Você está na página 1de 13

SOLOS

1 ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS


Podemos definir solo de varias maneiras, de acordo com seu campo de aplicação,
seja agronomia, geologia, construção civil e outros. Em geral define-se solo como sendo
todo material terroso, composto de agregados de partículas orgânicas e inorgânicas, que
recobrem a crosta terrestre e que podem ser escavados por meios manuais sem emprego de
explosivos ou maquinário especial
Origina-se da decomposição química e desintegração mecânica de rochas
pré-existentes ou eventualmente pela decomposição de material orgânico. A desintegração
mecânica pode se efetuar através do intemperismo.
A desintegração devido as variações de temperatura, ocorre principalmente onde as
mesmas oscilam bruscamente em curto espaço de tempo, também chamada de
decomposição mecânica ( vento, gelo e variação de temperatura )
Quando esta desintegração se processa através de choque (atrito ) entre a
rocha e o agente transportador ou entre partículas sólidas o processo de desgaste é
acelerado.
A decomposição química das rochas se processa geralmente através de ácidos
dissolvidos na água provenientes da decomposição de vegetais (ácido húmico, água + gás
carbônico agressivo, etc.)
As rochas são agregados naturais formados por um ou mais minerais ligados
fortemente por forças coesivas e permanentes.
Elas podem ser classificadas em:
a) magmaticas ou igneas – resultam da solidificação do magma fluido ex. granitos,
basaltos.
b) Sedimentares – formadas pela deposição de detritos oriundos da desagregação
de rochas preexistentes ou pela acumulação de matéria orgânica animal ou
vegetal ou ainda por precipitação quimica de sais dissolvidos nas águas. Ex.
calcáreos , argilitos , arenitos,
c) Metamorficas – provem da alteração de rochas ígneas ou sedimentares
produzidas pelos agentes físicos ,( pressão e calor), ou químicos ( líquidos e
gases )

1.2 Constituição-
De modo geral o solo é constituído por 3 fases distintas:

-sólida - partículas minerais como quartzo, feldspato, mica, silicatos , etc.


-liquida- água
-gasosa- ar ou gases (raramente )
As três fases podem apresentar-se em variadas proporções, resultando diferentes
propriedades.

2 -CLASSIFICAÇÃO
-Podemos classificar os solos quanto a origem e formação, e também quanto a
forma e tamanho das partículas.

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 1


2.1 – SOLO RESIDUAL (autoctone)
São os solos que permanecem no local após a decomposição, isto é, são aqueles resultantes
da decomposição da rocha IN LOCO , portanto hoje se encontram no próprio local da formação
não tendo sofrido nenhum transporte.
A profundidade dos solos residuais depende principalmente das condições
climáticas. Em alguns locais pode alcançar dezenas de metros. Em zonas temperadas
são geralmente resistentes e estáveis.
Podem ser
-Lateriticos ex .terra
Expansivos – ex. massapê da Bahia
Porosos ou Colapsíveis –ex. solo de Brasília –são solos altamente porosos o que faz
com que sua estrutura seja muito fraca resultando num solapamento ( desmoronamento )
com muita facilidade – é um solo com muitos recalques- péssimo para fundação

2.2 SOLOS TRANSPORTADOS OU SEDIMENTARES ( alotóctones )


São característicos de topografia acidentada, são aqueles que depois de criados pela
ação do intemperismo sobre as rochas foram transportados e redepositados .Basicamente
são solos transportados por agentes fisicos.
Os depósitos de solos transportados terão sua resistência em função do tempo
decorrido do transporte. Assim sendo o solo transportado recentemente é fôfo ou mole
algumas vezes, até dezenas de metros. Desse modo as dificuldades com as fundações estão
quase sempre ligados a solos transportados
De acordo com o agente de transporte podemos classificar os solos sedimentares em:
- SOLOS ALUVIONARES o agente de transporte é a água
- SOLOS EÓLICOS - o agente de transporte é o vento
- SOLOS COLUVIONARES o agente de transporte é a força da gravidade
- SOLOS GLACIAIS- o agente de transporte é o gelo
-
- Durante o transporte, devido ao atrito entre as partículas, pode haver a redução do
tamanho da partícula e/ ou separação das partículas de acordo com o tamanho.

