Ideias Básicas

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IDEIAS BÁSICAS

Díodo – é um dispositivo não linear porque o gráfico de sua corrente


versus tensão não é uma reta. A razão está na sua barreira de potencial.

Quando a tensão em um díodo é menor que a barreira de potencial, a


corrente no díodo é baixa. Quando a tensão no díodo excede a barreira de
potencial, a corrente no díodo aumenta rapidamente.

SÍMBOLO ESQUEMÁTICO E OS TIPOS DE ENCAPSULAMENTO

A Figura 3-1a mostra o símbolo esquemático de um díodo. O lado p é


chamado de ânodo, e o lado n é o cátodo. O símbolo do díodo parece uma seta
que aponta do lado p para o lado n, ou seja, do ânodo para o cátodo. A Figura 3-
1b mostra alguns dos muitos tipos de encapsulamentos típicos de díodo. Muitos,
mas nem todos, os díodos têm o terminal do catodo (K) identificado por uma
faixa colorida.

Figura 1 – Díodo. (a) Símbolo esquemático; (b) tipos de encapsulamento;


(c) polarização direta
Circuito básico com díodo

A Figura 3-1c mostra um circuito com díodo.

Neste circuito o díodo está polarizado diretamente. Como sabemos? Porque


o terminal positivo da bateria alimenta o lado p através de um resistor e o
terminal negativo da bateria está conectado do lado n. Com essa conexão, o
circuito está tentando empurrar as lacunas e os elétrons livres em direção à
junção.

Em circuitos mais complexos pode ser difícil saber se o díodo está


polarizado diretamente. Aqui está uma regra. Faça a si mesmo a seguinte
pergunta: o circuito externo está forçando uma corrente no sentido fácil de
circulação? Se a resposta for sim, o diodo está polarizado diretamente.

O que quer dizer uma corrente no sentido fácil de circulação? Se usarmos a


corrente convencional, o sentido fácil é o mesmo da direção da seta do diodo. Se
você preferir a corrente de elétrons, o sentido fácil é o oposto.

Quando o diodo faz parte de um circuito complexo, podemos usar também


o Teorema de Thevenin para determinar se ele está diretamente polarizado. Por
exemplo, suponha que fizemos a redução de um circuito complexo com o
teorema de Thevenin para obter a Figura 3-1c. Desse modo, podemos ver que ele
está diretamente polarizado.
Figura – Curva característica do Díodo

Quando o diodo está polarizado diretamente, não há uma corrente significante


enquanto a tensão no diodo não for maior do que a barreira de potencial. Por
outro lado, quando o diodo está polarizado reversamente não há corrente inversa
no diodo enquanto a tensão no diodo não atingir a tensão de ruptura. Depois, a
avalanche produz uma corrente inversa alta destruindo o diodo.

Tensão de joelho
Na região direta, a tensão na qual a corrente começa a aumentar rapidamente é
chamada de tensão de joelho do diodo. A tensão de joelho é igual à barreira de
potencial. A análise de circuitos com diodo geralmente se resume em determinar
se a tensão no diodo é maior ou menor do que a tensão de joelho. Se for maior, o
diodo conduz intensamente. Se for menor, o diodo conduz fracamente.

Definimos a tensão de joelho de um diodo de silício como:

V k ≅ 0,7 V

Embora os diodos de germânio sejam raramente usados nos projetos novos, você
pode ainda encontrar diodos de germânio em circuitos especiais ou em
equipamentos antigos. Por essa razão, lembre-se de que a tensão de joelho de um
diodo de germânio é de aproximadamente 0,3 V. Esse baixo valor da tensão de
joelho é uma vantagem e esclarece o porquê do uso do diodo de germânio em
certas aplicações.

Resistência de corpo

Acima da tensão de joelho, a corrente no diodo aumenta rapidamente. Isso


significa que pequenos aumentos na tensão do diodo causam grandes aumentos
na corrente do diodo. Uma vez vencida a barreira de potencial, tudo o que
impede a passagem da corrente é a resistência ôhmica das regiões p e n. Em
outras palavras, se as regiões p e n fossem dois pedaços separados de
semicondutores, cada um teria uma resistência que poderia ser medida com um
ohmímetro, a mesma que um resistor comum.

A soma das resistências ôhmicas é chamada de resistência de corpo do diodo.


Ela é definida como:

R B=R P + R N

A resistência de corpo depende do tamanho das regiões p e n, e de quão dopadas


elas são. De modo geral, a resistência de corpo é menor de 1 Ω.

Corrente CC direta máxima

Se a corrente em um diodo for muito alta, o calor excessivo pode destruí-lo. Por
essa razão, um fabricante especifica nas folhas de dados a corrente máxima que
um diodo pode conduzir com segurança sem diminuir sua vida útil ou degradar
suas características.

A corrente direta máxima é um dos valores máximos fornecido nas folhas


de dados. Ela pode ser listada como Imáx, IF(máx), I0 etc. dependendo do
fabricante.
Por exemplo, um diodo 1N456 tem uma corrente direta de 135 mA. Isso significa
que ele pode conduzir seguramente uma corrente contínua direta de 135 mA.

