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GUAXUPÉ
2011
SILVIO CÉSAR DE ALMEIDA
GUAXUPÉ
2011
Dedico este trabalho primeiramente a Deus por
nos dar tantas oportunidades de conhecimento e
realizações. Também dedico a minha mãe que
desde muito cedo me incentivou a leitura que me
moldou meu perfil para gostar de pesquisa. Este
perfil é o que tem me motivado e me dado várias
oportunidade na vida.
Agradeço,
À Prefeitura de Cabo Verde que me concedeu o direito de divulgar as fotos da visita que fiz nas
instalações da ETE daquela cidade;
À Cooxupé – Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé Ltda, por me conceder o
direito de divulgação de fotos e descritivo das instalações da ECTC;
À Câmara Municipal de Guaxupé por me fornecer dados importantes para a composição deste
trabalho;
Finalmente agradeço aos meus colegas e professores do curso MBA – Gestão Empresarial pelo
ótimo tempo que passamos juntos e pelo compartilhamento de experiências.
“A natureza tem uma estrutura feminina: não sabe se defender, mas
sabe se vingar como ninguém.”
Marina da Silva – Ex-Ministra do Meio Ambiente
RESUMO
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO.............................................................................................................................
08
1.1 Histórico ......................................................................................................................................
08
1.2 Saúde e saneamento.....................................................................................................................
12
2.OBJETIVOS..................................................................................................................................
13
2.1 Objetivos Gerais .........................................................................................................................
13
2.2 Objetivos Especificos..................................................................................................................
13
3.METODOLOGIA.........................................................................................................................
14
4.ETAPAS.........................................................................................................................................
15
5. FUNÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO E SEUS TIPOS........
15
6.ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO..............................................................................
18
6.1 Alternativas..................................................................................................................................
19
6.2 Descrição sucinta de alternativas para tratamento de esgotos sanitários.....................................
21
6.2.1 Disposição de esgotos no solo..................................................................................................
21
6.2.2 Lagoa facultativa.......................................................................................................................
23
6.2.3 Lagoa anaeróbia + lagoa facultativa.........................................................................................
25
6.2.4 Lagoas de maturação................................................................................................................
26
6.2.4 Sistemas de lodos ativados convencionais................................................................................
29
7. VISITA ÀS ETES – CABO VERDE - COOXUPÉ..................................................................
31
8. DIFICULDADES QUE GUAXUPÉ TERÁ PARA IMPLANTAR UM SISTEMA..............
43
8.1 Informações para dimensionar o sistema físico e financeiro.......................................................
44
8.2 Formas de pagamento..................................................................................................................
45
8.3 Exigências FEAM e problemas com águas pluviais e instalações clandestinas..........................
45
8.4 Tipo de tratamento a ser adotado.................................................................................................
46
8.5 Mão de obra especializada...........................................................................................................
47
8.6 Dimensionamento do sistema......................................................................................................
48
8.7 Dificuldades com o relevo...........................................................................................................
48
8.7.1 Sistema de afastamento e tratamento dos esgotos do Ribeirão Piçarrão em Campinas...........
48
8.8 Algumas características de Guaxupé...........................................................................................
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................
57
ANEXOS...........................................................................................................................................
60
APENDICES....................................................................................................................................
61
8
1. INTRODUÇÃO
1.1. Histórico1
por exemplo, o uso da água para limpeza de roupas sujas que favoreciam o aparecimento de
doenças (escabiose). Desta forma os poços para abastecimento eram mantidos tampados,
limpos e longe de possíveis fontes de poluição.
Existem relatos do ano 2000 a.C., de tradições médicas, na Índia, recomendando que
a água impura devesse ser purificada pela fervura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol,
mergulhando um ferro em brasa dentro dela ou podia ainda ser purificada por filtração em
areia ou cascalho, e então resfriada. Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na
antigüidade destacam-se a construção de aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos
romanos, tendo como símbolo histórico a conhecida Cloaca Máxima de Roma.
Havia em Roma nove aquedutos para abastecimento, com extensão que variavam de
16 a 80 km e seção transversal de 0,65 a 4,65 m2.