Os solos aluvionares são carregados pela água( várzeas) , são solos que ficam a
margem dos rios e com as cheias são inundados e suas partículas carregadas.
Geralmente são muito férteis.

Os solos coluvionares são solos formados pela ação da gravidade, por desmoronamento.
Não são solos estáveis e ficam no sopé de encostas, sendo os responsáveis por
deslizamentos em serras.

Os solos eólicos não tem suas camada com a mesma orientação em virtude da direção
dos ventos não ser constante.Este é o fenômeno da estratificação cruzada que
caracteriza os solos eólicos e também a uniformidade dos grãos de areia que são
transportados em função de seus pesos.
As partículas de areia muito finas podem ser levadas a locais bastante altos pelos
ventos e depositadas a distâncias muito grandes.Os depósitos eólicos desta natureza são
chamados de ” loess”

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 2


2.3- Solos orgânicos- são aqueles que se formam geralmente IN SITU seja pelo
crescimento e apodrecimento subseqüente de plantas ( transformação carbonífera de
materiais) ou pelo acumulo de fragmentos de esqueletos ou carapaças de animais . O
termo solo orgânico refere-se geralmente ao solo constituído de produtos da
decomposição de rochas com maior ou menor quantidade de matéria orgânica.
Uma parte dos produtos da decomposição da matéria orgânica é um produto escuro
e relativamente estável que impregna os solos orgânico , o húmus.Por ser facilmente
transportado pela água, o húmus só impregna permanentemente os solos finos; as
argilas e os siltes e em menor proporção , as areias finas, formando portanto argilas,
siltes ou areias finas orgânicas.São os solos de cor escura .Não existem areias grossas
ou pedregulhos orgânicos, em função de sua alta permeabilidade que permite
velocidade de percolação d`água suficientemente grande para transportar toda a matéria
orgânica.
Quando a matéria orgânica é formada pela deposição de grande quantidade de
folhas, caules e troncos de florestas , existe a carbonatação e então forma-se um solo
fibroso com grande quantidade de carbono que recebe o nome de turfa. A diferença
entre argilas e siltes orgânicos e a turfa esta em que a primeiras são mais pesadas , a
turfa é muito fofa , não plástica e também é combustível quando seca e os solos
orgânicos não o são.

ESTRUTURA DOS SOLOS


A maneira como são dispostas as partículas no solo é o que chamamos de estrutura
do solo.

Tipos:

- Estrutura granular simples– é uma disposição natural e simples das partículas do solo
pela ação da gravidade, ou seja, as partículas se depositam por ação da gravidade umas
sobre as outras ( sobreposição) podendo a estrutura ser mais ou menos solta ( maio ou
menos densa ), isto é definido pelo grau de compacidade ( é o estado natural de um
solo não coesivo ) Esta estrutura é característica das areias e pedregulhos.

- Estrutura alveolar ou em favo de abelha – É uma estrutura característica de solos finos


como silte e areias finas. Consiste na formação a partir de grãos que caem sobre o
sedimento já formado devido a predominância da atuação molecular sobre seu piso e ele
ficará como caiu, geralmente formando arcos.

-Estrutura floculenta – é uma característica de solos muito finos ( argilas ) os quais se


depositam em arcos.

2.3 SOLOS ORGANICOS ;


São aqueles que formam-se geralmente IN SITU, seja pelo crescimento e
apodrecimento subsequente de plantas ou pelo acumulo de fragmentos de esqueletos ou

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 3


carapaças de animais. O termo solo orgânico refere-se ordinariamente ao solo constituído
de produtos da decomposição de rochas com maior ou menor quantidade de matéria
orgânica.

