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Manuel Meireles

Como investir na Bolsa


e ganhar Dinheiro.

ARTE

IÊNCI
A
C

SÃO PAULO
2 0 0 0
Editora Arte & Ciência
Direção Geral
Henrique Villibor Flory
Editor e Projeto Gráfico
Karel Henricus Langermans
Arte-Final e Diagramação
Alain F. Nascimento
Capa
K. Langer

Todos os direitos reservados e protegidos pela


Lei 5988 de 14/12/73
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios,
sem autorização prévia, por escrito, da editora.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara


Brasileira do Livro, SP, Brasil)

MEIRELES, Manuel. -(1949- )


A277t A arte de operar na Bols@ pela Internet/ Manuel
António Meireles da Costa; São Paulo: Arte&Ciência, 2000
— São Paulo:
Arte & Ciência - Villipress, 2000.
Bibliografia
ISBN Nº 85-7473-017-3
1.Bolsa de Valores. 2. Ações 3. Mercado Financeiro 4.
Gestão de portfólios 5. Seleção e acompanhamento de
ativos 6. Indicador Kanitz-Morante 7. Oscilador SMI —
Stress Market Index
CDU: 332.679(81)

Este texto destina-se a proporcionar orientação


básica sobre a arte de operar nas Bolsas de Valores.
Nem o Autor nem a Editora se responsabilizam por quaisquer
resultados colhidos pelo Leitor em decorrência da aplicação de
técnicas aqui oferecidas.

ARTE

IÊNCI
A
C

Editora Arte & Ciência - Villipress


Rua Treze de Maio, 71 – Bela Vista
São Paulo – SP - CEP 01327-000
Tel/fax: (011) 257-5871
Na internet: http://www.arteciencia.com.br
COMO OPERAR COM
AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4
A Edmar Figueiroa - meu
mestre na arte de especular
com ações.
ÍNDICE

Dez coisas que você pode aprender com este livro

Parte 1: Prepare-se para operar


1. -Adquira conceitos básicos
2. -Tenha postura adequada
3.-Saiba ler os Relatórios da Bolsa
4. -Aprenda a construir o INDAÇ de uma ação
5. -Cadastre-se numa Corretora

Parte 2: Entenda os métodos


6. -Como selecionar ações pelo indicador KM
7. -Como acompanhar ações pelo SMI
8. -Outras técnicas de seleção de ações
9. -Métodos para acompanhar ações

Glossário
Bibliografia
Obras recomendadas
Outras obras
Revistas e jornais
Referências bibliográficas
Websites
A quem este livro se destina?
Este livro pode ajudar tanto aquele que não conhece absolu-
tamente nada sobre o mercado de ações, como o que é experien-
te e conhecedor dos seus aspectos mais relevantes e do seu
jargão. Para o primeiro oferece, passo a passo, as noções
conceituais e as ferramentas técnicas que o capacitarão a sele-
cionar e acompanhar ações; para o segundo, oferece subsídios
adicionais e um conjunto sistematizado de técnicas.

O objetivo geral desta obra é lhe possibilitar (caso não o


tenha), o entendimento do mercado de ações como um todo -
sua linguagem especifica e suas características operacionais - e
capacitá-lo a direcionar seus investimentos para este segmento
do mercado de capitais com razoável grau de sucesso. Dei ênfa-
se especial ao modo de operar via Internet - modo que se está
rapidamente difundindo - na medida em que permite um fácil aces-
so aos dados que o investidor técnico requer.

O tema é apresentado em duas partes: na primeira prepará-


lo-ei para operar; na segunda lhe mostrarei métodos para você
selecionar e acompanhar ações.

Fundamentalmente este livro consta de 9 capítulos. No ca-


pítulo 1, serão apresentados alguns conceitos básicos, especial-
mente lhe mostrarei como o mercado de ações funciona e os
motivos disso. No capítulo 2, chamo a sua atenção para a neces-
sidade de você adotar uma postura adequada - seja como inves-
tidor, seja como especulador - uma espécie de filosofia de ação.
Recomendo-lhe a Filosofia do Dançarino. No capítulo 3, você apren-
derá a buscar e entender dados para, a partir deles, decidir em
quais ações investir seu tempo e seu dinheiro. Um aspecto muito
importante é saber como se constrói os índices das ações que
você administrará. Isso será visto no capítulo 4. No capítulo 5,
você vai ver como deve proceder para se cadastrar numa corretora
Home Broker a fim de poder operar - comprando e vendendo ações.
O cadastramento não é instantâneo, pois requer uma série de
procedimentos. Depois de ler os primeiros capítulos, leia o capí-
tulo 5 e escolha uma Corretora para operar. Depois de ter efetu-
ado o cadastro estude os capítulos 6 a 9, que constituem a se-
gunda parte deste livro, com o objetivo de definir seus métodos de
seleção e acompanhamento de ações.

O método CAPM é o método "clássico", reputado por


muitos acadêmicos como o único consistente metodologicamente
para definir a melhor carteira de ações. É um método indicado,
digamos, para profissionais, considerando a complexidade da sua
metodologia. De qualquer forma, um livro que apresente métodos
de selecionar e acompanhar ações não pode deixar de o mencio-
nar. Ele foi considerado ainda que resumidamente.

Há um jargão, um linguajar todo especial no que se refere


ao mercado acionário. Não deixe de consultar o Glossário para
buscar a compreensão de algum termo que não compreenda.

Me esforcei para cobrir todas as dúvidas que um leitor sem


experiência no mercado pode ter, incorporando muito da experi-
ência obtida em cursos para alunos universitários. Espero que,
após a leitura do livro não lhe restem muitas dúvidas.

Boa leitura,
Boa sorte e
Bons investimentos.
Dez coisas que você pode aprender
com este livro:
1. conceitos básicos referente ao mercado de ações;
2. a diferença significativa entre as posturas de investidor e
de especulador;
3. a importância de ter uma filosofia de ação para atuar no
mercado;
4. como se cadastrar numa corretora Home Broker, para
operar via Internet;
5. as melhores fontes dos dados que necessita para operar
com ações;
6. como ler e interpretar as listagens das Bolsas;
7. como construir índices para as ações;
8. como investir e especular com ações;
9. como selecionar empresas lucrativas;
10. como acompanhar, de forma especulativa, as ações de
empresas selecionadas.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

PREPARE-SE PARA OPERAR 15

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

PARTE 1
A arte de operar na Bols@ pela Internet

PREPARE-SE PARA OPERAR 17

Está preparado?

Desde já cabe um alerta: as técnicas de operação enfocadas


nestas obra são apenas orientativas de procedimentos para
minimizar prejuízos. Entretanto, qualquer técnica por si só não
garante ganhos em todas as aplicações. Você deve estar ciente
de que o mercado acionário é um mercado de risco e que, portan-
to, há a possibilidade de que as operações lhe causem prejuízo.
O assunto é tão importante que vale a pena destacar duas
informações:
a) 72,0 % das pessoas físicas que investem ma Bolsa de
Valores de Nova York perdem dinheiro;
b) 70,0 % das operações realizadas na Bolsa de Valores
de São Paulo dão prejuízo ao investidor. “Ao longo do tempo,
perdem feio” 1

Você deve levar em conta o seguinte:

A) Nenhum método é absolutamente certo nas suas “infor-


mações”. No entanto, os métodos têm-se revelado muito melho-
res do que as ordens ao simples acaso.
B) Você deve escolher um dos métodos — e aplicá-lo. Usar
mais de um método na maioria das vezes é desaconselhável.
Entretanto, há investidores que usam um método básico e um
outro para “confirmação”. Basicamente tal investidor só executa
a ordem recomendada pelo método básico se o de confirmação
também estiver recomendando ou com tendência para tal.
C) Os outros investidores técnicos fazem também uso de
métodos. Possivelmente todos os métodos abordados neste livro
1
BAZIN, Décio. Faça Fortuna com Ações — antes que seja
tarde. São Paulo: JMJ, 1992, p. 219
MANUEL MEIRELES

18 PREPARE-SE PARA OPERAR

estão sendo usados pelos investidores. Os resultados deles não


são coincidentes, isto é: nem todos dão ordens de compra ou de
venda ao mesmo tempo.
D) Nem todos os investidores possuem a mesma aborda-
gem face ao mercado. Isto quer dizer que há investidores cujo
horizonte de aplicação é a longo prazo, outros, de médio prazo e
outros de curto ou curtíssimo prazos. Os de curtíssimo prazo —
alguns dias ou semanas — são designados de especuladores,
mas este termo deve ser lido sem nenhuma conotação pejorativa.
E) A maioria dos métodos adota um certo período de aná-
lise. Por exemplo, quando se trabalha com o método das Médias
Móveis podemos ter como base a média móvel dos últimos 9
dias, ou 15 ou 21 ou 60 ou 200 dias. Isto, por si só, já define o tipo
de abordagem que se está fazendo. Embora o método seja o
mesmo, como as bases temporais são diferentes, as ordens de
compra e venda também não são coincidentes.
F) Os investidores técnicos não só se defrontam contra
outros investidores técnicos2 , mas contra milhares e milhares de
investidores individuais que não seguem método algum, que vão
ao sabor das ondas do mercado: entram comprando quando ele
já subiu ou parou de subir; correm vendendo ao primeiro sinal de
queda. Portanto, em épocas de “boom” os métodos — qualquer
deles — são menos eficientes, pois não conseguem captar as
loucuras que os “especuladores” andam fazendo.

Qual dos métodos é o melhor? É uma pergunta que talvez


não tenha resposta. Eu, por exemplo, uso o indicador KM para
selecionar as ações com as quais vou operar e o oscilador SMI—
Stress Market Index ( Índice de Tensão de Mercado) para saber
quando devo comprar e vender as ações que acompanho. Estes
métodos são melhores do que os outros? Não sei responder a
esta questão — nem sei se alguém sabe. Para isso, seria neces-
sário efetuar uma pesquisa, usando todos os métodos sobre um
grupo específico de ações e comparar os resultados.

2
O que representa um método enfrentar outro método
A arte de operar na Bols@ pela Internet

PREPARE-SE PARA OPERAR 19

Investidor versus Especulador


Inicialmente devemos considerar a diferença entre um in-
vestidor e um especulador. Não é uma diferença qualitativa; não
se trata de afirmar que um é, eticamente, melhor do que o outro.
Não se trata disso: a diferença reside essencialmente no horizon-
te da aplicação e na forma como buscam os ganhos.
O investidor tem prazos longos de atuação, medidos em
anos: compra uma ação com a intenção de permanecer longo
tempo com ela. Seus ganhos ou rendimentos provêm basicamente
dos dividendos proporcionados pela ação. A seleção da ação é
feita primordialmente com base no indicador Cash-yield, que con-
sidera a relação do dividendo anualizado pelo preço de mercado
da ação; o acompanhamento é feito também pelo mesmo indica-
dor. Veremos adiante, ao estudar o indicador Cash-yield, que,
para o investidor, a queda do mercado pode constituir-se em algo
desejável, e é possível que, muitas vezes, provoquem quedas
acentuadas nas Bolsas gerando prejuízos consideráveis para os
especuladores. O investidor orienta-se pelo dividendo da ação -
não pela cotação da ação na Bolsa.
O especulador tem prazos curtos de atuação, medidos em
dias ou semanas: compra uma ação com a intenção de se desfa-
zer dela rapidamente, aproveitando sua possível valorização na
cotação. A seleção e o acompanhamento da ação é feita por
meio de indicadores que mostrem possível variação no preço da
ação na Bolsa. O especulador orienta-se pela cotação da ação
— não pelos dividendos. Uma queda acentuada na Bolsa geral-
mente tende a lhe causar grandes prejuízos.
Este livro é destinado especialmente a especuladores —
aplicadores com horizonte curto, orientados pela variação das
cotações das ações na Bolsa — embora possa ser usado, tam-
bém, pelos investidores. Uma pessoa, aliás, pode adotar estas
duas posturas: pode gerir parte dos seus fundos disponíveis numa
postura de investidor e outra parte com uma postura de
especulador. É óbvio que a postura de especulador traz um maior
risco mas proporciona, de forma geral, um retorno maior.
MANUEL MEIRELES

20 PREPARE-SE PARA OPERAR

A propósito do termo especulador convém anotar as pala-


vras de Tamer3 :
O que é um especulador? Esta é uma palavra
decididamente marcada no Brasil — onde se explora
sem pudor — com um sentido popular e generalizado
extremamente negativo. Para o público, o especulador
é aquele que aproveita as oportunidades para auferir
grandes lucros prejudicando outros. O Dicionário Au-
rélio é muito contraditório ao definir as palavras espe-
cular e especulador, refletindo talvez o duplo sentido
que se dá a elas. Vemos ali que especular é examinar
com atenção; averiguar minuciosamente; observar;
indagar; pesquisar. É também valer-se de certa posi-
ção, de circunstância, de qualquer coisa para auferir
vantagens; explorar. Ou meter-se em negócios miran-
do lucros; agenciar, traficar, negociar. Para nós do mer-
cado de capitais o Aurélio tem uma definição: Especu-
lar é operar na Bolsa, jogando na alta ou na baixa de
títulos. Neste sentido, todos os que entram na Bolsa,
de uma forma ou de outra, poderiam ser classificados
como especuladores, já que têm como objetivo com-
prar na baixa e vender na alta, ou até mesmo comprar
na alta esperando que a ação suba mais ainda. Nin-
guém entra na Bolsa para perder. Todos para ganhar.
Portanto, todos estão especulando, segundo a defini-
ção do Aurélio.

Miguel Delmar de Oliveira, na sua obra Introdução ao mer-


cado de ações afirma que
o especulador é um protagonista ativo do mercado,
porém ele não forja o mercado, criando condições ar-
tificiais que venham facilitar o objetivo de realização de
lucro a curto prazo. A especulação não se reveste de
qualquer ilegalidade, quando praticada dentro das re-
gras de jogo, e garante certo grau de liquidez às Bol-
sas.

3
TAMER, Alberto. Os caminhos do dinheiro. São Paulo: Ática, 1988.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 23

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 1
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 25

Você não pode operar com ações se não dominar um con-


junto mínimo de conceitos que são abordados neste capítulo.
Tais conceitos são básicos para a compreensão do mercado como
um todo e para o entendimento de como os investidores atuam.
Inicialmente, você vai ver como o mercado funciona, isto é:
o que dá origem à negociação de ações. Você deve entender
claramente que há o mercado primário— no qual a empresa ven-
de suas ações aos investidores — e o mercado secundário — no
qual os investidores atuam. A Bolsa auxilia o processo de com-
pra e venda de ações entre investidores — o que corresponde ao
mercado secundário — mas também é um instrumento importan-
te para as empresas levantarem recursos vendendo ações para
novos acionistas ou acionistas existentes.
Uma vez compreendido isto, você vai ver que grande parte
dos investidores compra e vende ações apoiada em algumas
técnicas, técnicas estas que ajudam o investidor a selecionar e
acompanhar ações. Tais técnicas, pelas suas características, são
divididas em duas grandes correntes ou Escolas. Neste capítulo,
você verá um resumo das técnicas de cada Escola. Se você pre-
tende ser um investidor consciencioso, obviamente você deve
operar com ações baseado em alguma técnica. Caso contrário,
você estará operando com base na intuição, nos conselhos de
amigos, nas leituras de jornais, em boatos ou qualquer outra fon-
te. E isso não costuma fazer o capital do investidor aumentar.

Como o mercado funciona?

Entenda, agora, como funciona o mercado de ações. Para


tal vamos imaginar uma empresa e simular algumas situações,
incluindo o lançamento de ações por parte dessa empresa e,
depois, a negociação dessas ações pelos seus portadores. Va-
mos ver, por meio deste exemplo, os motivos que levam os porta-
dores de ações (investidores e especuladores) a vender ou com-
MANUEL MEIRELES

26 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

prar certas ações. Veremos que a negociação de ações está muito


associada ao preço das mesmas que depende, substancialmen-
te, das perspectivas de lucratividade atribuídas à empresa.
O exemplo abaixo é detalhado, pois tenho percebido, pela
experiência dos cursos que dei sobre operação no mercado de
ações, que a maioria das pessoas tem dificuldade de entender os
aspectos básicos do mercado. Costumo propor a criação de uma
empresa — que geralmente leva o nome de Franguix SA.
Imagine que alguém pretende constituir uma empresa de
grande porte para produzir carne e derivados de frango, buscando
suprir especialmente os mercados externos. Consideremos que
a empresa venderá para Portugal, Irã e Iraque.
A empresa será de grande porte, exigindo um capital de $30
milhões. Os organizadores da empresa, aqueles que inicialmen-
te a estão constituindo, não possuem esse dinheiro, pelo que
necessitam de o captar de outras pessoas. Para isso eles prepa-
ram um briefing1 , e, com a autorização da CVM—Comissão de
Valores Mobiliários e a cooperação de sociedades distribuidoras2
e Bancos oferecem suas ações ao público. A esta operação de
fazer o lançamento de ações ao público dá-se o nome de
underwriting3 . As sociedades distribuidoras e os bancos entram
em contato com seus principais clientes e lhes oferecem as ações
da Franguix SA. É assim que as ações chegam ao público.
Uma ação4 nada mais é do que uma fração do capital social
da empresa. Embora possam não ter valor de face, isto é, embo-
ra possam não ter escrito o seu valor, há sempre um valor de
lançamento. Admita-se que o capital de $30 milhões é represen-
tado por 30 milhões de ações, cada uma valendo $1 no seu lan-
çamento. O investidor que adquirir 1000 ações pagará $1000 e
1
Um caderno sobre a empresa, mostrando especialmente a
potencialidade de lucros do negócio, com vistas a obter interessa-
dos em se associar à empresa. O mesmo que prospecto.
2
As chamadas DTVM—Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valo-
res Mobiliários, criadas pela Lei 4595 e regulamentadas pela reso-
lução 76 do Banco Central
3
É o mesmo que subscrição. Veja no Glossário os diversos tipos de
underwriting existentes.
4
Veja no Glossário o conceito de ação e os diversos tipos de ações
que existem.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 27

será um acionista detendo uma parcela do capital social5 . Ob-


serve-se que todo o dinheiro arrecadado via sociedades distribui-
doras e Bancos, no lançamento das ações, chega à empresa
Franguix SA, que passa a dispor de $30 milhões. É eleita uma
diretoria (pelos acionistas 6) e, com parte desse dinheiro arreca-
dado a empresa compra os ativos (terrenos, máquinas, etc) ne-
cessários à produção de carne e derivados de frango. Parte do
dinheiro é destinado a outras despesas, incluindo o pagamento
de salários aos funcionários.

No presente estágio a empresa Franguix SA está operando


e muitas pessoas possuem ações — ações que indicam que
seus titulares são co-proprietários da empresa tendo direito à di-
visão dos lucros. A administração da empresa está agora ocupa-
da com a produção de frangos, com o objetivo de exportar carne
e derivados para o mercado externo: Portugal, Irã e Iraque. A
diretoria estima que as vendas serão de 50% para Portugal; 20%
para o Irã; 10% para o Iraque e 20% para o mercado nacional.
Estima a diretoria, também, que, ao término do primeiro ano de
operação a empresa terá um lucro bruto de $10 milhões. Pagan-
do-se o imposto de renda ($3,5 milhões) e retendo-se $2,0 mi-
lhões para reinvestimentos, serão distribuídos aos acionistas di-
videndos no valor total de $4,5 milhões. Sabendo-se que a Franguix
SA tem 30 milhões de ações, estima-se que cada ação receberá
de dividendo $0,15 7 . Repare que eu disse: estima-se.

É preciso atentar que, provavelmente, ninguém compraria


uma ação da Franguix SA — no mercado primário — se não
soubesse que, a qualquer momento pode desfazer-se dela, ven-
dendo-a. Para facilitar a venda e compra das ações, a Franguix
SA, com autorização da CVM inscreve-se numa Bolsa de Valo-
5
Neste caso o investidor teria $1.000/$30.000.000, ou seja, 1/30.000
do capital social da empresa, tendo direito a receber 1/30.000 dos
lucros gerados pela empresa.
6
Só os acionistas portadores de ações ordinárias (ON) possuem
direito a voto. Cada acionista tem tantos votos quantas ações ON
tiver
7
Ou seja: quem adquiriu a ação por $1,00 receberá $0,15 de divi-
dendos —o que corresponde a uma taxa de 15% ao ano.
MANUEL MEIRELES

28 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

res — por exemplo, na Bolsa de Valores de São Paulo — e suas


ações passam a ser negociadas no pregão de tal Bolsa8 . A partir
do momento em que as ações da Franguix SA são distribuídas
ao público, via underwriting, a empresa passa a ser de "capital
aberto", isto é: a participação no seu capital social é facilitada
amplamente e suas ações podem passar a ser negociadas numa
ou mais Bolsas de Valores9 .

Mas quem pode vender ações da Franguix SA? Quem as


possui. E onde as venderá? No pregão da Bolsa de Valores onde
a empresa Franguix SA está inscrita. Portanto, os titulares das
ações da Franguix SA podem vender suas ações para qualquer
pessoa que as queira comprar. A negociação (venda e compra),
entretanto, só é possível por meio de intermediários especiais —
as chamadas Corretoras de Valores Mobiliários10 . Imaginemos o
investidor Alfredo que tem 1000 ações da empresa Franguix SA
e deseja vende-las. Para isso, ele deve procurar uma corretora,
cadastrar-se nela, e solicitar que seja feita a venda das 1000 ações
da Franguix SA. E a que preço? Qual o valor que o sr. Alfredo
deve pedir pelas suas 1000 ações? O que ele desejar, mas, fun-
damentalmente, o valor que alguém estiver disposto a pagar. Ad-
mita-se que o sr. Alfredo diga para a sua corretora vender cada
ação a $1,10. A corretora passa para o setor de operações da
Bolsa a informação de que alguém quer vender 1000 ações da
Franguix SA a $1,10 cada uma, procedendo a uma espécie de
leilão. Admitamos que um outro investidor, o sr. Batista, por meio
de uma outra corretora11, aceita comprar as 1000 ações a esse

8
Para que uma companhia possa ter suas ações negociadas em
Bolsa ela deve cumprir certas exigências legais e institucionais que
exigem a divulgação de um conjunto de informações periódicas e
eventuais. Ver no Glossário, Informações das companhias abertas.
9
Uma empresa, sociedade anônima, é considerada de capital fe-
chado se tiver 20 ou menos acionistas. Neste caso, está dispensa-
da de fazer convocação dos acionistas pelos jornais e de publicar
suas Demonstrações Financeiras pela imprensa.
10
As Sociedades Corretoras foram criadas pela Lei 4728 de
14.07.1965. As corretoras têm o privilégio legal de operar com exclu-
sividade nas bolsas de valores.
11
Poderia até ser a mesma corretora do sr. Alfredo.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 29

preço. A negociação é fechada: o sr. Alfredo, por meio da corretora


X, vendeu 1000 ações da Franguix SA ao sr. Batista, representa-
do pela corretora Y. As corretoras informam aos seus clientes
que a operação foi realizada.
A corretora Y informa ao sr. Batista — comprador —que ele
deve depositar:
• $1.100,00 referente às 1000 ações (a $1,10 cada)
• +$ 18,99 referente a taxa de corretagem12 ;
• +$ 0,39 referentes a emolumentos (0,035%);
• +$ 0,45 referente ao ANA 13
• =$1.119,63 total a pagar14 .
A corretora X informa ao sr. Alfredo —vendedor —que ele irá
receber líquido:
• $1.100,00 referente às 1000 ações (a $1,10 cada)
• - $ 18,99 referente à taxa de corretagem;
•-$ 0,39 referentes a emolumentos (0,035%);
•-$ 0,45 referente ao ANA
• =$1.080,17 total a receber.
Cabe observar que a empresa Franguix SA nada tem a ver
com a transação das suas ações na Bolsa: a transação é feita,
por intermédio de corretoras, entre investidores. Um vende as
ações, e, por isso, recebe o valor correspondente à venda (no
exemplo: $1.080,17); o outro compra as ações, e, por isso, paga
o valor correspondente (no exemplo: $1.119,63). Este tipo de
negociação caracteriza o mercado secundário. Fato semelhante
ocorre cotidianamente no mercado de automóveis usados: al-
guém vende um veículo Ford para um terceiro por um determina-
do valor: esta transação não tem relação com a empresa Ford
SA, salvo pelo fato de o veículo ter sido fabricado por essa empre-
12
A tabela de corretagem para compra e venda de ações depende
do valor da operação. Consulte seu corretor para obter tal tabela.
Muitas corretoras dão descontos em função do volume operado pelo
cliente.
13
ANA—Aviso de Negociação de Ações emitido pela Bovespa (Bolsa
de Valores de São Paulo) informando os termos da negociação.
14
É necessário considerar ainda o valor correspondente à CPMF
decorrente da movimentação bancária
MANUEL MEIRELES

30 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

sa. A Ford SA recebeu apenas quando vendeu o veículo para o


primeiro proprietário (mercado primário); quando este revendeu
para um terceiro a Ford SA fica à margem do negócio (mercado
secundário).

Deve-se também atentar que outras operações de compra e


venda podem ser feitas, com a mesma ação, no mesmo dia. Ao
término do pregão a Bolsa emite uma listagem onde todas as
negociações são computadas. Para cada ação a Bolsa informa
uma série de elementos, tais como: preço mínimo, preço máxi-
mo, preço médio, etc. Estes preços orientarão, certamente, futu-
ras negociações. Você vai ver quais as informações que a Bolsa
divulga e como elas devem ser entendidas no capítulo 3: Saiba
ler os relatórios da Bolsa.

O que se pode depreender daqui é que a empresa Franguix


SA não tem prejuízo pelo fato das suas ações caírem na Bolsa;
nem lucra, tampouco, se elas subirem.

Observe-se que o comprador, o sr. Batista, comprou 1000


ações da Franguix SA pagando um total de $1119,63. O preço de
cada ação, para ele, foi de, praticamente $1,12. Ele sabe que a
Franguix SA estima pagar o primeiro dividendo de $0,15 referen-
te ao exercício corrente, e isto significa que, para ele, cada ação
renderá cerca de 13,39% de dividendos 15 no ano — o que é uma
excelente taxa.

O que pode afetar a variação do preço da ação Franguix SA


no mercado, ou seja, na Bolsa? Obviamente algo que esteja liga-
do à geração de dividendos. Por exemplo: as concorrentes da
Franguix SA, no Brasil, pressionam o mercado baixando o preço
do frango. A empresa, para manter a sua fatia de mercado tem de
acompanhar a redução de preço. É possível que isso diminua os
lucros. Se se esperava lucros de $10 milhões no total, é possível
que os lucros reduzam para $9,5 milhões. O dividendo previsto já

15
O Sr. Batista, como titular das ações receberá os dividendos. Como
dito anteriormente, é previsto que cada acionista deverá receber
$0,15 de dividendos, por ação.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 31

não é mais de $0,15 mas de $0,14. Faria sentido que certos


investidores se desfizessem das suas ações da Franguix SA face
a este evento. Ao se desfazerem das ações eles forçam a queda
do preço, talvez para $1,05. Por outro lado, o fechamento de no-
vos contratos para Portugal, aumentando o volume de vendas,
pode significar mais lucros, mais dividendos e desejo dos investi-
dores adquirirem mais ações da Franguix SA o que pressionaria
o preço da ação para cima. O surgimento de um conflito envolven-
do o Irã — que é um grande comprador da Franguix SA — pode-
ria significar redução nas vendas, redução nos lucros e nos divi-
dendos, levando os titulares das ações da Franguix SA a se des-
fazer delas. Quando os investidores pretendem se desfazer de
ações, o preço destas tende a cair no mercado.
É fácil entender que o preço de uma ação tenderia a acom-
panhar a direção do volume de dividendos que a empresa vá dis-
tribuir — e estes, por sua vez, derivam dos lucros, dos resulta-
dos das operações das empresas. Eventos que podem afetar os
lucros das empresas podem provocar reflexos nos preços das
ações. Aumento de juros, nível da inflação, taxa de desemprego,
taxa de câmbio, conflitos, etc. são alguns dos eventos que po-
dem afetar, de algum modo, para mais ou para menos, os lucros
de empresas e, por conseguinte, o nível dos dividendos. Tais even-
tos, assim, podem explicar a variação dos preços das ações nas
Bolsas.
Desta forma, o preço de uma ação na Bolsa não tende a ter
uma relação lógica com o preço das demais, e, muito menos
com o desempenho das outras Bolsas de Valores de outros paí-
ses. Não tem qualquer fundamento lógico pretender explicar uma
queda generalizada na Bolsa de Valores de São Paulo porque a
Bolsa de Tóquio desceu 1,5%. O que significa dizer que a Bolsa
de Tóquio desceu 1,5%? Significa dizer que o preço de uma dada
cesta de ações negociadas na Bolsa de Tóquio baixou 1,5% em
relação ao dia anterior. Acaso isto afetará os negócios da Franguix
SA? Por que, então, o preço das ações da Franguix SA deveria
cair?16
16
Você encontrará muitas pessoas tentando justificar o injustificável
inserindo tudo no contexto de uma globalização da economia. Na
maioria das vezes as explicações são ilógicas, inconsistentes ou
fundamentadas em dados equivocados. Não estou exagerando. Se
tiver tempo leia Paul Krugman: Internacionalismo pop. São Paulo:
Publifolha, 1999. Você ficará admirado das bobagens que os econo-
mistas dizem. Não pense que estou exagerando: Robert Samuelson
em uma das suas Cartas de Washington, afirmou que a a estupidez
dos editores em economia produz lixo jornalístico.
MANUEL MEIRELES

32 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

Entretanto, a justificativa da queda da Bolsa de São Paulo


decorrente da queda da Bolsa em Tóquio, Nova York ou qualquer
outra parte do mundo é freqüentemente usada. Mas é uma justi-
ficativa sem sustentação lógica.

Escolas de investidores

Os investidores, como viu, operam no mercado secundário


de ações, comprando e vendendo ações. O que leva um investi-
dor a comprar uma ação? E o que o leva a vendê-la? Neste livro
você vai ver alguns dos inúmeros métodos que os investidores
técnicos utilizam para operar no mercado de ações. Cada méto-
do estrutura-se sobre um determinado pressuposto e aplica um
algoritmo específico - uma fórmula específica.
Investidores estruturados seguem métodos para selecionar
e acompanhar ações, como por exemplo, os tradicionais méto-
dos CAPM, Markowitz e Sharpe (que possuem o mesmo funda-
mento, distinguindo-se apenas entre si quanto à
operacionalização). Tais modelos podem ser utilizados pelo in-
vestidor para selecionar carteiras de títulos. Além dos modelos
tradicionais há muitos outros — mais ou menos refinados — que
os investidores consideram para selecionar e acompanhar títu-
los. Tais modelos são agrupados em duas grandes "escolas": a
Fundamentalista e a Técnica. Neste capítulo, você verá o conjun-
to das principais técnicas e as características de tais escolas.
As técnicas são descritas em detalhe na parte 2 desta obra: En-
tenda os métodos.

A Escola Fundamentalista

Esta escola
repousa na tese de que existe uma correlação lógica
entre o valor intrínseco de uma ação e seu preço de
mercado. O valor intrínseco para a Escola
Fundamentalista é representado pela avaliação do
patrimônio da empresa, seu desempenho e sua posi-
ção no respectivo setor de atuação, pela intensidade
da concorrência e pela existência de produtos ou ser-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 33

viços alternativos, pelo grau de utilização tecnológica


do empreendimento, pelo nível de intervenção estatal
na área de atuação (controle de preços, proteção tribu-
tária, subsídios, etc), por seu programa de investimen-
tos, por sua política de distribuição de lucros e pelo
cálculo do valor presente dos lucros futuros estima-
dos17.

Os investidores fundamentalistas podem ser genericamen-


te divididos em dois grupos:

I) os que trabalham prioritariamente sobre as previsões de


lucros futuros das diversas empresas, e procuram localizar no
mercado as que, tendo boas perspectivas, tenham cotações bai-
xas à luz dos resultados esperados; e
II) os que procuram empresas com baixas cotações em re-
lação a seus ativos e que não tenham seu controle acionário con-
centrado com o objetivo muitas vezes de concretizar um take-
over18 , reunindo um lote expressivo de ações suficiente para
garantir a participação no processo decisório da empresa.

A Escola Fundamentalista aprimorou diversos métodos e


indicadores que se tornaram clássicos para a avaliação de em-
presas. Eis alguns:

1. Índice Preço-Lucro - PL, que decorre da divisão entre o


preço de mercado de um determinado papel, em certo momento,
pelo lucro líquido anualizado19 da ação;
2. Cash-yield: relação do dividendo anualizado pelo preço
de mercado da ação. Este é o método que a maior parte dos
investidores, com horizonte de longo prazo, adota;

17
DEHNER, Paulo. Análise Fundamentalista. Investidor Profissional
- Caderno de Análise Técnica, Investidor Profissional Editora, Rio de
Janeiro, 1994
18
Aquisição de uma companhia por outra, em geral amigavelmente,
mas por vezes com uma proxy fight (luta de procurações).
19
Anual ou anualizado por alguma técnica adequada.
MANUEL MEIRELES

34 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

3. Cotação/Valor patrimonial: quociente entre o preço de


mercado da ação e o valor patrimonial da mesma;
4. Análise Estrutural da Indústria: fundamentada na pro-
posta de Michael Porter. Proponho a inclusão da Análise Estrutu-
ral da Indústria como um método adequado não só para selecio-
nar empresas mas também, especialmente, selecionar indústri-
as — técnica esta que é, essencialmente, fundamentalista. A
origem da Análise Estrutural da Indústria é de cunho estratégico;
5. Índice Sharpe: mede o grau de risco de uma carteira em
relação à sua rentabilidade. O índice é calculado pela diferença
entre a rentabilidade da carteira Rc e do ativo Ri utilizado como
comparação, dividido pelo desvio padrão da carteira. O ativo i
pode ser um certificado de depósito bancário (CDB-over) ou se-
melhante:
6. Capital Asset Pricing Model: que relaciona os preços
das ações com taxas de retorno, determinando uma linha carac-
terística para o título i, genericamente na forma Ri= bi Rm, onde
Ri o retorno excessivo esperado no título genérico i pode ser
calculado pelo produto de bi pelo ß 21 do título i pelo Rm retorno
excessivo20 esperado na carteira de mercado. Este método, pela
sua complexidade não recomendo para investidores individuais22
;
7. Indicador KM: indicador que eu elaborei, fundamentado
nos estudos de Kanitz e Morante. É a técnica que recomendo
para a seleção de empresas cujas ações devem ser compradas.
Este indicador é visto com detalhe no Capítulo 6.

20
O retorno excessivo é o retorno acima ou abaixo do retorno de um
investimento sem risco - normalmente considerado o retorno de
uma letra de câmbio.
21
ß é o nível de risco não diversificável da ação. É a tangente da linha
que indica a sensibilidade do analista em acreditar que o retorno
excessivo da ação seja afetado por variações no retorno excessivo
do mercado. Um valor igual a um (ß=1) significa que o título é do tipo
médio; ß<1 significa que o título é defensivo; ß>1 significa que o
título é agressivo.
22
Conceito que se opõe ao de investidor profissional.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 35

A Escola Técnica

Os primeiros métodos usados pelos investidores eram es-


sencialmente grafistas, isto é: levavam em conta não só os gráfi-
cos como as formações específicas que os gráficos faziam. Por
este motivo, esta Escola Técnica - cujos defensores usam es-
sencialmente gráficos para se orientarem nas aplicações na Bol-
sa - é chamada de Grafista.
Esta escola faz repousar seus fundamentos nos seguintes
fatores apontados por Paulo Dehner23 :

a) a conotação psicológica básica (e permanente)


do conjunto da massa de investidores é de avidez
na busca de lucros e medo de sofrer prejuízos;
b) essa circunstância coletiva é identificável pelos
analistas técnicos por ser um padrão de comporta-
mento seguidamente verificado na realidade, sendo
uma informação de extrema importância na previsão
de tendências;
c) os fatos relevantes referentes às empresas com
ações negociadas em bolsas de valores não são
imediatamente divulgados para todo o mercado e,
portanto, a intensidade da reação dos investidores a
esses fatos é variável ao longo do tempo; e
d) as oscilações de preços decorrem dessas rea-
ções, e podem ser representadas por gráficos que
facilitam sua visualização e acompanhamento.

Os principais métodos usados pelos Tecnicistas, são:


1. Teoria de Dow - considerado o fundador da Escola Téc-
nica - que afirma que, antes de um movimento significativo de alta
ou de baixa nas cotações de um determinado papel, ocorrem
formações que sinalizam previamente a movimentação que deve-
rá ocorrer;
23
DEHNER, Paulo. Análise Técnica. Investidor Profissional - Cader-
no de Análise Técnica, Investidor Profissional Editora, Rio de Janei-
ro, 1994
MANUEL MEIRELES

36 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

2. Teoria de Elliot - ou Teoria das Vagas - que se funda-


menta teoricamente nas propriedades de uma série numérica
estudada no século XIII pelo matemático italiano Leonardo
Fibonacci;
3. Gráfico de Barras, no qual se faz análise das linhas e
se identificam configurações denotadoras da tendência dos pre-
ços;
4. Gráfico Ponto-Figura, atemporal, que faz uso de dois
símbolos (o ponto • e a figura 6) para indicar movimentos de baixa
e de alta das ações;
5. Médias móveis: simples, ponderadas ou exponenciais
usadas para determinar reversões de tendências, em especial a
Linha dos 200 dias (L200D);
6. Osciladores: que permitem detectar o enfraquecimento
ou fortalecimento do mercado antes que as mudanças ocorram.
Os mais comuns deste método são:
❏ oscilador do momento - relacionado à velocidade de
subida ou queda do valor de uma ação;
❏ oscilador de avanços e declínios - que mede os avanços
e retrações do mercado, através da acumulação da dife-
rença entre o número de ações em alta e o número de
ações em queda;
❏ oscilador de pressão do pregão, que se baseia na dife-
rença entre os preços de oferta de compra e venda e os
preços reais de compra e venda;
❏ IFR - Índice de Força Relativa, que varia de 0 a 100, e que
indica se um papel está excessivamente comprado ou ex-
cessivamente vendido;
7. Estocástico: elaborado por George Lane sob o pressu-
posto de que, quando os preços sobem, os valores de fechamen-
to devem estar próximos dos valores máximos alcançados no
período e, quando os preços descem, os valores de fechamento
devem estar próximos aos valores mínimos alcançados no perío-
do;
8. On-balance-volume (Preço-Volume): desenvolvido por
J. Granville, que associa o volume negociado com a evolução do
preço do mercado. Também é conhecido por OBV ou CVI-
Cumulative Volume Indicator;
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 37

9. Candlestick: método que data de 1750 - usado pelos


japoneses nas suas transações com arroz- pretende antecipar a
oscilação dos preços da commodity. É conhecido, também, pelo
nome de Teoria das Velas;
10. Regras de Donchian, que orientam de forma geral o
investidor, sem necessidade de cálculos complexos;
11. Esotéricos, como é o caso dos Ciclos da lua: sem
pressuposto metodológico;
12. Opinião contrária, que parte do pressuposto que o pú-
blico está quase sempre errado ( o que é provado por estatísticas
que indicam que 70% das ordens de compra e venda são erra-
das);
13. Teoria das Caixas, de Nicolas Darvas;
14. Buy-and-Hold: método passivo de administração de
portfólio que consiste em comprar e guardar títulos, incorporando
à carteira os benefícios recebidos;
15. Indicador SMI, um oscilador do tipo pressão de pregão
que leva em consideração o nível das Ofertas de Compra e de
Venda para antecipar altas ou quedas nas ações. Este método é
desenvolvido detalhadamente na Segunda parte deste livro (Capí-
tulo 7).

Premissas das Escolas

Os modelos da escola Fundamentalista pretendem ser "su-


periores" aos modelos da escola Técnica ou Grafista. Embora a
transcrição seja longa, o texto de Cláudio Contador24 é significa-
tivo para que se possa perceber o tipo de crítica que as escolas
técnicas ou grafistas recebem:
A melhor maneira de identificar as origens de um de-
sempenho satisfatório superior à média do mercado é
registrar os fatores que determinam a performance:
1. habilidade na seleção dos ativos;
2. flexibilidade de mudanças na carteira;

24
CONTADOR, Cláudio R. Os investidores institucionais no Brasil. p-
89.
MANUEL MEIRELES

38 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

3. ausência de limitações ou restrições orçamen-


tárias;
4. eficiência na diversificação;
5. qualidade das estratégias de predição; e
6. capacidade de reduzir custos de transação e de
informação.
Dentre os fatores mencionados, a habilidade na seleção
dos ativos tem recebido maior atenção e mais recursos
financeiros para pesquisas. Pode-se mesmo dizer que a
escolha ótima do investimento vem preocupando os in-
vestidores há mais de um século. Como resultado, surgiu
um número razoável de teorias algumas ditas "infalíveis".
É interessante atentar para o fato de ainda hoje o mercado
brasileiro preocupar-se com técnicas já ultrapassadas e
demonstradas falíveis em outros países, e até mesmo,
investir nelas. Será interessante discutir algumas das es-
tratégias historicamente mais importantes, e de aceitação
mais generalizada pelos técnicos do Brasil. São elas, ba-
sicamente, quadro.:
•Sistema Filtro;
•Teoria Dow;
•Sistema Preço-Volume; e
•Técnica Buy-and-Hold
A técnica do Filtro baseia-se na idéia de que se o preço de
uma ação está subindo deverá continuar subindo, e se
estiver caindo, deverá continuar caindo. O Filtro é aplicado
quando o preço da ação apresenta uma reversão. Se o
preço tiver atingido o mínimo, e então subir uma determi-
nada porcentagem (por exemplo 5%), diz-se que esta ação
continuará subindo. A estratégia consiste em comprar
ações que estão subindo e vender aquelas em queda. Os
defeitos deste sistema compreendem desde os gastos
excessivos em despesas de transação, até à suspeita da
validade da técnica.
A idéia de uma tendência nos retornos ou ponto de rever-
são nos preços tem sido adotada em outros métodos,
sendo a mais conhecida a técnica gráfica, amplamente
empregada ainda hoje pelos analistas brasileiros. A teo-
ria Dow tem diversas variantes, sendo a mais recente a
que afirma que, quando o mercado de uma ação atinge
um pico e declina em seguida, o pico atingido define uma
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 39

área ou linha de resistência. Toda a vez que o mercado ou


a ação aproxima-se do pico de resistência, a atenção deve
ser redobrada. Se o mercado ou a ação rompe a linha de
resistência, é provável que prossiga avançando por mais
algum tempo, devendo o administrador atentar para este
fato na sua estratégia de transações.
Analogamente, esta teoria define também uma linha de
resistência para o mercado ou ação em baixa, sendo as
sugestões similares às anteriores. Assim, diz-se que o
mercado ou ação oscila entre linha de resistência — uma
inferior e outra superior — e qualquer ocorrência de rom-
pimento dos limites pré-estabelecidos é uma alerta para
os técnicos. Acadêmicamente (grifo meu), a teoria Dow é
rejeitada sobe a alegação de que os picos, anti-picos, etc.
nada significam em termos de movimentos de mercados
ou de ações. Empiricamente, os resultados são igualmente
duvidosos. Naturalmente, é sempre possível encontrar
inúmeros casos em que esta teoria propiciou resultados
satisfatórios, mas seria possível encontrar um grande
número de casos, infelizmente não anotados e facilmente
esquecidos pelos analistas, nos quais os resultados fo-
ram negativos.
De acordo com a técnica Preço-Volume, o preço de uma
ação, ao crescer paralelamente a um grande volume de
transações, reflete um excesso de demanda pela ação,
que deve perdurar nos períodos seguintes. Conseqüen-
temente, o preço deve continuar crescente. Por outro lado,
um preço em queda, paralelamente a um volume amplo
de transações, indica um excesso de oferta que deverá
refletir-se em quedas subseqüentes nos preços. A falácia
da técnica resume-se em ignorar que o volume de transa-
ções decorre da divergência de expectativas quanto a pre-
ços futuros, e que, portanto, deve ser distribuído indepen-
dentemente do nível de preço.
A estratégia Buy-and-Hold é, sem dúvida, o método mais
simples de seleção de ativos e formação de Carteiras.
Com esta estratégia, a atuação do administrador é pura-
mente passiva. Após selecionar os títulos, deve mantê-
los, por um certo horizonte, incorporando os retornos daí
provenientes (dividendos, desdobramentos, subscrições
etc) sem modificar a composição da carteira. O acréscimo
de recursos adicionais de novos investidores implica num
crescimento proporcional no valor de todos os títulos e no
MANUEL MEIRELES

40 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

patrimônio da Carteira. As vantagens da técnica buy-and-


Hold são basicamente três:
1. considerável economia no que diz respeito às despe-
sas de transações e de obtenção de novas informações
presumivelmente úteis;
2. avaliação contínua mais fácil das condições de retorno
e risco da carteira em comparação com a do mercado, se
não ocorrem mudanças freqüentes na composição da
Carteira. De fato, nestas condições, a carteira estará
posicionada ao longo da linha de mercado. Se todos os
investidores e/ou seus administradores acreditam que o
mercado é eficiente e aceitam, com algumas restrições,
os fundamentos teóricos de Markowitz, Sharpe e outros,
eles buscarão Carteiras extremamente diversificadas nas
quais o risco diversificável ou evitável é praticamente nulo.
Este comportamento implica no fato de os retornos da
carteira estarem perfeitamente correlacionados com os
retornos do mercado;:
3. crescente evidência de que sua performance é, com
maior freqüência, superior a outras técnicas.
A desconfiança acadêmica (grifo meu) com relação às
propaladas vantagens de estratégias imaginosas sobre
a técnica pura e simples Buy-and-Hold, não deve ser con-
fundida com a afirmativa de que aquelas estratégias con-
duzem sistematicamente a um desempenho inferior ao
da técnica Buy-and-Hold. Simplesmente, argumenta-se
que o seu desempenho é, na maioria das vezes, inferior
ao da técnica Buy-and-Hold.
Ademais, implícita em toda esta argumentação está a hi-
pótese de que as informações sobre uma ação são de
domínio público, ou seja, não existem insiders sistemati-
camente bem informados.
Toda essa discussão não pretende desestimular a cria-
ção de novas técnicas. Qualquer que seja a nova técnica,
existem alguns procedimentos fáceis, capazes de testar a
sua eficiência. Em primeiro lugar, desde que a técnica não
tenha sido criada a partir da observação sobre dados pas-
sados, é conveniente testá-la nos dados existentes. É
necessário alguma atenção quanto ao período utilizado
para o teste. Se possível, devemos adotar períodos nas
mais distintas condições.
As críticas às teorias grafistas parecem possuir um foco
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 41

que se assenta em algumas premissas de atuação do mercado e


dos administradores: mercado eficiente, administradores racio-
nais e ausência de insiders sistematicos. As teorias grafistas,
salvo melhor juízo, não devem ser sujeitas a críticas de tal jaez,
porquanto elas são construídas sobre bases fundamentalmente
diferentes: fundamentam-se na atuação psicológica dos sujei-
tos e rejeitam, em princípio, mercados eficientes e administrado-
res de Carteiras racionais. Uma análise da "crise" do mercado
acionário mundial nos anos de 1997-1998 pode vir a dar substan-
cial razão aos grafistas. Não se pode esquecer que os academi-
camente corretos Black e Scholes , literalmente, faliram.

Justificando as técnicas propostas

Recomendo, nesta obra, particularmente o uso de uma téc-


nica para selecionar um conjunto de ações (o indicador KM) e de
uma outra para acompanhar a evolução de tais ações, determi-
nando o melhor momento de compra ou de venda (o oscilador
SMI). Quaisquer outras técnicas, dentre as muitas indicadas nesta
obra, podem ser usadas. O que reitero é a necessidade de você
fazer uso consciente, sistemático e preciso de técnicas evitando
desastres econômicos. Considero as duas técnicas que desta-
co, simples e adequadas à maioria dos investidores ou
especuladores, embora não deixe de apresentar muitas outras
técnicas de domínio do mercado.
A escolha das ações ou de outros ativos financeiros que
poderão ser objeto de investimento, por parte de um investidor,
num dado período de tempo, é feita mediante vários métodos,
mas nem sempre eles são coincidentes quanto aos resultados
que produzem. A prova disso é que, periodicamente, analistas
econômicos emitem seus pareceres recomendando a compra ou
não de determinados ativos. Por exemplo, a Gazeta Mercantil25
dava a conhecer que os analistas da Robert Fleming, Bear Sterms
e Banco Bozano Simonsen recomendavam a compra de ações
da Companhia Siderúrgica Paulista; os analistas do ING Barings
não recomendavam tal compra e os analistas da Merrill Lynch
estavam neutros quanto ao assunto. Que recomendação o inves-
tidor deveria seguir?
25
14-01-97 p.C-4, "Relatórios recentes sobre o setor siderúrgico"
MANUEL MEIRELES

42 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

No mesmo periódico26 , o analista Rodrigo Bresser, do Ban-


co Matrix, recomendava a compra de ações da Bosh Continental,
da Marisol, e da Indústrias Vilares. O analista Sidney Chameh,
do Banco Fator, recomendava a compra de ações da Arno, da
Inepar e da Renner-Hermann. Flávio Teles de Menezes, do Ban-
co Patrimônio, indicava a compra de ações da Lorenz, da Mangels,
da Trafo, da Fras-Le e da Agrale.
Observa-se, assim, que a subjetividade dos processos de
avaliação de empresas está muito presente na maioria deles.
Existe algum indicador que permita ver a justeza de tais reco-
mendações?
A seleção e acompanhamento de ações pode ser feita fun-
damentada, como vimos acima, em métodos propostos pelas
chamadas escolas Técnica e Fundamentalista. É o que ocorre
quando se usam métodos tais como: cash-yield ou IFR-Índice de
Força Relativa.

É sabido que todo investimento assenta, geralmente, num


tripé constituído pela segurança, lucratividade e liquidez. É
possível gerir ativos com lucratividade, resguardada a segurança
e a liquidez dos mesmos?
Um método hábil na seleção de ativos que venha a desen-
volver uma satisfatória performance, é pois do interesse dos in-
vestidores, e, com freqüência novos métodos são sujeitos a in-
vestigação. Um deles, por exemplo, é o "Modelo de previsão de
rentabilidade com base em controles" proposto por Armando de
Santi Filho e José Olinquevitch27. Tal método tem como proposta
prever a rentabilidade/lucro com base na utilização de controles
gerenciais, mas sua operacionalização parece pouco prática,
porquanto requer uma entrevista de coleta de dados para cada
empresa em estudo. Dizem os autores:
Para que fosse possível medir a qualidade dos
controles gerenciais, tivemos de atribuir pontos a
cada tipo de controle previsto no modelo. O critério
utilizado para a atribuição dos pontos partiu da se-
guinte premissa: quanto mais recente for a infor-

26
Edição de 13-02-97, p.B1, "Analistas mostram melhores opções"
27
Análise de balanços para controle gerencial. São Paulo: Atlas,
1995. P.227-273
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 43

mação, menor será a possibilidade de ela estar


defasada; com isso a probabilidade de o tomador
de decisões falhar será minimizada. Será mostra-
do o roteiro, bem como a planilha, a ser utilizado na
entrevista de coleta de dados...