Ainda nos dias de hoje, mesmo com os diversos meios de comunicação existentes,
verifica-se a falta de divulgação desses conhecimentos. Em áreas rurais a população consome
recursos para construir suas casas sem incluir as facilidades sanitárias indispensáveis, como
poço protegido, fossa séptica, etc. Assim sendo, o processo saúde versus doença não deve ser
entendido como uma questão puramente individual e sim como um problema coletivo.
Em 1991, o Brasil possuía uma população de 152,3 milhões de habitantes, sendo que
77% destes viviam em áreas urbanas e apenas 23% em áreas rurais. Do total da população
brasileira, menos de 70% dos habitantes eram atendidos por sistemas coletivos de
abastecimento de água. Atualmente, estatísticas do Ministério da Saúde revelam que cerca de
90% da população urbana brasileira é atendida com água potável. O déficit, ainda existente,
está localizado, basicamente, nos bolsões de pobreza, ou seja, nas favelas, nas periferias das
cidades, na zona rural e no interior.
Problemas recorrentes nos sistemas são devidos ao não cumprimento dos padrões de
potabilidade pela água distribuída e a ocorrência de intermitência no abastecimento,
comprometendo a quantidade e a qualidade da água distribuída à população. Além disso, o
índice de perda é muito elevado principalmente em função de vazamentos e desperdícios.
60% da população sendo atendida por redes coletoras de esgoto. As deficiências na coleta e a
disposição inadequada do lixo, que é lançado a céu aberto na maioria das cidades,
caracterizavam 1995, outro grande problema ambiental e de saúde pública. Além disso, em
geral no Brasil, carências graves podem ser verificadas na área de drenagem urbana,
submetendo diversos municípios a periódicas enchentes e inundações, além de problemas na
área de controle de vetores, os quais vêm provocando a ocorrências freqüentes de endemias
como o dengue, a leptospirose e a leishmaniose.
Sanear quer dizer tornar são, sadio, saudável. Pode-se concluir, portanto, que
Saneamento equivale à saúde. Entretanto, a saúde que o Saneamento proporciona difere
daquela que se procura nos hospitais e nas chamadas casas de saúde. É que para esses
estabelecimentos são encaminhadas as pessoas que já estão efetivamente doentes ou, no
mínimo, presumem que estejam. Ao contrário, o Saneamento promove a saúde pública
preventiva, reduzindo a necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque
elimina a chance de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há
1
GUIMARÃES, Carvalho e Silva. SANEAMENTO BÁSICO, IT 179 – Saneamento Básico,
Agosto/2007. Disponível em:
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT
%20179/Cap%201.pdf - Acesso em 13/03/2011
12
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivos Gerais
3. METODOLOGIA
4. ETAPAS
Pesquisa em Sites
Visitas às Empresas
Visita às Estações do Setor Publico e Privado
Solicitação Informações
Pedido de Autorização de Uso do Material
Confecção do Material
como: CO2, H2O, NH3, CH4, H2S, etc, dependendo do tipo de processo predominante. As
bactérias que efetuam o tratamento, por outro lado, se reproduzem e têm sua massa total
aumentada em função da quantidade de matéria degradada. (CAMPOS)
Caso se empregue o processo aeróbio, para cada quilograma de DBO removida
ocorre à formação de cerca de 0,4 a 0,7 quilogramas de bactérias (matéria seca) e, caso se
opte pelo processo anaeróbico, tem-se para cada quilograma de DBO removida a formação de
0,2 a 0,20 quilogramas de bactérias aproximadamente. (CAMPOS)
A pequena formação de biomassa do processo anaeróbio em relação ao aeróbio é
uma das grandes vantagens ao uso das bactérias que proliferam em ambiente anaeróbio pelo
tratamento de efluentes, pois o custo e a dificuldade para tratamento, transporte e disposição
final do lodo biológico são bastante reduzidos, no caso. (CAMPOS)
Geralmente, o volume de lodo no processo anaeróbio, em termos práticos é menor
que 30% do volume produzido no processo aeróbio, para um mesmo efluente líquido.
