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ITAJUBÁ
Abril de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ITAJUBÁ
Abril de 2019
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais Eni e Angelo como gratidão ao apoio que sempre me
deram.
Agradecimentos
Tabela 1 - Relação entre grau de desenvolvimento e análise gravimétrica dos resíduos gerados. 9
Tabela 2 - Estimativa da composição gravimétrica dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2008...... 9
Tabela 3 - Proporção de resíduos sólidos gerados em cada região do Brasil em 2015.................. 10
Tabela 4 - Vantagens e desvantagens do processo de incineração................................................. 22
Tabela 5 - Poder calorífico inferior (PCI) de alguns resíduos sólidos urbanos.............................. 24
Tabela 6 - Detalhes acerca das principais impurezas contidas nos gases de síntese...................... 33
Tabela 7 - População do município de Pouso Alegre em diferentes anos...................................... 35
Tabela 8 - Composição gravimétrica dos RSU da cidade de Itajubá – MG................................... 36
Tabela 9 - Parâmetros do CDR, gaseificador e motogerador utilizados...................................... 37
Tabela 10 - Custos das seções e equipamentos considerados no estudo........................................ 39
Tabela 11 - Consumo de potência e custo de instalação de cada seção do gaseificador para os
42
cenários 1 e 2.........................................................................................................................
Tabela 12 - Energia gerada pelo gaseificador no cenário 2 a cada ano........................................ 43
Tabela 13 - Faixa dos custos nivelados de energia das tecnologias de tratamento de RSU........... 45
Tabela 14 - Comparação entre os gaseificadores propostos pelos dois cenários .......................... 46
NOMENCLATURA
°C - Graus Celsius
ABES -Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
Abraceel - Associação brasileira dos comercializadores de energia
ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ANEEL - Agencia Nacional de Energia Elétrica
BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento
CDR - Combustível derivado de resíduos
CETESB – Companhia Tecnologia e Saneamento Ambiental
CEWEP - Confederation of European Waste-to-Energy plants
CH4 - Metano
CO - Monóxido de carbono
CO2 - Dióxido de carbono
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.
COPAM- Conselho Estadual de Política Ambiental
DEFRA - Department for Environment, Food and Rural Affairs
EPA – U.S. environmental protection agency
FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente
GLP - Gás liquefeito de petróleo
H2 - Hidrogênio
H2S - Gás sulfídrico
Hab - Habitantes
HCl - Ácido Clorídrico
HF - Ácido Fluorídrico
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Kg - Quilogramas
kW - Quilowatt
LCOE - Levelized Cost of Energy
MCI - Motores de combustão interna
MJ – Megajoule
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MWh - Megawatt-hora
N2 - Nitrogênio
NBR - Norma brasileira registrada
NH3 - Amônia
Nm³ - Normal metro cúbico
NOx - Óxido de nitrogênio
O2 - Oxigênio
PCI - Poder calorífico inferior
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SOx - Óxido de enxofre
t- tonelada
TMA - Taxa mínima de atratividade
UNESP - Universidade Estadual Paulista
US$ - Dólares americanos
VPL - Valor presente líquido
WtE - Waste-to-Energy
XCMG - Xuzhou Construction Machinery Group
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 8
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ............................................................................. 8
2.1.1 Definição .................................................................................................................... 8
2.1.2 Composição típica ...................................................................................................... 8
2.1.3 Cenário Brasileiro .................................................................................................... 10
2.1.4 Política nacional de Resíduos Sólidos ..................................................................... 15
2.2 TECNOLOGIA PARA TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DOS RSU ................. 16
2.2.1 Aterro sanitário......................................................................................................... 16
2.2.1.1 Aspectos de um aterro sanitário ........................................................................ 16
2.2.1.2 Aproveitamento do biogás ................................................................................ 18
2.2.2 Incineração ............................................................................................................... 21
2.2.3 Gaseificação ............................................................................................................. 25
2.3 GASEIFICAÇÃO ........................................................................................................... 26
2.3.1 Tipos de gaseificadores ........................................................................................... 27
2.3.1.1Gaseificadores de leito fluidizado ..................................................................... 28
2.3.1.2 Gaseificadores de leito fixo .............................................................................. 28
2.3.2 Gaseificação de RSU ............................................................................................... 30
3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 35
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 41
4.1 CÁLCULO DA VIABILIDADE DO PROJETO NOS CENÁRIOS 1 E 2......41
4.2 ALTERNATIVAS PARA A VIABILIZAÇÃO DO PROJETO.......................45
5. CONCLUSÕES................................................................................................................... 48
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................49
7
1. INTRODUÇÃO
O aumento da produção de resíduos sólidos urbanos devido ao crescimento
populacional e ao crescimento da quantidade de resíduos produzida per capta tem levado todo
o planeta a enfrentar problemas de gestão e disposição final de tais materiais. Deste fato,
decorre a poluição do solo e dos cursos de água, a qual provoca problemas ambientais,
prejudica a fauna e a saúde humana.
