integrante também o
tratamento primário.
O sistema de lodos ativados convencional ocupa áreas bastante interiores às dos
sistemas de lagoas. Exige uma capacitação para sua operação, e consumo de energia superior
aos das lagoas aeradas. Dentre as variantes do processo de lodos ativados, temos aeração
prolongada e o emprego de fluxo intermitente (Batelada). O fluxograma do processo é
grandemente simplificado, devido à eliminação de diversas unidades, comparado aos sistemas
de lodo ativado de fluxo contínuo. No sistema de aeração prolongada por batelada, às únicas
unidades de todo o processo de tratamento (líquido e lodo) são: grades, desarenadores,
reatores, adensamento do lodo (opcional) e desidratação do lodo.
Veja o esquema na figura 7, a seguir: (BORGES)
30

Figura 7 – Sistemas de lodos ativados convencionais

Fonte: www.finep.gov.br/prosab/3_esgoto_ufrgs.htm. - Acessado em 07/02/2011 as 08:30

Esses microorganismos produzem flocos que podem ser removidos por sedimentação
em decantador secundário (ou flotador por ar dissolvido). Parte do lodo é recirculado ao reator
aeróbio e parte é descartada para o tratamento e destino final. Neste caso também é
obrigatório o uso de decantador primário. (BORGES)
Esses sistemas possuem a vantagem de se basear em tecnologia conhecida
perfeitamente e de alta eficiência e, adicionalmente, ocupa espaços relativamente pequenos
quando se compara as propostas anteriores; porém, a operação exige pessoal especializado e o
consumo de energia elétrica é bastante elevado. (BORGES)
Provavelmente, nos países desenvolvidos essa alternativa é empregada em mais de
90% das estações de médio e grande porte.
31

7. VISITA ÀS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO - ETE – CABO VERDE


Autorização do uso das informações - ANEXO 4

A estação foi construída na gestão 1997/2004


Figura 8 – Placa ETE – Estação de Tratamento de Esgoto

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
Características:
 Sistema Anaeróbio operando a partir de novembro/2004 atendendo 80% da
população correspondendo a 5.600 habitantes
 Custo aproximado de implantação por volta de R$ 400.000,00 (valor licitado no
início da obra/2004)
 Ainda não foi feita nenhuma análise da eficiência do sistema.
 Sistema necessita de um operador
 Mesmo sem atividade na visita, o cheiro era desagradável. Segundo o operador em
operação normal o cheiro é pior.
32

Figura 9 – Vista aérea da ETC a partir da rodovia

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde

Figura 10- Vista da ETE

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
33

Figura 11 – Caixa de entrada do esgoto com gradeamento

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde

Figura 12 – Entrada no tanque

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
34

Figura 13- Descarga de lodo para tanque de secagem

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde

Figura 14 – Leito de secagem

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
35

Figura 15 – Esgoto final após tratamento

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde

Ampliações:
Cotado duas novas unidades em 2004 para atender os Distrito Serra dos Lemes e
São Bartolomeu.
Cada um destes terá capacidade para 1.500 habitantes ao custo aproximado de R$
120.000,00 cada unidade.
Contatos:
 Na ETE: Ivan
 Prefeitura: Neliton
Contato da construtora que fez o projeto e implantou o sistema: Willian
Construtora Azevedo & Azevedo Ltda. Três Pontas–MG
Fone (35) 3265-1166
Comentários:
O relevo da cidade de Cabo Verde a favorece o descarte do esgoto. A estação foi
instalada em uma parte baixa que recebe facilmente 80% do esgoto por gravidade. O local é
longe de vizinhança o que a favorece em função do problema com o odor do local. O odor
apesar de forte só se tornar desagradável quando o lodo é enviado ao leito de secagem. Neste
36