(CAMPOS)
Após a fase em que é feita a degradação biológica, os sólidos produzidos devem ser
removidas em unidades específicas para esse fim (lagoas de sedimentação, decantadores,
flotadores, etc) e, posteriormente são submetidos a adensamento, digestão, secagem e
disposição adequada. (CAMPOS)
Dependendo do tipo de processo adotado pode-se recircular uma parcela da massa de
bactérias ativas, de volta ao reator biológico. Conforme mostrado na Figura 1, essa alternativa
permite o aumento da produtividade do sistema e maior estabilidade no seu desempenho.
(CAMPOS)
De maneira geral, as maiorias das estações construídas alcançam apenas o nível de
tratamento secundário, aqui descrito, porém, em muitas situações, é obrigatório que esse
tratamento alcance o nível denominado terciário. (CAMPOS)
O efluente do tratamento secundário ainda possui Nitrogênio e Fósforo em
quantidade, concentração e formas que podem provocar problemas no corpo receptor,
dependendo de suas condições especificas, dando origem ao fenômeno conhecido como
eutrofização, que é sentido pela intensa proliferação de algas.(CAMPOS)
O Tratamento terciário tem por objetivo, no caso de esgotos sanitários, a redução das
concentrações de Nitrogênio e Fósforo, e é geralmente fundamentado em processos
biológicos realizados em duas fases subseqüentes denominadas nitrificação e desnitrificação.
18
A remoção de fósforo também pode ser efetuada através de tratamento químico, com sulfato
de alumínio, por exemplo. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé -
FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO).
Na nitrificação, o nitrogênio é levado á forma de nitrato e posteriormente, na
desnitrificação, é levado à produção de N2, principalmente, que é volatizado para o ar.
(Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES
COMPCTAS DE ESGOTO).
O tratamento terciário também produz lodo, que deve ser adensado, digerido, secado e
disposto corretamente. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER
– ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
Em essência, as operações e os processos descritos destinam-se a remoção de sólidos em
suspensão e da carga orgânica, restando agora, para completar o tratamento, que se cuide da
remoção de organismos patogênicos. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da
Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
as alternativas destacadas a seguir, sendo, porém, a caixa retentora de areia uma unidade que
raramente pode ser dispensada.
6.1. Alternativas
Alternativa 1: Grade
Caixa retentora de areia
Medidor de vazão
Decantador primário
Alternativa 2: Grade
Caixa retentora de areia
Medidor de vazão
Peneira elástica
Alternativa 3: Grade
Caixa retentora de areia
Medidor de vazão
Certos casos em que se opta pelo tratamento por disposição no solo pode-se utilizar
como tratamento preliminar apenas o gradeamento, seguido de medidor de vazão.
A dispensa de decantador primário e peneira estática, geralmente só são admitidas
em sistemas de lagoas de estabilização e sistemas denominados de oxidação total ou aeração
prolongada. Mais recentemente, também se tem eliminado o decantador, quando se usam
reatores anaeróbicos de manta de lodo, porém, nesse caso, é obrigatório o uso de gradeamento
fino dos esgotos. (Manual Projeto Tratamento de Esgotos – Cooxupé)
Para facilitar e tornar mais objetiva a descrição sucinta de alternativas para
tratamento secundário conforme apresentadas, supor-se-á que o tratamento preliminar (ou
primário) já foi considerado adequadamente.
Ainda como esclarecimentos iniciais serão apresentados, a seguir, a simbologia de alguns
parâmetros fundamentais utilizados por projetistas para estudos e para dimensionamento de
unidades de tratamento de esgotos. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto da Cooxupé
- FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
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Tempo de detenção hidráulico (td): é o tempo médio (geralmente expresso em dias) em que
os despejos líquidos permanecem em uma unidade ou sistema.
td = volume do reator (m3) = dia
vazão media diária (m3/dia)
ou
td = altura ou comprimento de uma unidade (m) = dia
Velocidade média do liquido (m/dia)
Taxa de carregamento orgânico (tco): é a quantidade de DBO, DQO ou de outro parâmetro,
expressa em Kg, que é aplica por dia por unidade de volume ou de área de uma unidade.
