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Módulo
1 Orçamento municipal
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Equipe Responsável
Flávio Martins Alves (Conteudista, 2021).
Enap, 2021
Referências...................................................................................... 11
Orçamento municipal
O objetivo foi alcançado. As urnas confirmaram o seu sonho e permitiram que você assumisse o
posto de chefe do poder executivo municipal. E agora, o que fazer?
Dúvidas e inquietações surgem nessa fase. Embora o plano de governo tenha sido aprovado pela
maioria da população, um novo desafio acabou de nascer: como colocar em prática tal plano?
Foram meses de estudos, debates e muita discussão. Seja com a comunidade, seja com os
adversários políticos, tais discussões contribuíram para dar forma final ao seu plano de governo,
o qual, para que seja executado, precisará ser transformado em objetivos, metas e ações
distribuídas nos próximos quatro anos de governo.
O orçamento público municipal é um instrumento legal utilizado para organizar a gestão dos
recursos financeiros por meio da estimativa de receitas e da fixação das despesas para um ano.
Ele está previsto na Constituição Federal de 1988, na Lei de Responsabilidade Fiscal (101/2000),
na Lei 4.320/1964 e, ainda, no decreto-lei 200/1967.
Como ficou claro, os dois instrumentos serão fundamentais nos próximos quatro anos. O plano
de governo referenda o plano político. Já o orçamento público será a forma técnica e legal pela
qual serão executadas suas propostas!
O dia a dia de uma prefeitura é repleto de grandes desafios. Seja em decorrência de problemas
históricos de infraestrutura, fatores climáticos inesperados, demandas judiciais, pressões do
funcionalismo ou até mesmo por conta de uma pandemia.
Algumas dessas circunstâncias são visivelmente imprevisíveis, entretanto outras e tantas mais
que surgirão em seu mandato podem ser previstas. E suas decisões terão um papel decisivo para
atenuar ou resolver tais situações.
A organização em uma prefeitura é essencial e pode ser alcançada tanto com base em ações
estruturantes (como reformas administrativas) como por ações cotidianas, promovidas por meio
da otimização de fluxos de processos gerenciais.
Uma boa forma de não perder o foco nessa fase (e evitar problemas com os prazos) é desenvolver
um calendário de obrigações para os primeiros meses do seu governo.
Projeto de Governo: Plano de governo que define a direção e as prioridades que serão executadas
durante os quatro anos de mandato do prefeito. Sua análise permite que, no decorrer da fase
de planejamento, seja desdobrado em programas, projetos e planos de ação (5W2H), visando
selecionar as prioridades a serem implementadas pelo prefeito e sua equipe, com apoio dos
servidores públicos municipais. Um importante parâmetro para definição das prioridades é a
capacidade orçamentária e financeira do município.
Capacidade de Governo: Determina quais são as reais condições que o governo terá para
elaborar, implementar os projetos estratégicos e alcançar resultados por meio da utilização de
recursos humanos, tecnológicos, financeiros e materiais disponíveis.
O Planejamento Plurianual é a lei que tem por função definir para os quatros anos seguintes
(posteriores ao primeiro ano do mandato) as diretrizes da gestão municipal em relação às
despesas de capital e as de caráter continuado.
Segundo Kohama (2016), o Plano Plurianual é um plano de médio prazo, por meio do qual se
procura ordenar as ações do governo que levem ao alcance dos objetivos e metas fixados para
um período de quatro anos.
Como destaca o autor, o PPA é o primeiro instrumento legal que embasa as ações do mandato
do(a) prefeito(a). Todas as grandes intervenções que se pretende executar no decorrer do
governo deverão estar destacadas nesse plano.
Atenção!!
Para Kohama (2016), a Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração
dos orçamentos anuais, compreendidos aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimento
das empresas e o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los a diretrizes, objetivos
e metas da administração pública estabelecidos no plano plurianual.
Nesse sentido, o papel da LDO é diminuir a distância entre o planejamento e o orçamento e dar
efetividade à execução de todo o planejamento que foi elaborado pelo governo.
1. De metas fiscais;
2. De riscos fiscais.
A Lei Orçamentária Anual tem a função mais prática do Sistema de Planejamento Integrado. Ela
busca transformar em realidade o planejamento de médio prazo definido no PPA, observando-se
as diretrizes orçamentárias contidas na LDO.
Segundo Andrade (2005), a Lei Orçamentária Anual, também chamada Lei de Meios, é uma lei
especial que contém a diferenciação da receita e da despesa pública, de forma a evidenciar a
política econômica financeira e o programa de trabalho do governo.
Como destaca o autor, na LOA os gastos do governo são segmentados por áreas de atuação como
saúde, educação e infraestrutura, sendo que cada uma dessas áreas possui programas e ações
orçamentárias específicos.
A LOA tem ainda uma particularidade: a possibilidade de sofrer algumas alterações no decorrer
do exercício. Caso ocorra, por exemplo, alguma surpresa na arrecadação da receita, o executivo
poderá enviar projetos à Câmara de Vereadores que impliquem em adaptações orçamentárias.
Referências
ANDRADE, Nilton de Aquino. Métodos com base nas Normas Brasileiras de Contabilidade
Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) e nos padrões internacionais de contabilidade. 6 ed. São
Paulo: Atlas, 2017.
ENAP. Instrumentos de planejamento: PPA, LDO e LOA. Brasília: 2021. Disponível em: https://
repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6450/3/M%c3%b3dulo%203%20-%20PPA%2c%20
LDO%20e%20LOA.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2016.
MAXWELL, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança: uma receita comprovada para desenvolver
o líder que existe em você. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2007.