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Levantamento de estilos de aprendizagem dos alunos

formandos do curso técnico de Informática do Centro Federal de


Educação Tecnológica de Minas Gerais
Survey of learning styles of students graduates of course computer technical of Centro Federal
de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Marcos Prado Amaral, Msc - CEFET-MG
marcaopamaral@gmail.com
Ismar Frango, Dr - UNICSUL
ismarfrango@gmail.com

Resumo
A finalidade deste trabalho é apresentar um mapeamento dos diversos estilos de aprendizagem (ou
perfil cognitivo) dos alunos do último ano do curso técnico em Informática de formação integrada do
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG,) na tentativa de determinar um
perfil dominante comparando-o com o perfil desejado para aprendizes padrão para esse curso. Para
traçar o perfil dominante foi usado o instrumento de medição de estilos de aprendizagem desenvolvido
por Felder e Soloman (1991) (http://www.prod.eesc.usp.br/aprende/empresarial2/). Como resposta,
pode-se afirmar que os entrevistados têm o perfil desejado para o curso tomado como base de análise.
Essa constatação traz benefícios para os alunos, para os professores, para a escola, para as empresas,
que receberão esses alunos com a certeza de que gostam de fazer o que estão aprendendo. Como
contribuição, espera-se que este estudo, se feito no começo do ano letivo, possa ajudar a determinar a
área da informática, hardware ou software que o aluno tem mais facilidade de atuar, direcionando os
trabalhos de conclusão de curso, tornando mais prazeroso o trabalho desse aluno.

Palavras-chave: Ensino. Ensino técnico. Perfil cognitivo.

Abstract
The purpose of this paper is to present a mapping of the different learning styles (or cognitive profile) of
the students of final year computer technician training integrated Centro Federal de Educação Tecnológica
de Minas Gerais (CEFE-MG) in an attempt to determine an dominant profile to compare it with the desired
profile for learners of this type of course. To draw this profile was the instrument used for measuring learning
styles developed by Felder and Soloman (1991) (http://www.prod.eesc.usp.br/aprende/empresarial2/). In
response it can be stated that the respondents have the desired profile for the course taken as a basis of
analysis. This finding brings benefits for students, for teachers, for school, for companies that receive these
students with the certainty that love to do what they are learning. As a contribution, it is expected that this
study was done at the beginning of the school year, can help determine the area of ​​computer, hardware or
software, the student finds it easier to act, directing the work of completion, making it pleasurable work
that student.

Keywords: Teaching; Computer technician; Cognitive profile.

Introdução
Cada indivíduo emprega um método pessoal de tratar informações com vista em um aprendizado,
possibilitando a definição de várias formas de se aprender um conteúdo novo. Assim, é possível afirmar
que existem várias formas de se estudar e aprender. Cathólico e Oliveira Neto (2008, p. 1) afirmam que
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“[...] cada pessoa é única, com sua própria característica, habilidade, preferência e maneira de pensar
e agir. Isso faz com que cada um tenha sua forma diferenciada de receber e processar as informações
recebidas”. Essas maneiras particulares de perceber e trabalhar as informações são denominadas
“Estilos de Aprendizagem.” Pennings e Span (1991, apud Santos et al, 2000) enfatizam que os estilos de
aprendizagem estão relacionados à forma com que um indivíduo pensa, sabe, percebe, lembra, aprende
ou decide.

Lopes (2002) afirma que os “Estilos de Aprendizagem” influenciam no processo da aprendizagem,


que é extremamente complexo, não se restringindo apenas à aquisição de respostas ou mesmo de
conhecimentos, mas envolvendo inúmeras variáveis que se combinam de diferentes formas e estão
sujeitas à influência de fatores externos, internos, individuais e sociais.

Felder e Brent (2005), Kolb (1984) e Keirsey e Bates (1984) (apud Freitas, 2013) têm em comum a ideia
de que os alunos devem ter a sua disposição os elementos que os conduzam aos melhores resultados de
aprendizagem e que supram as exigências a que estarão sujeitos em suas atividades profissionais futuras,
levando-os a uma mudança em suas perspectivas individuais (motivação, atitude e comportamento) e
perspectivas profissionais (recursos e competências essenciais).