Tco = Kg DQO/ m3 dia
ou
Tco = Kg DQO/ m2 dia
ou
Tco = Kg DQO/ha dia
ha. = hectare = 10.000 m2
Quando a tco é referida por unidade de área (m ou ha), esse parâmetro costuma ser
chamado por taxa de aplicação superficial.
Taxa de escoamento superficial (tes): é q quantidade de efluente liquido que é aplicada por
unidade de área de uma unidade durante um dia. (Manual do Projeto de Tratamento de Esgoto
da Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO)
tes = vazão dos esgotos (m3/dia) = m3/ m2. dia = m/dia
Área da unidade (m2)
Tempo de retenção celular (idade do lodo): é o tempo médio que os organismos que
promovem o tratamento, permanecem em uma unidade (dia). (Manual do Projeto de
Tratamento de Esgoto da Cooxupé - FLIPPER – ESTAÇÕES COMPCTAS DE ESGOTO).
Após esses esclarecimentos básicos, essenciais para o entendimento dos critérios
fundamentais para projeto, são apresentadas, descrições sucintas sobre as seguintes
alternativas para tratamento:
21
As lagoas facultativas são dimensionadas com grandes áreas superficiais, pequenas alturas de
laminas de água (entre 1 m e 2 m) e períodos de detenção de aproximadademente 10 dias
(lagoas primárias) e 5 dias (lagoas secundárias) (MARA; PEARSON, 1986). Jordão e Pessoa
(2005) afirmam que para um melhor desempenho em regiões tropicais são mais indicadas
taxas de aplicação superficial variando de 100 a 350 kg DBO5/há. Dia.
24
A lagoa é denominada primária quando projetada para operar como única unidade e/ou
receber esgoto bruto. Quando projetada para operar como única unidade e/ou receber esgoto
bruto. Quando projetada para receber efluente de lagoa anaeróbia, aerada ou meso após uma
estação de tratamento é chamada de lagoa secundária (JORDÃO; PESSOA, 2005).
O efluente gerado por lagoas facultativas possui características bem peculiares, devido
aos processos que predominam no reator, a saber: cor verde, já que a proliferação de algas é
acentuada; elevado teor de oxigênio dissolvido, em virtude de reações fotossintéticas
realizadas pelas algas; e, concentrações elevadas de sólidos em suspensão, correspondendo à
biomassa algal (VON SPERLING, 2002).
Essas lagoas podem atingir boas eficiências quanto à remoção de carga orgânica,
microrganismos patogênicos e sólidos suspensos (RODRIGUES, 2004). Para Mendonça
(1960) a redução de DBO5 é da ordem de 70 a 90%. Segundo Von Sperling (2002) as lagoas
facultativas tem eficiência nas remoções de DBO variando entre 75% e 85%; coliformes
termotolerantes com valores percentuais entre 90 e 99%; nitrogênio inferior a 60% e fósforo
inferior a 35%.
Para Kellner e Pires (1998) o termo lagoa de maturação é dado àquela lagoa em que a
matéria orgânica está praticamente estabilizada e o oxigênio dissolvido se faz presente em
toda a massa líquida.
São construídas com menores profundidades, entre 0,60 e 1,50 m (SILVA FILHO,
2007). Gloyna (1971) sugere a adoção de 1,0 m de profundidade.
Considera-se o tempo de detenção hidráulica de 7 dias para o seu dimensionamento
(KELLNER; PIRES, 1998). Em lagoas destinadas ao tratamento de efluentes domésticos, o
TDH situa-se entre 2 e 4 dias (JORDÃO; PESSOA, 2005).
Os raios ultravioletas da radiação solar apresentam um papel importante nestas lagoas
já que as baixas profundidades permitem que atuem em toda a massa de água (RODRIGUEZ;
CABRERA; VILLACRÉS, 2006). Além do mais, favorece a grande produtividade de algas e
cianobactérias que, através da fotossíntese, geram alta concentração de oxigênio, garantindo,
dessa maneira, a redução de patógenos (ARAÚJO, 1993).
elevado. É possível no caso de lagoas de maturação rasas obeter-se uma remoção de amônia
livre da ordem de 70 a 80% (JORDÃO; PESSOA, 2005).
