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Descritivo e-book

Existem mil e uma maneiras de tornar um acontecimento inesquecível: pensar naquela


viagem especial resgatando músicas, bilhetes, anotações. Imaginar novamente aqueles
encontros com os amigos, com a família... dar risadas lembrando de quando o doguinho ainda
cabia no colo! São momentos simples, mas tão cheios de significados!

Cada um tem um jeito preferido de reviver, contar e compartilhar suas histórias. A My


Prinstory é apaixonada por histórias e seus reveladores! Por isso, o nosso jeitinho preferido de
contá-las é através de fotos. Pensando nisso, compartilhamos gratuitamente com vocês um e-
book com dicas e técnicas fotográficas para que possamos juntos fazer novos registros e o
melhor, com novas ferramentas!
Sendo assim, o nosso primeiro E-book é assinado por Dio Goetzke & Uli Vidal, um
casal com três filhas, apaixonado por fotos, que já viajou o mundo registrando cada detalhe e
que hoje registra também deliciosos momentos vividos em família.

Texto introdutório à fotografia

Você conhece a origem da palavra fotografia? Etimologicamente, a palavra fotografia


significa "registrar com a luz", "desenhar com a luz". Ela descende da palavrinha grega
phosgraphein - ou seja, phos (luz) + graphein (registrar, desenhar e escrever). Pensando nisso,
foi que decidimos preparar um material que irá ajudar àqueles que se interessam pela arte de
fotografar, aos que têm paixão pelos registros de sua história e que querem aproveitar todas as
possibilidades que a fotografia nos dá.
Então se liga nas dicas quentíssimas que a Dio e o Uli prepararam para vocês:

FOTOGRAFANDO DE MANEIRA ESPONTÂNEA:

Quando escutamos a palavra "espontânea" sempre pensamos em alguma coisa feita


sem ensaio, sem artificialismo, algo natural e verdadeiro. Mas quem nunca viu alguém pedindo:
"amiga, tira uma foto espontânea minha?" É muito comum a espontaneidade ser confundida
com informalidade, mas podemos ajudar com isso. A fotografia permite que observemos e
experienciemos as emoções, ações e eventos passados, sejam estes espontâneos ou mesmo
aqueles pensados para parecerem espontâneos! Não importa qual seja a sua verdade, de uma
maneira geral fotografias nos permitem criar um storytelling maravilhoso para nossas
experiências. Agora observe:
Com fotografias genuinamente espontâneas você consegue registrar sentimentos,
emoções reais e o inesperado, como novas descobertas de nossos pequenos, ou a primeira
vez naquele destino dos sonhos. Tudo irá depender da capacidade de antecipação que o
fotógrafo terá nestas situações, para estar posicionado corretamente e pronto para o clique.
Estes registros mais emocionais podem, inclusive, possibilitar conexões e nos aproximar de
quem está vendo as fotos, que poderá ser contagiado por aquele sentimento sem mesmo ter
vivido aquilo. Adoramos ver fotos de casamento, de momentos bons com os amigos, de
conquistas. A foto espontânea permite que retratemos de forma autêntica a nossa história, o
nosso lifestyle!
Já com as fotos informais podemos encenar situações, olhares, e até mesmo simular
momentos de descoberta. E apesar de o sentimento real não estar presente, não tem nada de
errado em pedir para sua amiga tirar uma foto com aparência mais natural sua tomando um
café, por exemplo, porque, afinal de contas, você é apaixonada pela especiaria e quer criar
uma conexão com quem vê a foto e também ama um cafezinho! Até porque há situações nas
quais ninguém quer estar no papel do fotógrafo pois todos irão preferir viver aquilo de verdade.
Ao mesmo tempo, a recordação do fato vivido será importante para a história a ser contada,
simulada ou não, e só restará a possibilidade de fazer uma foto ilustrando o momento real.