Paralelo a isto, a elevação dos níveis de consumo leva a uma demanda de energia cada
vez maior por parte da população em geral e da indústria. Nesse âmbito, surge a necessidade
da busca de novas fontes de energia, já que os consolidados combustíveis fósseis, usados
atualmente para a geração, tem um fim anunciado, uma vez que são recursos não renováveis.
Além disto, a queima de tais combustíveis gera gases causadores do efeito estufa, um
problema relevante uma vez que já estão sendo sentidos seus efeitos, tais como a elevação da
temperatura, reflexo do aquecimento global.
Neste cenário, destaca-se o processo de gaseificação, que consiste na conversão de
materiais carboníferos ou orgânicos em um combustível gasoso, tecnologia que data do fim
do século XVIII (REED, 1981 apud CORTEZ, LORA e GÓMEZ, 2008). Embora o processo
seja antigo, a ideia de utilizar como matéria prima os resíduos sólidos urbanos (RSU) é
recente e revela-se interessante, pois os materiais a serem gaseificados já se encontram
coletados e armazenados, sem que seja necessário comprá-los, ao mesmo tempo em que
proporciona uma destinação adequada aos resíduos. A utilização de tal método atende aos
objetivos sancionados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos de proteção a saúde pública
e a qualidade ambiental, tratamento dos resíduos sólidos, adoção de tecnologias limpas como
formas de minimizar impactos ambientais, redução do volume e da periculosidade dos
resíduos, gestão integrada de resíduos, entre outros (BRASIL, 2010).
O processo de gaseificação representa, portanto, uma forma muito eficaz de gerar
energia limpa e de tratar os resíduos sólidos urbanos, gerando benefícios para a sociedade ao
solucionar as duas grandes problemáticas anteriormente levantadas.
O presente estudo faz uma análise econômica da implantação da gaseificação dos RSU
da cidade de Pouso Alegre, situada no Sul do Estado de Minas Gerais, a fim de melhorar o
método de tratamento dos resíduos da cidade por meio de sua valorização energética.
8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 Definição
Os resíduos sólidos urbanos, de acordo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos,
promulgada através da Lei Federal n° 12.305/2010, Art.13, Inciso I são compostos por
resíduos domiciliares (produzidos a partir de atividades domésticas em residências urbanas) e
resíduos de limpeza urbana (consequência dos serviços de limpeza urbana, tais como varrição,
limpeza de logradouros e vias públicas) (BRASIL, 2010).
A referida lei inclui ainda, na definição de resíduos sólidos, gases contidos em
recipientes, além dos demais itens da NBR 10.004. São definidos também, pela Política
Nacional dos Resíduos Sólidos, os rejeitos, que consistem nos resíduos sólidos cujo único
destino possível é a disposição final ambientalmente adequada, após esgotadas todas as
alternativas de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis. Tal disposição final ambientalmente adequada consiste, segundo o
Art.3º, Inciso VIII dessa lei, na distribuição ordenada dos rejeitos em aterros observando
normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
A composição gravimétrica é uma propriedade física dos resíduos sólidos que expõe
os valores percentuais (em peso) que cada diferente componente representa em uma amostra
dos resíduos. Tais componentes podem ser apresentados de modo geral ou mais detalhado de
acordo com a finalidade desejada. A composição gravimétrica varia de acordo com critérios
socioeconômicos e culturais dos diferentes países e regiões, conforme mostrado na Tabela 1, e
9
Tabela 1- Relação entre grau de desenvolvimento e análise gravimétrica dos resíduos gerados
% dos componentes
Componentes do Países Países em Países
RSU subdesenvolvidos desenvolvimento Desenvolvidos
Orgânicos 4 - 85 20 - 65 20 - 30
Papel 1 - 10 15 - 30 15 - 40
Plásticos 1-5 2-6 2 - 10
Metal 1-5 1-5 3 - 13
Vidro 1 - 10 1 - 10 4 - 10
Borracha 1-5 1-5 2 - 10
Outros 15 - 60 15 - 60 2 - 10
Fonte: LUZ (2013)
Observa-se que, segundo o IPEA, a grande a maioria dos resíduos sólidos gerados
nesse ano (52,4%) é composta de matéria orgânica, o que corresponde a uma característica
típica de países em desenvolvimento, confirmando o exposto pela Tabela 1.