Esses microorganismos produzem flocos que podem ser removidos por sedimentação
em decantador secundário (ou flotador por ar dissolvido). Parte do lodo é recirculado ao reator
aeróbio e parte é descartada para o tratamento e destino final. Neste caso também é
obrigatório o uso de decantador primário. (BORGES)
Esses sistemas possuem a vantagem de se basear em tecnologia conhecida
perfeitamente e de alta eficiência e, adicionalmente, ocupa espaços relativamente pequenos
quando se compara as propostas anteriores; porém, a operação exige pessoal especializado e o
consumo de energia elétrica é bastante elevado. (BORGES)
Provavelmente, nos países desenvolvidos essa alternativa é empregada em mais de
90% das estações de médio e grande porte.
31
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
Características:
Sistema Anaeróbio operando a partir de novembro/2004 atendendo 80% da
população correspondendo a 5.600 habitantes
Custo aproximado de implantação por volta de R$ 400.000,00 (valor licitado no
início da obra/2004)
Ainda não foi feita nenhuma análise da eficiência do sistema.
Sistema necessita de um operador
Mesmo sem atividade na visita, o cheiro era desagradável. Segundo o operador em
operação normal o cheiro é pior.
32
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
33
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
34
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
35
Fonte: Imagem produzida pelo próprio autor na ETE do município de Cabo Verde
Ampliações:
Cotado duas novas unidades em 2004 para atender os Distrito Serra dos Lemes e
São Bartolomeu.
Cada um destes terá capacidade para 1.500 habitantes ao custo aproximado de R$
120.000,00 cada unidade.
Contatos:
Na ETE: Ivan
Prefeitura: Neliton
Contato da construtora que fez o projeto e implantou o sistema: Willian
Construtora Azevedo & Azevedo Ltda. Três Pontas–MG
Fone (35) 3265-1166
Comentários:
O relevo da cidade de Cabo Verde a favorece o descarte do esgoto. A estação foi
instalada em uma parte baixa que recebe facilmente 80% do esgoto por gravidade. O local é
longe de vizinhança o que a favorece em função do problema com o odor do local. O odor
apesar de forte só se tornar desagradável quando o lodo é enviado ao leito de secagem. Neste
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instante é insuportável o odor de gás sulfídrico e metano. Estes gases poderiam muito bem ser
aproveitados para a geração de energia ou outro. A limpeza do sistema de gradeamento é
feita diariamente, porém não há preocupação com o descarte do resíduo sendo este lançado ao
lado da estação. Este por sua vez, acaba sendo arrastado para o rio logo abaixo perdendo
efeito o uso do sistema de gradeamento.
Outro problema sério detectado é que o lodo depois de seco é raspado e amontoado
ao lado do rio. Desta forma quando chove, o mesmo é lançado ao rio. O correto é dar destino
a este logo. Como a região é rica em agricultura, o mesmo poderia muito bem ser utilizado em
lavouras cafeeiras entre outras. No mais o sistema apesar de simples, esta bem instalada
necessitando de orientação, manutenção melhor aproveitamento dos resíduos.
No quesito manutenção chamo atenção apenas para o seguinte: ATAQUE
QUÍMICO
Como a estação é toda de alvenaria, é preciso ter certeza que foi utilizado aditivo
para evitar ataque químico durante sua construção. O ataque químico a este tipo de estrutura
ocorre pelo seguinte:
PROCESSO DE OXIDAÇÃO DO GÁS SULFÍDRICO H2S que é a formação do
ÁCIDO SULFÚRICO em águas orgânicas.
H2S + O2 = SO2 + H2O
Gás Sulfídrico + Oxigênio = Anidrido Sulfúrico
O ÁCIDO SULFÍDRICO se oxida e forma ANIDRIDO SULFÚRICO (dióxido de
enxofre).
SO2 + H2O = H2SO4 (ácido sulfúrico)
O ANIDRIDO SULFÚRICO + ÁGUA = ÁCIDO SULFÚRICO (por
hidratação).