Dessa maneira, seria importante o conhecimento prévio dos diferentes estilos de aprendizagem dos
alunos para que os professores pudessem adequar seus modos de ensinar permitindo uma maior
interação entre esses e seus alunos.

Para Alliprandini (2012, p. 1), apesar de o papel mediador do professor ser fundamental para novas
aprendizagens, sua função deve ser preferencialmente a de “[...] transferir progressivamente para os
alunos o controle de sua aprendizagem, sabendo que o objetivo último de todo mestre é se tornar
desnecessário.” Assim, suas ações devem promover a autonomia dos alunos na aprendizagem
específica, bem como nas outras aprendizagens relacionadas ao desenvolvimento pessoal e à sua futura
capacitação profissional, fator importante para os alunos dos cursos de formação técnica.

Nesse contexto, de acordo com Freitas (20006), os modelos de estilos de aprendizagem, que normalmente
são baseados em dimensões bipolares para representar as diferentes formas de perceber e processar as
informações, podem fornecer bons indicativos para o planejamento do ensino e preparação profissional
do estudante. Ainda de acordo com Freitas (ibidem), um planejamento curricular aumenta a expectativa
de que os estudantes ingressem no mercado de trabalho com uma formação mais ampla, não só em
termos de conhecimentos técnicos, mas com outras habilidades e comportamentos mais desenvolvidos.

Como parte do planejamento curricular do curso analisado, o CEFET-MG solicita aos alunos do último
ano do curso técnico em Informática que façam um trabalho de conclusão do curso (TCC) que tenha
uma aplicação prática para que eles possam implementar os conceitos que foram ensinados durante
todo o curso. Esse trabalho é feito em grupos de, no máximo, 5 alunos e inicia-se conjuntamente com
o ano letivo, terminando também com o mesmo, etapa na qual há uma apresentação a uma banca
examinadora que o julga. Como o ensino de informática esta baseado em dois pilares principais, que são
a parte de hardware e a parte de software, seria interessante direcionar os alunos para grupos que sejam
compostos por elementos de mesmo perfil cognitivos para desenvolverem TCC em um pilar condizente
com o perfil cognitivo do grupo.
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Baseado nessas premissas, este presente trabalho tem a finalidade de mapear os diversos estilos de
aprendizagem dos alunos do último ano do curso técnico em Informática de formação integrada do
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), comparando-os entre si, na
tentativa de traçar um perfil cognitivo dominante por grupo para direcionar o trabalho a ser desenvolvido
pelos grupos.

Vale ressaltar que este trabalho pretende ser uma fonte de consulta para as futuras discussões sobre um
projeto de pesquisa, que estudará, ao final do ano letivo, o nível de satisfação dos alunos com seus TCC.

Para o levantamento do perfil cognitivo foi usado nesta pesquisa o instrumento de medição de estilos
de aprendizagem desenvolvido por Felder e Soloman (1991) e que está disponível em http://www.prod.
eesc.usp.br/aprende/empresarial2/.

ESTILOS DE APRENDIZAGEM
Um bom processo de ensino-aprendizagem é aquele que engloba o conteúdo, o aluno, o professor e a
escola. O professor e o aluno devem discutir e experimentar formas alternativas de ensinar-aprender
um determinado conteúdo e essa discussão deve ser apoiada e incentivada pela escola.

Santos (2000) afirma que há possibilidades de se tirar proveito educacional da avaliação dos estilos
de pensar e aprender, tanto no sentido de se obter vantagens dos potenciais identificados como
no enfrentamento dos limites percebidos. Cathólico e Oliveira Neto (2008) complementam que a
aprendizagem é algo construído, que as estratégias de aprender estão relacionadas ao estilo pessoal
de cada um e concluem que seria recomendável que nos cursos de formação de professores houvesse,
no mínimo, uma introdução ao estudo da conceituação de estilos de aprendizagem, buscando os novos
professores conhecer melhor seus alunos, bem como a si mesmos.

Essa ideia é corroborada por Keefe (1979), que define estilos de aprendizagem como características
cognitivas, afetivas e comportamentos psicológicos que indicam como os alunos percebem, interagem
e respondem ao ambiente de aprendizado e podem ser considerados como índices estáveis.