A geração de resíduos sólidos tem aumentado, sobretudo nas grandes cidades, devido
ao crescimento populacional, à industrialização e ao avanço tecnológico. A intensificação da
produção, aliados a estratégias de marketing, incitaram a adoção de um estilo de vida
consumista. Dessa forma, alimenta-se um padrão insustentável de produção e consumo
pautado pela obsolescência programada: a cada vez que uma versão mais moderna de um
produto é lançada, a versão antiga é descartada, tornando-se um resíduo sólido a ser gerido, e
a velocidade com que esse processo ocorre torna-se cada vez maior (JACOBI e BESEN,
2006).
Tais mudanças não afetam apenas o volume de resíduos produzidos, mas também a
sua composição, tornado-a mais complexa, incluindo componentes sintéticos e nocivos ao
meio ambiente e aos seres humanos. Dessa forma, conclui-se que a geração de resíduos varia
de acordo com os hábitos de consumo da população, sendo que a parcela da população com
maior poder aquisitivo tende a consumir e, portanto, descartar mais. Esse fato é evidenciado
na Tabela 3, que mostra que a região sudeste, a mais desenvolvida do país, contribui com
quase metade dos resíduos gerados no Brasil. Vale ressaltar que há outros parâmetros que
influenciam em tal relação, como o tamanho da população (GOUVEIA, 2012).
66,975129
45,727565
35,144755
387,63 390,915
353,08
269,3
239,36
Figura 2 - Alcance do serviço de coleta seletiva no Brasil e em cada uma de suas regiões.
Vale ressaltar, no entanto, que em muitos dos municípios nos quais a coleta seletiva já
foi implantada, sua realização não ocorre de forma adequada e muitas vezes não atende toda a
cidade, de forma que necessita da colaboração da população. Além da coleta seletiva, os
destinos mais comuns para a disposição dos RSU no Brasil são os aterros sanitários, aterros
controlados e lixões, conforme mostra a Figura 3. Observa-se na Figura 3 que, embora a Lei
Federal nº 12.305/2010 no artigo nº 54 da PNRS, regulamentada por Decreto Presidencial, em
02 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010), tenha proibido totalmente a deposição de resíduos a
céu aberto (lixões) no Brasil, ainda há uma quantidade significativa de resíduos que são
dispostas desta maneira.
13
inerte após cada jornada de trabalho. Dessa forma, são minimizados os impactos ambientais e
não são causados danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança.
No entanto, tal técnica não inclui a coleta e o tratamento dos efluentes líquidos
(lixiviado) e gasosos provenientes dos resíduos, os quais podem contaminar o solo e do lençol
freático, já que o terreno não é impermeabilizado de forma ideal, conforme mostrado na
Figura 5. Dessa forma, embora seja adequado à legislação, este tipo de empreendimento é
insuficiente do ponto de vista ambiental (CORREA e LANÇA, 2008).
Por fim, os aterros sanitários consistem na forma mais segura de disposição final de
resíduos dentre as citadas anteriormente, uma vez que são projetados de forma a ocupar o menor
espaço e volume possível, nele os resíduos são compactados e completamente confinados e há um
planejamento da área escolhida, o qual leva em consideração a topografia, a hidrologia e a
geologia locais. Sua principal diferença em relação aos aterros controlados é a presença de drenos
de biogás, canais para drenagem das águas pluviais, de coleta e tratamento do chorume e dos
percolados (água e chorume que infiltram no solo) e de sistema de impermeabilização do solo,
conforme pode se observar na Figura 6 (PAIVA, 2015). Tais estruturas serão vistas de maneira
mais detalhada na seção 2.2.1.
Apesar de serem as mais adequadas dentre as alternativas usadas no Brasil, os aterros
sanitários têm sido criticados por não terem como finalidade o tratamento ou a reciclagem dos
15
RSU. Consistem apenas em uma forma de disposição e armazenamento dos RSU no solo, o que
requer grandes áreas, as quais tendem a se tornar cada vez mais difíceis de se obter. (CETESB,
2018).