Dissipação de potência

Você pode calcular a dissipação de potência de um diodo do mesmo modo que


faz para um resistor. Ela é igual ao produto da tensão pela corrente do diodo.

Veja a fórmula:

P D=V D × I D

O valor da potência nominal é a potência máxima que um diodo pode dissipar


seguramente sem diminuir sua vida útil ou degradar suas propriedades. Em
símbolos, sua definição é:

Pm á x =V m á x × I m á x

onde

Vmáx é a tensão correspondente a Imáx. Por exemplo, se um diodo tem uma


tensão e uma corrente máximas de 1 V e 2 A, seu valor de potência é 2 W.

Exemplo 3-1

O diodo da Figura 3-3 está polarizado diretamente ou reversamente?


SOLUÇÃO A tensão no resistor R2 é positiva. Portanto, o circuito está
tentando forçar uma corrente no sentido fácil de circulação. Se isso não estiver
claro, visualize o circuito equivalente de Thevenin alimentando o diodo,
como mostra a Figura 3-3b. A fim de determinar o equivalente de Thevenin,
lembre-se que e . Neste circuito em série, podemos ver que a fonte CC está
tentando forçar uma corrente no sentido fácil de
condução. Portanto, o diodo está diretamente polarizado.
No caso de dúvida, reduza o circuito até chegar a um circuito equivalente em
série. Então, ele mostrará claramente se a fonte CC está tentando
forçar a corrente no sentido fácil ou não.

PROBLEMA PRÁTICO 3-1

Os diodos da Figura 3-3c estão polarizados direta ou reversamente?

Exemplo 3-2
Um diodo tem uma potência nominal de 5 W. Se a tensão no diodo for de
1,2 V e a corrente de 1,75 A, qual a dissipação de potência? O diodo queimará?

SOLUÇÃO
PD= (1,2 V)(1,75 A) = 2,1 W
Esse valor é menor do que a potência nominal do diodo na folha de dados,
logo, não queimará.

PROBLEMA PRÁTICO 3-2

Em relação ao Exemplo 3-2, qual a dissipação de potência se a tensão no diodo


for de 1,1V e a corrente de 2 A?

Diodo ideal

A Figura 3-4 mostra um gráfico detalhado da região direta de um diodo. Vemos


aqui a corrente no diodo ID versus a tensão no diodo VD. Observe que a corrente
é aproximadamente zero até que a tensão no diodo se aproxima do valor da
barreira de potencial. Nas proximidades de 0,6 V a 0,7 V, a corrente no diodo
aumenta. Quando a tensão no diodo é maior do que 0,8 V, a corrente é
significante e o gráfico é quase linear.

Dependendo de como o diodo foi dopado em seu tamanho físico, ele pode
diferir de outros diodos no seu valor de corrente direta máxima, potência e outras
características. Se for preciso uma solução exata, podemos usar o gráfico deste
diodo particular. Embora os pontos de corrente e de tensão possam ser diferentes
de um diodo para outro, o gráfico de qualquer diodo é similar ao da Figura 3-4.
Todos os diodos de silício têm uma tensão de joelho de aproximadamente 0,7 V.

A maioria das vezes, não será necessário uma solução exata, por isso, podemos e
devemos usar as aproximações para um diodo. Começaremos com a aproximação
mais simples, chamada de diodo ideal. Em termos bem básicos, o que faz
um diodo? Ele conduz bem no sentido direto e muito mal no sentido inverso.
Idealmente, um diodo funciona como um perfeito condutor (resistência zero)
quando
polarizado diretamente e como um perfeito isolante (resistência infinita) quando
polarizado reversamente.
A Figura 3-5a mostra o gráfico corrente-tensão de um diodo ideal. Ele repete o
que acabamos de dizer: resistência zero quando polarizado diretamente e
resistência
infinita quando polarizado reversamente. Um dispositivo como este é impossível
de
ser fabricado, mas é o que todo fabricante gostaria de produzir, se pudesse.
Existe algum dispositivo que funciona como um diodo ideal? Sim. Uma chave
comum tem resistência zero quando fechada e uma resistência infinita quando
aberta. Logo, um diodo ideal age como uma chave que fecha quando polarizado
diretamente e abre-se quando polarizado reversamente. A Figura 3-5b resume a
ideia desta chave.

Exemplo 3-3
Use o diodo ideal para calcular a tensão e a corrente na carga na Figura 3-6a.
SOLUÇÃO Como o diodo está polarizado diretamente, ele é equivalente
a uma chave fechada. Visualize o diodo como uma chave fechada. Depois,
você pode notar que toda a atenção da fonte aparece no resistor de carga.
VL = 10 V

Com a lei de Ohm, a corrente na carga é:

IL = Ω=101V 10kmA
PROBLEMA PRÁTICO 3-3 Na Figura 3-6a, calcule a corrente ideal na
carga se a fonte de tensão for de 5V.