O ÁCIDO SULFÚRICO é um ácido forte e ataca todas as estruturas de composição
calvária. (Kawai)
Exemplo: o concreto
O ataque químico pode ser indicado como segue:
SO4 H2 + CO3Ca = CO2 + H2O + SO
FOTOS: do Autor
ECTE Cooxupé – Matriz - Guaxupé
RAZÃO SOCIAL e ENDEREÇO
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CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO
Cooperativa de cafeicultores.
PROCEDIMENTOS DE ROTINA
DADOS DE PROJETO
REFEIÇÕES
É importante frisar que não há produção de refeições no local e que apenas uma
pequena parte dos funcionários, cerca de 30%, traz sua refeição pronta de casa. Mesmo assim,
para efeitos desse dimensionamento estaremos considerando uma contribuição de água e
carga orgânica resultantes do processo de lavagem das marmitas, que alguns desses
funcionários executam no local.
ARMAZÉNS
CLUBE
Comentários:
A estação esta muito bem construída. O local escolhido é favorecido pela gravidade
sendo 70% do esgoto da Cooxupé lançado por gravidade. Os 30% bombeados são da parte do
armazém de café da empresa onde possui banheiros e refeitório. Estes são desfavorecidos da
gravidade sendo utilizado um sistema de bombeamento. Os tanques das estações são
construídos em fiber glass (fibra de vidro). Desta forma o CONJUNTO TANQUE SÉPTICO
+ FILTRO BIOLÓGICO está de acordo com NBR 7229/93 e 13969/97 não havendo
problemas com ataques químicos. Além disto, ficam totalmente descartados eventuais
problemas com o solo e lençol freático por contaminação em decorrência da resistência ao
ataque químico do processo digestivo do esgoto.
A estação está localizada no clube social da empresa o que demonstra confiança na
solução que poderia trazer odores desagradáveis a sede do clube, pois a estação esta bem ao
lado da cozinha. O local também foi escolhido estrategicamente com a finalidade de atender o
clube que funciona com grande aglomeração de contribuintes aos finais de semana quando a
empresa esta ociosa.
Existe uma pessoa responsável por executar a limpeza do sistema diariamente. Os
serviços compreendem em fazer a limpeza do sistema de gradeamento, limpar a caixa de
gordura e verificar o sistema de filtro de gases. São feitas analises trimestralmente e estas têm
apresentado o resultado acima do esperado. Com relação ao lodo gerado pela estação, este
tem sido retirado anualmente por empresa especializada e registrada nos órgãos ambientais
dando o destino correto ao resíduo.
A primeira coisa que se deve atentar e com relação à operadora local de saneamento
e esgoto, a COPASA. A empresa esta com seu contrato vencido desde 2009 e pretende
continuar a prestar o serviço em Guaxupé. A referida empresa hoje possui um corpo de
funcionários aparentemente insuficiente, instalações muito defasadas, um alto número de
reclamação por parte dos usuários e pouca informação do que se administra.
Em dezesseis de fevereiro de 2009, foi protocolado na Copasa (ANEXO 2) um
pedido de algumas informações para o desenvolvimento do TCC como, por exemplo:
Tipo de tubulação – Importante informação porque caso seja de cerâmica deve-se
calcular pelo menos 5% de absorção de água existentes no lençol o que aumenta a
contribuição para o sistema. Também importante saber se é de amianto que já está proibida há
algum tempo.
Número de contribuintes - Importante para estimar o valor a ser arrecadado - taxa
mínima, valor normal. Como já vimos, é importante que a tecnologia adotada seja moderna e
com um custo que o contribuinte possa arcar.
Usuários dispensados a taxa de esgoto – Atualmente a taxa esta suspensa, porém,
sabemos que alguns usuários estão dispensados. É necessário conhecer cada caso da dispensa.
Exemplo: Tratamento próprio, poço artesiano, etc. Isto é importante porque a taxa de esgoto é
calculada com base no consumo de água. Se o usuário usa poço artesiano, estará
gerando esgoto e não há medida para cobrar dele a taxa relativa ao esgoto lançado. Desta
forma isto pode calçar desequilíbrio financeiro no sistema.
