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UNIFACEMA
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
CAXIAS-MA
2020
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BANCA EXAMINADORA
________________________________
Profª. Drª. Maria Bertolina Costa
Instituição de Origem: UniFacema
ORIENTADORA E PRESIDENTE DA BANCA
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Profa. Msc. Francisca Tatiana Dourado Gonçalves
Instituição de Origem: UniFacema
1º EXAMINADOR
________________________________
Profa. Esp. Maria do Perpétuo Socorro Santos Araújo
Instituição de Origem: UniFacema
2º EXAMINADOR
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RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
O termo educação ambiental é definido por Guimarães (2007) como “processo
permanente onde os conceitos éticos possam ser acentuados a fim de termos atitudes
responsáveis para com o próximo, além de fornecer os instrumentos necessários para
os indivíduos acerca da relação meio ambiente versus sociedade”. A implantação da
educação ambiental nas escolas pode ser considerada uma das formas mais eficazes
para a conquista de uma sociedade sustentável. Os debates mundiais e nacionais
sobre o meio ambiente, que aconteceram nos últimos anos, estabeleceram que as
escolas poderiam se tornar aliadas para o alcance do desenvolvimento sustentável,
desde que se transformassem em espaços de conscientização ambiental,
desenvolvendo o senso crítico, a mudança de comportamento, incentivando o respeito
à vida e disseminando novas práticas de uso dos recursos naturais.
A educação ambiental deve ser considerada um processo permanente, no qual
os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam
aptos a agir, tornando cidadãos mais conscientes da necessidade da preservação do
meio ambiente.
Hoje, as ações humanas como desmatamento, queimadas, riachos
transformados em esgotos, assoreamento dos rios, poluição do ar, perda de
diversidade biológica, destruição do patrimônio, entre outros, veem causado uma série
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de danos ao planeta. Fatos que merecem destaques não apenas aos grandes
desastres ambientais, mas também às ações diárias de cada pessoa em sua casa e
em suas relações com os outros. Portanto, a educação ambiental está relacionada a
mudanças de comportamento e a construção de uma consciência ambiental.
Convém ressaltar o expressivo crescimento demográfico das cidades nas
últimas décadas, o que nem sempre simboliza um desenvolvimento sustentável, visto
que com o aumento da população crescem os problemas ambientais que impactam
diretamente na vida social das pessoas e do meio ambiente que engloba as áreas
agrícolas, industriais, comerciais e residenciais, produzida pela natureza e pela
sociedade.
No que se refere a educação, a escola é o lugar onde o aluno irá dar sequência
ao seu processo de socialização, no entanto, comportamentos ambientalmente
corretos devem ser apreendidos na prática, no decorrer da vida escolar com o intuito
de contribuir para a formação de cidadãos responsáveis. Faz parte do papel da escola
oferecer aos seus alunos conteúdos ambientais de forma contextualizada com sua
realidade, usando seu espaço como local de referência para a formação da
consciência crítica e ecologicamente correta1. No modelo de pensamento sistêmico
holístico ou ecológico, o universo é explicado como um grande sistema, uma rede
dinâmica de eventos inter-relacionados. Sendo assim a percepção de uma
determinada realidade não faz sentido se ao observá-la não considerar o seu
contexto. Nessa perspectiva, “o observador também é parte integrante da realidade
observada, pois nada se encontra isolado e tudo faz parte de uma rede de relações,
na qual todos são responsáveis por tudo”. (CAPRA, 1995).
A escola desempenha importante papel na formação das futuras gerações,
orientando-as e repassando os valores e princípios necessários à subsistência e
continuidade da espécie humana, onde as questões ambientais estão cada vez mais
presentes dentro do contexto da sociedade da escola, visto que a educação ambiental
é efetiva em todos os níveis dos processos educativos e em especial nos anos iniciais
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Aqui trataremos por ecologia a ciência das inter-relações que ligam os organismos vivos ao seu
ambiente. Esta ciência é considerada natural e social ao mesmo tempo, por possuir potencialidades
que podem ser aplicadas na interpretação e compreensão dos assuntos humanos, ao entender que em
todas as situações há relações e influências entre os componentes ambientais, sociais, políticos e
econômicos, o que configura um sistema. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012).