1. A foto espontânea

O grande segredo revelado por nossos convidados é que para conseguirmos captar
uma boa fotografia espontânea precisamos nos antecipar aos grandes momentos! Eles nos
contaram que em seu trabalho eles abraçam a realidade e a verdade de seus clientes gerando
conexões mesmo antes do dia das fotos enquanto procuram conhecê-los bem para então
mergulhar na sessão! Ou seja, vai tirar foto de casamento? Então você sabe que haverá
emoções intensas: a família e o noivo vendo a noiva, as risadas entre as madrinhas e
padrinhos de casamento, os sobrinhos brincando entre si…quem está capturando a história
daquele momento sabe que tem um variado conjunto de instantes que o permite contar um
pouquinho daquele momento presente:
Vai dizer que também não ficaram emocionados?
Agora observem as fotografias abaixo. São de momentos que foram planejados, mas
que nos quais a partir do momento em que as interações se iniciam as reações se tornaram
espontâneas e com isso também o são as imagem captadas:
Enfim, podemos criar momentos e motivar comportamentos, mas a espontaneidade será
sempre natural.

2. A foto informal

Fotografias podem assumir um contexto diferente conforme a necessidade ou o seu


objetivo. Por exemplo, numa reunião podemos fotografar a mesa que compõe os seus
participantes de uma maneira organizada e produzida em detalhes, mais formal, ou que denote
algo mais leve e informal, enquanto alguém se expressa, por exemplo. Neste contexto é que
também podemos produzir uma foto que tenha sido pensada para parecer espontânea, ou seja,
que sua linguagem seja informal e que denote a espontaneidade, ainda que tenha sido
programada. É o que acontece por exemplo em produções de moda que expressam um
lifestyle. Em nossa linguagem e estética procuramos sempre trabalhar esta questão de forma a
preservar ao menos um pouco da naturalidade, seja por meio do movimento ou criando
situações inusitadas num contexto previamente organizado. Desta forma proporcionamos ao
fotografado uma experiência mais suave, mais fluida, o que irá se refletir também no resultado
das fotos. Também é muito importante estarmos sempre preparados, pois somente assim
conseguiremos registrar os momentos mais soltos, mais leves e menos dirigidos.
FOTOGRAFANDO NO SOL

Como referimos anteriormente, fotografia significa “escrita com a luz". Sendo assim,
explorar os contrastes proporcionados pela luz e sombra é um excelente ponto de partida para
começar a ter fotografias mais interessantes e com um aspecto mais “profissional”!
Aqui você aprenderá alguns truques para poder fotografar a qualquer hora do dia,
antecipando algumas dificuldades que normalmente ocorrem quando fotografamos ao ar livre.
Nesse tipo de cenário, é importante sempre ter em mente que o sol varia sua intensidade ao
longo do dia e de acordo com as condições climáticas. Por conta disso, a Dio e o Uli fizeram
um compilado de cinco técnicas de ouro para você poder usar o sol ao seu favor!

1. Luz homogênea

O sol a pino pode ser muito desafiador na hora de produzirmos fotografias. Isso
acontece porque a luz incide de forma dura sobre os modelos, gerando "bolsas" pretas debaixo
dos olhos e muitas sombras no rosto. A solução intuitiva para fugir dessa incidência é que
levantemos o rosto, mas aí criamos outro problema, né? O semblante do rosto acaba ficando
com um aspecto espremido porque mal conseguimos abrir os olhos.
Dessa forma, os fotógrafos nos indicaram que distribuir a luz de forma mais
homogênea é a melhor saída! Numa selfie, por exemplo, você poderia se deslocar para que o
sol fique atrás de você, deixando seu rosto um pouco mais escuro, mas de uma maneira
integral, sem sombras disformes. Nessa situação, você ainda pode compensar a exposição da
câmera subindo-a levemente em seu celular, evidenciando melhor o rosto.
Outro truque para ajudar a dissipar e espalhar a luz é a clássica blusa branca! Veja, ao
contrário das cores pretas e de tons mais escuros que absorvem a luz, a cor branca funciona
como um rebatedor. Se você estiver com seu parceiro e ele estiver com uma blusa desse tom,
peça a ele que fique na sua frente enquanto você fica ao contrário do sol. Veja a diferença:

Sem a cor branca rebatendo a luz Com a cor branca rebatendo a luz

Mas, assim, digamos que você esteja sozinho ou então queira tirar uma foto em
conjunto.
O recurso a ser utilizado é o mesmo! É só se colocar à frente de uma superfície branca: a
parede de um edifício, um guarda-sol e, inclusive, pode até ser um banco de areia! Use as
superfícies para que a luz do sol rebata em você, e pronto!!
2. Luz e sombra

