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A Estrutura e a Organização Sociedade Moderna

A Escola de Frankfurt foi um movimento filosófico social e político, nele, pode-se ver
uma das mais famosas tradições do marxismo, onde se criou o pensamento filosófico
conhecido como a teoria crítica. O termo “Teoria Crítica” se consagrou a partir do
artigo de Max Horkheimer, em 1937 “Teoria tradicional e teoria crítica”, ao qual
criticava, por razões políticas e sobretudo, por querer mostrar que a teoria marxiana era
atual, mas devia se importar em suas reflexões com outros aspectos críticos presentes na
abordagem da realidade: o filosófico, o cultural, o político, o psicológico e não se deixar
conduzir predominantemente pela análise economicista. A teoria crítica visa a critica e
a mudança na sociedade como um todo, em contraste com a teoria tradicional que visa
somente a entender e explicar a sociedade. A primeira geração da Escola de Frankfurt
foi composta por pensadores como Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert
Marcuse. Os membros mais conceituados da segunda geração foram Jürgen Habermas e
Albrecht Wellmer. Esses pensadores, criaram o Instituto de Pesquisa Social e um órgão
de divulgação de suas produções, a Revista de Pesquisa Social. Cabe dizer, no entanto,
que a Escola de Frankfurt, assim como o conceito de teoria crítica, apenas conseguiu se
estabelecer no fim da década de 40, depois do término da Segunda Guerra Mundial. A
Escola de Frankfurt acreditava que a teoria crítica social deveria ser abrangente e
direcionada para a totalidade da sociedade. Ela devia melhorar nosso entendimento
sobre a sociedade racional e livre,  que atenda as necessidades de todos ao integrar todos
os principais estudos da Ciência Social.

Não creio que ajudaria muito apelar para valores eternos, ante os quais
precisamente os que são propensos a tais crimes limitar-se-iam a encolher os ombros;
não acredito tampouco que o esclarecimento sobre qualidades positivas das minorias
perseguidas pudesse ser de grande valia. [...] Deve-se conhecer os mecanismos que
tornam os homens assim, que os tornam capazes de tais atos. Deve-se mostrar esses
mecanismos a eles mesmo e buscar evitar que eles se tornem assim novamente,
enquanto se promove uma conscientização geral desses mecanismos (ADORNO, 1986,
p.34-35).
A teoria crítica procura entender as diversas formas por meio das quais vários
grupos sociais são oprimidos, ela examina as condições sociais a fim de revelar
estruturas ocultas que auxiliam na opressão. A teoria crítica ensina que conhecimento é
poder. Isso significa que entender as formas de opressão permite que providências
sejam tomadas para mudá-las. Seu objetivo é promover mudanças positivas nas
condições que afetam nossa vida. Por meio da teoria crítica há, então, um modo de
atuação crítica entre o confronto da cultura e ciência, o qual tem o objetivo de propor
um novo modo de organização de uma só. Foi nesse sentido, que a teoria Critica nos
aponta a necessidade de se buscar na análise das relações cotidianas.

No final do século XVIII a modernidade se afirma proeminente sobre o tradicionalismo