instante é insuportável o odor de gás sulfídrico e metano. Estes gases poderiam muito bem ser
aproveitados para a geração de energia ou outro. A limpeza do sistema de gradeamento é
feita diariamente, porém não há preocupação com o descarte do resíduo sendo este lançado ao
lado da estação. Este por sua vez, acaba sendo arrastado para o rio logo abaixo perdendo
efeito o uso do sistema de gradeamento.
Outro problema sério detectado é que o lodo depois de seco é raspado e amontoado
ao lado do rio. Desta forma quando chove, o mesmo é lançado ao rio. O correto é dar destino
a este logo. Como a região é rica em agricultura, o mesmo poderia muito bem ser utilizado em
lavouras cafeeiras entre outras. No mais o sistema apesar de simples, esta bem instalada
necessitando de orientação, manutenção melhor aproveitamento dos resíduos.
No quesito manutenção chamo atenção apenas para o seguinte: ATAQUE
QUÍMICO
Como a estação é toda de alvenaria, é preciso ter certeza que foi utilizado aditivo
para evitar ataque químico durante sua construção. O ataque químico a este tipo de estrutura
ocorre pelo seguinte:
PROCESSO DE OXIDAÇÃO DO GÁS SULFÍDRICO H2S que é a formação do
ÁCIDO SULFÚRICO em águas orgânicas.
H2S + O2  = SO2 + H2O
Gás Sulfídrico + Oxigênio = Anidrido Sulfúrico
O ÁCIDO SULFÍDRICO se oxida e forma ANIDRIDO SULFÚRICO (dióxido de
enxofre).
SO2 + H2O =  H2SO4 (ácido sulfúrico)
O ANIDRIDO SULFÚRICO + ÁGUA = ÁCIDO SULFÚRICO (por
hidratação).
O ÁCIDO SULFÚRICO é um ácido forte e ataca todas as estruturas de composição
calvária. (Kawai)
Exemplo: o concreto
O ataque químico pode ser indicado como segue:
SO4 H2 + CO3Ca = CO2 + H2O + SO
FOTOS: do Autor
ECTE Cooxupé – Matriz - Guaxupé
RAZÃO SOCIAL e ENDEREÇO
37

COOPERATIVA REGIONAL DE CAFEICULTORES EM GUAXUPÉ LTDA.


Autorização do uso das informações - ANEXO 1
Tel.: (35) 3696 1088 3696 1103
CNPJ 20.770.566/0001-00 INSC 287.048.636-0091
Rua Manoel Joaquim Magalhães Gomes, nº 400 – Vila Santa Bárbara
37800-000 – GUAXUPÉ – MG
A estação foi construída em 2007

CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO
Cooperativa de cafeicultores.

PROCEDIMENTOS DE ROTINA

A COOXUPÉ recebe o café dos Cooperados para classificação, separação,


embalagem, estocagem e comercialização. Todo processo é realizado automaticamente por
equipamentos de última geração, de tal forma que não há resíduos do produto, uma vez que os
grãos de café inteiros e de melhor qualidade são embalados para exportação e os que
apresentam quebras ou coloração diferenciada se destinam ao mercado interno.

DADOS DE PROJETO

O empreendimento conta, há muitos anos, com praticamente o mesmo número de


colaboradores, tendo sido verificada uma pequena flutuação nos últimos cinco anos. O
número atual de funcionários é na ordem de 630, sendo 350 na Administração e 280 nos
Armazéns. Porém, a título de segurança, para dimensionarmos a ECTE – ESTAÇÃO
COMPACTA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS que atenderá o referido empreendimento
considerará um crescimento de 100% para os próximos 10 anos.
Assim, os números considerados são:
Administração = 700 funcionários
Armazéns = 560 funcionários
38

REFEIÇÕES

É importante frisar que não há produção de refeições no local e que apenas uma
pequena parte dos funcionários, cerca de 30%, traz sua refeição pronta de casa. Mesmo assim,
para efeitos desse dimensionamento estaremos considerando uma contribuição de água e
carga orgânica resultantes do processo de lavagem das marmitas, que alguns desses
funcionários executam no local.