O jogo de luz e sombra é um grande aliado para quando se quer criar efeitos na captura
da imagem. Afinal, esse é o elemento essencial da fotografia, possibilitando que o fotógrafo use
sua criatividade, autenticidade e explore o seu tino criativo! Você pode brincar com as silhuetas,
criar ilusões de ótica com objetos e suas sombra, trabalhar com a projeção de sombras e altas
luzes em superfícies e ainda gerenciar a profundidade de ambientes na medida em que utiliza
a luz pontual para delimitar um ponto específico de uma área sombreada, apenas para
exemplificar. A sombra também pode ser sua aliada, auxiliando a esconder algo que esteja
criando distrações para sua imagem. Ou seja, apenas tendo mente luz e sombra já é possível
conferir diferentes aspectos e acrescentar dramaticidade ao seu registro!
Um modo super interessante de se tirar fotos utilizando essa técnica, é colocando a
modelo para eclipsar a luz que chega na câmera, delineando assim uma silhueta ou
enfatizando áreas específicas da imagem. Confira os cliques:

Como vocês podem ver, no primeiro exemplo, o Uli se posicionou num ângulo em que
seu rosto permaneceu numa área mais sombreada enquanto a mão ficou exposta ao sol. Com
isso a mãe indica para onde devemos olhar. Poderia facilmente ser aplicada numa
comunicação, por exemplo.
Já no caso da Dio, utilizamos luz do sol de forma que o destaque foi dado à sua boca e ombro.
Esta escolha poderia ser feita para criar um destaque aos lábios maquiados, a um brinco ou
colar, ou mesmo a uma frase bacana numa t-shirt.
3. Flare

O Flare acontece quando luzes incidem diretamente numa objetiva, ou lente, em


especial num dos cantos, de causando assim um “defeito” na imagem. Se aproveitado de forma
consciente no entanto esse “defeito” pode ser um grande aliado na composição fotográfica
criativa. Na medida em que experienciamos esse efeito podemos desenvolver uma técnica, um
método que irá permitir a manipulação das adversidades para que elas se tornem nossas
aliadas! Na medida em que nos movimentamos a procura de diferentes ângulos e adicionamos
camadas à nossa composição, sejam elas formadas por objetos, pessoas ou ambos vamos
descobrindo diferentes efeitos que podem ser criados e proporcionados a partir do reflexo da
luz dentro da objetiva (flare = reflexo). E dependendo do horário do dia e do tipo de luz que
incide os efeitos poderão variar muito, tanto de cor quanto de forma, assim como diferentes
objetivas e configurações utilizadas nas mesmas também irão proporcionar diferentes
resultados. É uma prática muito interessante e até divertida de se fazer.

Confira abaixo como as diferentes posições, enquadramentos e configurações utilizados


criaram efeitos igualmente diferentes:
4. Luz invadindo

Podemos utilizar um contraluz para criarmos variados efeitos, e assim experimentarmos


diferentes sensações com as imagens. Diferentemente da técnica empregada na obtenção de
flares, aqui o objetivo não é obtermos formas ou efeitos coloridos, mas sim o de trazer a luz
que está atrás de um sujeito ou objeto, para sua frente. Por outro lado o exercício tem a mesma
receita: é necessário se movimentar procurando pela posição que irá entregar a composição
mais harmoniosa. Agora, imagine fazer tudo isso enquanto há movimento a sua frente!! Sem
problemas, quanto mais se pratica mais a técnica se desenvolve e com o tempo podemos
inclusive desenvolver um estilo, uma identidade para nossas fotografias, quase uma assinatura.

Essa dica é bem bacana porque acaba gerando até mesmo um efeito transcendental, sabe?
Repare na foto abaixo como a luz parece abraçá-las, parece realmente fazer parte da emoção
que elas sentem neste momento singelo entre avó e neta.

Imagine uma luz clara e forte atrás de você, contornando e te separando dos objetos do fundo,
ao mesmo tempo em que você contempla uma nova vida. Na foto seguinte mais uma vez a luz
se torna envolvente e passamos a vê-la como parte integrante do sentimento transmitido pela
fotografia.
Já abaixo o olhar é rapidamente atraído pelo brilho do sol. Somos direcionados ao centro da
imagem, o que enaltece a relação de afeto entre as irmãs enquanto brincam com o pai.
O truque é experimentar a fim de obter diferentes resultados. Quanto mais fotografamos mais
conseguimos antever relações posição x enquadramento x regulagem que proporcionarão os
melhores resultados, e também evitar aquelas que, por outro lado, entregariam os piores.