2.4 QUANTO A FORMA DAS PARTÍCULAS podem ser:

-lamelares ( argilas ) –compressibilidade , alta coesão e plasticidade


-fibrilares –turfas e húmus - alta plasticidade
-Esferóides, arredondadas ( areias e siltes ) – incompressíveis e baixa coesão.
Angular

-------------------

A forma das partículas tem importância com relação ao comportamento


mecânico dos solos.
Os solos com partículas maiores que 0,002 mm –siltes ,areias e pedregulhos,
apresentam-se equidimensionais, isto é, as três dimensões são da mesma ordem de
grandeza. Os grãos poderão apresentar-se angulosos ou polidos dependendo de sua origem
geológica.
Assim, logo após sua formação as partículas apresentarão angulosas e ásperas.
Porém, o transporte subsequente seja pela água , vento ou gelo pode polir as partículas
tornando-as arredondadas.
É considerada angulosa, a pedra proveniente do desmonte de rochas (britas ). E é
considerada polida ( esferóide ) pedregulho natural ( seixo rolado ) encontrado em rios,
bem como areias de rio e praia, apesar de existirem junto a elas partículas de forma
angulosa principalmente as de mesmo tamanho que não sofrerão abrasão por terem sido
transportadas em suspensão.
Nestas frações de solo são predominantes os minerais silicosos ( sílica ),feldspato,
mica, quartzo, clorita ,talco, etc.
Os solos muito finos- argilas 0 0,002 mm- apresentam suas partículas de forma
lamelar ( plaquetas), isto é , duas dimensões são da mesma ordem de grandeza,
predominando sobre uma terceira muito menor ( espessura ).Como exceção alguns minerais
da argila podem apresentar forma fibrilar ( acicula – agulhas ), isto é, possuem uma
dimensão bem maior que as outras duas e são característicos em solos orgânicos ou
minerais tais como a haloisita.

A forma das partículas de argilas é a principal responsável por algumas de suas


propriedades em especial a plasticidade.
Formas
Angular
Esferóide
Lamelar
Fibrilar
---------------------
Nos minerais argilosos distingue-se três tipos principais

- Caolinitas que originam argilas relativamente estáveis em presença de água.

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 4


- Montmorilonitas que originam argilas bastante expansivas – instáveis em presença de
água
- Ilitas que originam argilas pouco expansíveis

2.5 QUANTO AO TAMANHO DAS PARTÍCULAS

Consiste na identificação dos solos e indiretamente de suas propriedades a partir do


tamanho das partículas constituintes. A descrição é feita a partir da curva granulométrica. ,
ou curva semi – logarítmica dos tamanhos dos grãos.onde se pode obter a % em peso do
solo que é maior ou menor que determinado diâmetro. Esta curva é construída em papel
mono-logaritmo ( mono-log ), onde o eixo das abcissas constam os logaritmos e
identificam-se as aberturas de malhas ( dimensão dos grãos em mm ) e no eixo das
ordenadas as porcentagens retidas acumuladas em peso , sobre as peneiras.
O diagrama em questão, além de representar melhor a parte do solo de granulação
fina, é tal que a forma da curva é a mesma para os solos que tem composição
granulométrica semelhante , ainda que as dimensões das partículas mudem.
O processo de separar a massa de solo em fração, cada uma constituída de grãos
dentro de uma certa variação de tamanho é conhecida como analise granulométrica
A análise granulométrica é feita com solos secos ao ar e em peneiras padronizadas
( tyler ), quando o material tem partículas maiores que a malha 200 (0,074 mm) e quando
menor é feita pelo método de sedimentação de uma massa sólida (ou sólidos) em meio
liquido ( lei de Stokes).
A Lei de Stokes afirma que as partículas caem sob a ação da gravidade, em um meio
resistente, com velocidades uniformes proporcionais à massa e dependentes da forma das
partículas.

A abertura de malhas vai de 76,2 mm até 0,074 mm.

De acordo com a ABNT, classificam-se:


Pedregulhos 4,8 mm    76,8 mm
Areias 0,05 mm    4,8 mm
Siltes 0,005 mm    0,05 mm
Argilas   0,005 mm

Segundo Allen-Hazen, define-se:

Diâmetro efetivo (  e ) = diâmetro correspondente a 10 % em peso total de todas as


partículas menores.

Coeficiente de Uniformidade ( U )

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 5


U = d 60 /  e

Coeficiente de Curvatura ( Cc )
Cc = d2 30 / d 60 x e

Portanto:

-menores que 0,06 mm (argilas e siltes )- solos finos ou fração muito fina – só podem
ser examinadas por meio de microscópios.
-maiores que 0,06 mm ( areias e pedregulhos ) fração grossa ou muito grossa- podem
ser examinados a olho nú ou por meio de lupas .
A dimensão das partículas constituintes dos solos pode variar desde a dos matacões
até a das grandes moléculas.
.
Quando o tamanho do solo varia de 6 a 30 cm recebem a denominação de pedra de
mão. Acima de 30 cm são denominados matacões.