Não parece muito prático tal modelo. Na Bolsa de Valores


de São Paulo, por exemplo, cerca de 50 empresas costumam
compor o índice Ibovespa — que engloba as ações mais negoci-
adas e, portanto, com maior liquidez. Se o investidor pretender
selecionar seus ativos dentre este universo, ele teria de aplicar 50
entrevistas e, para cada uma delas, elaborar uma planilha com o
objetivo de quantificar o "termômetro da rentabilidade"— um nú-
mero entre 0 e 96,01, sendo que as empresas com rentabilidade
satisfatória teriam de obter 50 ou mais pontos.

O que ofereço, nesta obra, são dois métodos que conside-


ro mais simples e tão ou mais eficientes. Um deles, elaborado
por mim, o indicador KM, tem origem na fusão de dois indicado-
res:
• "termômetro de insolvência" de Kanitz28 (TIK), e o
• "estipulador do Limite de Crédito de Morante"29 (LCM).

O indicador de Kanitz, quando aplicado a uma determinada


empresa por um investidor, mostra a potencial segurança que
tal investidor tem em não perder o valor investido em decorrência
de falência da empresa. É um indicador que pode relativizar duas
ou mais empresas quanto à ameaça de uma insolvência.

A fórmula de Morante indica qual o limite de crédito (LCM)


28
KANITZ, Stephen Charles. Indicadores contábeis e financeiros de
previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empre-
sa brasileira. Tese apresentada à Faculdade de Economia e Admi-
nistração da USP para obtenção do título de Livre Docente em 1976.
29
MORANTE, Antonio Salvador. Uma contribuição ao estudo de indi-
cadores de limite de crédito. Dissertação apresentada à Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, para obtenção do título de mes-
tre em Ciências Contábeis.
MANUEL MEIRELES

44 ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS

que um investidor pode dar a determinada empresa. Um uso


extrapolativo de tal fórmula é o de indicador do potencial de
lucratividade de uma empresa: quanto maior é a capacidade da
empresa honrar créditos maior é a potencialidade de tal empresa
gerar recursos para tal e, portanto, maior é a potencialidade de
produzir resultados. Em outras palavras: lógica e empiricamente
há uma associação positiva muito forte entre o Limite de Crédito
atribuído segundo Morante (LCM), com base em Balanço
Patrimonial de uma empresa, e o resultado que essa empresa
tem no exercício imediatamente subseqüente.

As propostas de Kanitz e de Morante, devidamente adequa-


das, constituem um único e eficiente indicador para a seleção de
ativos. Estudos exploratórios mostraram que efetivamente o indi-
cador KM30 é eficiente como método de seleção de ativos poten-
cialmente seguros e lucrativos.

Com base em estudos exploratórios, fazendo uso do méto-


do estatístico denominado Q de Yule, pode-se afirmar:

• Há uma associação positiva muito forte (71,43%) entre o


índice KM de uma empresa e o LL/PL (Lucro Líquido/Patrimônio
Líquido), no exercício imediatamente subseqüente. Um valor de
Q de 0,7143 significa que se faria 71,43% melhor do que ao
acaso ao predizer a ordem na variável LL/PL a partir da ordem na
variável KM; ou, em outras palavras: as empresas de melhor índi-
ce KM, no exercício subseqüente tendem a ter uma relação LL/
PL também melhor do que as demais;
• Há uma associação positiva muito forte (74,40%) entre
LCM/PL e LL/PL no exercício imediatamente subseqüente. Em
outras palavras: as empresas para as quais Morante recomen-
da atribuir maior Limite de Crédito em relação ao seu Patrimôno
Líquido, no exercício subseqüente tendem a ter a melhor relação
LL/PL.
• Há uma associação positiva substancial (63,60%) entre o
Limite de Crédito negativo (-LCM) e o prejuízo no exercicio subse-

30
Doravante se denotará de KM o indicador construído a partir das
fórmulas propostas por Kanitz e Morante, como se verá adiante.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ADQUIRA CONCEITOS BÁSICOS 45

qüente, ou seja: quanto pior for o Limite de Crédito que uma em-
presa pode obter, segundo Morante, pior será o seu Lucro Líquido
no exercício imediatamente subseqüente.
• Há uma associação positiva muito forte (72,7%) entre LCM/
AT e LL no exercício imediatamente subseqüente. Isto é: quanto
maior for a proporção do Limite de Crédito que uma empresa pode
obter em relação ao seu Ativo Total, maior será o seu Lucro
Líquido no exercício imediatamente subseqüente.

O SMI é um oscilador que propõe ao investidor, informar o


momento para compra ou venda de um título negociado em Bolsa
de Valores. O pressuposto deste método assenta numa relação
entre os preços de oferta e os preços reais praticados no merca-
do. A tensão entre estes dois valores tende a determinar para
onde se deslocará o preço da ação.
As pesquisas exploratórias do método SMI, realizadas
sobre o comportamento de ações na Bolsa de Valores de São
Paulo, também mostram que ele traz vantagens em relação à
técnica Buy-and-Hold. Cabe ressaltar que o investidor teria exe-
cutado operações com um acerto em 88% das ordens.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

TENHA POSTURA ADEQUADA 47

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 2
A arte de operar na Bols@ pela Internet

TENHA POSTURA ADEQUADA 49

Para operar na Bolsa de Valores, comprando e vendendo


ações, não basta conhecer técnicas. É preciso algo mais: é pre-
ciso ter uma postura, adotar e acatar um conjunto de princípios
de ação, ter o que costumeiramente se denomina de filosofia. A
filosofia do investidor nada mais é do que um padrão
comportamental, um conjunto de hábitos, um estilo de atuar.
Você pode pretender adotar uma técnica qualquer de ope-
rar, mas se não a respeita, se não a acata, se entra em pânico ao
menor sinal de fraqueza, pode-se dizer que não tem técnica algu-
ma. Neste capítulo você vai ver que além de técnica você precisa
ter uma filosofia orientativa de ação.

Sucesso na Bolsa exige uma filosofia

Para ter sucesso nas operações das Bolsas de Valores - e


sempre falamos de um sucesso relativo, em relação à média do
mercado - o investidor deve ter, entre outras coisas:1
a) técnica para selecionar ativos;
b) técnica para acompanhar os ativos selecionados;
c) flexibilidade para mudar a constituição da carteira.

Além desse conhecimento técnico, deve ter uma determi-


nada postura frente ao mercado - uma espécie de "filosofia de
especulador". Quanto a esta filosofia eu sempre recomendei e
apliquei a filosofia do dançarino.
Nicolas Darvas, era um dançarino quando herdou alguns
lotes de ações. Ele não entendia nada de ações e começou a
operar na Bolsa, inicialmente como um tolo comum, um desses
tolos que topamos sempre pela frente e contra os quais precisa-
mos defender nossos negócios. Tinha todas as características
1
Ver também, Contador, p. 88
MANUEL MEIRELES

50 TENHA POSTURA ADEQUADA

dos tolos especuladores: era crédulo, altamente influenciável e


achava que entendia do negócio. Perdeu dinheiro, até que desco-
briu, por acaso, como podia deixar de ser tolo.
A vida de dançarino o levava a ficar distante da Bolsa, dos
corretores e dos jornais. Por esse motivo ele ficou impossibilitado
de agir como um tolo. E foi o que lhe garantiu o sucesso: come-
çando com uns poucos milhares de dólares herdados acabou por
ganhar dois milhões de dólares na Bolsa. E escreveu um livro2,
que lhe deve ter dado mais alguns milhões, pois tornou-se um
best-seller. Efetivamente Darvas ganhou esse dinheiro, pois to-
das as operações foram checadas e confirmadas por uma comis-
são independente. Nessa obra ele mostra a sua Teoria das Cai-
xas que veremos adiante.
Nesse livro, ele também divulgou a postura que adotava
frente ao mercado. Eu tenho usado essa teoria - à qual dei o
nome de Teoria do Dançarino - pois foi esta a condição que o
levou a "descobrir" como enfrentar o mercado. Disse Darvas:
-Não siga nenhum serviço de informações: eles não são
infalíveis. Eu não sigo. Mas de vez em quando dou uma espiada
nas revistas especialistas e confirmo a assertiva desta norma:
tais serviços pouco mostram de útil.
-Tenha cautela com conselhos dos corretores: eles podem
estar errados. Nunca peço conselhos ou indicações ao meu cor-
retor. Mas sempre que podia ele me "recomendava" Acesita. Me
parece que ele é um especialista nessa ação. Coincidentemente
nunca comprei Acesita.
-Ignore ditados da Bolsa. Eu ignoro ditados e comentários.
Nada mais absurdo do que comentários de jornalistas sobre o
comportamento da Bolsa. Quando a Bolsa de Nova York cai e,
por simples coincidência, a Bovespa também cai - lá vem a
globalização do mercado financeiro mundial para explicar isto;
mas quando a de Wall Street cai e a daqui sobe, ninguém diz
nada. Parece que a globalização do mercado financeiro só se
aplica em certos dias.
-Não negocie no mercado paralelo. Negociar no mercado
paralelo significa comprar ações fora da Bolsa, por outras vias.
Costuma dar mais trabalho. Eu não negocio no mercado paralelo
e, dentro da Bolsa tenho uma forte tendência para negociar ape-
2
´DARVAS, Nicolas. Como ganhei dois milhões de dólares na Bolsa.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

TENHA POSTURA ADEQUADA 51

nas com ações componentes do IBOVESPA - quase todas com


presença diária nos pregões.
-Não dê ouvidos a boatos. Nem é preciso comentar isto.
-Tenha uma orientação básica de operação. Traduzido em
miúdos isto significa: tenha uma técnica para selecionar ações e
uma técnica para acompanhar ações. Com a técnica de seleção
de ações se escolhe uma meia dúzia de ações que se deve acom-
panhar; com a técnica de acompanhamento se vê quando se deve
comprar e vender as ações. Seguir técnica significa ter um méto-
do definido para operar na Bolsa de Valores, deixando de lado
quaisquer palpites e intuições. A respeito disto, costumo contar
o seguinte caso. Numa dada ocasião tinha aplicado algum di-
nheiro em ações da Paranapanema e, certo dia, quando me diri-
gia para o escritório, comentei com a minha esposa 3 , que achava
que o preço da Paranapanema ia cair. - Então porque não ven-
des? — perguntou ela. Respondi que o gráfico de acompanha-
mento não mandava vender. E foi assim que surgiu uma pequena
discussão - coisa corriqueira e trivial - com minha mulher. Expli-
quei-lhe que se desse ouvidos à minha intuição, estaria vendendo
por intuição e comprando também por intuição. Donde, concluí,
não necessitaria de nenhuma técnica para selecionar e acompa-
nhar ações - mas me tornaria exatamente igual aos milhares e
milhares de investidores que operam sem qualquer técnica. Eu
sei que a minha técnica não é infalível, já que está 70% das vezes
certa; mas não a troco pela técnica do palpite que costuma estar
70% das vezes errada. Claro que não vendi a Paranapanema.
Esperei a ordem do gráfico, que só ocorreu três dias depois. Ela
tinha caído de preço.
-O jogo da Bolsa é contra fortes adversários. Eu digo que
o jogo da bolsa é contra adversários tolos ou loucos -
incomprensíveis, ilógicos - que se comportam como as mulhe-
res4.
-Nada existe seguro no mercado - metade do tempo estamos
errados. Bom: se for metade do tempo é excelente. Como se

3
Sublime jararaca
4
Le Bon é quem afirma isto: uma multidão de homens comporta-se
com os mesmos caprichos de uma mulher. Se você entender de
mulheres - o que não é o meu caso - tem a possibilidade de enten-
der a ilógica atuação dos especuladores nas Bolsas.
MANUEL MEIRELES

52 TENHA POSTURA ADEQUADA

sabe, a maioria dos investidores está errada 70 % do tempo.


-Lide apenas com ações de grande volume: não se grudam
nas mãos na hora da venda. Aqui, Darvas, recomenda que se lide
com ações que têm presença constante nos pregões. Desta for-
ma são fáceis de comprar e vender. Isto é importante para uma
atuação como especulador; como investidor, com prazo longo,
não.
-Não leia nenhum comentário. Eu não leio. Quando estou
errado estou por conta própria.
-Não existe relação entre as tendências do mercado e as
tendências de uma ação considerada isoladamente: podem ser
coincidentes ou opostas. É uma verdade. Mas, estatisticamente,
sabe-se que o mercado como um todo afeta 80 % o desempenho
de uma ação. Estatistamente, também se pode avaliar a correla-
ção que uma ação tem com o mercado como um todo, que é
representado pelo índice IBOVESPA ou semelhante. O aviso de
Darvas só serve para lembrar que o mercado pode subir e a ação
descer. Ou vice versa.
Warren Buffett é um bem sucedido investidor e divilgou sua
filosofia — a Value Oriented — que, de uma forma geral propõe o
seguinte:
1. Compre um negócio, não uma ação. Compre ações de
empresas que tenham rentabilidade superior à média do setor; 5
2. Administre uma carteira de negócios, não de ações. In-
vista em ações de empresas cujo negócio você entenda e te-
nham boas perspectivas a longo prazo;
3. Não diversifique exageradamente a sua carteira: um
portfólio com ações de meia duzia de empresas pode ser acom-
panhado melhor do que contiver muitas empresas;
4. Desligue-se do mercado de ações. Não se preocupe mui-
to com as variações de curto prazo, nem com opiniões alarmis-
tas sobre a tendência do mercado.
O mais importante de seguir uma filosofia de ação que você
deve ter como investidor é evitar fazer o papel de tolo.

5
Para isto consulte revistas especializadas como Quem é Quem da
Revista Exame e Balanço Anual da gazeta Mercantil. Mas não es-
queça que sucesso passado não assegura sucesso futuro.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

TENHA POSTURA ADEQUADA 53

Quase todo especulador é um tolo


Não é fácil entender a irracionalidade que norteia os
especuladores, quando julgados como um todo. Nenhum obser-
vador, quando analisa os especuladores à distância, acredita
que as ações desenvolvidas por eles no mercado de ações sejam
de "homens de negócios". Este "homem de negócios" - que per-
de, como as estatísticas mostram, em mais de 70 % dos casos
- talvez possa ser entendido pela leitura de Viana6 , Le Bon7 ou
Gasset8 . As massas têm características muito semelhantes às
multidões. Elas são:
-crédulas - acreditam no noticiário dos jornais, acreditam
nas calúnias mais absurdas, nas promessas mais utópicas, acre-
ditam na propaganda, etc.;
-fortemente sugestionáveis: submetem-se facilmente a uma
doutrina, a uma técnica, a uma moda, a um homem;
-enfátuas, cheias de si: julgam-se de nível superior não
obstante a sua mediocridade e insuficiência.
Podemos afirmar que a maioria dos especuladores é com-
posta de tolos e pretensiosos; pessoas crédulas, altamente
sugestionáveis e que se julgam de inteligência superior. Na maio-
ria das vezes - acima de 70 % - perdem dinheiro.
Negociar com tolos - não o sendo - não é uma tarefa fácil.
São eles que conduzem os negócios nas bolsas. Quando menos
se espera, uma ação, sem nada de substancial para isso, come-
ça a subir; outra, nas mesmas condições, começa a cair. Por
quê? Ninguém, absolutamente ninguém, conseguirá responder a
esta questão.
O governo brasileiro — ao contrário do que ocorre nos ou-
tros países — ainda é o grande acionista do país9:
6
VIANA, Mário Gonçalves. Psicologia das massas multitudinárias.
Porto: Domingos Barreira, 1944.
7
LE BON, Gustave. As opiniões e as crenças, São Paulo: Brasil
Editora, 1956 e, Psychologia política, Rio de Janeiro: Garnier, 1910
8
GASSET, José Ortega. A rebelião das massas. São Paulo: Publica-
ções Brasil, 1933.
9
Nelson Niero, O governo ainda reina nas bolsas. Gazeta Mercantil,
30.06.99, p.1.
MANUEL MEIRELES

54 TENHA POSTURA ADEQUADA

Em meados de junho, a União possuía sozinha R$26,5


bilhões em participações, o equivalente a 9,9 do valor
total das ações das maiores companhias de capital
aberto do país.

Na condição de grande acionista, o Governo é também um


grande investidor — com presença constante na Bolsa por meio
de diversas instituições. A pessoa física, no mercado à vista,
representa cerca de 16% do volume negociado10 ; as instituições
financeiras representam cerca de 40% e os investidores estran-
geiros cerca de 25%. Os investidores do tipo "pessoa física" re-
presentam uma substancial parcela capaz de tumultuar o merca-
do.

Tenha um plano de investimento

Zaremba11, recomenda que você tenha um plano de investi-


mento que
nada mais é do que um esforço consciente e orde-
nado de aplicar seu dinheiro. Você deverá acompa-
nhar resultados, diversificar investimentos, procu-
rar atender objetivos de renda e crescimento do
patrimônio que respondam aos seus anseios pes-
soais.

Ter um plano de investimento significa pensar no melhor


modo de alocar as suas poupanças em investimentos. Operar
com ações, a longo prazo, tende a trazer mais benefícios do que
quaisquer outros tipos de aplicação12 . Mas, você deve operar

10
Soma dos volumes de compra e venda. Para conhecer o grau da
participação dos investidores na Bolsa de São Paulo, consulte:
www.bovespa.com.br ➾ INFORMAÇÕES DO MERCADO ➾ PARTICIPA-
ÇÃO DOS INVESTIDORES.
11
ZAREMBA, Victor. Cuidando do seu dinheiro. São Paulo: Saraiva,
1997
12
O que é compatível com o risco: maior o risco maior a lucratividade.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

TENHA POSTURA ADEQUADA 55

como investidor e como especulador. Destine parte da sua pou-


pança e a administre como investidor13 ; outra parte administre-a
como especulador — é mais arriscado, mas muito mais emocio-
nante.

Dez regras para você seguir

Não é difícil ser um tonto despassarado no mercado de


ações. Você evitará isso tendo um conjunto de regras balizando
suas atitudes. Acho de bom alvitre seguir os seguintes conse-
lhos:

1. - Tenha uma orientação básica de operação:


tenha uma técnica para selecionar ações e uma
técnica para acompanhar ações;
2. - Não siga nenhum serviço de informações: Li-
mite-se, de vez em quando, a dar uma espiada nas
revistas especialistas;
3. - Não dê ouvidos a boatos;
4. - Não leia comentários sobre as Bolsas;
5. - Lide apenas com ações de grande liquidez —
aquelas que pertencem ao índice da Bolsa — para
operar como especulador. Ações com baixa liquidez
só podem ser operadas como investidor;
6. - Não diversifique exageradamente a sua car-
teira: no máximo acompanhe dez ações;
7. - Tenha um plano de investimento: planeje o
que vai aplicar em ações, dividindo a poupança em
duas estratégias: uma de longo prazo — adminis-
trada pelos princípios dos investidores — outra de
curto prazo — administrada mais dinâmica e
emocionantemente sob os princípios do
especulador;
8. - Aplique na bolsa apenas o que tiver poupado.
Jamais venda algo ou tome empréstimos para apli-
car na Bolsa;

13
Buscando empresas com bons dividendos, orientando-se pelo
cash-yield, por exemplo.
MANUEL MEIRELES

56 TENHA POSTURA ADEQUADA

9. - Espere o fechamento do pregão para ver as


cotações: evite ficar on-line, acompanhando a todo
o instante as cotações. Isto gera ansiedade e ten-
derá a fazer com que você comece a atuar como
um tolo. Poupe-se. Tenha calma. Não se angustie.
Se você não for capaz disto caia fora do mercado:
você não é suficientemente forte para o negócio da
Bolsa;
10. - Não comente seus negócios com ninguém
nem divulgue a composição da sua carteira.

Luís Eduardo de Assis14 recomenda algumas regras práti-


cas de sobrevivência na selva financeira:
1. Estabeleça um objetivo. Saiba o que você quer;
2. Conheça seu perfil de risco. A cada perfil
corresponde um produto — ou uma combinação
de produtos — diferente;
3. Espere o seu momento. O tempo é seu aliado:
nos últimos dez anos, um investidor que permane-
ceu 18 meses na bolsa teve 4,5 vezes mais
chances de dobrar o capital investido que outro
aplicador que tenha ficado apenas 6 meses;
4. Confie seus investimentos a um administrador
profissional;
5. Diversifique suas aplicações;
6. Rejeite dicas em geral;
7. Seja disciplinado. Invista regularmente.

Recomendações

Nesta obra, você verá inúmeros métodos para seleção e


acompanhamento de ações. Siga um dos métodos recomenda-
dos ou quaisquer outros, mas siga. Tenha uma filosofia de atua-
ção e não se deixe levar por boatos ou "informações especiais".
Não abandone a sua postura perante o mercado: investi-

14
ASSIS, Luís Eduardo. A ansiedade mata. Exame, 697 (suplemen-
to), p.32-3
A arte de operar na Bols@ pela Internet

TENHA POSTURA ADEQUADA 57

dor ou especulador. Recomendo que especule com apenas uma


parte do seu dinheiro. Como investidor você deve orientar-se pelo
Cash-yield, tendo um horizonte de longo prazo; como especulador
oriente-se fazendo uso de quaisquer outros indicadores. Mas, siga
o que o indicador informa. Outra coisa: não aplique na Bolsa di-
nheiro que não constitua sua poupança. Bolsa é investimento;
investimento é poupança. Aplique, portanto, as sobras do seu
orçamento doméstico.
Uma vez selecionadas as ações que deve acompanhar com
atenção — de 6 a 10 — atualize as suas planilhas diariamente e
compre ou venda de acordo com o que indica a técnica. Não seja
ansioso: não "antecipe" compras ou vendas. Se o seu indicador
não mandar comprar, não compre — fique fora do mercado.

O investidor em ações, que é cuidadoso, via de regra se-


gue três recomendações básicas:
1. Careful selection (seleção cuidadosa);
2. Wide diversification (ampla diversificação);
3. Constant supervision (supervisão constante).
Uma seleção cuidadosa, significa escolha de boas empre-
sas - empresas que possam gerar resultados positivos e, desta
forma, ter suas ações crescendo, em valor, na bolsa. As técnicas
para uma seleção cuidadosa você verá adiante, no Capítulo 6.
Ampla diversificação, significa seguir o ditado de não co-
locar todos os ovos na mesma cesta. Há autores que afirmam
que nenhuma ação deve representar mais do que 5% de toda a
carteira - o que significa ter pelo menos uma carteira de 20 títu-
los. Análises estatísticas, porém, demonstraram que cinco ou
seis ações, de empresas de setores diferentes, são suficientes
para constituir uma carteira adequadamente diversificada. Embo-
ra devamos ter uma meia dúzia de ações na nossa carteira, deve-
mos fazer o acompanhamento de uma dezena delas.
Constante supervisão, significa acompanhar o desempe-
nho das ações no mercado.

Operando ou não pela Internet você deve ter bem presente


estas recomendações.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 59

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 3
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 61

Não faz sentido você pretender operar no mercado de ações


e não possuir um adequado banco de dados, porquanto o merca-
do de ações é muito técnico e exige do investidor uma atenção
especial. Desta forma, você deve ter um banco de dados sobre o
mercado de ações: um conjunto de dados racionalmente arma-
zenados que expressem os itens mais importantes sobre as
ações, os indicadores de mercado e as empresas.
Você pode, obviamente, operar com base na intuição, em
palpites de terceiros ou por algum outro meio. Claro que pode.
Mas é algo que sai muito caro. Se pretender operar no mercado
de ações sem estar apoiado em um método, sugiro que gaste
seu dinheiro de outra forma: apostando em cavalos. Pelo menos
é mais emocionante.

A necessidade de informação

Um investidor - seja qual for o seu holding period1 -


necessita de informações, e o tipo de informações depende do
método que usa. Quando se opera com ações deve-se ter dois
métodos:
a) um para escolher as empresas das quais deve operar
com ações na Bolsa de Valores — é o método de seleção de
ações
b) outro para saber quando comprar e vender ações das
empresas escolhidas — é o método de acompanhamento de
ações.

Dependendo dos métodos que faça uso, você necessitará


de um conjunto de informações. Se você fizer uso do indicador

1
Período de tempo em que um investidor mantém ações de uma
empresa
MANUEL MEIRELES

62 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

KM e do oscilador SMI — como recomendo, você deve obter


algumas informações específicas, a saber:
a) o indicador KM exige os balanços das empresas;
b) o método do oscilador SMI requer o comportamento di-
ário da ação na Bolsa, isto é: os preços mínimo, máximo, médio,
de fechamento, oferta de compra e oferta de venda. Requer tam-
bém o valor de um deflator, que geralmente é um índice como o
IGP-M ou semelhante.

Considerando estes dois métodos, para operar você preci-


sa ter:
I) Balanços de todas as empresas constituintes do Ibovespa
(para através deles fazer o ranking do indicador KM) Os dados
necessários ao cálculo deste indicador devem estar armazena-
dos em planilhas no computador. Você só acompanhará as 10
empresas com o melhor indicador KM. Trimestralmente, com
novos balanços, você recalculará o ranking. Recomendo uma
planilha para cada empresa, onde os balanços sucessivos vão
sendo gravados.
II) Informações Gerais e Eventos das empresas. Estas in-
formações podem estar na mesma planilha dos balanços. São
dados referentes à empresa e ao setor em que a empresa atua, e
informações úteis para tomada de decisão: quantidade de ações,
dividendos, bonificações, subscrições, etc.
III) Deflator diário. Você construirá um deflator diário funda-
mentado no IGP-M, que é mensal. Deve-se usar uma planilha
para conter o deflator.
IV) Dados dos pregões: Ibovespa e as 10 ações sob acom-
panhamento diário.

E onde você encontra as informações de que necessita?


Em alguns veículos, a saber:
❑ No jornal diário Gazeta Mercantil;
❑ Na Internet

O objetivo principal deste capítulo é capacitá-lo a encon-


trar e entender as informações que precisará para operar.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 63

Bolsas & Bolsas


No mercado financeiro encontramos dois tipos de bolsas:
a) as Bolsas de Valores - nas quais são negociadas ações,
opções, recibos e outros direitos referentes ao capital social das
Sociedades Anônimas de capital aberto; e
b) as Bolsas de Mercadorias & Futuros - bolsas onde se
negociam os chamados derivativos, commodities (mercadorias)
e índices.

Nas Bolsas de Mercadorias os investidores negociam:


a) metais: ouro, prata, platina, cobre, paládio, alumínio,
chumbo, estanho, zinco, etc.
b) carnes: gado em pé, suínos, frango, etc.
c) moedas estrangeiras: franco suíço, marco alemão, iene
japonês, libra esterlina, dólar canadense, etc.
d) taxas de juros: letras do tesouro, letras hipotecárias,
obrigações do tesouro, etc,
e) cereais: soja, milho, trigo, aveia, cevada, centeio, óleo
de soja, farelo de soja, etc.
f) outros produtos: café, cacau, algodão, suco de laranja,
lã, ovo, batata, açúcar, borracha, madeira bruta, madeira com-
pensada, etc.
g) índices: diversos índices, como o Ibovespa.

Aqui não nos ocuparemos disso. Vamo-nos ocupar, nesta


obra, essencialmente das Bolsas de Valores e da negociação de
ações.

Fontes de Dados
Para você, que pretende operar com ações, há duas
grandes fontes de dados, como viu: a Gazeta Mercantil e alguns
sites na Internet.
Tradicionalmente os jornais são as principais fontes de da-
MANUEL MEIRELES

64 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

dos para os investidores. O Boletim da Bolsa de Valores de São


Paulo é publicado no jornal Gazeta Mercantil. É deste jornal que
você pode extrair os dados que os métodos de seleção e acom-
panhamento de ações requerem.
Dispondo de computador você, via Internet, pode acessar
também os dados de que necessita. Os dados, essencialmente
são os mesmos: unicamente muda a fonte.
Desta forma, para cada tipo de dado informarei onde ele
pode ser encontrado dentro da Gazeta Mercantil e dentro da
Internet.

Gazeta Mercantil

A Gazeta Mercantil é um dos mais importantes jornais do


Brasil - se não o mais importante - e deve ser de leitura obrigató-
ria por parte do investidor. Ele é editado simultaneamente em
diversas capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador,
Porto Alegre, Belo Horizonte e Belém), o que lhe dá um caráter
nacional.
Além de inúmeros suplementos a Gazeta Mercantil é cons-
tituída basicamente por 3 cadernos:
a) Caderno A, que se ocupa do noticiário Nacional, Política,
Legislação e Internacional;
b) Caderno B: Finanças & Mercados, que se ocupa de:
Finanças, Bolsas, Fundos, Commodities, Indicadores e
Agribusiness;
c) Caderno C: Empresas & Carreiras que se ocupa de:
Empresas, Informática & Telecomunicações, Administração &
Marketing.
Os cadernos B e C são muito importantes para os investido-
res, pois eles possuem os dados primários para alimentar os
algoritmos (isto é, as fórmulas) das técnicas de seleção e acom-
panhamento de ações.
Particularmente eu coleciono, há anos, o caderno B Finan-
ças & Mercados, além de uma página do caderno Empresas &
Carreiras: aquela que contém a seção Bovespa. Veremos adi-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 65

ante o motivo disto.


Além disto, a Gazeta Mercantil possui um centro de infor-
mações eletrônicas que presta alguns serviços aos leitores, a
saber:
— InvestNews: serviço de informações eletrônicas em tem-
po real dividido em módulos;
— Gazeta Mercantil On Line: resumo das principais notíci-
as da Gazeta Mercantil, a partir das 5 horas da manhã;
— Real Time News: divulga ao longo do dia notícias de eco-
nomia, negócios e política;
— Cotações: fornece em tempo real as flutuações dos prin-
cipais ativos financeiros negociados no Brasil: dólar, CDB, ouro,
interbancário, etc., bem como taxas de empréstimos;
— Fundos: informações sobre o desempenho de todos os
fundos de investimento;
— Balanços: possibilita a consulta das 17 principais contas
do balanço de 11 mil empresas, a partir de 1990;
- Banco de Dados: Centro de Informações que dispõe de
séries históricas dos indicadores econômicos publicados no jor-
nal;
- Balanços de Empresas: Balanços completos de empre-
sas, a partir de 1996.

O caderno B da Gazeta Mercantil - Finanças & Mercados,


é a principal fonte de dados para o investidor que não dispõe da
Internet. Abra um desses cadernos e observe as partes principais
em que ele se divide, lendo os títulos que dividem o caderno.
Você verá, numa edição típica, algo como:
— Finanças
— Finanças Internacionais
— Bolsas Nacionais
— Bolsas Internacionais
— Fundos de Investimentos
— Commodities Minerais
— Commodities Agrícolas
— Agribusiness
MANUEL MEIRELES

66 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

— Indicadores Nacionais
Para o nosso propósito nos interessa a parte Bolsas Nacio-
nais - e mesmo assim só algumas seções. O conteúdo de cada
uma dessas partes do caderno pode ser assim descrito:

• -Finanças
Informações sobre o mercado financeiro. De importante para
o nosso objetivo o box que contém os principais indicadores da
inflação.
• -Finanças Internacionais
Ocupa-se do mercado financeiro internacional: câmbio em
outros países, juros externos, taxas de juros Libor, etc
• -Bolsas Nacionais
É a parte que mais interessa ao investidor do mercado de
ações. Contém o desempenho das ações e opções nas Bolsas
de Valores - especialmente da Bovespa. Fornece também outras
informações aos investidores.
• -Bolsas Internacionais
Informa sobre os índices de fechamento das principais
Bolsas de valores em todo o mundo e os preços das ações mais
importantes negociadas nas bolsas de: Buenos Aires, Caracas,
Madrid, México, Nova York, Santiago, Taipé, Tóquio e Toronto.
• -Fundos de Investimentos
Informa o desempenho de diversos fundos: Fundos de Ren-
da Fixa, Fundos de Ações e de Carteira Livre.
• -Commodities Minerais
Faz o acompanhamento dos preços das commodities mi-
nerais negociadas nas Bolsas Mercantis estrangeiras: petróleo,
metais, etc.
• -Commodities Agrícolas
Faz o acompanhamento dos preços das commodities agrí-
colas negociadas nas Bolsas Mercantis nacionais e estrangei-
ras: boi, frango, lã, laticínios, ovos, suínos, derivados de suínos;
produtos vegetais: açúcar, algodão, alho, amendoim, arroz, aveia,
batata, borracha, cacau, café, cebola, farinha de mandioca, fei
• — Agribusiness
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 67

• — Indicadores Nacionais
Resumo dos principais indicadores e outras informações.

A hemeroteca de um investidor

Para quem, além da Internet, pretende acompanhar a Gaze-


ta Mercantil, é interessante constituir uma hemeroteca específi-
ca. A palavra hemeroteca veio do grego hemera que significa dia
e de theke, que significa local ou depósito. Hemeroteca é o local
onde se guardam, conservam e são consultados os jornais e re-
vistas ou outras publicações periódicas.
O investidor deve possuir a sua hemeroteca onde possa
pesquisar dados. Particularmente eu coleciono:
1. O caderno Finanças & Mercados colocando na parte
superior direita, com uma caneta de ponta grossa, a data do
pregão;
2. Dentro desse caderno coloco a folha inteira que contém a
seção Bovespa e que está no caderno Empresas e Carreiras;
3. Coleciono também os balanços (e demonstrativos finan-
ceiros) das empresas que fazem parte do Ibovespa - Índice da
Bolsa de Valores de São Paulo.

Particularmente, nunca recorto o balanço ou a seção: eu


arquivo a página completa. Os balanços podem ter sido publi-
cados em qualquer caderno (A, B ou C). A técnica consiste em
colocar dentro do caderno B (Finanças e Mercados) as páginas
inteiras, contendo recortes dos outros cadernos.
Minha hemeroteca de investidor, portanto, consta, do cader-
no Finanças & Mercados da Gazeta Mercantil, complementado
por folhas inteiras destacadas de outros cadernos. Essas folhas
contêm: a seção Bovespa e Balanços das empresas que me in-
teressam.

Internet
As mesmas informações disponibilizadas pela Gazeta
MANUEL MEIRELES

68 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

Mercantil você pode encontrar na Internet. Os websites que pos-


suem os dados que você vai necessitar são:
www.bovespa.com.br e
www.cvm.gov.br.

Mapa do www.bovespa.com.br

Este é o site da Bolsa de Valores de São Paulo. Nele você


poderá encontrar na página A BOVESPA a história da instituição
e outras informações, como as regras de negociação em pregão.
Na página INFORMAÇÕES DO MERCADO, você pode encontrar
as cotações e os índices, incluindo o de até nove pregões anteri-
ores. Encontra também nesta página os títulos negociáveis na
Bolsa ou na página CIAS LISTADAS, você encontrará informa-
ções sobre as empresas ou na página SOCIEDADES
CORRETORAS, você encontra a lista de todas as Sociedades
Corretoras (Membros e Permissionárias) com assento na Bovespa,
mas é na página HOME BROKER que você encontra a lista das
corretoras que operam via Internet2 .

Mapa do site www.bovespa.com.br

A CVM — Comissão de Valores Mobiliários, tem a função


de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de valores mobiliá-
rios, de forma a assegurar o exercício de práticas eqüitativas e
coibir quaisquer tipos de irregularidades.
É para esta instituição que as companhias abertas de-
vem enviar os seus relatórios, cujo tipo, prazo e periodicidade de
entrega obedecem à seguinte tabela:

2
No momento em que escrevo — final de janeiro de 2000 — existem
15 sociedades corretoras que possuem Home Broker, isto é, permi-
tem que o cliente opere via Internet. Obviamente que a tendência é
todas as corretoras se conectarem ao sistema.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 69

TIPO PERIOCIDADE PRAZO DE ENTREGA


IAN: Informações anuais anualmente Até 31.05
DFP: Demonstrações
Financeiras Anualmente Até 31.03
Padronizadas
DF: Demonstrações
anualmente Até 31.03
Financeiras
ITR: Informações
trimestralmente Até 30.03; 30.06 e 30.09
Trimestrais
São estes relatórios, que as companhias enviam para a CVM,
que devem ser consultados de forma a se buscar os dados ne-
cessários às técnicas de seleção. Os relatórios podem ser tam-
bém obtidos no site www.cvm.gov.br/pub/cvm

O site da CVM na sua página CIAS ABERTAS, apresenta


as Demonstrações Financeiras das empresas que operam na
Bolsa. Para fazer, entretanto, a leitura de tais relatórios é neces-
sário fazer uso de um programa especial, que a própria CVM
fornece3 .

Portanto, as informações vitais podem ser buscadas na


Internet ou na Gazeta Mercantil. O foco da leitura de um investi-
dor nas Bolsas de Valores são as notícias referentes às empre-
sas de capital aberto, cujas ações são negociadas no pregão.

Programas de Leituras dos Relatórios

A CVM disponibiliza no seu site o programa que permite


ao investidor consultar os relatórios das companhias abertas. Para
obter a versão integral basta fazer um download do Divext: Siste-
ma de Divulgação Externa. Este programa permite o acesso aos
relatórios que as companhias abertas enviam periodicamente à
CVM.
O Sistema de Divulgação Externa — ITR/DFP/IAN, foi de-
senvolvido pela Bovespa em apoio à CVM. Uma vez obtido este

3
Os programas do Sistema de Divulgação Externa possuem ver-
sões para Windows 95 e para DOS.
MANUEL MEIRELES

70 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

programa, no site da CVM www.cvm.gov.br ➾ COMPANHIAS


ABERTAS e indique o tipo de consulta:
■ Demonstrações Financeiras ou
■ Dados cadastrais.
Na janela de Busca, coloque a palavra chave referente à
empresa que deseja. Por exemplo: Perdigao (não use acentos).
Clique em Busca e aguarde o resultado da pesquisa. Ser-
lhe-á informado a quantidade de companhias selecionadas. Sele-
cione a companhia que deseja e clique em Entrar. Surge uma
lista de diversos relatórios do tipo ITR, DFP ou IAN com o indicativo
do tamanho do arquivo em Bytes e a data de disponibilização.
Clique sobre o relatório desejado e automaticamente começa a
fazer-se o download.
Para arquivar adequadamente o subdiretório de destino,
clique no diretório DIVEXT, na pasta DADOS e selecione a
subpasta correspondente. No caso de um relatório ITR selecione
a subpasta ITR. Complete o download.
O arquivo é gravado com uma definição do tipo: 01629999.wtl,
onde:
■ As primeiras 5 posições (no exemplo: 01629) contêm o
código de registro da empresa na CVM. É o caso da Perdigão
SA;
■ As 2 posições seguintes (no exemplo: 99) indicam o ano
do término do período informado;
■ A última posição indica o mês de término do período
informado, utilizando 1 a 9 para os meses de janeiro a setembro
e A, B, 0, para os meses de outubro, novembro e dezembro.
A extensão dos arquivos contém 3 letras:
♦ W na primeira posição;
♦ T, F ou A na segunda posição: T indica ITR; F indica DFP
e A indica IAN;
♦ L, M ou N na terceira posição: L indica demonstrações
financeiras apresentadas, segundo o critério da Legislação
societária; M indica demonstrações financeiras, segundo o crité-
rio de Moeda de capacidade aquisitiva constante (nos casos de
ITR ou DPF); N para IAN.
Para ter acesso ao arquivo gravado, você deve fazer uso do
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 71

programa Divext. Feche inicialmente todos os programas que


estiver usando e abra Divext. Selecione em Abrir, Carregar Arqui-
vo. Com o cursor selecione o arquivo que deseja abrir nos
subdiretórios ITR, DFP ou IAN. O arquivo selecionado será
descompactado.
Por meio do Divext, é possível ter acesso (para visualizar ou
imprimir) a todo o relatório ou qualquer parte dele — o que se
denomina quadro
Um relatório típico, como o ITR, constitui-se em cerca de 30
páginas. Por exemplo, o relatório 01629999.wtl, da Perdigão SA,
referente às informações trimestrais (ITR) com data base em 30/
09/99, constitui-se num total de 32 páginas, comportando alguns
quadros tais como: composição do capital social; características
da empresa; balanço patrimonial; demonstração do resultado;
notas explicativas; comentário do desempenho, entre outros.

Dados que o investidor deve procurar

Você cotidianamente deve estar atento ao mercado. E isso


exige que você procure informações que possam ser relevantes
para a gestão da sua carteira. Essas informações podem ser
tanto procuradas na Gazeta Mercantil quanto na Internet. Abaixo
listarei as informações que devem ser alvo da sua atenção e o
local onde elas são encontradas

Lendo os Relatórios da Bolsa


www.bovespa.com.br ➾ INFORMAÇÕES DO MERCADO
GM: BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO

Para o investidor que opera nas Bolsas de Valores, importa


sobretudo esta parte, que, usualmente se divide em alguns bo-
xes, ou páginas:
• Índice BOVESPA: Comportamento
• Mercado à Vista -Cotações Unitárias
• Mercado à Vista- Lote de Mil Ações
• Concordatárias
MANUEL MEIRELES

72 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

• Fundos e Certificados
• Mercado a Termo (30, 60, ... dias)
• Opções (de compra, venda)
• Avisos
• Ajustes e proventos
• Custódia e Liquidação
• Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
• SENN

Nosso estudo está limitado às ações e à Bolsa de Valores


de São Paulo. Desconsideraremos, portanto, tudo quanto diga
respeito a outros títulos, como as opções, e a outras Bolsas de
Valores. Também não nos ocuparemos dos Fundos (mesmo os
Fundos Mútuos de Ações) nem das operações nas Bolsas de
Mercadorias (commodities e derivativos). Vamos ver, portanto, os
principais boxes da Bolsa de Valores de São Paulo.

BOVESPA- Informações do mercado


www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO ➾
ÍNDICES ➾GM: BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO ➾
RESUMO

Na página referente a Informações do Mercado, em Índices,


podem ser vistas diversas variáveis, tais como :
❑ Comportamento do dia, (dos índices Ibovespa, IBX e IEE);
❑ Máximo e mínimo no ano;
❑ Comportamento das ações que compõem os índices;
❑ Evolução do fechamento;
❑ Gráficos;
❑ Mais informações sobre os índices.

Comportamento do dia

Nesta página, você pode ver como ocorreu a evolução de


A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 73

três índices: o Ibovespa, o IBX e o IEE. Eis um exemplo4 :


Comportamento no Dia
IBOVESPA IBX IEE
Abertura 16.777 3.166 3.560
Mínimo 16.777 3.166 3.480
Máximo 17.104 3.238 3.591
Fechamento 17.091 3.238 3.591
Médio 16.989 3.204 3.529

A primeira coluna mostra os pontos de referência mais im-


portantes de um pregão: o de Abertura que, contraposto ao de
Fechamento mostra a tônica geral do mercado como um todo; o
Mínimo e o Máximo além do valor Médio. Observar que o valor
Médio não é a média dos valores apresentados, mas um valor
ponderado5 . Recomendo que você confronte especialmente a
Abertura e o Mínimo bem como o Máximo com o Fechamento.
Observe no exemplo dado que, no caso do Ibovespa, a Abertura
constituiu o preço Mínimo e que o Fechamento esteve muito pró-
ximo do valor Máximo, denotando um mercado ascendendo firme-
mente.
O valor do Índice Bovespa, (bem como os dos outros índi-
ces) é mostrado em pontos6. O número de pontos representa de
certa forma o valor monetário das ações que constituem uma
cesta especial de ações. Tal cesta constitui uma carteira teórica
de ações, e seu valor serve como indicador do comportamento do
mercado. A carteira teórica é integrada pelas ações que, em con-
junto, representam 80% do valor transacionado à vista nos 12
meses anteriores à formação da carteira. A ação também deve
estar presente, no mínimo, em 80% dos pregões realizados no
período. Ou seja: a carteira teórica constitui-se das ações mais
negociadas na Bolsa. Quadrimestralmente é feita uma reavaliação
que pode incluir ou excluir ações de tal carteira. O Ibovespa, as-
sim, não tem um número fixo de ações — pois constitui-se do
conjunto de ações que representam 80% do valor transacionado

4
Referente ao pregão do dia 30.12.1999.
5
Considera o preço médio das ações que constituem o índice e a
quantidade negociada.
6
Equivalente a um montante em moeda corrente
MANUEL MEIRELES

74 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

— mas seus número, ao longo dos últimos anos, tem oscilado


entre 47 e 53. Podemos dizer que cerca de 50 ações respondem
por 80% do valor transacionado e constituem o Ibovespa.
O Índice não ultrapassa o valor de 100.000 pontos: quando
ele está próximo de ultrapassar este limite o Ibovespa é dividido
por 10. Assim, quando o índice chega a 98710, por exemplo, ele
passa para 9871. Isto ocorreu diversas vezes ao longo dos anos,
unicamente para efeito de divulgação, de forma que não podemos
comparar o índice atual com algum índice no passado, sem sa-
bermos quantas vezes ocorreu este ajuste7 .
Os outros índices — o IBX, Índice Brasil, constituído pelas
100 ações mais negociadas e o IEE, Índice setorial composto
pelas ações do setor elétrico — devem ser analisados da mesma
forma.
O valor de Fechamento do Ibovespa deve ser acompanhado
por meio de gráficos de médias móveis, como veremos adiante. É
aqui que você deve vir buscar a informação.

Máximo e mínimo no ano

Este box dá uma informação geral sobre o comportamento


do mercado como um todo, mostrando como está o pregão cor-
rente em relação aos pontos Máximo e Mínimo. O box indica não
só os valores para esses dois pontos mas, também, as datas em
que eles ocorreram. Pelo exemplo, observa-se que o Ibovespa e o
IBX fecharam o ano de 1999 no climax. O mesmo não ocorreu
com o IEE, cujo ponto máximo ocorreu em 30/3/99.
Máximo e Mínimo no Ano

IBOVESPA IBX IEE


Máximo M 17.091 3.238 5.291
30/12/99 30/12/99 30/3/99
Mínimo 5.057 972 1.075
14/1/99 14/1/99 14/1/99
7
Consulte a página www.bovespa.com.br ➾A BOVESPA ➾MERCADOS
E ÍNDICES DA BOVESPA para ver a Carteira Teórica do Índice Bovespa
vigente e a Metodologia do Cálculo. Na Metodologia você poderá ver
as datas em que ocorreram ajustes no Índice.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 75

Comportamento das ações que com-


põem os Índices
Este box é muito importante para o investidor que acompa-
nha a Bolsa, e fonte de informação relevante para a LAD — Linha
de Ascensões e Declínios, técnica que veremos adiante. Eis um
exemplo:
Comportamento das Ações que compõem os Índices

IBOVESPA IBX IEE


Altas 33 71 11
Baixas 9 22 3
Estáveis 2 10 2
Sem Neg. 44 106 16
Total 44 106 16

Neste box tem importância decisiva a quantidade de ações,


do Ibovespa, que subiram (Altas) e desceram (Baixas). Observe,
no exemplo, que todas as ações do índice foram negociadas.

Evolução dos fechamentos

Este box fornece informações sobre a variação dos índices


em relação a alguns períodos temporais. Considerando o exem-
plo abaixo, observa-se que o Ibovespa, em relação ao dia anterior,
teve seu Fechamento incrementado em 2,41% e no ano
incrementou 151,92%.
É preciso tomar atenção ao título da informação
disponibilizada:
❑ No dia, significa a evolução ocorrida no índice
entre a Abertura e o Fechamento;
❑ Ontem, expressa a evolução entre o Fechamento
de hoje e o Fechamento do pregão anterior;
❑ Na semana, indica a evolução ocorrida na se-
mana que está correndo, e cujo início foi a última se-
gunda-feira. Se você se encontrar numa quinta-feira, o
indicador expressa a variação ocorrida desde segun-
da-feira;
MANUEL MEIRELES

76 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

❑ Em uma semana, indica a evolução ocorrida nos


últimos 7 dias;
❑ No mês, indica a evolução considerando o iní-
cio do mês corrente. Se você se encontrar no dia 12, o
indicador exprimirá a evolução dos 12 primeiros dias
do mês corrente;
❑ Em um mês, considera a evolução do índice
nos últimos 30 dias, ou, mais precisamente, a varia-
ção experimentada em relação ao mesmo dia do mês
anterior;
❑ No ano, indica a variação tomando como refe-
rência o dia primeiro de janeiro;
❑ Em uma ano, toma como referência os 365 dias
anteriores. No exemplo abaixo, como se refere ao pre-
gão de 30/12/1999, obviamente a variação no ano e
em um ano coincidem.

Evolução dos Fechamentos


IBOVESPA IBX IEE
No dia +1,89% +2,33% +1,92%
Ontem +2,41% +2,23% +0,48%
Na semana +7,13% +6,67% +5,56%
Em uma semana +7,13% +6,67% +5,56%
No mês +24,04% +22,68% +12,32%
Em um mês +24,04% +22,68% +12,32%
No ano +151,92% +153,96% +132,56%
Em um ano +151,92% +153,96% +132,56%

Gráficos
Nesta página você pode observar os gráficos do dia, do
mês e de 120 dias, referentes aos índices Ibovespa, IBX e IEE.
Obviamente, é uma página para consulta rápida.

Mais informações sobre os Índices


Nesta página, você encontra informações sobre a compo-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 77

sição e metodologia dos índices Ibovespa, IBX e IEE. Para cada


um destes índices você encontrará os seguintes tópicos:

❑ Introdução;
❑ Índice Ibovespa (ou IBX ou IEE);
❑ Aspectos Metodológicos do Índice;
❑ Ajustes do Índice;
❑ Composição Atual da Carteira (período de vigência).

É claro que esta é uma página que você não pode deixar de
consultar, especialmente se não conhecer muito bem como os
índices são constituídos e operados.
Nesta página, você encontra também informações comple-
mentares sobre o funcionamento do mercado. Veja, por exemplo
o que é e como opera cada um dos mercados:
❑ Mercado a Vista;
❑ Mercado a Termo;
❑ Mercado de Opções:
• Opção Ibovespa;
• Opção IBX.

VOLUMES NEGOCIADOS
www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO➾
OPERAÇÕES ➾GM: BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO ➾
RESUMO

Na página Operações, é possível tomar pulso do montante


negociado pelo mercado. No box Resumo do Dia, pode-se ver a
participação de cada tipo de negócio: ações, opções, mercado a
termo, etc.