medieval. Segundo Hobsbawn (1979) em A era das revoluções, como características
desse período podemos citar a ascensão dos ideais de racionalidade, humanismo e
progresso técnico e científico, ou seja, os ideais do Iluminismo. Estes ideais
encontraram entre a burguesia as condições favoráveis para seu desenvolvimento, o que
auxiliou a consolidação do sistema capitalista. Valendo-se de um discurso de defesa dos
ideais iluministas para sua ascensão, a burguesia alcançou um intenso acúmulo de
capital, principalmente no setor industrial, contrastando com a crescente miséria do
proletariado (HOBSBAWN, 1979, p.63). Desse modo, as conquistas da burguesia, que
receberam intenso apoio das massas por causa das promessas de liberdade e igualdade
para todos, na verdade, intensificaram a exploração da população. Propagava-se que as
massas poderiam, a partir de então, obter seu sustento do produto de seu trabalho
“livre”, posto que, haviam sido libertos das relações servis do sistema feudal. As antigas
relações de cultivo agrário de subsistência, que mantinham a dependência econômica
das cidades, foram dissolvidas e substituídas pelos cultivos extensivos e mecanizados.
Conforme as formulações de Hobsbawn (1979, p.67), isto fez com que uma grande
massa camponesa, destituída de seus meios de subsistência, se transformasse na fonte de
mão-de-obra para o setor industrial, O desenvolvimento econômico resultante do rápido
processo de industrialização com foco na produção de bens de consumo em massa, bem
como o rápido crescimento do setor de serviços, foi uma das forças motivadoras para
esse tipo de organização. O processo de urbanização e a concentração da população nas
grandes cidades, tornando-as centro do universo social, impactaram o formato das
relações entre sujeito, mundo social e instituições do Estado. A burocratização do meio
social e a formalização das relações entre indivíduo e órgãos institucionais,
prevalecendo a racionalidade formal como ferramenta de mediação desse vínculo,
enfraqueceu as formas de ações individuais, uma vez que o sujeito está sempre
submetido ao julgamento de uma entidade maior e fundamentada no agregado de forças
do conjunto social. Por fim, o advento dos meios de comunicação de massa tornou
possível a homogeneização da língua, de costumes, de interações e de contextos,
neutralizando a diferença que o distanciamento e a falta de referências genéricas e
generalizadoras faziam surgir no seio das pequenas comunidades que integram o corpo
social.
Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e
Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem
por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de
TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social. A ideia é a seguinte:
os meios de comunicação de massa, como TV, rádio, jornais e portais da Internet, são
propriedades de algumas empresas, que possuem interesse em obter lucros e manter o
sistema econômico vigente que as permitem continuarem lucrando. Embora muitas
vezes sejam usadas como sinônimos é importante destacar que há diferenças entre o
conceito de cultura de massa, ou “indústria cultural” e sociedade de massas. Entre o
final do século XIX e o início da primeira guerra mundial, já estão lançadas algumas
sementes para a criação e fortalecimento da chamada “indústria cultural”, como o
desenvolvimento e expansão crescente dos meios de comunicação. Já a sociedade de
massas é um fenômeno mais recente, embora o crescimento de uma reforce e solidifique
a outra, em uma espécie de retroalimentação.

Adorno e Horkheimer ao falar do conceito de indústria cultural apontavam para a


dinâmica que a cultura de massa construía: o de manter, organizar e dominar a
sociedade. E assim como o conceito de “sociedade de massa” nos remete a uma
homogeneização, conforme explicado anteriormente, o conceito de indústria cultural
também faz analogia com a produção em massa. Só que de elementos culturais que são
transformados em bens, assim como qualquer outro bem fabricado nas indústrias e que
tem como objetivo obtenção de lucros e adesão ao sistema ideológico dominante. O
termo sociedade de massa é usado justamente para descrever a nova ordem social que
vivemos, que se formou no início do século XX após a Primeira Guerra Mundial. A
nova forma de ordem social desperta no indivíduo um enorme sentimento de apego ao
seu próprio contexto social como um todo. Essa nova sociedade é uma sociedade de
massa precisamente pelo fato de que a grande massa social tornou-se integrada à
sociedade.
Em outras palavras, a sociedade de massas faz referência a uma nova etapa no
desenvolvimento do capitalismo, em que os interesses da vida das pessoas são
produzidos em massa, pois os gostos, desejos, hábitos são homogêneos. Há um
conceito que explica bem a questão da sociedade de massas que é o da indústria
cultural, criado pelos membros da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max
Horkheimer. Segundo esses sociólogos e filósofos, a indústria cultural gera uma
padronização dos gostos e dos desejos da massa humana, especificamente em relação ao
consumo, ao trabalho e à diversão, como formas e alienação para que os indivíduos não
percebam que estão sendo retirados de sua existência. Essa visão, de viés marxista,
contém uma crítica de que, no capitalismo, a sociedade massifica e torna uniforme os
sujeitos, que perdem suas particularidades e sempre estão almejando algo para comprar,
alguma pessoa famosa para ser ou copiar, etc. O mundo foi evoluindo e se conectando
de tal forma que o surgimento da sociedade de massas dentro desse contexto acabou
sendo inevitável e as novas tecnologias possibilitam o encurtamento de distâncias, o
que acaba fazendo com que qualquer coisa que ocorra envolva e atinja diversas
camadas da população. Avançando na reflexão sobre as sociedades de massas, Giovanni
Semeraro afirma, em Da sociedade de massa à sociedade civil: A concepção da
subjetividade em Gramsci, que as massas se tornaram importantíssimas no contexto
atual, de duas maneiras:

“Quer se procure a sua legitimação instrumentalizando-as passivamente, quer elas, de


baixo, manifestem ativamente as suas reivindicações nas mais diversas expressões.
Assim, enquanto, de um lado, se multiplicam e se sofisticam os instrumentos de
manipulação, de outro, a criatividade popular renasce obstinadamente, manifestando
cada vez mais a sua vontade de escrever a história com as próprias mãos”. Semearo
Giovanni (2022, fevereiro 08).

A burocratização e a racionalização das instituições do Estado teriam causado um


enfraquecimento nas formas de ação dos sujeitos, pois o Estado possui todos os recursos
e o monopólio legítimo da força para manter e determinar o regramento em âmbito
coletivo. É aqui que a massa social se aproxima cada vez mais, possibilitando
uma maior neutralização dos conflitos que normalmente ocorreriam no convívio entre
os diferentes. Vale dizer que essa ação neutralizadora é uma das características mais
marcantes deste conceito.Como se percebe, as sociedades de massa são um fenômeno
característico do capitalismo e têm causado efeitos diversos na humanidade. Ao mesmo
tempo que aglutina pessoas em interesses e valores mútuos, pode acabar afastando-as de
si próprias e dos sujeitos mais próximos, levando a relações menos íntimas, o que pode
afetar e frustrar o indivíduo social ao longo do tempo. Infelizmente, no luta em atribuir
a culpa no capitalismo de todos os horrores da humanidade, o pensamento dogmático
marxista esquece de ampliar as fronteiras dos próprios conselhos que inventa.
Caracteriza a “sociedade de massa” a passividade dos cidadãos frente ao protagonismo
do Estado, a homogeneidade dos comportamentos e o distanciamento dos vínculos
naturais dos indivíduos. Pois bem, não são os Estados de confissão marxista (URSS,
Coréia do Norte, China, Venezuela e Cuba) que esmagam a individualidade das pessoas
e as tornam uma massa homogênea a serviço do Estado e do Partido Único Comunista?
Não é justamente Marx que prega a diminuição das pessoas das religiões, família e
pátria e a devoção a um ente abstrato chamado “classe”? Um exemplo é como na Coreia
tem até uma tabela com vinte modelos para corte de cabelo, e esse é apenas um
exemplo. Sejamos mais honestos intelectualmente, sociedades de massa são fenômenos
que não têm ideologia de carteira; a propósito, os marxistas são muito mais eficientes e
brutais no apagamento das individualidades e do poder de reação das pessoa.

Referencias

Gestão Educacional. (n.d.). Gestão Educacional. Retrieved February 8, 2022, from


http://gestaoeducacional.com.br

Sociedade de massas. (n.d.). InfoEscola. Retrieved February 8, 2022, from


https://www.infoescola.com/sociologia/sociedade-de-massas/

Silva, A., Fabiano, Luiz, H.-P., Dfe, & Uem. (n.d.). SOCIEDADE DE MASSAS E
FORMAÇÃO SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA. Retrieved
February 8, 2022, from https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2009/2584_1192.pdf

E J Hobsbawm, 1917. (2010). A era das revoluções : Europa 1789-1848. Paz E Terra.

Adorno, T. W., Horkheimer, M., & Luis Ignacio García. (2013). Industria cultural. El
Cuenco De Plata.

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