Por tudo isso, os estilos de aprendizado vêm sendo, segundo Cathólico e Oliveira Neto (2008), objeto
de um número crescente de investigações, buscando melhorar o desempenho baseado em processos
de ensino-aprendizagem (BARIANI, 1998; ROSA, 2000; CERQUEIRA, 2000; SCHMEK, 1998; KOLB, 1971;
FELDER e SILVERMAN, 1993; WEINSTEIN, GOETZ e ALEXANDER, 1998; CURY, 1983 apud CATHÓLICO e
OLIVEIRA NETO, ibidem, p. 5).

Essas investigações têm a finalidade de permitir o mapeamento dos estilos de aprendizagem para se
conhecer melhor os perfis cognitivos dos alunos, compreendendo-se as formas como eles preferem
aprender. De posse dos perfis mapeados, podem-se desenvolver novas formas de ensino, que poderão
atingir as diferentes necessidades de aprendizagem.

Segundo Freitas et al (2006), há vários estudos que utilizam os modelos de estilos de aprendizagem com
o objetivo de mapear o perfil dos alunos. Por isso, vários inventários (questionários) foram desenvolvidos
para ajudar na definição desses perfis de estilos de aprendizado, cada um baseado em perfis cognitivos
pré-definidos.
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No mapeamento desse trabalho, foi utilizado o inventário (questionários) de Felder e
Soloman (1991), que foi derivado do modelo desenvolvido por Felder e Silverman (1988).
Segundo Freitas (2006), esse questionário estuda as características de aprendizagem. Ele é
livre para uso e está disponível em http://www.prod.eesc.usp.br/aprende/mapeamento.htm.

Freitas (2006) descreve que o modelo desenvolvido Felder e Silverman (1988) é orientado para o processo
de aprendizagem e possui 4 pares de dimensões bipolares. Os seus resultados apontam uma dimensão
dominante, entre esses quatro pares expressos em três escalas: leve, moderada e forte e possui como
objetivos os 4 pares são:

a) Sensorial/Intuitivo (Indicar como é feita a PERCEPÇÃO da informação);


b) Visual/Verbal (Identificar o modo de RETENÇÃO da informação);
c) Ativo/Reflexivo (Revelar o modo de PROCESSAMENTO da informação);
d) Sequencial/Global (Mostrar a forma de ORGANIZAÇÃO da informação).

Felder e Silverman (1988, apud CATHÓLICO e OLIVEIRA NETO, 2008) definiram esses pares de perfis
cognitivos como:

a) Ativo/Reflexivo: Aprendizes Ativos tendem a ter a facilidade de reter e compreender melhor a


informação quando participam ativamente de atividades, discutindo, aplicando ou explicando para
outros. Gostam de trabalhar em grupos. Os Aprendizes Reflexivos gostam de refletir primeiramente
sobre a informação. Assim, tendem a ser mais lentos para iniciar uma atividade. Preferem trabalhar
individualmente;
b) Detalhista-Sensorial/Generalista-Intuitivo: Aprendizes Detalhistas-Sensoriais têm facilidade de
resolver problemas através de procedimentos bem estabelecidos, sendo pacientes com detalhes,
apreciando trabalhos de manipulação, experimentais e repetitivos. Os Aprendizes Generalistas-
Intuitivos preferem descobrir possibilidades, apreciando as inovações, e não se sentem bem com
exercícios repetitivos. Sentem-se confortáveis com abstrações e são rápidos e criativos;
c) Visuais/Verbais: Aprendizes Visuais aprendem mais facilmente através de gráficos, mapas, diagramas,
imagens e experiências. Se a informação é apresentada de uma forma escrita ou verbal, eles
provavelmente esquecerão rapidamente. Já os aprendizes aprendem melhor as informações faladas
ou escritas;
d) Sequêncial/Global: Aprendizes Sequênciais gostam de aprender a atividade de forma parcial. Ganham
entendimento em passos lineares, cada um derivado do anterior. Normalmente, seguem caminhos
lógicos e graduais na solução de um problema. Têm facilidade para explicar aos colegas etapas do
serviço a ser executado. Os aprendizes globais preferem aprender com grandes saltos, absorvendo a
informação no todo. Têm facilidade de juntar elementos de maneira nova. Podem ter dificuldade de
explicar como chegou à solução de um problema. Seu foco está na síntese e no pensamento sistêmico.