BOLETIM
www.bovespa.com.br ➾ INFORMAÇÕES DO MERCADO
➾BOLETIM GM: EMPRESAS & CARREIRAS ➾ BOVESPA
MANUEL MEIRELES

78 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

Esta página contém informações muito importantes para o


investidor. O próprio site indica o seu conteúdo e sua finalidade:
O Boletim é um novo serviço que a BOVESPA está co-
locando à sua disposição e que reúne Comunicados
recebidos das Empresas negociadas na BOVESPA,
informações sobre Subscrições, Assembléias,
Proventos, Leilões, Mercados de Opções e a Termo,
Custódia e Liquidação, além de muitas outras.
Para obter essas novas informações, basta transferir
os arquivos abaixo, através de download:

Estão disponibilizados os Boletins referentes aos últimos


dez pregões. O download é um arquivo zipado nomeado bolxxyy,
por exemplo: bol3012. Algumas informações disponibilizadas re-
ferem-se a:
❑ Informativo;
❑ Comunicados;
❑ Empresas.

INFORMATIVO

Este box contém informações que interessam aos investi-


dores e aos corretores. São informações sobre algumas altera-
ções que ocorrem nas ações, geralmente decorrentes de proventos,
previstas para o próprio ou próximo pregão.

Alterações no pregão

A leitura atenta desta seção permite extrair informações re-


ferentes aos lotes padrão de cada ação. Na Bolsa de Valores,
para cada ação, há um determinado lote padrão - quantidade
mínima de ações que podem ser negociadas no pregão, sem que
a operação seja considerada no "mercado fracionário". Um inves-
tidor pode comprar ou vender um ou mais lotes padrões; se a
quantidade não alcançar o lote padrão as ações devem ser nego-
ciadas no mercado fracionário - geralmente a preços inferiores.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 79

A lista do lote padrão, para cada ação, é periodicamente


publicada pela Bolsa; mas também pode ser obtida parcialmente
pela leitura dos quadros "alterações". De qualquer forma, se o
investidor pretender dar uma ordem que não seja lote padrão ou
múltiplo inteiro deste o Corretor informa isso.

Exemplos:
Alterações no pregão de 30/12/99
BANESTADO - Ações nominativas ex-subscrição. As ações ex
continuam sendo negociadas com distinção de dividendo. Direitos
até 20/1/2000.
MERC BRASIL/MERC FINANC - Ações escriturais ex-juros.

Alterações previstas para o pregão de 3/1/2000


ANTARCT NORD/DROGASIL/ELETROBRÁS/POLAR/
EMBRATEL PAR/TELE CL SUL/TELE CTR SUL/TELE
NORD CL - Ações escriturais ex-juros.
BRAHMA - Ações escriturais ex-juros. As ações PN ex
continuam a ser negociadas com distinção de dividen-
do.
CIM ITAÚ/MAGNESITA/SEG MIN BRAS - Ações
nominativas ex-juros.
RCTB 31 e 41 - Ex-juros.
ITAUBANCO - Ações escriturais ex-juros mensais.
ITAUTEC - As ações PNA passam a ser negociadas
com distinção de dividendo.
MERC S PAULO - Ações escriturais ex-dividendo men-
sal.
PETROBRÁS BR - Os atuais bloqueios em circulação
no mercado perdem a validade para negociação em
razão da adoção do sistema escritural OT-1 Bradesco.

COMUNICADOS

No Boletim, você também toma conhecimento de comuni-


cados das empresas ao público. Eis um exemplo de comunica-
do:
MANUEL MEIRELES

80 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

LEILÃO DE VENDA DE AÇÕES DE PROPRIEDADE DA


PREFEITURA MUNICIPAL DE OLIVENÇA/AL NA
BOVESPA
Papel/Tipo/Código/ Quantidade/ Preço Mínimo R$
Petrobrás ONPETR3 /23.786 335,00/mil ações
Petrobrás PN/PETR4/8.853 420,00/mil ações
Dia, horário e local: 4/1/2000, das 13h35 às 13h50, no
Sistema Eletrônico; Intermediadora: SLW CVC Ltda.
(110).
A Corretora informou que se trata de ações de proprie-
dade da Prefeitura Municipal de Olivença, Estado de
Alagoas, e que a venda dessas ações foi autorizada
conforme Lei 0018/99, de 23/11/99, de acordo com as
Instruções CVM 286, de 31/7/98, e 318, de 15/10/99.
Notas da BOVESPA: será permitida a livre interferência de
Corretoras compradoras e vendedoras no leilão; caso ocorra ra-
teio entre as Corretoras, o mesmo critério deverá ser observado
para os clientes.

EMPRESAS

Neste box, são encontradas as informações de interesse


geral dos acionistas das empresas, tais como: avisos, distribui-
ção de proventos, resumos das Atas das Reuniões das Assem-
bléias Gerais e semelhantes.

Avisos aos acionistas


www.bovespa.com.br ➾ INFORMAÇÕES DO MERCADO
➾BOLETIM GM: EMPRESAS E CARREIRAS ➾ BOVESPA

As companhias de capital aberto têm milhares (e muitas


delas: milhões) de acionistas. E a Lei das Sociedades Anônimas
obriga que os acionistas sejam informados, através de anúncios
veiculados em jornais de grande circulação, de certos eventos.

Eis um exemplo de um Aviso aos Acionistas:


A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 81

PETROBRÁS DISTRIBUIDORA • Atendimento aos Acionistas.


Em decorrência da rescisão contratual da prestação de serviço pelo
Banco Itaú, a partir de 3/1/2000 o atendimento aos acionistas da
Empresa será prestado pelo Banco Bradesco S.A. Os atuais bloque-
ios em circulação no mercado terão validade para liquidar as opera-
ções realizadas até 30/12/99, inclusive, e serão aceitos para depósi-
to até 6/1/2000. Após essa data os bloqueios não depositados per-
derão sua validade, devendo ser substituídos.
Nota: a partir de 3/1/2000, os atuais bloqueios em circulação
no mercado perdem a validade para negociação, em razão da ado-
ção do sistema escritural OT- 1 Bradesco.
Fonte: www.bovespa.com.br ➾ Informações do mercado ➾ Bo-
letim (dia 29.12.1999)

Distribuição Pública de Ações

Os acionistas, ou potenciais acionistas, são informados de


que a empresa está recorrendo ao mercado para aumentar o seu
capital social. Ás vezes, tais avisos são acompanhados de arti-
gos. Por exemplo, ao lado do aviso de distribuição pública de
ações da Lorenz, numa determinada edição, a Gazeta Mercantil
noticiava: Lorenz emitirá ações para investir. E continuava:
Companhia quer captar $18 milhões e montar uma
nova fábrica de amidos especiais.
Por um bom tempo, a Lorenz foi uma das companhias
abertas que os investidores mal davam atenção. Sua
linha de produtos ajudava a situação. Ela incluía con-
servas, condimentos, adesivos vegetais e até máqui-
nas para a indústria alimentícia. No ano passado fo-
ram acrescidos novos itens: os amidos modificados
de milho e mandioca. Poderia ser uma forma de com-
plicar ainda mais seu entendimento, mas foi justamen-
te aí que a empresa resolveu sair a campo para mos-
trar que é um bom negócio.

A reportagem, de autoria de Hilton Hida, ainda trazia a evo-


lução das cotações das ações Lorenz PN, que estavam beirando
o valor $20,00 por lote de 1000 ações. A subscrição pelos inves-
tidores a R$16,00 o lote de 1000, era interessante para os atuais
MANUEL MEIRELES

82 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

acionistas.
Caso um acionista não tivesse interesse em subscrever as
ações a que tem direito, ele poderia vender esse seu direito de
subscrição a um terceiro.
Observe-se que a Companhia Lorenz estava captando di-
nheiro ($18 milhões) para ampliar seus negócios - no caso, mon-
tar uma nova fábrica. Ela estava dando 1000 ações ao investidor
e, em troca, recebia $16 do investidor. Este negócio opera-se no
mercado primário.
O investidor, de posse das 1000 ações pode recorrer ao
mercado acionário para negociar as ações que possui, venden-
do-as para outro investidor no pregão da Bolsa de Valores ao
preço que desejar.
No primeiro caso, a Lorenz capta dinheiro, inverte-o numa
nova fábrica para realizar lucros de forma a distribuir dividendos
aos acionistas - aos portadores das suas ações no momento em
que ela distribuir os dividendos. No segundo caso, o investidor, na
Bolsa de Valores negocia as ações que possui. Os mercados
primário e secundário são diferentes - mas interdependentes.
As empresas de capital aberto desejam ter um mercado secun-
dário ativo, que garanta liquidez aos seus acionistas - que garan-
ta que eles, a qualquer tempo, possam comprar e vender ações
sem dificuldade. Embora a empresa não tenha a ver com o lucro
auferido pelo investidor na compra ou venda das suas ações, ela
sabe que um mercado acionário com liquidez possibilita que no-
vos lançamentos de ações sejam levados a cabo com mais faci-
lidade. Se um investidor não vê a possibilidade de converter em
dinheiro o dinheiro que aplicou na compra de ações de uma dada
empresa a tendência é não adquirir ações de tal empresa. Nesta
caso, a empresa tem muita dificuldade para fazer novos lança-
mentos.

Fatos relevantes
As empresas também comunicam aos seus acionistas, ou
potenciais acionistas, fatos importantes para ela e para eles. É o
que se chama de disclosure: revelação de informações, por par-
te da empresa, aos acionistas. É um instrumento imprescindível,
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 83

não só para a tomada de decisão pelo investidor, como para sua


proteção.

Exemplo de informação de fato relevante:


ELETROBRÁS • Fato Relevante
Informou que, com fundamento no disposto nos incisos I, II e III do
art. 31 da Medida Provisória 1.985-22, de 10/12/99, a União foi auto-
rizada a reembolsar à Eletrobrás valores correspondentes a: custo
excedente de geração de energia nucleoelétrica pela Usina de An-
gra I, determinado em relação ao custo de geração de energia hidre-
létrica por usina de semelhante capacidade; investimentos comple-
mentares efetuados na Usina Angra I, a partir de 1º/1/85; e gastos
efetuados, com recursos próprios, na construção das usinas
nucleoelétricas de Angra II e Angra III, até 31/12/80. Em virtude des-
sas disposições legais foi assinado, em 17/12/99, contrato de con-
fissão e quitação de dívidas entre a União e a Eletrobrás, com a
interveniência de Furnas Centrais Elétricas S.A. e Eletrobrás
Termonuclear S.A. - Eletronuclear, no valor de R$ 2.487.988.146,60,
posição em 30/11/99, para equacionamento do pagamento das re-
feridas dívidas, em conformidade com o previsto no art. 32, incisos I
e II, da Medida Provisória citada. Informou ainda que, do montante
acima, R$ 1.805.865.120,56 foram pagos mediante a desobrigação
das dívidas, registradas na Secretaria do Tesouro Nacional - STN,
em nome de Furnas, inclusive aquelas transferidas para a
Eletronuclear, decorrentes dos acordos de refinanciamento das dívi-
das, firmados pela República Federativa do Brasil. O valor remanes-
cente de R$ 682.123.026,04 foi pago mediante a emissão de ativos
securitizados, por meio do efetivo registro escritural de 677.425 ati-
vos JSTN_A005, no Cetip.
Fonte: www.bovespa.com.br ➾ Informações do mercado
➾Boletim (dia 23.12.1999)

Editais de Convocação e Resumo de


Atas de Assembléias Gerais
www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO
➾BOLETIM GM: Em página indeterminada

Anualmente, os acionistas devem reunir-se para apreciar o


MANUEL MEIRELES

84 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

Relatório da Administração (Balanço, Demonstração do Resulta-


do e outras informações). Tal reunião deve ocorrer nos primeiros 4
meses após o encerramento do exercício social - que geralmente
é no último dia útil do ano. A essa reunião dos Acionistas se dá o
nome de AGO - Assembléia Geral Ordinária. Mas, a qualquer
altura os acionistas podem se reunir para discutir outros assun-
tos, segundo uma prévia Ordem do Dia. A essa reunião se dá o
nome de AGE - Assembléia Geral Extraordinária. Na maioria das
vezes a Administração da empresa convoca os acionistas para
uma AGOE- Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária.
Para a convocação a Administração da empresa publica
Editais. Observe-se que nesse Edital deve constar a Ordem do
Dia e o alerta de que, para participarem da AG deverão observar o
disposto no artigo 126 da lei 6404/76 8 .
Uma vez realizada a Assembléia Geral a companhia publica
um resumo da Ata dessa Assembléia. Abaixo alguns exemplos
extraídos do site da Bovespa.

DATAMEC • Deliberações de Assembléia


Na AGE de 28/12/99 foi aprovado o cancelamento de registro
de companhia aberta de que trata o artigo 21 da Lei 6.385/76.
O acionista controlador Unisys Brasil Ltda. pretende realizar
oferta pública para aquisição da totalidade das ações do ca-
pital social, ao preço de R$ 1.019,00/mil ações a ser pago a
vista.

Se você tivesse ações da Datamec em carteira, este aviso


seria extremamente relevante, porquanto o acionista controlador
decidiu adquirir todas as ações da Datamec em mãos do público,
pagando R$1019 por lote de 1000 ações.

TELE CENTRO OESTE • Deliberações de Assembléia


Na AGE de 23/12/99 foi aprovada a incorporação da Coverage Parti-
cipações S.A. (controladora), sem alteração do capital social, nos
seguintes termos. O ágio que poderá ser amortizado pela TCO é de

8
A lei das SA exige que as pessoas presentes à assembléia
devem provar a sua qualidade de acionistas" arrolando algumas
normas.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 85

R$ 322.673.331,00, estimando-se a sua utilização integral em cinco


anos, contados da incorporação. Os acionistas da Coverage rece-
berão, em substituição aos direitos de sócios que se extinguirão,
ações de emissão da TCO em igual número, mesma espécie e com
iguais direitos das ações de emissão da TCO atualmente detidas
pela Coverage, que serão canceladas em razão da incorporação.

Pagamento de Dividendos e de Juros


www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO
➾BOLETIM GM: EMPRESAS E CARREIRAS ➾ BOVESPA

Quem investe dinheiro numa aplicação de "renda fixa" rece-


be juros; quem investe dinheiro adquirindo o capital social de uma
empresa aufere dividendos (no caso das sociedades anônimas)
ou lucros no caso das demais empresas.
O dividendo é, desta forma, um dos elementos importantes
para o acionista, quando ele adquire ações de uma empresa. Ele
pode ter a estratégia de adquirir a ação e guardá-la - adotando a
filosofia buy and put away 9 - ou de permanecer um curto perí-
odo de tempo com a ação, esperando que ela suba de preço no
mercado. Mas a subida de preço está, pelo menos teoricamente,
associada ao desempenho futuro da empresa, isto é, à distribui-
ção de dividendos.
Os dividendos são uma parte do lucro que a empresa obteve
num dado período, parte do lucro essa que é entregue aos acio-
nistas na proporção do capital social que cada um tem.
A título de exemplo, admitamos que uma empresa - a Batatix
SA - tenha constituído seu capital, arrecadando $100. Três acio-
nistas entraram com o capital: o acionista A que subscreveu $40,
o acionista B que subscreveu $30 e o acionista C que subscreveu
$30. A empresa recebeu o dinheiro e entregou ao acionista A 400
ações, ao acionista B 300 ações e ao acionista D 300 ações -
num total de 1000 ações.
A empresa ficou com o dinheiro e começou a fazer os seus
negócios - por exemplo, comprar e vender batatas. Os acionistas

9
Filosofia de investimento: a melhor maneira de ganhar é comprar
ações e guardá-las.
MANUEL MEIRELES

86 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

ficaram com as suas ações - podendo fazer com elas o que dese-
jassem.
O acionista A adotou a a filosofia buy and put away e
permaneceu com as 400 ações; o acionista B, que tinha inicial-
mente adquirido 300 ações, ficou com 100 e vendeu 200 para o
(novo) acionista D, na Bolsa, pelo valor de $22; o acionista C, que
inicialmente havia adquirido 300 ações vendeu todas para um ou-
tro (novo) acionista E, pelo valor de $34.
Encerrou-se o exercício social e a Administração da Batatix
SA apurou um lucro de $40. Convocou os acionistas para uma
Assembléia Geral Ordinária. Reunidos, os acionistas delibera-
ram o seguinte: do lucro ($40), $20 seriam distribuídas aos acio-
nistas e o restante seria reaplicado na empresa.
Alguns dias depois da AGO a Batatix publicou um resumo
da Ata da Assembléia Geral e, mais tarde, um aviso de distribui-
ção de dividendos, em que informava que cada ação tinha direito
a receber $0,02 de dividendo (correspondente a $20 dividido por
1000 ações). Desta forma, os acionistas receberam, de dividen-
dos, os seguintes valores:
A: 400 ações. $0,02 = $8,00
B: 100 ações. $0,02 = $2,00
C: (não é mais acionista)
D: 200 ações. $0,02 = $4,00
E:: 300 ações.$0,02 = $6,00
Cabe lembrar que os acionistas atuais não só receberam
dinheiro (os dividendos distribuídos), mas as próprias ações que
possuem também valorizaram. Vamos ver por quê.
A empresa Batatix SA começou com um patrimônio de $100
- correspondente ao valor inicial entregue à empresa pelos acio-
nistas. No primeiro exercício a empresa teve um lucro de $40, e
distribuiu $20 de dividendos. O patrimônio líquido da empresa,
após a distribuição dos dividendos pode ser assim descrito:
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 87

Balanço em 30.12.199x em $
Capital Social 100
Lucros do Exercício 40
Dividendos distribuídos -20
Total do Patrimônio Líquido 120
Quantidade de Ações 1000
Valor Patrimonial de Cada Ação 0,12

Se analisarmos o caso do acionista A, por exemplo, verifi-


camos que ele, logo após ter embolsado os dividendos, possui:
a) 400 ações, cada uma com o valor patrimonial $0,12, no
total de $48,00
b) $8,00 em dinheiro provenientes dos dividendos recebidos
Total: $56,00 .
Lembremo-nos que o acionista A, inicialmente, havia com-
prado as 400 ações por $40.

A título de exemplo, podemos ver abaixo o aviso de distri-


buição de dividendos da COFAP que, em 28.12.1999, deu início à
distribuição de um dividendo de R$0,01606 por ação - por conta
de lucros apurados no exercício social de 1998.

COFAP • Pagamento de Dividendo


Em 28/12/99 dará início ao pagamento de dividendo referente
ao exercício/98, aprovado na AGO de 15/3/99, no valor de R$
0,015823686/ação, sem retenção de IR na fonte. Sobre esse
montante houve correção via Ufir, resultando no valor de R$
0,000236314/ação, no qual incidirá IR à alíquota de 20%. O
valor total corrigido é de R$ 0,01606/ação.

Observando-se o que estatui a Lei das Sociedades Anôni-


mas, a companhia somente pode pagar dividendos à conta de
lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de
lucros. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obri-
gatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no
estatuto, ou, se este for omisso, metade do lucro líquido do exer-
cício diminuído ou acrescido das quotas destinadas à constitui-
MANUEL MEIRELES

88 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

ção da reserva legal, da reserva para contingências e lucros a


realizar. A companhia que levantar balanço semestral, poderá pagar
dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço. O pagamento
de dividendo de ações nominativas será feito à pessoa que, na
data do ato de declaração do dividendo, estiver inscrita como
proprietária ou usufrutuária da ação.
Os proprietários de uma empresa, independen-temente do
tipo dela, seja uma sociedade anônima, seja uma sociedade por
quotas devem, a rigor, apenas receber a sua quota-parte dos lu-
cros. Não faz sentido que um acionista ou um quotista receba
juros do capital investido. Porém10 , as companhias pagam juros
aos acionistas, que são, para efeitos práticos, equivalentes a di-
videndos. O exemplo abaixo11 mostra o pagamento de juros a
acionistas:

PERDIGÃO S.A. o Distribuição de Juros


Na RCA de 22/12/99 foi aprovada a distribuição de juros so-
bre capital próprio, no valor de R$ 0,025062/mil ações, a ser
pago em 29/2/2000. Haverá retenção de IR na fonte à alíquota
de 15%, exceto para os acionistas pessoas jurídicas imunes
ou isentas, que deverão apresentar documentação
comprobatória até 29/12/99
Nota: desde 23/12/99, ações nominativas ex-juros.
Obs.: no pregão de 23/12/99 foi adiada para as 11h30 a
abertura dos negócios com as ações de emissão dessa
Empresa

Observe-se que as ações da Perdigão SA, na Bolsa pas-


saram a ser negociadas EJ - Ex-Juros - a partir da data de
23.12.1999, isto é, no dia imediatamente subseqüente à decisão
da RCA12 . O comprador da ação Perdigão PN*EJ não tem direito
a receber os juros distribuídos pela companhia.

10
Com base no Decreto-Lei 1598 de 26.12.1977, que alterou a
legislação do imposto sobre a renda.
11
Extraído de www.bovespa.com.br do dia 23.12.1999.
12
RCA: Reunião do Conselho de Administração.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 89

Acompanhe um extrato das listagens13 das negociações


das ações PN (Preferenciais Nominativas)14 da Perdigão (Códi-
go PRGA4) alguns dias antes e depois desta data:
Perdigão SA Negs. Qtde.
Código Ação Méd.
Data Realiz. Títulos
14.12.99 PRGA4 PN * 3,01 15 104.500.000
15.12.99 PRGA4 PN * 3,07 27 75.100.000
16,12,99 PRGA4 PN * 3,08 17 47.600.000
17.12.99 PRGA4 PN * 3,00 19 1.193.700.000
20.12.99 PRGA4 PN * 3,09 26 299.700.000
21.12.99 PRGA4 PN * 3,26 15 62.100.000
22.12.99 PRGA4 PN * 3,32 43 389.700.000
23.12.99 PRGA4 PN *EJ 3,29 23 285.200.000
27.12.99 PRGA4 PN *EJ 3,29 23 285.200.000
28.12.99 PRGA4 PN *EJ 3,24 15 509.200.000
29.12.99 PRGA4 PN *EJ 3,21 21 505.700.000
30.12.99 PRGA4 PN *EJ 3,27 15 100.000.000

Pela figura acima, observa-se que os negócios após EJ fo-


ram feitos em 23.12.1999 ao preço médio de $3,29 por lote de mil
ações. O acionista que vendeu a ação nessa data a $3,29
embolsou este valor e ainda tem mais R$0,025062 a receber da
Perdigão SA. Desta forma, o investidor que vendeu a ação em
23.12.99, tem no seu bolso o correspondente a $3,29+$0,025 =
$3,315. Se dividirmos este valor pelo valor médio do dia anterior
($3,32) verifica-se que, ocorreu uma queda no preço médio de
$3,32 para $3,315, ou seja, de seja, de -0,15%. Você verá adian-
te que, por ocasião de proventos estes ajustes devem ser consi-
derados. Seria errôneo considerar a variação existente entre os
dois valores médios.
13
As listagens dos dias 14.12.99 ao dia 29.12.99, foram extraídas de
www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO ➾PREGÕES
ANTERIORES ➾ COTAÇÕES (HORÁRIO REGULAR) ➾ MERCADO À
VISTA ➾ LOTE PADRÃO: COTAÇÃO POR LOTE DE MIL. Como se
pode observar, a Bolsa, dia 31.12.99, disponibilizava 12 pregões: o
do dia 30 e 11 anteriores a essa data. Selecionando com o cursor os
dados da ação e copiando, é possível arquivar tais dados numa
planilha.
14
O asterisco * indica que o preço se refere a lote de mil ações.
MANUEL MEIRELES

90 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

Informações Financeiras
www.cvm.gov.br (para obter as informações)
www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO ➾
BOLETIM (para saber as empresas que disponibilizaram seus
relatórios na Bovespa)
GM: Balanços publicados em páginas indeterminadas. Em
EMPRESAS & CARREIRAS ➾BOVESPA pode-se ver as em-
presas que disponibilizaram seus relatórios.

Os relatórios contábeis são peças muito importantes para


os acionistas e público em geral. É através desses relatórios que
muitos acionistas ou potenciais acionistas definem suas políti-
cas de investimento, determinando quais ações devem comprar e
quanto de cada ação. A CVM- Comissão de Valores Mobiliários
exige que a cada trimestre as empresas de capital aberto, emi-
tam um relatório contábil: Balanço e Demonstração de Resulta-
dos.

É preciso atentar para o fato de as informações contidas


nos Balanços conterem, potencialmente pelo menos, algum des-
vio. Isso se deve ao fato de o governo brasileiro, no esforço de
acabar com a indexação da economia, ter extinto, em 1966, a
correção monetária nos balanços - o que acabou por gerar algu-
mas distorções. Até 1995, as companhias abertas eram obriga-
das a fazer balanços para divulgação ao mercado de capitais com
correção integral - em que todas as contas eram reajustadas para
a moeda do último dia do exercício, eliminando as distorções
provocadas pela inflação. Além desse balanço, as empresas, de
acordo com a legislação societária, devem emitir um outro. Nes-
te, não se aplica a correção integral. Desta forma, as companhi-
as abertas divulgam geralmente dois balanços: um com Corre-
ção Monetária Integral e outro segundo a Legislação Societária.
As distorções entre tais balanços acabam sempre por surgir - e,
às vezes, são expressivas. Por exemplo, no balanço do primeiro
trimestre de 1966, a Cesp pela Legislação Societária teve um
prejuízo de $117 milhões e, pela Correção Integral, lucrou $100
milhões. No balanço do trimestre seguinte, essa mesma empre-
sa apresentava, pela Legislação Societária um prejuízo de $293
milhões e, pela Correção Integral um lucro de $157 milhões.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 91

Jorge Kotani, da Lafis, uma prestadora de serviços ao mer-


cado de capitais diz que
em qualquer circunstância, a correção integral é um
retrato mais fiel da situação das empresas. "A realida-
de da Cesp não é um prejuízo de quase R$300 mi-
lhões, mas um lucro", observa. Outros analistas, como
Marcelo Audi, do Banco Patrimônio, consideram que,
por isso mesmo haverá uma tendência de o mercado
"dar desconto" para as ações de companhias que não
divulguem seus balanços pelo método da moeda cons-
tante. Elas podem alegar razões econômicas para cal-
cular apenas as demonstrações pela legislação
societária. 15

Sob o título "Demonstrações financeiras recebidas pela


Bovespa", no site www.bovespa.com.br, encontra-se a lista das
empresas que entregaram suas demonstrações financeiras obe-
decendo à lei 6404/76 16

Deflator

Você necessita de um deflator que torne possível expressar


os valores das ações em termos de moeda constante. Usando
um deflator, você pode comparar os preços de uma ação ao longo
do tempo, pois os valores estão expressos em uma "moeda for-
te" com poder aquisitivo razoavelmente constante.
O deflator que uso - e veremos adiante como isso é feito - é
a MF$ (moeda forte) derivada do IGP-M — Índice Geral de Pre-
ços- Mercado.

EVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL


www.bovespa.com.br➾CIAS LISTADAS➾DEMONSTRAÇÃO
DA EVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
15
HIDA, Hiltom, Distorções de balanço aumentam. Gazeta Mercantil
30.8.96, p.C-4
16
Também conhecida como Lei das SA
MANUEL MEIRELES

92 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

GM: FINANÇAS E MERCADOS ➾ BOLSAS NACIONAIS


➾ Demonstrativo da Evolução do Capital Social das Empresas (Al-
terações da Semana)17

Esta página é de vital importância para você obter informa-


ções sobre os proventos das ações das empresas que você acom-
panha. O demonstrativo da evolução do capital social informa ao
acionista como se distribui o capital social e quais os direitos que
têm sido distribuídos aos acionistas. A maioria das vezes o in-
vestidor atento sabe, através dos Editais ou de outras fontes,
quais os valores dos direitos referentes a Dividendos, Bonificações
e Subscrições. Mas este quadro faz um resumo completo.
O demonstrativo é apresentado em forma de um quadro
sinóptico com as seguintes colunas:
✓ Empresa / Código - Data — indica o nome da
empresa e o código da empresa, Por exemplo:
FOSFÉRTIL
FFTL
Uma data após o código da empresa indica a partir
de quando as ações passaram a ser cotadas por
unidade. Exemplo:
SUL TEPA
SULT 01/09/94
A partir desta data as ações da Sultepa passaram a
ser cotadas por unidade, e todas as informações
referentes a proventos (dividendos, subscrições,
bonificações) estão com seus valores expressos por
unidade.
✓ Capital Social R$ - Quantidade de ações/mil — Indi-
ca o capital social da empresa e a quantidade de
ações correspondentes. Este valor está dividido por
mil, pelo que o número total de ações deve ser mul-
tiplicado por mil. Por exemplo, no caso da SUL
AMER NAC, cujo código é SASG:
246.837.639
17
Na Gazeta Mercantil este box sai apenas nas edições de segunda
-feira
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 93

1.250.847
Significa isto que a empresa tem um Capital Social
de R$246.837.639,00 dividido por 1.250.847.000
ações.
✓ Forma — indica o modo como as ações foram emi-
tidas:
ES significa ações escriturais;
NO significa ações nominativas.
✓ BON - SUB - DIV — indica a ocorrência de proventos
correspondentes a bonificações, subscrições e divi-
dendos.
✓ Aprovado em — indica a data da Assembléia Geral
na qual o provento foi aprovado. Por exemplo, no
caso da SULTEPA temos:
BON 09/12/94
SUB 03/07/95
DIV 30/04/99
O relatório apresenta sempre o último evento. O con-
teúdo não significa que a SUTELPA apenas conce-
deu uma bonificação, uma subscrição e uma distri-
buição de dividendos, mas sim, que, a última vez
que ocorreram tais eventos foram nessas datas.
✓ Negócios com até — indica a data do pregão no
qual foram realizadas negociações com proventos.
No pregão seguinte ao da data anunciada as ações
foram negociadas ex-proventos.
✓ Percentagens e preços — esta coluna é única para
BON e tripla para SUB e DIV. Convém ler os valores
e as observações contidas na coluna seguinte. Con-
sideremos caso a caso:
■ BON — Percentagem: indica a percentagem da
bonificação. Por exemplo, um valor de 4900
indicaria que o acionista receberia 4900 ações por
lote de 100 ações das quais fosse titular, passan-
do a ter, portanto, 5000 ações.
■ SUB — Percentagem / Preço emissão / Negociac.
Direitos: indica, no caso de subscrição qual a per-
MANUEL MEIRELES

94 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

centagem que o acionista poderia subscrever, qual


o preço que ele deveria pagar pela ação subscrita
(ou lote de mil ações, conforme o caso) e o período
de negociação dos direitos de subscrição na
Bovespa18 . Quando a companhia aumenta seu capi-
tal social, permite que seus acionistas subscrevam
ações, isto é, comprem ações a um determinado
preço — preço de emissão. Obviamente este preço
de emissão tende a ser inferior ao valor de mercado,
já que não faria sentido um acionista comprar uma
ação a $10 da empresa se pudesse comprá-la a $8
na Bolsa. Ocorre justamente o oposto: o acionista
pode comprar a $8 quando a ação está a $10 no
mercado, o que constitui uma boa vantagem. Se o
acionista não quiser subscrever as ações, poderá
vender este direito a terceiros, negociando-os na
Bolsa no prazo indicado. Por exemplo, no caso da
SUTELPA:
SUB 0,09523809 1.000,00 6/7/95 a 28/7/95 Signifi-
ca isto que o acionista que possuísse um milhão de
ações poderia comprar 952,38 ações ao preço de
$1000 cada uma delas.
■ DIV — Valor p/ ord. / Valor p/ pref / relativo a: indica
o valor dos dividendos relativos às ações ordinárias,
o valor relativo às ações preferenciais e a descrição
do exercício aos quais os dividendos se referem. Por
exemplo, no caso da USIMINAS temos:
DIV 0,177436 0,1951796 INTERM/99
Isto significa uma distribuição de um dividendo de
$0,177436 para a ação ordinária, um dividendo de
$0,1951796 para a ação preferencial, referentes ao
Balanço intermediário levantado em 1999. Em ob-
servações pode-se verificar que o início do paga-
mento ocorreu em 20/09/99.

Veremos que os dados constantes do Demonstrativo da


Evolução do Capital Social das Empresas são muito importantes
18
Se o acionista não quiser fazer uso do direito de subscrever ações
ele pode vender esse direito na Bolsa.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 95

para o estabelecimento correto do INDAÇ — o índice da ação,


que será visto no capítulo seguinte.

COTAÇÕES
www.bovespa.com.br ➾INFORMAÇÕES DO MERCADO
ÞCOTA-ÇÕES➾ HORÁRIO REGULAR GM: FINANÇAS & MER-
CADOS ➾ BOLSAS DE VALORES

Na Bolsa de Valores de São Paulo, são feitos inúmeros ti-


pos de negócios. E esses negócios são agrupados por alguma
das suas características. As operações que envolvem o maior
volume de dinheiro são aquelas que representam negociação de
ações em Lotes Padrão e Opções de Compra. Estes tipos de
negócios representam, na maioria das vezes 98%, do volume de
tudo o que foi negociado. Mas há outros tipos de negócios, como
por exemplo:
a) concordatárias - referentes a empresas que pediram
concordata (acordo com os credores). Há um quadro que mostra
os negócios feitos com empresas nesta situação
b) Direitos e Recibos: direitos de subscrição ou recibos re-
presentando ações.
c) Fracionário: negociações fora do lote padrão.

Mercado à Vista

Vamo-nos apenas ocupar do mercado à vista -portanto, do


mercado em que a liquidação se faz praticamente no dia seguin-
te. Na verdade, aquele que compra as ações deve liquidar19 o
negócio no terceiro dia útil não feriado bancário após a ordem de
compra. Por exemplo, se o investidor realizou a ordem na segun-
da feira(D+0), deve pagar na quinta-feira (D+3). Com o que vendeu
acontece o mesmo: vende na Segunda, mas só recebe na quinta.
As informações do quadro Mercado à Vista são muito
importantes para o investidor. Não as informações referentes a
19
O valor total é correspondente ao valor das ações, mais a taxa de
corretagem, mais as taxas da Bolsa.
MANUEL MEIRELES

96 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

um único pregão, mas as informações referentes a vários pre-


gões. Desta forma, o investidor consegue definir a "tendência" da
ação.
Por herança dos sucessivos Planos Econômicos a Bolsa
de Valores herdou diversos problemas. Entre eles, destaca-se o
fato de certas ações serem negociadas unitariamente e outras
em lotes de 1000. O Boletim da Bolsa separa as listagens. Por
convenção, um asterisco (*) após o tipo da ação significa que o
preço indicado se refere a um lote de 100020 ações. Por exem-
plo: ON* significa um lote de mil ações ordinárias nominativas.
Na página Cotações — Mercado à Vista, a Bovespa
disponibiliza um conjunto de listagens, a saber:
■ Lote padrão: cotação por lote de mil;
■ Lote padrão: cotação unitária;
■ Concordatárias: cotação por lote de mil;
■ Direitos e recibos: cotação por lote de mil;
■ Direitos e recibos: cotação unitária;
■ Bônus (Privados): cotação por lote de mil;
■ Leilão: cotação unitária;
■ Outros: cotação por lote de mil;
■ Lote fracionário: cotação por lote de mil;
■ Lote fracionário: cotação unitária.

Interessa-nos, sobremaneira, as cotações dos Lotes Padrão.


Tanto para as cotações por lote de mil quanto para cotações uni-
tárias, as listagens apresentam-se em 12 colunas:
1. Cód. : informa o código da ação na Bolsa de Valores de
São Paulo21 . O código da ação é composto por quatro letras
seguido de um número que indica o tipo de ação. O número 3
indica ON, o número 4 indica PN, os números 5 ou 6 indicam
ações do tipo PN de séries distintas; PNA ou PNB, por exemplo.
Ao dar uma ordem de compra ou de venda o investidor deve fazer
uso do nome e código da ação - para evitar confusões. Na Gazeta
20
Não confundir isto com Lote Padrão. O lote padrão de uma ação
unitária pode ser 1, 10, 100 ou 1000 ações.
21
Que pode ser diferente do código da mesma ação em outra
Bolsa.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 97

Mercantil, antes do código da ação pode aparecer um símbolo,


cujo significado é o seguinte:
& indica ações negociadas no META — programa de in-
centivo à liquidez;
• indica preço por ação unitária;
* indica cotação ou preço de exercício por lote de mil;
$ indica opções referenciadas em dólar;
@ indica ação componente do Índice Bovespa.
Eis alguns códigos de ações:
ACES3 Acesita ON*
ACES4 Acesita PN
ARCZ6 Aracruz PNB
CRUZ3 Souza Cruz ON
2.Emp/Ação: indica o nome da empresa emitente da ação
e o tipo da ação, que geralmente é ON (Ordinária Nominativa) ou
PN (Preferencial Nominativa). Se a indicação do tipo da ação vier
acompanhada de um asterisco, por exemplo, PN*, você já sabe
que indica que a cotação refere-se a um lote de mil ações. A
descrição do tipo de ação pode vir acompanhada de outras infor-
mações, como por exemplo:
• PN*INT — indicando ação que faz juz a dividendo integral,
para a distinguir de outra que faz juz a dividendo parcial.22 . Às
vezes em vez de INT vem a expressão I99, por exemplo, para
significar que a ação faz juz a todos os benefícios referentes ao
exercício de 1999. As ações não integrais - pró-rata - fazem juz
apenas a uma parte dos resultados. Neste caso, são destacadas
com a letra R;
• PNA ou PNB: ações de séries distintas (série A ou série
B);
• ON ED — ação ordinária nominativa ex-dividendo: não faz
juz ao dividendo;

22
Isto ocorre porque muitas vezes novas ações são subscritas com
parte de um exercício social já transcorrido. Uma ação que foi lançada
em junho não pode ter direito, obviamente, ao mesmo dividendo de
uma ação que já existia em janeiro. Esta última faz juz ao dividendo
integral.
MANUEL MEIRELES

98 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

• PN EJ — ação preferencial nominativa ex-juros;


• ON ES — ação ordinária nominativa ex-subscrição: o com-
prador não tem direito a subscrever ações;
• PN EB — ação preferencial nominativa ex-bonificação.

3. Abt.: indica o preço de abertura, ou seja, o valor do pri-


meiro negócio feito no pregão com a ação. Enquanto não ocorre o
primeiro negócio, diz-se que a ação não abriu. Para ocorrer o
primeiro negócio, é necessário que um vendedor encontre um
comprador e que ambos acertem preço e quantidade. No site da
Bovespa, as cotações apresentadas são apenas das ações ne-
gociadas. Na Gazeta Mercantil, você encontra a listagem inte-
gral, podendo ver as ofertas de compra e venda de ações que não
chegaram a ser negociadas. Por exemplo, a ação CEPE5 (Celpe
PNA*), num dos pregões em que não ocorreu negociação, havia
um comprador disposta a pagar $5,00 por um lote de mil ações,
mas o vendedor só vendia por $5,47. Não foi realizado negócio: a
ação não abriu.

4. Min.: indica o preço mínimo, o preço mais baixo que a


ação atingiu no pregão. O preço de uma ação, isoladamente, não
dá qualquer atributo de qualidade à ação. Por exemplo, no último
pregão de 1999, um lote de mil ações BCAL6 (Bic Caloi PNB*),
foi adquirido ao mínimo de $0,16; no mesmo pregão mil ações da
BDLL4 (Bardella PN), foram negociadas ao preço mínimo de
$67.000,0023. Isto não significa dizer que a ação mais cara é me-
lhor do que a mais barata: significa dizer que o Capital Social de
cada uma das empresas está dividido de forma diferente. Uma
empresa com um capital social de $100 milhões pode ter 100
milhões de ações — cada uma com o valor de $1,00; outra em-
presa com o mesmo capital social pode emitir apenas um milhão
de ações — cada uma com o valor de $1000. A qualidade da
ação se verifica pelos resultados da empresa.

5. Méd.: representa o preço médio de todas as ações ne-


gociadas no pregão. É um preço ponderado. Por exemplo, se
1000 ações foram negociadas a $10 cada uma e 2000 ações a
23
Cada ação unitária foi negociada a $67,00.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 99

$11, significa que 3000 ações foram negociadas por um total de


$32000, o que dá um preço médio de $10,67

6. Máx.: indica o preço máximo que a ação atingiu.

7. Fech.: indica o preço da ação no último negócio realiza-


do. É considerado o preço mais importante da ação no pregão.
Geralmente, ao nos referirmos a uma ação num determinado dia,
costumamos dizer, por exemplo, que ela "fechou a $3,80".

8.Oscil. (%): Indica a variação da ação considerando os


preços de fechamento do dia e os do pregão imediatamente ante-
rior. É calculado dividindo o preço de fechamento do atual pregão
pelo preço de fechamento do último pregão na qual ela foi nego-
ciada. Se a última negociação foi há mais de 15 dias a oscilação
não é apontada; também não é apontada se a ação distribuiu
"benefícios": dividendos ou subscrição. Também não é apontada
se a variação tiver sido nula. Neste caso, dizemos que a ação
permaneceu "estável", o que é indicado, na coluna variação, pelo
símbolo (=). Não é muito significativo o valor referente a uma
oscilação diária, porquanto a ação pode simplesmente estar se
recuperando de uma queda maior ocorrida no pregão anterior. A
oscilação de um dia é pouco representativa da tendência da ação.

9. Oferta Compra: indica o mais alto valor que alguém


estava ofertando para comprar a ação quando o pregão encerrou.

10. Oferta Venda: indica o menor valor que alguém esta-


va ofertando para vender a ação, quando o pregão encerrou.

11. Negs.Realiz.: indica a quantidade de negócios reali-


zados. Não indica o número de investidores que participaram do
negócio. Uma corretora para comprar ações para um único inves-
tidor pode ter feito 2, 3 ou mais negócios. Isso é comum quando
as ordens são grandes. Se você der uma ordem de compra de
10.000 ações, é provável que a Corretora a execute em partes:
compra 1000 a um preço, mais 5000 a outro e ainda mais 4000 a
outro preço.
MANUEL MEIRELES

100 SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA

12.Quantidade de títulos: indica a quantidade de ações


que foram negociadas no pregão. A quantidade de títulos negoci-
ada, multiplicada pelo preço médio, dá o volume negociado com
a ação.

Esta listagem é a mais importante para o investidor, pois é


dela que ele extrai as informações que o orientarão nas suas
decisões de comprar ou vender. Observe que praticamente todas
as ações do Índice Bovespa são altamente negociadas; têm o
que se chama de "liquidez". Muitas ações não são negociadas:
aparecem apenas ofertas para comprar ou vender - sem que o
negócio se concretize.
Por exemplo, no último pregão de 1999, a ação PRGA4
(Perdigão PN*) foi listada desta forma:
Código Empresa Ação Abert. Min. Máx.

PRGA4 PERDIGAO S/A PN *EJ 3,29 3,21 3,29

Ofertas Ofertas Negs. Qtde.


Méd. Fech. Osc.
Compra Venda Realiz. Títulos
3,27 3,29 3,13 3,30 3,40 15 100.000.000
3
A ação é negociada em lotes de mil ações, o que é indicado
pelo asterisco (*) após o tipo de ação (Preferencial Nominativa).
Recentemente distribuiu juros e está sendo negociada ex-juros.
Abriu a $3,29, atingindo um mínimo de 3,21. O seu preço máximo
foi de $3,29, que foi também o preço de fechamento. Seu preço
médio foi de $3,27. Em relação ao fechamento anterior a ação
teve um incremento de 3,13%. Apesar do fechamento a $3,29,
havia comprador a $3,30, mas os vendedores queriam $3,40. Fo-
ram feitos 15 negócios movimentando um total de 100 milhões de
títulos.
Cabe destacar que as ofertas, tanto de compra quanto de
venda, são sempre as melhores que existem no momento: é a de
preço de venda mais baixo e a de preço de compra mais alto.
Supondo que existia, para essa ação, três investidores, preten-
dendo compra a $3,25, $3,28 e $3,30 e dois investidores preten-
dendo vender a $3,40 e $3,50, no quadro surge apenas $3,30 e
$3,40.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

SAIBA LER OS RELATÓRIOS DA BOLSA 101

Concordatárias
As empresas que entraram em concordata continuam sen-
do negociadas na Bolsa, mas é feita uma listagem particular. As
concordatárias - embora pela possibilidade de falência represen-
tem um alto risco - costumam ser um excelente negócio a longo
prazo. O que é que se faz com um centavo hoje em dia? Pois
bem: esse foi o preço média de mil ações das Lojas Hering PN*
no último pregão de 1999. Mil ações da Tectoy foram negociadas
nessa mesma data a cinco centavos.

Outras Negociações
Há outras negociações das quais não vou me ocupar aqui,
e que envolvem:
• Direitos e recibos;
• Fundos e certificados;
• Bônus privados;
• Mercado a termo (30, 60, 90, 150 e 180 dias);
Também não nos ocuparemos do mercado de opções, nem
do mercado fracionário.

CONCLUSÃO

Você viu, neste capítulo a informação que é relevante para


um investidor, especialmente onde ela se encontra disponível e o
que ela significa. A informação que você deve buscar depende
fundamentalmente do método que adotar para selecionar e acom-
panhar ações. Os diversos métodos serão vistos adiante.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO 1 0 3

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

PARTE 4
A arte de operar na Bols@ pela Internet

APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO 1 0 5

O INDAÇ de uma ação


Quando se olha as cotações de uma ação ao longo do
tempo, pelos jornais, não se pode falar nada sobre o desempe-
nho dessa ação. Os preços nos pregões retratam as negocia-
ções da ação na Bolsa - mas não informam sobre os benefícios
que os investidores receberam.
Considere-se o exemplo da Magnesita PNA: a figura 4.1
mostra os preços: mínimo, máximo e de fechamento, num deter-
minado período. Nessa figura o preço de fechamento da Magnesita
passou, dia 2/5 de $2,05 para $2,00. Pode-se afirmar que, neste
caso, o valor da ação caiu?
Para se dar uma resposta segura a esta pergunta é ne-
cessário construir o INDAÇ — Índice da Ação. Este índice nada
mais é do que o valor de um certo número de ações, no caso,
Magnesita PNA - como se fosse a carteira de um investidor - que
sofre os efeitos dos preços do mercado e dos benefícios que o
investidor recebe - e se expressa em moeda forte (MF$)1 . Por
isso, para se construir o Índice da Ação, é preciso saber: o valor
diário do deflator e todos os benefícios distribuídos aos investido-
res no período: bonificações, subscrições, dividendos. Com tal
índice é possível discorrer sobre a evolução real da ação ao longo
do tempo - por mais longo que este seja.

1
Dê o nome que desejar à sua moeda forte. O conceito, independen-
te do nome, é que é uma moeda com poder aquisitivo constante, isto
é: comprar sempre o mesmo conjunto de bens, independentemente
dos efeitos da inflação.
MANUEL MEIRELES

1 0 6 APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO

Magnesita PNA
Data Min Máx Fech
22/4 2,05 2,05 2,05
24/4 2,05 2,05 2,05
28/4 2,05 2,05 2,05
2/5 2,00 2,00 2,00
5/5 2,00 2,00 2,00
6/5 2,00 2,00 2,00
7/5 2,02 2,02 2,02
8/5 2,01 2,10 2,10
9/5 2,01 2,12 2,12
12/5 2,08 2,10 2,10
13/5 2,10 2,10 2,10
14/5 2,01 2,01 2,01
Figura 4.1

Fonte: Gazeta Mercantil. Dados compilados pelo Autor

A figura 4.2 amplia a anterior, mostrando o valor da moeda


forte MF$ e o INDAÇ da Magnesita PNA. Observe a presença de
uma coluna intitulada "Dir", de direitos. O INDAÇ é construído
basicamente da seguinte forma:

Escolhe-se um lote de ações (100, 500, 1000 ou um outro


valor que seja conveniente), e multiplica-se esse lote de ações
pelo Preço de Fechamento, dividindo-se o resultado pelo valor da
MF$.

INDAÇ= (Lote * Fech) / MF$


Se o Lote for igual a 1000:
INDAÇ= (1000 * Fech) / MF$

Olhando a última coluna na figura 4.2, pode-se ver que a


ação no dia 2/5 subiu o seu INDAÇ de $13,41 para $13,62: esta
foi a verdadeira evolução da Magnesita PNA no período conside-
rado. A MF$, no período considerado, passou de MF$152,82 para
MF$154,04.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO 1 0 7

O INDAÇ leva em conta, portanto, a inflação, a evolução do


preço de fechamento da ação e os direitos percebidos pelo inves-
tidor. Observe que em 2/5 a ação passou a ser negociada ex-
dividendos.
Magnesita PNA
Data Min Máx Fech DIR MF$ INDAÇ
22/4 2,05 2,05 2,05 150,40 13,63
24/4 2,05 2,05 2,05 151,60 13,52
28/4 2,05 2,05 2,05 152,82 13,41
2/5 2,00 2,00 2,00 ed 154,04 13,62
5/5 2,00 2,00 2,00 ed 155,27 13,51
6/5 2,00 2,00 2,00 ed 156,51 13,40
7/5 2,02 2,02 2,02 ed 157,77 13,43
8/5 2,01 2,10 2,10 ed 159,03 13,85
9/5 2,01 2,12 2,12 ed 160,30 13,87
12/5 2,08 2,10 2,10 ed 161,58 13,63
13/5 2,10 2,10 2,10 ed 162,87 13,52
14/5 2,01 2,01 2,01 164,18 12,84
Figura 4.2

O princípio do INDAÇ é a constituição de um índice teórico


em que o investidor recebe benefícios e os aplica na própria ação.
No caso de Dividendos, Bonificação ou Subscrição o investidor vê
sua carteira alterada. Ele necessita, portanto, de fazer ajustes no
INDAÇ. Abaixo mostro como isso ocorre.

I)—no caso de Dividendos:

Pode-se ver que em 2/5, a Magnesita PNA passou a ser


negociada ex-dividendos. Consultando o quadro Evolução do Ca-
pital Social das Empresas, (www.bovespa.com.br➾CIAS LISTADAS
➾DEMONSTRAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL) o
investidor veria que ocorrera uma distribuição de dividendos:
$0,0977 por ação preferencial. Neste caso, deve-se calcular os
dividendos recebidos pelo investidor que tem um determinado
Lote de ações. No exemplo dado, partiu-se de um lote inicial de
1000 ações
Dividendos a receber= Lote * Ddistribuído
D= 1000 * $0,0977 = $97,70
MANUEL MEIRELES

1 0 8 APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO

Que faz o investidor com esse dinheiro? O que faz o inves-


tidor com os $97,70? Vai ao mercado e compra mais ações, isto
é: ele reinveste os dividendos recebidos.
Quantas ações esse investidor pode comprar?
Basta dividir o valor recebido ($97,70) pelo Preço de Fecha-
mento da ação2:
▲Lote= D/Fech
▲Lote= $97,70 / $2,00 = 48,85 ações.
O preço de Fechamento é o correspondente ao do primeiro
dia ex-dividendo (ed).