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É defendida como uma metodologia pedagógica e em sua finalidade ela propõe a construção de
ecossistemas comunicativos, abertos e criativos. (SCHÖNIN, SARTORI, CARDOSO, 2016)
A ecopedagogia conceito ainda em construção, onde trata-se de uma educação para a cidadania
planetária, onde nos implica uma reorientação de nossa visão de mundo, uma reeducação para
vivermos numa comunidade que é local e global ao mesmo tempo (HANSEN, 2006)
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Profissional que trabalha dentro da ecopedagogia cujo propósito é desenvolver uma valorização
robusta dos potenciais coletivos da humanidade e promover a justiça social em todo o mundo através
de uma reeducação ambiental. (HANSEN, 2006)
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conscientização dos indivíduos. Entretanto, tem-se a questão, o que impede seu bom
desempenho? Pode-se colocar dentre elas a falta de políticas públicas educacionais
bem estruturadas e conscientes capazes de potencializar o ensino voltado a
necessidade de estar conciliando o crescimento populacional e preservação
ambiental.
Surgindo a partir da segunda metade do século XX, as discussões sobre
educação ambiental vem do despertar da população no pós-guerra, dos anos 50 e 60
é marcado por uma expansão dentro da economia, um crescimento industrial
significativo o qual ocasionou assíduas catástrofes ambientais, assustando a
sociedade vigente, gerando assim discussões e manifestações populares.
Um dos importantes aliados na busca pelo uso consciente dos recursos
ecológicos e sociais do capitalismo industrial vigente foi a divulgação do relatório do
Clube de Roma, um grupo de pessoas importantes que reúnem-se para debater
assuntos como: política, economia internacional, meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável. “O relatório trata de problemas de extrema importância para o futuro da
humanidade, segundo os relatos descritos no relatório, o planeta terra não teria como
suportar o crescimento da população devido aos desgastes dos recursos naturais e
energéticos e o aumento da poluição”. (DIAS, 2004).
Com a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente Humano, que aconteceu
em junho de 1972 em Estocolmo, tendo a finalidade de discursões acerca das
questões ambientais. “Nesta conferência foram criados programas tais como:
UNEP/PNUA (Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas), um programa das
Nações Unidas voltado à proteção do meio ambiente e à promoção do
desenvolvimento sustentável, ministérios, legislações e regulamentos ambientais
foram promulgados dentro da reunião”. (DIAS, 2004).
Em 1975 foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA),
com base nos objetivos discutidos na Conferência de Estocolmo, da necessidade de
se estabelecer um programa internacional de educação sobre o meio ambiente, que
tratasse a educação ambiental como uma disciplina interdisciplinar, integral e
permanente, inserida dentro das diferenças regionais, e de interesse nacionais.
Batista (2005) coloca que as medidas tomadas em prol da educação ambiental
permitem alcançar os objetivos de proteção ambiental, não se tratando de um ramo
da ciência ou uma matéria de estudos separada, mas de uma educação integral
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permanente.
dispositivos, leis e decretos citados aqui tem sofrido alterações, e percebe-se mais
uma vez que todas as estratégias de criação de políticas de cunhos ecológicos, estão
inteiramente ligados as ações práticas de desenvolvimento de consciência social.
Hoje, faz-se necessário a criação de condições socioeconômicas, adotando uma
posição de pro-atividade, criando culturas que estimulem o consumo consciente de
recursos naturais, bem como as mudanças de consumos de maneiras desenfreadas
e desnecessários implicando o crescimento contínuo de resíduos.
A partir das propostas dos programas da UNESCO-PNUMA, observamos que
a educação ambiental vai além do sistema educativo, ou seja, está ligada a vários
níveis exterior a escola abrangendo os sistemas municipais, estaduais, regionais,
nacionais e internacionais, interferindo no que podemos chamar de surto de
urbanização e industrialização desenfreada decorrentes da ação antrópica sobre o
ambiente.
Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos
levados a perceber que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas
sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Por
exemplo, somente será possível estabilizar a população quando a pobreza for
reduzida em âmbito mundial. A extinção de espécies animais e vegetais numa escala
massiva continuará enquanto o hemisfério meridional estiver sob o fardo de enormes
dívidas. A escassez dos recursos e a degradação do meio ambiente combinam-se
com populações em rápida expansão, o que leva ao colapso das comunidades locais
e à violência étnica e tribal que se tornou a característica mais importante da era pós-
guerra fria.
O reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança de percepção
e de pensamento para garantir a nossa sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos
líderes das nossas corporações, nem os administradores e os professores das nossas
universidades. Vimos que, a educação tem avançado na perspectiva de oferecer
alternativas para a formação do sujeito, para que o mesmo construa um futuro melhor.
Segundo Gouvêa apud Liotti (2015), as leis as quais são as bases que regem
o trabalho da educação ambiental no Brasil, tanto em nível educacional quanto
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Podemos observar que tanto a LDB - Lei de Diretrizes e Bases quanto os PCN
- Parâmetros Curriculares Nacionais falam sobre as práticas metodológicas bem como
as inúmeras habilidades dos professores dentro da educação ambiental, lembrando
que a EA possui uma abordagem transversal e que a mesma deve ser inserida no
currículo de forma interdisciplinar, porém dentro desses documentos não vimos uma
maneira para que os educadores introduzam em suas áreas afins de conhecimento,
temáticas como a educação ambiental, cabendo então a cada um buscar
metodologias diversificadas para a contextualização do mesmo, como descreve o
ministério da educação/portal MEC.
[...] Assim, as mudanças não ocorrerão de cima para baixo, mas com a
participação dos/as professores/as que estão diretamente ligados/as à
realidade. As propostas curriculares, as mudanças e transformações
educativas dependem daqueles e daquelas envolvidos/a com o seu cotidiano.
O engajamento dos/as professores/as nos processos políticos de decisão
intervém no seu fazer pedagógico e pode ser considerado como contexto
valioso na formação, também como possibilidade de construção de novas
formas de compreender e viver a relação saberes e fazeres, teoria e prática.
(TRISTÃO, 2007).
que se desrespeito a uma visão tanto pessoal, quanto profissional desse sujeito. Para
que haja esse engajamento na efetivação da formação do educador ambiental é
necessário um acordo entre as partes envolvidas nesse processo.
Devido a deficiência de formação dos educadores, são criados os cursos de
educação continuada. Para Silva (2011, p. 15), “[...] formação de professores é um
processo contínuo de desenvolvimento pessoal, profissional, político e social que não
se constrói em alguns anos de curso, nem mesmo pelo acúmulo de cursos, técnicas
e conhecimentos, mas pela reflexão coletiva do trabalho, de sua direção, seus meios
e fins, antes e durante a carreira profissional”.
Segundo Paulo Freire (1983, p. 11), "a leitura do mundo precede a leitura da
palavra; daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da
leitura daquele." Com isso podemos observar que antes mesmos de iniciarmos na
vida escolar, com o os primeiros conhecimento e construção das primeiras letras o
indivíduo tem-se inicialmente a leitura inata que é a leitura de mundo do ambiente a
qual ali está inserido, esse conhecimento se dá através das relações sociais no seio
familiar e posteriormente se estende ao social e ao universo.
Pensemos na educação como “reprodutora das relações sociais e como
transformadora dessas mesmas relações”, como discutida por Luckesi (1992). A
educação transformadora diz respeito à construção da humanidade nos indivíduos de
forma a torná-los capazes de se relacionar responsavelmente com o ambiente e com
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É importante observar que para que esse trabalho com educação ambiental
seja efetivado é necessário inicialmente que aconteça um estimulo aos educandos de
forma primordial nos anos iniciais de ensino, pois é ali o momento de construção de
uma consciência significativa e da sociedade em geral, afim de que esses indivíduos
possam construir e transformar o ambiente a qual vivem, trabalham e usufruem de
seu momento de lazer de forma consciente.