ARMAZÉNS

A contribuição gerada nos armazéns também segue para a ECTE-FLIPPER e


números de funcionários que ocupam esses locais estão considerados na contribuição total.
Mesmo assim, estamos anexando o dimensionamento especifico de cada um dos
equipamentos que serão instalados junto aos mesmos.
Esses equipamentos, basicamente, se resumem em:
UCG - UNIDADE COMPACTA DE GRADEAMENTO
USG - UNIDADE SEPARADORA DE GORDURA
EEE - ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTOS

CLUBE

O empreendimento conta também com um clube recreativo, exclusivo para os


funcionários da cooperativa, o qual, via de regra é ocupada por uma pequena parte dos
funcionários, principalmente nos finais de semana. Não existe um restaurante nesse clube, e
sim, apenas uma lanchonete que serve alguns lanches esporadicamente, salgadinhos
empacotados (tipo Chips) sorvetes (tipo Kibon) água e refrigerantes. Vale dizer, que a
contribuição gerada nesse clube não acrescenta praticamente nenhuma carga orgânica extra na
contribuição da ECTE – ESTAÇÃO COMPACTA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS.
Primeiro pelas características do mesmo e segundo, que se trata da “relocação” das mesmas
pessoas, cuja contribuição, individual, estará sendo feita num ponto ou em outro. Mesmo
assim, estamos anexando o dimensionamento especifico de cada um dos equipamentos que
serão instalados no mesmo.
39

Figura 16 – Fluxograma do sistema combinado

Fonte: www.finep.gov.br/prosab/4_consumo_unicamp.htm - Acessado em 10/02/2011 as 22:10


40

Figura 17 – Placa Projeto ECTE – Estação Compacta de Tratamento de Esgotos

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE da empresa Cooxupé

Figura 18 – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé - ECTE

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE da empresa Cooxupé


41

Figura 19 – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé - ECTE

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE da empresa Cooxupé

Figura 20 – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé - ECTE

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE da empresa Cooxupé


42

Figura 21 - Recalque do Armazém de Café

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE da empresa Cooxupé

Figura 22 – Recalque do armazém de café – parte interior

Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE da empresa Cooxupé


43

Comentários:

A estação esta muito bem construída. O local escolhido é favorecido pela gravidade
sendo 70% do esgoto da Cooxupé lançado por gravidade. Os 30% bombeados são da parte do
armazém de café da empresa onde possui banheiros e refeitório. Estes são desfavorecidos da
gravidade sendo utilizado um sistema de bombeamento. Os tanques das estações são
construídos em fiber glass (fibra de vidro). Desta forma o CONJUNTO TANQUE SÉPTICO
+ FILTRO BIOLÓGICO está de acordo com NBR 7229/93 e 13969/97 não havendo
problemas com ataques químicos. Além disto, ficam totalmente descartados eventuais
problemas com o solo e lençol freático por contaminação em decorrência da resistência ao
ataque químico do processo digestivo do esgoto.
A estação está localizada no clube social da empresa o que demonstra confiança na
solução que poderia trazer odores desagradáveis a sede do clube, pois a estação esta bem ao
lado da cozinha. O local também foi escolhido estrategicamente com a finalidade de atender o
clube que funciona com grande aglomeração de contribuintes aos finais de semana quando a
empresa esta ociosa.
Existe uma pessoa responsável por executar a limpeza do sistema diariamente. Os
serviços compreendem em fazer a limpeza do sistema de gradeamento, limpar a caixa de
gordura e verificar o sistema de filtro de gases. São feitas analises trimestralmente e estas têm
apresentado o resultado acima do esperado. Com relação ao lodo gerado pela estação, este
tem sido retirado anualmente por empresa especializada e registrada nos órgãos ambientais
dando o destino correto ao resíduo.

8. DIFICULDADES QUE GUAXUPÉ TERÁ PARA IMPLANTAR UM SISTEMA

Um município pode enfrentar diversas dificuldades para implantar um sistema de


tratamento de esgoto. Na verdade há de se tomar cuidado com as soluções “milagrosas” que
podem ser propostas. Muitos prefeitos podem ter dificuldade em conseguir conhecimento
específico para avaliar um projeto e outros podem até agir de má fé ao adotar soluções
incompletas deixando o problema para futuras administrações. Abaixo apresentarei um pouco
44

das dificuldades existentes em Guaxupé o que prejudica muito a implantação de um sistema


sem que seja feito uma grande analise.