Observa-se assim, que o Lote original de 1000 ações, em 2/


5, passou para 1048,85 ações . A partir desta data, o INDAÇ é
calculado considerando este lote: 1048,85 ações3:
INDAÇ= (Lote * Fech) / MF$
INDAÇ= (1048,85 * Fech) / MF$

Pode-se ver a diferença que ocorre, na figura 4.2. No dia 28/


4, a ação fechou em $2,05, com um INDAÇ de 13,41; no dia
seguinte, 2/5, a ação fechou ex-dividendo a $2,00 e o seu INDAÇ
era de 13,62. O INDAÇ efetivamente aumentou porquanto ele
incorporou os dividendos recebidos.
E se os dividendos não forem recebidos na data ex-dividen-
dos? E se eles forem recebidos posteriormente? Uma alternativa
é trazer o valor a receber no futuro para o valor presente - usando
uma taxa de desconto corrente no mercado. Equivaleria ao inves-
tidor fazer um empréstimo para comprar ações no primeiro dia, e
de pagar tal empréstimo no dia em que efetivamente recebesse o
dividendo. Essa situação, conquanto teoricamente correta, não é
muito prática. O mais próximo do real é o investidor receber os
dividendos na data definida pela empresa e nessa data ir a mer-
cado para adquirir mais ações. Neste caso, o Lote só se altera no
dia do efetivo recebimento dos dividendos. O INDAÇ considera
esta prática.

2
Embora o preço médio seja o mais representativo, por tradição,
usa-se o preço mais significativo, que é o de Fechamento.
3
Como o lote é teórico, usamos sempre as casas decimais.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO 1 0 9

II) no caso de Bonificação:

Quando um acionista recebe uma bonificação ele recebe da


empresa, sem quaisquer ônus, uma determinada quantidade de
ações. Uma bonificação geralmente é expressa pela forma x%
no tipo. Por exemplo, a Mangnesita em uma determidada época
deu uma bonificação de 1,16279069% ON em ON e PNA em
PNC. Significa que quem tinha 100 ações ON recebeu mais
1,6279069 ações ON, e quem tinha 100 ações PNA recebeu
1,16279069 ações, mas do tipo PNC.
Os casos mais comuns são bonificação em ações do mes-
mo tipo. Só para ilustrar suponha-se que o investidor de Magnesita
PNA recebeu uma bonificação de 5% em ações do mesmo tipo -
no caso PNA, num determinado dia. Neste caso, seu lote de
1048,85 ações passará a conter mais 5% (0,05) de ações:
Lote ex-bonificação = Lotecorrente * (1+Bonificação)
Lote ex-bonificação = 1048,85 * (1+ 0,05)
Lote ex-bonificação = 1048,85 * (1,05)= 1101,293
A partir da data do recebimento da bonificação o INDAÇ
passaria a ser calculado pela fórmula:
INDAÇ= (Lote * Fech) / MF$
INDAÇ= (1101, 203 * Fech) / MF$
E se a bonificação não é no tipo? Teoricamente o investidor
recebe n ações de outro tipo e, na mesma data, vende-as e com-
pra ações do tipo que possui.

III) no caso de Subscrição:

Suponha que o investidor, que agora está com 1101,203


ações PNA, tem direito a subscrever x% de ações do mesmo
tipo a um determinado preço.
Suponha, também, que a ação esteja cotada no mercado a
$2,15 e o investidor possa subscrever 8% de ações ao preço de
subscrição $2,02.
O pressuposto deste ajuste é que o investidor deve vender n
MANUEL MEIRELES

1 1 0 APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO

ações cheias4 para arranjar dinheiro para subscrever 8% das


ações que lhe restaram (Lote - n). O cálculo deste ajuste é o
seguinte:
[(L - n) . S] ps = pc .n
onde :
L= Lote de ações que o investidor possui;
n= quantidade de ações que o investidor precisa
vender para realizar a subscrição;
S= percentual da subscrição;
ps = preço de cada ação a subscrever;
Pc= preço da ação cheia (com direito a subscrição).
No exemplo:
[(L - n) . S] ps = pc . n
[(1101,293 - n) 0,08] 2,02 = 2,15 .n
[(88,103 - 0,08n) ] 2,02 = 2,15.n
[(177,969 - 0,1616n) ] = 2,15.n
177,969 - 0,1616n = 2,15.n
177,969 = 2,15.n + 0,1616n
177,969 = 2,3116 n
177,969 / 2,3116 = n
76,990 = n

Isto significa que o investidor deve vender 76,990 ações a


$2,15 5 , auferindo pela venda um total de (76,990 * 2,15=) $165,50.
Desta forma o investidor ficou com:
1101,203 - 76,990 = 1024,213 ações
Destas ações ele pode subscrever 8%, ou seja:
1024,213 * 0,08 = 81,937 ações
A subscrição é feita ao preço de $2,02, pelo que o investidor
deve pagar:
81,937 * 2,02 = R$165,50

4
Com direito a subscrição.
5
Preço da ação cheia.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO 1 1 1

Este dinheiro ele já possui decorrente da venda de 76,990


ações.
Desta forma o Lote do investidor foi diminuído de 76,990
ações e incrementado de 81,937 ações.
Lote após a subscrição:
1101,203 - 76,99 + 81,937 = 1106,150
A partir da data ex-sub o INDAÇ passa a ser calculado da
seguinte forma:
INDAÇ= (Lote * Fech) / MF$
INDAÇ= (1106,150 * Fech) / MF$

Observe que, embora você possua um indicador denomi-


nado MF$ — moeda forte — comum a todas as suas ações, o
INDAÇ é peculiar a cada uma delas. Cada ação tem o seu INDAÇ.

Sua Moeda Forte MF$


A concepção mais simples e mais próxima de nós, de mo-
eda forte, é a do dólar norte-americano. Você poderia usar o valor
comercial desta moeda como indicador direto: neste caso sua
MF$ seria igual a US$. O problema é que esta moeda é intensa-
mente especulativa — subindo e descendo — não tendo uma
relação muito direta com a nossa inflação. Você precisa construir
este indicador.
A melhor forma para construir a sua moeda forte é conside-
rar um índice de preços. Há muitas instituições que calculam e
divulgam índices de preços, entre elas o IBGE, o DIEESE e a
FGV. Considerando um período relativamente longo, os índices
são coerentes: a curto prazo podem apresentar discrepâncias,
porquanto as metodologias de cálculo diferem.
O DIEESE — Departamento Intersindical de Estudos e Es-
tatísticas Sócio-Econômicas, calcula o ICV — Índice de Custo
de Vida, — na região metropolitana de São Paulo, a partir de
duas amostras da população: um dos índices refere-se a famílias
com renda entre um e cinco salários mínimos e o outro refere-se
a famílias com rende mensal entre um e trinta salários mínimos.
O IGP-DI (Índice Geral de Preços — disponibilidade inter-
MANUEL MEIRELES

1 1 2 APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO

na), é calculado pela FGV. É um índice ponderado que leva em


consideração três outros índices6 . O IGP-DI é calculado entre os
dias primeiro e 30 de cada mês. O IGP-M é semelhante ao IGP-
DI, diferenciando-se no período de coleta de informações: o IGP-
M vai do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência.
Pela sua mais rápida disponibilidade é muito utilizado no merca-
do financeiro.
Aconselho-o a considerar o IGP-M, cujo valor você encon-
tra em muitos sites: o da sua corretora possivelmente o terá.
Ocorre contudo que você tem a necessidade de estabelecer uma
projeção para o mês seguinte e também de calcular a evolução
diária da sua MF$. É isso o que você vai ver como se faz, a
seguir.

Projetando a inflação

Para projetar a inflação do mês seguinte, você necessita


ter uma planilha e fazer uso de um algoritmo7 . A primeira planilha
que você deve construir é a Planilha 1. Na figura 4.3 mostro o seu
layout e, depois, o algoritmo (fórmulas). Você pode facilmente
reproduzir tal planilha no seu computador. Faça uso dos dados já
disponíveis, insira as fórmulas como mostra o algoritmo e atuali-
ze-a mensalmente. Veja como é o algoritmo da Planilha 1:

6
O IGP-DI é composto por 0,6 do IPA (Índice de Preços por Atacado),
0,3 do IPC(Índice de Preços ao Consumidor) e 0,1 do INCC — Índice
Nacional da Construção Civil.
7
Por comodidade se considera o software Microsoft Excel, por ser
um dos mais difundidos.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO 1 1 3

B C D E F G H I J
2 Cálculo da MF$
3 Ano/Mês IGP-M IGPMac St-9 Tend MF$ Pregões
Minha
4 Alfa= 2/(n+1)=0,2 100,00 Variação
estimativa
5 1998-Out 0,08 100,08 diária
de inflação
6 1998-Nov -0,32 99,76 da MF$
(variação
7 1998-Dez 0,45 100,21 no mês
da MF$)
8 1999-Jan 0,84 101,05
9 1999-Fev 3,61 104,70
10 1999-Mar 2,83 107,66
11 1999-Abr 0,71 108,43
12 1999-Mai -0,29 108,11 105,03
13 1999-Jun 0,36 108,50 104,96 -0,07
14 1999-Jul 1,55 110,18 105,50 -0,07 108,24
15 1999-Ago 1,56 111,90 106,09 0,06 109,92 1,55 22 0,07
16 1999-Set 1,45 113,52 106,49 0,16 112,12 2,00 21 0,10
17 1999-Out 1,70 115,45 106,89 0,21 114,17 1,82 20 0,09
18 1999-Nov 2,39 118,21 107,55 0,25 116,29 1,86 20 0,09
19 1999-Dez 1,81 120,35 108,42 0,33 119,21 2,50 22 0,11
20 2000-Jan 121,67 2,07 21 0,10
Figura 4.3

• Na coluna B, em Ano/Mês coloque o ano e o mês. A colu-


na B é uma coluna de texto.
• Na coluna C introduza o valor do IGP-M correspondente ao
mesmo. Use o formato comum. Se a inflação for de 3,5% digite
3,5.
• Na coluna D, sob o nome IGPMac (índice IGPM acumula-
do), você tem um acumulado geral. Neste caso, a base 100 é
considerada em primeiro de outubro de 1998. Em D4, coloque o
valor base (=100) e em D5, a fórmula: =D4*(1+(C5/100)). A partir
daí repita-a.
• Na coluna E, St-9, você tem o valor da média móvel pon-
derada com alisamento exponencial. O alisamento exponencial é
um método comum de análise de séries temporais, e é um caso
específico de média móvel que faz uso de um fator de alisamento
que representa a sensibilidade da média. O fator de alisamento
exponencial é dado por ? = 2 / (n+1) onde n representa o com-
primento da média. Aqui se usa n igual a 9 meses, pelo que o
fator ? = 0,2. A média móvel ponderada faz referência à média
móvel ponderada anterior. Como você não tem este valor em E12,
calcule a média simples, usando a fórmula = MÉDIA(D7:D12).
Em E13, insira a fórmula da média móvel ponderada e repita-a:
=0,2*D9+0,8*E12.
• Na coluna F, você encontra a tendência (Tend) da inflação.
Em F13, coloque a fórmula inicial = E13-E12; em F14, a fórmula
ponderada: = (0,2*(E13-E12))+(0,8*F13). Repare que o valor 0,8
corresponde a 1-a. Repita esta fórmula, depois.
MANUEL MEIRELES

114 APRENDA A CONSTRUIR O INDAÇ DE UMA AÇÃO

• Na coluna G, você obtém o valor da sua moeda forte MF$:


corresponde ao IGP-M incorporando a tendência. Em G14, insira
a fórmula: = D13+4*F13. O valor 4 corresponde ao resultado de
(1-? )/? , onde þ=0,2. Observe na figura 4.3 que a sua MF$ em
dezembro de 1999 valia 119,21 contra uma inflação acumulada
de 120,35 pelo IGP-M. Quanto mais próximos estiverem estes
valores melhor: significa que sua MF$ evolui de acordo com o
IGP-M.
• Na coluna H, você obtém a estimativa da inflação para o
mês subsequente. Insira em H5 a fórmula: = 100*((G15/G14)-1).
Observe que você, por volta do dia 25 de cada mês, já tem
disponibilizado o IGP-M desse mês. Introduzindo esse valor na
coluna C, você encontra o valor da MF$ para o mês seguinte.
Desta forma, você estima a inflação que irá ocorrer: é o valor que
surge na coluna H.
• Na coluna I, Pregões, introduza a quantidade de dias úteis
no mês, isto é, a quantidade de pregões que a Bolsa terá.
• Na coluna J, você obtém o incremento diário que a sua
MF$ deve ter. Em J15, insira a fórmula:=H15/I15. Este incremen-
to será usado para o cálculo do INDAÇ de cada uma das ações
que você controlar.

Você viu, neste capítulo, como pode construir o seu próprio


indicador; viu também que é capaz de projetar a inflação para o
mês seguinte. Tão bem como qualquer economista.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

CADASTRE-SE NUMA CORRETORA 117

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 5
A arte de operar na Bols@ pela Internet

CADASTRE-SE NUMA CORRETORA 119

Preparando-se para operar


As Bolsas de Valores representam um mercado secun-
dário - um mercado no qual os investidores negociam a compra
ou a venda de ações com outros investidores. Mas, a negociação
entre dois investidores não é feita diretamente. É necessário que
ambos usem uma Corretora de Títulos e Valores Mobiliários
(CTVM) que tenha assento na Bolsa onde o investidor quer ope-
rar. Portanto, um investidor que queira operar na Bovespa, deve
cadastrar-se previamente numa Corretora que atue na Bovespa,
isto é, que seja uma Sociedade Membro1 ou Permissionária da
Bovespa. Para o investidor — como é o seu caso — operar via
Internet precisa estar cadastrado numa corretora Home Broker
reconhecida pela Bovespa, isto é, precisa estar devidamente ins-
crito numa corretora que esteja interligada ao sistema Home Broker
da Bovespa.
O sistema Home Broker2 é semelhamte ao sistema Home
Banking, por meio do qual os bancos oferecem diversos serviços
aos seus clientes. Os sistemas Home Brokers, das corretoras,
são interligados aos sistemas da Bovespa, e permite que o inves-
tidor faça o papel de corretor, isto é, envie, automaticamente,
através da Internet, ordens de compra e de venda de ações.
Para operar com ações via Internet é necessário que você
seja cliente de uma corretora Home Broker, isto é: uma corretora
que possua tal sistema. Há inúmeras Sociedades
Corretoras que já possuem esse serviço. Por ordem alfabé-
tica3:

• Agora CTVM: www.agoractvm.com.br


1
Sociedades Corretora filiada à Bolsa de Valores.
2
A palavra inglesa broker [broukâr] significa corretor
3
Sociedades Corretoras Home Brokers no início de 2000
MANUEL MEIRELES

120 CADASTRE-SE NUMA CORRETORA

• Bancocidade CVMC: www.bancocidade.com.br


• Bandeirantes CCVM: www.bandeirantes2000.com.br
• Bozano Simonson CCVM: www.investshop.com.br
• Coinvalores CCVM: www.coinvalores.com.br
• Comercial CVC: www.comercialcvc.com.br
• Hedging-Griffo CV: www.griffo.com.br
• Indusval: www.indusvaltrade.com.br
• Novação CCVM: www.navacao.com.br
• Safra CVM: www.safra.com.br
• SLW CVC: www.netacoes.com.br
• Socopa SC Paulista: www.socopa.com.br
• Souza Barros CT: www.souzabarros.com.br
• Planibanc CV: www.planibanc.com.br
• Título CV: www.titulo.com.br

O caminho mais curto para descobrir todas as sociedades


corretoras Home Brokers existentes é na página Home Broker do
site da Bovespa: www.bovespa.com.br➾HOME BROKER.
Nem todas as Sociedades Corretoras são iguais nos servi-
ços que prestam aos clientes e nas facilidades que oferecem.
São como os Bancos, que selecionam seus clientes pelas exi-
gências que impõem. Por isso, aconselho-o a dar uma boa
pesquisada em todas elas. Há corretoras que limitam aos seus
clientes um montante para uma ordem de compra ou de venda;
outras não estabelecem tais limites. Isto faz parte da política in-
terna da corretora. Pesquise cada uma das corretoras e decida-
se por uma delas. Pense na comodidade que é de você poder
operar com uma corretora ligada a um Banco do qual você seja
correntista: isso pode facilitar o trâmite dos pagamentos e recebi-
mentos.
A NetTrade é um produto da Bancocidade CVMC que ape-
nas faz corretagem via Internet. Por exemplo, esta corretora
disponibiliza um impresso por meio do qual o investidor pode fa-
zer o seu cadastro. Eis, a título de exemplo, as recomendações
A arte de operar na Bols@ pela Internet

CADASTRE-SE NUMA CORRETORA 121

que a Bancocidade (NetTrade) dá ao investidor para este se ca-


dastrar4:
1. Preencha os campos da ficha cadastral;
2. Não esqueça de preencher um endereço de e-mail.
Este será nosso principal canal de comunicação e será
utilizado para o recebimento de confirmações, notícias
e posições5;
3. Tenha à mão o nome, agência e número da conta cor-
rente de um banco do qual você seja correntista. Para
sua proteção, este será o endereço para o qual você
fará suas movimentações. Você pode cadastrar até três
bancos diferentes;
4. Escolha um nome de usuário e senha;
5. Leia com atenção o contrato no final do documento;
6. Se você tiver impressora, imprima a ficha cadastral em
sua casa. Se você preferir nós lhe enviaremos a ficha
cadastral pelo correio;
7. Assine e reconheça firma na ficha cadastral; anexe uma
cópia autenticada dos documentos listados abaixo e
envie tudo isso para a NetTrade Banco Cidade CVMC.
(os documentos para pessoa física são: RG, CPF e
comprovante de residência: conta de água, luz, telefo-
ne);
8. Envie os recursos para abrir uma conta. Se quiser faça
um DOC para a conta corrente da NetTrade.

Uma diferença significativa entre as corretoras ocorre no item


recursos para abrir uma conta: algumas corretoras exigem valo-
res que podem ser considerados altos; outros não colocam quais-
quer limites.
Ao se cadastrar numa Corretora, além de assinar alguns
contratos e declarações, o investidor recebe algumas informa-
ções que deve ter sempre presente ao emitir ordens de compra e

4
modo é praticamente o mesmo para todas as Home Brokers.
5
O termo posições significa um balanço da sua carteira: quantidade
de ações, tipo e valor; o termo status refere-se à situação das or-
dens de compra e venda dadas.
MANUEL MEIRELES

122 CADASTRE-SE NUMA CORRETORA

venda. Geralmente a Corretora dá informações sobre Impostos


que incidem nas operações e a Tabela de Corretagem.
Uma típica corretora Home Broker, além de oferecer servi-
ços práticos e rapidez nas negociações, ainda oferece vantagens
permitindo que o investidor:
• consulte a posição da sua carteira e as ações que tem
custodiadas;
• acompanhe sua carteira de ações;
• acesse cotações de todas as ações negociadas;
• obtenha algumas análises do mercado; e muito mais.

Para mandar comprar ou vender você precisa cadastrar-se


numa corretora, isto é, deve preencher uma ficha que será sujeita
à apreciação da diretoria da Corretora, pois esta é responsável
perante a Bolsa por eventuais prejuízos que você venha a causar
decorrentes de inadimplência ou algo semelhante6. Há corretoras
que estipulam o mínimo que você deve aplicar, ou o mínimo da
sua carteira; outras não. Mas lembre-se: quanto menor for o valor
das suas ordens mais você paga de corretagem proporcional-
mente. Veja uma típica tabela de corretagem para compra e ven-
da de ações em vigor em dezembro de 19997:
Valor da operação Corretagem
Até $135,07 $2,70
De $135,07 a $498,62 2,0%
De 498,63 a $1514,69 1,5% + $2,49
De 1514,50 a $3029,38 1,0% + $10,06
Acima de $3029,38 0,5% + $25,21
Emolumentos: 0,035%
Taxa ANA (Bovespa) ou AMA (BVRJ): $0,45

Portanto, o primeiro passo é cadastrar-se numa Sociedade


Corretora que permita operações por meio da Internet — as chama-

6
Em se tratando de compra e venda de ações o risco é praticamente
nulo para a Corretora e para a Bolsa, mas isso já é bem diferente no
caso de Opções. Nesta obra não abordo Opções que merecem um
tratamento especial dada a sua complexidade.
7
Compra e venda de ações on-line da BB DTVM — Banco do Brasil.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

CADASTRE-SE NUMA CORRETORA 123

das corretoras Home Brokers. Embora o número de corretoras


com essa característica esteja aumentando, a lista não é muito
grande, como viu.
Uma vez cadastrado numa corretora, através dessa, você
passa a dar ordens de compra ou venda de ações. Para fazer
isso, você se servirá da página de operações fornecida pela
corretora — um documento e-mail que deve ser preenchido e en-
viado. Para indicar a ação a comprar você deve digitar o código
dela. As ordens podem ser colocadas no sistema a qualquer hora
do dia — entretanto elas apenas são efetuadas durante o funcio-
namento do pregão.
A Bolsa de Valores lhe enviará o ANA- Aviso de Negocia-
ção de Ações, apontando as operações feitas em seu nome na
Bolsa, num determinado dia. É um documento comprobatório da
operação.
A corretora lhe enviará a Nota de Corretagem, informando o
total que você deve pagar (no caso de compra de ações) ou a
receber — no caso de venda de ações. Nesse total são incluídos:
o valor das ações, a taxa de corretagem - que depende do mon-
tante do negócio - o custo do aviso ANA e Emolumentos.
Recebida a Nota de Corretagem resta ao investidor efetuar o
pagamento. Através de um DOC ou uma Ordem Bancária o paga-
mento pode ser efetuado. O dinheiro é enviado para a conta ban-
cária da corretora. No caso de venda de ações a corretora depo-
sita o valor na conta corrente do investidor. Observe, assim, que o
investidor opera na Bolsa, por meio da sua Corretora: ele não
tem contato com a outra parte, com o outro investidor.
Tanto o pagamento quanto o recebimento são em D+3, isto
é, no terceiro dia subsequente à operação. A liquidação de uma
operação é física e financeira: física no que tange ao títulos (pa-
péis) envolvidos; financeira no que diz respeito aos valores. No
mercado à vista vigora o seguinte calendário de liquidação:

• D+0: dia da operação;


• D+1: as corretoras especificam as operações que execu-
taram na Bolsa;
• D+2: entrega e bloqueio dos títulos para liquidação física
da operação, caso eles não estejam na custódia da CBLC —
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia;
MANUEL MEIRELES

124 CADASTRE-SE NUMA CORRETORA

• D+3: liquidação física e financeira da operação.

Você deve estar bem ciente que uma corretora é apenas


uma entidade que o representa perante a Bolsa de Valores, nas
ordens de compra ou de venda. Uma corretora não é uma consul-
tora de investimentos. Embora ela possa pretender agradar ao
cliente, fornecendo certas informações, deve-se ter em conta que
este é um serviço subsidiário.
As operações de compra e venda - pelo investidor técnico -
são ditadas por indicadores especiais. Você deve fazer o mesmo
caso pretenda ter sucesso na Bolsa. Informações de terceiros -
bem ou mal intencionados - não costumam produzir bons efeitos.
Por isso, escolha um método que seja razoavelmente eficiente -
esteja mais certo do que errado8 - e siga esse método.
Cabe, portanto, a você, dar ordens de compra e venda ao
seu corretor, sem ocupá-lo com outras questões.

Como o investidor dá uma ordem

Um investidor técnico segue um determinado método -


seja um dos que indico, seja um outro qualquer. O método deve
acompanhar algumas ações9 , pois não tem sentido - salvo se o
montante do investimento for imenso - acompanhar todas as ações
listadas na Bolsa ou que fazem parte do Ibovespa. O método de
seleção indica a dezena de ações - não mais - que o investidor
deve acompanhar diariamente. Para esta dezena de ações o in-
vestidor constrói um Banco de Dados. Através de um algoritmo
especial, o método de acompanhamento10 indica qual a ação
que deve ser comprada ou vendida.
A título de exemplo, admitamos que o investidor verificou
8
Ou, dizendo de uma outra forma, tenha uma esperança matemática
positiva.
9
Selecionadas através de um indicador qualquer. No meu caso,
uso o indicador KM, mas você pode usar um outro método qualquer.
A premissa desta técnica é que não vale a pena acompanhar todas
as ações mas apenas aquelas que tiverem melhores perspectivas
de resultados.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

CADASTRE-SE NUMA CORRETORA 125

um sinal de compra num gráfico de acom-panhamento de uma


determinada ação. Ele deve comprar, portanto, nesse dia, ações
da empresa indicada. Seja, a título ilustrativo, ações da Siderúrgi-
ca Tubarão PN (CSTB4). O investidor verifica qual foi o último
preço de fechamento — que é um preço meramente orientativo
da provável cotação da ação — e o dinheiro que tem para aplicar.
Com base nisso, acessa o site da sua corretora e preenche a
boleta de compra, especificando o código da ação, a quantidade
a comprar e o tipo de ordem.
No mercado de ações, ordem é o ato mediante o qual o
cliente determina à corretora a compra ou a venda de ações. As
ordens podem ser transmitidas verbalmente (desde que não haja
manifestação contrária por escrito do cliente) ou por escrito. As
ordens transmitidas por carta, fax e e-mail são consideradas or-
dens escritas. As ordens podem ser de alguns tipos, sendo as
mais comuns:
1. Ordem a mercado: o investidor especifica apenas a ação
e a quantidade a comprar ou a vender. Não estipula nenhum pre-
ço limitativo. Por exemplo: comprar 1000 ações CSTB4.
2. Ordem limitada: o investidor especifica não só a ação, a
quantidade mas também um valor. A corretora deve executar a
ordem a um preço melhor do que o valor estipulado: Por exemplo:
comprar 1000 ações CSTB4 a $25,90. Neste caso, na ordem de
compra, $25,90 é o preço máximo que o investidor está disposto
a pagar. Num caso de venda de ações este seria o preço mínimo.
3. Ordem casada: o investidor faz uma ordem de venda e
uma de compra aproximadamente no mesmo valor. Os negócios
devem ser executados simultâneamente. O princípio desta or-
dem é que o dinheiro da venda deve suportar a compra.
Uma ordem verbal — caso não disponha da rede no momen-
to — é feita, geralmente, mediante ligação telefônica. O investi-
dor liga para a corretora e fala com algum dos corretores. Pode
travar-se um diálogo semelhante a este:
-Bom dia, Mário. Aqui é Meireles.
-Tudo bem, Meireles? O que manda?
-Como está a Siderúrgica Tubarão CSTB4?11
10
No meu caso aplico o método SMI.
11
11 Fornecer o código da ação ajuda o corretor a consultar o termi-
nal.
MANUEL MEIRELES

126 CADASTRE-SE NUMA CORRETORA

-Até agora tivemos poucos negócios. Abriu a $25,80 mas


agora está a $25,70.
-Ok. Compra mil delas.
-A que preço?
-A mercado. Faz o melhor que puderes.

Recomendo que não limite a ordem de compra ou de venda


a um dado preço: dê sempre ordens "a mercado" mostrando que
confia na sua corretora. Uma ordem ao mercado — como vimos
— significa que a corretora deverá vender pelo melhor preço, mais
alto possível ou comprar pelo preço mais baixo que puder. Há
boas razões para isso: a operação de compra e venda tem mais
chance de ocorrer se você não colocar limitações para a corretora12.
De qualquer forma é bom você controlar o grau de eficiência da
sua corretora: compare o valor médio com que ela comprou ou
vendeu suas ações (sem incluir a corretagem, obviamente) com o
valor médio do dia, que a ação obteve. Se você ganhou, coloque
um sinal (+); se perdeu, adote um sinal (-). Uma corretora que
atua adequadamente deve ter distribuídos de forma praticamente
igual sinais (+) e (-). Se houver preponderância de (-) envie sua
análise para a corretora e peça-lhes um pouco mais de dedica-
ção no atendimento das suas ordens.
Um outro aspecto a considerar é que o investidor não deve
importunar seu corretor ligando repetidas vezes para ele para sa-
ber se fez ou não a operação, ou ficando pendurado na rede para
ver se veio ou não a confirmação do negócio. Operar com ações
requer do investidor calma e paciência e muito respeito pelo cor-
retor: este é um parceiro e está interessado em trabalhar da me-
lhor forma para o seu cliente - devendo, portanto, fazer o melhor
serviço.
A Internet, está possibilitando uma maior comodidade para
o investidor, na medida em que este pode operar, a qualquer hora,
por meio dela. Esta simplificação, se por um lado beneficia o
investidor, por outro possibilita um uso intensivo e desordenado
de ordens que podem redundar em grandes prejuízos. A minha
intenção, com este livro é orientar os investidores de forma a ob-
ter ganhos nas operações com ações — especialmente aqueles
12
Lembre-se que você deve comprar ou vender no dia recomenda-
do pelo indicador e não no dia seguinte.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

CADASTRE-SE NUMA CORRETORA 127

que não possuem experiência alguma. A dinâmica permitida pela


Internet pode ser facilitadora de ordens inadequadas e prejudici-
ais. Recomendo que, ao operar com ações, o investidor ou o
especulador saiba muito bem o que está fazendo, ciente dos ris-
cos de perda e das potencialidades de ganho.
O "dinamismo é a marca do investidor on-line". Foi assim
que Josette Goulart13 intitulou seu artigo no qual aborda o inves-
timento em ações pelo sistema Home Broker. O jornal já havia
feito uma chamada na primeira página na qual alertava:
Os investidores que começam a aplicar em ações apro-
veitando as facilidades da Internet são mais agressi-
vos do que aqueles que operam através das mesas
corretoras. Eles mudam mais vezes suas carteiras,
estratégia nem sempre bem-sucedida.

13
Gazeta Mercantil de 27-09-1999 p. B1
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ENTENDA OS MÉTODOS 129

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

PARTE 2
A arte de operar na Bols@ pela Internet

ENTENDA OS MÉTODOS 131

Nesta parte, você vai ver alguns métodos para selecionar


e acompanhar ações. Particularmente recomendo o indicador KM,
para selecionar as melhores empresas e o oscilador SMI, para
fazer o acompanhamento especulativo das ações selecionadas.
Mas, é claro, você pode adotar outro método qualquer. Eu não
recomendo o uso de dois métodos simultâneamente — salvo se
você adotar estratégias diferentes. Isso evita ansiedade1.
Você sabe que pode adotar duas posturas no mercado de
ações — e, para cada uma delas, ter técnicas diferentes tanto
para selecionar ações quanto como para acompanhá-las. Por
exemplo:
Técnica para
Postura Técnica para selecionar
acompanhar
Investidor Indicador KM Oscilador SMI
Especulador Cash-yield Buy-and-Hold

As técnicas, conquanto sejam relativamente eficientes,


estruturam-se sob premissas distintas e, obviamente, geram re-
sultados diferentes. Assim você pode adotar técnicas que apre-
sentam resultados conflitantes — e isso prejudicará a sua opera-
ção, pois o tornará indeciso e inseguro.
Veja os resultados que poderia colher num simulador de
aplicações: o Investiment Challenge. Você receberá um crédito
fictício e opera de acordo com os movimentos reais do mercado.
Esse software você pode encontrar no site da NetTrade:
www.nettrade.com.br.

1
Se puder leia o artigo intitulado A ansiedade mata, de Luís Eduar-
do de Assis, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, num
(Exame N 697, encarte : Os melhores fundos de investimento de
1999).
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 3 3

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 6
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 3 5

Seleção de ações

Na Bovespa estão listadas mais de 600 ações; perto de


meia centena delas - as mais negociadas - constituem o índice
Ibovespa. Para comprar e vender ações, você precisa saber que
elas estão no ponto de compra ou no ponto de venda - e, para tal,
você tem de acompanhar cada ação diariamente. "Acompanhar"
uma ação significa: introduzir no banco de dados da ação os
valores referentes aos preços dessa ação no pregão do dia ante-
rior e processar tais dados por meio de um algoritmo específico.
Dependendo do resultado fornecido pelo algoritmo, você se man-
tém na posição, ou compra ou vende. Implica isto dizer que, para
cada ação que você acompanha, deve introduzir, diariamente da-
dos no computador e observar os "sinais" emitidos pelo algoritmo.
Fazer isto para meia dúzia de ações não consome muito tempo
mas acompanhar 600 ações não é fácil: consome tempo, espa-
ço na memória do computador e a nossa paciência. Se você for
um investidor "profissional", com grandes recursos para aplicar,
pode e deve acompanhar as ações constituintes do Ibovespa e
mais algumas. Para um investidor individual basta acompanhar
uma dezena de ações - não mais do que isso.
Mas que ações devem ser acompanhadas? Ações de que
empresas? A resposta é simples: acompanham-se ações das
empresas que têm uma maior probabilidade de ter bons resulta-
dos nos próximos 12 meses.
Para selecionar as empresas listadas na Bolsa, cujas ações
seriam alvo da minha observação diária, desenvolvi um indicador
ao qual dei o nome de KM, porquanto ele é construído a partir de
dois outros indicadores: do termômetro de insolvência de Kanitz
e do estipulador do limite de crédito de Morante. Vamos ver, inici-
almente, o que significam estas duas coisas, e, depois, como
elas se juntam para fazer o indicador KM.
Neste capítulo, você vai ver a base teórica do indicador KM
MANUEL MEIRELES

1 3 6 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM

e como ele é operado; no capítulo 8, são mostrados outros méto-


dos para selecionar ações. Para entender a estrutura teórica do
indicador KM, você precisa conhecer o termômetro de insolvên-
cia, proposto por Kanitz e o estipulador do limite de crédito para
uma empresa proposto por Morante. Vamos ver, portanto, inicial-
mente estas dois componentes.

"Termômetro de insolvência" de Kanitz

O tema "previsão de falências" já foi objeto de estudo de


muitos autores. Morante1 , cita os mais importantes, desde William
H. Beaver até Stephen Kanitz, passando por Edward Altman,
Roberto Elizabetsky e Alberto Borges Matias. Quanto ao traba-
lho de Kanitz sobre o tema, Morante afirma2 :
Stephen Charles Kanitz, primeiro na tese apresentada
à Faculdade de Economia de Administração da USP
para obtenção do título de Livre Docente em 1976, de-
nominada "Indicadores Contábeis e Financeiros de
Previsão de Insolvência: A Experiência da Pequena e
Média Empresa Brasileira", e, posteriormente, em 1978
em seu livro "Como Prever Falências", legou-nos pre-
ciosos ensinamentos para a previsão de falências.
Embora reconheça as dificuldades a um modelo ab-
solutamente perfeito, Kanitz desenvolveu uma fórmula
que julgamos bastante eficiente, à qual denominou de
"termômetro de insolvência"
FI= 0,05 x1 + 1,65 x2 + 3,55 x3 - 1,06 x4 - 0,33 x5
FI é a somatória dos pontos obtidos [onde]:
x1=Lucro Líquido / Patrimônio Líquido;
x2=(Ativo Circulante + Realizável L. Prazo) / Exigível To-
tal;
x3=(Ativo Circulante - Estoques) / Passivo Circulante
x4=Ativo Circulante / Passivo Circulante
x5=Exigível Total / Patrimônio Líquido
O ponto crítico do modelo indica:
1
Op. cit. p.195-207
2
Idem p.200-201.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 137

Se FI estiver entre A empresa


0e7 é solvente
0 e -3 Estará indefinida
-3 e -7 Estará insolvente

Este modelo de Kanitz, constituirá um dos fatores do indi-


cador KM, como você verá adiante.

O estipulador do Limite de Crédito de Morante

Morante, no trabalho mencionado, ao abordar a questão da


limitação do crédito faz menção a algumas fórmulas conhecidas,
mas acaba propondo a sua3:
O analista de crédito percorre pelo sistema convencio-
nal de informações comerciais e pela análise de ba-
lanços, um caminho árduo de buscar a segurança que
lhe indique, ou não, a certeza de, uma vez concedido o
crédito, não vir a empresa ou a instituição a ter proble-
mas futuros com o cliente.
As informações comerciais pelo sistema convencio-
nal nos propõem parâmetros de risco muito elásticos,
em virtude da potencialidade diversa dos fornecedo-
res e bancos.
A análise de balanços preocupa-nos, no Brasil, pela
fidelidade dos números apresentados nas demons-
trações.
É evidente que, se os dados não forem fiéis, qualquer
análise será distorcida, podendo levar-nos a difíceis
conclusões, muitas vezes até totalmente diferentes da
realidade, para melhor ou para pior.
Outro aspecto que é também muito relevante, é o das
modificações econômicas do país, alterada aos qua-
tro ventos nos últimos anos.
Os parâmetros tornam-se diferenciados, principal-
mente quando os indexadores da economia alternam-
se a cada reforma econômica.
O que se pretende é demonstrar que, para empresas

3
Ibidem p.220-222
MANUEL MEIRELES

1 3 8 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM

com balanços diferenciados ou manipulados, é pos-


sível limitar-lhes o crédito, quando merecido, bastan-
do apenas que tenhamos à disposição, pelo menos
realisticamente, algumas informações extraídas da
contabilidade.
O objetivo do presente trabalho é contribuir para o es-
tudo de indicadores de limite de crédito, pela
propositura de um modelo prático, segundo o qual se
possa atribuir o valor do limite de crédito através da
apresentação pura e simples de oito informações pon-
deradas, extraídas ou não dos balanços patrimoniais
das empresas.
Tem ainda, a pretensão de comprovar que indepen-
dentemente da análise de balanços, o modelo apre-
senta condições isoladamente de conceder o crédito
ou de simplesmente negá-lo.
O crédito que se pretende limitar neste trabalho, é aque-
le que irá provocar um melhor equilíbrio no ciclo
operacional das empresas, e não aquele de investi-
mentos em ativos fixos típicos de projetos de implan-
tação ou ampliação de negócios.
Deseja-se, também, eliminar os atritos hoje existen-
tes entre os setores creditícios e comerciais, quando
na maioria das vezes os clientes encaminham com-
pras superiores ao que tem como segurança forne-
cer-lhes, auxiliando na melhoria da qualidade das de-
cisões.
Justificando, o modelo foi assim formulado:
LC = ( 0,10 PL + 0,05 EST + 0,08 DR + 0,02 DISP) -
( 0,10 FORN + 0,02 SAL + 0,10 EBCP + 0,03 OCP )
À primeira somatória de informações denominou-se
Fontes Positivas de Crédito e os significados de abre-
viação são os seguintes:
PL — Patrimônio Líquido;
EST — Estoques;
DR — Duplicatas a Receber;
DISP — Disponibilidades.
À segunda somatória de informações denominou-se
de Fontes Negativas de Crédito, e os significados de
abreviação são os seguintes:
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 3 9

FORN — Fornecedores;
SAL — Salários, Contribuições e Tributos;
EBCP — Empréstimos Bancários de Curto
Prazo;
OCP —Outras Contas a pagar.
[...] Os itens componentes do modelo, exceção ao
Patrimônio Líquido, são extraídos exclusivamente dos
Ativo Circulante e Passivo Circulante.

Este modelo de estipular limites de crédito, devidamente


adaptado, constitui o segundo fator constituinte do indicador KM.

Limite de Crédito de Morante

A partir de análise de balanços, Morante propôs um modelo


que demonstrou ser confiável para atribuição de crédito a uma
empresa - em caso de grandes montantes.
O modelo foi comparado com outros mecanismos de Análi-
se de Crédito e foi considerado correto quanto aos resultados
atingidos.
Morante, comparou sistematicamente os resultados dos
Limites de Crédito estabelecidos pela sua equação com outros
modelos de Análise de Crédito - que se utilizam de outras ferra-
mentas - de outros autores renomados e conhecidos, usados
tradicionalmente pelos Bancos, pelo SERASA e por outras em-
presas. A equação de Morante é mais funcional e atende mais
rapidamente e com maior confiabilidade.
A fórmula proposta e testada por ele leva em conta alguns
aspectos positivos e negativos do balanço. Podemos dizer, desta
forma, que, aplicando-se a equação Morante sabemos definir o
Limite de Crédito (LC) máximo que uma empresa poderia obter
de um dado investidor que estivesse disposto a emprestar dinhei-
ro a tal empresa.
Porém, o que a fórmula de Morante dá é um valor absoluto -
já que estabelece o Limite de Crédito máximo que se pode dar a
uma empresa. O limite de crédito - quando absoluto - não é um
número que interessa a quem está analisando um conjunto de
MANUEL MEIRELES

1 4 0 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM

empresas. Mas, já é um indicador expressivo quando se coteja


com o porte da empresa. O porte de uma empresa é representa-
do quase sempre pelo Total do Ativo4. Se dividirmos o Limite de
Crédito pelo Total do Ativo, temos o indicador LCM/AT que nada
mais é do que o Limite de Crédito que a empresa pode ter em
relação ao seu Ativo Total. No caso da Perdigão, como mostra a
figura 6.1, considerando o Balanço de 30-09-99, o Limite de Cré-
dito é de $11831 mil, o que significa 0,69% do Patrimônio Líquida
da empresa.

Ao aplicar este método para a seleção das empresas, se


adota o pressuposto de que as empresas que merecerem propor-
cionalmente mais crédito estarão numa condição mais vantajosa
de produzir melhores resultados nos períodos subsequentes.
Planilha 2: Cálculo do LCM/AT
B C D E F G
2 Empresa: PERDIGÃO Balanço LCM
3 Fator Código Processo Morante: 30-Set-99 30-Set-99
4 0,10 do 2.05 Patrimonio líquido 493709 49371
5 0,05 do 1.01.03 Estoques 215540 10777
6 0,08 de 1.01.02 Duplicatas a receber 115481 9238
7 0,02 de 1.01.01 Disponibilidades 340924 6818
8 Total positivo 76205
9 0,10 de 2.01.03 Fornecedores 93743 9374
10 0,02 de 2.01.04 Impostos, Taxas, Contr. 21079 422
11 0,02 de 2.01.08 Outros (Salários/ Obrig) 23379 468
12 0,10 de 2.01.01 Empréstimos/Financiam. 538745 53875
13 0,03 de 2.01.02 Outras contas 7851 236
14 Total negativo 64373
15 Limite de Crédito Morante 11831
16 1 Total do Ativo 1722109
17 INDICADOR 0,0069
Figura 6.1

Desta forma, basta calcular o índice LCM/AT para todas as


empresas constituintes do Ibovespa, listar os valores em ordem
decrescente e acompanhar a primeira dezena do ranking. Perio-
dicamente — idealmente a cada três meses — deve-se produzir
idêntica listagem com base nos balanços divulgados pelas em-
presas.
Você não precisa ser um Contador para fazer estes cálcu-
los. Fazendo uso dos códigos usados nas demonstrações
4
Muitas vezes se expressa pelo seu Faturamento.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 141

contábeis da CVM, você pode facilmente calcular o indicador LCM/


AT. Veja, abaixo, como isso é fácil.
Em primeiro lugar, você deve obter as demonstrações
contábeis das empresas no website da CVM. Você já viu como
se obtém essas informações no capítulo 3. Quando você obtém
tais demonstrações, vai perceber que o Balanço Patrimonial é
emitido em duas páginas: numa você tem o Ativo; noutra você
tem o Passivo.
Tanto para o Ativo, quanto para o Passivo há uma série de
"contas", tais como: Disponibilidades, Impostos a Realizar, Cré-
ditos diversos, Obrigações tibrutárias, etc. Não se preocupe com
isso. Você só precisa localizar o código da conta. Veja o exem-
plo da figura 6.1, em que se calcula o valor LCM/AT: Limite de
Crédito Morante/Ativo Total.
Planilha 2: Algoritmo do LCM/AT
B C D E F G
2 Empresa: PERDIGÃO Balanço LCM
3 Fator Código Processo Morante: 30-Set-99 30-Set-99
4 0,10 do 2.05 Patrimonio líquido 493709 0,1*F5
5 0,05 do 1.01.03 Estoques 215540 0,05*F6
6 0,08 de 1.01.02 Duplicatas a receber 115481 0,08*F7
7 0,02 de 1.01.01 Disponibilidades 340924 0,02*F8
8 Total positivo SOMA(G5:G8)
9 0,10 de 2.01.03 Fornecedores 93743 0,1*F10
10 0,02 de 2.01.04 Impostos, Taxas, Contr. 21079 0,02*F11
11 0,02 de 2.01.08 Outros (Salários/ Obrig) 23379 0,02*F12
12 0,10 de 2.01.01 Empréstimos/Financiam. 538745 0,1*F13
13 0,03 de 2.01.02 Outras contas 7851 0,03*F14
14 Total negativo SOMA(G10:G14)
15 Limite de Crédito Morante G9-G15
16 1 Total do Ativo 1722109
17 INDICADOR G16/F17
Figura 6.2

Observe que você só tem que procurar o valor correspon-


dente ao código descrito. Você procura o código da conta 2.05
(Patrimônio Líquido) e verifica o valor que lhe corresponde. Faz o
mesmo para os demais códigos. Observe que o código de Ativo
Total é 1. A pequena planilha 2 deve ser reproduzida para cada
LCM/AT que você for calcular. Você só tem que alterar o nome da
empresa, em E2, e os valores correspondentes na coluna F. O
algoritmo, mostrado na figura 6.2 lhe dará o valor LCM/AT em
G17:
MANUEL MEIRELES

1 4 2 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM

• Em E2, coloque o nome da empresa e em F3, a data do


Balanço.
• Os valores obtidos no Balanço são introduzidos na coluna
F, de F4 a F16.
• O algoritmo para o cálculo do LCM/AT é dado na coluna G.
• O valor desejado, isto é, o Indicador LCM/AT surge na cé-
lula G17
Planilha 2: Cálculo do LCM/AT
B C D E F G
2 Empresa: Perdigão Balanço LCM
3 Fator Código Processo Morante: 30-Jun-99 30-Jun-99
4 0,10 do 2.05 Patrimonio líquido 492538 49254
5 0,05 do 1.01.03 Estoques 222612 11131
6 0,08 de 1.01.02 Duplicatas a receber 108836 8707
7 0,02 de 1.01.01 Disponibilidades 366293 7326
8 Total positivo 76417
9 0,10 de 2.01.03 Fornecedores 67345 6735
10 0,02 de 2.01.04 Impostos, Taxas, Contr. 19014 380
11 0,02 de 2.01.08 Outros (Salários/ Obrig) 26582 532
12 0,10 de 2.01.01 Empréstimos/Financiam. 531431 53143
13 0,03 de 2.01.02 Outras contas 128 4
14 Total negativo 60793
15 Limite de Crédito Morante 15624
16 1 Total do Ativo 1651111
17 INDICADOR 0,0095
Figura 6.3
Você deve ter depreendido que um investidor poderia em-
prestar com segurança relativa, à Perdigão, segundo Morante,
um crédito que representa 0,69% do seu Ativo Total. Este é um
número relativo - que pode ser comparado entre várias empresas
ou com a mesma empresa ao longo do tempo. Se se considerar
o Balanço do trimestre anterior (30-06-99) o LCM/AT, da Perdigão
era de 0,95% — o que representa uma diferença significativa. Ou
seja: pelo Balanço de junho de 1999, o LCM/AT da perdigão era
de 0,95% — como mostra a figura 3 — e, pelo Balanço de setem-
bro era de 0,69%. Não nos interessa agora cotejar as planilhas
para verificar possíveis causas, mas dá para perceber que o indi-
cador LCM/AT da perdigão modificou-se significativamente.
Como você percebeu pelos exemplos dados, o indicador
LCM/AT é obtido com base no Limite de Crédito de Morante, divi-
dindo-se, este valor, depois pelo Ativo Total da empresa. Isto deve
ser feito para o maior número possível de empresas — idealmente
todas as componentes do Ibovespa.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 4 3

Elementos das Contas

Para o cálculo do indicador LCM/AT, é necessário fazer


uso de um Balanço completo - os sintéticos na maioria das ve-
zes não destacam as contas adequadamente. As contam tam-
bém não aparecem nos Balanços sempre com os mesmos no-
mes - por isso você precisa ter o cuidado de buscar os valores
que devem compor a mesma. Fazendo-se uso dos Balanços
padronizados da CVM, pelo código da conta é fácil obter o valor
correspondente.
As contas do sistema Morante, com os respectivos códi-
gos da CVM, são as seguintes:
2.05—Patrimônio Líquido: Não existe dúvida alguma em
obter este valor dos balanços ou balancetes. Inclui geralmente o
capital Social Realizado, as Reservas de Capital e de Lucro.
1.01.03—Estoques: É uma conta do Ativo Circulante. Ge-
ralmente aparece com este nome. Outras vezes vem decom-
posta em: Produtos Prontos, Produtos em Elaboração, Merca-
dorias, Mercadorias em Estoque, Mercadorias em Trânsito. To-
das estas contas constituem o valor de Estoques.
1.01.02—Duplicatas a receber (Créditos): É uma conta
do Ativo Circulante e engloba tudo o que a empresa tem a rece-
ber dos clientes em virtude das vendas dos produtos ou servi-
ços. Pode surgir com o nome de Clientes. Se as Provisões para
Riscos de Créditos estiverem destacadas, deve-se subtrair este
valor das Duplicatas a Receber. Pode surgir também com os
nomes de Clientes e Provisão para Devedores Duvidosos. Na
maioria dos balanços o valor expresso já processou o desconto
das Provisões para Devedores Duvidosos ou das Duplicatas Des-
contadas. Caso isto não ocorra, e estas contas apareçam
listadas, é preciso proceder a este ajuste.
1.01.01—Disponibilidades: É uma conta do Ativo
Circulante, e representa todos os valores que a empresa tem em
grande liquidez. Aparece com o nome de Disponibilidades ou
Disponível ou pode estar desdobrada em algumas contas: Ban-
cos, Aplicações Financeiras, ou Aplicações de Liquidez Imedia-
ta ou Títulos e Valores Mobiliários. Deve-se somar estes dois
valores se eles estiverem listados separadamente.
MANUEL MEIRELES

1 4 4 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM

2.01.03—Fornecedores: É uma conta do Passivo


Circulante e inclui tudo o que se deve aos Fornecedores devido,
basicamente, às compras de matérias primas.
2.01.04—Impostos, taxas e contribuições: É uma conta
do Passivo Circulante e representa tudo o que ela deve ao Go-
verno devido a Impostos e Contribuições. As contas referentes a
este conjunto surgem geralmente com os nomes de: Obrigações
Sociais e Trabalhistas , Obrigações Fiscais e Empregatícias, Im-
postos e Contribuições, Obrigações Tributárias, Provisão para
Imposto de Renda e Contribuição Social.
2.01.08—Salários e outras obrigações: É um grupo de
contas também do Passivo Circulante. Seus valores devem ser
somados, já que, usualmente são listadas em separado. Este
conjunto de contas representa tudo o que se deve aos emprega-
dos incluindo outras obrigações não classificadas em contas es-
pecíficas. As contas referentes a este conjunto surgem geral-
mente com os nomes de: Salários a pagar e Outras obrigações.
2.01.01—Empréstimos Bancários de Curto Prazo (Em-
préstimos e Financiamentos): É uma conta do Passivo
Circulante e representa o que a empresa deve aos Bancos, com
data de vencimento dentro dos próximos 12 meses. Pode apare-
cer com o nome de Instituições Financeiras. Pode surgir com o
nome de Bancos, Empréstimos Bancários, Empréstimos e Fi-
nanciamentos ou Instituições Financeiras.
2.01.02—Outras Contas a Pagar: Também é uma conta
do Passivo Circulante. Pode surgir com o nome de Outras Con-
tas a Pagar ou Outras Obrigações.
Uma vez obtidos os valores acima indicados, deve-se pro-
ceder ao cálculo do Limite de Crédito, multiplicando-se cada um
dos valores por um determinado fator, fator este que está indicado
na coluna C (Figura 6.1). Os resultados referentes ao Patrimônio
Líquido, Estoques, Duplicatas a Receber e Disponibilidades cons-
tituem valores positivos para o Limite de Crédito; os resultados
referentes a Fornecedores, Salários, Contribuições e Tributos,
Bancos e Outras Contas constituem valores negativos para o Li-
mite de Crédito. O Limite de Crédito é a diferença entre estes
valores, e aparece sob o título de Limite de Crédito de Morante.
Uma vez obtido o Limite de Crédito de Morante (LCM), bas-
ta dividi-lo pelo Ativo Total (AT) da empresa para se ter o indica-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 4 5

dor LCM/AT. Este indicador mostra a proporção do Ativo Total da


empresa que um investidor poderia emprestar a tal empresa, com
certa segurança.