O atendimento em relação aos itens não aconteceu e inclusive recebemos uma
resposta verbal que não disponham de algumas informações como o tamanho da rede, tipo,
entre outras informações.
Se não possuíam estas informações, como pode propor um
sistema de tratamento de esgoto?
Como poderiam estimar custos de investimentos?
Como alegam que Guaxupé é devedor de investimentos feitos por ela?
45
Uma vez implantado um sistema de tratamento de esgoto, este deve funcionar. Não
atendendo, o município estará sujeito a perda de verbas. A FEAM, órgão responsável pela
aprovação dos projetos e fiscalização, torna-se implacável neste aspecto, pois, exigirá os
laudos de índices de DQO (Demanda Química de Oxigênio) entre outros.
Neste aspecto, mesmo que tenhamos um sistema bem dimensionado, enfrentaremos
outros problemas durantes as chuvas. O fato é que durante muito tempo, os encanadores
orientavam a ligar a rede pluvial (águas da chuva) na rede de esgoto. Esta seria uma forma
46
prática onde a rede de esgoto seria lavada pelo grande volume das águas da chuva evitando
futuros entupimento da rede de esgoto. Sendo assim, em Guaxupé, quase na sua totalidade, a
água pluvial é em algum ponto ligada ao esgoto. O inverso também é verdadeiro e por isto se
justifica o odor que sai dos bueiros em dias quentes proliferando o aumento de baratas,
escorpiões e por conseqüência ratos e cobras.
Sendo assim, o que ocorreria quando chovesse? Qualquer pequena chuva vai fazer
com que o sistema fique totalmente comprometido porque a contribuição (entrada de água no
sistema) será muito maior que a dimensionada e por conseqüência, a vazão será maior que a
necessária para que se forme o campo biológico o arrastando para fora do sistema. Um
sistema com tal deficiência, jamais vai funcionar em períodos de chuva e comprometer a parte
biológica nos dias de secas, pois, a mesma leva algum tempo para se formar. Neste caso que
laudo apresentar a FEAM? Pior é não ter um sistema eficiente que comprometa o meio
ambiente.
Para este tipo de problema, acaba-se adotando uma prática proibida. O que se faz é
instalar um registro (by pass) para desviar a entrada do sistema enviando água pluvial e esgoto
diretamente para o rio. Com isso, nos dias de chuva, parte do esgoto diluído é lançado
sem tratamento a fim deque não ocorra uma sobrecarga hidráulica nas estações, fica assim,
preservado o campo biológico das estações.
Outro problema que se tem, com as estações municipais é que existe
contribuição clandestina de efluentes vindos dos mais diversos tipos de estabelecimentos, tais
como: açougues, curtumes, padarias, funilarias, hospitais, indústrias, postos de gasolina entre
outros. Nenhum destes tipos pode ser lançado diretamente na rede de esgotos. Cada um deve
ter seu tratamento especifico antes de ser lançado no esgoto.
Para isto a Prefeitura deve pensar antes como pode orientar e ajudar todo este ramo
do comércio a fim de não levar a todos a investimentos errados e onerosos em tempos tão
difíceis.
Como já vimos nos tópicos anteriores, existem vários tipos de tratamentos de esgoto.
Resumindo:
47
a) Lagoas - ocupam uma área enorme, proliferam insetos, algumas exalam mau
cheiro, etc.; Guaxupé tem uma releva que não favorece o uso de lagoas. São poucas as áreas
que são planas ou que viabilizem a terraplenagem para construção de uma lagoa. A cidade é
espalhada entre morros o que dificulta o desvio da rede de esgoto em um único sentido.
isto é terceirizar para a Universidade local. Desta forma não faltara mão de obra e ainda
obtêm a vantagem de estar sempre atualizado com a melhor mão de obra possível.
Muitas cidades pecam neste item devido à falta de um Plano Diretor. Com isto nunca
se sabe exatamente o que a população irá crescer, se será implantado novos bairros, indústrias,
enfim, tudo aquilo que pode impactar no dimensionamento do sistema. Com isto um sistema
pode ficar totalmente comprometido em função dos cálculos de contribuição. Os
investimentos de um sistema destes são muito caro. Além do investimento inicial, temos o
custo com mão de obra e material. Logo um sistema destes deve ser dimensionado pelo
menos para 30 anos.