8.1 Informações para dimensionar o sistema físico e financeiro

A primeira coisa que se deve atentar e com relação à operadora local de saneamento
e esgoto, a COPASA. A empresa esta com seu contrato vencido desde 2009 e pretende
continuar a prestar o serviço em Guaxupé. A referida empresa hoje possui um corpo de
funcionários aparentemente insuficiente, instalações muito defasadas, um alto número de
reclamação por parte dos usuários e pouca informação do que se administra.
Em dezesseis de fevereiro  de 2009, foi protocolado na Copasa (ANEXO 2) um
pedido de algumas informações para o desenvolvimento do TCC como, por exemplo:
Tipo de tubulação – Importante informação porque caso seja de cerâmica deve-se
calcular pelo menos 5% de absorção de água existentes no lençol o que aumenta a
contribuição para o sistema. Também importante saber se é de amianto que já está proibida há
algum tempo.
Número de contribuintes - Importante para estimar o valor a ser arrecadado - taxa
mínima, valor normal. Como já vimos, é importante que a tecnologia adotada seja moderna e
com um custo que o contribuinte possa arcar.
Usuários dispensados a taxa de esgoto – Atualmente a taxa esta suspensa, porém,
sabemos que alguns usuários estão dispensados. É necessário conhecer cada caso da dispensa.
Exemplo: Tratamento próprio, poço artesiano, etc. Isto é importante porque a taxa de esgoto é
calculada com base no consumo de água. Se o usuário usa poço artesiano, estará
gerando esgoto e não há medida para cobrar dele a taxa relativa ao esgoto lançado. Desta
forma isto pode calçar desequilíbrio financeiro no sistema.
O atendimento em relação aos itens não aconteceu e inclusive recebemos uma
resposta verbal que não disponham de algumas informações como o tamanho da rede, tipo,
entre outras informações.
Se não possuíam estas informações, como pode propor um
sistema de tratamento de esgoto?
Como poderiam estimar custos de investimentos?
Como alegam que Guaxupé é devedor de investimentos feitos por ela?
45

Foi protocolado no dia 02 de março de 2009 na prefeitura (ANEXO 3), o pedido das


mesmas informações. Mais tarde em contato com o diretor de obras da prefeitura, o mesmo
confirmou não existir estas informações e que estariam contratando uma empresa para fazer
este levantamento.
Já em 18 de janeiro de 2011, foi obtida cópia da notificação da prefeitura encaminha
a Copasa em 09 de julho de 2009 solicitando várias informações. Também conseguimos cópia
do retorno da Copasa solicitando um prazo maior para atender ao pedido e novo pedido da
prefeitura notificando a prefeitura (ANEXOS 5, 6, 7 e 8) cedido pela Câmara de vereadores.
Com tantas dificuldades em se conseguir informações elementares, já demonstra
riscos para a implantação de um sistema de tratamento de esgoto adequado ao nosso
município.

8.2 Formas de pagamento

Durante a elaboração de sistema de tratamento de esgoto, é necessário já conhecer e


apresentar os valores a população que irá manter o sistema financeiro. Guaxupé apresenta de
início uma grande dificuldade para cobrar uma taxa de esgoto. Afirmamos isto devido ter se
cobrado uma taxa de 30% de esgoto desde 1999 não sendo realizada a obra. Desta forma,
corre-se o risco de cada cidadão entrar contra a prefeitura e Copasa solicitando a devolução do
valor contribuído ou desconto em uma nova taxa de esgoto. Desta forma a prefeitura ou
Copasa iniciaria um novo sistema sujeito a falta de verba para inicio ou conclusão da obra.

8.3 Exigências FEAM e problemas com águas pluviais e instalações clandestinas

Uma vez implantado um sistema de tratamento de esgoto, este deve funcionar. Não
atendendo, o município estará sujeito a perda de verbas. A FEAM, órgão responsável pela
aprovação dos projetos e fiscalização, torna-se implacável neste aspecto, pois, exigirá os
laudos de índices de DQO (Demanda Química de Oxigênio) entre outros.
Neste aspecto, mesmo que tenhamos um sistema bem dimensionado, enfrentaremos
outros problemas durantes as chuvas. O fato é que durante muito tempo, os encanadores
orientavam a ligar a rede pluvial (águas da chuva) na rede de esgoto. Esta seria uma forma
46