Figura 6 - Esquema de um aterro sanitário.
assegurar a recuperação dos custos dos serviços prestados; a capacitação técnica continuada
na área de resíduos sólidos; a integração de catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis; a
disposição adequada dos rejeitos, mas antes disso, a promoção de sua não geração, redução,
reutilização e reciclagem, bem como o tratamento dos resíduos sólidos (BRASIL, 2012).
Para atingir os objetivos citados, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos se pauta nos
princípios do poluidor-pagador e do protetor-recebedor (obrigação do poluidor de pagar pela
reparação dos danos por ele causados ao meio ambiente e na remuneração ao protetor, que
deixou de explorar ou promoveu algum bem socioambiental), da visão sistêmica da gestão
dos resíduos sólidos; do fornecimento a preços competitivos de bens e serviços com impacto
ambiental reduzido; do desenvolvimento sustentável e do reconhecimento do resíduo sólido
como um bem econômico e de valor social (BRASIL, 2012).
Em síntese, a PNRS foi instituída não apenas para propor uma melhoria no tratamento
dos resíduos, mas uma transformação mais ampla da consciência de consumo e produção,
fazendo com que sejam pautados na sustentabilidade. Infelizmente, após 8 anos da sua
instituição, observa-se que a política ainda não foi definitivamente implantada no Brasil, pois
os lixões ainda constituem uma das principais formas de disposição dos resíduos, e a prática
da reciclagem no país ainda é baixa, conforme exposto no item anterior.
Pode-se considerar o aterro sanitário como um grande reator biológico que tem como
principais entradas resíduos e água e como saídas gases e chorume (MMA, 2018). Essa
técnica de disposição de resíduos remete a uma das mais antigas utilizadas na humanidade: o
aterramento. Tal método foi aprimorado através de critérios de engenharia e normas
operacionais específicas, como as da ABNT, de forma a reduzir os danos causados à saúde
pública e ao meio ambiente, conforme discorrido anteriormente (CETESB, 2018).
Alguns dos requisitos para a operação de um aterro, segundo Barros, Regina (2012)
são a compactação dos resíduos sólidos e seu recobrimento diário com argila; a manutenção
dos seus acessos, instalações e equipamentos; o monitoramento das águas subterrâneas e a
análise do resíduo em conformidade com a legislação, para que não haja risco de disposição
inadequada de resíduos perigosos no aterro ou incompatibilidade entre os resíduos aterrados.
17
Composição do resíduo
Umidade
Tamanho das partículas
Temperatura
pH
Idade do resíduo
Projeto do aterro
Operação
O gás metano é um dos principais gases causadores de efeito estufa e, nesse aspecto, é
de 28 a 36 vezes mais nocivo que o gás carbônico (EPA, 2019). Os aterros emitem uma
quantidade muito alta desse composto, uma vez que sua produção se inicia nos três primeiros
meses após a disposição dos resíduos e pode continuar até mais de 30 anos após o
encerramento do aterro (MMA, 2018). Dessa forma, é de extrema importância que o biogás
gerado nos aterros seja devidamente controlado, através de sistemas de coleta e
aproveitamento e pela queima em flare. Caso isso não ocorra, o biogás pode provocar
explosões, emanar pela superfície, contribuindo com o efeito estufa, conforme discorrido
anteriormente, ou ainda migrar para as redondezas, provocando danos à saúde humana e ao
ecossistema em geral (PECORA ET AL, 2008).
O sistema de coleta é composto por poços de coleta, tubos condutores além de um
compressor e um sistema de purificação do gás. O excesso do biogás pode ser destinado a
um instrumento denominado flare ou queimador, o qual queima o biogás em altas
temperaturas, de maneira segura, evitando danos ao meio ambiente pela liberação de metano e
outros poluentes atmosféricos, uma vez que reduz o metano em gás carbônico. (LEME, 2010;
WILLUMSEN, 2001).
Normalmente, os sistemas de coleta são capazes de captar entre 60% e 85% do total de
biogás gerado, sendo que normalmente a média de 75% é assumida. (EPA, 2011). Dessa
forma, haverá sempre uma parcela de gás que o sistema de coleta não será capaz de capturar,
a qual escapará para a atmosfera, conhecida como emissão fugitiva.
O biogás pode ser aproveitado para a geração de energia térmica, elétrica, para co-
geração, ou ainda como combustível, quando submetido a processos de tratamento. O destino
dado a tal combustível depende do nível de tratamento ao qual ele é submetido. Nesse
aspecto, segundo o Banco Mundial (2004) o biogás pode ser dividido nas 3 categorias
seguintes:
21
2.2.2 Incineração
direcionamento dos gases quentes para uma caldeira, onde são gerados vapores que acionam
um grupo gerador com capacidade de produzir eletricidade (BURANI et al., 2006).