Baseado nessas primícias, foram colocadas as duas questões base para a pesquisa aqui feita: ”Qual o
estilo de aprendizagem predominante entre os alunos do último ano do curso técnico em Informática
de formação integrada do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)?” e “Esse
perfil está de acordo com o curso que os mesmos estão matriculados?”.

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METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa quantitativa, pois foi feita com 43 atores. Segundo
Richardson et al. (1999), o método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas
modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas, significando traduzir em números
as opiniões e informações coletadas para classificá-las e analisá-las. As informações passadas são as
resposta.

É também uma pesquisa qualitativa baseada em um estudo de caso ao estudar as resposta dos alunos
dos cursos técnicos em Informática do CEFET-MG, tendo em vista o levantamento de seus perfis
cognitivos e suas possíveis escolhas em seus futuros cursos de graduação. O estudo de caso foi escolhido
baseado em Ludke e André (1986), que afirmam que esse método de pesquisa tem por característica o
estudo aprofundado e exaustivo de um objeto ou mais, de maneira que permita um amplo e detalhado
conhecimento.

A amostra foi coletada pelos questionários aplicados pela Internet em seu local de origem, e as
respostas enviadas por e-mail aos autores. Esse procedimento técnico é definido por Gil (2002) como
“levantamento”, pois envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento deseja conhecer.
Nesse caso, segundo Cathólico e Oliveira Neto (2008), procede-se à solicitação de informações a um
grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise
quantitativa, obter conclusões correspondentes aos dados coletados.

As etapas da pesquisa são: definição da amostra, recebimento dos dados, avaliação dos mesmos,
tabulação, análise e conclusão.

ANÁLISE DOS RESULTADOS


Foi realizada uma análise quantitativa dos 43 questionários dados, com a verificação dos números
absolutos e percentuais. Identificaram-se os estilos predominantes e constataram-se variações
encontradas nos estilos de cada um, classificados pelo próprio questionário em leve, moderado ou forte.
Esses resultados estão mostrados no quadro 1, L=leve, M=moderado e F=forte. (TAB. 1)

Tabela 1 – Resultado da pesquisa


Questionário Soloman & Felder

Detalhista/ Detalhista/
Ativo Reflexivo Visual Verbal Sequencial Global
Sensorial Sensorial

L M F L M F L M F L M F L M F L M F L M F L M F

Totais 12 11 3 14 3 0 13 12 7 7 4 0 10 13 5 7 7 1 17 1 1 13 10 1
Totais 26 17 32 11 28 15 19 24
Totais Finais 43 43 43 43
Porcentagem 60 40 74 26 65 35 44 56

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A dimensão bipolar Ativo/Reflexivo 26/17 (60%/40%) mostra uma ligeira propensão para alunos ativos,
que são aqueles que tendem a compreender e reter melhor a informação, participando ativamente da
realização de uma atividade, pois o ativo prefere executar, praticar, resolver situações e problemas reais,
apresentando facilidade para o trabalho em equipe. Segundo Cathólico e Oliveira Neto (2008), a frase
preferida desse tipo de aluno é “Vamos experimentar e ver como funciona”. Esse perfil condiz com o
curso no qual ele participa, e trabalhando com informática ele terá de se adaptar ao trabalho de equipe.
Baseado nesse resultado, pode-se dizer que a maioria dos entrevistados está no caminho certo.

A dimensão Detalhista-Sensorial/Generalista-Intuitivo 32/11 (74%/26%) mostra que a maioria


expressiva dos alunos gosta de receber as informações através de procedimentos bem estabelecidos,
apreciando o trabalho metódico, é observador e atento a detalhes, pois faz muito uso de seus sentidos.
Segundo Cathólico e Oliveira Neto (2008), esses alunos têm facilidade de memorização, apreciando
trabalhos que envolvem manipulação, experimentação, como as práticas de laboratório. Demonstram
nítida falta de interesse por tarefas que não tenham uma conexão aparente com o mundo real. Esse
dado mostra que os entrevistados têm afinidade com o curso técnico de Informática escolhido por eles.