Termômetro de Insolvência de Kanitz.


Uma vez obtido o valor LCM/AT, você necessita calcular o
Termômetro de Insolvência de Kanitz (TIK). O processo também
é simples como ilustra a figura 6.4.Observe que os dados são
retirados do Balanço. Para facilitar a busca, forneceu-se o código
da CVM. O exemplo da figura 6.4 mostra que o TIK da Perdigão
pelo balanço de junho de 1999 era de 2,221. Este valor deve ser
interpretado como mostra o quadro abaixo:

Se TIK estiver entre... ...a empresa


0 e 7 é solvente
0 e -3 estará indefinida
-3 e -7 estará insolvente

Planilha 4: Cálculo do TIK


B C D E F
2 Empresa: Perdigão Balanço TIK
3 Código Processo Kanitz: 30-Jun-99
1.01 AC (Atico circulante) 746815
1.01.03 Estoques 222612
1.02 RLP (Realizável L. Prazo) 237671
2.01 PC (Passivo Circulante) 670926
2.02 PELP (Passivo L. Prazo) 487647
2.05 PL (Patrimônio Líquido) 492538
2.05.05 Lucros/Prej. acumulados 10366
Fator
0,05 LL/PL 0,021 0,001
1,65 (AC+RLP) / ET 0,850 1,402
3,55 (AC-Est) / PC 0,781 2,774
1,06 AC / PC 1,113 1,180
0,33 ET / PL 2,352 0,776
Termômetro Insolvência Kanitz = 2,221
Figura 6.4
MANUEL MEIRELES

1 4 6 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM


Planilha 4: Cálculo do TIK
B C D E F
4 Empresa: Perdigão Balanço TIK
5 Código Processo Kanitz: 30-Set-99
6 1.01 AC (Atico circulante) 723932
7 1.01.03 Estoques 215540
8 1.02 RLP (Realizável L. Prazo) 281960
9 2.01 PC (Passivo Circulante) 708020
10 2.02 PELP (Passivo L. Prazo) 520380
11 2.05 PL (Patrimônio Líquido) 493709
12 2.05.05 Lucros/Prej. acumulados 11537
13 Fator
14 0,05 LL/PL 0,023 0,001
15 1,65 (AC+RLP) / ET 0,819 1,351
16 3,55 (AC-Est) / PC 0,718 2,549
17 1,06 AC / PC 1,022 1,084
18 0,33 ET / PL 2,488 0,821
Termômetro Insolvência Kanitz = 1,996
19
Figura 6.5

Segundo Kanitz, a Perdigão é uma empresa solvente, já


que seu indicador TIK tinha o valor positivo de 2,221. Mas, análise
semelhante é possível com os dados do Balanço do trimestre
seguinte (setembro de 1999). O resultado aparece na figura 6.5.
Veja que no trimestre seguinte o TIK da perdigão baixou
para 1,996. Ainda continua solvente, é óbvio, mas apresenta um
grau de solvência menor do que o anterior.
O que recomendei para a planilha LCM/AT recomendo para
a planilha TIK. O algoritmo desta planilha é bem simples como
mostra a figura 6.6.
Planilha 4: Cálculo do TIK (Algoritmo)
B C D E F
4 Empresa: Perdigão Balanço TIK
5 Código Processo Kanitz: 30-Set-99
6 1.01 AC (Atico circulante) 723932
7 1.01.03 Estoques 215540
8 1.02 RLP (Realizável L. Prazo) 281960
9 2.01 PC (Passivo Circulante) 708020
10 2.02 PELP (Passivo L. Prazo) 520380
11 2.05 PL (Patrimônio Líquido) 493709
12 2.05.05 Lucros/Prej. acumulados 11537
13 Fator
14 0,05 LL/PL 0,023
0,05*E14
15 1,65 (AC+RLP) / ET 0,819
1,65*E15
16 3,55 (AC-Est) / PC 0,718
3,55*E16
17 1,06 AC / PC 1,022
1,06*E17
18 0,33 ET / PL 2,488
0,33*E18
F14+F15+F16
19 Termômetro Insolvência Kanitz =
-F17-F18
Figura 6.6
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 4 7

• Em D4, coloque o nome da empresa e em E5, a data do


Balanço.
• Os valores obtidos no Balanço são introduzidos na coluna
E, de E6 a E12.
• O algoritmo para o cálculo do TIK é dado na coluna F.
• O valor desejado, isto é, o Indicador TIK surge na célula
F19.

Indicador KM

O Indicador KM deriva, como sabe, da junção dos dois


indicadores vistos acima: o TIK — Termômetro de Insolvência de
Kanitz e o LCM/AT — Limite de Crédito de Morante/Ativo Total.
Numa primeira abordagem pode-se afirmar que o Indicador
KM é igual ao produto de TIK pelo LCM/AT .De uma forma gené-
rica pode-se dizer que, para uma dada empresa:

Indicador KM = 100*( LCM / AT)*TIK

Empresas com LCM/AT ou TIK negativos são descartadas.


Você já percebeu quão fácil é calcular o indicador KM de
uma empresa tendo seus valores LCM/AT e TIK. Para a empresa
Perdigão, dada aqui como exemplo, considerando as datas-base
dos seus balanços, temos:
Perdigão
Data LCM/AT TIK KM
30/06/99 0,0095 2,221 2,11
30/09/99 0,0069 1,996 1,38

É possível determinar, portanto, o valor do indicador KM para


um conjunto de empresas. Este indicador é calculado periodica-
mente. Você pode, assim, ter para cada empresa um gráfico da
evolução do seu KM — mas, o importante, é acompanhar de
perto as empresas que tiverem o índice KM maior. Para isso bas-
ta montar a Planilha 5, cujo layout é dado abaixo, com um exem-
plo.
MANUEL MEIRELES

1 4 8 COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM


A planilha 5, fundamentalmente é constituída por 4 colunas:
• Na coluna C, insere-se o nome da empresa; na coluna se-
guinte o valor do seu LCM/AT e do seu TIK;
• Na coluna F, calcula-se o indicador KM, cujo algoritmo
pode ser visto na figura 6.8. Observe que para as empresas com
LCM/AT negativo ou TIK negativo (ou ambos os casos) não se
calcula o KM. As empresas são, depois de feito o cálculo do
indicador KM, ordenadas decrescentemente.
As 10 empresas com maior índice KM devem ser acompa-
nhadas de perto. Os dados constantes da figura 6.7 referem-se a
período anterior a 1999. Nem todas as empresas pertencem ao
Ibovespa.
B C D E F G
2 Planilha 5: Cálculo do indicador KM Data-Base= Dez/xx Acomp
3 Empresa LCM/AT TIK KM
4 Arno 0,087 6,56 57,14 S
5 Semp Thoshiba Amazonas 0,078 6,65 52,00 S
6 Guararapes - Confeccões 0,089 4,34 38,65 S
7 Copesul - Petroquímica 0,068 4,77 32,35 S
8 Avipal Agricultura e Pecuária 0,082 3,91 32,20 S
9 Dixie Toga 0,075 3,58 26,71 S
10 Duratex 0,070 3,45 24,21 S
11 Alpargatas, São Paulo 0,065 3,66 23,86 S
12 La Fonte 0,057 4,10 23,49 S
13 Lojas Renner 0,059 3,90 22,86 S
14 Klabin 0,068 3,28 22,33 S
15 Usiminas 0,070 2,65 18,58
16 Agroceres, Sementes 0,068 2,44 16,50
17 Metal Leve 0,058 2,37 13,76
18 Copel - Cia Paranaense de Energia 0,066 1,89 12,47
19 Perdigão Agroindustrial 0,054 2,09 11,31
20 Freios Varga 0,043 1,89 8,18
21 Inepar- Indústria e construções 0,034 2,41 8,16
22 Cofap 0,042 1,75 7,36
23 Tilibra - Indústria Gráfica 0,032 2,12 6,83
24 Sadia Concordia 0,028 2,16 6,04
25 Brahma 0,030 1,85 5,48
26 Braspérola - Ind e Comércio 0,048 1,04 4,96
27 Ceval Alimentos 0,033 1,42 4,74
28 IAP 0,023 1,62 3,66
29 Artex 0,015 1,34 1,96
30 Rhodia-Ster 0,043 0,40 1,71
31 Sharp Equipamentos Eletronicos 0,015 0,95 1,44
32 Hering, Cia 0,002 0,18 0,04
33 Polibrasil Polímeros -0,008 -0,72
34 Tupy AS -0,002 -0,97
35 Varig -0,004 -1,23
Figura 6.7
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO SELECIONAR AÇÕES PELO INDICADOR KM 1 4 9

Você, neste capítulo, viu que há um método coerente que o


leva a selecionar empresas. Se as empresas selecionadas per-
tencerem ao Ibovespa, você passa a dispor de uma lista de em-
presas potencialmente lucrativas, solventes e de boa liquidez.
Aconselho-o a fazer o cálculo do Indicador KM para todas as
empresas nas quais aplique dinheiro — escolhidas por um outro
critério qualquer. Deve ter percebido que a análise dos indicado-
res LCM/AT, TIK e KM, ao longo do tempo, é muito ilustrativa da
qualidade da empresa para o investidor.
B C D E F G
2 Planilha 5: Indicador KM (Algoritmo) Data-Base= Dez/xx Acomp
3 Empresa LCM/AT TIK KM
4 Arno 0,087 6,56 100*D4*E4 S
5 Semp Thoshiba Amazonas 0,078 6,65 100*D5*E5 S
6 Guararapes - Confeccões 0,089 4,34 repete S
7 Copesul - Petroquímica 0,068 4,77 repete S
8 Avipal Agricultura e Pecuária 0,082 3,91 repete S
9 Dixie Toga 0,075 3,58 repete S
10 Duratex 0,070 3,45 repete S
11 Alpargatas, São Paulo 0,065 3,66 repete S
12 La Fonte 0,057 4,10 repete S
13 Lojas Renner 0,059 3,90 repete S
14 Klabin 0,068 3,28 repete S
Figura 6.8

Selecionadas as empresas, veja no capítulo seguinte, como


as deve acompanhar. Outras técnicas para selecionar ações são
mostradas no capítulo 8.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 151

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 7
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 153

Acompanhando as ações selecionadas

Acompanhar as ações previamente selecionadas significa


dar a tais ações uma atenção diária — apenas diária e não mais
do que isto — e atuar de acordo com o método escolhido, méto-
do este que indica o momento de comprar ou de vender. Evite a
postura neurótica de ficar continuamente olhando as cotações:
estabeleça uma rotina adequada e siga-a. Na verdade você preci-
sa atualizar apenas uma dezena de ações, no seu banco de da-
dos, e atuar de acordo com os sinais emitidos pelo algoritmo.
Esses sinais dizem se você deve manter a sua posição (compra-
do ou não comprado) ou alterar tal posição (vender / comprar).
Para atualizar seu banco de dados, você deve aguardar o
fechamento do pregão. Eu costumo fazer isso pela manhã: entro
no website da Bovespa, www.bovespa.com.brþINFORMAÇÕES
DO MERCADOþCOTAÇÕESþHORÁRIO REGULAR, seleciono
toda a linha referente a uma ação que controlo, copio-a e colo-a
na planilha correspondente. Faço a mesma coisa para as demais
ações. Uma vez atualizadas as planilhas, aplico a fórmula do
algoritmo aos novos dados e vejo o sinal emitido. Dependendo do
sinal posso ter que atuar (comprar ou vender) ou posso me man-
ter na mesma posição — o que implica, obviamente, em não
fazer nada.
Há muitos métodos de acompanhamento de ações, como
você pode ver no Capítulo 9, mas eu dou preferência ao oscilador
SMI, que é detalhado neste capítulo. Fica a seu critério escolher
e seguir o método.
Este método de supervisão de ações que adoto e recomen-
do é extremamente dinâmico, pois você pode aproveitar todas as
oscilações que os preços oferecem na Bolsa.
MANUEL MEIRELES

154 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI

Oscilador SMI
O oscilador SMI tem uma estrutura semelhante aos
osciladores mais comuns da Escola Técnica e o seu uso ainda é
recente. No Brasil tem sido usado desde 1980, com razoável su-
cesso.
Veja qual a lógica que presidiu à construção deste indica-
dor. A figura 7.1, mostra a estrutura típica de preços de uma ação:
preços mínimo, máximo e de fechamento; ofertas de compra e de
venda. O preço de fechamento (Fech) fica, obviamente, entre os
valores Máx e Min — podendo ser até igual a um deles. Tipica-
mente as ofertas de venda (OV) tendem a estar acima do Max; as
ofertas de compra (OC) tendem a estar abaixo do Min.

? Oferta de Venda ? OV ? OV
Máximo Máxi Máx
? Fech
? Fechamento

? Fech.
Mínimo Mín Mín
? Oferta de Compra ? OC ? OC
Pressão de Compra Pressão de Venda

Figura 7.1

O oscilador SMI considera unitária a distância que separa


OV de OC, isto é: OV-OC=1. Partindo disto, ele situa a posição
do Fech ao longo dessa distância. É o que se denomina Pressão
do Pregão (PP). Se Fech estiver exatamente no meio de OV e
OC, PP=0,5; se Fech coincidir com OC, então PP=0; se Fech
coincidir com OV, então PP=1. Entre 0 e 1, PP pode assumir
quaisquer valores. Na figura 7.1, as pressões de pregão ilustra-
das correspondem a 0,5 (à esquerda), 0,8 e 0,2 (à direita). Quanto
maior for o valor de PP maior é a pressão exercida pelos investi-
dores para comprar a ação: eles estão dispostos a pagar o máxi-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 155

mo por ela. Valores de PP acima de 0,5, indicam pressão com-


pradora; valores de PP abaixo de 0,5, indicam pressão vendedora.
É claro que o objetivo do oscilador é antecipar tendências. Ele
trabalha com valores médios. Eu uso a média de cinco pregões.
A operacionalização é feita da seguinte forma:
• As ordens de compra são dadas sempre que SMI >0,5;
• As ordens de venda são dadas sempre que SMI<0,50;
• Uma vez compradas (D+0) as ações só podem ser vendi-
das no mínimo no terceiro dia (D+3).

Para facilitar a interpretação, o algoritmo contém uma fór-


mula que coloca o sinal ($) referente ao holding periodo — tempo
durante o qual a ação deve ser mantida em carteira. Assim:
• As ordens de compra são dadas sempre que surge $;
• As ordens de venda são dadas sempre termina $;
Fech OC OV PP SMI Operacionalização
1,50 1,49 1,51 0,50 0,60
1,50 1,50 1,51 0,00 0,40 $
1,49 1,49 1,50 0,00 0,30 $ compra 1,49
1,54 1,50 1,54 1,00 0,30 $
1,56 1,55 1,57 0,50 0,40 $
1,57 1,56 1,57 0,99 0,50 $
1,56 1,55 1,57 0,50 0,60
1,57 1,56 1,57 0,99 0,79 venda 1,57
Figura 7.2

Eis alguns exemplos que podem facilitar a sua compreen-


são para o momento de compra ou de venda. Na figura 7.2, você
pode observar uma formação típica. A ordem de compra é dada
após o primeiro sinal $; e a de venda é dada quando a série termi-
na.
Muitas vezes uma ordem de compra é dada imediatamente
a seguir a uma ordem de venda, como mostra a figura 7.3:
MANUEL MEIRELES

156 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI

Fech OC OV PP SMI Operacionalização


2,85 2,85 2,89 0,00 0,33 $
2,82 2,80 2,90 0,20 0,37 $
2,85 2,82 2,85 1,00 0,57
2,85 2,81 2,90 0,44 0,53 vende 2,85
2,81 2,81 2,85 0,00 0,33 $
2,82 2,85 2,90 -0,60 0,21 $ compra 2,82
3,05 3,00 3,10 0,50 0,27 $
Figura 7.3

Ordens de compra podem ser frustradas. A venda, entretan-


to, só deve ocorrer se não aparecer, por dois pregões seguidos,
nenhum sinal de confirmação, como mostra a figura 7.4.
Fech OC OV PP SMI Operacionalização
4,05 4,01 4,05 1,00 0,54
4,05 4,00 4,08 0,62 0,47 $
4,05 3,95 4,05 1,00 0,67 compra 4,05
4,00 3,70 4,05 0,86 0,84
4,00 3,90 4,00 1,00 0,90
3,90 3,90 4,00 0,00 0,70 vende 3,90
3,70 3,70 3,75 0,00 0,57
3,70 3,50 3,69 1,05 0,58
3,65 3,55 3,65 1,00 0,61
Figura 7.4
O sinal de compra surgiu com o SMI a 0,47. No dia seguin-
te, a ordem de compra foi dada (compra a $4,05). Ao término do
pregão observou-se o não surgimento do sinal, confirmando a
operação. Deve-se aguardar mais dois dias antes de se vender.
O método SMI é extremamente dinâmico e o investidor
realiza constantemente operações com as ações que estão sob
a sua supervisão. Portanto, é um método altamente especulativo.
A listagem de alguns pregões mostra isso:
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 157


Fech OC OV PP SMI Operacionalização
2,15 2,19 2,23 -1,00
2,21 2,21 2,24 0,00
2,30 2,29 2,30 1,00
2,30 2,28 2,30 1,00
2,35 2,33 2,40 0,29 0,26 $
2,36 2,38 2,40 -1,00 0,26 $
2,35 2,01 2,35 1,00 0,46 $
2,20 2,00 2,35 0,57 0,37 $
2,20 2,16 2,20 1,00 0,37 $
2,19 2,10 2,19 1,00 0,51
2,20 2,15 2,20 1,00 0,91 vende 2,20
2,20 2,15 2,20 1,00 0,91
2,19 2,00 2,19 1,00 1,00
2,19 2,19 2,19 0,00 0,80
2,19 2,19 2,20 0,00 0,60
2,19 2,19 2,35 0,00 0,40 $
2,25 2,20 2,50 0,17 0,23 $ compra 2,25
2,25 2,24 2,30 0,17 0,07 $
2,21 2,21 2,30 0,00 0,07 $
2,21 2,21 2,30 0,00 0,07 $
2,21 2,21 2,30 0,00 0,07 $
2,30 2,25 2,40 0,33 0,10 $
2,50 2,45 2,50 1,00 0,27 $
2,60 2,53 2,60 1,00 0,47 $
2,70 2,70 2,80 0,00 0,47 $
2,82 2,80 2,85 0,40 0,55
2,80 2,70 2,80 1,00 0,68 vende 2,80
2,75 2,75 2,78 0,00 0,48 $
2,75 2,75 2,80 0,00 0,28 $ compra 2,75
2,75 2,70 2,80 0,50 0,38 $
2,75 2,70 2,90 0,25 0,35 $
2,70 2,70 2,80 0,00 0,15 $
2,71 2,70 2,80 0,10 0,17 $
2,71 2,71 2,75 0,00 0,17 $
2,80 2,79 2,90 0,09 0,09 $
2,80 2,80 2,90 0,00 0,04 $
2,81 2,80 2,90 0,10 0,06 $
2,85 2,82 2,90 0,37 0,11 $
2,85 2,86 3,00 -0,07 0,10 $
2,90 2,86 2,90 1,00 0,28 $
MANUEL MEIRELES

158 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI


2,90 2,81 2,90 1,00 0,48 $
2,90 2,90 2,95 0,00 0,46 $
2,90 2,90 2,90 0,00 0,39 $
2,95 2,91 3,00 0,44 0,49 $
2,95 2,95 3,00 0,00 0,29 $
3,00 2,95 3,00 1,00 0,29 $
2,90 2,90 3,00 0,00 0,29 $
2,92 2,91 2,99 0,12 0,31 $
2,95 2,91 2,95 1,00 0,42 $
2,95 2,95 2,95 0,00 0,42 $
2,95 2,95 3,00 0,00 0,22 $
2,91 2,91 2,95 0,00 0,22 $
2,90 2,90 2,95 0,00 0,20 $
2,90 2,70 3,00 0,67 0,13 $
2,90 2,80 2,90 1,00 0,33 $
2,85 2,85 2,89 0,00 0,33 $
2,82 2,80 2,90 0,20 0,37 $
2,85 2,82 2,85 1,00 0,57
2,85 2,81 2,90 0,44 0,53 vende 2,85
2,81 2,81 2,85 0,00 0,33 $
2,82 2,85 2,90 -0,60 0,21 $ compra 2,82
3,05 3,00 3,10 0,50 0,27 $
3,00 3,05 3,10 -1,00 -0,13 $
2,95 2,95 3,00 0,00 -0,22 $
3,05 2,95 3,05 1,00 -0,02 $
2,95 2,95 3,05 0,00 0,10 $
3,05 3,05 3,10 0,00 0,00 $
3,10 3,00 3,15 0,67 0,33 $
3,35 3,35 3,40 0,00 0,33 $
3,10 3,15 3,40 -0,20 0,09 $
3,25 3,20 3,25 1,00 0,29 $
3,25 3,22 3,40 0,17 0,33 $
3,30 3,25 3,44 0,26 0,25 $
3,30 3,25 3,30 1,00 0,45 $
3,30 3,20 3,30 1,00 0,68
3,30 3,20 3,30 1,00 0,69 vende 3,30
3,30 3,25 3,40 0,33 0,72
3,32 3,31 3,35 0,25 0,72
3,56 3,56 3,60 0,00 0,52
3,56 3,56 3,60 0,00 0,52
3,55 3,50 3,60 0,50 0,42 $
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 159


3,55 3,40 3,50 1,50 0,52 compra 3,55
3,40 3,40 3,55 0,00 0,45 $
3,50 3,50 3,59 0,00 0,40 $
3,60 3,60 3,65 0,00 0,40 $
3,75 3,75 3,75 0,00 0,30 $
3,70 3,70 3,85 0,00 0,00 $
3,75 3,70 3,85 0,33 0,07 $
3,85 3,85 3,85 0,00 0,07 $
3,90 3,80 3,90 1,00 0,27 $
3,90 3,83 3,90 1,00 0,47 $
3,90 3,85 3,90 1,00 0,67
3,90 3,80 3,90 1,00 0,80 vende 3,90
3,90 3,70 3,90 1,00 1,00
3,95 3,95 3,98 0,00 0,80
3,96 3,96 3,99 0,00 0,60
3,93 3,80 3,98 0,72 0,54
4,05 4,01 4,05 1,00 0,54
4,05 4,00 4,08 0,62 0,47 $
4,05 3,95 4,05 1,00 0,67 compra 4,05
4,00 3,70 4,05 0,86 0,84
4,00 3,90 4,00 1,00 0,90
3,90 3,90 4,00 0,00 0,70 vende 3,90
3,70 3,70 3,75 0,00 0,57
3,70 3,50 3,69 1,05 0,58
3,65 3,55 3,65 1,00 0,61
3,64 3,50 3,64 1,00 0,61
3,65 3,58 3,64 1,16 0,84
3,50 3,50 3,54 0,00 0,84
3,50 3,45 3,50 1,00 0,83
3,35 3,00 3,39 0,90 0,81
3,30 3,30 3,45 0,00 0,61
3,45 3,30 3,45 1,00 0,58
3,78 3,78 3,76 0,00 0,58
3,69 3,69 3,70 0,00 0,38 $
3,69 3,69 3,69 0,00 0,20 $ compra 3,69
3,67 3,40 3,67 1,00 0,40 $
3,67 3,40 3,60 1,35 0,47 $
3,67 3,40 3,66 1,04 0,68
3,67 3,40 3,67 1,00 0,88 vende 3,67
3,36 3,37 3,67 -0,03 0,87
3,36 3,37 3,61 -0,04 0,66
MANUEL MEIRELES

160 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI


3,36 3,37 3,61 -0,04 0,38 $
3,69 3,69 3,69 0,00 0,18 $ compra 3,69
3,69 3,69 3,64 0,00 -0,02 $
3,55 3,55 3,67 0,00 -0,02 $
3,50 3,45 3,58 0,38 0,07 $
3,65 3,30 3,70 0,87 0,25 $
3,70 3,70 3,76 0,00 0,25 $
3,71 3,70 3,76 0,17 0,29 $
3,73 3,73 3,74 0,00 0,29 $
3,70 3,70 3,76 0,00 0,21 $
3,70 3,70 3,76 0,00 0,03 $
3,80 3,80 3,85 0,00 0,03 $
3,90 3,90 3,95 0,00 0,00 $
4,05 4,05 4,10 0,00 0,00 $
4,05 3,91 4,05 1,00 0,20 $
4,05 3,90 4,05 1,00 0,40 $
4,10 4,08 4,12 0,50 0,50 $
4,29 4,30 4,40 -0,10 0,48 $
4,45 4,45 4,49 0,00 0,48 $
4,50 4,50 4,50 0,00 0,28 $
4,50 4,50 4,50 0,00 0,08 $
4,45 4,30 4,49 0,79 0,14 $
4,47 4,47 4,49 0,00 0,16 $
4,50 4,50 4,60 0,00 0,16 $
4,50 4,50 4,60 0,00 0,16 $
4,60 4,60 4,60 0,00 0,16 $
4,65 4,65 4,70 0,00 0,00 $
4,99 4,94 4,99 1,00 0,20 $
4,90 4,80 5,00 0,50 0,30 $
4,90 4,90 4,90 0,00 0,30 $
4,74 4,70 4,90 0,20 0,34 $
4,75 4,75 4,75 0,00 0,34 $
4,50 4,50 4,69 0,00 0,14 $
4,39 4,00 4,39 1,00 0,24 $
4,45 4,00 4,45 1,00 0,44 $
4,45 4,00 4,44 1,02 0,60
4,39 4,00 4,39 1,00 0,80 vende 4,39
4,35 4,00 4,35 1,00 1,00
4,35 4,35 4,40 0,00 0,80
4,35 4,30 4,39 0,55 0,72
4,40 4,36 4,45 0,44 0,60
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 161


4,50 4,45 4,52 0,71 0,54
4,59 4,55 4,60 0,80 0,50
4,55 4,55 4,55 0,00 0,50
4,50 4,35 4,50 1,00 0,59
4,45 4,45 4,58 0,00 0,50
4,70 4,65 4,70 1,00 0,56
4,65 4,60 4,70 0,50 0,50 $

A figura 7.5 resume as sete operações realizadas. Das


sete,duas produziram resultados negativos ( o que significa 71%
de ordens com resultado positivo). Em média, cada operação dura
cerca de 15 pregões –o que corresponde a três semanas corri-
das. Cada operação, em média, produziu um resultado positivo
de 9,96%.
Resultado Qtde
Compra Venda
% Pregões
2,25 2,80 24,44 10
2,75 2,85 3,64 30
2,82 3,30 17,02 15
3,55 3,90 9,86 11
4,05 3,90 -3,70 4
3,69 3,67 -0,54 4
3,69 4,39 18,97 35
Médias= 9,96 15,57
Figura 7.5

Para cada ação que você acompanha com o oscilador SMI,


você deve ter uma planilha. Para facilitar a inclusão dos dados
obtidos via Internet, as colunas desta planilha devem seguir a
mesma ordem:
• A—:Código;
• B—: Pregão (Empresa);
• C—:Ação;
• D—:Abert.;
• E—:Min.;
• F—:Máx.;
• G—:Med.;
• H—:Fech.;
MANUEL MEIRELES

162

• I—:Oferta Compra;
• J—:Oferta Venda;
• K—:Negs Realizados;
• L—:Qtde Títulos;
Depois destas colunas reserve mais duas: uma para a colu-
na M (MF$) e outra para para a coluna N (INDAÇ). Após isso
coloque as colunas referentes ao oscilador SMI.
• O—:PP (pressão do pregão)
• P—:SMI (Stress Market Index)
• Q—:$ (sinal)
A construção da planilha é feita como mostra a figura 7.6.
Muitas das colunas mostradas acima estão ocultas —na medida
em que apenas contêm valores. Para a construção do indicador
são relevantes as colunas apresentadas na figura citada. De qual-
quer forma o conteúdo de todas as colunas é o seguinte:
Planilha 6: SMI (Algoritmo)
H I J O P Q
FEC OC OV PP SMI $
(H4-I4)/
4 2,15 2,19 2,23 (J4-I4+0,0001)
·2,21
5 2,21 2,24 repete
6 2,30 2,29 2,30 repete
7 2,30 2,28 2,30 repete
8 2,35 2,33 2,40 repete MÉDIA(O4:O8) SE(P8>0,5; " "; "$")
9 2,36 2,38 2,40 repete repete repete
10 2,35 2,01 2,35 repete repete repete
11 2,20 2,00 2,35 repete repete repete
12 2,20 2,16 2,20 repete repete repete
13 2,19 2,10 2,19 repete repete repete
14 2,20 2,15 2,20 repete repete repete
Figura 7.6
Coluna A: Código da empresa. É importado via Internet. Re-
comendo que tenha esta coluna pois ajuda a perceber erros. Você
se surpreenderá com o número de vezes que copiou ação indevida.
• Coluna B: Pregão: Inicialmente é importada com o nome
da empresa. Delete o nome e introduza a data do pregão.
• Coluna C: Ação. É o tipo da ação, uma informação impor-
tada também via Internet. Embora você saiba qual é o tipo (PN ou
ON) este campo pode trazer informações adicionais referentes à
ocorrência de proventos.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 163

• Colunas D, E, F, G, H: São os preços que a ação atingiu


no pregão: abertura, mínimo, máximo, médio e fechamento.
• Coluna I: Oferta de Compra. Contém o valor da Oferta de
Compra (OC) registrada. Caso não conste da listagem a Oferta
de Compra considere como indicado abaixo.
• Coluna J: Oferta de Venda. Contém o valor da Oferta de
Venda (OV) registrada. Caso não conste da listagem a Oferta de
Venda considere como indicado abaixo.
• Coluna K: Negócios realizados.
• Coluna L: Quantidade de títulos.
• Coluna M: Valor da sua moeda forte (MF$) referente à data
do pregão.
• Coluna N: INDAÇ da ação. Veja que para as colunas M e N
deve ver o que foi considerado no capítulo 4.
• Coluna O: PP (pressão do pregão). Veja a figura 7.6 a fór-
mula a usar. Repita depois continuamente essa fórmula.
• Coluna P: SMI (Stress Market Index). É uma média móvel
simples dos cinco últimos valores da pressão do pregão.
• Coluna Q: $ (sinal). Veja na figura 7.6 a fórmula a usar.

Preste atenção que os valores correspondentes às ofertas


de compra e de venda devem constar obrigatoriamente da planilha.
Ocorre, entretanto, que muitas vezes, no fechamento do pregão,
pode não haver oferta para compra ou venda da ação. Assim,
considere o seguinte:
❑ se na listagem não aparece o valor correspondente
a OC: toma-se como valor da OC o preço de Fechamento
ou da OC anterior - o menor dos dois.
❑ se na listagem não aparece a OV: toma-se como
valor da OV o preço do Fechamento ou da OV anterior- o
menor dos dois.
Para indicar que tais valores foram estimados, use tipo
negrito na célula.

Cabe observar que acompanhar uma ação através de um


método significa exatamente operar de acordo com o que preco-
niza tal método. Muitas vezes você verá que não tem ação algu-
ma para adquirir. fique fora do mercado. Aproveite a lista abaixo
MANUEL MEIRELES

164 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI


para se exercitar: verifique se determinaria corretamente os mo-
mentos de compra ou de venda. Observe, também, que o siste-
ma não acerta todas.
Fech OC OV PP SMI Operacionalização
1,77 1,74 1,78 0,75
1,75 1,75 1,76 0,00
1,70 1,62 1,70 1,00
1,62 1,60 1,62 1,00
1,55 1,53 1,55 1,00 0,75
1,55 1,54 1,56 0,50 0,70
1,52 1,51 1,52 0,99 0,90
1,53 1,53 1,54 0,00 0,70
1,50 1,49 1,51 0,50 0,60
1,50 1,50 1,51 0,00 0,40 $
1,49 1,49 1,50 0,00 0,30 $ compra 1,49
1,54 1,50 1,54 1,00 0,30 $
1,56 1,55 1,57 0,50 0,40 $
1,57 1,56 1,57 0,99 0,50 $
1,56 1,55 1,57 0,50 0,60
1,57 1,56 1,57 0,99 0,79 venda 1,57
1,56 1,55 1,56 0,99 0,79
1,52 1,51 1,53 0,50 0,79
1,52 1,51 1,53 0,50 0,69
1,55 1,55 1,56 0,00 0,60
1,61 1,61 1,63 0,00 0,40 $
1,55 1,55 1,56 0,00 0,20 $ compra 1,55
1,72 1,70 1,72 1,00 0,30 $
1,72 1,70 1,72 1,00 0,40 $
1,60 1,60 1,61 0,00 0,40 $
1,60 1,59 1,63 0,25 0,45 $
1,60 1,59 1,63 0,25 0,50 $
1,61 1,58 1,61 1,00 0,50 $
1,60 1,59 1,63 0,25 0,35 $
1,61 1,60 1,61 0,99 0,55
1,61 1,60 1,64 0,25 0,55 venda 1,61
1,61 1,61 1,61 0,00 0,50 $
1,69 1,68 1,69 0,99 0,50 $ compra 1,69
1,72 1,70 1,72 1,00 0,64
1,75 1,75 1,76 0,00 0,45 $
1,77 1,76 1,77 0,99 0,60
1,74 1,73 1,75 0,50 0,69 venda 1,74
1,75 1,74 1,75 0,99 0,69
1,81 1,81 1,82 0,00 0,50 $
1,75 1,74 1,75 0,99 0,69 compra 1,75
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 165


1,85 1,83 1,86 0,66 0,63
1,88 1,86 1,88 1,00 0,73
1,86 1,85 1,86 0,99 0,73 venda 1,86
1,82 1,80 1,82 1,00 0,93
1,77 1,76 1,77 0,99 0,93
1,74 1,73 1,74 0,99 0,99
1,74 1,72 1,74 1,00 0,99
1,74 1,73 1,75 0,50 0,89
1,70 1,69 1,70 0,99 0,89
1,62 1,61 1,62 0,99 0,89
1,57 1,56 1,57 0,99 0,89
1,53 1,53 1,54 0,00 0,69
1,57 1,56 1,57 0,99 0,79
1,51 1,51 1,52 0,00 0,59
1,45 1,43 1,45 1,00 0,60
1,41 1,41 1,42 0,00 0,40 $
1,48 1,48 1,50 0,00 0,40 $ compra 1,48
1,38 1,38 1,40 0,00 0,20 $
1,46 1,46 1,48 0,00 0,20 $
1,55 1,53 1,55 1,00 0,20 $
1,55 1,55 1,56 0,00 0,20 $
1,47 1,47 1,48 0,00 0,20 $
1,43 1,43 1,44 0,00 0,20 $
1,45 1,43 1,45 1,00 0,40 $
1,51 1,51 1,52 0,00 0,20 $
1,52 1,51 1,51 100,00 20,20
1,57 1,55 1,58 0,66 20,33 venda 1,57
1,52 1,52 1,53 0,00 20,33
1,62 1,61 1,62 0,99 20,33
1,65 1,64 1,65 0,99 20,53
1,63 1,63 1,64 0,00 0,53
1,59 1,59 1,61 0,00 0,40 $
1,64 1,64 1,65 0,00 0,40 $ compra 1,64
1,61 1,60 1,61 0,99 0,40 $
1,59 1,58 1,59 0,99 0,40 $
1,59 1,59 1,61 0,00 0,40 $
1,59 1,58 1,59 0,99 0,59
1,58 1,57 1,58 0,99 0,79 venda 1,58
1,58 1,57 1,59 0,50 0,69
1,62 1,62 1,63 0,00 0,50 $
1,61 1,60 1,61 0,99 0,69 compra 1,61
MANUEL MEIRELES

166 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI


1,61 1,60 1,61 0,99 0,69 compra 1,61
1,60 1,60 1,61 0,00 0,50 $
1,59 1,57 1,59 1,00 0,50 $
1,55 1,55 1,57 0,00 0,40 $
1,63 1,61 1,63 1,00 0,60
1,61 1,61 1,63 0,00 0,40 $ venda 1,61
1,65 1,63 1,65 1,00 0,60 compra 1,65
1,80 1,80 1,82 0,00 0,40 $
1,78 1,78 1,79 0,00 0,40 $
1,77 1,77 1,79 0,00 0,20 $
1,74 1,74 1,75 0,00 0,20 $
1,77 1,77 1,78 0,00 0,00 $
1,77 1,76 1,77 0,99 0,20 $
1,74 1,74 1,76 0,00 0,20 $
1,78 1,77 1,79 0,50 0,30 $
1,83 1,83 1,85 0,00 0,30 $
1,83 1,79 1,82 1,33 0,56
1,80 1,78 1,80 1,00 0,56 venda 1,80
1,77 1,76 1,77 0,99 0,76
1,80 1,80 1,81 0,00 0,66
1,79 1,79 1,80 0,00 0,66
1,77 1,77 1,78 0,00 0,40 $
1,75 1,75 1,77 0,00 0,20 $ compra 1,75
1,80 1,77 1,80 1,00 0,20 $
1,77 1,77 1,78 0,00 0,20 $
1,78 1,77 1,78 0,99 0,40 $
1,77 1,77 1,78 0,00 0,40 $
1,79 1,78 1,80 0,50 0,50 $
1,80 1,79 1,80 0,99 0,50 $
1,76 1,76 1,78 0,00 0,50 $
1,77 1,75 1,78 0,66 0,43 $
1,76 1,76 1,77 0,00 0,43 $
1,76 1,75 1,76 0,99 0,53
1,80 1,78 1,80 1,00 0,53 venda 1,80
1,78 1,77 1,78 0,99 0,73
1,80 1,77 1,80 1,00 0,79
1,78 1,75 1,77 1,49 1,09
1,78 1,78 1,79 0,00 0,89
1,79 1,77 1,79 0,50 0,30 $
1,79 1,78 1,79 0,99 0,89
1,79 1,79 1,80 0,00 0,70
1,78 1,77 1,78 0,99 0,40 $ compra 1,78
A arte de operar na Bols@ pela Internet

COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI 167


1,77 1,77 1,79 0,00 0,40 $
1,78 1,77 1,78 0,99 0,40 $
1,78 1,77 1,78 0,99 0,59
1,76 1,76 1,78 0,00 0,59 venda 1,76
1,72 1,72 1,72 0,00 0,40 $
1,73 1,71 1,74 0,66 0,53 compra 1,73
1,77 1,77 1,79 0,00 0,40 $
1,78 1,77 1,78 0,99 0,40 $
1,78 1,77 1,78 0,99 0,59
1,76 1,76 1,78 0,00 0,59 venda 1,76
1,72 1,72 1,72 0,00 0,40 $
1,73 1,71 1,74 0,66 0,53 compra 1,73
1,78 1,76 1,78 1,00 0,53
1,83 1,82 1,84 0,50 0,43 $
1,89 1,84 1,89 1,00 0,63
1,84 1,84 1,86 0,00 0,63 venda 1,84
1,87 1,86 1,87 0,99 0,70
1,89 1,87 1,89 1,00 0,70
1,91 1,90 1,91 0,99 0,79
1,97 1,97 1,98 0,00 0,60
1,94 1,90 1,94 1,00 0,79
1,93 1,92 1,93 0,99 0,79
1,89 1,87 1,89 1,00 0,79
1,87 1,87 1,88 0,00 0,60
1,90 1,90 1,95 0,00 0,60
1,93 1,91 1,93 1,00 0,60
1,91 1,89 1,91 1,00 0,40 $ compra 1,91
1,89 1,85 1,89 1,00 0,60
1,85 1,85 1,87 0,00 0,60
1,88 1,87 1,90 0,33 0,46 $ venda 1,88
1,87 1,85 1,87 1,00 0,66 compra 1,87
1,85 1,85 1,87 0,00 0,46 $
1,84 1,83 1,85 0,50 0,36 $
1,83 1,82 1,84 0,50 0,46 $
1,79 1,79 1,80 0,00 0,40 $
1,76 1,75 1,80 0,20 0,24 $
1,77 1,77 1,79 0,00 0,24 $
1,80 1,78 1,82 0,50 0,24 $
1,80 1,77 1,81 0,75 0,29 $
1,80 1,78 1,79 1,98 0,69
1,76 1,76 1,77 0,00 0,65 venda 1,76
MANUEL MEIRELES

168 COMO ACOMPANHAR AÇÕES PELO SMI


1,70 1,67 1,70 1,00 0,84
1,69 1,69 1,70 0,00 0,75
1,72 1,72 1,72 0,00 0,60
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 171

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 8
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 173

Mais técnicas para selecionar ações


As técnicas para selecionar as empresas que devem ter
suas ações acompanhadas atentamente pelo investidor são da-
dos, principalmente, pela Escola Fundamentalista. cujo funda-
mento repousa na tese de que existe uma correlação lógica en-
tre o valor intrínseco de uma ação e seu preço de mercado.
Os investidores fundamentalistas, acompanham as empre-
sas que possuem as melhores previsões de lucros futuros, e
procuram localizar no mercado as que, tendo boas perspectivas,
tenham cotações baixas à luz dos resultados esperados.
São seguros os métodos que os investidores usam? No meu
entender todos os métodos — incluindo o KM e o SMI — são tão
seguros quanto os métodos de previsão do tempo. Previsões são
previsões; só a realidade poderá mostrar, com o passar do tem-
po, se tais previsões estavam certas ou não. Mas, indiscutivel-
mente, costumam ser melhores do que investir sem qualquer ori-
entação.
Eis alguns dos métodos:
1. Índice Preço-Lucro-PL;
2. Cash-yield;
3. Cotação / Valor patrimonial;
4. Análise Estrutural da Indústria;
5. Índice Sharpe;
6. Capital Asset Pricing Model (CAPM) e
7. Indicador KM (já apresentado no capítulo 6).

Veja os princípios nos quais tais métodos se fundamentam.

1.—PL: Índice Preço / Lucro

O PL, decorre da divisão entre o preço de mercado de um


MANUEL MEIRELES

174 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

determinado papel, em certo momento, pelo lucro líquido


anualizado1 da ação.
O método consiste em dividir o lucro líquido por ação, obtido
em um dado balanço, e dividi-lo pelo preço da ação. Para que o
cálculo seja mais preciso, é conveniente que os valores sejam
em moeda forte.
Exemplo:
Num Relatório Financeiro da Copesul, podemos ver na De-
monstração do Resultado, que o lucro líquido por lote de 1000
ações foi de $5,98. Considerando a mesma data de fechamento
desse relatório, a nossa moeda forte MF$ valia $1,0386. Portan-
to, podemos dizer que o lucro líquido da Copesul, por lote de
1000 ações,
$5,98/1,0386= MF$5,7578.
Em uma altura posterior, observou-se que o lote de 1000
ações da Copesul ON (CPS3) era negociado ao preço médio de
$39,03. Nesta data a MF$l valia 1,0730 Desta forma, o lote de
1000 ações da Copesul custava
$39,03/1,0730= $36,3747.
Temos os dois valores, lucro líquido e preço de custo médio
da ação, na mesma moeda forte. Podemos agora calcular o P/L
da ação:
PL= Preço / Lucro
PL = $36,3747/$5,7578
PL = 6,3175 anos.
Teoricamente, o PL indica em quantos anos o Lucro Líquido
- permanecendo no mesmo nível - pagaria a ação que estamos
adquirindo. No caso, só ao fim de 6,375 anos a Copesul pagaria o
nosso lote de 1000 ações, se o adquirirmos ao preço médio de
MF$36,3747 - desde que continue a dar um lucro líquido de
MF$5,7578 por lote de 1000 ações nos próximos anos - tal como
deu referente ao ano passado.
Por este método deve-se escolher as ações das empresas
com o PL menor, isto é: cujo retorno ocorre mais rapidamente.
Observe-se, contudo que um Lucro Líquido anual de MF$5,7578

1
Anual ou anualizado por alguma técnica adequada. Você pode
usar um deflator como o IGP-M ou algo equivalente, como a MF$.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 175

para um investimento de MF$36,3747 representa uma rentabili-


dade de 15,83%. Isto deve ser tomado em conta quando se con-
sidera outras alternativas de investimento.
Cabe também notar que neste método falamos de Lucro
Líquido e não de Dividendos distribuídos ao investidor. Já tive a
oportunidade de lhe mostrar — com o exemplo da Batatix SA —
que mesmo que a empresa não distribua dividendos o valor
patrimonial da ação aumenta2 , afetando o preço da ação na
Bolsa.

2.— Cash-yield
O cash-yield é a relação do dividendo anualizado pelo pre-
ço de mercado da ação. É semelhante ao PL, em termos de
cálculo, mas baseia-se num conceito diferente: o que importa
não é o lucro apurado, mas o dividendo distribuído.
Embora seja um dos indicadores mais usados pelos inves-
tidores tradicionais, o método, como se vê, é incoerente, pois
não leva em conta que o lucro retido também é um "ganho" do
acionista, e que este ganho acaba por se expressar através da
elevação do preço da ação no mercado. Mas, o conceito que
está por detrás dele é a sobrevivência do investidor típico, aquele
que vive dos dividendos das ações que possui. Neste sentido,
não lhe interessa ser acionista de empresas altamente rentáveis
mas pouco voltadas para os seus interesses.
O pressuposto deste método é o seguinte: o investidor deve
adquirir e manter no seu portfólio3 ações cujos dividendos anu-
ais representem pelo menos 6% do custo da ação.
Para comprar hoje uma ação, o investidor deve observar
se os dividendos distribuídos correspondem a pelo menos 6% do
valor dela; para manter a ação em carteira, o investidor deve
observar se os dividendos distribuídos correspondem a pelo me-
nos 6% do valor pelo qual a ação foi comprada — não interessa
quando.
Por exemplo: um investidor observa que uma ação ABC,
tem o preço de mercado (custa) MF$100,00 e recebeu, no
2
Pelo valor dos dividendos retidos.
3
Carteira de ações ou de títulos.
MANUEL MEIRELES

176 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

último exercício, MF$12,00 de dividendos. Ótimo: o cash-yield


desta ação é de MF$12,00 / MF$100,00= 12,00%. É um bom
cash-yield. O investidor compra, portanto a ação.
No ano seguinte a ação sobe, no mercado, para MF$300,00
e os dividendos distribuídos são de MF$13,00.
Para o nosso investidor que adquiriu a ação ABC a
MF$100,00, os MF$13,00 recebidos a título de dividendos,
correspondem a uma remuneração de 13,00% do capital investi-
do. Ótimo, para quem se contenta com 6%. Portanto, nosso in-
vestidor, feliz, mantém a ação ABC em sua carteira.
Agora vejamos um outro investidor que pretende usar este
método para selecionar suas ações e que não tem a ABC na sua
carteira. Ele observa que a ação ABC tem um preço de MF$300,00
no mercado, mas distribuiu dividendos de apenas MF$13,00.
Calculando o cash-yield ele obtém o valor de:
Cash-yieldABC= MF$13,00 / MF$300,00
Cash-yieldABC=0,0433 ou 4,33%
Como o cash-yield não é pelo menos de 6%, este nosso
investidor não adquire a ação ABC.
Se uma empresa remunera seus acionistas durante o ano,
diversas vezes, por meio de distribuição de juros ou antecipando
dividendos, é necessário calcular o valor total recebido pelo acio-
nista. Tais valores devem estar, obviamente deflacionados.
Por este método selecionam-se, inicialmente, as ações
com maior cash-yield que superem um determinado valor — nor-
malmente considerado de 6%. Nos anos subsequentes, tira-se
da carteira qualquer ação cujos dividendos recebidos não repre-
sentem pelo menos 6% do valor efetivamente pago pela ação,
e coloca-se, em troca, uma que possua o cash-yield igual ou
superior a 6%.
A revista Investidor Profissional publica nas suas edições
os cash-yields das empresas que analisa. Olhando a lista, você
ficará abismado com a quantidade de empresas com cash-yields
nulos ou muito baixos. Mas preste atenção: ter um cash-yield
baixo pode não ser um demérito da administração da empresa —
mas uma decorrência das forças de mercado. No exemplo da
empresa ABC, apresentado acima, a administração obteve lu-
cros — tanto que distribuiu num ano MF$12,00 e no ano seguin-
te MF$13,00. E tão boas eram as expectativas dos investidores
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 177


que a ação, no mercado, passou de $100,00 para $300,00. Ocor-
re que, para a técnica do cash-yield, a ação passa a não ser boa:
seu preço de mercado está muito alto.
Os investidores — aqueles que administram capitais
objetivando dividendos — como os administradores de grandes
fundos, precisam continuamente de ampliar sua carteira. Num
mercado que tenha subido persistentemente, é possível que os
investidores não encontrem ação comprável — ação que, pelo
menos, ofereça 6% de dividendos a cada ano. O que é que você
imagina que ocorre? O que é que você faria se tivesse o problema
deles: dinheiro na mão e mercado sem ações compráveis?
Se respondeu, — derrubaria a Bolsa, respondeu muito bem.
E provocar uma queda na Bolsa, para um investidor ou um con-
junto de investidores de porte não é nada difícil: compram meia
dúzia de ABC a MF$300,00 e vendem por MF$280;00; depois
recompram a MF$280,00 e vendem a MF$260,00. O pânico dos
especuladores instala-se e a ação acaba por atingir o valor que
possuia há um ano: MF$100,00. Nesta altura — quando todo
mundo lamenta a crise na Bolsa — eles, investidores, felizes,
compram de baciada. A ABC incorpora agora as suas carteiras,
prometendo dividendos em níveis excelentes: MF$13,00 /
MF$100,00 = 13,00%. Como você pode ver, o termo crise na Bol-
sa é sempre um termo relativo.
Você, se tiver paciência, pode construir um indicador espe-
cial que lhe mostrará a tendência da Bolsa. Pegue na carteira
teórica do Ibovespa, onde cada ação tem um certo peso (Qtde), e
multiplique o peso de cada ação pelo cash-yield (CY) atualizado.
Faça a somatória tanto da quantidade das ações (Qtde) quanto
dos resultados dos produtos (Qtde*CY). Dividindo a somatória
dos produtos Qtde*CY pela somatória das Qtdes, você tem um
precioso indicador do cash-yield médio do mercado. Este valor é
preditivo do comportamento geral do mercado: quanto mais alto o
valor melhor para a estabilidade do mercado. Isso significa que os
investidores possuem ações compráveis; se o indicador estiver
baixo, é possível que o mercado venha a ser derrubado. Se você
pesquisar as grandes crises nas Bolsas, vai perceber que nada
mais ocorreu do que um ajuste de cash-yield. Em agosto de 98,
o cash-yield Ibovespa era inferior a 2,8% — com empresas de
porte oferecendo cash-yields nulos ou próximos disso. Para vol-
tar a um patamar de cash-yield considerado mínimo (de 6%), os
preços das ações precisavam cair cerca de 53% [100- (2,8%/
MANUEL MEIRELES

178 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

0,06) =53,3]. E foi o que ocorreu: no pregão de 11 de setembro


de 1998, os indicadores da evolução dos fechamentos, da Bovespa,
oferecia o seguinte quadro:

Periódo Variação
Na semana -7,5%
No mês -16,5%
No ano -47,0%
Há uma semana -7,5%
Há um mês -38,6%
Há um ano -51,%
Máximo no ano (15/4) 12299
Mínimo no ano (10/9) 4760

O pregão de 10 de setembro de 1998, foi realmente atípico:


por volta das onze horas a desvalorização já tinha atingido 10% e
o circuit breaker — uma espécie de limitador de insensatez — foi
acionado pela primeira vez. No final da tarde foi acionado nova-
mente. Os tolos, como vê, estavam agindo. Mas, o pior, eram as
justificativas apresentadas para a histeria dos especuladores: a
tentativa dos investidores estrangeiros em vender suas ações, a
qualquer preço foi apontada como uma das principais causas da
queda de 15,82% que a Bolsa de Valores de São Paulo registrou
nesta data. Os investidores estavam conscientemente fazendo o
seu trabalho de colocar a Bolsa no seu devido lugar, mas levavam
a culpa da atuação insensata dos especuladores.