As vantagens e desvantagens da incineração estão dispostas na Tabela 4.
2.2.3 Gaseificação
é empregado, o PCI resultante situa-se na faixa de 3 a 6 MJ/Nm³, o qual pode aumentar para
valores entre 10 e 19 MJ/Nm³) quando se emprega oxigênio puro. (WYMAN et al., 1992 apud
LORA e VENTURINI, 2012).
O gás produzido pelo processo de gaseificação pode ser utilizado na síntese catalítica
de produtos como diesel, gasolina, etanol, metanol, hidrogênio, amônia; na geração de energia
mecânica e elétrica, através da alimentação de motores de combustão interna e turbinas a gás
ou ainda a produção direta de calor (CORTEZ, LORA e GÓMEZ, 2008).
A utilização do processo de gaseificação para o tratamento de RSU apresenta diversas
vantagens, tais como a não emissão atmosférica de gases poluentes, a maior facilidade de
manipular gases do que sólidos, a maior eficiência em relação ao processo de incineração, a
redução de peso e volume dos resíduos (75% e 90%, respectivamente), a necessidade de um
espaço menor (em relação a outros métodos) para a implantação da planta (KUMAR, 2000).
Além do mais, a gaseificação possibilita uma menor dependência às alterações nos valores
dos combustíveis importados (CORTEZ, LORA e GÓMEZ, 2008).
As desvantagens da utilização do presente método incluem a necessidade de
manutenção regular para a limpeza do sistema e o cuidado em relação a possíveis casos de
vazamentos (CORTEZ e LORA, 1997 apud PAIVA, 2015; KUMAR, 2000).
No Brasil,
2.3 GASEIFICAÇÃO
Os gaseificadores podem ser divididos de acordo com seu tipo de leito e sua pressão
de trabalho (CIFRENO e MARANO, 2002 apud LUZ, 2013). Os principais tipos desses
equipamentos estão apresentados a seguir.
Existem ainda os gaseificadores de leito fixo, nos quais a matéria se move de forma
descendente e exclusivamente devido à ação da gravidade. Os sistemas são mais simples que
os de leito fluidizado, vantajosos para a utilização em pequena escala e apresentam elevada
eficiência (MELO, 2008). De acordo com Andrade (2007), trata-se do gaseificador mais
antigo e conhecido. É dividido nas seguintes subcategorias:
Gaseificadores Contracorrente ou “Up Draft”
29
2012). A eficiência a frio desse tipo de gaseificador varia entre 50% e 80% (MARTINEZ,
LORA ET AL, 2012 apud LUZ, 2013).
Observa-se na Figura 9 uma ilustração do gaseificador co-corrente, bem como sua
garganta com os injetores de ar.
excetuando-se papel e papelão, uma vez que as fibras destes, de acordo com o Ministério do
Meio Ambiente (2019), perdem as propriedades físico-químicas ao longo dos processos de
reciclagem. Os demais resíduos seguem para a etapa de trituração, seguida da secagem até
uma umidade na faixa de 8 a 15%, para que as partículas possam ser então aglomeradas por
compactação, visando à produção de Combustível derivado de resíduos (CDR). É importante
que a trituração preceda a secagem, pois as dimensões de alguns materiais podem ser
reduzidas com o calor. (LUZ, 2013). O processo de fabricação dos briquetes CDR reduz o
volume inicial dos resíduos, aumenta seu poder calorífico e facilita a manipulação, o
transporte e a utilização do combustível (PERNES, 2008 apud PAIVA, 2015).
Em seguida, o CDR é armazenado próximo ao gaseificador, para facilitar a sua
alimentação, e garantir que seja gerada energia ainda que haja paradas nas etapas anteriores.
Deve-se ter o cuidado de que não haja fontes de calor no local de armazenamento e que ele
seja ventilado, a fim de evitar incêndios (LUZ, 2013).
O CDR segue então para o reator de gaseificação, do qual resulta um gás que contém
impurezas que podem danificar o sistema gerador de energia e deve seguir, portanto, para um
sistema de limpeza. Existem sistemas de limpeza por via úmida e seca, sendo que em ambos o
gás pode passar previamente por um processo de craqueamento do alcatrão (LUZ, 2013).