5. Sombra projetada

O uso da sombra projetada pode ser uma ótima maneira de captarmos detalhes, direcionarmos
o olhar ou de registrarmos algo especial de um lugar, por exemplo. Para isso podemos utilizar
os diversos elementos que cada ambiente nos oferece. Árvores, folhas, objetos que projetem
desenhos e formas, como grades, rendas e até recortes arquitetônicos. Pode se compor com
qualquer coisa. Tendo isso em mente agora mãos a obra. É horas de escolher o melhor local,
um que ofereça um fundo bacana e ainda te possibilite explorar os desenhos das sombras
projetadas. E lembre-se, sempre que acrescentar algo que sirva de gatilho para sua história,
suas fotografias terão ainda mais relevância, o mesmo valerá para imagens que transmitirem
alguma mensagem!

Para se obter a imagem ideal é importante regular o seu equipamento de forma que a
exposição evidencie os contrastes entre sombras e áreas mais iluminadas, ou altas luzes.
Assim os “desenhos” projetados ficarão mais presentes nas suas fotografias.
FOTOGRAFANDO DE UM JEITO MAIS INTERESSANTE

Ajustes de câmera, ângulos, distâncias e diferentes técnicas são utilizados como ferramentas
para contar uma história por meio da fotografia. Mas, na realidade, uma fotografia
surpreendente geralmente tem um propósito, é realizada tendo algo em mente. Emocionar,
informar, chamar a atenção, não importa qual seja o objetivo tudo irá partir de uma idéia. Até
porque no final das contas, serão as ideias que farão sua foto ser autoral. É a sua forma de
enxergar, vivenciar e contar suas experiências por meio da fotografia que te possibilitará fazer
aquele clique sem igual!
Então, neste capítulo, você aprenderá a tirar proveito de cada ambiente de forma criativa e
prática, te levando a clicar fotos mais interessantes e bem pensadas. Um bom exemplo de
como o propósito pode nos auxiliar é o de quando saímos de casa para fotografar em espaços
alheios e acabamos em ambientes com muitas fontes de distração. Não importa o que e de que
ângulo façamos os enquadramentos, lá estão elas, as distrações tirando o foco do que mais
importa. Pensando nesta e em outras situações foi que Dio & Uli separaram 5 formas de
conciliar uma ideia com as questões mais técnicas como enquadramento, composição e
posicionamento para que a história revelada tenha resultados surpreendentes!

1. Brincando com camadas

É muito comum nos depararmos com pessoas ou objetos “estragando” a nossa composição.
Seja num restaurante ou numa praia, não queremos que nada distraia a atenção do objeto de
nossas composições, salvo em casos nos quais elementos de distração favoreçam a história
contada por elas, né? Aqui vai uma dica super prática pra essas situações muito comuns: saiba
brincar com as camadas! Dá uma olhada nas duas fotos abaixo. Na primeira temos uma placa
de extintor de incêndio, que sendo vermelha cumpre sua função, justamente a de sinalizar e
chamar atenção para si. Só que numa foto ele não tem utilidade alguma, né?! hahaha
Bom, na segunda fotografia apresentamos uma solução super simples. Ao mudarmos o ângulo
e utilizarmos as flores na primeira camada cobrimos a sinalização, e de quebra ainda pudemos
ver melhor o conteúdo da estante a direita. Sendo uma selfie de casal num restaurante uma
solução seria utilizar os elementos que você tem na sua própria mesa de jantar, como cardápio,
velas, etc. compondo a primeira camada do seu clique com você ao fundo.
Como em tudo na fotografia quanto mais você praticar mais irá soltar a sua criatividade e
pensar em alternativas para resolver ou aprimorar suas composições nas situações que
encontrar no seu dia a dia. Com a simples técnica das camadas, você consegue diminuir a
quantidade de distrações, estabelecer seu foco e fazer uma nova composição com elementos
que ajudem a contar a história por trás de cada momento.