3.—Cotação / Valor Patrimonial

Este indicador representa o quociente entre o preço de mer-


cado da ação e o valor patrimonial da mesma.
O preço do mercado, é o preço médio da ação negociada na
data em que estamos procedendo à análise - representa o preço
mais provável que deveremos pagar por tal ação se decidirmos
adquiri-la.
O valor patrimonial da ação, é o resultado da divisão do
patrimônio líquido pelo número total de ações. O Patrimônio Lí-
quido reflete todo o Ativo da empresa menos o que ela deve. Portan-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 179

to, o valor patrimonial de uma ação expressa, teoricamente, o


quanto o acionista receberia se a empresa fosse liquidada em
determinada data.
A revista Investidor Profissional publica, também semanal-
mente, uma relação de Cotação/Valor Patrimonial. Mas, você
pode facilmente calcular este indicador, servindo-se dos Balan-
ços das empresas. Lá você encontra o número de ações que a
empresa possui e o Patrimônio Líquido da Empresa. Por exem-
plo, em 30/9/99, a Perdigão SA tinha um Patrimônio Líquido (PL)
de $493709000, e um total de 222544717996 ações. Dividindo-se
o PL pelo número de ações, obtém-se o valor de $2,22 por lote de
mil ações. Este era o Valor Patrimonial de cada ação. Nessa
mesma data as ações estavam sendo negociadas, ou seja, eram
cotadas, a $2,67 por lote de mil. O indicador Cotação / Valor
Patrimonial nada mais é do que, no exemplo, a divisão de $2,67
por $2,22 — o que resulta em 1,20.
O que significa isto? Que no mercado acionário a ação da
Perdigão pode ser comprada por 20% acima do seu valor
patrimonial.
Este indicador é apenas orientativo, não tendo uma
aplicabilidade maior, embora seu pressuposto seja de que o in-
vestidor deva escolher as ações das empresas com a menor rela-
ção Preço/Patrimônio Líquido. O equívoco deste método é consi-
derar que o PL expressa o real patrimônio de uma empresa — o
que está distante de ser verdade.

4.—Análise Estrutural da Indústria


Estamos vendo alguns métodos que se destinam a apon-
tar as melhores ações — ou, falando de outra forma — que se
destinam a predizer quais empresas tenderão a gerar mais lu-
cros. Isso mesmo: lucros. O que nos interessa é antever empre-
sas potencialmente lucrativas. O indicador KM, o índice Preço-
Lucro, o cash-yield e a relação Cotação/Valor Patrimonial, são
métodos relativamente fáceis — principalmente se comparados
ao modelo CAPM.
O método que você vai ver nesta seção, é um método que
não costuma ser listado como método típico das Escola
MANUEL MEIRELES

180 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

Fundamentalista — até porque não foi desenvolvido para tal —


mas cumpre facilmente o objetivo que se pretende alcançar. E é
um método que tem a vantagem de ser relativamente simples de
aplicar. O que é que você quer saber como investidor? Quer sa-
ber de bons negócios, não é verdade? Bons negócios devem ge-
rar bons lucros e, por conseguinte, bons dividendos. Então, por-
que não considerar o método da Análise Estrutural da Indústria,
idealizado por Porter? Veja como você pode, então, usar Porter
para selecionar as empresas de uma indústria rentável.
Michael Porter4 identificou seis fatores determinantes, cuja
atuação, em conjunto, resulta em uma mesma base para o nível
de lucratividade (baixa, média ou alta) das empresas no negócio.
Um negócio ideal é aquele que apresenta: altas barreiras para a
entrada; inexistência de barreiras para a saída; pequeno grau de
rivalidade; inexistência de produtos substitutos; maior poder de
negociação que os clientes e maior poder de negociação que os
fornecedores.
À análise para verificar a "qualidade de um negócio", Porter
deu o nome de Análise Estrutural da Indústria. Portanto, Análise
Estrutural da Indústria é um procedimento destinado a diagnosti-
car a qualidade de um negócio, com base em seis fatores
determinantes que mensuram os componentes de sucesso e de
insucesso de um negócio de uma empresa e dos seus concor-
rentes.
Para se fazer cuidadosamente uma Análise Estrutural do
negócio deve-se avaliar os possíveis componentes de cada um
dos seis determinantes do sucesso (ou insucesso) do negócio5
4
Porter é, reconhecidamente, o mais importante teórico de estraté-
gia no mundo. Editou, em 1980, o primeiro livro notável com desen-
volvimento de conceitos próprios de estratégia: Estratégia Competi-
tiva, pela editora Campus. Em 1990 editou Vantagem Competitiva
das Nações , pela mesma editora. Nesta obra ampliou os conceitos
de estratégia para problemas macro-econômicos. Porter, no livro
Vantagem competitiva das nações propôs que os países fossem
classificados de acordo com as vantagens competitivas que suas
empresas têm .
5
Indispensável a leitura das revistas Mercado de Capitais, da Abamec,
e Informe Financeiro, da Adinvest, com as suas análises setoriais.
Você também pode encontrar preciosas informações nos relatórios
de Análise Setorial da Gazeta Mercantil, contendo estudos comple-
tos dos mais destacados setores da economia.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 181

indicados por Porter.


Um bom negócio possibilita que todas as empresas que
estejam nele sejam bem sucedidas. Existe uma tendência para
que todas as empresas de um negócio tenham o mesmo nível de
sucesso. Todas as cervejarias de um país, todas as franquias de
fast-food, todas as editoras de livros, etc. têm lucratividade seme-
lhante entre si. Isso indica que existem determinantes para o
sucesso (ou insucesso) que são comuns a todas as empresas
do negócio ou ramo industrial. Eles afetam simultaneamente to-
das as empresas de um mesmo negócio.
Se unirmos os dois primeiros fatores - que se referem a
barreiras - e os dois últimos - que se referem a poder de negocia-
ção - temos quatro básicos fatores determinantes do sucesso de
um negócio:
1. altas barreiras para a entrada e inexistência de barreiras
para a saída;
2. pequeno grau de rivalidade;
3. inexistência de produtos substitutos;
4. maior poder de negociação que os clientes e maior poder
de negociação que os fornecedores
Veja cada um destes quatro conceitos separadamente:

I—Barreiras:

Barreiras são dificuldades para o ingresso ou saída de em-


presas de uma determinada indústria. A existência de barreiras
para a entrada dificultam o surgimento de novos competidores
para dividir o mercado. A inexistência de barreiras para a saída,
especialmente nos momentos de crise, facilitam o fechamento
de empresas, deixando as remanescentes com a maior fatia do
mercado. O fechamento de um concorrente, facilita a sobrevivên-
cia e o sucesso das empresas que resistiram às dificuldades do
mercado. As barreiras de entrada têm uma importância alternati-
va em relação às de saída, já que as primeiras são mais impor-
tantes num mercado em crescimento e, as últimas, são decisi-
vas num mercado em crise.
Constituem barreiras de entrada, em especial:
MANUEL MEIRELES

182 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

A) tamanho mínimo do empreendimento: quanto maior for o


volume de capital para iniciar um negócio típico, maior é barreira.
Uma indústria química tem um tamanho mínimo de empreendi-
mento maior do que uma papelaria;
B) sofisticação tecnológica: quanto maior o grau de tecnologia
que o negócio requer (tanto em máquinas quanto em pessoal),
maior é a barreira. Uma indústria química tem uma sofisticação
tecnológica maior do que uma sapataria;
C) complexidade da distribuição: quanto maior for a comple-
xidade da distribuição do produto ou do serviço, maior é a barrei-
ra. Distribuir medicamentos é mais complexo do que distribuir
sapatos;
D) fontes de insumos: quanto maior for a complexidade
para a obtenção de insumos, maior é a barreira. Os insumos
químicos são mais difíceis de obter do que insumos para uma
padaria;
E) normas governamentais: quanto mais exigentes ou abun-
dantes forem as normas governamentais pertinentes ao negócio,
maiores são as barreiras. As normas governamentais de uma
industria química são mais complexas que as normas que regem
uma sorveteria.
São típicas barreiras de saída:
F) número de concorrentes no mercado: quanto menor o
número de concorrentes maior é a barreira à saída da empresa
(ela tenta resistir, pois se um outro concorrente sair a fatia de
mercado crescerá substancialmente para ela);
G) recuperação de investimentos: quanto menor for a pos-
sibilidade de se recuperar o que foi investido, maior é a barreira de
saída;
H) restrições legais e sociais: quanto maiores e mais com-
plexas forem as restrições legais para uma empresa encerrar
suas atividades, maior é a barreira de saída. Uma faculdade tem
muitas restrições ao seu fechamento.

II—Rivalidade:

É mais difícil ter sucesso quando os concorrentes disputam


palmo a palmo sua posição no mercado atual e futuro. Para
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 183

Zaccarelli (1996), o grau de rivalidade é determinado, principal-


mente, pelas características da indústria, e, em menor grau, pela
personalidade dos executivos: a rivalidade praticamente não en-
volve "fatores pessoais" dos executivos que comandam as orga-
nizações.
São os seguintes os fatores impessoais da rivalidade entre
as empresas:
I) concorrentes todos equilibrados: quanto mais equilibra-
dos em porte e em faturamento forem os concorrentes, maior é o
grau de rivalidade entre as empresas;
J) taxa de crescimento do negócio: quanto menor for a taxa
de crescimento do negócio, maior é a rivalidade. A rivalidade
entre os provedores da Internet não será muita se a adesão à
rede se ampliar a taxas significativamente elevadas;
K) custos fixos elevados: a rivalidade é alta se os custo
fixos, em relação aos custos variáveis, forem altos. É preciso
lutar por vendas para gerar uma boa receita para pagar os custos
fixos;
L) excesso crônico de capacidade instalada: a rivalidade é
maior entre as empresas se houver capacidade instalada superi-
or à demandada. Se todas as empresas do setor estiverem sem
capacidade ociosa, não buscarão novos clientes — que não po-
derão atender;
M) módulo de acréscimo da capacidade: é maior a rivalida-
de entre as empresas se a ampliação do negócio requerer peque-
nos módulos. O módulo de crescimento de uma siderúrgica é um
alto-forno — algo dispendioso; para uma faculdade o módulo de
crescimento é de uma ou duas salas, capazes de acomodar mais
uma ou duas turmas.

III–Produtos/Serviços Substitutos:

O negócio ideal não possui produtos/serviços substitutos,


que diminuem o tamanho e a natureza do mercado, dando outras
opções aos clientes. Um bom produto/serviço substituto pode
significar a extinção de todas as empresas, que não se adapta-
rem no devido prazo. A esferográfica substituiu a caneta; o com-
putador substituiu as máquinas de escrever; os softwares CAD
estão substituindo as pranchetas e as réguas T.
MANUEL MEIRELES

184 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

Quanto menor for o grau de substituíbilidade do produto ou


do serviço, melhor é para a indústria. Quanto à substituíbilidade
deve-se considerar, pelo menos:
N) preço / benefício relativos: quanto melhor for esta rela-
ção, para o produto substituto, maior é o grau de substituíbilidade.
O gás encanado tem um preço menor do que o gás em botijão
— oferecendo o mesmo benefício;
O) custo da mudança: os consumidores que fazem uso de
gás em botijão pensarão no custo que significa mudar para o gás
encanado — o que exigirá algum custo inicial. Quanto menor o
custo da mudança, maior é o grau de substituíbilidade;
P) confiabilidade do substituto: o gás encanado é tão
confiável quanto o em botijão — mas se o serviço de distribuição
de gás encanado apresentasse problemas crônicos a
substituíbilidade seria reduzida. Quanto maior for a confiabilidade
do produto substituto maior é o grau de substituíbilidade.

IV—Poder de Negociação:

Um maior poder de negociação que os clientes, resulta em


bons preços de venda; um maior poder de negociação que os
fornecedores, resulta em bons preços de compra.
Se as empresas de uma indústria não tiverem maior poder
de negociação na cadeia de suprimentos, o lucro que poderiam
gerar por sua atividade vai ser transferido para os clientes ou para
os fornecedores, ou para ambos.
Aumentam o poder de negociação da empresa:
Q) ter alternativas de fornecedores dos seus insumos. Pou-
cas alternativas indicam pouco poder de negociação;
R) operar com volumes relativamente elevados. Volumes ele-
vados aumentam o poder de negociação;
S) ter custos de estocagem reduzidos. Custos reduzidos
de estoques elevam o poder de negociação;
T) lidar com produtos não perecíveis — ou que não perdem
rapidamente a validade após a fabricação aumenta o poder de
negociação;
U) ter muitos clientes — especialmente consumidores fi-
nais — aumenta o poder de negociação.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 185

Avaliação da Qualidade do negócio6

Você pode fazer a análise da qualidade de qualquer indús-


tria, ou de qualquer setor, tendo presente os conceitos acima
listados. A ténica consiste em avaliar a qualidade de diversas
indústrias e adquirir ações de empresas pertencentes a tais in-
dústrias. Para cada indústria analisada, você precisa estabelecer
uma nota quanto aos quesitos : barreiras, rivalidade,
substituíbilidade dos produtos e poder de negociação.
B arreiras d e En trad a
Lu cro s
Baixas Altas

B aixas
baix os e altos e
c ons tantes cons tantes

B arreiras
de saída A ltas altos e
baix os e incontantes
incons tantes

Os lucros da indústria estão muito associados ao compos-


to das barreiras de entrada e de saída. Segundo Porter, empre-
sas com altas barreiras de entrada e baixas barreiras de saída
tendem a produzir lucros altos e constantes.

Para você fazer uma avaliação das barreiras de entrada e


de saída, oriente-se pelo quadro abaixo:
Análise Estrutrural da Industria
Indústria analisada:

Quesito ou Critério
Pontos

0 1 2 3 4 5
(Barreiras de entrada e de saída)

A:Tamanho mínimo do empreendimento 4


B:Sofisticação tecnológica 5
Barreiras de
entrada

C:Complexidade da distribuição do produto 4

D:Dificuldade na obtenção de insumos 3


9
E:Complexidade das normas governamentais 5 21

F:Quantidade de concorrentes no mercado 3


Barreiras
de saída

G:Possibilidade de recuperação dos investimentos 4

H:Restrições legais e sociais para fechamento 1 8

6
Para um melhor estudo do assunto ver: ZACCARELLI, Sérgio B.
Estratégia moderna nas empresas. São Paulo: Zarco, 1996..
MANUEL MEIRELES

186 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

Faça depois uma análise dos demais quesitos, como mos-


tra o quadro seguinte. Observe muito bem a pontuação que atri-
bui a cada quesito. Oriente-se pelo texto acima, para que a atri-
buição seja correta.
Quesito ou Critério

(Rivalidade, substituibilidade e poder de 0 1 2 3 4 5

Pontos
negociação)

I:Grau de equilíbrio dos concorrentes 4

J:Taxa de crescimento do negócio 3


Rivalidade

K:Relação custos fixos/ custos variáveis 5

L:Relação capacidades ociosa / instalada 3

M:Tamanho do módulo de acréscimo 4 19

N:Relação preço / benefício 3


bilidade
Substitui-

O:Custo da mudança 5

P:Confiabilidade do substituto 5 13

Q: Alternativa de fornecedores 4

R: Volume elevado de compras 5


negociação
Poder de

S: Custos de estocagem reduzidos 1

T: Produtos não-perecíveis 1

U: Muitos clientes 4 15

Uma vez obtida a pontuação, complete o quadro abaixo.


Observe que os pontos obtidos em cada quesito são multiplica-
dos por um fator (peso), mostrando a importância relativa de cada
critério de julgamento. Às barreiras de entrada foi dado um peso
maior, podendo uma indústria ou um setor totalizar 50 pontos.
Análise Estrutural da Indústria
Resumo da Pontuação
Indústria ou Setor:
Pontos Pontos
Critérios (Qtde.) Peso
atribuídos ponderados

Barreiras de entrada (5) 21 +10 210


Barreiras de saída (3) 8 -2 -16
Rivalidade (5) 19 -3 -57
Substituibilidade (3) 13 -5 -65
Poder de negociação (5) 15 +3 45
Total de pontos= 117
Uma análise estrutural de uma indústria exige que você co-
nheça razoavelmente as características das empresas perten-
centes a ela — mas certamente o esforço produzirá bons resulta-
dos. Veja o exemplo abaixo.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 187

Análise Estrutrural da Industria


Indústria analisada:

Quesito ou Critério

Pontos
0 1 2 3 4 5
(Barreiras de entrada e de saída)

A:Tamanho mínimo do empreendimento 4


B:Sofisticação tecnológica 5
Barreiras de
entrada

C:Complexidade da distribuição do produto 4

D:Dificuldade na obtenção de insumos 3


9
E:Complexidade das normas governamentais 5 21

F:Quantidade de concorrentes no mercado 3


Barreiras
de saída

G:Possibilidade de recuperação dos investimentos 4

H:Restrições legais e sociais para fechamento 1 8

Quesito ou Critério

(Rivalidade, substituibilidade e poder de 0 1 2 3 4 5

Pontos
negociação)

I:Grau de equilíbrio dos concorrentes 4

J:Taxa de crescimento do negócio 3


Rivalidade

K:Relação custos fixos/ custos variáveis 5

L:Relação capacidades ociosa / instalada 3

M:Tamanho do módulo de acréscimo 4 19

N:Relação preço / benefício 3


bilidade
Substitui-

O:Custo da mudança 5

P:Confiabilidade do substituto 5 13

Q: Alternativa de fornecedores 4

R: Volume elevado de compras 5


negociação
Poder de

S: Custos de estocagem reduzidos 1

T: Produtos não-perecíveis 1

U: Muitos clientes 4 15

Análise Estrutural da Indústria


Resumo da Pontuação
Indústria ou Setor:
Pontos Pontos
Critérios (Qtde.) Peso
atribuídos ponderados

Barreiras de entrada (5) 21 +10 210


Barreiras de saída (3) 8 -2 -16
Rivalidade (5) 19 -3 -57
Substituibilidade (3) 13 -5 -65
Poder de negociação (5) 15 +3 45
Total de pontos= 117
MANUEL MEIRELES

188 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

5.—Índice Sharpe:

O índice Sharpe mede o grau de risco de um título (uma


ação ou uma carteira de ações) em relação à sua rentabilidade.
O índice é calculado pela diferença entre a rentabilidade da ação
Ra e de um ativo Ri utilizado como comparação, dividido pelo
desvio padrão da ação. Ou seja: é a média da rentabilidade real
dividida pelo desvio padrão. O ativo i pode ser um certificado de
depósito bancário (CDB-over), uma caderneta de poupança ou
algo semelhante. Quanto maior a relação, melhor.
O índice foi desenvolvido por William Sharpe, em 1966, e
considera a variabilidade do retorno real (por exemplo, ganho so-
bre a poupança) como sendo o risco da ação.
Este método, embora fácil, não tem sido muito aplicado para
a seleção de ações. Tendo-se o INDAC da ação ou o preço de
fechamento pode-se calcular facilmente o índice Sharp:
• calcula-se o desvio padrão de uma série de preços — ge-
ralmente de 30 pregões — usando-se a função
=DESVPAD(B2:B31);
• calcula-se a média dessa mesma série de preços: =
MÉDIA(B2:B31);
• divide-se o primeiro valor pelo segundo, multiplicando-se
por 100 para o índice Sharp se expressar em %: =100*C31/D31

6.— CAPM: Capital Asset Pricing Model

Não é meu intuito fazer uma descrição deste método, mas


apenas abordar o princípio geral sobre o qual ele se estrutura.
Com o objetivo de reduzir o risco do portfólio, os investido-
res repartem ao máximo a sua aplicação entre as alternativas
oferecidas. Com isto, eles conseguem redução do risco sistemá-
tico, mas está provado que não há um número ótimo de ativos
que devem ser incluídos num portfólio com este objetivo. Hélio de
A arte de operar na Bols@ pela Internet

OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES 189


Paula Leite7 ,dá a conhecer que J.H. Evans e S.H. Archer8 , de-
terminaram o impacto da diversificação simples sobre a redução
do nível do risco. Nessa pesquisa, os autores simularam portfólios
randomicamente selecionados entre as 470 ações ordinárias ne-
gociadas na Bolsa de Nova York. Esse estudo demonstrou que
portfólios construídos apenas com 10 a 15 ações,são suficientes
para reduzir a variabilidade total ao nível da variabilidade media
atribuível ao risco sistemático. Com isso os autores demonstra-
ram que, simplesmente, ao buscar uma diversificação máxima
se pode incorrer em uma diversificação supérflua.
Outro estudo de Fisher e Lorie, conforme relata Leite9 ,
demonstrou que os resultados da diversificação por setores ou
simples (randômica) são equivalentes. Ambos os estudos, no en-
tanto, demonstraram que a diversificação simples poderá reduzir
o retorno da carteira de investimentos. Daqui se deduz que é
importante saber escolher os ativos que devem compor os
portfólios.
Para se constituir uma carteira de títulos que satisfaça os
interesses do investidor em relação à otimização do binomio
Máximo Retorno versus Menor Risco, desenvolveu-se uma teoria
da seleção de carteiras. Essa teoria objetiva combinar vários ati-
vos disponíveis no mercado de modo a obter uma carteira que
prometa o maior retorno para um dado nível de risco ou que
prometa o menor nível de risco para um dado nivel de retorno.
Foi Harry Markowitz10 quem desenvolveu um sistema para a
determinação de carteiras eficientes. Mas o problema da
metodologia desenvolvida por Markowitz reside no número de ele-
mentos que devem ser determinados para se selecionar o con-
junto de carteiras eficientes, pois é necessário estimar-se a cor-
relação entre os retornos de vários títulos dois a dois. Assim,
7
LEITE, Hélio de Paula. Introdução à administração financeira. São
Paulo: Atlas, 1991, p.410
8
Num trabalho publicado no Jornal of Finance, dez. 1968, intitulado
"Diversification and the Reduction of Dispersion: an empirical
analysis"
9
Idem.
10
No Journal of Finance, de março de 1952, num artigo intitulado
"Portfolio Selection" apud SÁ, Geraldo Tosta de. Investimentos no
mercado de capitais. p.226
MANUEL MEIRELES

190 OUTRAS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE AÇÕES

num conjunto de 50 ativos, além de 50 retornos médios espera-


dos e dos 50 desvios-padrões (riscos);se deveria calcular 1225
coeficientes de correlação.11
Alem disso, a determinação do conjunto de carteiras efici-
entes, resultantes da combinação dos diferentes títulos em vári-
os percentuais, é feita através de programação quadrática que
torna a determinação longa e onerosa.
Foi devido a estas dificuldades que Sharpe12 usou um mo-
delo de índices que prescinde da estimativa da correlação entre
os retornos dos diversos títulos i considerados. 0 modelo de
Sharpe, já visto acima, admite como hipótese básica que o retor-
no associado a cada ação é linearmente relacionado com o nível
de um índice geral, tal como o nível do mercado como um todo
(IBV por exemplo).

11
O número de coeficientes que devem ser calculados é de (n2-n)/
2, onde n é o número de ações ou de títulos.
12
SHARPE, apud SÁ, Geraldo Tosta de. Investimentos no mercado
de capitais. p.226
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 193

COMO OPERAR COM


AÇÕES
by Internet

Prepare-se Entenda os
para operar métodos
PARTE 1 PARTE 2

Adquira Cadastre- Como Como


Conceitos se numa selecionar acompanhar
Básicos Corretora ações ações
Capítulo 1 Capítulo 5 pelo pelo
indicador oscilador
KM SMI
Tenha Saiba ler os Capítulo 6 Capítulo 7
postura Relatórios da
adequada Bolsa
Capítulo 2 Capítulo 3 Por meio Por meio
de outras de outras
Aprenda a técnicas técnicas
construir os
Capítulo 8 Capítulo 9
índices das suas
ações
Capítulo 4

CAPÍTULO 9
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 195

Quando comprar e vender ações?

O acompanhamento de ações - das empresas previamente


selecionadas - requer que o investidor use um método adequado.
Neste capítulo, dou um resumo dos principais métodos, mas, em
especial, destaco dois importantes métodos para os investido-
res: o oscilador IFR e o Estocástico. Não significa que estes
métodos sejam os melhores.
Já viu que o investidor em ações, que é cuidadoso,
via de regra segue três recomendações básicas:
1.seleção cuidadosa;
2.ampla diversificação;
3.supervisão constante.
A supervisão, para o investidor, consiste em seguir atenta-
mente a evolução das ações previamente selecionadas.
Não estou falando do método buy and put away que é o
método usado pelos investidores que seguem o princípio de que;
a melhor forma de investir, é comprar ações e guardá-las. Este
seria um processo para longo prazo. Neste caso, o investidor faz
apenas uma seleção cuidadosa dos títulos e compra-os benefici-
ando-se dos dividendos e da valorização dos mesmos na Bolsa.
Neste caso, convém adquirir títulos que tenham uma relação boa
entre seu preço no mercado e o seu valor patrimonial. As ações
de empresas concordatárias também podem ser objeto de aten-
ção para quem deseja seguir este método.
Neste capítulo, você vai ver alguns métodos de supervisão
ou de acompanhamento de ações, e, por meio deles, você pode-
rá acompanhar ações previamente selecionadas ou ter uma no-
ção da tendência da Bolsa.
-Acha que a Bolsa vai cair? Esta é uma pergunta que me
fazem com freqüência. Nunca soube satisfazer o meu interlocutor
- porque nunca soube se ela iria subir ou cair. Tenho alguma no-
MANUEL MEIRELES

196 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

ção do seu status; mas nunca tive meios para poder dizer qual o
seu direcionamento.
Posso dizer é que fico muito preocupado quando o porteiro
do restaurante ou o motorista de táxi me perguntam: - E aí, dou-
tor? Dá para vender meu carrinho e apostar tudo na Bolsa? Para
mim este é o sinal derradeiro de que é a hora de estar fora da
Bolsa. Como diz meu pai: — Bolsa, virou manchete, caia fora.
O investidor técnico deve sempre saber como está a Bol-
sa, pois deve acompanhar o desenvolvimento desta; além das
ações sob o seu controle. Estima-se que o impacto do mercado
como um todo sobre qualquer ação corresponda a 80%. Ou seja:
a Bolsa despencando ou subindo afeta o desenvolvimento de qual-
quer ação, esteja ela fazendo ou não parte do Ibovespa.
Há dois bons indicadores para acompanhar o mercado
como um todo: a média móvel de 200 dias (200 D) e a LAD. Veja-
os, respectivamente, nos itens 5.1 e 6.2.

1.—Teoria de Dow

Charles Dow, é considerado o fundador da Escola Técnica,


que afirma que, antes de um movimento significativo de alta ou de
baixa nas cotações de um determinado papel, ocorrem forma-
ções que sinalizam previamente a movimentação que deverá ocor-
rer. Dow afirmava, com base nas suas observações, que as ações
costumam seguir tendências. E passou a elaborar um conjunto
de princípios. Os principais são os seguintes:
1. O mercado tem três tendências: a primária, a secun-
dária e a terciária. A primária é a mais importante e a de maior
duração - é uma tendência a longo prazo. Seu percurso pode ser
temporariamente interrompido por uma tendência secundária, e
esta, por sua vez, pode ser quebrada por uma tendência terciária.
Daqui surgiu basicamente a escola grafista que se ocupa
em desenhar gráficos da ação e procurar, nesses gráficos: a ten-
dência da ação; formações peculiares e níveis de suporte ou re-
sistência
2. Os indicadores refletem tudo. As mudanças diárias
nos preços refletem o julgamento e as emoções do todos os in-
vestidores. Assim, os indicadores de mercado (Ibovespa, etc) re-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 197

fletem isso a qualquer momento.


3. Há uma relação entre preços e volumes. O volume
cresce com o aumento dos preços e decresce com a caída des-
tes. Comportamentos diferentes podem indicar a proximidade de
reversão da tendência.
4. Os preços indicam tendências. Quando os preços rom-
pem níveis de suporte indicam tendência de baixa; quando os
preços rompem níveis de resistência indicam tendência de alta.
5. Os índices de Mercado comandam o Mercado. Se os
indicadores de mercado (Ibovespa, etc) caem, a probabilidade de
alguma ação subir -contra a tendência do mercado - é reduzida.
Se o mercado indica tendência de alta a probabilidade de uma
ação descer se reduz.
6. Há uma relação entre preços e volumes. Quando os
preços e os volumes estão subindo, os preços tendem a aumen-
tar mais ainda. Quando os preços estão subindo mas o volume
está diminuindo deve haver uma reversão da tendência em breve.
Quando os preços estão caindo e o volume está subindo, a ten-
dência é de diminuição de preços. Quando os preços e o volume
estão caindo deve haver uma reversão de tendência em breve.
A Teoria de Dow faz uso de gráficos nos quais se plotam os
preços e volumes e deles o investidor tenta extrair certas informa-
ções. Há toda uma complexa teoria que envolve uma série de
configurações denotadoras de tendências - como triângulos,
flâmulas e bandeiras, ombro-cabeça-ombro, etc - mas isso foge
ao escopo desta obra.

2.—Teoria de Elliot ou Teoria das Vagas

A Teoria de Elliot- ou Teoria das Vagas- se fundamenta teo-


ricamente nas propriedades de uma série numérica estudada no
século XIII pelo matemático italiano Leonardo Fibonacci. Segun-
do Elliot os preços avançam num determinado sentido até que
surgem forças que temporariamente se opõem a esse avanço;
vencidas essas forças os preços retornam o movimento anterior
mas sem tanto vigor, e assim sucessivamente. As linhas traçadas
parecem ondas, vagas, cada vez com amplitude menor. Uma sé-
rie completa de movimentos de alta e de baixa forma o que Elliot
chamou de movimento inteiro. Um movimento de alta inteiro é
MANUEL MEIRELES

198 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

constituído de 5 vagas, sendo 3 de impulso e duas de sentido


contrário; um movimento de baixa inteiro é constituído de duas de
impulso e uma de correção. Desta forma, segundo Elliot, os pre-
ços nas Bolsas de valores se comportariam como mostra a figura
9.1.

Figura 9.1

As vagas ocorrem sempre obedecendo à mesma regra. A


primeira vaga em um processo de alta é sempre composta de
cinco ondas (três para cima e duas para baixo) geralmente nume-
radas de 1 a 5. A segunda vaga é de correção e compõe-se de 3
ondas (duas para baixo e uma para cima) geralmente indicadas
por A,B,C.
Há softwares especiais que determinam o início e término
das vagas. Alguns softwares chegam a plotar os preços das ações
a cada 30 minutos de pregão.

3.—Gráfico de Barras
O Gráfico de Barras, no qual se faz análise das linhas e se
identificam configurações denotadoras da tendência dos preços é
o instrumento técnico através do qual os seguidores de Dow atu-
am. Portanto, o gráfico de Barras nada mais é do que a ferramen-
ta de Dow, cujos princípios você viu acima.

4.—Gráfico Ponto-Figura

O Gráfico Ponto-Figura é um instrumento muito simples e


A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 199

razoavelmente eficiente. É um gráfico atemporal, na medida em


que nele não se indica o tempo. É constituído por colunas alter-
nadas de pontos (•) e figuras (5). Os pontos (•) indicam movimen-
tos de baixa e as figuras (5) movimentos de alta.
Para se traçar adequadamente um gráfico Ponto-Figura dois
requisitos são fundamentais:
a) ter o INDAÇ da ação — isto é, ter o valor ajustado da
ação expresso numa moeda forte (MF$). Você pode fazer o gráfi-
co ponto-figura com o preço de fechamento da ação, por exem-
plo, mas em caso de direitos é necessário proceder a um ajuste;
b) ter os valores no gráfico com incrementos de 3% - isto
é: o preço da linha superior corresponde a 1,03 do preço da linha
inferior.

A figura 9.2 mostra um gráfico ponto-figura contruído a par-


tir do preço de fechamento considerando a listagem do final do
capítulo 7. Como se pode ver, 164 pregões foram reduzidos a
apenas 9 colunas em tal gráfico.
O gráfico mostrado obedece às exigências mínimas: os
preços colocados à margem esquerda diferem, de linha para li-
nha, em 1,03; e referem-se, neste exemplo, ao preço de fecha-
mento da ação.
Fech Gráfico Ponto-Figura

2,00
1,94 X
1,89 X O
1,83 X X X O
1,78 X O X O X O
1,73 O X O X O X O
1,67 O X O X O O
1,63 O X O X
1,58 O X O X
1,53 O X O X X
1,49 O O X O X
1,44 O X O X
1,40 O X O
1,36 O
1,32
Figura 9.2
MANUEL MEIRELES

200 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

Como valor inicial da listagem, escolhi, arbitrariamente o


valor $2,00 para a coluna de preços de fechamento. O valor cons-
tante na linha imediatamente inferior corresponde ao valor de $2,00
/ 1,03. Isso foi feito para as demais linhas. Ou seja: cada valor
apresentado, difere do anterior e do posterior, em 3%.
Para iniciar a construção do gráfico ponto-figura precisa-
mos ter cotações de alguns dias. O primeiro valor era 1,77 e o
quinto 1,55, pelo que foram postos alguns sinais (•) frente aos
valores 1,73 a 1,53. Observe que a linha que contém o preço
1,73. comporta todos os valores compreendidos entre 1,73 e
1,77: o valor 1,78, já pertence à linha seguinte.
Ocorre uma reversão quando o preço que ação atingiu per-
mite que coloquemos três sinais diferentes acima ou abaixo da
linha base. Observe-se que a primeira coluna de pontos (•) des-
ceu de 1,77 até 1,49. A segunda coluna — uma coluna ascen-
dente com sinais de alta (✕) só começa quando é possível colo-
car pelo menos três sinais. Isto é: tendo atingido o valor de 1,49,
só se considera reversão da baixa se o preço atingir pelo menos
1,63.
Uma reversão no sentido oposto é feita do mesmo jeito. Só
há reversão da alta quando é possível colocar pelo menos três
sinais diferentes, na coluna seguinte - não contando a linha de
base - o ponto mais alto ou mais baixo que a ação tiver atingido
na coluna que se está trabalhando.
As reversões indicam momentos de compra e de venda.
Quando a ação reverte a baixa, começando a subir, deve-se com-
prar; quando ela reverte a alta começando a descer, deve-se ven-
der.
Resumindo:
a) para que se dê uma reversão - uma mudança de movi-
mento de alta para baixa ou vice-versa - é necessário uma varia-
ção de pelo menos 3 quadrados;
b) movimentos de alta são assinalados por (✕);
c) movimentos de baixa são assinalados por (•);
d) não existe correspondência temporal entre as colunas.

Os investidores também consideram particularmente a for-


mação de certas figuras:
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 201


a) TOPO DUPLO (formação de alta) que é formada por:
- duas colunas de alta;
- intercaladas por uma coluna de baixa;
- o topo da segunda coluna de alta alcança níveis superio-
res ao primeiro topo de alta;
-o movimento deve ser de alta quando o segundo topo de
alta ultrapassa o primeiro topo de alta em pelo menos um quadra-
do. A este quadrado damos o nome de ponto de rompimento.
Recomenda-se a compra. Ver figura 9.3.
Topo duplo

X Ponto de rompimento
X X
X O X
X O X
X O
X
X
X
O X
O X
O

Figura 9.3

b) FUNDO DUPLO (formação de baixa) é constituído por:


-duas colunas de baixa;
-intercaladas por uma coluna de alta;
-a segunda coluna de baixa alcança preços inferiores ao
primeiro fundo;
-tradicionalmente esta formação antecede uma baixa e é
confirmada quando a segunda coluna de baixa ultrapassa a pri-
meira coluna de baixa em pelo menos um quadrado. Este ponto é
considerado ponto de rompimento, pelo que se recomenda a ven-
da. A formação é semelhante à mostrada na figura 9.3 — mas
invertida, obviamente.

5.— Médias Móveis


MANUEL MEIRELES

202 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

As Médias móveis são usadas para determinar reversões


de tendências e pontos de compra ou venda. Duas destas impor-
tantes médias móveis simples são a linha dos 200 dias (L200 D)
e a de 21 dias (L21D). As médias móveis podem ser de três tipos:
simples, ponderadas ou exponenciais.
1. Médias simples: são as médias móveis compostas pe-
los preços de n dias.
2. Médias ponderadas: estas médias dão aos últimos pre-
ços um peso maior. Por exemplo, numa médias de 9 dias, so-
mam-se os valores dos últimos 9 dias, depois soma-se mais 2
vezes o valor referente ao último pregão e mais uma vez o valor
referente ao penúltimo pregão. Como entram 12 valores na soma,
o total deve ser dividido por 12. O último pregão, o mais importan-
te, entra com peso 3; o penúltimo com peso 2 e os demais com
peso 1.
3. Médias móveis ponderadas com alisamento
exponencial: as mais comuns são as de 9 e 21 dias, mas
pode-se construir uma média com os dias que desejarmos. Quanto
mais curto for o período mais dinâmica é a média.

Uma média móvel ponderada com alisamento exponencial


considera um fator chamado constante de alisamento. Essa cons-
tante de alisamento é obtida pela fórmula:
? = ( 2 / (n+1))
onde n é o número de dias da média.
Por exemplo, se a média for de 9 dias, a constante de
alisamento será:
? = (2 / (9+1) ) = 2 /10 = 0,2
Se a média for de 21 dias a constante de alisamento será:
? = (2 / (21+1)) = 2 / 22 = 0,0909

A figura 9.4 mostra como a média móvel exponencial com


constante de alisamento é construída. No caso trata-se da média
móvel exponencial de 9 dias. A média é construída idealmente
com os valores do INDAÇ, (coluna G) mas pode ser construída,
obviamente, com os valores de fechamento.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 203

Média móvel ponderada com alisamento exponencial


G H Algoritmo
3 209,41
4 215,23
5 223,91
6 223,91 Alfa= 0,2;
7 228,79 1-alfa = 0,8
8 229,75
9 228,60
10 213,86
11 213,32 220,75 MÉDIA(H3:H11)
12 212,56 219,11 (0,2*H12)+(0,8*I11)
13 213,57 218,01 (0,2*H13)+(0,8*I12)
Figura 9.4

Em H11 é calculada a média simples dos primeiros nove


valores. O segundo valor da média (219,11) e os demais fazem
uso da constante de alisamento. No caso, esta constante é igual
a 0,2.

Portanto a média móvel exponencial é dada pela fórmula:


MMEXP= ? . Xt + (1-? ) Mt-1
Com esta média é possível calcular a tendência dos pre-
ços e a previsão para o dia seguinte.
a) tendência é dada por:
Tt = ? (Mt - M t-1) + ( 1-? ) Tt-1
b) previsão é dada por:
Pt+1= Mt + [ (1-? )/ ? ] Tt
Você já viu uma aplicação da média móvel com alisamento
exponencial no capítulo 4: INDAÇ de uma ação.

5.1—Linha dos 200 dias: L200D

A linha média móvel dos 200 dias tem sido considerada


pelos investidores tradicionais como uma linha informativa e
confiável. A L200D deve ser usada com outra de curtíssimo pra-
MANUEL MEIRELES

204 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

zo: a linha média móvel de 21 dias.


O cálculo da linha média móvel L200D exige, obviamente,
o lançamento de pelo menos 200 pregões. Tendo os dados dispo-
níveis numa planilha é possível construir duas importantes linhas
médias móveis: a de 21 dias e a de 200 dias. Os valores de a são
diferentes para cada série:
? de 21 dias = 2 / (21+1) = 0,09091
? de 200 dias = 2 / (200+1) = 0,00995
Estas duas linhas devem ser usadas em conjunto para se
determinar épocas para atuar na Bolsa e épocas de atuar mais
cautelosamente ou simplesmente ficar fora do mercado:
• comprar: quando a L21D penetra a L200D de baixo
para cima - estando a L200D estável ou ligeiramente ascendente;
• vender: quando a L21D dias penetrar a L200D de
cima para baixo - estando esta estável ou ligeiramente
descendente.

Atenção: reconsidere os sinais de compra de ações es-


tando a L21D acima da L200D mas inclinando-se em direção a
esta. O inverso também é válido: reconsidere os sinais de venda
de ações estando a L21D abaixo da L200D mas inclinando-se em
direção a esta. Neste caso indica que, pelo menos nos próximos
pregões, a Bolsa se elevará arrastando, com grande probabilida-
de, também os preços das ações que você possui em carteira.

6.—Osciladores

Os osciladores permitem detectar o enfraquecimento ou


fortalecimento do mercado antes que as mudanças ocorram. Os
mais comuns deste método são:
❑ os osciladores do momento, relacionados à veloci-
dade com que ocorrem as variações dos preços de uma
ação;
❑ a LAD — Linha de Avanços e Declínios, que mede
os avanços e declínios do mercado, através da acumula-
ção da diferença entre o número de ações em alta e o
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 205

número de ações em queda. A LAD é muito usada para


prognosticar a tendência do mercado como um todo;
❑ osciladores de pressão do pregão que se baseiam
nas forças dos compradores e dos vendedores. O oscilador
SMI, já visto, é um exemplo típico.

6.1—Oscilador do momento

O oscilador do momento está relacionado à velocidade de


subida ou queda do valor de uma ação. Para entender o conceito
ligado a este método, imagine-se uma bola jogada para o alto.
Ela está subindo e cada vez com uma velocidade menor; em
certo momento pára.
O s c ila d o r d e M o m e n to
L a y o u t
P r e ç o M o m M o m .%
4 2 0 9 ,4 1
5 2 1 5 ,2 3
6 2 2 3 ,9 1
7 2 2 3 ,9 1
8 2 2 8 ,7 9
9 2 2 9 ,7 5
1 0 2 2 8 ,6 0
1 1 2 1 3 ,8 6
1 2 2 1 3 ,3 2 3 ,9 1
1 3 2 1 2 ,5 6 - 2 ,6 7
1 4 2 1 3 ,5 7 -1 0 ,3 4 - 1 , 4 2
1 5 2 1 4 ,5 0 - 9 ,4 1 - 3 , 4 8
1 6 2 1 5 ,8 6 -1 2 ,9 3 - 5 , 0 5
1 7 2 1 6 ,5 8 -1 3 ,1 7 - 5 , 4 7
1 8 2 1 9 ,2 6 - 9 ,3 4 - 5 , 3 9
F ig u r a 9 .5

Pode-se medir o momento, medindo a velocidade que a bola


percorre num certo espaço de tempo. O mesmo ocorre com as
ações: o momento expressa a diferença entre os preços (veloci-
dade) num certo período de tempo. Temos, portanto:
MOMENTO= preçot- preçot-n
onde n é o número de dias (geralmente 9 ou 21).
A figura 9.5 mostra a aplicação deste método. A planilha é
construída da seguinte forma: a coluna Mom. indica o momento
de 9 dias (a diferença do preço do último pregão com a do preço
MANUEL MEIRELES

206 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

e do pregão de há 9 dias atrás,coluna Mom.% contém uma média


de 3 dias apenas para suavizar a coluna anterior e exprime o
momento numa porcentagem do último preço. Ver o algoritmo na
figura 9.6.
Oscilador de Momento
Algoritmo
H I J
4 209,41
5 215,23
6 223,91
7 223,91
8 228,79
9 229,75
10 228,60
11 213,86
12 213,32 H12-H4
13 212,56 H13-H5
14 213,57 H14-H6 100*(MÉDIA(I12:I14)/H14)
15 214,50 repete repete
16 215,86 repete repete
17 216,58 repete repete
18 219,26 repete repete
Figura 9.6

Este método recomenda que as compras sejam feitas quando


o momento for negativo e as vendas quando a ação estiver per-
dendo seu momento positivo.

6.2—LAD: Linha de Avanços e Declínios


Um popular oscilador de fôlego do mercado é a LAD - Linha
de Avanços e Declínios. O oscilador do fôlego do mercado mede
os avanços e declínios do mercado, através da acumulação da
diferença entre o número de ações em alta e o número de ações
em queda.