Exemplo 3-4
Calcule a tensão e a corrente na carga na Figura 3-6b usando um diodo ideal.

SOLUÇÃO Uma forma de resolver este problema é aplicando o teorema


de Thevenin no circuito à esquerda do diodo. Olhando do diodo para trás
em direção à fonte, podemos ver um divisor de tensão com 6 kΩ e 3 kΩ.
A tensão equivalente de Thevenin é de 12 V e a resistência equivalente de
Thevenin é de 2 kΩ. A Figura 3-6c mostra o circuito equivalente de Thevenin
alimentando o diodo.

Agora que temos um circuito em série, podemos ver que o diodo está
polarizado diretamente. Visualize o diodo como uma chave fechada. Então,
os cálculos restantes são:
I
L =
Ω
=
12
3
V 4
k
mA
e
VL
= (4 mA) (1 kΩ) = 4 V
Você não precisa usar o teorema de Thevenin; pode analisar a Figura
3-6b visualizando o diodo como uma chave fechada. Haverá um resistor de
3 kΩ em paralelo com outro de 1 kΩ, equivalente a 750 Ω. Usando a lei de
Ohm, você pode calcular a queda de tensão de 32 V em um resistor de 6 kΩ.
O restante da análise produz a mesma tensão na carga e corrente na carga.
PROBLEMA PRÁTICO 3-4 Usando a Figura 3-6b, mude a tensão da fonte de
36V para 18V, e resolva para a tensão e corrente da carga usando um
diodo ideal.

Terceira aproximação
Na terceira aproximação de um diodo, incluímos a resistência de corpo RB.
A Figura 3-10a mostra o efeito que RB tem sobre a curva do diodo. Após o diodo
de silício entrar em condução, a tensão aumenta linearmente com o aumento da
corrente. Quanto maior a corrente, maior a tensão no diodo por causa da queda de
tensão na resistência de massa.
O circuito equivalente para a terceira aproximação é uma chave em série como
uma barreira de potencial de 0,7 V e uma resistência RB (veja a Figura 3-10b).
Quando a tensão no diodo for maior que 0,7 V, o diodo conduz. Durante a condu-
ção a queda de tensão no diodo é:
VD
= 0,7 + IDRB
Resistência CC do diodo
Se você dividir a tensão total no diodo pela corrente total no diodo, obterá sua
resistência CC. No sentido de condução direta, essa resistência CC é simbolizada
por RF; no sentido de condução reversa, ela é designada por RR.
Resistência direta
Como o diodo é um dispositivo não linear, sua resistência CC varia conforme a
corrente que circula por ele. Por exemplo, aqui estão alguns pares de corrente e
tensão diretas para um diodo 1N914: 10 mA com 0,65 V; 30 mA com 0,75 V; e
50 mA com 0,85 V. No primeiro ponto, a resistência CC é:
R
F = = Ω 0 65
10
, V 65
mA
No segundo ponto:
R =
Ω 25
F = 0 75
30
mA
E no terceiro
ponto:
R
=
F = 0 85 Ω mV
,
, mV 50
17
mA
Observe como a resistência CC diminui com o aumento da corrente. Em qualquer
caso, a resistência direta é baixa comparada com resistência reversa.

Resistência reversa
De modo similar, aqui estão dois pares de correntes e tensões reversas para um
1N914: 25 nA com 20 V; 5 μA com 75 V. No primeiro ponto, a resistência CC é:
R
F = = Ω 20
25
V 800
nA
M
No segundo ponto:
R
R = = Ω 75
5
V 15
A
M
μ
Observe como a resistência CC diminui à medida que nos aproximamos da tensão
de ruptura (75 V).

Retas de carga
Essa seção trata das retas de carga, um recurso usado para calcular o valor exato
da corrente e da tensão no diodo. As retas de carga são úteis para os transistores,
de modo que uma explanação detalhada será dada em um estudo posterior sobre
transistor.
Equação para a reta de carga
Como podemos calcular os valores exatos de corrente e tensão na Figura 3.16a?
A corrente no resistor é:
I
VV
SD (3-8)
=
-
D R
S
Como esse é um circuito em série, sua corrente é a mesma do diodo.
Um exemplo
Se a tensão da fonte for de 2 V e a resistência for de 100 Ω, como mostra a Figura
3-16b, então a Equação (3.8) será:
I
D D
=
100 (3-9)
V
2 -
A Equação (3-9) é uma relação linear entre a corrente e a tensão. Se representarmos graficamente essa
equação, obteremos uma reta. Por exemplo, suponha
que VD seja igual a zero. Então:
I
D =
-
Ω
=
2 0
100
V V 20 mA
Traçando esse ponto (ID = 20 mA, VD = 0), obtemos o ponto sobre o eixo vertical
da Figura 3.17. Esse ponto é chamado de saturação, porque representa a corrente
máxima com 2 V aplicados numa resistência de 100 Ω.

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