Na limpeza úmida, as impurezas sólidas são removidas em um ciclone e em seguida o
gás é resfriado à temperatura de orvalho, para que os componentes mais pesados do alcatrão
sejam condensados. Em seguida, o gás passa por um filtro de manga a cerca de 260°C,
temperatura na qual os álcalis e materiais particulados podem ser removidos (CONSONNI e
LARSON, 1994 apud LORA e VENTURINI, 2012). O gás de síntese é então lavado para a
retirada de partículas, gases e vapores residuais. Caso seja necessária a retirada de CO2, pode
ser usado um processo de absorção. A eficiência de remoção do alcatrão pelo presente método
pode chegar a 50% ou 97% quando seguido por um lavador venturi (LORA e VENTURINI,
2012). Apesar de consumir uma grande quantidade de energia e do efluente gerado pela
limpeza úmida necessitar de tratamento, este método é o mais eficiente para o tratamento dos
gases. (CARDENAS, 2006 apud LORA e VENTURINI, 2012).
Já a limpeza a seco é eficiente para a remoção do material particulado, mas não de
alcatrão e óleos, pois a temperatura de operação é alta, o que inviabiliza sua condensação.
Nesta via, cinzas são extraídas dos gases por meio de ciclones, lavadores de gases ou filtros
cerâmicos de alta temperatura. (LORA e VENTURINI, 2012).
33
Tabela 6 – Detalhes acerca das principais impurezas contidas nos gases de síntese
Mecanismos de controle
Impurezas Fonte Possíveis Problemas
e/ou mitigação
Erosão,
Cinza, carbono, aglomerações,
Particulados Filtragem, lavagem do gás
material do leito incrustações e
poluição ambiental
Metais alcalinos Resfriamento,
(sólido e/ou potássio Cinzas Corrosão condensação, filtragem,
nas cinzas) adsorção
Tratamento com
Compostos
Reação do nitrogênio substâncias de caráter
nitrogenados (NOx,
do ar e do combustível básico, utilizando de
NH3, HCN) Corrosão, poluição
oxigênio puro no processo
ambiental
Compostos de Reação do enxofre e do
Lavagem, captura com
enxofre e cloro cloro presente no
CaCO3.
(HCl, H2S) combustível
Baixa temperatura no Corrosão,
Alcatrão (mistura
processo, quantidade aglomerações e
complexa de Remoção, craqueamento
considerável de voláteis incrustações, efeitos
hidrocarbonetos)
no combustível sobre a saúde
Fonte: LORA e VENTURINI (2012).
Por fim, o gás de síntese limpo segue para a última etapa: geração de energia. De
acordo com Miranda (2014) o gaseificador deve ser integrado a motores de combustão interna
por ciclo de Otto ou diesel. Deve-se acoplar ao motor um gerador elétrico. Os gases
misturam-se ao ar em um coletor de admissão antes de entrarem nos cilindros do motor e,
uma vez que sua qualidade é inferior a do GLP e do gás natural, é preciso modificar a
34
configuração dos motores. Os parâmetros a serem observados são potência, torque, eficiência,
emissões atmosféricas, temperatura dos gases na exaustão, análise da tendência de pré-ignição
e influência da relação ar/combustível e das taxas de compressão. Tais modificações são, no
entanto, dispensáveis para motores a diesel com substituição de até 80% do combustível
original. Outras vantagens desse tipo de motor são a maior eficiência em função da maior taxa
de compressão, maior durabilidade e baixa manutenção (LUZ, 2013).
O estudo realizado por LUZ (2013) demonstrou que a implantação de plantas de
gaseificação dos RSU do Brasil é viável e que sua implantação possibilitaria a produção de
mais de 3% de toda energia elétrica produzida a partir de biomassa da matriz energética do
país.
35
3. MATERIAIS E MÉTODOS
()
(1)
( )
Na qual: P(t) = número de habitantes, t = ano e os parâmetros Ps, a e c são dados pelas
Equações de (2) a (4), respectivamente.
( ) (2)
( ) (3)
[ ]
( )
(4)
Em seguida, foi calculada a vazão de resíduos sólidos gerada em cada ano do estudo, a
partir da Equação (5).
(5)
combustível que alimentará o gaseificador, uma vez que o processo de briquetagem não altera
a massa do resíduo.
(6)
Na qual: Rseco = Vazão de resíduos secos e Rumido = Vazão de papel, papelão e matéria
orgânica úmidos.