Na figura 9.7 é mostrado o layout de uma planilha típica


para o cálculo do índicador LAD. Os dados para tal planilha são
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 207

encontrados em www.bovespa.com.br ➾ INFORMAÇÕES DO


MERCADO ➾ ÍNDICES, como você viu no capítulo 3.
LAD - Linha de Avanços e Declínios (layout)
Ibovespa Carteira
Pregão Altas Baixas Altas% Baixas% I-LAD
Fec. Ibovespa
14/12/99 14497 34 8 44 77,27 18,18
15/12/99 14788 31 8 44 70,45 18,18
20/12/99 15110 36 7 44 81,82 15,91
21/12/99 15591 32 9 44 72,73 20,45
22/12/99 15916 19 19 44 43,18 43,18
23/12/99 15953 25 15 44 56,82 34,09
27/12/99 16011 18 17 44 40,91 38,64
28/12/99 16376 31 10 44 70,45 22,73
29/12/99 16772 27 14 44 61,36 31,82 70,28
30/12/99 17091 39 9 44 88,64 20,45 70,49
03/01/00 16930 18 27 46 39,13 58,70 66,00
04/01/00 15851 6 37 46 13,04 80,43 58,11
05/01/00 16245 29 15 46 63,04 32,61 56,79
06/01/00 16106 18 25 46 39,13 54,35 55,83
07/01/00 16309 32 13 46 69,57 28,26 56,87
10/01/00 17022 37 6 45 82,22 13,33 60,58
11/01/00 16572 10 35 45 22,22 77,78 54,60
12/01/00 16616 21 23 45 46,67 51,11 52,65
13/01/00 17298 21 21 45 46,67 46,67 48,75
14/01/00 17657 23 13 45 51,11 28,89 51,19
17/01/00 18053 30 12 45 66,67 26,67 57,53
18/01/00 17903 18 24 45 40,00 53,33 54,96
19/01/00 17470 4 38 45 8,89 84,44 51,39
20/01/00 17176 10 33 45 22,22 73,33 45,91
21/01/00 17034 18 25 45 40,00 55,56 40,90
24/01/00 16971 21 23 45 46,67 51,11 43,92
26/01/00 17105 18 24 45 40,00 53,33 43,35
27/01/00 17081 27 14 45 60,00 31,11 45,07
Figura 9.7

Essencialmente extraímos desse quadro o Fechamento em


pontos e a quantidade de ações Altas e Baixas bem como a
quantidade Total de ações que constituem o Ibovespa. No exem-
plo podemos ver que o Ibovespa dia 27 janeiro 2000 fechou em
17081 pontos e que 27 ações, das 45 do índice, tiveram alta e 14
fecharam em baixa.
Quando a Bolsa encontra-se em alta o indicador I-LAD é
maior do que 50. É recomendável acompanhar o I-LAD com um
gráfico. Considera-se que uma reversão ocorre quando três pon-
tos consecutivos superam a baixa (caso mostrado na figura 9.8)
ou ficam abaixo do máximo.
MANUEL MEIRELES

208 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

I-LAD Ibovespa

80,00
70,00
.
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19

Figura 9.8

O algoritmo referente ao I-LAD pode ser visto na figura 9.9:


• a coluna C contém a data do pregão;
• a coluna D contém o Fech do Ibovespa;
• a coluna E contém o número de Altas e a F a de Baixas;
• a coluna G informa quantas ações constituem o Ibovespa
— um número que se mantém constante por um quadrimestre,
salvo ajustes esporádicos;
• As colunas H e I calculam, percentualmente quantas ações
do índice subiram e quantas desceram;
• A coluna J faz o cálculo do I-LAD como mostrado. Neste
caso o I-LAD foi calculado com médias de 9 dias. São comuns
os I-LADs de 21 dias. A fórmula usada, em I45, é: 100-(100/
((MÉDIA(H37:H45)/MÉDIA(I37:I45))+1)).
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 209

B C D E F G H I J
LAD - Linha de Avanços e Declínios (algoritmo)
Ibovespa Carteira
Pregão Altas Baixas Altas% Baixas% I-LAD
Fec. Ibovespa
37 14/12/99 14497 34 8 44 100*(E37/G37) 100*(F37/G37)
38 15/12/99 14788 31 8 44 repete repete
39 20/12/99 15110 36 7 44 repete repete
40 21/12/99 15591 32 9 44 repete repete
41 22/12/99 15916 19 19 44 repete repete
42 23/12/99 15953 25 15 44 repete repete
43 27/12/99 16011 18 17 44 repete repete
44 28/12/99 16376 31 10 44 repete repete
45 29/12/99 16772 27 14 44 repete repete 100-(100/((MÉDIA(H37:H45)/MÉDIA(I37:I45))+1))
46 30/12/99 17091 39 9 44 repete repete repete
47 03/01/00 16930 18 27 46 repete repete repete
Figura 9.9

6.3—IFR: Índice de Força Relativa


Um oscilador tipo pressão do pregão relaciona os preços
praticados no mercado com os de oferta e procura. São típicos
osciladores de pressão do pregão o SMI (que já viu em detalhe)
e o IFR—Índice de Força Relativa. Este é um oscilador de gran-
de popularidade e intensa aplicação. Este número indica se um
papel está excessivamente comprado ou excessivamente vendi-
do. Este índice é também conhecido como indicador da opinião
contrária.
Este oscilador foi concebido por um dos teóricos da análise
técnica: Welles Wilder. O indicador IFR, oscila entre um mínimo
de zero e um máximo de 100. Nos níveis 20 e 80 traçam-se duas
linhas de referência. Quando o IFR está entre zero e 20 diz-se
que ele está oversold (supervendido) sugerindo a compra pelo
investidor; quando o IFR está acima de 80 diz-se que ele está
overbought (supercomprado), recomendando a venda.
A fórmula geral do IFR é:
IFR= MOSC.Positivas / MOSC.Negativas
onde M OSC. Positivas é a média das oscilações positivas de n
dias, e MOSC.Negativas é a média das oscilações negativas dos
mesmos n dias.
Recomenda-se usar o INDAÇ para a construção deste ín-
dice, pois não está sujeito a quebras por altura de benefícios
(bonificações, subscrições ou dividendos).
A tabela seguinte mostra o IFR da Aracruz PNB num de-
terminado período. Foi usado o INDAÇ da ação. A coluna Altas
(oscilações positivas), contém um valor diferente de zero se a
diferença entre o preço do pregão do dia e o do anterior for positi-
va; o mesmo ocorre para a coluna Baixas, (oscilações negati-
MANUEL MEIRELES

210 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES


vas), em caso de diferença negativa.
O investidor deve comprar quando o IFR estiver abaixo de
20 - indicado pelo sinal ($), e deve vender se o IFR estiver acima
de 80 (indicado pelo sinal #).
Recomendo:
a) que se compre ao término dos sinais de $;
b) que se venda quando o sinal # se extingue.
IFR- Índice de Força Relativa
Fec Dir LOTE Altas Baixas IFR Operacionalização
1,77 183,1 $ # C /V Preço
1,75 181,0 0,00 2,07
1,70 179,0 0,00 2,09
1,62 168,6 0,00 10,34
1,55 160,4 0,00 8,26
1,55 162,4 2,05 0,00
1,52 156,2 0,00 6,22
1,53 157,2 0,99 0,00
1,50 156,1 0,00 1,03
1,50 155,0 0,00 1,10 8,89 $
1,49 155,0 0,00 0,02 9,46 $
1,54 155,0 0,00 0,00 10,12 $
1,56 160,0 5,02 0,00 32,64
1,57 162,0 1,91 0,00 54,36 C 1,57
1,56 161,9 0,00 0,10 48,31
1,57 161,8 0,00 0,03 77,63
1,56 161,7 0,00 0,12 74,30
1,52 158,6 0,00 3,14 60,62
1,52 158,4 0,00 0,21 65,72
1,55 160,4 2,04 0,00 71,36
1,61 164,5 4,11 0,00 78,42
1,55 160,4 0,00 4,11 51,12
1,72 174,8 14,38 0,00 72,69
1,72 174,8 0,02 0,00 72,96
1,60 167,6 0,00 7,20 58,17
1,60 163,5 0,00 4,11 52,26
1,60 163,5 0,00 0,00 56,79
1,61 163,3 0,00 0,13 56,91
1,60 163,5 0,12 0,00 54,49
1,61 166,6 3,10 0,00 53,10
1,61 165,5 0,00 1,05 58,51
1,61 165,5 0,00 0,03 20,54
1,69 169,5 4,06 0,00 36,75
1,72 176,5 6,94 0,00 72,75
1,75 178,2 1,69 0,00 92,91 #
1,77 180,2 1,99 0,00 93,65 #
1,74 177,8 0,00 2,32 84,04 #
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 211


1,75 178,8 0,95 0,00 84,64 #
1,81 182,9 4,11 0,00 85,30 #
1,75 178,8 0,00 4,07 75,44
1,85 187,0 8,17 0,00 81,37 # V 1,85
1,88 191,1 4,09 0,00 81,39 #
1,86 191,1 0,00 0,02 76,61
1,82 187,0 0,00 4,07 64,83
1,77 183,9 0,00 3,10 56,05
1,74 175,7 0,00 8,16 47,14
1,74 175,7 0,00 0,02 45,72
1,74 178,8 3,08 0,00 44,12
1,70 175,4 0,00 3,41 44,98
1,62 165,1 0,00 10,32 19,78 $
1,57 160,7 0,00 4,42 8,43 $
1,53 156,6 0,00 4,04 7,59 $
1,57 157,8 1,15 0,00 11,22 $
1,51 ed 156,6 0,00 1,20 11,82 $
1,45 ed 151,2 0,00 5,33 12,83 $
1,41 ed 145,6 0,00 5,60 10,97 $
1,48 ed 150,2 4,55 0,00 14,23 $
1,38 ed 146,0 0,00 4,15 13,97 $
1,46 ed 149,1 3,09 0,00 26,21
1,55 ed 155,3 6,18 0,00 42,41 C 1,55
1,55 158,4 3,07 0,00 52,55
1,47 151,2 0,00 7,15 41,88
1,43 146,0 0,00 5,23 38,07
1,45 147,1 1,05 0,00 44,77
1,51 151,1 4,08 0,00 57,12
1,52 157,3 6,14 0,00 58,83
1,57 160,1 2,87 0,00 68,14
1,52 154,8 0,00 5,34 56,90
1,62 160,9 6,13 0,00 56,85
1,65 167,1 6,15 0,00 59,86
1,63 167,1 0,00 0,03 71,37
1,59 163,7 0,00 3,30 75,28
1,64 166,9 3,20 0,00 76,71
1,61 163,9 0,00 3,07 67,58
1,59 162,8 0,00 1,08 58,85
1,59 161,7 0,00 1,05 52,72
1,59 161,7 0,00 0,03 64,34
1,58 160,7 0,00 0,98 49,44
MANUEL MEIRELES

212 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES


1,58 160,7 0,00 0,98 49,44
1,58 160,7 0,02 0,00 25,19
1,62 164,9 4,19 0,00 43,74
1,61 165,0 0,10 0,00 54,68
1,60 163,0 0,00 2,02 34,30
1,59 159,9 0,00 3,07 34,29
1,55 158,7 0,00 1,20 33,99
1,63 162,6 3,91 0,00 52,91
1,65 166,6 2,08 0,00 65,84
1,80 185,0 18,39 0,00 82,90 #
1,78 178,8 0,00 6,17 67,87
1,77 181,9 3,10 0,00 70,18 V 1,77
1,74 177,9 0,00 3,99 67,01
1,77 179,6 1,69 0,00 73,19
1,77 179,6 0,00 0,00 75,31
1,74 175,5 0,00 4,06 65,58
1,78 178,6 3,03 0,00 66,55
1,83 182,6 4,04 0,00 68,02
1,83 186,6 3,96 0,00 52,66
1,80 182,4 0,00 4,13 56,50
1,77 179,4 0,00 3,02 45,55
1,80 ed 182,6 3,15 0,00 58,60
1,79 ed 181,5 0,00 1,03 53,67
1,77 ed 180,5 0,00 1,01 51,68
1,75 ed 178,5 0,00 2,05 55,77
1,80 ed 180,5 2,01 0,00 53,93
1,77 ed 181,3 0,81 0,00 46,91
1,78 180,1 0,00 1,14 32,54
1,77 180,1 0,00 0,09 41,72
1,79 180,9 0,85 0,00 56,17
1,80 183,0 2,06 0,00 51,83
1,76 179,8 0,00 3,16 43,47
1,77 179,9 0,13 0,00 47,64
1,76 177,9 0,00 2,02 47,73
1,76 179,0 1,05 0,00 43,28
1,80 179,9 0,97 0,00 44,08
1,78 180,9 0,94 0,00 53,20
1,80 180,8 0,00 0,11 53,11
1,78 179,8 0,00 0,97 45,10
1,78 180,8 1,03 0,00 39,65
1,79 179,8 0,00 1,01 50,00
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MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 213


1,79 181,7 1,91 0,00 58,91
1,79 180,5 0,00 1,24 63,86
1,78 179,4 0,00 1,04 52,54
1,77 179,4 0,02 0,00 47,06
1,78 179,4 0,00 0,04 40,09
1,78 178,4 0,00 1,04 35,58
1,76 178,2 0,00 0,16 39,44
1,72 176,0 0,00 2,15 22,37
1,73 174,0 0,00 2,03 20,00
1,78 177,1 3,05 0,00 28,48
1,83 184,9 7,86 0,00 62,83
1,89 185,9 0,99 0,00 68,73
1,84 184,9 0,00 1,00 64,93
1,87 185,8 0,93 0,00 66,75
1,89 187,8 1,92 0,00 73,38
1,91 189,7 1,91 0,00 76,25
1,97 194,9 5,18 0,00 87,80 #
1,94 196,7 1,86 0,00 95,93 #
1,93 194,5 0,00 2,20 86,56 #
1,89 189,6 0,00 4,96 61,04
1,87 187,4 0,00 2,16 53,36
1,90 189,4 1,99 0,00 59,69
1,93 192,3 2,87 0,00 62,81
1,90 192,3 0,02 0,00 59,77
1,91 189,3 0,00 2,97 49,26
1,89 189,3 0,02 0,00 35,50
1,85 185,3 0,00 4,03 23,09
1,88 186,2 0,89 0,00 29,09
1,87 189,2 2,97 0,00 48,89
1,85 185,2 0,00 3,99 44,36
1,84 184,2 0,00 1,00 36,10
1,83 183,1 0,00 1,11 22,93
1,79 183,0 0,00 0,05 22,77
1,76 178,0 0,00 5,02 20,32
1,77 177,9 0,00 0,09 20,15
1,80 177,8 0,00 0,07 25,39
1,80 180,8 2,94 0,00 34,28
1,80 179,6 0,00 1,14 19,10 $
1,76 176,6 0,00 3,01 20,38
1,70 171,6 0,00 5,07 15,90 $ C 1,70
1,69 169,4 0,00 2,11 15,08 $
MANUEL MEIRELES

214 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES


1,72 168,3 0,00 1,13 14,29 $
1,71 171,2 2,90 0,00 31,64

As fórmulas a usar, para o cálculo do IFR são:


• Coluna Altas : =SE(P4>P3; (P4-P3); 0,0000001)
• Coluna Baixas: =SE(P4<P3; (P3-P4); 0,0000001)
• =100- (100/((MÉDIA(Q4:Q12)/MÉDIA(R4:R12))+1)) é a fór-
mula que se coloca na coluna IFR . Reparar que as médias refe-
rem-se a 9 dias;
• Coluna $ (oversold) : =SE(S13<20; "$"; "")
• Coluna # (overbought): =SE(S13>80; "#"; "")

7.—Estocástico
O método Estocástico foi elaborado por George Lane sob
o pressuposto de que, quando os preços sobem, os valores de
fechamento devem estar próximos dos valores máximos alcança-
dos no período e, quando os preços descem, os valores de fecha-
mento devem estar próximos aos valores mínimos alcançados no
período. É muito usado pelos investidores dos mercados futuros
e de opções.
O indicador possui uma escala de 0 a 100 e duas marcas -
em 20 e em 80 - indicando, tal como no IFR, um mercado
supervendido ou supercomprado. A operação deste método é
semelhante ao método SMI.
A lista abaixo mostra uma aplicação deste método. Os da-
dos considerados foram os mesmos para o oscilador SMI. Com-
pare os resultados.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 215


ESTOCÁSTICO
Min Max Fech Mmin Mmax Fe-Mi Max-Fe EST $ # CV Preço
1,74 1,78 1,77
1,74 1,75 1,75
1,70 1,74 1,70
1,60 1,70 1,62
1,53 1,59 1,55
1,55 1,58 1,55
1,50 1,53 1,52 1,50 1,78
1,50 1,54 1,53 1,50 1,75
1,49 1,52 1,50 1,49 1,74 0,06 0,72
1,50 1,51 1,50 1,49 1,70 0,05 0,66
1,49 1,51 1,49 1,49 1,59 0,02 0,54
1,48 1,54 1,54 1,48 1,58 0,07 0,34
1,53 1,57 1,56 1,48 1,57 0,14 0,15
1,56 1,58 1,57 1,48 1,58 0,23 0,06
1,56 1,59 1,56 1,48 1,59 0,25 0,05
1,56 1,57 1,57 1,48 1,59 0,26 0,06
1,56 1,58 1,56 1,48 1,59 0,25 0,08 33,33
1,51 1,56 1,52 1,48 1,59 0,21 0,12 41,81
1,51 1,56 1,52 1,51 1,59 0,13 0,17 49,84
1,52 1,56 1,55 1,51 1,59 0,09 0,18 57,39
1,58 1,65 1,61 1,51 1,65 0,15 0,15 62,64
1,52 1,56 1,55 1,51 1,65 0,18 0,18 62,50
1,67 1,72 1,72 1,51 1,72 0,35 0,14 62,33
1,67 1,72 1,72 1,51 1,72 0,46 0,10 63,80
1,60 1,66 1,60 1,51 1,72 0,51 0,12 65,27
1,57 1,61 1,60 1,52 1,72 0,38 0,24 63,73
1,57 1,61 1,60 1,52 1,72 0,25 0,36 60,39
1,57 1,61 1,61 1,52 1,72 0,25 0,35 59,01
1,57 1,61 1,60 1,57 1,72 0,20 0,35 57,84
1,61 1,64 1,61 1,57 1,72 0,16 0,34 55,69
1,60 1,62 1,61 1,57 1,66 0,11 0,28 53,94
1,60 1,62 1,61 1,57 1,64 0,12 0,19 51,15
1,60 1,69 1,69 1,57 1,69 0,20 0,08 48,55
1,68 1,73 1,72 1,57 1,73 0,31 0,04 47,03
1,71 1,77 1,75 1,57 1,77 0,45 0,03 50,37
1,74 1,78 1,77 1,60 1,78 0,50 0,04 57,50
1,72 1,75 1,74 1,60 1,78 0,49 0,07 64,14
1,72 1,76 1,75 1,60 1,78 0,46 0,08 70,89
1,76 1,82 1,81 1,60 1,82 0,50 0,08 77,92
1,72 1,76 1,75 1,68 1,82 0,43 0,11 82,78 #
1,80 1,86 1,85 1,71 1,86 0,42 0,09 85,84 #
1,84 1,89 1,88 1,72 1,89 0,37 0,09 86,18 #
1,85 1,88 1,86 1,72 1,89 0,44 0,05 86,38 #
1,78 1,86 1,82 1,72 1,89 0,40 0,11 84,78 #
1,76 1,82 1,77 1,72 1,89 0,29 0,22 80,85 #
1,70 1,75 1,74 1,70 1,89 0,19 0,34 74,95
MANUEL MEIRELES

216 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES


1,70 1,74 1,74 1,70 1,89 0,13 0,42 67,74 V 1,70
1,74 1,75 1,74 1,70 1,89 0,12 0,45 59,74
1,68 1,75 1,70 1,68 1,88 0,10 0,48 52,23
1,60 1,69 1,62 1,60 1,86 0,08 0,57 43,71
1,57 1,62 1,57 1,57 1,82 0,04 0,67 35,10
1,52 1,57 1,53 1,52 1,75 0,03 0,71 25,79
1,51 1,57 1,57 1,51 1,75 0,07 0,65 18,88 $
1,49 1,56 1,51 1,49 1,75 0,09 0,64 14,71 $
1,45 1,51 1,45 1,45 1,75 0,08 0,72 12,23 $
1,41 1,44 1,41 1,41 1,69 0,02 0,82 9,94 $
1,42 1,52 1,48 1,41 1,62 0,07 0,72 8,84 $
1,38 1,48 1,38 1,38 1,57 0,07 0,61 8,26 $
1,43 1,50 1,46 1,38 1,57 0,15 0,44 9,39 $
1,49 1,55 1,55 1,38 1,56 0,25 0,31 12,87 $
1,52 1,57 1,55 1,38 1,57 0,42 0,14 19,46 $
1,47 1,51 1,47 1,38 1,57 0,43 0,13 25,86
1,40 1,46 1,43 1,38 1,57 0,31 0,26 30,25 C 1,43
1,42 1,46 1,45 1,38 1,57 0,21 0,36 33,74
1,45 1,52 1,51 1,40 1,57 0,23 0,32 39,41
1,51 1,56 1,52 1,40 1,57 0,30 0,23 45,84
1,53 1,60 1,57 1,40 1,60 0,40 0,14 53,68
1,50 1,55 1,52 1,40 1,60 0,41 0,16 59,08
1,52 1,62 1,62 1,40 1,62 0,51 0,11 63,51
1,61 1,65 1,65 1,42 1,65 0,57 0,08 65,31
1,63 1,68 1,63 1,45 1,68 0,63 0,05 67,61
1,59 1,63 1,59 1,50 1,68 0,50 0,14 70,28
1,61 1,66 1,64 1,50 1,68 0,41 0,18 73,74
1,61 1,64 1,61 1,50 1,68 0,34 0,20 75,93
1,58 1,65 1,59 1,52 1,68 0,32 0,20 76,45
1,57 1,60 1,59 1,57 1,68 0,20 0,25 73,95
1,59 1,60 1,59 1,57 1,68 0,11 0,27 70,81
1,57 1,59 1,58 1,57 1,66 0,05 0,26 65,76
1,57 1,58 1,58 1,57 1,66 0,04 0,25 59,09
1,58 1,63 1,62 1,57 1,65 0,07 0,19 51,26
1,61 1,62 1,61 1,57 1,65 0,10 0,15 45,68
1,58 1,60 1,60 1,57 1,63 0,12 0,10 41,93
1,56 1,60 1,59 1,56 1,63 0,10 0,11 38,41
1,55 1,59 1,55 1,55 1,63 0,06 0,15 32,95
1,57 1,63 1,63 1,55 1,63 0,11 0,12 32,20
1,61 1,64 1,61 1,55 1,64 0,14 0,11 35,43
1,62 1,65 1,65 1,55 1,65 0,24 0,03 44,75
1,80 1,84 1,80 1,55 1,84 0,41 0,07 56,72
1,66 1,79 1,78 1,55 1,84 0,58 0,10 66,43
1,75 1,80 1,77 1,55 1,84 0,70 0,17 71,93
1,73 1,76 1,74 1,57 1,84 0,62 0,23 73,09
1,76 1,78 1,77 1,61 1,84 0,55 0,24 73,65
1,76 1,78 1,77 1,62 1,84 0,48 0,24 74,51
1,71 1,76 1,74 1,66 1,84 0,39 0,24 74,19
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 217


1,70 1,74 1,74 1,70 1,89 0,13 0,42 67,74 V 1,70
1,74 1,75 1,74 1,70 1,89 0,12 0,45 59,74
1,68 1,75 1,70 1,68 1,88 0,10 0,48 52,23
1,60 1,69 1,62 1,60 1,86 0,08 0,57 43,71
1,57 1,62 1,57 1,57 1,82 0,04 0,67 35,10
1,52 1,57 1,53 1,52 1,75 0,03 0,71 25,79
1,51 1,57 1,57 1,51 1,75 0,07 0,65 18,88 $
1,49 1,56 1,51 1,49 1,75 0,09 0,64 14,71 $
1,45 1,51 1,45 1,45 1,75 0,08 0,72 12,23 $
1,41 1,44 1,41 1,41 1,69 0,02 0,82 9,94 $
1,42 1,52 1,48 1,41 1,62 0,07 0,72 8,84 $
1,38 1,48 1,38 1,38 1,57 0,07 0,61 8,26 $
1,43 1,50 1,46 1,38 1,57 0,15 0,44 9,39 $
1,49 1,55 1,55 1,38 1,56 0,25 0,31 12,87 $
1,52 1,57 1,55 1,38 1,57 0,42 0,14 19,46 $
1,47 1,51 1,47 1,38 1,57 0,43 0,13 25,86
1,40 1,46 1,43 1,38 1,57 0,31 0,26 30,25 C 1,43
1,42 1,46 1,45 1,38 1,57 0,21 0,36 33,74
1,45 1,52 1,51 1,40 1,57 0,23 0,32 39,41
1,51 1,56 1,52 1,40 1,57 0,30 0,23 45,84
1,53 1,60 1,57 1,40 1,60 0,40 0,14 53,68
1,50 1,55 1,52 1,40 1,60 0,41 0,16 59,08
1,52 1,62 1,62 1,40 1,62 0,51 0,11 63,51
1,61 1,65 1,65 1,42 1,65 0,57 0,08 65,31
1,63 1,68 1,63 1,45 1,68 0,63 0,05 67,61
1,59 1,63 1,59 1,50 1,68 0,50 0,14 70,28
1,61 1,66 1,64 1,50 1,68 0,41 0,18 73,74
1,61 1,64 1,61 1,50 1,68 0,34 0,20 75,93
1,58 1,65 1,59 1,52 1,68 0,32 0,20 76,45
1,57 1,60 1,59 1,57 1,68 0,20 0,25 73,95
1,59 1,60 1,59 1,57 1,68 0,11 0,27 70,81
1,57 1,59 1,58 1,57 1,66 0,05 0,26 65,76
1,57 1,58 1,58 1,57 1,66 0,04 0,25 59,09
1,58 1,63 1,62 1,57 1,65 0,07 0,19 51,26
1,61 1,62 1,61 1,57 1,65 0,10 0,15 45,68
1,58 1,60 1,60 1,57 1,63 0,12 0,10 41,93
1,56 1,60 1,59 1,56 1,63 0,10 0,11 38,41
1,55 1,59 1,55 1,55 1,63 0,06 0,15 32,95
1,57 1,63 1,63 1,55 1,63 0,11 0,12 32,20
1,61 1,64 1,61 1,55 1,64 0,14 0,11 35,43
1,62 1,65 1,65 1,55 1,65 0,24 0,03 44,75
1,80 1,84 1,80 1,55 1,84 0,41 0,07 56,72
1,66 1,79 1,78 1,55 1,84 0,58 0,10 66,43
1,75 1,80 1,77 1,55 1,84 0,70 0,17 71,93
1,73 1,76 1,74 1,57 1,84 0,62 0,23 73,09
1,76 1,78 1,77 1,61 1,84 0,55 0,24 73,65
1,76 1,78 1,77 1,62 1,84 0,48 0,24 74,51
1,71 1,76 1,74 1,66 1,84 0,39 0,24 74,19
MANUEL MEIRELES

218 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES


1,74 1,78 1,78 1,66 1,80 0,35 0,19 74,10
1,78 1,84 1,83 1,71 1,84 0,32 0,13 73,21
1,80 1,85 1,83 1,71 1,85 0,36 0,05 73,23
1,75 1,81 1,80 1,71 1,85 0,33 0,08 72,31
1,76 1,80 1,77 1,71 1,85 0,27 0,15 70,31
1,79 1,81 1,80 1,71 1,85 0,24 0,18 68,68
1,79 1,81 1,79 1,74 1,85 0,20 0,19 66,97
1,77 1,80 1,77 1,75 1,85 0,16 0,19 65,17
1,75 1,78 1,75 1,75 1,85 0,07 0,24 62,16
1,77 1,80 1,80 1,75 1,81 0,07 0,19 59,06
1,77 1,79 1,77 1,75 1,81 0,07 0,15 55,49
1,77 1,78 1,78 1,75 1,81 0,10 0,08 51,01
1,77 1,79 1,77 1,75 1,81 0,07 0,11 45,79
1,78 1,80 1,79 1,75 1,80 0,09 0,08 43,15
1,79 1,83 1,80 1,75 1,83 0,11 0,08 41,78
1,76 1,79 1,76 1,76 1,83 0,09 0,11 40,29
1,77 1,79 1,77 1,76 1,83 0,06 0,16 37,82
1,76 1,77 1,76 1,76 1,83 0,01 0,20 36,61
1,75 1,78 1,76 1,75 1,83 0,02 0,20 34,64
1,74 1,82 1,80 1,74 1,83 0,07 0,17 34,25
1,78 1,80 1,78 1,74 1,83 0,11 0,15 33,33
1,76 1,80 1,80 1,74 1,82 0,16 0,10 36,55
1,78 1,78 1,78 1,74 1,82 0,14 0,11 37,56
1,77 1,80 1,78 1,74 1,82 0,14 0,10 38,10
1,78 1,79 1,79 1,74 1,82 0,13 0,11 39,25
1,79 1,80 1,79 1,74 1,82 0,14 0,10 42,59
1,79 1,80 1,79 1,76 1,80 0,13 0,07 48,37
1,76 1,78 1,78 1,76 1,80 0,10 0,06 53,59
1,77 1,78 1,77 1,76 1,80 0,06 0,06 56,35
1,77 1,78 1,78 1,76 1,80 0,05 0,07 57,38
1,77 1,78 1,78 1,76 1,80 0,05 0,07 55,62
1,76 1,77 1,76 1,76 1,80 0,04 0,08 53,85
1,72 1,77 1,72 1,72 1,80 0,02 0,14 48,65
1,72 1,74 1,73 1,72 1,78 0,01 0,17 42,25
1,74 1,80 1,78 1,72 1,80 0,07 0,15 37,86
1,79 1,90 1,83 1,72 1,90 0,18 0,14 38,16
1,82 1,89 1,89 1,72 1,90 0,34 0,10 45,56
1,84 1,88 1,84 1,72 1,90 0,40 0,14 52,25
1,84 1,87 1,87 1,72 1,90 0,44 0,10 58,71
1,85 1,89 1,89 1,72 1,90 0,44 0,10 63,40
1,87 1,91 1,91 1,74 1,91 0,49 0,04 68,88
1,94 2,00 1,97 1,79 2,00 0,52 0,04 74,68
1,94 1,99 1,94 1,82 2,00 0,47 0,09 78,82
1,92 1,94 1,93 1,84 2,00 0,39 0,16 80,13 #
1,85 1,92 1,89 1,84 2,00 0,26 0,24 78,78
1,87 1,89 1,87 1,85 2,00 0,16 0,31 74,53 V 1,87
1,88 1,90 1,90 1,85 2,00 0,12 0,34 69,85
1,91 1,93 1,93 1,85 2,00 0,15 0,30 64,94
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 219

1,90 1,94 1,90 1,85 1,99 0,18 0,26 60,62


1,88 1,92 1,91 1,85 1,94 0,19 0,19 55,84
1,87 1,90 1,89 1,85 1,94 0,15 0,17 50,12
1,83 1,88 1,85 1,83 1,94 0,12 0,17 44,56
1,84 1,88 1,88 1,83 1,94 0,11 0,20 39,78
1,87 1,90 1,87 1,83 1,94 0,11 0,22 37,39
1,85 1,87 1,85 1,83 1,94 0,11 0,22 37,46
1,83 1,86 1,84 1,83 1,92 0,07 0,24 37,66
1,82 1,84 1,83 1,82 1,90 0,04 0,24 36,12
1,79 1,85 1,79 1,79 1,90 0,02 0,26 32,51
1,75 1,84 1,76 1,75 1,90 0,02 0,32 26,88
1,76 1,79 1,77 1,75 1,90 0,03 0,38 21,88
1,78 1,80 1,80 1,75 1,87 0,08 0,34 19,60 $
1,80 1,83 1,80 1,75 1,86 0,12 0,26 19,48 $

A construção da planilha para o cálculo do Estocástico é


feita da seguinte maneira:
Coluna Linha Fórmula
A:Min 3 Contém o valor Mínimo da ação no pregão
B:Max 3 Contém o valor Máximo da ação no pregão
C:Fech 3 Contém o preço de Fechamento da ação
D:Mmin 9 = MÍNIMO(A3:A9)
E:Mmax 9 = MÁXIMO(B3:B9)
F: Fe-Mi 12 = (C11-D11)+(C10-D10)+(C9-D9)
G:Max-Fe 12 = (E11-C11)+(E10-C10)+(E9-C9)
H: EST 19 =100-(100/((MÉDIA(F11:F19)/MÉDIA(G11:G19))+1))
I: $ 19 = SE(H19<20; "$"; "")
J: # 19 = SE(H19>80; "#"; "")
K: C/V Pontos de Compra e Venda
Tal como no caso do IFR o investidor deve comprar quando
o Estocástico estiver abaixo de 20 - indicado pelo sinal ($), e deve
vender se o Estocástico estiver acima de 80 (indicado pelo sinal
#).
Recomendo:
a) que se compre ao término dos sinais de $;
b) que se venda quando o sinal # se extingue.
MANUEL MEIRELES

220 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

8.—OBV: On-Balance-Volume

O método On-balance-volume foi desenvolvido por J. Granville,


que associou o volume negociado com a evolução do preço do
mercado. Também é conhecido por OBV ou CVI-Cumulative Volu-
me Indicator. Granville dedicou muito do seu tempo a este méto-
do, que combina o preço com o volume (quantidade) de títulos
negociados.
O gráfico OBV é calculado da seguinte forma:
a) Parte-se de um volume inicial ( volume do primeiro pregão
que estamos considerando);
b) no pregão seguinte:
I- se o preço de fechamento tiver sido maior do que o fe-
chamento do dia anterior soma-se o volume negociado ao volume
acumulado anterior;
II- se o preço de fechamento tiver sido menor do que o
fechamento do dia anterior subtrai-se o volume negociado ao vo-
lume acumulado anterior.
O resultado é um saldo acumulado (OBV). Portanto, este
indicador é fácil de se traçar; a cada dia que o preço da ação
fechar em alta adiciona-se o volume correspondente, ao saldo
anterior (OBV); caso contrário subtrai-se o volume do saldo ante-
rior. Se a cotação tiver fechado estável o saldo OBV permanece o
mesmo.
Desta forma o OBV pode assumir uma série de valores po-
sitivos e negativos, série esta que os investidores usam para cap-
tar sinais de compra ou de venda.
Por esta teoria certos momentos são relevantes, como mos-
tra a figura 9.10:
Cotação OBV Status
+ + UP
+ +
- - DOWN
- -
Figura 9.10
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 221

a) cotação sobe durante dois pregões e OBV dos dois últi-


mos pregões é crescente: UP
b) cotação desce durante dois pregões e OBV dos dois últi-
mos pregões é decrescente: DOWN.
É assim que se forma o conceito de Up ou Down.
São necessários quatro agrupamentos consecutivos, inter-
calando-se Up e Down para indicar a tendência da ação - seme-
lhante, neste caso às vagas de Elliot.
Por exemplo admitamos que temos a seguinte série de
Ups e Downs:
Up com OBV a 240.000.000
Down com OBV a 150.000.000
Up com OBV a 270.000.000
Down com OBV a 220.000.000
Estes valores indicam uma tendência altista pois cada Up
tem um valor superior ao anterior (270.000.000 > 240.000.000) e
cada Down também (220.000.000 > 150.000.000)
Um exemplo oposto representaria uma tendência baixista.
Não se apresentando os campos Up e Down nesta forma tem-se
uma situação duvidosa: o investidor deve aguardar para poder for-
mular sua opinião1 .

9—Clandstick ou Teoria das Velas

O Candlestick é um método que data de 1750- usado pe-


los japoneses nas suas transações com arroz. Este método pre-
tende antecipar a oscilação dos preços dos títulos. É conhecido,
também, pelo nome de Teoria das Velas2.
Este método foi precursor da teoria de Dow, e passou a ser
empregado nos Estados Unidos no início da década de 90. Seu
1
Informações complementares encontram-se no artigo de Paulo
Dehner Jr: Investidor profissional, N 108, out. 1991, p.24-6.
2
Um bom desenvolvimento da teoria encontra-se no artigo de Sér-
gio Pequeno e Elaine Restier Gonçalves: Investidor Profissional, N
115, nov. 1991, p.29-31
MANUEL MEIRELES

222 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

nome deriva da apresentação das cotações - que se asseme-


lham a uma vela, como pode ser vista na figura 9.11.
Uma vela bem constituída, como mostra a figura 9.12, com-
põe-se de corpo e sombra: o corpo expressa a diferença entre
ofechamento (último) e abertura. Através da sombra se marca os
valores máximo e mínimo.

Figura 9.11

Se o preço de fechamento é maior do que o de abertura a


vela tem corpo branco. Uma vela negra significa que o preço de
fechamento (último) foi menor do que o de abertura.

O gráfico que usa clandsticks, tem a aparência mostrada


na figura 9.13, e segue os mesmos princípios da Teoria de Dow,
inclusive com as mesmas formações gráficas - linhas de supor-
te, de resistência, bandeiras, triângulos, etc.

Figura 9.12 Figura 9.13

10 — Regras de Donchian

As regras de Donchian orientam o investidor, que não ne-


cessita de fazer cálculos complicados. São as seguintes as re-
gras:
1. Compre quando o preço superar o mais alto preço das
quatro semanas anteriores;
2. Venda quando o preço cair abaixo do mínimo das quatro
semanas anteriores.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 223

Este método é muito usado pelos investidores de


commodities, e baseia-se no pressuposto de que, se o preço do
título tiver força para vencer a resistência (ou romper o suporte)
dos preços das últimas 4 semanas continuará a tendência.

11.—Esotéricos

O mundo está mesmo cheio de "técnicas" - digamos, um


pouco esotéricas. A Gazeta Mercantil3 no artigo Os astros aju-
dam as empresas de Wall Street, relacionava uma extensa bibli-
ografia sobre astrologia e finanças. que ia desde Planetary Effects
on Stock Market Prices4 , até An Astrological Analysis of the Dow
Jones Averages5 . Obviamente não abordarei aqui qualquer mé-
todo esotérico, mas recomendo que esteja aberto para possíveis
relações que possam existir entre certos índices, por mais estra-
nhas que tais relações possam parecer.

Edward Dewey, na sua obra Ciclos- as forças misteriosas


que guiam os fatos6 , mostra inúmeras relações entre diversos
ciclos e estuda os ciclos das Bolsas. Dewey mostra, por exem-
plo, que os ciclos dos preços combinados de ações, no período
de 1871 a 1956, eram os mesmos dos ciclos de abundância de
galos silvestres ou de manchas solares; os preços de ações de
estradas de ferro acompanham os dos preços do açúcar, da pres-
são barométrica ou da precipitação pluviométrica; e muito mais.
Isto faz lembrar outra história, que ocorreu em 1960, na Universi-
dade de Harvard7 :
Tendo sido convidado para proferir uma palestra so-

3
Relatório Gazeta Mercantil - A Bolsa do Rio, de 14.6.1995
4
Os efeitos planetários nos preços das Bolsas, de LANGHAM, James
Mars, The Maghnal Publishing, Los Angeles, 1932, 178 páginas.
5
Úma análise astrológica do Índice Dow Jones, de WATTERS,
Barbara H., Valhalla, Washington, 1982, 301 páginas.
6
Editada no Brasil pela Editora Record.
7
MONROE, Rafael. O caos e a Bolsa de Valores. Revista Limite,
Número 10, 1993, Nova Sampa Diretriz Editora, p.42
MANUEL MEIRELES

224 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

bre a distribuição de rendas nos EUA, dentro de um


ciclo de conferências econômicas, um palestrante,
ao entrar na sala, foi tomado por uma irritação
profunda.No quadro negro, encontrou desenhado o
mesmo gráfico que iria apresentar como resultado
de seus estudos. Sua raiva era justificada. O gráfico
indicava não só que alguém tinha feito um trabalho
similar, tornando seu estudo não original, como tam-
bém que a Universidade tinha convidado outro cole-
ga para falar do mesmo assunto, para a mesma pla-
téia, sem lhe informar.
Chamou o coordenador do evento e perguntou: "Como
pode o meu diagrama aparecer antes da minha pa-
lestra?" Ouviu, então, que o gráfico na lousa repre-
sentava a variação dos preços do algodão nos últi-
mos 8 anos, e nada tinha a ver com a distribuição de
rendas.

Seu nome era Benoit Mandelbrot. E a cena não saiu mais


de sua mente. Não podia ser apenas coincidência. Ele voltou
para casa e continuou a pesquisar não só os preços do algodão,
mas também as cheias do Nilo, os ruídos em linhas telefônicas...
e assim começou a formular a chamada Matemática dos Fractais:
um conjunto novo de abordagens cujos princípios parecem se
encaixar à grande maioria dos fenômenos naturais. Mandelbrot
foi um dos pioneiros da chamada Ciência do Caos. Desde então,
muitos outros pesquisadores têm seguido seus passos, na ten-
tativa de encontrar formulações matemáticas que expliquem o
funcionamento dos mercados financeiros.

O Ciclo da Lua

Este esotérico método baseia-se na mudança das fases da


lua, e recomenda comprar por ocasião da lua cheia e vender na
lua nova. É evidente que não há qualquer pressuposto
metodológico para este método que é citado pela sua forma curi-
osa. Certa vez, em 1996, testei este "método" — sobre a Aracruz
PNB — e fiquei surpreendido com os resultados: das 10 ordens,
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 225

7 foram boas e 3 ruins - o que é uma excelente taxa de acerto.


Teria ganho um total de 11,40%. É um método que recomendo
para se discutir à mesa de um bar, jogando conversa fora.

12.—Opinião contrária
O pressuposto desta teoria é que o público está geralmen-
te errado — o que é uma grande verdade. Para acertar basta fazer
exatamente o oposto. Mas como se sabe se o público está com-
prando ou vendendo - para que o investidor faça exatamente o
oposto? É o IFR - Índice da Força Relativa que nos diz se o título
está supercomprado (IFR> 80) ou supervendido (IFR <20). Por-
tanto, esta teoria da opinião contrária estriba-se no seguimento
do IFR.

Centímetros de cotações

Um amigo meu8 aplicava este método e com muitos bons


resultados. Ele é um tipo muito especial de investidor que com-
pra e vende ações sempre com um horizonte longo. Mas não
administrava as ações individualmente: selecionava algumas ações
e comprava-as e vendia-as sempre todas ao mesmo tempo. O
momento de comprar e vender era baseado na opinião contrária
— mas é muito curioso como ele determinava a hora de comprar
e vender: era com uma régua. Para saber se a Bolsa estava boa
para comprar ou vender ele media quantos centímetros tinha a
listagem da Gazeta Mercantil das ações que começavam por A:
uma lista com poucos centímetros, indicava que ninguém estava
comprando — e ele comprava de uma só vez; uma lista com
muitos centímetros indicava que todo mundo estava comprando.
tudo, punha o dinheiro em alguma aplicação, e aguardava a lista
diminuir. Certa vez perguntei-lhe: — Já compraste? E ele respon-
8
Desculpe-me Edmar Figeiroa, mas não resisti a revelar seu segre-
do. Foi Edmar quem, em 1975, me ensinou a "apostar" na Bolsa e
em corridas de cavalos.
9
Não há dúvida que este método — conquanto um tanto estranho
quanto à sua operacionalização — é baseado na operação contrá-
ria.
MANUEL MEIRELES

226 MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES

deu: — Ainda não: vou esperar a lista encolher mais dois centí-
metros9 .

13.—Teoria das Caixas de Nicolas


Darvas
A teoria das Caixas, de Nicolas Darvas - o bailarino - ba-
seia-se no princípio de que as ações possuem uma tendência
definida, para cima ou para baixo, e que, uma vez estabelecida
essa tendência, as ações movem-se dentro de diversas molduras
ou caixas - limites inferiores e superiores. Quando ocorrer um
movimento súbito, brusco, com energia para a próxima caixa é a
altura da compra ou da venda.
A ação deve ser vendida ou comprada quando as caixas
começam a mover-se em sentido contrário. A negociação deve
ser feita no momento em que a ação é atraída para o limite (má-
ximo ou mínimo) da Caixa.

14.—Buy-and-Hold
Esta é uma técnica muito simples: consiste em comprar
ações e guardá-las. Não é, portanto, uma técnica para especulador,
mas sim a técnica que se ajusta à teoria do cash-yield. Se você
adotar o cash-yield como selecionador de ações você só pode
adotar buy-and-hold10 como a técnica complementar de acompa-
nhamento.

Conclusão
Você viu neste capítulo os princípios básicos e gerais de
alguns indicadores que especuladores e investidores usam para
orientar as suas operações nas Bolsas. Tal como o SMI — que
9
Não há dúvida que este método — conquanto um tanto estranho
quanto à sua operacionalização — é baseado na operação contrá-
ria.
10
Compre e guarde.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

MÉTODOS PARA ACOMPANHAR AÇÕES 227

eu adoto —nenhum deles é totalmente confiável, mas posso


afirmar seguramente que sua aplicação produz resultados me-
lhores do que o uso da intuição, do palpite ou outro método11 .

Para os métodos que reputo mais importantes — e que


você pode adotar — forneci os algoritmos que lhe permitirão cons-
truir a base de dados necessária às suas operações.

11
Excluídos os esotéricos, é claro.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 229

GLOSSÁRIO
MANUEL MEIRELES

230 GLOSSÁRIO

A
ABAMEC: Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de
Capitais
ABRASCA: Associação Brasileira das Companhias Abertas.
Ação: 1. Menor parcela de capital social de uma sociedade anô-
nima, e representa um título patrimonial sem data de res-
gate e, geralmente, sem valor facial. 2. Unidade de consti-
tuição do capital social das sociedades anônimas. 3. Títu-
lo negociável, geralmente em Bolsas de Valores. 4. Título
negociável, geralmente sem valor nominal, sem data de
vencimento, representativo de propriedade de uma fração
do capital social de uma sociedade anônima.
Ação cheia: 1. Título negociável, geralmente em Bolsas de Valo-
res, com direito a benefícios. (Ver Benefícios) 2. Ação que
ainda não recebeu ou exerceu direitos concedidos pela em-
presa emissora.
Ação de segunda linha: Ação com menos liquidez do que as
blue-chips. Ver blue chip.
Ação de terceira linha: ação liquidez ainda menor do que as
ações de segunda linha.
Ação escritural: ação mantida em contas de depósito, em nome
do titular, sem emissão de certificado.
Ação listada na Bolsa: ação de empresa de capital aberto, que
pode ser negociada no recinto da Bolsa de Valores, por
intermédio de Corretoras.
Ação nominativa: ação que identifica o nome do proprietário.
Na empresa há o Livro de Registro de Ações Nominativas
que indica o nome de todos os acionistas.
Ação ordinária: ação que concede ao proprietário direito a voto
nas reuniões dos acionistas. O controle da empresa é feito
pela posse das ações ordinárias.
Ação preferencial: ação que dá ao seu proprietário prioridade
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 231

no recebimento de dividendos ou, em caso de dissolução


da empresa, prioridade no reembolso de capital. Excepci-
onalmente dá direito a voto nas assembléias dos acionis-
tas - quando a empresa deixa de distribuir dividendos por 4
ou mais anos consecutivos.
Ação registrada: ação controlada pela empresa emitente, ou
por terceiros, com corrrespondente (ou não) certificado de
emissão.
Ação vazia: 1. Título negociável, geralmente em Bolsas de Valo-
res, que já exerceu direito de benefícios. (Ver Benefícios).
2. Ação que já exerceu os direitos concedidos pela empre-
sa emissora.
Acionista: proprietário de uma ou mais ações representativas do
capital social de uma sociedade anônima.
Acionista majoritário: acionista que detém ações com direito a
voto que lhe permite controlar - indicar o presidente e dire-
tores - a empresa.
Acionista minoritário: acionista proprietário de ações com di-
reito a voto, mas cuja quantidade não garante o controle da
sociedade.
ADEVAL: Associação das Empresas Distribuidoras de Valores
ADR (American Depositary Receipt) Recibo de ações de uma
companhia, sediada fora dos Estados Unidos, custodiado
por um banco dos Estados Unidos e outorgando aos acio-
nistas o direito sobre todos os dividendos e ganhos de ca-
pital. Em vez de comprar ações de companhias estrangei-
ras nos mercados externos, os norte-americanos podem
comprá-las nos Estados Unidos sob a forma de um ADR.
Os ADRs também são conhecidos como American
Depositary Shares.Os ADRs são divididos em níveis . O
nível 3 permite que sejam listados nas Bolsas.
After-market: 1.Programa lançado pela Bovespa em 20/09/99
permitindo negociações fora do horário regular. 2. Negocia-
ção de ações, que tiverem sido transacionadas no pregão
regular (11:00 às 18:00 h), no mercado à vista. 3. A varia-
ção máxima permitida, nos preços das ações negociadas
after-market é de 2% positiva ou negativamente em rela-
ção ao preço de fechamento do período diurno.
Algoritmo: fórmulas a que se sujeitam dados para que produ-
MANUEL MEIRELES

232 GLOSSÁRIO

zam um certo resultado. Por exemplo, dado n números, a


média desses números é obtida é obtida através do se-
guinte algoritmo: Sn /n.
AMEX: (American Stock Exchange) Bolsa de Valores que regis-
tra o segundo maior volume de negócios dos Estados Uni-
dos. Está localizada no centro comercial de Manhattan.
Até 1921 era conhecida como Curb Exchange, a ainda hoje
é designada por Curb. A maioria das ações e títulos nego-
ciados na Amex pertence a pequenas e médias empresas.
As ações das grandes companhias norte-americanas são
negociadas na NYSE. Inúmeras companhias de petróleo e
gás têm suas ações negociadas na Amex.
ANA: (Aviso de Negociação de Ações) - comprovante de opera-
ção enviado pela Bolsa de Valores ao comitente (investi-
dor).
ANAAI: Associação nacional dos Agentes Autônomos de Investi-
mentos.
ANBID: Associação Nacional dos Bancos de Investimento
ANCOR: Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câm-
bio e Mercadorias.
Ativo: Conta do Balanço patrimonial, compreendendo bens e di-
reitos que são apresentados em ordem de liquidez, inici-
ando com o disponível (caixa e bancos), contas a receber,
estoques e assim sucessivamente.
B
Balancete: demonstrativo contábil do estado patrimonial e da
situação econômico-financeira de uma empresa, referente
à parte do período do exercício social.
Balanço: Demonstrativo contábil do estado patrimonial ou situa-
ção econômico-financeira de uma empresa, referente a um
dado exercício social.
BBF: Bolsa Brasileira de Futuros, foi a primeira bolsa de futuros a
ser criada no país, fundada em 1983. A compensação das
operações da BBF ficou a cargo de uma empresa criada
especialmente para este fim: a Câmara Brasileira de Com-
pensação, similar à ICCH: International Commodities
Clearing House. Em 1989 a BBF foi incorporada pela Bol-
sa de Valores do Rio de Janeiro.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 233

BDI: Boletim Diário de Informações sobre as operações realiza-


das na Bovespa. O BDI pode ser visto na Gazeta Mercantil
ou no site da Bovespa.
Benefícios: 1. Dividendos, bonificações, direitos de subscrição,
juros sobre o capital ou quaisquer outras vantagens atribu-
ídas aos portadores ou titulares de ações. 2. Bonificações,
dividendos, juros e direitos de subscrição distribuídos aos
acionistas.
Beta (ß): Medida do risco de um ativo baseada na covariância de
sua taxa de retorno com a do mercado (normalizado pela
divisão desta covariância pela variância da taxa de retorno
de mercado).
Blue chip: 1. ação com grande liquidez e procura no mercado.
2. Ação de primeira linha.
BM&F: Bolsa de Mercadorias & de Futuros.
Boleta: documento no qual os operadores registram os negócios
de compra e venda de ações no Recinto de Negociações
das Bolsas de Valores.
Bolsa Brasil: Fusão patrimonial das Bolsas de valores de São
Paulo e do Rio de Janeiro ocorrida em 27 de janeiro de
2000. A Bovespa passa a ser o centro de negócio de ações
e a BVRJ de títulos públicos.
Bolsa de Valores: associação civil sem fins lucrativos com o
objetivo básico de manter local adequado para encontro de
seus membros e à realização, entre eles, de transações
de compra e venda de títulos de valores mobiliários, em
mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscali-
zado por seus membros e pelas autoridades monetárias.
Bolsahoje: Boletim oficial da BVRJ publicado no caderno de Eco-
nomia do jornal O Globo.
Bonificação: Ações distribuídas gratuitamente aos acionistas,
em decorrência de aumento de capital realizado por incor-
poração de reservas.
Bônus de subscrição: título nominativo, negociável em bolsa,
que confere ao seu titular o direito de subscrever ações.
Bovespa: Bolsa de Valores de São Paulo: associação civil sem
fins lucrativos com o objetivo básico de manter local ade-
quado ao encontro de seus membros e à realização, entre
eles, de transações de compra e venda de títulos e valores
mobiliários.
MANUEL MEIRELES

234 GLOSSÁRIO

BOVMESB: (Bolsa de Valores Minas-Espírito Santo-Brasília, opera


interligada à Bolsa do Rio de Janeiro pelo SENN. Foi fun-
dada em 1947 e reúne os estados de Minas, Espírito San-
to e Distrito federal, com jurisdição em Goiás, Mato Gros-
so, Mato Grosso do Sul, Roraima e Tocantins.
Briefing: Ver prospecto
Buy and put away: Filosofia de investimento: a melhor maneira
de ganhar é comprar ações e guardá-las.
Buy side: analista responsável pela escolha dos títulos que de-
vem compor a carteira de uma instituição financeira.
Buy-and-Hold: Técnica ou filosofia de investimento que consis-
te em comprar e guardar ações. O mesmo que Buy and
Put Away.
BVES: (Bolsa de Valores do Extremo Sul) Bolsa onde são nego-
ciadas as ações das companhias abertas do Rio Grande
do Sul e de Santa Catarina., através dos sistemas SENN e
CATS.
BVRJ: Bolsa de valores do Rio de Janeiro.