A concepção de ambiente apresentada pelas escolas e livros didáticos está
voltada a uma visão parcial restringida a animais, plantas e lixos, porém, faz-se
necessário uma ampliação dessa visão mostrando que o ambiente vai além dessas
concepções, que o mesmo é um espaço construído historicamente e que esse espaço
é transformado através das relações sociais do homem sejam elas políticas,
econômicas e culturais.
7 RESULTADOS E DISCURSÕES
8 CONCLUSÃO
Podemos concluir que a grande dificuldade para o desenvolvimento da
pesquisa nos impossibilitou de fazer um trabalho mais preciso, o acesso a escola e a
paralisação de suas atividades ocacionada pela situação inusitada do isolamento
social, a qual mantém escolas fechadas por tempo indeterminado não nos permitiu a
aplicação das etapas propostas dentro desse projeto.
O trabalho “Educação ambiental: conscientização, cidadania e boas práticas
para os estudantes do ensino fundamental de Caxias-MA”, buscou trabalhar novas
práticas pedagógicas para o ensino de geografia nas escolas públicas municipais de
Caxias dentro de uma abordagem interdisciplinar, com base na identidade cultural e
no diálogo entre os múltiplos saberes que definem a escola. Neste sentido,
organizamos em momentos distintos nossas estratégias de ações para serem
aplicadas no retorno das aulas presenciais:
Apresentar aos alunos e professores das escolas de ensino fundamental anos
iniciais estratégias de ensino que contribuam para a valorização das riquezas
naturais da cidade de Caxias presente no espaço urbano e as condições de
degradação facilmente perceptíveis a luz da relação homem – meio ambiente.
Criação do blog “Educação Ambiental” para interação entre as escolas de
ensino fundamental em que se aplica o projeto e as bolsistas e a comunidade
escolar como forma de promover a comunicação e a monitoração das
atividades desenvolvidas durante o projeto.
Firmar parceria com a escola selecionada (assinar termo de adesão das
escolas ao projeto de pesquisa) para aplicação do projeto “EDUCAÇÃO
AMBIENTAL: conscientização, cidadania e boas práticas para os estudantes
do Ensino Fundamental de Caxias.
Desenvolver atividade de passeio para que os alunos envolvidos no projeto
observem coletivamente as condições ambientais da comunidade onde se
localiza a escola e se aplica o projeto.
Propor atividades lúdicas e pedagógicas que promovam a reflexão sobre a
responsabilidade que cada indivíduo tem para manter o equilíbrio do meio
ambiente.
Definir novas atitudes que colaboram com a limpeza, organização dos espaços
de convivência da escola.
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REFERÊNCIAS
BARROS, V. L. L.; SILVA, P. J.; PEREIRA, L. C.; VALE, F. S. Rio Itapecuru: uma
visão geoambiental em Caxias-MA. Revista Humana, Paço do Lumiar, v. 1, n, 2, p.
104-119, 2014.
BRASIL. Agenda 21. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2020. Disponível em:
<https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21.html>.
Acesso em: 15 out. 2020.
BRASIL. Lei n° 1.624, de abr. 2006. Institui o código municipal de meio ambiente de
Caxias, estado do Maranhão e da outras providencias. 2006. Disponível em:
<http://caxias.ma.gov.br/wp-content/uploads/2017/07/Lei-1624-codigo-Municipal-de-
Meio-Ambiente.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2020.
CAPRA, Fritjof. A teia da vida uma nova compreensão científica dos sistemas
vivos. São Paulo: Cultrix, 1995.
SILVA, Jayme Rimar da; LUSTOSA, Guilherme Santana; SANTOS, Daniel Silas
Veras. Análise dos Estudos Ambientais realizados em Caxias-MA nos anos 2010 a
2014. Cadernos Cajuína, v. 1, n. 2, 2016, p.100-118.