Analise Granulométrica- O objetivo da analise granulométrica é determinar a dimensão


das partículas que constituem um solo e a porcentagem do peso total representadas pelas
partículas em vários intervalos de tamanho.
O método mais direto para a analise granulométrica é o uso de peneiras. Mas a peneira
mais fina que podemos obter é com malha de 0,074 mm ( peneira 200 ) o que significa
neste processo, podermos analisar até a fração silte.

Quando um solo tem quantidade menor que 0,074 mm faz-se necessário aplicar o
ensaio de sedimentação.

2.6 – QUANTO A RESISTENCIA – a resistência é medida através de ensaios de


laboratório e em ensaios “IN SITU “ onde poderá se definir areia fofa, argila mole, areia
pouco compacta, argila rija, etc.

- 3 . PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS

3.1 Areia e Pedregulho – São agregados não coesivos de fragmentos de rochas ou


minerais, mais ou menos inalterados de forma arredondada ou angulosa. Os pedregulhos
são solos cujas propriedades dominantes são devidas a sua parte constituída pelos grãos
minerais de diâmetros máximos superiores a 4,8 mm e inferiores a 7,6mm.As areias são
solos com propriedades dominantes devidas a sua constituição de grãos minerais de
diâmetros máximos superiores a 0,05 mm e inferiores a 4,8 mm.

3.2 Silte – É um solo de partículas finas e como pequena ou nenhuma plasticidade


( possibilidade de moldagem). Em virtude de sua textura fina é muitas vezes confundido
com a argila mas pode ser facilmente distinguido mesmo sem ensaios de laboratório através

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 6


do teste táctil - visual.Ele apresenta apenas a coesão necessária para formar quando seco,
torrões facilmente desagregáveis pela pressão dos dedos, portanto é um solo de particulas
finas com pequena ou nenhuma plasticidade. Seus grãos estão compreendidos no intervalo
de diâmetro máximo superior a 0,005mm e inferiores a 0,05mm O silte orgânico é um solo
de grãos finos mais ou menos plástico , contendo matéria orgânica finamente dividida e sua
cor varia do cinza claro ao escuro e normalmente contem gases provenientes da
decomposição orgânica que lhes dão cor e odor característicos. A permeabilidade do silte
orgânico é muito baixa e sua compressibilidade muito alta.

3.3 Argila – É um agregado de partículas microscópicas provenientes da decomposição


química dos constituintes da rocha. Ela é plástica quando com certa quantidade de água e
bastante dura quando seca. Sua permeabilidade é bastante baixa. É um solo que apresenta
caracteristicas marcantes de plasticidade, quando suficientemente úmido, molda-se
facilmente em diferentes formas, quando seco, apresenta coesão bastante para constituir
torrões dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos, seu diâmetro máximo é inferior a
0,005mm.

3.3.1- Argila Orgânica – É a argila que contém matéria orgânica finamente dividida. Sua
cor é geralmente cinza-escura a preta e pode Ter um odor característico. Sua resistência
varia bastante em função da quantidade de água nela presente.
Podem apresentar-se combinados na natureza, os solos em proporções variadas dando
origem a denominações como: argila siltosa, areia siltosa, silte arenoso, argila siltosa com
areia fina, etc. ,dependendo em que proporção se combinem estes solos, portanto nos solos
em que não se verifiquem nitidamente a predominância de suas propriedades , estes serão
designados pelo nome do tipo de solo cujas propriedades sejam mais acentuadas , seguidos
dos adjetivos correspondentes aos daqueles que os completam. Se houver matéria orgânica
deverá ser anotada a sua presença. Ex areia grossa com material orgânico

Turfas – são solos com grandes porcentagens de partículas fibrosas de material carbonoso
ao lado de matéria orgânica no estado coloidal, fazendo com que este material seja fofo,
não plástico e combustível.

Alteração de rocha – é o solo proveniente das rochas “in situ” pelos diversos agentes
geológicos e apresentam ainda vestígios da estrutura da rocha de origem, Solo
concrecionado- é uma massa de solo apresentando alta resistência, cujos grãos são ligados
naturalmente entre si por um cimento qualquer. Será designado pelo respectivo tipo seguido
pela palavra concrecionado.