C
Cadastro de clientes: conjunto de dados e informações gerais
sobre a qualificação dos clientes das sociedades corretoras.
Capital: 1. Soma de todos os recursos, bens e valores mobiliza-
dos para a constituição de uma empresa. 2. Numerário
disponível para investimento.
Carteira de ações: conjunto de ações (títulos de renda variável)
de propriedade de uma pessoa física ou jurídica.
Carteira de títulos: conjunto de títulos de renda fixa ( obrigações
governamentais, debêntures, letras imobiliárias, etc) e de
renda variável (ações) de propriedade de uma pessoa física
ou jurídica.
Carteira Eficiente: Conjunto de títulos constituindo uma carteira
que pertence ao conjunto de carteiras que se situam sobre
a linha C b-Cd (ver figura 2.7) que oferecem a maior taxa de
retorno para um dado risco.
Carteira Teórica Bovespa: Ver Ibovespa.
Cash-yield : indicador que mede o retorno financeiro de uma ação.
CATS: (Computer Aided Trade System) Sistema de computação
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 235

que prestava informações sobre o Mercado e permite reali-


zar negócios fora do pregão de viva voz. Foi absorvido e
substituído, em julho de 1997, pelo sistema Megabolsa.
Cautela: certificado que materializa a existência de um número
de ações.
CBLC: Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. Clearing
criada em 1998 decorrente da reestruturação patrimonial
da Bovespa.
CDB: 1. Certificado de Depósito Bancário: título emitido por ban-
cos para captar dinheiro do público. 2. Rendimento ofereci-
do pelos Bancos aos compradores de CDB, cuja taxa mé-
dia é calculada pela Associação nacional de Bancos de
Investimento e Desenvolvimento (ANBID).
CDB-over: Remuneração paga a um investidor de CDB para um
dia útil e que a uma taxa exponencial 1/d, onde d
corresponde ao número de dias corridos do mês.
Chamada de capital: subscrição particular ou pública de ações
novas pelo valor nominal ou outro valor, com ou sem ágio,
para aumentar o capital social de uma empresa.
CIB: 1. Curva de Indiferença Básica ¾gráfico que expressa a rela-
ção aceitável por um determinado investidor, entre risco e
retorno. 2. Centro de Informações Bovespa, destinado a
atender dúvidas do público em geral sobre o Mercado de
Ações e sobre a Bolsa de valores de São Paulo.
Circuit-breaker: 1. mecanismo de controle de oscilação da Bol-
sa, implantado pela Bovespa em 31/10/97: interrompe as
negociações por trinta minutos quando o Ibovespa atinge
baixa de 10% em relação ao índice de fechamento do dia
anterior; reabre e interrompe por uma hora se o índice atin-
gir o patamar de 15% negativo em relação ao dia anterior.
2. Mecanismo anti-pânico, que protege os investidores de
grandes baixas.
CIS: Curva de Indiferença Secundária — gráfico derivado da Curva
de Indiferença Básica, por "deslocamento paralelo" desta.
Clearing: Empresa que gerencia sistemas e garantias para a
liquidação das operações realizadas em bolsa e para a
custódia de valores mobiliários.
Clube de investimento: conjunto de pessoas que se reúnem
com o objetivo de aplicar suas economias em conjunto,
MANUEL MEIRELES

236 GLOSSÁRIO

em títulos negociados no mercado financeiro. Na


BOVESPA os Clubes de Investimento foram regulamenta-
dos pelas resoluções 181/85-CA e 189-86-CA. Esta bri-
lhante idéia não se tornou realidade porque a administra-
ção dos Clubes de Investimento deve ser exercida por so-
ciedade corretora, sociedade distribuidora ou banco de in-
vestimento. Há pouquíssimos Clubes de Investimento.
CNBV: Comissão Nacional de Bolsa de Valores.
CODIMEC: Comitê de Divulgação do Mercado de Capitais. Orga-
nismo sem fins lucrativos composto por associações do
mercado financeiro.
Coeficiente angular: O mesmo que ß de um título. Ver Beta
(ß).
Comitente: pessoa que encarrega uma outra de comprar, vender
ou praticar qualquer ato, sob suas ordens ou por sua con-
ta, mediante certa remuneração a que se dá o nome de
comissão ou corretagem.
Commercial paper: obrigação de curto prazo, com vencimento
que varia de 2 a 270 dias, emitida por banco, companhia
ou outro tomador para subscrição por investidores cujos
recursos estejam temporariamente desaplicados. O papel
não é garantido e geralmente é negociado com deságio,
embora haja commercial paper que renda juros.
Commodities: (sing.: commodity) Mercadorias como grãos, me-
tais e alimentos negociados em Bolsas de Mercadorias.
Companhia: o mesmo que sociedade anônima. Uma sociedade
anônima, ou companhia, pode ser aberta ou fechada. Ver
Companhia aberta.
Companhia aberta: 1. Empresa sociedade anônima cujos valo-
res mobiliários são negociados nas Bolsas de Valores ou
no mercado de balcão. 2. Sociedade anônima cujas ações
são negociadas em Bolsa de Valores. para "abrir" o capital
a empresa deve atender às exigências da CVM- Comissão
de Valores Mobiliários - e da Bolsa de Valores onde se
inscreve.
Confirmação: aviso que o corretor dá ao cliente da efetivação de
uma negociação com ações.
Contas a receber: Conta do Ativo composta pelo valor dos títu-
los que a empresa tem a receber menos provisão para re-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 237

duzi-los ao valor provável de realização.


Corretagem: taxa de remuneração da sociedade corretora ao
efetuar uma compra ou venda de ações em nome de uma
pessoa física ou jurídica.
Corretor: 1.Intermediário na compra e venda de títulos. 2. Funci-
onário de Corretora, que atende a pessoa física ou jurídica,
nos assuntos referentes a ordens de compra ou venda de
ações.
Corretora: Ver Sociedade Corretora.
Cotação: 1. Preço registrado em Bolsa de Valores na negocia-
ção de ações. 2. Preços relativos a dada ação em momen-
tos específicos do pregão (abertura, fechamento) ou a de-
terminadas características: máxima, média, mínima.
Custódia de títulos: serviço de guarda de títulos e de exercício
de direitos aos investidores.
Custódia fungível: serviço de custódia onde os valores mobiliá-
rios retirados podem não ser os mesmos depositados,
embora sejam das mesmas espécies, qualidade e quanti-
dade. Deixa de existir a necessidade de se retirar exata-
mente o mesmo certificado depositado. Os depósitos de
moeda nos bancos são fungíveis: a pessoa que deposita
uma certa nota de R$100 mais tarde poderá retirar R$100
mas não necessariamente a mesma nota depositada.
CVM: Comissão de Valores Mobiliários: autarquia especial, vin-
culada ao Ministério da fazenda, criada pela lei 6385 de 7-
12-1976 com a função de disciplinar, fiscalizar e promover
o mercado de valores.

D
DDM: (Discagem Direta ao Mercado) sistema de acesso às infor-
mações da BVRJ.
Debênture: 1. título nominativo, representativo de um emprésti-
mo, geralmente de longo prazo, feito por um debenturista a
uma empresa. 2. Título que representa um empréstimo
contraído por uma Sociedade Anônima mediante lançamen-
to público ou particular, garantido pelo ativo da sociedade e
com preferência para o resgate sobre quase todos os de-
mais créditos.
Debênture conversível em ações: debêntude cujo "pagamen-
MANUEL MEIRELES

238 GLOSSÁRIO

to" pode ser feito em ações, em épocas e condições pré-


determinadas.
Derivativos: basicamente contratos cujo valor muda de acordo
com movimentos de preços de determinado ou determina-
dos instrumentos financeiros ou commodities. As peças-
chave do mercado do mercado de derivativos são os con-
tratos futuros, os contratos a termo, e os contratos de op-
ções. O conceito de derivativo está intimamente ligado ao
de "hedge", ou proteção contra situações de risco. A ex-
pressão derivativo decorre do fato do valor do instrumento
se basear em um outro tipo. Por exemplo, uma opção é
um instrumento derivativo porque seu valor deriva do valor
da ação à qual a opção está atrelada.
Direito de subscrição: direito de preferência que um acionista
tem de subscrever novas ações de uma Sociedade Anôni-
ma, quando do aumento do Capital mediante subscrição.
O direito pode ser negociável ou não. Subscrever o Capital
significa informar a companhia, mediante certa documen-
tação que está interessado em adquirir certa quantidade
de ações. A seguir vem a fase de integralização, isto é, a
fase do pagamento das ações anteriormente subscritas. O
direito de subscrição assegura que o acionista pode subs-
crever um percentual de ações igual à sua participação na
empresa. Por exemplo, um acionista que tem 2,7% de
ações, tem direito a subscrever 2,7% das novas ações.
Disclosure: revelação de informações, por parte da empresa, aos
acionistas; é um instrumento imprescindível não só para a
tomada de decisão pelo investidor como para sua prote-
ção.
DISP: Disponibilidades: valores e títulos integrantes do ativo duma
empresa, que podem ser prontamente convertidos em nu-
merário.
Diversificação: Técnica que consiste em constituir uma Carteira
com diversos títulos que possam tornar nulo, a qualquer
momento, o risco diversificável. Ver Risco diversificável.
Dividendo: Valor distribuído aos acionistas, em proporção à quan-
tidade de ações possuídas e com recursos oriundo dos
lucros obtidos pela empresa num determinado período. A
Lei das Sociedades Anônimas obriga a um dividendo míni-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 239

mo de 25% do lucro líquido apurado no exercício social.


Dow Jones Industrial Average: Índice da Bolsa de Valores seme-
lhante ao Ibovespa. Foi inicialmente criado por Charles Henry
Dow em 3 de julho de 1884 -e era a média aritmética de
onze preços de fechamento de ações escolhidas por Dow;
em 1896 passou para 12 ações; atualmente o Dow Jones é
um índice composto de 30 ações.
DR: 1. Depositary Receipts: certificado de depósito de ações
emitido por um banco estrangeiro (Banco depositário ou
emissor) e lastreado em ações brasileiras, custodiadas por
um Banco brasileiro (Banco custodiante). Ver ADR. 2. Tí-
tulo de crédito formal, nominativo, emitido por negociante
com a mesma data, valor global e vencimento da fatura, e
representativo e comprobatório de crédito preexistente (ven-
da de mercadoria a prazo), destinado a aceite e pagamen-
to por parte do comprador, circulável por meio de endosso,
e sujeito à disciplina do direito cambiário. 3. Abreviatura de
Duplicatas a receber: 1.Conta do Ativo Circulante.

E
EBCP: Empréstimos Bancários de Curto Prazo: 1. Conta do Pas-
sivo Circulante. 2. Valores a pagar a Bancos dentro de 12
meses.
Emissão: ato de emitir títulos ou dinheiro.
Endividamento geral: Participação dos recursos financiados por
terceiros; é considerado um indicador de risco da empre-
sa. É aferido por: E= (ECP + ELP + Dd) / AT onde: ECP
é o Exigível a curto prazo; ELP é o exigível a longo prazo;
Dd é o valor das duplicatas descontadas; AT é o ativo
total.
Escola fundamentalista: corrente de pensamento, referente à aná-
lise de títulos, que baseia sua escolha nos dados econô-
mico-financeiros da empresa (balanços, vantagens com-
petitivas, etc.).
Escola Grafista: Ver Escola Técnica.
Escola Técnica: 1. Corrente de pensamento que se baseia, para
gerir portfólios, do comportamento dos títulos no mercado,
sendo os gráficos seu material de apoio principal. 2. O
mesmo que Escola Grafista.
MANUEL MEIRELES

240 GLOSSÁRIO

Especulador: Pessoa física ou jurídica que aplica recursos (não


necessariamente suas economias ou disponibilidades) na
aquisição de ações ou títulos no mercado financeiro, num
horizonte de curto ou curtíssimo prazo, tendo por base
uma expectativa na elevação de preços das ações.
Est: Estoques: 1. Conta do Ativo Circulante constituída de mer-
cadorias ou produtos, avaliados pelo custo de aquisição
ou de fabricação, reduzidos de provisão para ajustá-los ao
preço de mercado quando este for inferior. 2. Conta do Ati-
vo Circulante compreendendo: produtos acabados, merca-
dorias para revenda, produtos em elaboração, matérias-pri-
mas, materiais de acondicionamento e embalagem,
Execução de ordem: efetiva realização de uma ordem de com-
pra ou de venda de valores mobiliários.
Exercício operacional: período com início em 1/4/9x e 31/3/
9x+1.

F
FGV-100: Índice de ações, criado em 1987 pela Fundações Getú-
lio Vargas composto por empresas não-estatais e não-fi-
nanceiras.
FIF: fundos de investimento financeiro.
FORN: Fornecedores: Conta do Passivo Circulante constituída
por valores a pagar a fornecedores nacionais ou estrangei-
ros dentro de 12 meses.
Fundo de Ações: (ou Fundo Mútuo de Ações) 1. Conjunto de
recursos administrados por uma Sociedade Corretora ou
Banco de Investimento, que os aplica em uma carteira cons-
tituída no mínimo por 67% de ações negociadas nas Bol-
sas de Valores. 2. Fundo de renda variável.
Fundos cambiais: fundos de investimento em ativos cujo rendi-
mento está associado à variação cambial: swap de dólar,
export notes, por exemplo.
Fundos de carteira Livre: Aplicam em ações ou derivativos.
Fundos de derivativos: fundos cuja carteira é predominante-
mente composta de derivativos, como contratos futuros,
opções e operações a termo.
Fundos garantidos: fundos que garantem, no mínimo, o retorno
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 241

do capital investido.

G
Gestão de portfólio: Análise, seleção, aquisição, acompanha-
mento e venda de títulos, de renda fixa e variável (ações)
com o objetivo de obter ganhos.

H
Habilidade de seleção: 1. Capacidade de um método em se-
lecionar ativos que, decorrido um determinado período es-
tejam incluídos no ranking Classe A, segundo Nihans, de
ativos mais rentáveis. 2. Proporção com que ativos seleci-
onados previamente compunham a Classe A, segundo
Nihans, dos ativos mais rentáveisnum dado período. Essa
proporção pode ir de 0% a 100%. Dependendo do valor da
proporção, pode-se rotular a habilidade: de 00,0% a 09,9%
habilidade desprezível; de 10,0% a 29,9% habilidade bai-
xa; de 30,0% a 49,9% habilidade moderada; de 50,0% a
69,9% habilidade substancial; acima de 69,9% habilidade
muito forte.
Hedge: (proteção) operação que tem por objetivo proteger uma
outra contra riscos decorrentes de variações negativas. É,
portanto, uma estratégia usada para compensar investimen-
tos de risco. Um hedge perfeito é aquele que elimina a
possibilidade de ganhos ou perdas futuras.
Home Broker: 1.Sistema que permite o investimento direto na
Bolsa de Valores de São Paulo através da Internet. 2. Sis-
tema semelhante ao serviço Home Banking, implantado
pela Bovespa, permitindo que investidor, previamente ca-
dastrado numa corretora (que faça parte do sistema), en-
vie, automaticamente, através da Internet, ordens de com-
pra e venda de ações à vista

I
IAN: Informações anuais: documento mais detalhado do que o
ITR, apresentado anualmente pelas companhias abertas,
ao mercado.
IBMEC: Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.
MANUEL MEIRELES

242 GLOSSÁRIO

Ibovespa: 1. Índice da Bolsa de Valores de São Paulo 2. Conjun-


to de ações que, numa certa proporção constituem tal índi-
ce. Fazem parte da carteira os títulos que representam
90% do total de dinheiro negociado na Bolsa de Valores de
São Paulo nos últimos 12 meses. A carteira Ibovespa é
revista de 4 em 4 meses. 3. Lucratividade de uma carteira
de ações, hipotética e suposta como sendo a carteira per-
tencente ao Mercado.
IBV- Índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro .Fazem parte
do IBV os títulos que representam 90% do total do dinheiro
negociado na BVRJ nos últimos 12 meses. A composição
da carteira do IBV é revista a cada 4 meses. O IBV, na sua
estrutura, difere do Ibovespa e do I-Senn, pois pondera as
ações pelo valor de mercado destas e não por sua partici-
pação no volume de negócios. O Índice composto da Bol-
sa de Nova York é de estrutura semelhante ao do IBV. A
ponderação é feita segundo o valor de mercado das ações
em circulação, ou seja, de acordo com o valor que custa-
ria para alguém comprar em bolsa todas as ações de uma
empresa que não estão nas mãos dos seus controladores.
Este método evita que um determinado papel tenha uma
participação inflada. Para que um papel seja incluído no
IBV ele precisa atender a três critérios: o primeiro é ter
sido negociado em pelo menos 80% dos pregões dos 12
meses anteriores; o segundo é que não tenha ficado mais
de cinco vezes por período de cinco dias consecutivos sem
negócios, também nos últimos 12 meses; o terceiro é que
apresente um mínimo de 1000 negócios nos mesmos 12
meses anteriores.
IBX: Índice Brasil, constituído pelas 100 ações mais negociadas.
IEE: Índice setorial composto pelas ações do setor elétrico.
INBV: Índice Nacional das Bolsas de Valores. Mede os ganhos
do Mercado nacional referentes às bolsas de São Paulo e
Rio de Janeiro.
INDAÇ: Valor deflacionado de um lote de ações ao longo do tem-
po, incorporando todos os benefícios por esse lote obtidos
pela ação nesse período .
Índice de negociabilidade: indicador que mostra quão relativa
é a presença de uma ação no mercado, levando em conta
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 243

as proporções do número e do volume de negócios feitos


com a ação em relação ao número de negócios totais fei-
tos na Bolsa.
Informações das companhias abertas: Para terem suas ações
negociadas em Bolsa, as companhias devem divulgar um
conjunto de informações periódicas e eventuais, entre elas:
a) Relatório da Administração, Demonstrações Financei-
ras Anuais e parecer de Auditoria independente; b) DFP:
Demonstrações Financeiras Padronizadas; c) ITR: Informa-
ções trimestrais; d) IAN: Informações Anuais; e) Atas das
Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias; f) Divul-
gação de Fatos Relevantes.
Insider: [insaider] aquele que tem conhecimento dos aconteci-
mentos de uma empresa, que nunca virão a público ou só
virão mais tarde. O que "está por dentro".
Investidor: 1. Pessoa que faz aplicações no mercado financeiro.
2. Pessoa física ou jurídica que aplica suas economias ou
disponibilidades na aquisição de ações ou títulos no mer-
cado financeiro, num horizonte a longo prazo, objetivando
auferir renda principalmente derivada dos benefícios de tais
títulos: dividendos, bonificações.
investidor técnico: investidor que segue um determinado méto-
do - qualquer que ele seja - para fazer suas ordens de
compra e venda. Segue, obrigatoriamente uma ou mais téc-
nicas das Escolas Grafista ou Fundamentalista.
I-Senn: Índice do Sistema Eletrônico de Negociação Nacional.
que se assemelha ao Ibovespa. É calculado a partir das 50
ações mais negociadas no pregão eletrônico nacional, pon-
deradas de acordo com o volume de negócios que repre-
sentam.
ISIN: Codificação de título brasileiro obedecendo ao padrão ISSO
6166. Por exemplo, o ISIN do Banco do Brasil é:
BRBBASA.
ITR: Informações trimestrais: documento legal por meio do qual a
companhia aberta divulga ao mercado dados contábeis
acompanhados de explicações sintéticas.
MANUEL MEIRELES

244 GLOSSÁRIO

J
Joint-venture: [djóint ventxâr] empreendimento formado por duas
ou mais empresas existentes, com finalidade e duração
limitadas.
Juros do capital: 1. Prêmio de reembolso, pago ou creditado ao
acionista. 2. Espécie de dividendo assegurado pelo esta-
tuto societário.

K
Kanitz : Stephen Charles Kanitz (1946- ) é consultor de empre-
sas, criador e responsável pela publicação Melhores e
Maiores da revista Exame, professor titular da Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade, da Universi-
dade de São Paulo. Fez Mestrado na Harvard Business
School. É autor dos livros Como Prever Falências, e O
Brasil que dá certo, e co-autor de Contabilidade Introdutória.
Foi assessor para Assuntos de Dívida Externa do Ministé-
rio de Planejamento em 1986. Em 1985 recebeu o prêmio
Analista Financeiro do Ano —Abamec e, em 1992, o prê-
mio Profissional do Ano — Anefac. Sua importância para
este trabalho explica-se pela construção do "termômetro"
ou índice de insolvência das empresas, que foi objeto da
sua tese de livre docência, em 1976. Ver também Termô-
metro de insolvência.

L
Lance: preço oferecido pelos representantes das Sociedades
Corretoras em público Pregão, para a compra ou venda de
um lote de ações.
Limite de Crédito: Valor calculado segundo fórmula de Morante,
e que representa o máximo que se poderia emprestar a
uma empresa, com base nos seus dados extraídos das
demonstrações contábeis.
Linha característica: (capital line) de uma carteira ou de um
mercado — conjunto das carteiras eficientes, isto é, que
oferecem o maior retorno para um dado risco.
Linha de resistência: limite de preço máximo que uma ação
não deve ultrapassar. Rompendo esse limite podemos di-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 245

zer que a ação está definindo uma tendência de alta.


Linha de suporte: limite de preço mínimo que, teoricamente uma
ação alcançará, segundo a teoria de Dow. Acredita-se que
a ação não caia abaixo desse limite a não ser que esteja
estabelecendo uma tendência de queda.
Liquidez: Maior ou menor facilidade de conversão de um título em
dinheiro.
Liquidez geral: Indicador que mede quanto a empresa possui
de recursos não imobilizados em ativos fixos em relação
ao seu exigível. É aferida por: L= (Ac+RLP+Dd)/(ET+ Dd)
onde: Ac é o ativo circulante; RLP é o realizável a longo
prazo; Dd é o valor das duplicadas descontadas; ET é o
exigível total.
LL/PL: Lucro Líquido sobre o Patrimônio Líquido. Ver Lucratividade.
Lote: quantidade de títulos com características idênticas.
Lote padrão: lote de títulos de características idênticas e em
quantidade prefixada pelas Bolsas de valores.
Lote fracionário: quantidade de ações inferior ao lote padrão
Lote redondo: lote totalizando um número inteiro de lotes pa-
drão.
Lucratividade: 1. Diferença, geralmente expressa de forma
percentual, entre compra e venda de título ou semelhante.
2. Variação, geralmente expressa de forma percentual, no
valor de um ativo, num dado período de tempo. 3. Mede o
retorno do investimento aos acionistas. É calculada por:
Rp= LL / PL onde: LL é o lucro líquido, ou seja, o resultado
do exercício depois de descontada a provisão para o im-
posto de renda; PL é o patrimônio líquido, que é a soma do
capital, das reservas e dos resultados futuros, menos a
soma do capital a integralizar e dos prejuízos acumulados.
É um indicador da riqueza da empresa.

M
Megabolsa: 1. Sistema eletrônico de negociação de ações da
Bovespa, que absorveu, em julho de 1997 o CATS, e que
permite realizar transferência de dados, fazer consultas,
atualizar estatísticas, imprimir janelas do sistema, utilizar
informações na forma gráfica entre outras funções.
Mercado: Mercado financeiro (ver) cuja dinâmica é expressa e
MANUEL MEIRELES

246 GLOSSÁRIO

representada por uma carteira teórica composta de n títu-


los, cada um com um dado peso na composição da cartei-
ra. A composição da Carteira Teórica Ibovespa é um exem-
plo. O índice Ibovespa, no caso espelha a dinâmica do
mercado de ações negociadas na Bolsa de valores de São
Paulo.
Mercado aberto. 1. Local onde se efetuam as compras e ven-
das de títulos por parte do governo ou das instituições fi-
nanceiras oficiais. [Tb. se usa o equiv. inglês, open market.]
Mercado a termo. 1. Negociação de mercadorias ou de valores
para entrega e pagamento em data futura, preestabelecida,
mas ao preço do dia da transação. 2. Operações de com-
pra e venda, em que a liquidação se faz ao fim de um deter-
minado prazo, ou antecipadamente, por solicitação do
liquidante.
Mercado à vista: mercado no qual a liquidação (pagamento) é
feito logo após a realização do negócio em pregão. No
mercado à vista na verdade a liquidação é sempre feita no
terceiro dia.
Mercado futuro: operações de compra e venda de contratos para
liquidação em data futura.
Mercado secundário -1. Mercado de revenda de títulos. 2. Mer-
cado no qual os investidores negociam a compra ou a ven-
da de ações com outros investidores: neste caso um in-
vestidor vende para outro investidor. Ver: Mercado primário.
Mercado de balcão. 1. O que vende maciça e
indiscriminadamente títulos de novas empresas, ainda não
registradas na Bolsa de Valores.
Mercado de capitais. 1.Conjunto das operações financeiras çom
qualquer horizonte temporal, normalmente efetuadas dire-
tamente entre poupadores e Empresas, ou através de in-
termediários financeiros não bancários, geralmente desti-
nadas ao financiamento de investimentos fixos. 2. O que
opera com capitais para financiamentos.
Mercado financeiro. 1. O que, operando com capitais para fi-
nanciamento, se restringe à negociação de títulos e valo-
res representados por operações monetárias.
Morante: Antonio Salvador Morante (1945 - ) é Contabilista,
Economista e Administrador de empresas, consultor e pro-
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 247

fessor universitário. Sua dissertação de mestrado apre-


senta um indicador fácil de calcular que estipula o crédito
máximo que se pode conceder a uma empresa.
Mercado primário: local onde as empresas colocam seus títu-
los para serem adquiridos pelos investidores: neste caso a
empresa é a vendedora e o investidor é o comprador. .
Mercado secundário: local onde os investidores adquirem, tro-
cam ou vendem títulos originários do mercado primário. O
mercado secundário, por excelência, é o mercado de
ações.

N
Nasdaq: (National Association of Securities Dealers Automated
Quotations) Primeira bolsa eletrônica do mundo. Desde
janeiro de 1992 a bolsa tornou-se pioneira dos Estados
Unidos no exterior, abrindo uma extensão em Londres, que
permite a negociação de suas ações durante o horário eu-
ropeu.
Negociação comum: operação realizada em pregão, entre dois
representantes de diferentes sociedades corretoras, a um
preço ajustado entre ambos.
Negociação direta: operação realizada sob normas especiais
por um mesmo representante de sociedade corretora para
comitentes diversos. Os interessados nessa operação de-
vem preencher o cartão de negociação ou digitar um co-
mando específico -no caso de negociação eletrônica - indi-
cando que estão atuando como comprador e vendedor ao
mesmo tempo.
Nikkey: Índice da Bolsa de Tóquio, criado em 1949 com o nome
Nikkey Dow Jones Average. Em 1975 o jornal Nihon Keizai
adquiriu os direitos para cálculo e divulgação e, em 1985,
rebatizou-o de Nikkei Stock Average. Assemelha-se ao Dow
Jones.
Nota de corretagem: documento que a sociedade corretora apre-
senta ao seu cliente, registrando a operação realizada, com
indicação da espécie, quantidade de títulos, preço, data
do pregão, valor da negociação, da corretagem cobrada e
dos emolumentos devidos.
MANUEL MEIRELES

248 GLOSSÁRIO

NYSE: (New York Stock Exchnge) Bolsa de Valores de Nova


York. É a mais antiga e a maior bolsa de valores dos Esta-
dos Unidos e localiza-se em Wall Street, em New York.

O
OC: Último e maior preço estabelecido por investidores que dese-
jam comprar determinada ação, no pregão de uma Bolsa
de Valores.
OCP: Outras Contas a Pagar.
Oferta de compra : Ver OC.
Oferta de Venda: Ver OV.

operador Cats: representante de uma sociedade corretora que


executa ordens de compra e venda de ações ou de op-
ções, através do sistema CATS Bovespa.
operador de pregão: representante de uma sociedade corretora,
que executa através de ordens de compra e de venda de
ações no pregão de uma Bolsa de valores.
ordem: instrução dada por um cliente a uma sociedade corretora,
para a execução de compra ou venda de valores mobiliári-
os.
ordem a mercado: ordem em que o investidor só especifica a
quantidade e as características do título. Deve ser efetua-
da desdo o momento de seu recebimento no pregão. Por
exemplo, o investidor diz para o seu corretor: "Compra 10000
Telepar PN".
ordem limitada: ordem na qual o investidor estabelece um pre-
ço. A ordem deve ser executada por um preço igual ou
melhor do que o especificado pelo investidor.
OV: Oferta de venda — Último e menor preço estabelecido por
investidores titulares de uma ação, para a vender no pre-
gão de uma Bolsa de Valores.

P
Performance: Desempenho, quanto a lucratividade ou outra vari-
ável, de um portfólio num determinado período.
Permissionária: sociedade corretora especialmente admitida no
pregão de uma Bolsa de Valores, da qual não possui um
título patrimonial.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 249

Permissionária CATS: sociedade corretora que pode apenas exe-


cutar ordens no sistema CATS.
PL: Patrimônio Líquido — conta do Ativo e que é calculado como
sendo a diferença entre direitos e obrigações da empresa,
num dado momento.
Potencial de lucratividade: Grau de certeza, derivado do LCM—
Limite de Crédito de Morante, que o investidor tem de o
valor invertido num investimento ser lucrativo.
Potencial de segurança: Grau de certeza, derivado do TIK—
Termômetro de insolvência de Kanitz, que o investidor tem
de não perder o valor invertido num investimento em decor-
rência da falência da empresa.
Preço do mercado de uma ação é o preço médio da ação
negociada na data em que estamos procedendo à
análise - representa o preço mais provável que deveremos
pagar por tal ação se decidirmos adquiri-la.
Preço de abertura: Cotação da ação na primeira transação rea-
lizada em determinado pregão.
Preço de fechamento: Cotação da ação na última transação
realizada em determinado pregão.
Preço máximo: Maior cotação da ação nas transações realiza-
das em determinado pregão.
Preço médio: Cotação ponderada da ação considerando todas
as transações realizadas em determinado pregão.
Preço mínimo: Menor cotação da ação nas transações realiza-
das em determinado pregão.
Pregão: 1. Recinto de negociações nas Bolsas de Valores. 2.
Negociações de compra e venda realizadas num determi-
nado dia em local mantido por Bolsa de Valores.
Prospecto: folheto contendo informações sobre a oferta ou lan-
çamento de títulos de uma empresa. O prospecto deve con-
ter informações completas sobre a situação e as perspec-
tivas da empresa, bem como sobra a natureza dos títulos
que estão sendo oferecidos.

Q
Q de Yule: 1. Método estatístico, proposto por G. Udny Yule
utilizado para descrever o grau de relação entre duas variá-
veis. 2. Grau Q (em honra do estatístico Quételet) que va-
MANUEL MEIRELES

250 GLOSSÁRIO

ria de -1 a +1 e que exprime a relação entre duas variaáveis.

R
Razão Crítica: (RC) quociente entre a média µ e o Desvio Pa-
drão da Média s x|.
Recibo de subscrição: documento que comprova o exercício de
direito de subscrição.
Recompra de ações: ato pelo qual a própria empresa compra
as suas ações para as manter em tesouraria.
Registro em bolsa: condição necessária para que uma empresa
de capital aberto seja negociada em determinada Bolsa de
Valores. Para tal ela deve atender a uma série de exigênci-
as da própria Bolsa onde pretende ter suas ações negoci-
adas.
Rentabilidade: ver Lucratividade.
Rentabilidade do patrimônio: ver Lucratividade.
Retorno excessivo: Rentabilidade de um título acima de um outro
tomado como paradigma e considerado de risco nulo.
Risco: 1. Probabilidade de obtenção de retornos abaixo daqueles
esperados. 2. Desvio padrão dos retornos ou um conceito
derivado, como a variância dos retornos.
Risco diversificável: 1. Probabilidade da lucratividade do título
divergir da sua reta característica. 2. Risco que se anula
com o risco diversificável dos outros títulos que constituem
o portfólio, ou ao longo do tempo. 3. Risco que "a rigor"
não existe.
Risco não-diversificável: 1. Risco oferecido pelo mercado onde
o título se insere, como um todo. 2. Risco que afeta igual-
mente todos os títulos de um dado mercado. 3. Compo-
nente não diversificável do risco. 4 b do título.
Risco sistemático: O mesmo que risco não-diversificável ou co-
eficiente beta.

S
SAFEX: (The South African Futures Exchange): Bolsa de Futu-
ros da África do Sul.
SAL: Salários, Contribuições e Tributos — conta do passivo
circulante que incorpora o total de salários, contribuições
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 251

e tributos decorrentes do uso de recursos humanos, a pa-


gar.
Segurança: Ver Risco.
Sell side: analista que indica para os investidores, quais os me-
lhores papéis.
SENN: (Sistema Eletrônico de Negociação Nacional): sistema
eletrônico que integra oito Bolsas de Valores brasileiras. É
um pregão virtual. As operações de compra e venda são
feitas através de terminais de computadores. O indicador é
o I-Senn. Foi constituído em 1991 e é administrado pela
Comissão nacional de Bolsas de valores. Integram o SENN
as Bolsas de Valores: 1. do Rio de Janeiro, 2. Minas-
EspíritoSanto-Brasília, 3.Bahia-Sergipe-Ala-goas, 4. do
ExtremoSul, 5. Paraná, 6.Pernambuco, 7.Paraíba, 8.Re-
gional (Ceará) 9. e a de Santos
SMI: Stress Market Index — oscilador baseado na relação entre
os preços de oferta e os preços reais de determinada ação,
praticados no pregão, que propõe ao investidor, informar o
momento de compra ou venda da ação.
Sociedade Anônima: Empresa cujo capital social é representa-
do por ações, que podem ser de dois tipos: ordinárias ou
preferenciais. No mínimo deve haver 1/3 de ações ordinári-
as e 2/3 de ações preferenciais.
Sociedade civil: empresa sem objetivos comerciais; pode se-
guir o modelo de qualquer sociedade, exceto o da Socie-
dade Anônima (SA).
Sociedade corretora: instituição auxiliar do Sistema Financeiro
que opera no mercado de capitais com títulos e valores
mobiliários, em especial no mercado de ações. É o inter-
mediário entre os investidores e as Bolsas de valores. Ad-
ministram carteiras de ações, fundos mútuos, fundos fis-
cais de investimento e clubes de investimentos, entre ou-
tras atribuições.
Sociedade distribuidora: Instituição auxiliar do Sistema Finan-
ceiro que participa do sistema de intermediação de ações
e outros títulos no mercado primário, colocando-as à ven-
da junto ao público.
Sociedade limitada: sociedade em que o capital geralmente é
dividido em cotas, e na qual os sócios respondem integral-
MANUEL MEIRELES

252 GLOSSÁRIO

mente pelas obrigações da empresa até ao valor total do


capital.
Sociedade membro: sociedade corretora filiada a uma Bolsa
de Valores e que se subordina às exigências da Bolsa.
Split: desdobramento de ações. Cada ação divide-se em um cer-
to número de ações. Com isto eleva-se o número de ações
representativas do capital social de uma empresa. O capi-
tal social permanece o mesmo, mas o número de ações
que representam essa capital aumenta.
Subscrição: Chamada de capital feita por uma empresa, via lan-
çamento de novas ações, para serem subscritas pelos aci-
onistas, com vistas a obter capital para fazer frente a seus
investimentos.
Swap: operações pelas quais as instituições financeiras e as
empresas fazem hedge. Freqüentemente os swaps ser-
vem para "casar" ativos e passivos, isto é, para fazer com
que ambos fiquem atrelados às mesmas taxas de juro ou
aos mesmos indexadores. Os contratos de swap foram
lançados em 1993 pela BM&F.

T
Telepregão: sistema em que se fecham negócios na Bolsa atra-
vés de terminais de computação. Ver CATS, SENN e
Nasdaq.
Termômetro de Insolvência de Kanitz: (TIK) Índice calculado
por uma fórmula específica proposta por Stephen Kanitz,
com dados extraídos das demonstrações financeiras de
uma empresa, que varia de -7 a +7 e que indica o grau de
insolvência da empresa. A empresa é considerada insol-
vente se obtiver valor entre -3 e -7; indefinida se obtiver
valor entre 0 e -3; e solvente se obtiver valor entre 0 e +7.
Título de renda fixa: Título para o qual se conhece, a priori, a
lucratividade que vai proporcionar.
Título de renda variável: título em que a lucratividade só é co-
nhecida após o encerramento da operação.
Títulos de dívida pública: obrigações federais, estaduais ou
municipais. Tais títulos de crédito são emitidos e garanti-
dos pela União, por um Estado ou por um Município. Nor-
malmente, trazem indicados o prazo do resgate e a taxa
A arte de operar na Bols@ pela Internet

GLOSSÁRIO 253

de juros.
Título hipotético: Título sem qualquer risco, que proporciona uma
lucratividade real específica.

U
Underwriters: instituições financeiras altamente especializadas
em operações de lançamento de ações no mercado primá-
rio. No Brasil, tais instituições são, em geral: bancos de
investimento, sociedades distribuidoras e as sociedades
corretoras, que mantêm equipes formadas por analistas e
técnicos capazes de orientar os empresários, indicando-
lhes as condições e a melhor oportunidade para que a
Empresa abra seu capital ao público investidor, através de
operações de lançamento.
Underwriting: operação realizada por uma instituição financeira
mediante a qual, sozinha ou organizada em consórcio, subs-
creve títulos de emissão por parte de uma empresa, para
posterior revenda ao mercado. A Instituição financeira subs-
creve somente as sobras da emissão, nos casos em que a
lei assegura aos acionistas o direito de preferência à subs-
crição das novas ações a serem emitidas.
Underwriting firme: o intermediário subscreve integralmente a
emissão para revendê-la posteriormente ao público. A
Empresa emissora das ações não tem risco algum, pois
tem a certeza da entrada de recursos, já que o intermediá-
rio subscreve por si só toda a emissão.
Underwriting tipo best-eforts: a instituição financeira apenas
se compromete a realizar "os melhores esforços", no sen-
tido de colocação junto ao Mercado, das sobras de subs-
crição. Não há nenhum comprometimento por parte do in-
termediário para a colocação efetiva de todas as ações do
lançamento. Por outro lado, a empresa não tem a certeza
de conseguir aumentar seu capital na proporção desejada.
Underwriting tipo stand-by: reúne as características do "best-
eforts"e do "under-writing firme". Neste caso, o intermediá-
rio se compromete a colocar as sobras junto ao público
em determinado espaço de tempo, após o qual ele próprio
subscreve o total de ações não colocadas.
MANUEL MEIRELES

254 GLOSSÁRIO

V
Valor mobiliário: título especial, referente a uma empresa de
capital aberto, do tipo: ação, bônus de subscrição, debên-
ture, parte beneficiária e nota promissória para distribuição
pública.
Valor nominal: valor de uma ação, no momento da sua emis-
são.
Valor patrimonial de uma ação: é o quociente entre o patrimônio
líquido da empresa e o número de ações da empresa. Atu-
almente este valor tem pouco sentido no entender dos ana-
listas estratégicos, porquanto o valor real de uma empresa
ultrapassa o valor contábil. O valor intangível - dado pelas
vantagens competitivas - não é adequadamente expresso
no balanço. desta forma o Valor patrimonial de uma ação
pouco expressa. Cabe lembrar, a propósito, que o patrimônio
contábil da Microsoft é de 30 bilhões de dólares e o seu
patrimônio, envolvendo as vantagens competitivas, entre
as quais está a marca, é de 110 bilhões de dólares.
Valor de mercado: multiplicação do número total de ações pela
cotação média da ação do tipo mais negociado.
Value Line Index: Índice que envolve 1700 ações (das Bolsas:
NYSE, AMEX e Nasdaq) representando 95% do valor de
mercado total das empresas norte americanas. É uma
média geométrica das variações de preços das ações com-
ponentes da carteira.
Variabilidade: dispersão de uma variável, quantificada pelo des-
vio padrão dessa variável.
Viva-voz: pregão tradicional, nos quais se realizam negócios com
a participação do operador no recinto da Bolsa. Está per-
dendo sua importância em relação aos outros tipos de pre-
gão.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

BIBLIOGRAFIA 255

A bibliografia sobre técnicas para selecionar e acompanhar


títulos nas Bolsas de Valores não é muito grande.
Há porém algumas obras que nos podem ajudar o leitor
que está procurando uma abordagem inicial ao tema:

OBRAS RECOMENDADAS

BAZIN, Décio. Faça fortuna com ações - antes que seja tarde.
São Paulo: JMJ, 1992. É um livro escrito por um jornalista
que mostra como é a especulação no mercado acionário.
Chama atenção para as épocas de crise. O autor é um
apaixonado defensor da técnica cash-yield. No apêndice
dá uma introdução excelente ao Mercado de Opções.
BRITO, Ney Roberto O. O Mercado de Capitais e a estrutura
Empresarial Brasileira. Rio de Janeiro: Guanabara Dois,
1981. O capítulo 5 traz uma introdução à constituição de
carteiras ótimas e o capítulo 6 fala sobre risco, retorno e
Betas ou seja, a técnica Capital Asset Pricing Model.
CASTRO, Helio Portocarrero. Introdução ao Mercado de Capi-
tais. Rio de Janeiro: IBMEC, 1979. Aborda a técnica grafista
Ponto-Figura.
CONTADOR, Cláudio. Os investidores institucionais no Brasil.
Rio de Janeiro: IBMEC. 1975. No capítulo III aborda os
fatores que determinam a performance de uma carteira em
relação à média do mercado.
DESCHATRE, Gil Ari. Ganhe nas bolsas com o seu micro. Rio de
Janeiro, Ciência Moderna, 1994. Contém as principais téc-
nicas de acompanhamento de ações.
SÁ, Geraldo Tosta. Investimentos no Mercado de capitais. Rio
de Janeiro: Livro Técnico, 1979. Seguramente um dos me-
lhores livros sobre o assunto. Aborda de forma completa a
técnica grafista incluindo Ponto-Figura.
SANTANA, Genilson Fernandes. O poder de previsão da análise
técnica. São Paulo: FGV. 1997 (Tese de Mestrado em
Economia de Empresas)
"SMITH, Adam" (psedônimo) O jogo do dinheiro. Rio de Janeiro;
Expressão e Cultura, 1969. O autor discorre sobre o mer-
MANUEL MEIRELES

256 GLOSSÁRIO

cado acionário nos Estados Unidos e questiona as teorias


dos grafistas. Reduz sua crítica a uma frase: "Em suma, o
mercado não subirá, a menos que desça e permanecerá
estacionário, a menos que suba ou desça".
________________, Super Moeda, Rio de Janeiro: Expressão e
Cultura, 1974. É um best-seller sobre o mercado de capi-
tais norte americano. Faz uma crítica à técnica Capital
Asset Pricing Model.
TREUHERZ, Rolf Mário. Como investir em ações no Brasil -estra-
tégia de mercado e tática operacional. São Paulo: Edgard
Blücher, 1972. Ocupa-se fundamentalmente da Análise
Técnica por meio de gráficos de barras: tendências, forma-
ções peculiares, níveis de suporte e resistência. No capí-
tulo 7 fala de alguns Indicadores de Mercado formulados
por Joseph Granville.
YO, Goan T. Operações a termo de mercadorias "commodities".
São Paulo, Brasimex, 1984. Uma abordagem às opera-
ções nas bolsas de mercadorias. Traz alguns "métodos
para especular": a média móvel, a regra "donchian" de 4
semanas; os ciclos da lua, a teoria da opinião contrá-
ria.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

BIBLIOGRAFIA 257

OUTRAS OBRAS

ALVES, Herculano Anibal. Avaliação de performance de Fundos


Mútuos de Ações. São Paulo: FGV. 1989 (Tese de
Mestrado em Administração)
AMORIM, Paulo Henrique. De olho no dinheiro. Rio de janeiro:
Globo, 1988.
APPEL, Gerald. Winning market systems. New York: Capital
Reporter:1973.
APPEL,Gerald e ZWEIG, Martin. New directions in technical
analysis. NY: Signalert; 1976.
ARMS Jr, Richard. Volume cycles in the stock market. New
Jersey: Prentice Hall; 1975.
BARROS, Benedicto Ferri. Mercado de capitais e ABC de inves-
timentos. São Paulo: Atlas, 1970.
BASSO, Thomas F. Investimento à prova de pânico — lições de
investimentos lucrativos por um expert do mercado. São
Paulo: Makron, 1997.
BASTIANI, Ivoneti Catharina Rigão. Risco e taxa de retorno:
agroindústria cooperativa versus propriedade rural. São
Paulo: FGV. 1992. (Tese de Doutorado em Administração)
BOTELHO, Fausto de Arruda. Manual de análise técnica. São
Paulo: Enfoque Gráfico, 1986.
BRIMELLOW, Peter. The Wall Street gurus. NY: Randon House;
1982.
BRITO, Ney Roberto O. Mercados Futuros - sua relevância e ex-
periência. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1984.
CECCO, Nilo Marcos Mingroni. A estabilidade do coeficiente beta
— uma ánálise empírica no mercado de ações de São Pau-
lo. São Paulo: FGV. 1988 (Tese de Mestrado em Adminis-
tração)
CIBULARES, Maurício. Jogo aberto - a bússola no mercado de
capitais. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1971.
CNBV, Introdução ao mercado de ações. Rio de Janeiro: Comis-
são Nacional de Bolsas de Valores, 1985.
DARVAS, Nicolas — How I made two million dollars in the Stock
Market. NY, 1960.
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tidor profissional, 1991.
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Mútuos de Ações. São Paulo: FGV. 1997 (Tese de
Mestrado em Administração)
EDWARDS e MAGEE. Tecnical analysis of stock trends.
Massachusets: John Magee; 1966
EID JÚNIOR, William. A redução do risco das carteiras de inves-
timento através da diversificação aleatória ¾ estudo de caso
na Bovespa. São Paulo: FGV. 1991. (Tese de Mestrado em
Administração).
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FOSBALK, Norman. Stock market logic. Florida: The Institute for
Economic Research; 1985.
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Mestrado em Administração)
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maximum profit. N. Jersey: Prentice Hall; 1960.
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queiros suíços para orientar os seus investimentos. Rio de
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HAZZAN, Samuel. Desempenho de ações da Bolsa de Valores
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HURST, James. The profit magic of stock transaction timing.
New Jersey: Prentice Hall; 1976.
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performance dos Fundos Mútuos de Investimento. São
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ce Bovespa em Tempo real utilizando-se técnicas de inte-
ligência artificial. São Paulo: FGV. 1992 (Tese de Mestrado
em Administração)
NAGAO, Carlos Hiroaki. Estratégia competitiva para os Fundos
Mútuos de Ações — um enfoque na segmentação do mer-
cado. São Paulo: FGV. 1989 (Tese de Mestrado em Admi-
nistração)
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mercado acionário brasileiro: uma análise empírica na Bol-
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(Tese de Mestrado em Administração)
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portfólio internacional. São Paulo: FGV. 1995 (Tese de
Mestrado em Administração)
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mento das ações no contexto da reavaliação da Carteira
Teórica do Índice Bovespa. São Paulo: FGV. 1997 (Tese de
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o modelo de avaliação de ativos. Uma revisão da literatura
e dos testes empíricos. São Paulo: FGV. 1985 (Tese de
Mestrado em Administração)
SILVA, José Pereira da. Modelos para classificação de empre-
sas com vistas à concessão de crédito. São Paulo: FGV.
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TAMER, Alberto. Os caminhos do dinheiro. São Paulo: Ática,
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dor. São Paulo: APEC, 1971.
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AMÉRICA ECONOMIA — publicação mensal da Editora Amec.
DINHEIRO VIVO - publicação diária da Agência Dinheiro Vivo,
de Luis Nassif. Boletin de 8 páginas trazendo indicado-
res diversos.
EXAME —publicação quinzenal da Editora Abril: www.exame.com.
br.
GAZETA MERCANTIL - diário indispensável. Nos cadernos Fi-
nanças & Mercados e Empresas & Negócios entre outras
coisas traz o Boletim da Bolsa de Valores de São Paulo e
de outras Bolsas. www.gazetamercantil.com.br
INDIVIDUAL INVESTOR: — publicação mensal da Individual
Investor Group (Nova York): www.iionline.com
INFORME FINANCEIRO: — publicação semanal da Adinvest:
Consultoria e Administração de Investimentos.
ISTO É DINHEIRO — publicação semanal da Editora Três.
INVESTIDOR INDIVIDUAL — publicação mensal da Ponto de
Vista Editorial: www.investidor-online.com.br
INVESTIDOR INSTITUCIONAL — publicação mensal da Ponto
de Vista Editorial: www.investidor-online.com.br
INVESTIDOR PROFISSIONAL -publicação semanal da Investi-
dor Profissional Editora Ltda. Semanalmente publica grá-
fico das ações negociadas nas Bolsas. Indicadores: Co-
tação/Valor Patrimonial; Cash Yield. Periodicamente traz
artigos sobre técnicas de análise.
www.investidorprofissional.com.br
INVESTIMENTOS — Publicação semanal da Blue Chip. Gráfi-
cos dos precós semanais e diários. bluechip@domain.com.br
INVESTORS CHRONICLE — Publicação semanal da Financial
Times Business (Londres): www.investorschronicle.co.ku
MERCADO DE CAPITAIS — Revista bimestral da ABAMEC:
Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capi-
tais. E-mail: alonsortiz@tecepe.com.br.
A arte de operar na Bols@ pela Internet

263
MANUEL MEIRELES

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ao mercado de ações. Rio de Janeiro: CNBV, 1985
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A arte de operar na Bols@ pela Internet

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Muitas home pages de instituições financeiras oferecem


informações importantes para investidores. Eis alguns dos
websites que você pode pesquisar:

www.andima.com.br — site da Andima com prévias do mercado


financeiro com o movimento das bolsas de valores.

www.abamecrio.com.br — site da Abamec: acesso ao cronograma


das reuniões das companhias abertas com os analistas de mer-
cado; matérias da revista do órgão (Mercado de Capitais).

www.bmf.com.br — site da Bolsa Mercantil e de Futuros (BM&F):


cotações, volumes e boletins de fechamento do mercado do dia
anterior. Links com todas as Bolsas do mundo e também com as
corretoras.

www.bovespa.com.br — site da Bolsa de São Paulo: listagem das


companhias abertas; cotações, informações. Links com as soci-
edades corretoras Home Brokers e com todas as Bolsas do mun-
do.

www.cvm.gov.br — site da CVM : Comissão de Valores Mobiliári-


os. Balanços e balancetes das companhias abertas; publicações,
atos normativos, leis e medidas provisórias.

www.exame.com.br — site da revista Exame.

www.iionline.com — site da revista Individual Investor.

www.ibge.com.br — site do IBGE.

www.investidorprofissional.com.br — site da gestora de investi-


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mentos Investidor Profissional.

www.smartmoney.com — site da revista americana Smart Money.

www.somacesso.com.br —Normas, boletins e listagem das empre-


sas que participam do mercado de balcão. Informações comple-
tas sobre formadores de mercado (market makers).

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