prática onde a rede de esgoto seria lavada pelo grande volume das águas da chuva evitando
futuros entupimento da rede de esgoto. Sendo assim, em Guaxupé, quase na sua totalidade, a
água pluvial é em algum ponto ligada ao esgoto. O inverso também é verdadeiro e por isto se
justifica o odor que sai dos bueiros em dias quentes proliferando o aumento de baratas,
escorpiões e por conseqüência ratos e cobras.
Sendo assim, o que ocorreria quando chovesse? Qualquer pequena chuva vai fazer
com que o sistema fique totalmente comprometido porque a contribuição (entrada de água no
sistema) será muito maior que a dimensionada e por conseqüência, a vazão será maior que a
necessária para que se forme o campo biológico o arrastando para fora do sistema. Um
sistema com tal deficiência, jamais vai funcionar em períodos de chuva e comprometer a parte
biológica nos dias de secas, pois, a mesma leva algum tempo para se formar. Neste caso que
laudo apresentar a FEAM? Pior é não ter um sistema eficiente que comprometa o meio
ambiente.
Para este tipo de problema, acaba-se adotando uma prática proibida. O que se faz é
instalar um registro (by pass) para desviar a entrada do sistema enviando água pluvial e esgoto
diretamente para o rio. Com isso, nos dias de chuva, parte do esgoto diluído é lançado
sem tratamento a fim deque não ocorra uma sobrecarga hidráulica nas estações, fica assim,
preservado o campo biológico das estações.
Outro problema que se tem, com as estações municipais é que existe
contribuição clandestina de efluentes vindos dos mais diversos tipos de estabelecimentos, tais
como: açougues, curtumes, padarias, funilarias, hospitais, indústrias, postos de gasolina entre
outros. Nenhum destes tipos pode ser lançado diretamente na rede de esgotos. Cada um deve
ter seu tratamento especifico antes de ser lançado no esgoto.
Para isto a Prefeitura deve pensar antes como pode orientar e ajudar todo este ramo
do comércio a fim de não levar a todos a investimentos errados e onerosos em tempos tão
difíceis.

8.4 Tipo de tratamento a ser adotado

Como já vimos nos tópicos anteriores, existem vários tipos de tratamentos de esgoto.
Resumindo:
47

a) Lagoas - ocupam uma área enorme, proliferam insetos, algumas exalam mau
cheiro, etc.; Guaxupé tem uma releva que não favorece o uso de lagoas. São poucas as áreas
que são planas ou que viabilizem a terraplenagem para construção de uma lagoa. A cidade é
espalhada entre morros o que dificulta o desvio da rede de esgoto em um único sentido.

b)Processo físico-químico - utiliza muitos produtos químicos,


gera resíduos, muito lodo, etc. Este tipo de sistema requer maior atenção de um corpo de
engenheiros químicos entre outros tipos de especialista atento ao funcionamento da mesma.
Os gastos com produtos químicos e a constante atenção aos resíduos irão gerar um elevado.

c) Processo Combinado - A combinação de processos anaeróbios + aeróbios é o que


mais se usa no mundo inteiro. São compactos, altamente eficientes, gera pouco lodo e não
exala odores. Estas estações poderiam ser do tipo compacta espalhadas por vários locais a fim
minimizar o esgoto que circula pelo centro da cidade.

Logo quando se pensa em um sistema de tratamento de esgoto, as pessoas pensam:


“nosso rio ficará limpo”. Este é um dos grandes erros. Geralmente se propõe a instalação de
uma única ETE e com isto geralmente o esgoto limpo será encaminhado à cidade mais
próxima através do leito normal. Sendo assim a própria cidade que tratou o esgoto pouco se
beneficiária do sistema. Com isto, continuara os córregos da cidade ainda sujos.