Solos superficiais –são aqueles que ficam na zona abaixo da superfície do terreno natural,
geralmente constituída de misturas de areias, argilas e matéria orgânica e exposta à ação
dos fatores climáticos e agentes de origem vegetal e animal e será designada simplesmente
como solo superficial.

Aterros – são depósitos artificiais de qualquer tipo de solo ou entulho. Deverá ser
mencionado o tipo de material e se possível o processo de execução do aterro.

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 7


Predominância de Nomenclatura

Quando a fração que passa na peneira de malha quadrada 0,074 mm for menor ou
igual a 35% os materiais serão considerados arenosos.
Quando a fração retida na peneira de malha quadrada e 2 mm for maior ou igual a
10% , a nomenclatura deverá ser acompanhada da indicação “com pedregulho
Quando a fração que passa na peneira de malha quadrada de 0,074 mm for maior ou igual
a 30%, o solo será considerado simplesmente siltoso ou argiloso, dependendo do valor do
I.P
Quando forem observadas as presenças de mica ou de matéria orgânica , deverão se
anotadas as indicações “ com mica”.

-INDICES FISICOS

Os solos são constituídos de parte sólida, liquida e de vazios, portanto os índices


físicos são as diversas relações entre as três fases componentes dos solos.

Temos 5 tipos de água que constituem os solos, que são:


- Água de Constituição – é a água que faz parte da constituição molecular da partícula
sólida.- água natural
- Água adesiva ou adsorvida- fica na superfície do grão aderida a ele.- envolve a
partícula
- Água livre – é a que enche o vazio entre os grãos – lençol freático
- Água higroscópica – é a que fica mesmo no solo seco ao ar livre.
- Água capilar – é a que sobe através dos interstícios capilares deixados pelas
partículas sólidas nos solos de grãos finos.- preenche os vazios deixados

Obs: - a água livre, higroscópica e capilar podem ser retiradas do material por evaporação,
a temperaturas superiores a 100 C.
Partícula de argila

Água higroscópica --
Água adsorvida
Água livre

Fenômenos Capilares – Permeabilidade dos solos

Quando um liquido se encontrar em contato com as paredes de um recipiente,


devido ao fenômeno da TENSÃO SUPERFICIAL, este poderá apresentar sua superfície
curva. Com um tubo de pequeno diâmetro, as forças resultantes da tensão superficial
podem superar as forças Gravitacionais, provocando a ascensão do líquido por capilaridade,
até que estas forças se equilibrem

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 8


Os solos em sua constituição apresentam também uma fase líquida,
evidenciada pela existência de água. A água nos solos poderá se apresentar em 3 situações
características:
a) Solo Saturado – é todo o solo caracterizado por ter todos seus vazios ocupados pela
água ( sem ar ). É a camada que se diz estar abaixo do lençol freático ou nível d´ água
(NA ), portanto o lençol freático é a camada de solo caracterizada por ter todos seus
vazios ocupados pela água.
b) Franja Capilar – é a faixa acima do lençol freático, em que existe água devido ao
fenômeno da capilaridade. Este ocorre devido as partículas estarem muito próximas
umas das outras. A capilaridade será tanto maior quanto mais fino for o solo.
c) Água Pelicular – é aquela que envolve as partículas com outra camada bastante fina.

Quando abrimos um poço, o nível de água que esse poço apresentará será
coincidente com o NA do lençol freático. Normalmente, há necessidade de se cavar poços
profundos em locais altos, ocorrendo o inverso para lugares baixos, pois a água do subsolo
tende a escoar, para os pontos mais baixos. O lençol freático tem sempre a forma
aproximada do terreno.
Sempre que o lençol freático estiver em contato com a face do terreno ( encosta de
um morro ) teremos um fluxo de água para o exterior – uma nascente ou fonte de água.

Massas d água alojadas em meios permeáveis e limitados acima e abaixo por meios
impermeáveis, se dizem lençóis confinados. Se a massa aquosa se encontra sob pressão
constitui um lençol artesiano. Poço artesiano é aquele que fura o lençol artesiano. O
fenômeno de subida de água, quando atingido o lençol se diz artesianismo.