É preciso que o poder executivo envolva todo o comércio da cidade, escolas e
população. Existem variáveis que muito podem comprometer o sistema. Exemplo: a
Universidade local conta um grande número de alunos. Estes em sua grande parte são de
outras cidades. Portanto é considerada população flutuante, ou seja, vem para a cidade, gera
esgoto e vai embora. Estes cálculos têm de ser muito bem feitos até para não fazer algo muito
maior que o necessário o que prejudicaria também o sistema. Portanto qualquer planejamento
de crescimento deve ser conhecido muito antes pelo poder executivo.
Campinas é o 14º município brasileiro em população com 1 milhão de habitantes. Dentro dele
existe uma cidade com 200 mil habitantes ocupando uma parte da área urbana formada por 23
bairros que têm em comum uma intensa rede de córregos contribuintes ao Ribeirão Piçarrão.
Estamos falando da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Piçarrão, que têm os esgotos domésticos
do município de Campinas tratados pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Piçarrão.
A Bacia do Capivari possui uma área de 1.611 km e está localizada na região centro oeste do
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Estado de São Paulo. Fazem parte dessa bacia 9 municípios : Capivari, Elias Fausto,
Louveira, Mombuca, Monte Mor, Rafard, Vinhedo, Campinas e Indaiatuba.
Mas para possibilitar o afastamento de esgotos gerados na bacia do Piçarrão e
direcioná-los a estação de tratamento, a Sanasa e a Prefeitura Municipal de Campinas
desenvolveram a construção dos interceptores marginais ao curso d´água principal e seus
afluentes, perfazendo uma extensão de 35 km em tubulações enterradas de grande diâmetro,
bem como urbanização do fundo de vale principal, mediante a implantação do sistema viário
marginal.
Essas obras contemplam também a retificação, o alargamento e revestimento de grandes
trechos do ribeirão Piçarrão, ampliando sua capacidade de vazão e reduzindo os riscos das
enchentes.
Observe nesta foto, a imensa área ocupada e a magnitude da construção.
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Caracterização
Localização: SUL DE MINAS
Área: 285,39 Km2
Altitude: máxima: 1142 m
Local: Córrego Bebedouro
Mínima: 776 m
Local: Foz Córrego São João
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Temperatura:
Média anual: 20,6 C
Média máxima anual: 27,5 C
Média mínima anual: 15,5 C
Relevo:
Topografia: %
Plano: 10
Ondulado: 65
Montanhoso: 25
Principais rios:
Rio Guaxupé
Córrego São João
Observações:
Como já relatado nos tópicos anteriores, chamamos a atenção para o relevo de
Guaxupé. Conforme os dados acima, temos um terreno que é 65% ondulado e 25%
montanhoso o que dificulta muito. O índice pluviométrico também é relativamente alto
considerando os problemas de rede pluvial ligada à rede de esgoto o que prejudica a eficiência
do sistema conforme já mencionamos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Técnico De Petróleo. Universidade Federal do Paraná. Disponível em
http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/tratamento_de_aguas.pdf Acesso em:
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http://www.irbnet.de/daten/iconda/06059016715.pdf Acesso em: 28/02/2011
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Linsley, Ray K. , Franzini, Joseph B. Engenharia de Recursos Hídricos. São Paulo: USP –
McGrw-.Hill, 1978
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Rodriguez, M. M.; Cabrera, R.; Villacrés, D. Modelo cinético para El disenõ de lagunas de
maduración de baja profundidad. In: Congresso de La Associación Interamericana de
Engeniería Sanitaria e Ambiental, 30., 2006, Punta Del Este, Uruguai. Anales... São Paulo:
AIDIS, 2006. 1 CD-ROM.
Soares, J. et al. Ammonia removal in a pilot-scale WSP complex in Northeast Brazil, Water
Science and Technology, Oxford, v33, n.7, p. 165-171, 1996.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANEXOS
APENDICES