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Universidade Ibirapuera – Campus Irai

Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

O Brasil de Pierre Verger

Patrícia Lourenço de Sousa


1º A Noite
Prof: Carlos Bauer
Disciplina: Sociologia
São Paulo, 19 de Março de 2006
A vida de Pierre Verger

Pierre nasceu no dia 4 de novembro de 1902, em uma família com boas


condições financeiras, levando uma vida comum até a idade de seus 30 anos.
Em 1932 ao surgir a fotografia, Pierre descobriu sua paixão por fotos e viagens,
com a morte de sua mãe (único parente vivo), Pierre teve coragem de tornar-se
um viajante solitário.
De dezembro de 1932 a agosto de 1946 Pierre viajou o mundo, vivendo
apenas de suas fotografias, onde negociava com jornais, agências e centros de
pesquisa, chegando até trocar serviços por transportes.
A vida de Pierre mudou muito quando desembarcou na Bahia, em 1946.
Ele ficou encantado com o lugar, seus rituais, sendo seduzido pela
hospitalidade e riqueza cultural. Como em todos os lugares anteriores Verger
preferia a companhia do povo, os lugares mais simples, pois ele nunca almejou
fama.
Na Bahia os negros eram a atenção da cidade, e Verger além de tê-los
como personagem de suas fotos tornou-se amigos, cuja vida foi buscando
conhecer com detalhes. Quando Verger descobriu o candomblé, pensou ter
encontrado a fonte da vitalidade do povo baiano, onde teve muito interesse
pela religiosidade com isso ganhou uma bolsa para estudar rituais na África,
para onde partiu em 1948.
Em 1953, na África, Verger viveu seu renascimento, sendo nomeado
como Fatumbi (que significa “nascido de novo graças ao Ifá”). A sua
aproximação com a religião Africana proporcionou a ele ter contato com
sacerdotes, autoridades e acabou sendo iniciado como babalaô (que significa
“um adivinho através do jogo do Ifá”), e com isso tendo acesso às tradições dos
iorubás. Além da iniciação religiosa, Verger começou em seu ofício de
pesquisador. O instituto Francês da África Negra (IFAN) não aceitou que
Verger entregasse como resultado da pesquisa dois mil negativos e solicitou
que escrevesse sobre o que tinha visto. Mesmo não gostando da idéia, Verger
escreveu. Depois, acabou gostando de pesquisar e a partir daí não parou mais
de pesquisar.
Verger nunca deixou de ser nômade, mesmo tendo encontrado um
rumo. O povo ioruba e seus descendentes, juntamente com a sua história,
costumes e principalmente a religião praticada por eles passaram a ser os
temas principais de suas pesquisas e obras. Ele passou a viver como um
mensageiro entre esses dois lugares: transportando informações, mensagens,
objetos e presentes. Como colaborador e pesquisador visitante de várias
universidades, conseguiu ir transformando suas pesquisas em artigos,
comunicações, livros. Em 1960, comprou a casa da Vila América. No final dos
anos 70, ele parou de fotografar e fez suas últimas viagens de pesquisa à
África.
Em seus últimos anos de vida, a grande preocupação de Verger passou
a ser disponibilizar as suas pesquisas a um número maior de pessoas e
garantir a sobrevivência do ser acervo. Na década de 80, a Editora Corrupio
cuidou das primeiras publicações no Brasil. Em 1988, Verger criou a Fundação
Pierre Verger (FPV), da qual era doador, mantenedor, e presidente, assumindo
assim a tranformação da sua própria casa num centro de pesquisa. Em
fevereiro de 1996, Verger faleceu, deixando à FPV a tarefa de prosseguir com
o seu trabalho.

A exposição

O Brasil hoje tem uma tecnologia muito mais avançada do que a 60 anos
atrás. A realidade brasileira na década de 50 está revelada em preto e branco.
As fotos de Verger são um olhar luminoso sobre a cultura popular brasileira.
Uma percepção de vida cotidiana nas cidades e no campo – no apresentar-se,
no vestir-se, nos falares e nos olhares – que faz com que se descubra um
Brasil pouco visto, com um grau ilimitado de fidelidade. É um caldo tão
apetitoso que exala o gosto do saboroso.
Na exposição, há de tudo um pouco: as tendas e as oficinas de trabalho,
os locais e os terreiros da religiosidade do povo-de-santo, as áreas de festas
populares próprias para divertir-se, a arquitetura da mais pujante cidade
brasileira, cenas de manifestações das artes popular e erudita, o modo de vida
das pessoas, enfim, de como era o Brasil que ajustava na redemocratização
desenhada pelos ventos pós 2ªGuerra Mundial.
Em algumas de suas obras, Verger retrata o Frevo, que segundo
Antônio Nóbrega, músico e Dançarino, é uma das maiores manifestações
artísticas do povo brasileiro.
O Frevo, ambos dança e música, provêm de universos varonis. A
músicas tem nos dobrados e nas marchas militares, tocados pelas fanfarras e
bandas das corporações militares, os seus principais gêneros fundadores, e a
dança, na figura do capoeira, o seu principal ator.

Conclusão

Apesar de Pierre ter vivido em uma família de classe média, não ter
recebido nenhum diploma e nunca ter viajado em classes altas, a não ser
quando ganhou uma bolsa para viajar para a África, foi uma pessoa humilde
que obteve muito sucesso, apesar de não querer fama, não teve quem não
falasse desse grande homem, pois a cultura é tudo para uma população, não
somente para os brasileiros, pois em cada país tem seus costumes.
Muitas coisas da época de Pierre ainda são praticadas hoje, como a
capoeira, que é uma grande manifestação artística. A música por exemplo, está
em todo lugar, expressando todo o pensamento de uma nação e de uma
determinada época, mas nem tudo é igual, pois antigamente as músicas
manifesavam pensamentos políticos e religiosos. Hoje é muito mais do que
isso. A música relata o sentimento, a manifestação emocional do artista, que
reflete em muitas vidas (como por exemplo, a canção We are the World, em
que um grupo de famosos músicos da época cantavam para que pudessem
arrecadar fundos para erradicar a fome na África). Há também o lado negativo
da música atualmente, com a febre do Funk.
O carnaval mudou, atualmente não são mais festas de rua e pequenos
bailes de salão, onde todos saem às ruas fantasiados comemorando, hoje o
povo manifesta a nudez e a sexualidade no carnaval, além da rivalidade entre
comunidades.
Não é necessário fazer muitas comparações, já sabemos que a cultura
era muito mais conservadora e hoje elas se tornaram uma banalização na vida
dos brasileiros.

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