A dimensão Visual/Verbal 28/15 (65%/35%) mostra uma maioria expressiva dos alunos têm uma
facilidade de aprender quando lhes são ensinados através de gráficos, quadros, figuras, fluxogramas. As
aulas de um curso técnico de Informática têm esse perfil de disciplinas bastante visuais, onde os alunos
manipulam telas, gráficos, fluxogramas, adequando ao perfil desejado de seus aprendizes.

A dimensão Sequencial/Global 19/24 (44%/56%) 65/35 mostra que os alunos praticamente se dividem.
A metade deles progride no entendimento de uma situação com que está lidando, de uma forma
gradual, ou, segundo Cathólico e Oliveira Neto (2008), inicialmente, de um modo mais lento e depois a
grandes saltos, avança com entendimento parcial, absorvendo pequenas partes da informação, que vão
se conectando logicamente para garantir o entendimento da situação.

A outra metade prefere aprender com grandes saltos, absorvendo a informação no todo, tendo facilidade
de juntar elementos de maneira nova. Pode ter dificuldade de explicar como chegou à solução de um
problema. Devido à área de abrangência do curso de Informática em software e hardware, pode-se dizer
que essa resposta está conectada com os estilos das disciplinas, onde os sequenciais apreciam mais a
área de software e os globais mais a parte de hardware.

O quadro completo com as respostas dos alunos está no Anexo 1. Foi usada a denominação genérica de
aluno seguido por número sequencial, obedecendo-se à ordem alfabética dos nomes. Essa ação tem o
intuito de preservar o anonimato dos entrevistados.

Baseado no levantamento do perfil cognitivo, dividiu-se os 43 alunos em 7 grupos de 5 alunos, 2 grupo


de 4 alunos. A composição dos grupos obedeceu ao seguinte ranqueamento: Sequencial/Global, Ativo/
Reflexivo, Visual/Verbal, Sensorial/Intuitivo, levando ao seguinte:

a) grupo 1: aluno1, aluno4, aluno7, aluno8, aluno20;


b) grupo 2: aluno3, aluno5, aluno6, aluno10 aluno19;
c) grupo 3: aluno29, aluno31, aluno32, aluno35, aluno36;
d) grupo 4: aluno2, aluno12, aluno14, aluno15, aluno24;
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e) grupo 5: aluno9, aluno13, aluno16, aluno18, aluno21;
f) grupo 6: aluno22, aluno25, aluno26, aluno30, aluno38;
g) grupo 7: aluno11, aluno27, aluno28, aluno34, aluno42;
h) grupo 8: aluno17, aluno23, aluno37, aluno39;
i) grupo 9: aluno33, aluno40, aluno41, aluno43.

CONCLUSÃO
A identificação dos estilos de aprendizagem e do perfil acadêmico dos estudantes que responderam ao
questionário de Felder e Soloman (1991) permitiu caracterizar as tendências cognitivas dos alunos do
último ano do curso técnico de Informática do CEFET-MG.

A partir deste estudo, foi possível confrontar os perfis cognitivos dos alunos com o perfil cognitivo
desejado para alunos do curso o qual eles frequentam. Como resposta, pode-se afirmar que os 43
entrevistados têm o perfil desejado para o curso, tomado como base de análise. Essa constatação traz
benefícios para os alunos, para os professores, para a escola, para as empresas que receberão esses
alunos com a certeza de que gostam de fazer o que estão aprendendo.

A aplicação do questionário para identificar os perfis cognitivos com vista em melhorar a motivação dos
alunos para as aulas é mostrada por Felder e Spurlin (2005, apud CATHÓLICO e OLIVEIRA NETO, 2008)
como confiável e válido. A aplicação desse questionário, dentro dos parâmetros determinados para essa
pesquisa, se feita no começo do ano letivo, pode ajudar a determinar a área da informática, hardware
ou software, que o aluno tem mais facilidade de atuar, possibilitando o direcionamento dos trabalhos
de conclusão de curso (TCC), tornando-o mais prazeroso para o aluno.

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Apêndice A – Quadro completo com as respostas dos alunos

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