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UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica – Departamento de Estruturas


Disciplina: EEA-522 - Pontes II
Professor: Francisco Costa Reis
Aluna: Murillo Melo Rodrigues Queiroz
DRE: 118194466

ESFORÇOS HORIZONTAIS
TRABALHO 1 – PROVA 1

Rio de Janeiro, 02 de Fevereiro de 2022


1. Introdução

1.1. Enunciado

Calcular os esforços horizontais solicitantes para os pilares da ponte, classe 45,


esquematizada na figura 1. No topo dos pilares P2 e P3 existem apoios fixos tipo
Freyssinet. No topo dos pilares P1 e P4 existem apoios de neoprene com dimensões de
300x600x53mm(2,5+4x3+3x12+2,5). Todos os pilares são de seção circular com 0,8 m
de diâmetro. A distância transversal entre eixos dos pilares é de 6,8m. Todos os pilares
estão contraventados no topo por uma viga de 25cmx120cm.

Ações a serem consideradas separadamente:

 Forças de frenagem / aceleração;


 Empuxo assimétrico nas cortinas de extremidade;
 Variação uniforme equivalente de temperatura na superestrutura de -30 ºC;
 Vento transversal.

Corte longitudinal e tranversal da ponte – Figura 1


1.2. Dados do problema

 Localidade do projeto: Brasília;


 Altura do pilar P2: 10,5 m;
 Altura do pilar P3: 12,6 m;
 Diâmetro dos pilares: 0,8 m;
 Dimensões da viga de contraventamento dos pilares (b x h): 0,25 m x 1,20 m;
 𝛼 = 1 gnaisse;
 𝐹 = 45 𝑀𝑃𝑎;
 𝐸 = 30 𝐺𝑃𝑎 Módulo de elasticidade longitudinal do pilar;
 𝑙 = 6.8 𝑚 Distância transversal entre centro dos pilares.

2. Cálculo das rijezas do conjunto

2.1. Rigeza dos pilares longitudinalmente e transversalmente

Primeiramente iremos calcular o Momento de inércia dos pilares e das vigas de


contraventamento , em que serão utilizadas as seguintes fórmulas:

𝜋 ∗ 0,8
𝐼 = = 0.02 𝑚
64
25 𝑐𝑚 ∗ (120𝑐𝑚)
𝐼 = = 0.036 𝑚
12

No sentido longitudinal, considera-se pilares engastados na base e livres no topo.


Além disso, a rigeza dos pilares no sentindo longitudinal deve ser multiplicada por 2, uma
vez que temos dois pilares por seção. Sendo assim, a fórmula para o calculo da rigeza
será a seguinte:

3∗ 𝐸 ∗ 𝐼
𝑘 = 2∗( )
ℎ𝑝𝑖
Além disso, podemos calcular a rigeza dos pilares em pórtipo ( conjunto pilar e
viga de contraventamento) no sentindo transversal como apresentado na figura 2 das
notas de aula, com a seguinte fórmula:

Corte longitudinal e tranversal da ponte – Figura 1

12 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 6∗ 𝐼 ∗ ℎ + 𝐼 ∗𝑙
𝑘 = ∗
ℎ𝑝𝑖 3∗ 𝐼 ∗ ℎ +2∗ 𝐼 ∗𝑙

2.2. Rigeza dos apoios longitudinalmente e transversalmente


2.2.1. Apoio Neoprene

Os apoios dos pilares 1 e 4 é do tipo Neoprene, sendo assim, essa seção será
destinada aos dois.
A rigidez do aparelho de apoio Neoprene na direção longitudinal (considerou-se uma
multiplicação por 2, uma vez que tem dois apoios naquela seção) é dada por:

2∗ 𝐺 ∗ 𝑆
𝑘 =
𝑑
Em que,

 Gn – módulo de elasticidade transversal, igual a 1Mpa, para ações de longa


duração;
 d = altura útil do aparelho de apoio;
 S = área do aparelho de apoio, em planta.