O gaseificador co-corrente de leito fixo foi utilizado para o projeto deste trabalho. A
potência elétrica disponível, após a passagem do combustível pelo gaseificador e em seguida
pelo motogerador pode ser calculada a partir da Equação (7).
(7)
(8)
Potência
disponível
Pf
E2
P0
E1
Ano
Cenário 1 Cenário 2
Foram considerados apenas matéria orgânica, papel e papelão secos, uma vez que já
há na cidade coleta seletiva. Dessa forma, não se pode considerar o lucro obtido com a venda
dos materiais recicláveis como inerente à operação do gaseificador. Assim sendo, a seção de
separação primária destina-se apenas à separação de eventuais materiais intrusos que não
tenham sido corretamente separados. Obteve-se que a capacidade de processamento do
gaseificador no primeiro cenário deve ser de 0,99 ton/h e no segundo de 1,14 ton/h.
39
O custo relacionado à seção de gaseificação e limpeza do gás pode ser calculado por
meio da Equação (9).
(9)
( ) ( ) (10)
(11)
Na qual FC = fluxo de caixa referente ao ano i, i = ano = [0,20] sendo 2019 o ano 0 e
assim por diante, E = entradas e S = saídas. No ano 0 não há entradas e a saída corresponde ao
investimento, calculado em (10). Nos demais anos, a entrada corresponde à venda da energia
corrigida gerada pelo gaseificador calculada pela Equação (8), porém subtraindo da potência o
consumo de potência obtido à partir das interpolações da Tabela 10. A tarifa considerada foi
de 308 R$/MWh, de acordo com o edital do leilão de geração Nº 03/2018 - “A-6” para o
Produto Disponibilidade Termelétrica (a Biomassa, a Carvão e a Gás Natural) (ANEEL,
2018). Já a saída consiste nos custos operacionais e de manutenção do gaseificador,
considerados como sendo 10% do valor do investimento. Em outro estudo sobre o processo
de gaseificação (PAIVA, 2015) adotou-se a margem de 5% do investimento, no entanto, optou-se
pela elevação de tal valor uma vez que não foram considerados custos de instalação e frete do
equipamento.
Para a avaliação econômica do projeto, utilizou-se o método do valor presente líquido
(VPL), o qual consiste na transferência de todas as variações de caixa esperadas para o
instante presente, descontando-as na Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que consiste na
mínima taxa que um investidor se propõe a ganhar. Tal taxa foi definida como sendo 8,9%,
2% superior à SELIC (6,9% a.a) (BBC, 2018).
Um valor negativo de VPL indica que o projeto é inviável, um valor nulo indica que as
receitas e despesas se igualam, ou seja, que a decisão de investir no projeto é neutra e um
valor positivo indica que a proposta de investimento é atrativa, sendo que a atratividade
aumenta com o aumento do valor do VPL. O VPL é calculado de acordo com a Equação
(12) (PAMPLONA e MONTEVECHI, 2012).
(12)
∑
( )
Na qual: VPL = Valor presente líquido, FCj = Fluxo de caixa referente ao ano j, J=ano,
i= taxa de juros (TMA).
41
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
173000
168000
População
163000
158000
153000
148000
2020 2025 2030 2035 2040
Ano
55000000
51000000
47000000
43000000
39000000
2020 2025 2030 2035 2040
Ano
De acordo com a EPE (2017), o consumo médio residencial de energia para o ano de
2016 foi de 160 kWh/mês. Considerando-se uma média de residentes por domicilio igual a 3
(Rosas et al., 2016), conclui-se que a energia produzida pelo processo de gaseificação dos
resíduos é capaz de suprir, em média a demanda energética de cerca de 7.214 habitantes no
ano de 2020, ou seja, apenas 4,84% da população, no primeiro cenário, e cerca de 6913,94
habitantes ou 4,64% da população no segundo cenário, considerando que o aumento do
consumo per capta entre 2016 e 2020 seja irrelevante. Tal análise mostra um valor inferior de
população suprida para o segundo cenário pois o primeiro ano é o que ele trabalha em sua
menor performance. Não se pode estimar o consumo per capta para o fim da vida útil dos
gaseificadores, quando o desempenho do equipamento proposto pelo ando cenário 2 será o
44
Figura 14 - Gráfico das fontes que geram a energia consumida pela população de Pouso
Alegre em 2020.