8.5 Mão de obra especializada

Outro ponto que chamo a atenção é que um tratamento de esgoto não trabalha


sozinho. É necessária uma equipe técnica bem treinada que faça o monitoramente constante
do sistema. É preciso acompanhar os volumes de entrada e saída no sistema, é preciso o
acompanhamento químico, limpeza constante do sistema de gradeamento na entrada do
sistema entre outras atividades. Este trabalho vai perdurar por quanto tempo o sistema existir,
e por isto deve ser muito bem pensando já prevendo a mão de obra necessária. Sabemos que a
prefeitura carece desta mão de obra e concursos públicos não significa que vai atrair este tipo
de mão de obra em função dos baixos salários que geralmente é proposto. A melhor saída para
48

isto é terceirizar para a Universidade local. Desta forma não faltara mão de obra e ainda
obtêm a vantagem de estar sempre atualizado com a melhor mão de obra possível.

8.6 Dimensionamento do sistema

Muitas cidades pecam neste item devido à falta de um Plano Diretor. Com isto nunca
se sabe exatamente o que a população irá crescer, se será implantado novos bairros, indústrias,
enfim, tudo aquilo que pode impactar no dimensionamento do sistema. Com isto um sistema
pode ficar totalmente comprometido em função dos cálculos de contribuição. Os
investimentos de um sistema destes são muito caro. Além do investimento inicial, temos o
custo com mão de obra e material. Logo um sistema destes deve ser dimensionado pelo
menos para 30 anos.
É preciso que o poder executivo envolva todo o comércio da cidade, escolas e
população. Existem variáveis que muito podem comprometer o sistema. Exemplo: a
Universidade local conta um grande número de alunos. Estes em sua grande parte são de
outras cidades. Portanto é considerada população flutuante, ou seja, vem para a cidade, gera
esgoto e vai embora. Estes cálculos têm de ser muito bem feitos até para não fazer algo muito
maior que o necessário o que prejudicaria também o sistema. Portanto qualquer planejamento
de crescimento deve ser conhecido muito antes pelo poder executivo.

8.7 Dificuldade com o relevo

8.7.1 Sistema de afastamento e tratamento dos esgotos do ribeirão piçarrão em campinas

Campinas é o 14º município brasileiro em população com 1 milhão de habitantes. Dentro dele
existe uma cidade com 200 mil habitantes ocupando uma parte da área urbana formada por 23
bairros que têm em comum uma intensa rede de córregos contribuintes ao Ribeirão Piçarrão.
Estamos falando da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Piçarrão, que têm os esgotos domésticos
do município de Campinas tratados pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Piçarrão.
A Bacia do Capivari possui uma área de 1.611 km e está localizada na região centro oeste do
49

Estado de São Paulo. Fazem parte dessa bacia 9 municípios : Capivari, Elias Fausto,
Louveira, Mombuca, Monte Mor, Rafard, Vinhedo, Campinas e Indaiatuba.
Mas para possibilitar o afastamento de esgotos gerados na bacia do Piçarrão e
direcioná-los a estação de tratamento, a Sanasa e a Prefeitura Municipal de Campinas
desenvolveram a construção dos interceptores marginais ao curso d´água principal e seus
afluentes, perfazendo uma extensão de 35 km em tubulações enterradas de grande diâmetro,
bem como urbanização do fundo de vale principal, mediante a implantação do sistema viário
marginal.
Essas obras contemplam também a retificação, o alargamento e revestimento de grandes
trechos do ribeirão Piçarrão, ampliando sua capacidade de vazão e reduzindo os riscos das
enchentes.
Observe nesta foto, a imensa área ocupada e a magnitude da construção.
50

Figura 23 – Estação de Tratamento de Esgoto da Bacia do Picarrão

Fonte: www.sanasa.com.br - Acessado em 10/02/2011 as 22:40

A ETE Piçarrão foi inaugurada em Julho/2004 contribuindo com um aumento de


23% no índice de esgoto tratado em Campinas e em muitas cidades.
Vale lembra que esta estação, atende a uma parte da população de Campinas.
Existem várias outras estações atendendo a outros bairros. Exemplo: ETE Santa Mônica, ETE
Samambaia.
Obviamente não quero comparar a cidade de Campinas que é quatro vezes maior que
a população de Guaxupé, mas o que queremos demonstrar são os fatores que levam a um
município a ter várias unidades de ETE principalmente em função do relevo.
51

No esquema abaixo, pode-se perceber a pequena área de Campinas que é atendida


pela estação Piçarrão.