Sendo assim, faz-se necessário calcular calcular a altura útil e a área do aparelho de
apoio Neoprene com as seguintes especificações 300x600x53[2,5+4x3+3x12+2,5]:

𝑆 = 300 𝑚𝑚 ∗ 600 𝑚𝑚 = 0.18𝑚


𝑑 = 3 ∗ 12𝑚𝑚 = 0.036 𝑚

A rigidez do aparelho de apoio Neoprene na direção transversal considera um Gn’


que é é o dobro do Gn inicial, uma vez que temos carregamentos de curta duração. Além
disso, como tem-se dois aparelhos de apoio, a fórmula utilizada será a seguinte:

2∗ 𝐺 ′∗ 𝑆
𝑘 =
𝑑

2.2.2. Apoio Freyssinet


Os apoios dos pilares 2 e 3 é do tipo Freyssinet, sendo assim, essa seção será
destinada aos dois.
A rigeza do apoio Freyssinet tanto na direção longitudinal quanto na direção transversal
é infita, logo eles não contribuem para rigidez do sistema:

𝑘 = ∞
𝑘 = ∞

2.3. Rigeza dos conjuntos

Com as rigezas dos apoios e dos pilares computadas, podemos calcular a rigeza dos
conjuntos de neoprene longitudinalmente, transversalmente e do freyssinet
longitudinalmente e transversalmente respectivamente. Vale ressaltar que considerou-
se os pilares engastados no solo e as fundações com rigeza infinita. As seguintes
fórmulas serão utilizadas nos calculos:

1
𝑘 =
1 1
+
𝑘 𝑘
1
𝑘 =
1 1
+
𝑘 𝑘
1
𝑘 =
1 1
+
𝑘 𝑘
1
𝑘 =
1 1
+
𝑘 𝑘

Como os calculos foram feitos no excel, todos os resultados de rigezas estão


apresentados nas seguintes tabelas de cada pilar:

Dados e rigezas do Pilar 1 – Tabela 1


Dados e rigezas do Pilar 2 – Tabela 2

Dados e rigezas do Pilar 3 – Tabela 3


Dados e rigezas do Pilar 4 – Tabela 4

3. Centro elástico e centro de rotação

3.1. Centro elástico

O calculo do centro deslocável é realizado através da seguinte fórmula:

∑(𝑘 ∗ 𝑥 )
𝑥=
∑(𝑘 )
Em que,

 xi = posição longitudinal do centro de cada pilar na direção longitudinal, da


esquerda para a direita.
 KTnli = Rigidez dos longitudinal dos conjuntos

Os resultados estão na tabela a seguir, uma vez que foram calculados no excel:
Centro elástico – Tabela 5

3.2. Centro de rotação

O calculo do centro de rotação é realizado através da seguinte fórmula:

∑(𝑘 ∗ 𝑥 )
𝑥 =
∑(𝑘 )
Em que,

 xti = posição longitudinal do centro de cada pilar na direção longitudinal, da


esquerda para a direita.
 KTti = Rigidez dos transversal dos conjuntos

Os resultados estão na tabela a seguir, uma vez que foram calculados no excel:

Centro de rotação – Tabela 6


4. Carregamentos horizontais

4.1. Vento

A força horizontal devido à ação do vento deve ser calculada segundo a NBR
6123:1988. Segundo a curva de isopletas da velocidade básica no Brasil fornecida pela
norma, a região de Brasília tem uma velocidade básica de:

𝑉 = 35 𝑚⁄𝑠

O fator topográfico S1 , que leva em consideração a topografia do terreno, será


considerado aqui igual a 1.0 por assumir que a Região de Brasília possui em grande
parte um terreno “plano ou fracamente acidentado”:

𝑆 = 1.0

O fator de rugosidade S2 , que considera o efeito combinado da rugosidade do


terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e as
dimensões da edificação, deve levar em conta algumas avaliações. Primeiramente,
considerou-se a rugosidade do terreno como de Categoria III (terrenos planos ou
ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros, poucos quebra-ventos de árvores,
edificações baixas e esparsas.) e a estrutura foi considerada como de Classe C pela
NBR 6123.
A altura considerada para a computação de S2 foi

ℎ = 12.6 𝑚 + 2 𝑚 + 0,1 𝑚 + 2 𝑚 = 16.7 𝑚

Com isso, computa-se o valor de S2 através da Tabela 2 da NBR 6123:

𝑆 = 0.96

Já para o fator S3 que se baseia em conceitos estatísticos e considera o grau de


segurança requerido e a vida útil da estrutura, considerou-se como grupo 1, visto que a
ponte é uma estrutura cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou possibilidade
de socorros a pessoas após uma tempestade destrutiva:

𝑆 = 1.1

Sendo assim, podemos calcular a velocidade característica do vento que é igual


a:

𝑉 = 𝑉 ∗ 𝑆 ∗ 𝑆 ∗ 𝑆 = 36.96 𝑚⁄𝑠

Por fim, podemos calcular a pressão dinâmica do vento através da seguinte


fórmula

𝑞 = 0.613 ∗ 𝑣 = 837.38 𝑁 𝑚 = 0.837 𝑘𝑃𝑎

Dando sequência no calculo, no “Eurocode 1 – Actions on structures” que aborda


inclusive as ações de vento em pontes, foi tirado o coeficiente aerodinâmico, que
considera a relação entre a altura total de obstrução (neste caso foi considerado a altura
da seção da ponte + espessura de asfalto + altura do veículo tipo) e a largura do tabuleiro:

𝑏 13 𝑚
= = 3.171
𝑑 2 𝑚 + 0.1 𝑚 + 2 𝑚

Através da figura 8.3 presente no Eurocode (EN 1991-1-4:2005), encontra-se um


valor de coeficiente aerodinâmico (fator de forma) igual a:

𝑐 , = 1,55

Por fim, a pressão do vento é dada como:

𝑞 =𝑞∗𝑐 , = 1.297 𝑘𝑃𝑎


Algumas incógnitas precisam ser computados antes de prosseguirmos com o
calculo.

𝑓 = 𝑞 ∗𝐿∗𝑑 = 1.297 𝑘𝑃𝑎 ∗ 80 𝑚 (2 𝑚 + 0.1 𝑚 + 2 𝑚 ) = 425.416 𝑘𝑁


𝐿 80 𝑚
𝑒 = − 𝑥 = − 37.311 𝑚 = 2.689 𝑚
2 2

Por fim a força resultante devido a ação do vento em cada pilar será calculada da
seguinte forma:

1 𝑒∗ 𝑥
𝐹 =𝑓 ∗𝑘 ∗ ( + )
∑(𝑘 ) ∑(𝑘 ∗ 𝑥 )

Com os dados computados, podemos calcular o empuxo resultante para os dois


casos possíveis:

Forças resultantes devido a ação do vento – Tabela 7

4.2. Empuxo assimétrico nas cortinas de extremidade

De forma conservadora, considerou-se que o solo não possui coesão e não existe
atrito entre o solo e a estrutura, com isso utilizou-se a teoria de Rankine. Sendo assim,
alguns dados serão computados para o calculo do empuxo assimétrico nas cortinas de
extremidade:

 𝐿 = 13 𝑚 − (2 ∗ 0.4 𝑚 ) = 12.2 𝑚 Largura efetiva da ponte rolante;


 𝐻 = 2 𝑚 Altura da cortina;
 𝑝 = 5 𝑘𝑁 𝑚 Parcela do trem tipo de carga distribuída;
 𝛾 = 18 𝑘𝑁 𝑚 Peso específico do solo úmido;
 𝜃 = 30 𝑑𝑒𝑔𝑟𝑒𝑒𝑠 Ângulo de atrito máximo do solo;
 𝐾 = tan(45º − ) = 0.333 Coeficiente de empuxo ativo – Teoria de Rankine.