Plasticidade e limites de Atterberg (Limites de consistência dos solos)

A analise granulométrica e a classificação dos solos através dela não é suficiente


para prever o futuro comportamento de um solo, pois este depende de varias condições
dentre elas o tamanho das partículas e a própria forma dos grãos.
A identificação dos solos arenosos de granulação grossa pode ser feita pela curva
granulométrica, isto é as areias ou pedregulhos de curvas granulométricas iguais tem
comportamentos semelhantes, porem, isto não ocorre com os solos finos. Verificamos que

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 9


solos argilosos e siltosos de curvas granulométricas iguais possuem geralmente
comportamentos diversos
As características necessárias para que um solo seja estável depende não só do
tamanho das partículas a ele pertencentes, porque a igualdade de tamanho e
comportamento, dependerá de sua natureza , forma de acomodação , atração molecular, etc.
As partículas de um solo em presença de água se comportam de maneira diferente,
umas são expansivas, outras elásticas, uma drenam com facilidade outras não, etc., o que
faz com que o comportamento dos solos seja variável, como exemplo, um torrão de argila
que conserva sua forma e um punhado de areia limpa não, o que demonstra uma diferença
de coesão, isto é , a ligação que mantém unidas as partículas no primeiro caso e que no
segundo aparecem totalmente soltas.
A coesão dos solos varia com o teor de umidade e sabemos que o estado de
consistência dos solos coesivos depende da umidade.
Alguns solos apresentam a propriedade da plasticidade, que é a capacidade de ser
moldado sem que haja variação do seu volume ( argilas ).
Quando uma argila é misturada de maneira uniforme com uma quantidade de água,
aumentando sua umidade, torna-se capaz de sofrer deformações sem ruptura,
portanto um solo sem resistência ao cisalhamento. Caso haja uma redução
pronunciada de seu teor de umidade, mantendo-se a mistura o volume de solo ira
diminuir até chegar a um ponto em que o material ira apresentar resistência ao
cisalhamento. O teor de umidade no qual o solo começa a apresentar resistência ao
cisalhamento é definido como limite de liquidez ( LL) e marca a transição entre os
estados liquido e plástico. O limite de liquidez se determina medindo o teor de
umidade e o número de golpes necessários para fechar numa determinada distancia
uma ranhura aberta por um cinzel padrão mediante um aparelho padronizado.O
limite de plasticidade se obtém medindo o teor de umidade do solo quando começa
a romper pequenos cilindros de solo com 3 mm de diâmetro.
Se houver continuidade na diminuição progressiva do teor de umidade, o
volume e a plasticidade do material continuarão a diminuir, enquanto a resistência
ao cisalhamento irá aumentando, até chegar a um ponto em que a deformação
provoca a ruptura do material.
O teor de umidade nesse ponto é definido como limite de plasticidade ( LP )
e marca a transição entre os estados plásticos e semi-sólidos.
Continuando a diminuição do teor de umidade, abaixo do limite de
plasticidade, atingiremos uma umidade onde não haverá mais variação de volume.
Abaixo dessa umidade o solo não estará mais saturado e a sua cor ficara mais clara.
Ao menor teor de umidade em que um solo pode estar saturado é definido
como limite de contração (LC ) e marca a transição entre o estado semi solido e
solido, portanto é o teor de umidade para o qual uma amostra não se contrai quando
a umidade fica abaixo deste limite e se dilata quando a umidade fica acima deste
valor.Indica a quantidade de umidade que se necessita para ocupar todos os poros do
solo.

LC LP LL
Solido------│------semi-sólido-----│-----plástico ----│----liquido

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 10


________teor de umidade_____________________________________→

. O limite de contração se define como o teor de umidade presente no solo o qual


não se contrai mais, embora possa perder massa e se dilatar quando for aumentado este
teor.

Limite de Liquidez
Definição : O limite de liquidez de um solo é o teor de umidade , que contem uma amostra,
quando são necessários 25 golpes no aparelho de Casagrande para fechar uma ranhura
padrão feita através de um cinzel padronizado.