Figura 24 – Área de Campinas atendida pela estação Piçarrão

Fonte: http://www.sanasa.com.br/noticias/not_con3.asp?par_nrod=593&flag=TS&flag1=MA – Acessado em


10/02/2011 as 22:50
52

Figura 25 – ETE Piçarrão – Unidades de Tratamento

Fonte: http://www.sanasa.com.br/noticias/not_con3.asp?par_nrod=593&flag=TS&flag1=MA – Acessado em


10/02/2011 as 22:54
53

Figura 26 – ETE Piçarrão – como funciona

Fonte: http://www.sanasa.com.br/noticias/not_con3.asp?par_nrod=593&flag=TS&flag1=MA – Acessado em


10/02/2011 as 22:56

8.8 Algumas características de Guaxupé extraídas do Instituto de Geociências Aplicadas


– IGA e da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, disponível
Fonte: na homepage http://cidadesnet.com/municipios/guaxupe.htm - Acessado em
21/02/2011

Caracterização
Localização: SUL DE MINAS
Área: 285,39 Km2
Altitude: máxima: 1142 m
Local: Córrego Bebedouro
Mínima: 776 m
Local: Foz Córrego São João
54

Ponto central da cidade: 820 m

Temperatura:
Média anual: 20,6 C
Média máxima anual: 27,5 C
Média mínima anual: 15,5 C

Índice médio pluviométrico anual:  1690 mm

Relevo:
Topografia: %
Plano: 10
Ondulado: 65
Montanhoso: 25

Principais rios: 
Rio Guaxupé
Córrego São João

Bacia: BACIA RIO GRANDE

Observações:
Como já relatado nos tópicos anteriores, chamamos a atenção para o relevo de
Guaxupé. Conforme os dados acima, temos um terreno que é 65% ondulado e 25%
montanhoso o que dificulta muito. O índice pluviométrico também é relativamente alto
considerando os problemas de rede pluvial ligada à rede de esgoto o que prejudica a eficiência
do sistema conforme já mencionamos.
55

Figura 27 - Mapa de Guaxupé

Fonte: Câmara Municipal de Guaxupé


Figura 28 - Guaxupé

Fonte: Google Earth


56

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se verificar a questão de Saneamento Básico remonta aos tempos antes de


Cristo. É uma preocupação constante que impacta no meio de sobrevivência do indivíduo
afetando sua saúde e o meio ambiente.
Pode-se verificar que a existência de vários modelos de Tratamento de Esgoto, sendo
muitas as variáveis apresentadas, como custo, eficiência, costumes e até a própria concepção
do sistema no meio-ambiente. A construção de um sistema pode afetar diretamente o meio
ambiente, seja pelas lagoas que podem ocupar áreas florestadas, seja pela interferência no solo
ou até no habitat de algumas espécies.
Verificou-se, nas visitas em algumas instalações, que um sistema funcional exige
acompanhamento com mão de obra especializada. Verificou-se que o município de Guaxupé e
outros com as mesmas características, terão problemas para implantar uma ETE, seja pelo
relevo, pela maneira como as instalações hidráulicas estão distribuídas, pela falta de
planejamento, ou até mesmo pela captação de recursos.
Percebeu-se que faltam informações à companhia de saneamento local, COPASA,
para propor a implantação de uma ETE.
Por fim, concluiu-se que a cidade de Guaxupé ainda não possui diretriz política e
planejamento a curto, médio e longo prazo para se implantar uma ETE, fato que vem a
prejudicar a recuperação de nossos rios.
57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, v.1. 1996. 243 p. (628.35 V945i)
60

ANEXOS

ANEXO 1 – Autorização Cooxupé


ANEXO 2 – Comunicação Copasa
ANEXO 3 - Comunicação Departamento de Obras Prefeitura
ANEXO 4 - Autorização Prefeitura Cabo Verde
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APENDICES

APÊNDICE 1 – Notificação Prefeitura para Copasa


APÊNDICE 2 – Resposta Copasa
APÊNDICE 3 – Reiteração Pedido Prefeitura a Copasa
APÊNDICE 4 – Reinteração Departamento Meio Ambiente - Pedido Prefeitura a Copasa
APÊNDICE 5 – Matéria Correio Sudoeste

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