2. Aproveitando luz e arquitetura

Todos os lugares tem características que os tornam marcantes, que faz cada um deles único.
Quando saímos e nos deparamos com cores, texturas, a arquitetura, o comércio e até a
sinalização de nossos destinos podemos nos deparar com infinitas possibilidades de expressão
da realidade que nos é apresentada. A falta de controle sobre os ambientes pode ser
desafiadora, mas ao mesmo tempo nos convida a sermos criativos e a explorarmos os seus
detalhes em busca dos melhores ângulos, dos melhores cenários e por fim das composições
mais interessantes. A criatividade, em conjunto com todos os fatores já mencionados, irá
ampliar ainda mais a enorme gama de possibilidades e nos permitirá conferir às nossas
fotografias um aspecto mais artístico e, eventualmente, até surreal. Aproveitar os componentes
ao nosso dispor significa ter sempre cartas na manga! Então se liga nas saídas criativas que os
fotógrafos nos trouxeram:

Nas fotografias acima um efeito de replicação nas imagens pode ser notado, certo?! Efeitos
como esse podem ser obtidos com a adição de uma ou mais camadas entre a câmera e o
cenário, objeto ou sujeito que pretendemos fotografar. Especificamente nestas fotos incluímos
no enquadramento uma porta que continha aberturas em vidro. Por terem bordas “bisotadas”,
ou com bisotê, o resultado foi a duplicação vista nas laterais das fotos.
Velas, lustres, superfícies metálicas, translúcidas, brilhantes e coloridas são exemplos de
ferramentas que podemos utilizar para dar um toque artístico às nossas composições. Mas
também podemos brincar com a arquitetura em si, na medida em que a utilizamos para
enquadrar um objeto ou sujeito focos de uma composição. Veja: (IMG_3810)

3. Truques de camera

Digamos que você esteja numa praia e quer tirar uma foto da areia e do mar, como na foto que
segue abaixo. Porém, a orla não é tão interessante ou há muitas pessoas que atrapalhariam a
idéia de um lugar só para si, que uma praia vazia ofereceria. Utilizar um outro celular de lado,
com o vidro voltado para o lado da lente causará um efeito de continuidade da areia e do céu,
causado pelo reflexo destes em seu vidro. É uma excelente forma de ocultar construções,
pessoas e o que você quiser num imagem, seja onde estiver. O reflexo pode ser substituido por
um objeto criando outros efeitos que não o de reflexo. O negocio é usar a imaginação e soltar a
criatividade.
Outro truque que pode proporcionar efeitos interessantes é inverter a lente numa câmera
fotográfica que possibilite a troca de lentes. Dependendo da lente que você estiver utilizando
obterá diferentes resultados, que podem varias entre uma imagem borrada numa das
extremidades à possibilidade de registrar pequenos objetos mais detalhadamente, tal qual seria
com uma lente macro (lente que foca muito de perto, para fotografia de detalhes).

Nesta foto utilizamos um celular na lateral da lente,


criando o efeito de continuidade da areia e do céu.
Nesta foto (ULI_X3018) a lente foi
retirada da câmera e utilizada
desconectada. Ao afastarmos a
lente do corpo da câmera, com um
dos lados mais distantes que o
outro e na medida em que
utilizamos o anel de foco manual
escolhemos o ponto que
gostaríamos de ter o foco, criando
este efeito de desfoque gradual,
típico de lentes Tilt-Shift.

4. Explorando o movimento

As combinações que podemos explorar ao configurarmos a exposição de uma imagem numa


câmera possibilitam a captação do movimento de diferentes formas. Em cada uma delas a
sensação gerada pela fotografia será diferente, o que pode modificar a percepção de quem
observa a foto e imagina qual foi a experiência vivida. Abaixo repare na fotografia de um casal
na praia junto com duas mulheres correndo com guardo-sóis nas mãos. A fotografia captada
mantendo o obturador aberto por mais do que 1/200s pode registrar um rastro daquilo que
fotografamos, a depender da velocidade com que o fotografado se move. Nesta foto,
especificamente, a configuração utilizada para o obturador foi de uma fração de 1/15s, tempo
suficiente para registrar o movimento das madrinhas enquanto o casal, que estava parado,
permaneceu “congelado”.
Já na fotografia seguinte, a velocidade utilizada foi de 1/2000s. Desta forma conseguimos
captar os pingos ainda no ar e de maneira bem nítida, sem nada “borrado”.
Ahhhh! E não se esqueça: quem fotografa precisa ficar muito parado para não alterar o
resultado da foto, já que o movimento da câmera irá ocasionar movimento em outros lugares.
Resumindo, é fundamental saber em que porção da imagem você deseja que o efeito de
borrado ocorra, ou então que movimento deseja “congelar”. Assim suas tentativas serão mais
eficientes. Confere os cliques do casal:

(UL1_1694)
238_passeio barco_img_5158

O que mais impressiona aqui são as diferentes sensações transmitidas pelas imagens ao
alterarem a nossa percepção de tempo. A primeira fotografia apresenta a ação de forma mais
fluída, podemos sentir o que o casal sentia de forma quase nostálgica. Já na segunda o líquido
congelado nos transmite a energia do momento, imediatamente entendemos que a festa estava
boa…rsrsrs… E em ambas acaba sendo como se estivéssemos vivenciando o momento
pessoalmente, não é mesmo?!

E olha só que legal esta idéia inspiradora pra você brincar com o movimento: utilizando luzes
em ambientes escuros! A ausência de luz solar ou luzes artificiais suficientes para iluminar um
ambiente abre portas que não seriam possíveis sob outras circunstâncias. O escuro nos
permite fazer fotos com uma técnica chamada “liga painting”, ou pintura com a luz, em
português: pegar a lanterna do celular e fazer desenhos no ar, capturar os movimentos da
fogueira e até mesmo manipular o fogo! Chega mais e veja a foto impressionante que eles
tiraram em um casamento na Jamaica:

“Aqui nesta apresentação havia


movimentos intensos e uma forte
incidência de luz vinda do fogo. A
fim de capturarmos todo esse
movimento, dos dançarinos e do
fogo, ajustamos a velocidade do
obturador para 1,5s e a
sensibilidade ISO para 1000 com
uma abertura de diafragma f/8.
Com esse setup pudemos captar
tudo nitidamente e registrar o
rastro criado pelo movimento dos
corpos e do fogo."
“Já na imagem abaixo posicionamos o casal à frente do gazebo onde seus convidados
estavam reunidos e pedimos aos dois para que ficassem imóveis. A captação durou 30s, com
ISO 100 e diafragma em f/16. O tempo foi suficiente para que utilizando um LED fizéssemos o
trajeto e ainda incluíssemos as iniciais dos noivos ao fundo. Uma idéia que pode ser executada
de diferentes maneiras e cujo resultado é sempre inusitado.”

5. Enquadramento

Aparentemente, uma foto que tem o destaque proporcionado por seu enquadramento pode
parecer mais simples tecnicamente do que outras que tiveram empregadas alguma das
técnicas vistas anteriormente. No entanto, muito se engana quem pensa assim! O
enquadramento se relaciona com todas as técnicas já expostas! É necessário pensar muito a
respeito do local da foto, na nossa posição em relação ao sujeito/objeto, na luz, na composição
e assim por diante. Cada elemento conta e, assim, o enquadramento que o fotógrafo busca
decorre de qual história ele pretende narrar e dos elementos disponíveis para sua composição.

Veja abaixo:
As duas fotografias foram extraídas do mesmo momento. A escolha entre realizar o
enquadramento vertical ou horizontal deve ir muito além de somente a orientação da foto. Deve
também considerar a narrativa, o que se quer mostrar, e que conotação queremos apresentar
em cada frame. Na vertical, apesar de termos o casal não há presença de seus amigos e
familiares com suas expressões. Abaixo no entanto vemos a mesma fotografia vertical, agora
re-enquadrada para que houvesse menos distrações. Agora o arroz, as mãos e a expressão
dos noivos estão melhor evidenciados. Diferentes enquadramentos e consequentemente
formas de contar a mesma história.
Nas próximas fotografias mais uma vez apresentamos um mesmo momento contado de duas
maneiras diferentes. Na primeira o enquadramento simula a visão de alguém posicionado atrás
dos padrinhos e na segunda, numa posição mais inusitada, incluímos no frame o sol, elemento
presente durante toda a cerimônia mas que não estaria na imagem não fosse pelo
enquadramento “contre-plongées” (de baixo para cima), o qual acrescentou inclusive um
pequeno ”flare”, sobre o qual já falamos aqui neste e-book.

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