Índice de Plasticidade

É definido o índice de plasticidade como a diferença entre o limite de liquidez e o


limite de plasticidade.
IP = LL-LP

Quanto mais alto for este índice, mais plástico será este solo. Nas areias este índice
é considerado nulo, porém com elas não se pode fazer as determinações dos limites de
Atterberg. As argilas são tanto mais compressíveis quanto maior o IP.
Quando o limite de liquidez ou o limite de plasticidade não podem ser determinados
, o índice de plasticidade é classificado como N.P ( não plástico ).Quando o limite de
plasticidade é igual ou superior ao limite de liquidez o índice de plasticidade é indicado
como 0 ( zero).
Classificação dos solos

Classificação granulométrica – é a classificação baseada na granulometria, tamanho das


partículas,
Classificação Geotécnica- para fins geotécnicos, as classificações granulométricas só serão
eficientes no caso de solos grossos mas falham no caso dos solos que tem plasticidade.
Classificação H.R.B. – Highway Rosearch Board baseia-se em ensaios normais de
caracterização dos solos, ou seja, limite de liquidez, índice de plasticidade e o ensaio
granulométrico.

Características e Qualidades

Traficabilidade- Refere-se a facilidade como que os equipamentos de terraplanagem


movimentam-se sobre os diversos tipos de solos.. Existirão alterações quando os solos
estiverem encharcados ou com teores muito baixos de umidade.

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 11


Revestimento- Refere-se ao comportamento dos diversos tipos de solos como revestimento
primário das estradas de terra, sob boas de drenagem.

Compactibilidade – refere-se a facilidade com que os diversos solos podem ser


compactados safisfatóriamente. De uma maneira geral os solos granulares podem ser
compactados mais facilmente e os solos orgânicos siltosos plásticos são os que mais
dificuldades apresentam quanto à compactação

CBR – refere-se aos valores do Índice de Suporte Califórnia, obtidos de acordo com o
ensaio de Suporte Califórnia de Amostras Compactadas em Laboratório.

Drenabilidade – refere-se a rapidez com que a água percola solos de diversos tipos, estando
esta característica diretamente ligada à permeabilidade.Quanto maior a drenabilidade, mais
fáceis os solos de serem drenados mediante construção de drenos apropriados.

Expansibilidade – refere-se a expansão dos solos de diversos tipos quando compactados


adequadamente, em conseqüência da variação do seu teor de umidade.Sabemos que os
solos argilosos são mais expansivos, porém como absorvem muito lentamente a água,
levam muito tempo para se expandirem.

Compressibilidade – refere-se a deformações provocadas pela ação de cargas dinâmicas,


em solos compactados adequadamente e posteriormente saturados.

Compactação de um solo

A compactação de um solo pode ser definida como o processo manual ou mecânico


( processo físico ) que visa reduzir o volume de vazios de um solo e assim aumentar sua
resistência , tornando-o mais estável, aumentar a densidade de um solo natural.A
compactação aumenta artificialmente a massa especifica aparente do solo por manipulação
ou vibração das suas partículas , de modo que elas fiquem intimamente ligadas, com o ar
expelido dos vazios, provocando uma diminuição de volume, podendo ser chamado este
processo de densificação. Sabemos que a compactação ( aumento da massa específica)
depende fundamentalmente da energia despendida, do teor de umidade e da natureza do
solo ( a sua facilidade de ser compactado).
Caso tenhamos uma camada de argila muito densa a uma profundidade maior que
18 m, não teremos sucesso ao removê-la, pois neste caso poderá surgir as chamadas ondas
de lama, ao lançarmos sobre a mesma camada de aterro.Para este tipo de problema a
solução é usarmos drenos verticais de areia, que são usados nas seguintes etapas:
1- Instala-se plataformas de recalque na superfície original do aterro e anota-se as
devidas cotas.
2- Instalação de estacas para referencia
3- Introdução de camadas de areia para movimentação de maquinas pesadas
4- Execução dos drenos utilizando-se um tubo de aço cravado tipo simplex. O tubo é
retirado a medida que se introduz areia
5- Colocação de matérias até a cota desejada

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 12


6- Colocação de um aterro provisório para funcionar como sobrecarga.

Os recalques e os deslocamentos laterais deverão ser cuidadosamente observados


durante todo o período principalmente durante a construção.

Solos - Rozzane N. Scaramucci Ruiz 13

Você também pode gostar