Energia consumida pela população
95,16%
Por outro lado, a implantação do equipamento trará ganhos no âmbito ambiental, uma
vez que cerca de 579.872,5t de resíduos deixarão de ser depositadas no aterro ao longo dos 20
anos de operação do equipamento, no primeiro caso e 702.007,7t no segundo caso, o que
representa uma grande redução no volume dos resíduos e, consequentemente, na área
necessária para sua disposição no aterro. Além do mais, não será formado chorume a partir de
tais resíduos, serão destruídos os patógenos nele existentes e os materiais recicláveis
descartados erroneamente junto com a matéria orgânica poderão ser recuperados, melhorando
45
Tabela 13 - Faixa dos custos nivelados de energia das tecnologias de tratamento de RSU.
LCOE mínimo LCOE máximo
Tratamento de RSU
(US$/MWh) (US$/MWh)
Aterro Sanitário 69,91 107,75
Incineração 113,32 183,24
Digestão anaeróbica 103,56 156,36
Digestão anaeróbica + Incineração 109,79 170,42
Fonte: SANTOS et al. (2019).
Nota-se que o custo do cenário 1 é inferior ao custo mínimo da energia gerada pela
maioria dos tipos de tratamento apresentados, inclusive pela incineração, que é o processo
mais similar e situa-se na faixa característica dos valores de LCOE para aterros sanitários. Já
o custo da energia gerada a partir do cenário 2 excede o custo apenas da energia gerada por
46
meio da queima de biogás em aterros sanitários, pois trata-se de um processo mais simples,
sendo bem próximo do valor mínimo de LCOE para a incineração e compatível com os
valores referentes à energia proveniente do processo de digestão anaeróbica, seguido ou não
de incineração.
A Tabela 14 dispõe uma comparação entre os principais aspectos dos gaseificadores
dos dois cenários propostos, através da qual se pode notar como a maior capacidade do
gaseificador no segundo caso impacta aumentando seu custo, mas também os resultados por
ele gerados.
A partir da comparação dos dados da Tabela 14, conclui-se que o cenário 2 é o mais
viável ambientalmente e energeticamente, pois, ao fim de sua vida útil, o gaseificador tratará
uma quantidade superior de resíduos e gerará mais energia. O cenário 1, por outro lado, é o
mais viável economicamente, pois todos os parâmetros econômicos possuem menor quando
comparados aos do cenário 2.
Redução das taxas de juros, de modo a facilitar que o investimento se pague em longo
prazo.
Difusão do conhecimento da tecnologia, visando à descoberta de formas para
aumentar sua rentabilidade.
Aumento da tarifa de venda dessa fonte de energia no leilão, custeado pela redução
das demais tarifas.
Outra opção para a viabilização do empreendimento é onerar para a população a
diferença entre a mínima tarifa de venda que torna o empreendimento viável e a tarifa de
venda estabelecida pela ANEEL. Substituindo os valores referentes às condições adotadas,
nas equações (11) e (12), obtém-se um VPL nulo quando o valor de venda de energia, ou seja,
a mínima tarifa de venda, é de 343,83R$/MWh para o primeiro cenário. A população da
cidade em 2020, de acordo com a Equação (1) será de 148.969 habitantes e a quantidade de
energia gerada nesse foi anteriormente calculada pela Equação 7, dessa forma, o valor a ser
pago pela população por toda energia gerada a cada ano é de R$3,00/ano per capta.
No segundo cenário, a tarifa mínima de venda é de 420,41 R$/MWh. Neste caso a
energia gerada varia ano a ano, dessa forma, a tarifa a ser paga pela população para a
viabilização do empreendimento foi obtida dividindo-se os valores de energia gerada (Tabela
12) de cada ano pela sua população correspondente (Figura 10). A média de tais valores
resultou em uma taxa de R$3,80/ano per capta. Uma vez que o pagamento desses valores seria
praticamente indiferente em ambos os casos, tal alternativa revela-se como uma opção
fortemente considerável.
Uma última opção possível é a compra e utilização do equipamento por uma grande
indústria presente no município, a qual poderia ser enquadrada na pauta de responsabilidade
social da empresa e esta poderia utilizar a energia gerada para consumo próprio, conforme a
Resolução 687 da ANEEL (ANEEL, 2015). Tal alternativa baseia-se na presença de um polo
industrial na cidade que conta com grandes nomes, tais como: XCMG, UNILEVER e
CIMED. A tarifa necessária para a viabilização do projeto em ambos os cenários é, no
entanto, superior à tarifa paga pelas indústrias no mercado livre de energia a longo prazo pela
energia incentivada, ou seja, proveniente de fontes renováveis, que corresponde a 203
R$/MWh (ABRACEEL, 2019).
48
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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50
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