Com os dados computados, podemos calcular o empuxo resultante para os dois


casos possíveis:

1ª situação – Veículo na entrada da ponte:

Primeiro calcula-se a Pressão vertical na área ocupada pelo veículo tipo(TB-450


da NBR 7188:2013):

450 𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝑃 = = 25
3𝑚 ∗ 6𝑚 𝑚

Em seguida, encontra-se a pressão vertical média:

(𝑃 ∗ 3 + (𝐿 − 3) ∗ 𝑝 ) 𝑘𝑁
𝑝 = = 9.918
𝐿 𝑚

Por fim, encontra-se o empuxo resultante:

𝐸 = 𝐾 ∗ 𝑝 ∗ 𝐿 ∗ 𝐻 = 80.586 𝑘𝑁

2ª situação – Veículo fora da entrada da ponte:

Primeiro, computa-se a pressão vertical média:

𝑘𝑁
𝑝 =𝑝=5
𝑚
Por fim, encontra-se o empuxo resultante:

𝐸 = 𝐾 ∗ 𝑝 ∗ 𝐿 ∗ 𝐻 = 40.626 𝑘𝑁

Diante das duas situações percebe-se que a 1ª situação é mais critica, sendo
assim, iremos seguir com essa e somar ao empuxo ativo que é calculado da seguinte
forma:

1
𝐸 = ∗𝛾∗ 𝐻 ∗ 𝐾 ∗ 𝐿 = 146.254 𝑘𝑁
2

Sendo assim, somamos o empuxo ativo ao empuxo devido a carga móvel no


primeiro caso:

𝐹 = 𝐸 + 𝐸 = 146.254 𝑘𝑁 + 80.586 𝑘𝑁 = 226.841 𝑘𝑁

Os resultados estão computados na seguinte tabela, uma vez que foram feitos no
Excel:

Forças resultantes devido a ação do empuxo assimétrico– Tabela 8

4.3. Temperatura

Dados necessários para calcular a deformação da estrutura devido a ação da


variação da estrutura:
 ∆𝑇 = −30º𝐶 Variação de temperatura;
 𝛼 = 10 Coeficiente de dilatação térmica do concreto.
º

Com isso, computa-se a deformação:

𝜀 = 𝛼 ∗ ∆𝑇 = −0.0003

A força resultante devido a variação de temperatura em cada pilar será calculada


da seguinte forma:

𝐹 = 𝜀 ∗𝐾 ∗ ( 𝑥 − 𝑥)

Os resultados estão computados na seguinte tabela, uma vez que foram feitos no
Excel:

Forças resultantes devido a ação da temperatura– Tabela 9

4.4. Força de frenagem e aceleração

Dados necessários para calcular a força de frenagem e aceleração:

 𝑛= = 3.38 = 2 Quantidade de faixas, considerando simetria


.
 𝐶𝑁𝐹 = 1 − 0.05 ∗ (𝑁 − 2) > 0.9 Coeficiente de número de faixas
 𝐶𝑁𝐹 = 1
 𝐿 = 80 𝑚 Comprimento totalmente carregado da ponte
 𝐵 = 13 𝑚 − 0.8 𝑚 = 12.2 𝑚 Largura efetiva ( Largura total – guarda-corpo)
Com os parâmetros já computados, podemos calcular a força através da seguinte
fórmula:

𝐹 = 0.25 ∗ 𝐵 ∗ 𝐿 ∗ 𝐶𝑁𝐹 = 244 𝑘𝑁

Os resultados estão computados na seguinte tabela, uma vez que foram feitos no
Excel:

Forças resultantes devido a ação da Frenagem e Aceleração– Tabela 10

5. Resultados finais

Essa seção é destinada a compilar o resultado de todas as ações horizontais:

Forças resultantes em cada pilar – Tabela 11

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